Tradução para o português do Relatório do Estado do Voluntariado no Mundo da ONu, realizado por 20 voluntários online do www.voluntariosonline.org.br. Tive a honra de participar da consulta para a elaboração do relatório, representando o Brasil.
Tecnologia e Mídias Sociais para Mudanças sociais português
Relatório Mundial sobre Voluntariado
1. Relatório do Estado do Voluntariado no Mundo
Valores universais para o bem-estar global 2011
Voluntários das Nações Unidas, 2011
Publicado por: Voluntariado das Nações Unidas (VNU)
Traduzido por: Prime Production, Reino Unido
Design por: Baseline Arts, Reino Unido
Editado por: Phoenix Design Aid, Dinamarca
Esse relatório está disponível em árabe, inglês, francês e espanhol.
Para dispor de uma cópia, visite: https://unp.un.org/
Uma permissão é requerida para reproduzir qualquer parte dessa publicação.
2. Equipe responsável pelo Relatório do Estado do Voluntariado no Mundo
Escritor Sênior: Robert Leigh
Equipe de pesquisadores e escritores: David Horton Smith (Pesquisador Sênior),
Cornelia Giesing, María José León, Debbie Haski-Leventhal, Benjamin J. Lough, Jacob
Mwathi Mati, Sabine Strassburg
Editor: Paul Hockenos
Gerente de Projeto: Aygen Aytac
Especialista em Comunicação: Lothar Mikulla
Equipe de suporte administrativo: Vera Chrobok, Johannes Bullmann
Editor: Paul Hockenos
As análises e a orientação política desse relatório não refletem necessariamente as
visões do programa de desenvolvimento das Nações Unidas. A pesquisa e escrita
foram fruto de um esforço colaborativo da equipe responsável pelo Relatório da
Situação do Voluntariado Mundial e um grupo de notáveis consultores liderados por
Flavia Pansieri, coordenadora executiva, do Programa de Voluntariado das Nações
Unidas.
Citações de nomes de marcas ou processos comerciais não são de nossa
responsabilidade.
3. Prólogo avançou no conceito de desenvolvimento
humano, expandindo as escolhas e as
O voluntariado ocorre em qualquer sociedade liberdades das pessoas, e melhorando a
no mundo. Os termos que o definem e as expectativa e a qualidade de vida, dando-lhes
formas de sua expressão podem variar de oportunidades para serem educadas e
acordo com a língua e cultura, mas os valores aproveitarem um bom padrão de vida. Como os
que o dirigem são comuns e universais: um relatórios do desenvolvimento humano vêm
desejo de contribuir para o bem comum por mostrando, desenvolvimento não pode ser
escolha própria em um espírito de apenas medido com o PIB per capta, mas
solidariedade, sem esperar remunerações também pela extensão de quanto as escolhas
materiais. das pessoas se expandiram e pelo crescimento
da qualidade de vida.
Voluntários são movidos por valores como a
justiça, a igualdade e a liberdade, como O conceito de desenvolvimento humano coloca
também expresso na declaração das Nações as pessoas exatamente no centro do
Unidas. Uma sociedade que oferece assistência desenvolvimento. O relatório dos Voluntários
e encoraja vários modos de voluntariado das Nações Unidas também adota esse
também seria apta a promover o bem-estar de conceito, reconhecendo a importância da
seus cidadãos. Uma sociedade que falha em realização imaterial para o bem-estar individual
reconhecer e facilitar as contribuições e social. Melhorias materiais – saúde, educação
voluntárias priva-se de avanços para atingir o e trabalhos apropriados – continuam
bem-estar social. essenciais; porém, também vital é a
participação e a cidadania ativa das quais os
Na proclamação do ano internacional dos
voluntários são fortemente expressivos.
voluntários dez anos atrás, a comunidade
internacional reconheceu as contribuições O relatório do desenvolvimento humano global
essenciais que voluntários fizeram para o de 2010 declarou: “colocar as pessoas no
progresso, a harmonia e a resiliência (a centro do desenvolvimento significa progredir
capacidade da pessoa se sobrepor e se com justiça e com uma forte base, capacitando
construir positivamente frente às adversidades) pessoas a serem participantes ativas nas
das comunidades e nações. Agora, que lutamos mudanças.” O relatório dos Voluntários das
para acelerar o progresso a fim de atingir as Nações Unidas mostra que o voluntariado é
Metas do Milênio para 2015, as ações de uma maneira efetiva para construir
voluntários nem sempre são contabilizadas nas capacidades nas pessoas em todas as
estratégias de desenvolvimento e algumas sociedades e em todos os níveis.
vezes ficam nas margens do debate do
crescimento qualitativo. No PNUD, acreditamos no suporte para os
países construírem suas instituições,
O programa dos voluntários das Nações Unidas capacidades e políticas que se dirigirão a
tomou a iniciativa de incumbir-se desse mudanças transformadoras. Para serem
primeiro relatório em voluntariado como uma efetivas, políticas precisam tratar de mudanças
maneira de marcar o décimo aniversário do ano profundas. A ação das comunidades pode
internacional do voluntariado, enfatizando o ajudar a atingir essa meta.
potencial ainda não totalmente explorado dos
voluntários. O relatório mostra que a atual Esse relatório deve provocar uma discussão e
estrutura do desenvolvimento é incompleta se promover um melhor entendimento com
omitir as contribuições voluntárias. contribuições do voluntariado para a paz e o
desenvolvimento.
Nas últimas duas décadas, o Programa de
Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) Helen Clark - Administradora, Programa de
Desenvolvimento das Nações Unidas.
4. Prefácio
O foco desse relatório está nos valores universais que motivam pessoas mundo a fora a serem voluntárias
para o bem comum e no impacto do voluntariado nas sociedades e nos indivíduos. Acreditamos no poder
do voluntariado para promover cooperação, encorajar participação e na contribuição do bem-estar do
indivíduo e da sociedade como um todo.
O voluntariado foi reconhecido como um importante fator para o desenvolvimento dez anos atrás, em
2001, quando 126 membros da Organização das Nações Unidas asseguraram uma resolução geral na
assembleia no final do ano internacional do voluntariado. Essa resolução proporcionou inúmeras políticas
de recomendação para os governos, para as Nações Unidas, Organizações Não Governamentais e outros
organismos para promover e dar suporte ao voluntariado.
Desde então, progressos encorajadores estão sendo feitos através da implementação de algumas dessas
recomendações. Ao mesmo tempo, enquanto fazemos o décimo aniversário do ano internacional do
voluntariado, apenas uma parte dos trabalhos voluntários são reconhecidos. É mais uma reflexão tardia do
que um componente de programas para promover a cidadania e o bem-estar social.
Com esse relatório, esperamos o reconhecimento do voluntariado como um componente essencial para a
sustentação e um justo progresso das comunidades e nações. Com uma rápida mudança no meio social, o
voluntariado torna-se uma constante. Suas formas de expressão podem variar, mas os valores centrais de
solidariedade e engajamento em seu âmago se mantêm fortes e universais. Encontram-se em todas as
culturas e sociedades e são expressões verdadeiras da nossa humanidade.
Está crescendo o reconhecimento da necessidade de mudar nossa produção insustentável e nossos
padrões de consumo. Isso requer vontade política e apoio e adesão dos cidadãos. Voluntariado não é o
remédio para todos os males, porém, é um componente essencial de qualquer estratégia que reconhece
que progresso não pode ser medido por retorno financeiro e que os indivíduos não são motivados por
interesses próprios mas também pelos seus valores e convicções.
Nos capítulos que se seguem, providenciamos numerosos exemplos que demonstram como podem
ocorrer mudanças significativas através das experiências e das produções voluntárias. Mostramos porque
voluntariado é crucial para o desenvolvimento humano. Mais importante, argumentamos que uma
verdadeira sociedade precisa se basear nos valores da confiança, solidariedade e respeito mutuo, o que
inspira todos os voluntários.
Preparando esse primeiro relatório das Nações Unidas sobre voluntariado, listamos várias definições e
metodologias. Estamos cientes de que é preciso promover mais estudos e pesquisas para um melhor
entendimento da natureza dessa expressão humana que é o cuidado e o zelo para com o outro. Esse
relatório representa o começo para um debate maior; não possui uma resposta definitiva. Nos próximos
anos, pretendemos aprofundar nossos conhecimentos sobre as motivações, valores, impactos e extensões
do voluntariado em todo o mundo.
Flavia Pansieri
Coordenadora executiva, Programa de Voluntariado das Nações Unidas
5. Agradecimentos
Esse relatório é o resultado de um verdadeiro esforço conjunto. Sinceros agradecimentos do VNU àqueles
que contribuíram com seu tempo, conhecimento e experiência. E, como convém a um relatório sobre
voluntariado, a maioria das contribuições são voluntárias, preparado por um grupo central, coordenado
pelo gerente do projeto Aygen Aytac orientado e, supervisionado pela Flavia Pansieri, coordenadora
executiva do Voluntários das Nações Unidas (VNU). O time de pesquisa e escrita, liderado pelo escritor
sênior Robert Leigh, junto ao fundador da ARNOVA, David Horton Smith, da Faculdade de Boston,
Benjamin J. Lough da Universidade de Illinois, Jacob Mwathi Mati da universidade de Witwatersrand,
Debbie Haski-Leventhal da Universidade de Macquarie, e consultores independentes como María José
León, Cornelia Giesing e Sabine Strassburg. O projeto e o suporte administrativo foi provido por Vera
Chrobok e Johannes Bullmann. Lothar Mikulla liderou as atividades de comunicação e advocacia e Paul
Hockenos editou o relatório. Os agradecimentos também vão a Shubh Chakraborty pela sugestão do
design da capa.
Um conselho técnico foi ativamente envolvido apontando os problemas e esboçando seu conteúdo.
Agradecemos aos membros do conselho técnico: Jeffrey Brudney, Anabel Cruz, Lev Jakobson, Amany
Kandil, Thierno Kane, Jeni Klugman, Lucas Meijs, Maureen Nakirunda, Justin Davis Smith and Rajesh
Tandon.
O conselho superior contribuiu com sua visão ampla e ajudou na contextualização do relatório.
Agradecemos aos membros desse quadro por providenciar um inestimável discernimento e sugestões:
Soukeyna Ndiaye Ba, Liz Burns, Marian Harkin, Bruce Jenks, Rima Khalaf, Bernardo Kliksberg, Justin
Koutaba, Miria Matembe, Taimalieutu Kiwi Tamasese e Erna Witoelar.
Um grupo interno de leitores dos Voluntários das Nações Unidas junto aos administradores e ao grupo
técnico foram estabelecidos para tecer comentários do esboço do relatório. Este melhorou muito com suas
sugestões e conselhos. Queremos agradecer: Kwabena Asante-Ntiamoah, Mahamane Baby, Manon
Bernier, Elise Bouvet, Mae Chao, Simona Costanzo-Sow, Peter Devereux, Olga Devyatkin, Francesco
Galtieri, Kevin Gilroy, Naheed Haque, Moraig Henderson, Ibrahim Hussein, Ghulam Isaczai, Allen Jennings,
Tapiwa Kamuruko, Donna Keher, Svend Amdi Madsen, Yvonne Maharoof, Robert Palmer, Jan Snoeks,
Robert Toe, Marco van der Ree, Oliver Wittershagen, Kawtar Zerouali e Veronique Zidi-Aporeigah. Um
grupo interno também deu auxílio: obrigado para Alba Candel Pau, Fabienne Copin, Romain Desclous,
Rafael Martínez, Marguerite Minani e Amina Said.
