O documento discute o gerenciamento de resíduos sólidos, definindo resíduos e classificando-os de acordo com sua origem e riscos. A geração crescente de resíduos constitui um grande desafio ambiental e de saúde pública devido ao descarte inadequado que pode disseminar agentes perigosos.
3. Gerenciamento de Resíduos Sólidos
- Considerações
Sabe-se que a geração de resíduos
oriundos das atividades humanas faz
parte da própria história do homem.
Sociedade contemporânea = sociedade
de riscos.
4. Gerenciamento de Resíduos Sólidos
- Considerações
A partir da segunda metade do século
XX, com os novos padrões de consumo
da sociedade industrial, a geração de
resíduos vem crescendo, em ritmo
superior à capacidade de absorção pela
natureza.
5. No Brasil, em 2011, das 55,5 milhões de
toneladas de resíduos coletadas no ano,
58,06% (32,2 milhões) foram destinadas
corretamente - em aterros sanitários -,
enquanto o restante (23,3 milhões) permanece
seguindo para lixões e os chamados aterros
controlados, que não têm tratamento de
chorume ou controle dos gases de efeito estufa
produzidos em sua decomposição.
Fonte: http://www.estadao.com.br
7. Gerenciamento de Resíduos Sólidos
- Considerações
O avanço tecnológico das últimas
décadas, se, por um lado, possibilitou
conquistas surpreendentes no campo
das ciências, por outro, contribuiu para
o aumento da diversidade de produtos
com componentes e materiais de difícil
degradação e maior toxicidade.
9. Hoje, o lixo eletrônico cresce três
vezes mais que lixo convencional e,
segundo a Organização das Nações
Unidas (ONU), a situação é mais
preocupante nos países emergentes.
Principalmente no Brasil, campeão na
geração de lixo eletrônico por
habitante: meio quilo por ano.
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-da-globo
10. Gerenciamento de Resíduos Sólidos
A geração de resíduos pelas diversas atividades
humanas constitui-se atualmente em um grande
desafio a ser enfrentado pelas administrações
municipais, sobretudo nos grandes centros
urbanos.
11. Apenas na primeira semana de
dezembro de 2012, a Secretaria
Municipal de Limpeza Pública
(Semulsp) já contabiliza acréscimo
de 7% a 10% na quantidade diária
de lixo coletada em toda a cidade –
que hoje gira em torno de três mil
toneladas.
Fonte: http://www.portalamazonia.com.br
12. Gerenciamento de Resíduos Sólidos
É o paradoxo do desenvolvimento cientifico e
tecnológico gerando conflitos com os quais se depara o
homem pós-moderno diante dos graves problemas
sanitários e ambientais advindos de sua própria
criatividade.
Indivíduo x Consumo x Resíduos x Risco na sociedade pós-moderna
13. Gerenciamento de Resíduos Sólidos
Entre os problemas sanitários e ambientais,
situam-se:
1. Aqueles criados pelo descarte inadequado de
resíduos que criaram, e ainda criam, enormes
passivos ambientais, colocando em risco os
recursos naturais e a qualidade de vida das
presentes e futuras gerações;
2. A disposição inadequada desses resíduos
decorrentes da ação de agentes físicos, químicos
ou biológicos, cria condições ambientais
potencialmente perigosas que modificam esses
agentes e propiciam sua disseminação no
ambiente, o que afeta, consequentemente, a
saúde humana.
14. Gerenciamento de Resíduos Sólidos
– Políticas Públicas
Políticas públicas têm sido discutidas e legislações
elaboradas com vistas a garantir o desenvolvimento
sustentável e a preservação da saúde pública;
Essas políticas fundamentam-se em concepções
abrangentes no sentido de estabelecer interfaces
entre a saúde pública e as questões ambientais.
15. Gerenciamento de Resíduos Sólidos
– Políticas Públicas
No Brasil, órgãos como a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária – ANVISA e o
Conselho Nacional do Meio Ambiente -
CONAMA têm assumido o papel de orientar,
definir regras e regular a conduta dos
diferentes agentes, no que se refere à
geração e ao manejo dos resíduos.
