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Empresas inadimplentes sobem 9,57
1. Número de empresas com contas em
atraso cresce 9,57% em julho
Para economistas do SPC Brasil, piora do cenário econômico compromete orçamento
das empresas, dificultando o pagamento de compromissos financeiros
O volume de empresas com dívidas atrasadas registrou nova alta no último mês de
julho. De acordo com o indicador calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC
Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a quantidade de
empresas inadimplentes apresentou crescimento de 9,57% em julho de 2015 na
comparação com o mesmo mês do ano passado. Trata-se da maior variação anual do
indicador desde julho de 2013, quando o resultado registrado foi uma alta de
11,28%.
Já na passagem de junho de 2015 para julho do mesmo ano, sem ajuste sazonal,
houve crescimento de 1,78% na quantidade de pessoas jurídicas
inadimplentes. Além do aumento no número de empresas inadimplentes, houve
também alta da quantidade de dívidas em atraso em nome de pessoas
jurídicas: 9,83% a mais em julho deste ano, em relação a julho do ano passado.
Na comparação mensal, isto é, entre julho de 2015 e junho do mesmo ano, o
número de empresas com dívidas vencidas mais recentemente – atrasadas no
período de até 90 dias – apresentaram crescimento de 11,83%. Na opinião dos
economistas do SPC Brasil, o dado demonstra que nos últimos meses os empresários
brasileiros passaram a enfrentar um cenário mais adverso para o pagamento de suas
pendências.
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, esclarece que a dificuldade dos
empresários em manter os compromissos financeiros em dia está relacionada à atual
conjuntura econômica de baixo crescimento, quedas da produção industrial, além de
inflação e juros em patamares elevados. "O resultado reflete o cenário econômico
adverso de menor dinamismo da economia e maior restrição ao crédito, fatores que
afetam a capacidade de pagamento tanto das famílias como das empresas", explica
a economista.
2. Comércio concentra quase a metade das dívidas não pagas
No mês de julho, todos os ramos da economia apresentaram crescimento no número
de empresas inadimplentes. A abertura do indicador por segmento revela que o setor
de serviços, composto principalmente por bancos e financeiras, foi o que apresentou
maior crescimento: alta de 14,11% na comparação entre julho de 2015 contra o
mesmo mês do ano passado. A segunda maior alta ficou por conta das indústrias
(10,24%), seguida pelos comerciantes (8,75%) e também pelas empresas que
formam o ramo da agricultura (7,06%).
O setor do comércio concentra sozinho quase a metade (49,38%) do total de
empresas devedoras. Dentre os setores credores, ou seja, aqueles que deixaram de
receber os valores que lhes são devidos, o segmento de serviços, que engloba
bancos e financeiras – instituições responsáveis por conceder empréstimos e linhas
de financiamento -, é quem mais se destaca, concentrando 70,58% de todas as
dívidas de pessoa jurídica no Brasil.
Sudeste lidera inadimplência
O Sudeste, responsável pela principal fatia do PIB nacional, é a região que concentra
a maior parte das pessoas jurídicas inadimplentes (45,41%), seguido pelo Nordeste
(19,80%) e pelo Sul (17,12%). Os economistas do SPC Brasil esclarecem que a
posição de destaque do Nordeste no ranking da inadimplência das empresas se
explica, em parte, pelo fato de a região ter crescido de modo muito acelerado nos
últimos anos, com muitas empresas lidando ainda recentemente com os novos
instrumentos de financiamento.
O maior crescimento no número de empresas inadimplentes também foi registrado
pelo Sudeste, onde a quantidade de devedores aumentou 14,40%, seguido pelo
Centro-Oeste, cuja alta anual foi de 12,54%. O avanço menos expressivo ficou por
conta do Sul, cuja variação apresentada no período foi de 7,03%. As regiões
Nordeste e Norte apresentaram crescimento de 11,52% e 8,90%, respectivamente,
na quantidade de empresas que não honraram compromissos financeiros.
3. Metodologia
Os indicadores de inadimplência das empresas sumarizam todas as informações
disponíveis nas bases de dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). A
abrangência é nacional, com informações de capitais e interior de todos os 26
estados da federação, além do Distrito Federal.
Acesse a série histórica clicando em “baixar arquivos” no link
https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos
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