Os Voluntários das Nações Unidas divulgaram dezenove trabalhos de segundo plano em edições temáticas
relacionados ao voluntariado e sete trabalhos regionais. Queremos agradecer àqueles que nos proveram
6. de dados e informações ricas: Jody Aked, Emmanuel Asomba, Denise
Bortree, Carol Carter, Kathryn Dinh, Christopher Einolf, Sharon Eng, Snezana Green, Jürgen Grotz, Celayne
Healon-Shrestha, Nicole A. Hofmann, Benedict Iheme, Osama Kadi, Alina Meyer, Kimberly Ochs, René
Olate, John Robinson, Sigfrido Romeo, Lester Salamon, David H. Smith, Lars Svedberg, Rajesh Tandon,
Rebecca Tiessen e Ying Xu (para ver a lista completa de trabalhos divulgados, veja a bibliografia).
Na preparação deste relatório, nove encontros consultivos aconteceram entre outubro de 2010 e fevereiro
de 2011 para tomarmos um pouco de conhecimento sobre pesquisadores de trabalho voluntário;
acadêmicos, líderes da sociedade civil e profissionais liberais que trabalham pelo desenvolvimento em
todo o mundo discutiram ações e temas ligados ao voluntariado. Esses encontros incluíram a sociedade
civil na Alemanha e em outros países na América Latina, América do Norte, Europa ocidental e oriental,
centro-leste e norte da África, ex-colônias francesas e inglesas na África e na região do pacífico da Ásia.
Agradecemos todos os participantes por dividirem suas valiosas experiências, sugestões, estudos regionais
e suas próprias pesquisas. Também queremos agradecer universidades e organizações conveniadas por dar
suporte na participação de seus membros em nossos encontros (veja lista completa dos encontros
consultivos e dos participantes nas próximas páginas)
Os escritórios de representação do PNUD na Turquia, Senegal, Quênia, Tailândia e Argentina, e do
escritório do VNU em Nova York apoiou a organização de reuniões de consulta regionais. A Comisión
Cascos Blancos (Comissão dos Capacetes Brancos) da Argentina e o instituto de pesquisas TUSSIDE da
Turquia deu apoio a organização de reuniões em Buenos Aires e em Istambul respectivamente. A reunião
de consulta multi-regional na Turquia foi financiada pela Comissão Europeia. Estamos gratos pelo apoio
financeiro.
Os Grupos envolvidos com o PNUD geraram uma gama de idéias e exemplos úteis através discussões
online sobre vários temas relacionados com o voluntariado. Os Grupos relacionados com Gênero, Redução
do Risco de Desastres, HIV / AIDS, Meio Ambiente, e Prevenção de Conflitos e Recuperação merecem
menção especial.
Os dados e as estatísticas utilizadas neste relatório desenham significativamente nas bases de dados de
outras organizações para que foram autorizados generoso acesso. Neste contexto, gostaríamos de
agradecer Richard Harrison, diretor de pesquisa da Charities Aid Foundation, em Londres, e Andrew Rzepa
do GALLUP por nos dar esse acesso.
Durante o curso do projecto, um número de estagiários dedicados apoiaram a nossa equipe: Collins
Fomukong Abie, Abdalhadi Alijla,Bárbara Bécares Castaño, Bowen Cao,Piyush Dhawan, Geline Alfred Fuko,
Carly Garonne, Miles Hookey, Ika RiniIndrawati, AuroraGomez Jimenez, Aivis Klavinskis, Parul Lihla,Amrita
7. Manocha, Evgenia Mitroliou, Hiromi Morikawa, Victor Bakhoya Nyange,
Valentina Primo, Liam Puzzi and Rafael Tahan.
O relatório também se beneficiou do apoio de vários voluntários on-line de todo o
mundo: Frank Brockmeier, Jorge Carvajal, Audrey Desmet, Arit Eminue, Camilla Eriksson, Monica Figueroa,
Sophie Guo, Carolina Henriques,Ali Hentati, Jae Hyeon Park, Ahsan Ijaz, Syed Ijaz, Hussain Shah, Marina
Jousse, Wenni Lee, Natalia Markitan, Leire Martinez Arribas, Lucia Martinkova, Luana Mulugheta, Saki
Nagamone,Joanna Pilch, Montasir Rahman, Mara Romiti, Britta Sadoun, Christopher Sam,Divya Sharma,
Feiru Tang, Aneliya Valkova e Jennifer Walsh.
A APA Journals nos deu apoio contínuo com informação no estilo APA, utilizado nas referências deste
relatório.
O VNU gostaria de agradecer a todos os contribuintes.
8. Contribuições
Soukeyna Ndiaye Ba - Direção Executiva,
Rede Internacional de Instituições Financeiras Alternativas, Dakar, Senegal
Elizabeth Burns - Presidente do Former World, Associação Internacional de Esforços Voluntários (IAVE),
Reino Unido
Marian Harkin - Membro Independente do
Parlamento Europeu, Irlanda
Bruce Jenks - Membro Sênior Não- residente,
Universidade de Harvard, Estados Unidos
Rima Khalaf - Secretário Executivo, Comissão Econômica e Social para a África Ocidental, Beirute, Líbano
Bernardo Kliksberg - Consultor Sênior para o Director do Gabinete para Políticas de Desenvolvimento,
PNUD, Argentina
Justin Koutaba - Professor de Filosofia, Universidade de Ouagadougou, Burkina Faso
Miriam Matembe - Fundador e membro do conselho, Centro para as mulheres na governança, Kampala,
Uganda
Taimalieutu Tamasese Kiwi – Coordenador da Seção do Pacífico, Centro da Família, Nova Zelândia
Erna Witoelar - Presidente, Consórcio de Filantropia Ásia-Pacífico, Indonésia
Membros de Conselheiros técnicos
Jeffrey Brudney – Ocupa a cadeira Albert A. Levin de Estudos Urbanos e Serviço Público, Faculdade Levin
de Assuntos Urbanos, Universidade do Estado de Cleveland, Estados Unidos
Anabel Cruz – Diretor, Instituto de Comunicação e Desenvolvimento, Montevidéu, Uruguai
Lev Jakobson – Primeiro Vice-Reitor, Escola Superior de Economia, Universidade Estadual, Moscou, Rússia
Amany Kandil – Diretor Executivo, Rede Árabe para ONGs, Cairo, Egito
Thierno Kane – Ex-Diretor, Divisão de Organizações da Sociedade Civil PNUD, Dakar, Senegal
Jeni Klugmann – Ex-Diretor, Escritório de Relatórios de Desenvolvimento Humano do PNUD, Nova York,
Estados Unidos
Lucas Meijs – Professor, Escola de Gestão de Rotterdam na Universidade Erasmus, Rotterdam, Holanda
Maureen Nakirunda – Assistente de Pesquisas, Centro de Pesquisa Básica, Kampala, Uganda
Justin Davis Smith – Chefe Executivo, Voluntariado Inglaterra, Londres, Reino Unido
Rajesh Tandon – Presidente, Sociedade de Pesquisa Participativa na Ásia, Nova Deli, Índia
9. Reuniões de Consulta
Reunião de Consulta Multi-Regional
(Europa Ocidental, Europa Oriental / CEI, Oriente Médio e Norte da África), Turquia, 29-30 outubro 2010
Europa Ocidental
Cliff Allum (CEO, Skillshare International, Reino Unido); Aurélie Beaujolais (Coordenador, Comité de Ligação
de ONGs e Voluntário, França); Rene Bekkers (Professor adjunto, Departamento de Estudos Filantrópicas,
VU Universidade de Amsterdã,Holanda); Steffen Bethmann (Pesquisador, Centro para estudos
filantrópicos, Universidade de Basel, Suíça); Thilo Boeck (Assistente de pesquisas Sênior, Centro de Ação
Social, Universidade De Montfort, Escola de Ciências Sociais Aplicadas, Reino Unido); Angeliki Boura
(Assessor Especial do Secretário-Geral da Juventude, Secretaria da Juventude, Grécia); Matthew Hill
(Pesquisador, Instituto de Pesquisa Voluntariado, Reino Unido); Lesley Hustinx (Professor Assistente do
Departamento de Sociologia, Universidade de Ghent, Bélgica); Liz Lipscomb (Chefe de Pesquisa, Charities
Aid Foundation, Reino Unido); Deirdre Murray (Diretor, Comhlámh, participando em nome do
FORUM,Irlanda); Colin Rochester (Pesquisador Sênior, Centro para o Estudo do voluntariado e ativista
comunitário, Universidade de Roehampton, Reino Unido); Boguslawa Sardinha (Professor adjunto, Escola
Superior de Ciências Empresariais, Instituto Politécnico de Setubal, Portugal); Lars Svedberg
(Professor/Diretor de Pesquisas,Instituto de Estudos da Sociedade Civil, Universidade Ersta Sköndal,
Suécia); Agnes Uhereczky (Diretor, Associação de Organizações de Serviço Voluntário, Bélgica); Annette
Zimmer (Diretor, Instituto de Ciências Políticas, Universidade de Münster, Alemanha).
Leste Europeu/CEI
Indrė Balčaitė (Analista, Instituto de Administração de Políticas Públicas, Lituânia); Galina Bodrenkova
(Fundador e Presidente da Casa de Caridade de Moscou / Representante Nacional da IAVE na Rússia);
Astrit Istrefi (Coordenador de Projetos, Saferworld, Kosovo (Sérvia)); Nikica Kusinikova (Diretor Executivo,
Konekt, a Antiga República Iugoslava da Macedónia); Anna Mazgal (Diretor Internacional, Federação
Nacional de ONGs polonesas, Polônia); Ferdinand Nikolla (Diretor Executivo, Fórum de Iniciativas Cívicas,
Kosovo (Sérvia)); Miroslav Pospisil (Director, Centro para a pesquisas do Terceiro Setor, República Tcheca);
Steve Powell (Presidente e Pesquisador Sênior, proMente, Bósnia e Herzegovina); Lejla Sehic Relic
(Gerente, Volonterski Centar Osijek, Croácia); Kuba Wygnanski (Expert, KLON/JAWOR Association,
Associação, para a Investigação Social e Inovação de Estaleiro, na Polônia); Igor Germanovich Zakharov
(Webmaster Consultor, Sozidanie Foundation, Federação Russa); Elena Zakharova (Diretor Executivo,
Sozidanie Foundation, Federação Russa).
Oriente Médio e Norte da África
Hadeel Al-Ali (Diretor, Comissão da Juventude Voluntária da Síria); Khalid S. Al-Ghamdi( (Organização sem
fins lucrativos) Consultor de Tecnologia e Pesquisador, MEDAD Center, Centro Internacional dePesquisas e
Estudos, Arábia Saudita); Rana Al Hariri (Programa de Assistente, Federação Internacional das Sociedades
da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, Líbano); Abdel Rahim Belal (Diretor, Fundação Friedrich Ebert,
Sudão); Farah Cherif D’Ouezzan (Fundador da Associação Thaqafat, fundador e diretor do Centro de
Aprendizagem Cruz Cultural, Marrocos);Hür Güldü (Coordenador, Primeiro-Ministro Organização de
Planejamento Estatal, Centro de Programas de Educação e Juventude para a UE, Agência Nacional,
Turquia); Osama Kadi (Co-fundador e presidente, Centro sírio de Estudos Políticos e Estratégicos, Estados
Unidos); Salma Kahale (Executivo Sênior de Assistência, projetos e iniciativas Escritório da Primeira-Dama,
Síria); Najwa Kallas (Programa associado na Agenda dos Projetos da Juventude da Primeira- Dama, Síria);
Hagai Katz (Diretor, Centro israelita de Pesquisa do Terceiro Setor, Universidade Ben-Gurion do Negev,
Israel).