16. Gerenciamento de Resíduos Sólidos
- Definições
Na linguagem corrente, o termo lixo é
usualmente utilizado para designar tudo aquilo
que não tem mais utilidade, enquanto resíduo
é mais utilizado para designar sobra (refugo)
do beneficiamento de produtos
industrializados.
17. Gerenciamento de Resíduos Sólidos
- Definições
De acordo com o Dicionário – O ser humano e
o meio ambiente de A a Z (2006), resíduo é o
restante, sobra ou restos de substâncias ou
produto. Também denominado de lixo ou lixo
industrial, depende de sua origem ou
periculosidade.
De acordo com o Dicionário da língua
portuguesa, resíduo é aquilo que resta de
qualquer substância, resto (FERREIRA, 1988).
18. Gerenciamento de Resíduos Sólidos
- Definições
A Organização Mundial da Saúde (OMS) apud
Dicionário – O ser humano e o meio
ambiente de A a Z (2006), define o lixo como
qualquer coisa que seu proprietário não quer
mais e que não possui valor comercial, sendo
descartado pelo mesmo proprietário sem
considerar que grande parte dos resíduos
ainda possui valor.
19. Gerenciamento de Resíduos Sólidos
- Definições
De acordo com o dicionário da língua
portuguesa, lixo é aquilo que se varre de
casa, do jardim, da rua, e se joga fora.
Coisas inúteis, velhas, sem valor
(FERREIRA, 1988).
20. A Resolução Conama n° 005/1993
define resíduos sólidos como:
Conforme a NBR nº 10.004, da Associação
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT -
“Resíduos nos estados sólido e semissólido que
resultam de atividades de origem industrial,
doméstica, hospitalar, comercial, agrícola e de
serviços de varrição...”
21. A Resolução CONAMA n° 005/1993
define resíduos sólidos como:
“...Ficam incluídos nesta definição os lodos
provenientes de sistemas de tratamento de
água, aqueles gerados em equipamentos e
instalações de controle de poluição, bem
como determinados líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou
corpos de água, ou exijam para isso
soluções técnica e economicamente
inviáveis em face à melhor tecnologia
disponível.”
22. De acordo com a definição citada, cabe
salientar que, quando se fala em resíduo
sólido, nem sempre se refere ao seu
estado sólido.
23. Gerenciamento de Resíduos Sólidos
- Classificação
De acordo com IPT/Cempre (2000), os
resíduos sólidos podem ser classificados
de várias formas:
1) Por sua natureza física: seco ou molhado;
2) Por sua composição química: matéria
orgânica e matéria inorgânica;
3) Pelos riscos potenciais ao meio ambiente;
4) Quanto à origem.
24. Gerenciamento de Resíduos Sólidos
- Classificação
As normas e resoluções existentes
classificam os resíduos sólidos em função:
Dos riscos potenciais ao meio
ambiente e à saúde, como também,
em função da natureza e origem.
26. Gerenciamento de Resíduos Sólidos
- Classificação
Com relação aos riscos potenciais ao meio
ambiente e à saúde pública a NBR
10.004/2004 classifica os resíduos sólidos
em duas classes:
classe I e classe II
27. Gerenciamento de Resíduos Sólidos
- Classificação
Os resíduos classe I, denominados como
perigosos, são aqueles que, em função de
suas propriedades físicas, químicas ou
biológicas, podem apresentar riscos à saúde e
ao meio ambiente.
São caracterizados por possuírem uma ou
mais das seguintes propriedades:
Inflamabilidade
Corrosividade
Reatividade
Toxicidade
Patogenicidade
28. Gerenciamento de Resíduos Sólidos
- Classificação
Os resíduos classe II denominados não
perigosos são subdivididos em duas
classes:
classe II-A e classe II-B
29. Gerenciamento de Resíduos Sólidos
- Classificação
Os resíduos classe II-A - não inertes
podem ter as seguintes propriedades:
biodegradabilidade, combustibilidade ou
solubilidade em água.
Os resíduos classe II-B - inertes não
apresentam nenhum de seus constituintes
solubilizados a concentrações superiores
aos padrões de potabilidade de água, com
exceção dos aspectos cor, turbidez, dureza
e sabor.