10. Reunião de Consulta da Sociedade Civil, Alemanha
Stefan Agerhem (Diretor Sênior, Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente
Vermelho /Cruz Vermelha Sueca); Ibrahim Betil (Presidente, TOG – Voluntários da Comunidade, Turquia);
Elizabeth Burns (Ex-Presidente Mundial da Associação Internacional de Esforços Voluntários, Reino Unido);
Jacqueline Butcher-Rivas (Presidente, CEMEFI, Centro de Filantropia Mexicano, México); Mei Cobb (Vice-
Presidente, Voluntários e Funcionários Engajados, United Way Worldwide, Estados Unidos); Kate Cotton
(Coordenador do Voluntariado Nacional, Serviço Voluntário Além-mar, Reino Unido); Philippe Fragnier
(Unidade de Conhecimento de Gestão do Programa de Voluntariado Uniterra, CECI e WUSC, Canadá);
Tuesday Gichuki (Diretor Executivo, NAVNET, Quênia); Rosemary Hindle (Executivo de Desenvolvimento -
Relações Exteriores, Associação Mundial de Guias e Escoteiras Femininas, Bélgica); Jeffery Huffines
(Representante das Nações Unidas, CIVICUS,Estados Unidos); Viola Krebs (Fundador e Diretor Executivo,
ICVolunteers, Suíça); Eva Mysliwiec (Fundador e Diretor Executivo,Juventude Estrela do Camboja); Mike
Naftali (Fundador e Presidente, Brit Olam (Voluntariado e Desenvolvimento Internacional / Conselho
Nacional de Voluntarismo, Israel); Kumi Naidoo (Diretor Executivo, Greenpeace Internacional, Holanda);
Cary Pedicini (CEO, Voluntariado da Austrália, Austrália); Taimalieutu Kiwi Tamasese( Coodenador da Seção
do Pacífico, Centro da família, Nova Zelândia); Francesco Volpini (Diretor, Coordenação do Comitê para o
Serviço Voluntário Internacional, França); Saâd Zian (Diretor de Desenvolvimento Voluntário,Organização
Mundial do Movimento Escoteiro, Suíça).
Reunião de Consulta Regional da América do Norte
Douglas Baer (Professor, Departamento de Sociologia, Universidade de Victoria, Canadá); Thomasina
Borkman (Professor de Sociologia Emérita, Universidade George Mason, Estados Unidos); Jeffrey Brudney
(Ocupa a cadeira Albert A. Levin nos Estudos Urbanos e Serviço Público, Faculdade Levin de Assuntos
Urbanos, Universidade do Estado de Cleveland, Estados Unidos); Carol Carter (Consultor Principal,
Consultoria IVA, Estados Unidos); Lilian Chatterjee (Diretoria Geral,Consultas e Alcances, Políticas de
Estratégia e Desempenho no ramo, Agência Internacional de Desenvolvimento Canadense, Canadá); Ernest
Gilmer Clary (Professor, Departamento de Psicologia, Faculdade de St. Catherine, Estados Unidos); Ram A.
Cnaan (Presidente ARNOVA, Professor e Reitor Associado Sênior, Universidade da Pensilvânia, Estados
Unidos); Kathleen Dennis (Diretora Executiva, Associação Internacional do Esforço Voluntário,Estados
Unidos); Christopher J. Einolf (Professor Assistente, Escola de Serviço Público, Universidade DePaul,
Estados Unidos); Susan J. Ellis (Presidente, Energize Inc.,Estados Unidos); Barney Ellis-Perry (Conselheiro
Estratégico, Voluntariado de Vancouver /Escritório de Estratégias Exteriores, Universidade British
Columbia, Canadá); Megan Haddock (Coordenação de Pesquisas para Projetos Internacionais, Centro para
Estudos da Sociedade Civil, Universidade Johns Hopkins,Estados Unidos); Michael H. Hall (Reitor,
Estratégias de Impacto Social, Canadá); Femida Handy (Professor, Escola de Políticas e Práticas Sociais,
Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos); David Lasby (Pesquisador Associado Sênior, Imagine Canadá,
Canadá); Nancy Macduff (Treinadora e Consultora, Macduff/Bunt Associates, Faculdade, Universidade do
Estado de Portland, Estados Unidos); Julie Fisher Melton (Associado, Escritório do Programa Aposentado,
Fundação Kettering, Estados Unidos); Brandee Menoher (Diretor de Avaliação/Grau de Performance,
Instituto Pontos de Luz, Estados Unidos); Rick Montpelier (Especialista em Operações e Programas, Corpo
da Paz, Estados Unidos); Danny Pelletier (Diretor de Programas e Parcerias, CUSO-VSO, Canadá); Victor
Pestoff (Professor Convidado, Instituto de Estudos da Sociedade Civil, Universidade Ersta Skondal, Suécia);
Jack Quarter (Professor e Diretor, Centro de Economia Social, Universidade de Toronto, Canadá); David Ray
(Chefe de estratégia e políticas públicas, Instituto Pontos de Luz, Estados Unidos); Sarah Jane Rehnborg
(Direção Associada para Planejamento e Desenvolvimento, RGK Centro de Filantropia e Serviço
11. Comunitário, LBJ Escola de Assuntos Públicos, Universidade do Texas,
Estados Unidos); Lester Salamon (Diretor, Centro de Estudos da Sociedade Civil, Universidade Johns
Hopkins, Estados Unidos); Sarah Saso (Direção, Relações Comunitárias, Companhia Financeira Manulife,
Canadá); Elizabeth Specht (Direção Executiva, Voluntários de Richmond, Canadá); Robert A. Stebbins
(Professor, Departamento de Sociologia, Universidade de Calgary, Canadá); Richard A. Sundeen (Professor
Emérito, Escola de Política, Planejamento e Desenvolvimento, Universidade do Sul da Califórnia, Estados
Unidos); John Wilson (Professor Emérito, Departamento de Sociologia, Universidade Duke, Estados
Unidos).
Reunião de Consulta Regional África francófona, Senegal
Ibrahim Ag Nock (Coordenador Nacional,Centro para a Promoção Nacional do Voluntariado para a Paz e
Desenvolvimento, Mali); Gustave Assah (Presidente, Comissão Cívica para África, Projeto OSC/PNUD,
Benin); Kossi Ayeh (Secretário Geral, Frères Agriculteurs et Artisans pour le Développement, Togo); Thierno
Kane (Ex-Diretor, PNUD Divisão para a Sociedade Civil, e Membro, Quadro de Conselheiros técnicos
UNV/SWVR, Senegal); Flavien Munzuluba Kinier (Secretário Nacional do Voluntariado, Ministério do
Planejamento, República Democrática do Congo); Zélia Leite Rodrigues (Diretor, Programa Nacional de
Voluntários, Cabo Verde); Ibrahim Patingde Alassane Ouedraogo (Diretor - Geral, Programa Nacional de
Voluntários Burkina Faso); Benoit Ouoba (Secretário Executivo, Tin Tua, Burkina Faso); Rodolphe Soh
(Diretor de Protecção Social para Pessoas com Deficiência e Pessoas mais velhas,
Ministério dos Assuntos Sociais, Camarões); Saadé Souleye (Ex-Ministro de Planejamento e
Desenvolvimento Regional e Desenvolvimento Comunitário, Níger); Papa Birama Thiam (Diretor,
Assistência Técnica, Senegal).
Reunião de Consulta Regional África anglófona, Quênia
Raymonde Agossou (Chefe da Divisão de RH e Desenvolvimento da Juventude, da Comissão da União
Africana, Etiópia); Fatma Alloo (Fundador, Associação da Tanzânia de Mídia da Mulher, Tanzânia); Salmina
E. Jobe (Coordenador Nacional, Centro de Projeto Nacional de Serviços Voluntários, Gâmbia); Eve
Lwembe-Mungai (Assessor de Desenvolvimento Voluntário, VSO Jitolee, Quênia); Winnie Mitullah
(Professor Pesquisador Associado, Universidade de Nairobi, Quênia); Esther Mwaura-Muiru (Coordenador
Nacional, GROOTS Kenya, Quênia); Dieudonné Nikiema (Especialista em Capacitação, da Comissão
CEDEAO, Nigéria); Frances Birungi Odong (Diretor de Programas, UCOBAC, Uganda); Morena J. Rankopo
(Conferencista,Coordenador de RSU, da Universidade de Botswana, Botswana); Murindwa Rutanga
(Professor, Universidade Makerere /CODESRIA Representante, Uganda); Joyce Shaidi (Diretor,
Departamento de Desenvolvimento do Jovem, Ministério da Informação, Cultura, Juventude e Desporto,
Tanzânia); Benon Webare (Consultor, Desenvolvimento Profissional de Consultores Internacionais,
Uganda); Susan Wilkinson-Maposa (Consultoria, África do Sul).
Reunião de Consulta Regional Ásia-Pacífico, Tailândia
Vinya Ariyaratne (Secretário Geral, Movimento Sarvodaya Shramadana, Sri Lanka); Tim Burns (Diretor
Executivo, Voluntariado Nova Zelândia, Nova Zelândia); Kin-Man Chan (Diretor do Centro de Estudos da
Sociedade Civil / Professor Adjunto de Sociologia, da Universidade Chinesa de Hong Kong, China); Kathryn
Dinh (Consultor de Desenvolvimento Internacional, na Austrália); Yashavantha Dongre (Professor,
Coordenador de Projetos em Terceiro Setor da Universidade de Mysore, na Índia); Debbie Haski-Leventhal
(Professor Sênior, Escola de Graduação em Gestão Macquarie, Universidade Macquarie, Austrália);
Chulhee Kang (Professor, Escola da Previdência Social, Universidade Yonsei, República da
Coréia); Kang-Hyun Lee (Presidente, Associação Internacional de Esforços Voluntários, República da
12. Coréia); Corazon Macaraig (Chefe do Escritório de Serviço Voluntário,
Agência de Coordenação em Serviço Voluntário Nacional, Filipinas); Phra Win Mektripop (Comissão, Rede
do Espírito Voluntário, Tailândia); Malanon Nuntinee (Secretaria, Centro Voluntário, Universidade
Thammasat, Tailândia); Pooran Chandra Pandey (Diretor, Times Foundation, Times Group, da Índia); Rajesh
Tandon (Presidente, Sociedade de Pesquisa Participativa na Ásia, Índia); Erna Witoelar (Presidente,
Consórcio de Filantropia Ásia-Pacífico, Indonésia); Naoto Yamauchi (Professor de Economia Pública, Escola
de Osaka de Políticas Públicas Internacionais, Universidade de Osaka, Japão); Zhibin Zhang (Professor
Assistente, Universidade Tecnológica Nanyang, Cingapura).
Reunião de Consulta Regional América Latina, Argentina
Bruno Ayres (Diretor, Redes V2V, Brazil); Analía Bettoni Schafer (Coordenação de Área de Projeto, Instituto
de Comunicação e Desenvolvimento, Uruguai); Fernanda Bornhausen Sá (Presidente, Instituto Voluntários
em Ação, Brasil); Jacqueline Butcher-Rivas (Membro do Conselho, CEMEFI, México); Laura Carizzoni
(Assistente, Comissão dos Capacetes Brancos, Argentina); Geovanna Collaguazo (Voluntário e Coordenador
Nacional da Juventude, Cruz Vermelha, Equador); Gabriel Marcelo Fuks (Presidente, Comissão dos
Capacetes Brancos, Argentina); Marcela Jiménez de la Jara (Conselheiro Sênior, Centro de Estudos da
Sociedade Civil, Universidade Johns Hopkins, Estados Unidos); Mariana Lomé (Coordenação, Programa de
Graduação de Organizações sem fins lucrativos, da Universidade de San Andrés, CEDES, Argentina); Raúl
Edgardo Martínez Amador (Major, Voluntários do Corpo de Bombeiros, Distrito Central de Comayaguela,
Honduras); Carolina Munín (Assistente, Comissão dos Capacetes Brancos, Argentina); Marta Muñoz
Cárdenas (Vice-Direção, Christian Youth Association, Confederação de ONG colombiana , Colômbia); Juan
Carlos Nadalich (Coordenador Técnico do Conselho Nacional para a Coordenação de Políticas Sociais,
Argentina); René Olate (Pesquisador, Faculdade de Trabalho Social, Universidade do Estado de Ohio,
Estados Unidos);Felipe Portocarrero (Reitor,Universidade do Pacífico, no Peru); Mario Roitter (Pesquisador,
Centro de Pesquisa do Estado e da Sociedade, Argentina); Javiera Serani (Diretor Regional para o México e
o Caribe, Fundação Um Teto para meu País, Chile); Cecilia Ugaz (Representante Residente Adjunto, PNUD,
Argentina); Carlos Eduardo Zaballa (Coordenador VNU, Comissão dos Capacetes Brancos, Argentina).