30. Gerenciamento de Resíduos Sólidos
- Classificação
Com relação a origem, os resíduos sólidos podem
ser classificados em:
- Domiciliar;
- Comercial;
- Varrição e feiras livres;
- Serviços de saúde;
- Portos, aeroportos e terminais rodoviários e
ferroviários;
- Industriais;
- Agrícolas e
- Resíduos de construção civil.
31. Gerenciamento de Resíduos Sólidos -
Classificação
Com relação à responsabilidade pelo
gerenciamento dos resíduos sólidos pode-
se agrupá-los em dois grandes grupos:
• resíduos sólidos urbanos
• resíduos de fontes especiais
32. Gerenciamento de Resíduos Sólidos -
Classificação
O primeiro grupo refere-se aos resíduos
sólidos urbanos, compreendido pelos:
- resíduos domésticos ou residenciais;
- resíduos comerciais;
- resíduos públicos.
33. Gerenciamento de Resíduos Sólidos -
Classificação
O segundo grupo, dos resíduos de fontes
especiais, abrange:
- resíduos industriais;
- resíduos da construção civil;
- rejeitos radioativos;
-resíduos de portos, aeroportos e terminais
rodoferroviários;
- resíduos agrícolas;
- resíduos de serviços de saúde.
34. Quadro 1: classificação dos resíduos sólidos em função de sua origem, assim como, os principais componentes
encontrados.
Fonte: Manual de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
35. Quadro 2: classificação dos resíduos sólidos em função de sua origem, assim como, os principais componentes
encontrados.
Fonte: Manual de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
36. Componentes Biológicos
Muitos são os componentes biológicos
presentes nos resíduos urbanos, entre eles
destacam-se:
Escherichia coli, Klebsiella sp., Enterobacter sp.,
Proteus sp., Staphylococcus sp., Enterococus,
Pseudomonas sp., Bacillus sp., Candida sp., que
pertencem à microbiota normal humana.
37. Componentes Biológicos
O contato dos agentes existentes nos
resíduos sólidos ocorre principalmente
através de vias respiratórias, digestivas e
pela absorção cutânea e mucosa.
As atividades capazes de proporcionar
danos, doença ou morte para os seres
vivos são caracterizadas como atividades
de risco.
38. Risco Ambiental
Risco para o Meio Ambiente é a
probabilidade da ocorrência de efeitos
adversos ao meio ambiente, decorrentes da
ação de agentes físicos, químicos ou
biológicos, causadores de condições
ambientais potencialmente perigosas que
favoreçam a persistência, disseminação e
modificação desses agentes no ambiente.
39. Risco Ambiental - classificação
O risco ambiental, de acordo com Schneider
(2004), é aquele que ocorre no meio
ambiente e pode ser classificado de acordo
com:
O tipo de atividade;
Exposição instantânea, crônica;
Probabilidade de ocorrência;
Severidade;
Reversibilidade;
Visibilidade;
Duração de seus defeitos.
40. Risco Ambiental - avaliação
A avaliação do risco ambiental é uma
ferramenta metodológica essencial para a
execução de uma política de "saúde
ambiental", sendo apropriada para auxiliar a
gestão do risco e subsidiar os órgãos
reguladores na tomada de decisões
(Schneider, 2004: 28).
41. Risco à saúde
Risco à Saúde é a probabilidade da
ocorrência de efeitos adversos à saúde
relacionados com a exposição humana a
agentes físicos, químicos ou biológicos,
em que um indivíduo exposto a um
determinado agente apresente doença,
agravo ou até mesmo morte, dentro de
um período determinado de tempo ou
idade.
42. Referências Bibliográficas
BRAGA, B. et al. Introdução a Engenharia Ambiental – O Desafio do
desenvolvimento sustentável. 2ª Edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2005.
GUERRA, S. Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro: Forense, 2012.
Manual de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde / Ministério da
Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília : Ministério da
Saúde, 2006.
NBR 10004/2004.
Revista Novo Ambiente. Ano 1, Nº 03 – Agosto de 2010.
http://www.portalamazonia.com.br
http://g1.globo.com/jornal-da-globo
http://www.estadao.com.br