13. Acrônimos
BwB Banqueiros sem Fronteiras
HIV/AIDS Vírus da Imunodeficiência Humana e
CEPAL Comissão Econômica para América Latina Síndrome da Imunodeficiência adquirida
e Caribe
IAVE Associação Internacional para o Esforço
CHW Agente comunitário de saúde Voluntário
CEI Comunidade dos Estados Independentes ICNL Centro Internacional para Legislação
Organizações sem Fins Lucrativos.
CNP Projeto Comparativo Johns Hopkins sobre
Setor não-lucrativo ICNPO Classificação Internacional das
Organizações Não Lucrativas
CSI Índice da Sociedade Civil
ICT Informação Científica e Tecnológica
CSO Organização da Sociedade Civil
FIDA Fundo Internacional de Desenvolvimento
RSC Responsabilidade Social Corporativa Agrícola
CUSO Serviço Exterior da Universidade FICV Federação Internacional das Sociedades da
Canadense Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho
DFID Departamento Para o Desenvolvimento IKS Sistemas de Conhecimentos Indígenas
Internacional, Reino Unido
OIT Organização Internacional do Trabalho
RRD Redução do Risco de Desastres
OIM Organização Internacional para as Migrações
EACEA Agência Executiva relativa à Educação, ao
Audiovisual e à Cultura ISO Organização Internacional para
CEDEAO Comunidade Econômica dos Estados da UIT União Internacional de Telecomunicações
África Ocidental
IVS Serviço Internacional dos Voluntários
UE União Européia
IYV Ano Internacional dos Voluntários
EVP Programa de Voluntariado empregado
(Employee Volunteer Program) MARWOPNET Rede das Mulheres da União do
Rio Mano para a Paz
FBO Organização de base religiosa
ODM Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
FOCSIV Federação das Organizações Cristãs de
Serviço Voluntário Internacional MRU União Do Rio De Mano
PIB Produto Interno Bruto ONG Organização Não-Governamental
GWP Pesquisa Gallup PEDN Plano Estratégico de Desenvolvimento
Nacional
HDR Relatório para o Desenvolvimento Humano
NVM Movimento do Voluntário Nacional
14. OCDE Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico UNESCO Organização das Nações Unidas para a
educação,ciência e cultura
SADNET Rede Tecnológica da África Sulista em
Estiagem (The Southern Africa Drought UNGC Pacto Global das Nações Unidas
Technology Network)
UNGA Assembleia Geral da ONU
SIF Fundação Internacional de Singapura
UN IANWGE Agência sobre Mulheres e Igualdade
SMS Serviço de Mensagem Curta de Gênero
SWVR Relatório do Estado do Voluntariado no UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância
Mundo
UNISDR Estratégia Internacional para Redução de
TICA Agência Tailandesa de Cooperação Desastres
Internacional para o Desenvolvimento
UNSC Conselho de Segurança das Nações Unidas
ONU Organização das Nações Unidas
VNU Programa de Voluntários das Nações Unidas
UNCCD Convenção das Nações Unidas de
Combate à Desertificação UPS United Parcel Service (maior empresa de
logística do mundo)
UNCDF Fundo das Nações Unidas para o
Desenvolvimento do Capital USAID Agência dos Estados Unidos para o
Desenvolvimento Internacional
UNDESA Departamento das Nações Unidas de
Assuntos Econômicos e Sociais VSO Serviço voluntário no ultramar
PNUD O Programa das Nações Unidas para o WANEP Rede da África Ocidental para a
Desenvolvimento Construção da Paz
PNUMA Programa das Nações Unidas para o OMS Organização Mundial da Saúde
Meio Ambiente
15. Conteúdo
EQUIPE DO RELATÓRIO SOBRE O ESTADO DO VOLUNTARIADO NO MUNDO
PRÓLOGO pelo Administrador, PNUD
PREFÁCIO pelo Coordenador Executivo, VNU
AGRADECIMENTOS
CONTRIBUIÇÕES
ACRÔNIMOS
CONTEÚDO
PANORAMA
Voluntariado no mundo atual
Novas faces do Voluntariado
Voluntariado e o paradigma de desenvolvimento
CAPÍTULO 1 Voluntarismo é universal
Voluntarismo e os valores tradicionais
Voluntariado despercebido
O que é o Voluntarismo?
Como o voluntarismo é expresso?
Equívocos comuns sobre voluntariado
Conclusões e discussões
CAPÍTULO 2 Tomando as medidas do voluntariado
Por que mensurar o voluntarismo?
Diversas medidas de voluntariado
Estudos Nacionais de Voluntários
Seguindo uma medida global: destacando a iniciativa de medição internacional
Estudo da Comissão Europeia
Pesquisa Gallup (GWP)
Pesquisa sobre Valores Mundiais (WVS)
Projeto Comparativo Johns Hopkins sobre Setor não-lucrativo (CNP)
CIVICUS Índice da Sociedade Civil (CSI)
O Manual para a Mensuração do Trabalho Voluntário
Conclusões e discussões
CAPÍTULO 3 Voluntarismo no século XXI
Introdução
Voluntarismo e tecnologia
Voluntarismo e as tecnologias de comunicação móvel
Voluntarismo e a Internet
Voluntarismo Internacional
Voluntarismo e o setor privado
Conclusões e discussões
CAPÍTULO 4 Meios de Subsistência Sustentáveis
Introdução
O que são meios de subsistência sustentáveis?
Voluntariado e o capital social
Voluntariado e o capital humano
Voluntariado e o capital natural
Voluntariado e o capital físico
16. Voluntariado e os bens financeiros
Voluntariado e os bens políticos
Conclusões e discussões
CAPÍTULO 5 O voluntariado como uma força para a inclusão social
O que é inclusão social?
Os níveis de inclusão social
Inclusão social dos grupos através do voluntariado
Mulheres
Jovens
Pessoas mais velhas
Pessoas com deficiência
Migrantes 5
Pessoas que convivem com HIV/AIDS
Conclusões e discussões
CAPÍTULO 6 Voluntariado, coesão e gestão de conflitos
Introdução
Coesão Social e conflito violento
Voluntariado e a prevenção de conflito
Voluntariado durante conflitos
Voluntariado na sequência do conflito
Voluntariado e a promoção da paz
Mulheres
Jovens
Conclusões e discussões
CAPÍTULO 7 Voluntariado e Desastres
Introdução
Desastres e desenvolvimento
Múltiplas funções de voluntariado em situações de desastres
Antes de um desastre
Prevenção e mitigação de desastres
Preparação para desastres
Resposta aos desastres
Voluntariado e recuperação
Conclusões e discussões
CAPÍTULO 8 . Voluntariado e Bem-estar
Introdução
Voluntariado e bem-estar individual
Voluntariado e bem estar da comunidade
Bem-estar e política
Conclusões e discussões
CONCLUSÃO . O caminho a seguir
Introdução
É o momento certo
NOTAS
17. REFERÊNCIAS
QUADROS
O.1 O voluntariado como um componente valioso de planos de desenvolvimento
O.2 O voluntariado como uma âncora em face das mudanças globais
1.1 As formas tradicionais de voluntariado
1.2 Voluntários em previsões meteorológicas
1.3 Ensinar os pobres na Índia
1.4 Cooperativas de agricultores ajudam agricultores da Zâmbia a sobreviver e prosperar
1.5 Primavera árabe - Egito em Cores
1.6 Parceria Pública e Comunitária contra a pobreza e a tuberculose
1.7 Filantropia africana - uma forte tradição
1.8 De construção de casas a uma cidadania ativa
1.9 Promoção de leis e políticas que apóiam o voluntariado
2.1 Valores voluntários
2.2 Usando calendários da comunidade para medir o valor do voluntariado
2.3 Além do valor econômico
2.4 Jovens Voluntários da União Africana
2.5 Primeiro levantamento do voluntariado em Bangladesh
2.6 De construção de casas a uma cidadania ativa
2.7 Melhores Práticas na medição do voluntariado
3.1 Monitoramento de eleições por SMS
3.2 Voluntariado Online
3.3 Voluntariado online livre para quem desejar
3.4 Micro-Voluntariado da Kraft Foods
3.5 Amigos da Tailândia no Butão
3.6 JICA Voluntários Sênior
3.7 Programa Voluntário da Diáspora Etíope
3.8 Necessidade de princípios e valores nos negócios
3.9 Empregado voluntariado e os ODM
3.10 Voluntariado Corporativo
3.11 Banqueiros sem Fronteiras
3.12 Aproximando pessoas e causas
4.1 Motoristas de táxi do Camboja ajudam a combater a malária
4.2 Educação para a construção de capital humano
4.3 Santuários dos moluscos tonganeses gigantes
4.4 Voluntários da comunidade assumindo a liderança
4.5 Voluntariado transfronteiriço na Mexican Hometown Associations
4.6 Voluntariado para a equidade de gênero na América Latina
5.1 Voluntarismo é um comportamento social
5.2 Aposentado e engajado
5.3 Ajuda tradicional no Brasil – mutirão
5.4 A participação política dos povos indígenas
5.5 Conselho Pastoral das Mulheres Maasai
5.6 Aumentando a empregabilidade dos jovens na Bósnia e Herzegovina
5.7 Tem facilidade – vá ser voluntário
5.8 Imigrante voluntariado: Nova Zelândia
5.9 Falando Positivo sobre HIV: China
6.1 Criando pontes entre fronteiras étnicas
18. 6.2 Organização do Voluntariado Muçulmano nas Filipinas
6.3 Comunidade se voluntariando pela paz
6.4 Mulheres que lutam para serem ouvidas
6.5 Juventude Promover a recuperação pós-conflito na Libéria
7.1 Boas práticas para a resiliência da comunidade
7.2 Voluntários em alerta para salvar vidas
7.3 Terremoto em Christchurch: voluntários de todos os tipos
7.4 Resposta precoce no Haiti
7.5 A recuperação de desastres e o espírito gotong royong
8.1 Felicidade Nacional Bruta no Butão
8.2 Voluntariado e bem-estar individual
8.3 Bem-estar através do voluntariado no Brasil
8.4 Vivendo bem
C.1 Reconhecendo a contribuição do voluntarismo
FIGURAS
FIGURA 2.1 Se os voluntários fossem uma nação
FIGURA 2.2 Valor do trabalho voluntário como proporção do PIB
FIGURA 2.3 CIVICUS Diamante da Sociedade Civil
19. O VOLUNTARIADO É UNIVERSAL
CAPÍTULO 1
O voluntariado é universal
O voluntariado é uma expressão do envolvimento do indivíduo na sua comunidade. Participação,
confiança, solidariedade e reciprocidade, baseado em um entendimento compartilhado e no senso das
obrigações em comum, são valores que se reforçam mutuamente no coração do governo e da boa
cidadania. O voluntariado não é um vestígio nostálgico do passado. É a nossa primeira linha de defesa
contra a fragmentação social em um mundo globalizado. Hoje, talvez mais do que nunca, cuidar e
compartilhar é uma necessidade, não um ato de caridade.
VNU (Novembro, 2000)
O voluntariado e os valores tradicionais
O voluntariado é uma das expressões mais básicas do comportamento humano e surge das antigas
tradições de partilha e trocas mútuas, que há muito tempo já foram estabelecidas. No seu núcleo estão os
relacionamentos e o seu potencial para engrandecer o bem-estar dos indivíduos e da comunidade. A
coesão social e a confiança, por exemplo, prosperam onde o voluntariado é prevalente. O voluntariado
não é apenas a coluna vertebral das organizações da sociedade civil, social e dos movimentos políticos,
mas também da saúde, educação, habitação e programas ambientais e uma série de outros segmentos da
sociedade, programas do setor público e privado em todo o mundo. É uma parte integrante de toda a
sociedade.
No coração desse relatório estão valores. Em muitas comunidades ao redor do mundo, sistemas estão
profundamente enraizados, caracterizados pela solidariedade, compaixão, empatia e respeito pelos
outros, muitas vezes expressos por meio da doação de tempo. O voluntariado também expressa o desejo
de agir nos sentimentos de justiça e imparcialidade diante da desigualdade e promover a harmonia social,
baseado em um interesse comum no bem-estar da comunidade. Na maioria dos idiomas, há palavras que
20. expressam o conceito de voluntariado. Frequentemente inspirado pelas
tradições indígenas, elas descrevem os principais caminhos pelos quais as pessoas coletivamente aplicam
suas energias, talentos, conhecimentos e outros recursos para o benefício mútuo. O ato de voluntariar-se é
bem conhecido por todo o mundo, mesmo que a palavra não seja.
Quadro 1.1: As formas tradicionais de voluntariado
Em muitos países, o voluntariado está profundamente enraizado nas crenças tradicionais e nas práticas da comunidade. Na
Noruega, por exemplo, o termo Dugnad descreve o coletivo do trabalho voluntário: um projeto tradicional de cooperação
dentro de um grupo social como família, vizinhança, comunidade, região, área profissional ou nação. Um exemplo é a
limpeza das áreas urbanas na primavera. Dugnad é justamente a doação de tempo ou dinheiro. É também o
desenvolvimento do senso de comunidade e a construção de relacionamentos entre vizinhos e membros da comunidade.
No mundo árabe, o voluntariado tem sido associado a ajudar as pessoas nas celebrações ou em momentos difíceis e é
considerado um dever religioso e um trabalho beneficente. O voluntariado em árabe é (tatawa’a) ( ) عوطتque significa
doar algo. Também significa comprometer-se com uma atividade beneficente que não seja uma exigência religiosa. Surgiu
da palavra (al-taw’a) ( ) عوط الque significa obediência, suavidade e flexibilidade. O conceito está adquirindo novas formas
como resultado da modernização e do desenvolvimento das instituições governamentais e não-governamentais.
Na África Austral, o conceito de Ubuntu define o indivíduo em relação aos outros. Nas palavras de Nelson Mandela: “Um
viajante que passa por um país pararia em uma vila e não precisaria perguntar por comida ou água. Uma vez que ele para,
o povo entrega-lhe comida, o entretem. Isso é um aspecto do Ubuntu, mas ele terá muitos aspectos. O Ubuntu não significa
que as pessoas não devem enriquecer-se. A questão, portanto, é: Você vai fazer isso para permitir que a comunidade ao
seu redor seja capaz de melhorar?”
Fontes: Haugestad. (25-30 de julho de 2004); Leland. (29 de agosto de 2010); Mandela. (1 de junho de 2006); Nita
Kapoor,[Diretora geral, Fredskorpset (FK Norway)], Comunicação Pessoal. (27 de julho de 2011); Shatti. (2009).
Relatório do estado do voluntariado mundial 2011
Por exemplo, elementos da filosofia do Ubuntu, comum por toda a África Austral, são encontrados em
muitas tradições ao redor do mundo. O Ubuntu valoriza o ato de cuidar do bem-estar alheio no espírito de
apoio mútuo. É baseado no reconhecimento da dignidade humana, relacionamentos em comum, valores
humanos e respeito pelo meio ambiente e os seus recursos. ² Como um papel oficial do governo sul
africano explica: “Cada bondade de um indivíduo é perfeitamente expressa por meio do seu
relacionamento com os outros. O Ubuntu significa que pessoas são pessoas através de outras pessoas.
Também reconhece os direitos e as responsabilidades de cada cidadão em promover o bem-estar
individual e social.”
21. O voluntariado voando sob o radar
O voluntariado ainda voa em grande parte sob o radar dos políticos preocupados com a paz e o
desenvolvimento, apesar de uma década da legislação intergovernamental adotada pela Assembleia Geral
das Nações Unidas. O engajamento voluntário já é tão importante que muitas sociedades teriam
dificuldades para funcionar sem ele. Uma imagem significativa é fornecida pelas previsões meteorológicas.
Nós podemos não dar a devida atenção a como elas são produzidas, no entanto, causam grande impacto
em nossas vidas, nossa saúde, nosso lazer e atividades produtivas. Além disso, elas refletem os esforços
das pessoas que atuam na base do voluntariado. Isso porque os dados de satélites e radar do tempo são
mais úteis quando comparados ao que está acontecendo na terra. A medição e a comunicação dos dados
sobre a precipitação local realizada pelos voluntários são essenciais para calibrar as informações coletadas
por meio de sensoriamento remoto e para torná-las mais precisas. Em muitas regiões, os voluntários
fornecem diariamente mais dados pontuais do que as redes de observações oficiais. ⁴ Exemplos similares
do voluntariado voando sob o radar podem ser encontrados em todo o amplo espectro de trabalho das
Nações Unidas.
O voluntariado é universal e imenso, representa um enorme reservatório de habilidades, energia e
conhecimento local para paz e desenvolvimento. No entanto, em todo o mundo não existe qualquer
estudo abrangente e comparativo sobre o voluntariado. Os estados mais desenvolvidos possuem seus
próprios estudos nacionais. Os esforços iniciais para mapear o voluntariado, amplamente apoiados pelos
Voluntários das Nações Unidas (VNU), foram realizados em um número limitado de países em
desenvolvimento. Entre os desafios de pesquisar o voluntariado, três destacam-se. Primeiramente, não há
um consenso sobre o que é o voluntariado e como ele manifesta-se; em segundo lugar, há equívocos
generalizados, em contradição com dados empíricos e informações anedóticas, que obscurece a natureza e
a extensão do voluntariado; e, em terceiro lugar, não há uma concordância metodológica para acessar o
volume e o valor da ação voluntária.
O voluntariado ainda voa sob o radar, no entanto muitas sociedades teriam dificuldades para funcionar
sem ele.
O que é voluntariado?
Essa questão parece simples, mas a literatura acadêmica e os quadros jurídicos nacionais revelam uma
multiplicidade de definições. Em algumas partes do mundo em desenvolvimento, o termo “voluntário” é
uma importação recente do Norte e refere-se essencialmente a expressões de voluntariado internacional.
22. Contudo, não se percebe que as formas de apoio mútuo e de auto-ajuda,
que estão inclusas nesse relatório, também se enquadram na definição de voluntariado e merecem ser
estudadas e reconhecidas como tal. A definição que usamos para trabalho é aquela adotada pela
Assembleia Geral das Nações Unidas em 2011.
Primeiramente, a ação deve ser realizada voluntariamente, de acordo com a vontade do indivíduo, e não
como uma obrigação prevista em lei, contrato ou exigência acadêmica. A decisão de voluntariar pode ser
influenciada pela pressão social, valores pessoais ou obrigações culturais ou sociais, mas o indivíduo deve
ser capaz de escolher se quer ou não agir. O “Voluntariado obrigatório”, tais como serviço comunitário
como uma alternativa ao dever militar ou penas de prisão para criminosos, cai fora do âmbito deste
relatório. Aqui não há juízo de valor em tais formas de serviço. Sob certas circunstâncias, eles podem ser
positivos, até plantando as sementes para o futuro do voluntariado.
Em segundo lugar, a ação não deve ser
Quadro 1.2: Os voluntários na previsão meteorológica realizada, principalmente, pela
recompensa financeira. Algum
A Organização Mundial de Meteorologia (OMM) escolheu “Voluntário
reembolso para despesas ou bolsa
para tempo, clima e água” como o tema para o dia mundial da
auxílio, ou pagamentos em forma de
Meteorologia em 2001, para dar maior reconhecimento e maior destaque
para a contribuição dos voluntários na meteorologia e hidrologia. De fato, refeições ou transporte, pode ser
desde os primeiros dias dessas ciências, voluntários, tanto indivíduos justificado. Na verdade, esses tipos de
quanto de instituições como escolas ou grupos religiosos, são conhecidos pagamentos são frequentemente
por terem assistido meteorologistas e hidrólogos, especialmente em seu
considerados como boas práticas, já
trabalho operacional e na promoção das ciências. Nesse campo,
que geram oportunidades para uma
voluntários são conhecidos por sua perseverança e comprometimento e
por compartilhar uma fascinação pelo fenômeno meteorológico e ação mais acessível e inclusiva dos
hidrológico. Em alguns países, especialmente no caso de catástrofes voluntários. As ações realizadas com
naturais, os voluntários são frequentemente chamados para fazer as salário, tais como quando o
medições e comunicar os dados quase em tempo real, tais como
voluntariado ocorre no horário
precipitação, temperatura e o nível de rios, para alertar a população sob
comercial, também são reconhecidas como voluntariado, desde que o empregado não receba um
ameaça. Os voluntários observadores de tempestades fornecem
incentivo financeiro atualizadas É compreensível complementam as a empresa está voluntariamente abrindo
informações locais e adicional. que muitas vezes que, nesses casos,
mão do horário de pelos radares meteorológicos e satélites.
informações fornecidas trabalho do empregado, um aspecto de responsabilidade social corporativa. Os
parâmetros da nossa definição também incluem programas de voluntariado integral, tanto nacionais
Fonte: OMM. (2001).
quanto internacionais, que podem pagar pensão, normalmente calculada de acordo com as despesas
locais. Levam-se em consideração custos associados com a vida longe de seu ambiente familiar e a
ausência de uma fonte de renda.
23. Em terceiro lugar, a ação deve ser para o bem comum. Ela deve,
diretamente ou indiretamente, beneficiar pessoas fora do convívio familiar ou beneficiar uma causa,
apesar do voluntário ser beneficiado também. Em muitas culturas, um voluntário é frequentemente
descrito como “alguém que trabalha para o bem-estar da comunidade”. ⁵ A noção do que constitui o bem
comum pode ser controversa. Por exemplo, quando as pessoas participam de um protesto pacífico a favor
ou contra a pesquisa com animais ou a construção de uma barragem, ambos os lados procuram o que eles
consideram resultados positivos. Eles estão inclusos na nossa definição. As atividades que envolvam, ou
incitam, a violência prejudicial à sociedade e as ações que não correspondem aos valores atribuídos ao
voluntariado não estão inclusos na nossa definição.
Os três critérios, livre arbítrio, motivação sem fins lucrativos e benefício a terceiros, podem ser aplicados a
qualquer ação para avaliar se ela é voluntária. As Nações Unidas usam uma abordagem de grande escala
através do reconhecimento de numerosas e variadas manifestações de voluntariado, encontradas em
diferentes contextos sociais e culturais. Um parâmetro adicional do voluntariado, que é algumas vezes
mencionado, é um elemento de organização. ⁶ Muitos estudos empíricos estão preocupados com o
voluntariado desenvolvido no âmbito de organizações formais. Contudo, focar apenas nesse aspecto do
voluntariado desconsidera uma grande quantidade de ações voluntárias. Nossa definição é mais ampla. Ela
inclui muitas ações do voluntariado que acontecem fora do contexto formal. Essa ampla definição reflete o
que nós fortemente acreditamos ser a natureza universal do voluntariado.
Os três critérios, livre arbítrio, motivação sem fins lucrativos e benefício a terceiros, podem ser aplicados a
qualquer ação para avaliar se ela é voluntária.
Com certeza, existem inúmeros atos individuais de bondade com os quais as pessoas comprometem-se,
como cuidar de uma pessoa doente, ajudar o filho do vizinho com a sua lição escolar ou fornecer comida e
abrigo para um estranho. Nós reconhecemos que o “voluntariado” é frequentemente usado na linguagem
geral para ações onde tempo, energia e habilidades foram gastos à vontade e sem um custo. Tais ações são
parte vital de sociedades solidárias e compassivas, nas quais são relatados elevados níveis de bem-estar e
muitas pesquisas indicam uma correlação positiva com o voluntariado. Este relatório foca essencialmente
no voluntariado desenvolvido no cotidiano. A principal exceção é a expansão espontânea e desorganizada
do voluntariado comumente encontrado após uma catástrofe natural ou outros tipos de emergências,
quando a ação individual une a uma massa crítica com impactos significativos. Esses tendem a ser muito
bem documentados.
24. Como o voluntariado é expresso?
A primeira, a mais comumente compreensível expressão do voluntariado, é a prestação de serviço formal,
ou seja, a prestação de um serviço a terceiros. Isso normalmente ocorre por meio de estruturas que
abrangem uma ampla gama de campos sociais, culturais e de desenvolvimento. Tais organizações, sejam
formalmente registradas ou não, podem ajudar a fornecer uma infinidade de serviços, que incluem a
construção de casas de baixo custo; cuidados e apoio às pessoas com HIV/AIDS; a disseminação de
informações sobre o uso de mosquiteiros contra a malária; a alfabetização; e a participação em
associações de pais nas escolas. Essa forma de voluntariado pode envolver a prestação de um serviço ou o
levantamento e a administração dos fundos que o apóia. Geralmente há um acordo sobre os termos de
compromisso entre o voluntário e a organização em questão, que inclui treinamento. O reconhecimento
de projetos pode existir, assim como algumas formas de pagamento ou reembolso de despesas.
A segunda forma de voluntariado é a ajuda mútua ou a auto-ajuda, quando pessoas com necessidades em
comum, problemas ou interesses, unem forças para enfrentá-los. No processo, os membros do grupo
beneficiam-se. Alguns exemplos são grupos de jovens liderados por jovens, associações de mulheres e
grupos de usuários de recursos naturais. Em muitas culturas, comunidades inteiras comprometem-se em
empreendimentos coletivos para plantar e colher, construir defesas contra inundações, coletar lenha para
o uso comum e organizar casamentos ou funerais. Em algumas sociedades, as atividades voluntárias são
organizadas no nível da comunidade. A reciprocidade também assume a forma de ajuda aos grupos, onde
as pessoas se reúnem para discutir as mesmas preocupações, muitas vezes encobertas por problemas
mentais, emocionais ou físicos. Além das reuniões para fornecer apoio moral e oferecer um espaço para
compartilhar informações, eles também podem envolver-se com a advocacia. Algumas vezes, o caso é esse
com os grupos de apoio as pessoas com HIV/AIDS, por exemplo. A ajuda mútua também é encontrada em
afiliações profissionais, tais como sindicatos. Enquanto protegem os interesses e promovem o bem-estar
dos seus membros, eles também discutem os problemas sociais na comunidade. Da mesma forma, o
voluntariado é encontrado em organismos profissionais e científicos e em associações empresariais e
comerciais. Tais organismos possuem, normalmente, um grupo de pessoas oficiais e de administradores,
eleitos pelos associados, que executam as funções do voluntariado. Há também muitas ações voluntárias
que são melhores rotuladas como “participação civil”. Por exemplo, existem apoios e campanhas que
visam o efeito ou impedem a mudança. A participação civil inclui campanhas locais e de pequena escala
com duração limitada. Os exemplos podem incluir a pressão em autoridades locais para fornecer
iluminação pública, coleta de lixo ou água potável ou campanhas para impedir uma empresa privada de
construir uma usina de processamento que poluirá as imediações. Em outros casos, a ação voluntária em
25. menor escala pode ganhar força e transformar em campanhas nacionais,
como o movimento anti-apartheid na África do Sul ou o
Quadro 1.3: Ensinando os pobres na Índia
movimento Chipko na Índia. Este último começou na
década de 1970 com um pequeno grupo de mulheres
Em 2008, “Ensinando a Índia” foi a maior campanha de
camponesas no Himalaia de Uttarakhand lutando pela alfabetização liderada por voluntários, que ensinaram
proteção de suas floretas. Tornou-se um movimento crianças e adultos carentes nas cidades da Índia. A
nacional que conseguiu ter as proibições impostas à iniciativa foi lançada pelo jornal The Times of India com o
apoio do programa dos Voluntários das Nações Unidas
derrubada de árvores em várias partes do país.⁷ Mais
(VNU). Seu objetivo era facilitar o progresso no sentido
recentemente, alguns estados árabes têm visto um
de alcançar o ensino básico universal, um dos oito
grande número de manifestantes lutando por uma Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) das
mudança democrática, por meio de manifestações Nações Unidas. O jornal The Times of India realizou uma
públicas e outras formas de protestos. Movimentos campanha bastante repercutida na mídia com o slogan:
“O que você ensina aqui não é algo que ajudará a criança
sociais podem se tornar globais quando uma
a chegar à série seguinte. Mas chegar a um futuro livre
constelação de organizações, campanhas, redes e
de pobreza e de privações.”
indivíduos se unem em torno de questões sociais Em poucos dias, a campanha mobilizou profissionais em
importantes, tais como defender os direitos de atividade e aposentados, homens e mulheres, assim
mulheres ou pessoas indígenas, ou lutar pela como estudantes que se comprometeram a ensinar
durante três meses com uma das mais de 60 ONGs
erradicação de minas terrestres. Em todos esses casos,
envolvidas. O recrutamento de voluntários começou em
pessoas fornecem a participação ativa, entusiasmo e
6 de julho. Até o final das inscrições, 83000 homens e
etos que transformam o status quo. Além do benefício mulheres estavam registrados.
direto de tal voluntariado, existem benefícios
intangíveis para a sociedade. A ação voluntária dá às Piyush Dhawan, um estudante de economia comercial na
Universidade de Delhi, integrou uma organização sem
pessoas um senso de controle sobre aspectos
fins lucrativos para ensinar crianças carentes na capital.
importantes de suas vidas.
Ele diz “Ensinando a Índia forneceu uma plataforma
perfeita para que pessoas de mesma opinião
O voluntariado como uma expressão de participação combatessem as desigualdades sociais e educacionais da
cívica é geralmente associada à religião, que, como o Índia. Eu tive a chance de envolver estudantes de vários
níveis de informática e oferecer conhecimentos básicos
voluntariado, também se baseia fortemente em
em inglês, o que também me ajudou a crescer como
valores. Todas as principais religiões reconhecem os
pessoa. Ensinando a Índia tem o potencial para catalisar
benefícios da doação em termos de justiça, e desenvolver um movimento nacional que pode
humanidade e bondade, assim como em termos de fornecer oportunidades para muitas crianças carentes da
auto-realização. Estudos mostram que pessoas Índia.”
religiosas são, geralmente, mais engajadas que pessoas
Fontes: itimes. (2008); Times of India. (6 de julho de
não-religiosas.8 Para a maioria das religiões, o trabalho
2008); VNU. (2008a).
26. comunitário é um atributo de suas congregações, seja na ajuda em
atividades relacionadas à adoração ou encorajando os membros a utilizarem seu conhecimento para
beneficiar uma comunidade maior. O tipo de ação voluntária promovida pode variar entre serviços diretos
aos necessitados, serviços de educação e saúde, atividades de apoio à comunidade tais como associações
comunitárias e a defesa de mudanças sociais em áreas ambientais e de direitos civis. 9 Na América Latina,
por exemplo, as igrejas têm um papel importante no apoio a programas de voluntariado e organizações
que promovem desenvolvimento social e econômico. Elas fornecem voluntários com forte senso
comunitário.
Quadro 1.4: As cooperativas de agricultores ajudam agricultores da Zâmbia a sobreviver e a prosperar.
Roteiro 8 do Rádio (trechos):
Apresentador: O setor agrícola na Zâmbia está enfrentando muitos desafios, o clima está piorando, desestabilizando a colheita e
a pecuária... A cooperativa dos agricultores fornece uma estratégia para aliviar a crise em muitas comunidades rurais na Zâmbia...
As cooperativas têm uma adesão livre e voluntária; elas são democraticamente controladas por seus membros; seus membros
participam economicamente em suas atividades; elas são independentes do controle do governo ou indústria; elas oferecem
educação, treinamento e informação para os seus membros; e elas estão preocupadas com a comunidade local.
Por que você formou a Cooperativa Nakabu?
Agricultor: Em 2006, eu cultivava dois hectares de terra e plantava milho com o intuito de vender para o sustento da minha
família. Mas, infelizmente, naquele ano Mumbwa sofreu uma estiagem e eu acabei colhendo muito pouco., pouco demais até
para comer em casa, muito menos para vender e levar meus seis filhos para a escola. A vida tornou-se difícil para mim e minha
família.
Eu sentei com quatro dos meus amigos, que também eram agricultores na minha região, e nós discutimos a ideia de formar uma
cooperativa de agricultores para fazer da agricultura um negócio sério e para encontrar meios para sobreviver.
Apresentador: Quantos membros você teve no início?
Agricultor: Havia um total de 49 membros... Todos os membros têm um voto igual – um membro, um voto, então todos são iguais
na cooperativa. Depois de juntar nosso dinheiro, nós compramos milho dos agricultores em vilas vizinhas, então viajamos para
Lusaka e vendemos o milho para uma empresa de moagem. Foi fácil vender o milho porque nós éramos um grupo e tínhamos um
grande volume quando juntamos nossas colheitas.
Apresentador: Quais as diferenças você tem notado nas suas vidas desde que vocês começaram a cooperativa?
Agricultor: Há muito progresso na minha vida como um individuo, assim como nas vidas dos outros membros. Falando por mim,
todos os meus seis filhos estão na escola agora.
...
Há muitas cooperativas com diferentes habilidades. Nós estamos visitando cada uma para aprender um do outro... Nós temos
aprendido novas técnicas para reduzir os prejuízos causados por inundações e a conservar água em épocas de seca.
A Cooperativa Nakabu está indo bem, mesmo com todos os desafios no setor agrícola do país, porque nós somos unidos e porque
nós trabalhamos juntos para garantir o futuro de nossas famílias.
Fonte: Banda. (2008).
27. Organizações Baseadas na Fé (OFB) envolvem um grande número de
voluntários. Muitas focam em pessoas que vivem em condições de pobreza extrema, tal como a Chilena
Hogar de Christo, uma organização Jesuíta que promove a inclusão social dos pobres. Na Tailândia, o
Interfaith Network on HIV/AIDS (Rede Inter-religiosa do HIV/AIDS) mobiliza voluntários de comunidades
budistas, muçulmanas, católicas e protestantes no país inteiro para organizar atividades de cuidados em
domicílio para pessoas com AIDS que vivem em regiões remotas. OFBs como a World Vision e Islamic Relief
compreendem um número significativo de voluntários. A Cáritas, focada em reduzir a pobreza e injustiça,
auxilia cerca de 24 milhões de pessoas por ano, com 440.000 funcionários assalariados e 625.000
voluntários em todo mundo. De acordo com o Fundo Global de Combate à AIDS, Tuberculose e Malária, as
OFBs são provedoras cruciais de cuidados médicos em áreas rurais e cuidados com órfãos em países em
desenvolvimento.
Quadro 1.5: Primavera Árabe – Egito em Cores
Depois do dia 25 de janeiro de 2011, um dia de protestos pacíficos de centenas
no Cairo, cinco estudantes de graduação decidiram falar ao público na sua “Um componente crítico da resposta
própria língua: a arte. mundial a essas doenças é o trabalho das
organizações baseadas na fé (OFBs).
No dia 11 de fevereiro, as cinco jovens criaram um grafite simples na parede
Historicamente, as OFBs estão à frente da
com mensagens motivacionais: “Com ciência e trabalho duro, as nações
luta contra doenças em países em
progridem”, “Tafa’al” (seja otimista). Inspiradas pela reação positiva à sua
iniciativa, as jovens perceberam que podiam tocar a comunidade egípcia com desenvolvimento. Elas fornecem
uma mensagem criativa e fazer a diferença no seu dia-a-dia através de arte e prevenção, tratamento e apoio, com
cor nas ruas. consequências pra toda vida, para aqueles
que mais precisam. Isto é particularmente
As jovens artistas decidiram pintar uma enorme parede em Maadi, um
relevante em áreas rurais e isoladas ao
subúrbio de Cairo. Elas anunciaram a decisão no Twitter e no Facebook,
convidando outros a participar. Ficaram surpresas ao encontrarem o redor do mundo, onde o trabalho das
engajamento entusiasmado da comunidade local. Oitenta e cinco voluntários OFBs afeta a vida de milhões de crianças e
se juntaram a elas na pintura, inclusive dúzias de crianças interessadas. famílias.” 14
Membros da comunidade não só testemunharam as paredes ganharem cores
novas e vivas, mas também participaram do processo se voluntariando para
As muitas e variadas categorizações do
limpar a área.
voluntariado torna difícil avaliar o
Entusiasmadas com a experiência, as jovens decidiram criar um grupo e o tamanho e a extensão do trabalho
chamaram de “Egito em Cores”. O grupo agora conta com 25 jovens, mulheres voluntário, e contribui para formar
e homens, com uma coisa em comum: o amor pelo Egito e a arte.
percepções errôneas a cerca do
voluntariado. No entanto, elas refletem a
Fonte: Revista Teen Stuff. (Agosto, 2011).
riqueza e a natureza ampla da ação
voluntária. “Palavras como ‘voluntariado’
28. são conceitos tanto populares quando científicos... Frequentemente,
seus significados são contestados. As pessoas não concordam sobre o que deve ser contado como trabalho
voluntário. Às vezes elas usam palavras como ‘voluntariado’ para rotular pessoas e suas ações com o
propósito de denegri-las; outras vezes, a mesma palavra é usada para indicar aprovação”.
Tomadas juntas, as percepções descritas se enquadram no que é chamado de “paradigma dominante”16
do voluntariado. Um entendimento adequado da universalidade do voluntariado necessita que a névoa
que envolve a ação voluntária seja dissipada para revelar a real extensão dos seus contornos. Uma vez que
a escala do voluntariado se torne verdadeiramente apreciada, será possível seguir em frente e examinar
sua contribuição em questões globais.
O restante deste relatório utiliza contexto das Nações Unidas de livre-arbítrio, motivações sem fins
lucrativos e benefício a terceiros como os parâmetros de definição do voluntariado. Entrega de serviço
formal, apoio mútuo e auto-ajuda, e participação cívica são utilizados para definir suas expressões.
Entretanto, é importante lembrar que as expressões do voluntariado também são influenciadas pela
cultura local e circunstâncias sociais.
Um entendimento adequado da universalidade do voluntariado necessita que a névoa que envolve a
ação voluntária seja dissipada para revelar a real extensão dos seus contornos
Percepções errôneas sobre voluntariado
Existem várias percepções errôneas que dificultam a compreensão adequada da universalidade do
voluntariado, mesmo que largamente refutada por um crescente acervo de evidências empíricas e casuais.
Essas ilusões devem ser apagadas para que a real extensão do voluntariado seja revelada e para tornar
possível analisar suas contribuições para questões globais.
Percepção errônea número 1: A ação voluntária só ocorre através de ONGs formais, estruturadas e
legalmente reconhecidas, geralmente em países desenvolvidos, com algum tipo de acordo entre o
voluntário e a organização. Como tais organizações estão predominantemente localizadas em países
desenvolvidos, isso contribui para a noção de que o voluntariado é geralmente encontrado em tais países.
Na realidade, grande parte do voluntariado descrito nesse relatório ocorre através de pequenos grupos
locais, clubes e associações, que são a base de uma sociedade civil em países industrializados, assim como
em países em desenvolvimento. Além do mais, evidências empíricas em países em desenvolvimento
29. pintam um quadro diferente. Para citar apenas um exemplo, pesquisas
no México mostram que a maior parte da atividade voluntária no país ocorre fora de organizações formais.
Isso acontece porque as circunstâncias legais e fiscais no México não encorajam a criação de organizações
de sociedade civil formais. Além disso, existe uma cultura limitada de participação de grupos formais. 17
Percepção errônea número 2: O voluntariado ocorre somente no setor da sociedade civil. Isto é falso. A
ação voluntária é universal; ela não ocorre exclusivamente em um “setor”, mas permeia todos os aspectos
da vida. Muitos serviços do setor público, por exemplo, dependem de voluntários: escolas e serviços
hospitalares e de saúde, policiamento de vizinhanças, guarda costeira e corpo de bombeiros, todos
dependem de voluntários. O voluntariado também pode ser encontrado em programas sociais nacionais
do governo, em áreas como a de imunização e alfabetização. Desde 1988, a Iniciativa Global de Erradicação
da Pólio, liderada por
Quadro 1.6: Parceria pública e comunitária contra a pobreza e a tuberculose governos nacionais, a
Organização Mundial da
A Tuberculose (TB) é uma doença infecciosa associada a pobreza e baixos níveis
Saúde, UNICEF e Rotary
salariais. Em Karakalpakstan, uma região semi-autônoma do Uzbequistão, a doença
Internacional, imunizou mais
atingiu proporções epidêmicas e intensifica a pobreza local. O ministério da saúde do
Uzbequistão tem atacado o problema da alta incidência de pobreza e tuberculose de 2,5 bilhões de crianças
com as Nações Unidas, a sociedade civil local, o governo distrital e com o Mahalla, contra a pólio, graças a
um comitê de voluntariado local tradicional que apóia o bem-estar e ajuda a cooperação sem precedentes
melhorar o meio de vida. Desde 1994, foi dada ao Mahalla mais responsabilidade
de mais de 200 países e 20
pelo direcionamento da assistência social do Governo Central. Através dos Comitês
milhões de voluntários, a
Mahalla e autoridades locais, 32 Treinadores de Voluntários Comunitários foram
treinados. Eles, por sua vez, recrutaram e treinaram mais 30 voluntários. Após três maioria local, respaldada por
ciclos de treinamento, existem agora quase 3000 voluntários promovendo a um investimento
conscientização da TB, auxiliando na melhoria dos sistemas de saúde e suprimento internacional de mais de 8
de água, dando apoio aos pacientes que foram bem-sucedidos no tratamento da TB e
bilhões de dólares
apoiando atividades domiciliares que geram renda entre pacientes da TB e suas
americanos. Em 2006,
famílias.
restavam somente quatro
“Graças aos Voluntários Comunitários e seu trabalho duro, agora mais pessoas países onde a transmissão de
procuram médicos e se consultam a tempo, o que é de extrema importância no pólio não havia sido cessada
tratamento da TB” (N Orazimbetova, 2011).
e onde os números anual de
casos havia caído mais de 99
Fontes: PNUD (2011); Nesibele Orazimbetova [Médico-Chefe, distrito de Karauzyak],
Discurso na cerimônia de abertura do consultório de TB. (14 de janeiro de 2011). por cento.
30. Além disso, o engajamento de voluntários no setor privado apresenta
um crescimento constante desde meados da década de 90, a maior parte dentro da estrutura de
Responsabilidade Social Corporativa (RSC). O setor emprega uma proporção significativa da população
mundial, muitos dos quais são voluntários. O voluntariado é uma importante expressão da RSC, com mais
de 90 por cento das empresas da Fortune 500 tendo voluntários como funcionários formais e programas
de doação.
Quadro 1.7: Filantropia Africana – uma tradição de força
A filantropia africana não é algo que necessite ser apresentada por
Percepção errônea número 3: O alguém, porque os africanos têm uma forte tradição de auto-ajuda,
voluntariado é exclusividade dos bem- auto-apoio, instituições voluntárias e crédito rotativo e associações
como as stokvels sul-africanas. No entanto, nós ainda não
educados e afortunados, daqueles que tem
conseguimos explorar essa tradição e não costumamos pensar nas
tempo e dinheiro disponíveis. Na verdade,
suas várias expressões e ferramentas de desenvolvimento.
uma pesquisa empírica em expansão indica
que o voluntariado é predominante entre as Fonte: Wilkinson-Maposa, Fowler, Oliver-Evans & Mulenga. (2005).
pessoas de salários mais baixos que se
engajam no trabalho voluntário para se
beneficiar e ajudar suas comunidades. Seus recursos, incluindo conhecimento local, habilidades, trabalho e
rede social geralmente desempenham um papel crucial na sobrevivência de estresses e choques, como
discutidos no Capítulo 4, na seção Voluntariado e Meio de Vida Sustentáveis.
Um estudo do Banco Mundial focado nas comunidades mais pobres, destacou a necessidade de descobrir
“redes de solidariedade existentes” e ressaltou que a “mobilização de comunidades locais geralmente
começam com a detecção dos grupos locais, tais como centros comunitários.” 21 Outro estudo dos Estado
Unidos sobre vizinhanças afligidas e de baixa renda em transformação, concluiu: “Entre os bens
[comunitários] menos valorizados estão as redes que ocorrem naturalmente, através das quais vizinhos e
residentes se oferecem voluntariamente para abordar e resolver problemas comuns. Uma atenção
estratégica e um cultivo mais intencional e uso dessas redes poderia ser uma contribuição importante para
a transformação comunitária pelos moradores.”
Percepção errônea número 4: O voluntariado é o domínio de amadores que não possuem habilidade ou
experiência. Essa percepção errônea surge da concepção de que o profissionalismo, tanto em
conhecimento quanto em comportamento, é exclusivamente associado a um trabalho pago. Também
pode ser influenciada pela impressão de que a maioria dos voluntários são pessoas jovens. Ao longo deste
relatório, existem referências de homens e mulheres profissionalmente qualificados motivados por valores
31. que conduzem o voluntariado. Suas profissões variam de advogados
trabalhando para o bem público até profissionais do corpo de bombeiros e médicos, que escolhem levar
seu conhecimento e anos de experiência para o voluntariado.
Percepção errônea número 5: Mulheres são a maioria no voluntariado. Errado novamente. Enquanto
estudos indicam que mulheres são mais propensas ao voluntariado, homens e mulheres trabalham
voluntariamente pelo mesmo número de horas. A percepção da predominância do sexo feminino no
voluntariado surge, em parte, pela associação com serviços sociais e cuidados médicos, em particular. O
movimento feminista na década de 70 descreveu o voluntariado como uma extensão do trabalho
doméstico da mulher fora de casa.23 Enquanto as mulheres predominam em áreas tais como o trabalho
voluntário no cuidado hospitalar de crianças e pessoas idosas, homens aparecem em maior número nos
esportes, nas questões ambientais, e nos resgates em incêndios e no mar.24
Uma justificativa mais convincente pode argumentar que o voluntariado reforça os papéis de gênero e que
as mulheres atuam nas áreas de voluntariado que, no mercado pago, são designados como sendo de status
mais baixo. O trabalho voluntário dos homens é tipicamente no “domínio público”, em atividades cívicas e
profissionais que incluem trabalhar no conselho de organizações. Inversamente, voluntárias são
encontradas em “domínios privados”, ajudando os necessitados. Um estudo sobre voluntárias na área de
saúde em Lima, Peru, demonstrou como o trabalho de assistência média era visto como uma extensão de
seu papel maternal. Um estudo da África do Sul e do Zimbábue sobre profissionais de saúde do sexo
feminino na área de HIV/AIDS chegou a uma conclusão similar. 25 Entre os ativistas, os homens estão mais
inseridos em campanhas nacionais, enquanto as mulheres estão mais propensas a participar em
campanhas locais.26 As Nações Unidas reconheceram a necessidade de evitar estereótipos de gênero
quando enfatizou a necessidade de garantir “que as oportunidades de voluntariado em todos os setores
estão abertas tanto para mulheres quanto homens, dada a diferença de níveis de participação nas
diferentes áreas.”
Percepção errônea número 6: Pessoas mais jovens não trabalham como voluntários. Pelo contrário, jovens
não constituem um grupo passivo que espera que oportunidades e recursos sejam entregues a ele. Eles se
ocupam ativamente no desenvolvimento de suas sociedades em uma vasta gama de atividades. Um
exemplo bem conhecido da América Latina é a organização Um Techo para mi País (Um Teto para meu
País).
32. Também é verdade, entretanto, que muitos jovens julgam a participação
através de organizações formais menos interessante do que no passado. Essas oportunidades em si estão
diminuindo à medida que a economia global e instituições políticas e sociais passam por grandes
mudanças. 28 No entanto, o comprometimento dos jovens com o engajamento cívico permanece forte
apesar de parecer mudar para a participação em situações informais e menos estruturadas. Para os jovens,
o ativismo político e social que oferece maneiras informais e não-hierárquicas é mais interessante. Um
exemplo é o grupo liderado por jovens da Ucrânia, “Irpinskyi velorukh” (Movimento de ciclismo da cidade
de Irpin). Esse é um grupo informal que promove o ciclismo e um estilo de vida livre de automóveis, que
organiza anualmente os eventos do Dia sem Carro na comunidade. Em 2009, 56 pessoas participaram.
Vinte empresas da mídia cobriram o evento e oficiais locais e membros da comunidade participaram na
música, discursos, fabricação de pôsteres, parada de ciclismo e competições cross-country.29
Quadro 1.8: Da construção de casas para a cidadania ativa
Em 1997, um grupo de jovens chilenos preocupados com a pobreza extrema em seu país resolveu construir 350 casas
populares para famílias que viviam em favelas. O programa, desde então, expandiu para 19 países da América Latina e
mobiliza mais de 50.000 jovens voluntários, com idades que variam de 17 a 28 anos, todos os anos. Melhorar a
qualidade da habitação de milhares de famílias da região não foi a única coisa que fizeram. Através do contato direto
com a pobreza, a experiência mudou a forma que eles enxergavam seu país. Eles agora promovem a conscientização
da pobreza através de campanhas e lobbying a favor de casas adequadas para todos. Da construção de casas, jovens
voluntários se tornaram cidadãos ativos e líderes em suas comunidades.
“Como voluntário, eu compreendi que cada pessoa tem um papel importante na luta contra a pobreza. Nós nos
unimos, já que para nós, não há outra maneira de denunciar a pobreza a não ser por meio do nosso engajamento
coletivo. Ansnm nou kapb (Juntos nós podemos).”
Donald, voluntário da Un Techo no Haiti.
Fonte: J. Serani, [Diretor do México e Região do Caribe, Un Techo para mi País]. Comunicação Pessoal (21 de julho de
2011).
Percepção errônea número 7: O voluntariado é realizado cara a cara. O desenvolvimento significativo da
tecnologia digital significa que o voluntariado não é mais limitado ao contato cara a cara. As novas
tecnologias com as quais as pessoas se relacionam são, possivelmente, o desenvolvimento mais
significativo no voluntariado. A evolução rápida da tecnologia de telefonia celular e a difusão da Internet
têm permitido um maior número de pessoas de amplas partes da população a engajar no voluntariado.
Assim sendo, tecnologias estão contribuindo para sua natureza universal. Isso será discutido no Capítulo 3.
33. Percepção errônea número 8: A intervenção estatal deveria ser proibida
no voluntariado. Essa visão é bem menos difundida do que era há uma década, como fica evidente pelo
número de políticas e leis adotadas por governos, especialmente desde 2001. A maioria visa encorajar a
ação voluntária por parte de cidadãos e/ou protege os direitos dos voluntários. Entretanto, existem
momentos em que o Estado tenta controlar a ação voluntária para beneficiar sua própria política. O
voluntariado, por exemplo, pode ser um meio de compensar por serviços insuficientes, compensando pela
inabilidade do estatal de prover os serviços. Esses casos devem ser monitorados e expostos sempre que
ocorrerem.
Quadro 1.9: Promovendo leis e políticas que apóiam o voluntariado
A primeira lei sobre voluntariado na Coréia do Sul, a Lei Básica de Promoção de Serviços Voluntários (2006), estabeleceu o
Comitê Nacional de Promoção do Voluntariado. Esse comitê engloba o governo e representantes da sociedade civil e tem
trabalhado para encorajar a participação pública no voluntariado.
Através da lei, o governo nacional e governos locais são obrigados a assegurar que o serviço voluntário seja executado em
um ambiente seguro, e que o governo forneça garantia contra lesões físicas ou econômicas aos voluntários.
O voluntariado continua a crescer na República da Coréia, promovido pelo compromisso do governo de apoiar os
voluntários. Particularmente notável foi o extenso envolvimento de cidadãos na limpeza dos derramamentos de óleo no
Condado de Taean, na costa oeste do país em 2007.
Em julho de 2008, o Grupo Automotivo Hyundai KIA fundou uma organização voluntária, o Happy Move Global Youth
Volunteers. Desde então, a organização tem mandado cerca de 1000 estudantes universitários coreanos para contribuir
com esforços humanitários, culturais e outros esforços voluntários na Índia, Brasil, China, Eslováquia, República Checa,
Turquia e Tailândia. Esse programa auxilia jovens coreanos a compreenderem o verdadeiro significado do trabalho
voluntário e os ajuda a desenvolver identidade própria através de experiência em primeira mão com novas culturas e
cooperação direta com as pessoas.
Fontes: The International Centre for Not-for-profit Law. (2010); VNU. (2009).
34. Políticas podem, de forma não intencional, reprimir as forças de
impulsão do voluntariado. Os governos estão bem colocados a contribuir para um ambiente em que todos
os tipos de voluntariados podem florescer. No entanto, a intenção certamente não é buscar a noção de
uma comunidade auto-suficiente, com o Estado negligenciando suas responsabilidades de assegurar as
necessidades básicas dos cidadãos. O desafio é como integrar a ação voluntária de cidadãos com as ações
tomadas pelo governo e outras fontes financeiras de forma mutuamente reforçada, enfatizando a
cooperação e a complementação. Em última análise, isso pode aumentar a eficiência e o alcance dos
programas governamentais enquanto fortalece a confiança das pessoas em suas habilidades para afetar o
bem-estar de suas comunidades.
Percepção errônea número 9: O voluntariado é gratuito. Existe um ditado antigo que diz que, embora os
voluntários não sejam pagos, eles não trabalham de graça. Aplicado aos tipos mais formais de
voluntariado, tem ligação com a infraestrutura necessária para assegurar contribuições efetivas. Inclui o
estabelecimento e a direção de centros de voluntários, gerenciamento de voluntários, treinamento e
reconhecimento, e custos associados ao funcionamento apropriado para os voluntários, tal como
transporte, refeições e salários. Em termos de governo, isso pode incluir o estabelecimento de políticas
apropriadas e sistemas de regulamentação, corpo nacional de voluntários, e esquemas para pessoas mais
velhas e para jovens.
Conclusões e discussões
Percepções errôneas escondem a universalidade de valores e ações associados ao voluntariado. Elas são
obstáculos para o entendimento da amplitude e profundidade da ação voluntária ao redor do mundo. Com
esse primeiro REVM, nós esperamos esclarecer as opiniões acerca do que é o voluntariado e o que ele
alcança, de acordo com as realidades na prática.
A pesquisa sobre o assunto ainda se encontra nos primeiros estágios e precisa ser intensificada.
Evidentemente, os governos têm um papel de encorajar mais estudos empíricos que irão resultar em um
quadro mais exato da natureza universal do voluntariado. A comunidade acadêmica deve questionar
suposições fundamentais sobre a ação voluntária. O sistema das Nações Unidas e outros atuantes de
desenvolvimento, incluindo a sociedade civil, têm a responsabilidade de assegurar que essa pesquisa
alcance todos os interessados. Estabelecer dados robustos sobre o voluntariado é a rota mais correta para
desenvolver estratégias que levam em conta a força poderosa e universal que o voluntariado representa.
35. Com esse primeiro REVM, nós esperamos esclarecer as opiniões acerca
do que é o voluntariado e o que ele alcança, de acordo com as realidades na prática.
36. MEDINDO O VOLUNTARIADO
CAPÍTULO 2
“Se você não pode contá-lo, então ele não conta.”
Anon
Por que mensurar o voluntariado?
O tamanho da contribuição do voluntariado em todo o mundo exige alguma medida de sua magnitude.
Não é diferente de outras áreas de esforço humano, importantes no funcionamento das sociedades. O
interesse em entender a escala do voluntariado cresceu nos últimos anos, como evidenciam vários estudos
em níveis regional, nacional e mundial.
Neste capítulo, nós tentamos mensurar o voluntariado, em um olhar além dos números. Calcular a
dimensão e o valor do voluntariado, incluindo o valor econômico, é obviamente importante. Ainda que os
números não sejam a estória completa. Alguns argumentam que quantificar o voluntariado deprecia seus
valores em termos de impacto nas comunidades e suas causas, assim como nos próprios voluntários.
Outros dirão que a principal contribuição do voluntariado, seu real valor, encontra-se na criação de
sociedades harmoniosas, marcadas pelos altos níveis de coesão e bem-estar sociais, também fatores de
difícil quantificação.
Os valores humanos que residem nas pessoas e nas comunidades perpassam este relatório. Faz-se
necessário a descoberta de melhores métodos de reconhecimento desses valores. Há razões sólidas para
medir o voluntariado, as ações que inspira, assim como os benefícios delas derivados. Os principais
argumentos a favor da mensuração do voluntariado são abaixo considerados.
Para os próprios voluntários é importante que o impacto de suas ações seja reconhecido. Documentar o
tempo e os esforços expendidos por milhões de voluntários ajuda a promover o seu reconhecimento e a
estimular o desejo de engajamento. No processo, outros podem ser motivados a participar quando virem a
contribuição da ação voluntária e perceberem que o voluntariado é um componente de um engajamento
cívico.
37. Para as organizações que envolvem voluntários, a medição os ajudaria a
obter novas perspectivas em seus programas. Além disso, com fatos e dados em mãos, elas poderiam
ampliar seus esforços de relações públicas, valorizar sua responsabilidade para com o resultado, expandir
suas opções de mobilização de recursos, assim como promover aos voluntários uma visão global da soma
de seus esforços.
Em outro nível, se os governantes nacionais levarem em conta o voluntariado na política nacional, eles
terão de estar convencidos de seu valor, de sua importância, incluindo aí seu valor econômico. Com
frequência, os governantes desconhecem a extensão da ação voluntária de diferentes setores da
sociedade dos quais fazem parte, assim como o valor por ele gerado. Uma vez convencidos dos benefícios
das ações do voluntariado para a tomada de decisões, os governantes precisam de dados confiáveis para
desenvolver estratégias apropriadas. Isto garante que esse recurso seja devidamente fomentado e
aproveitado para o bem-estar geral do país.
Quadro 2.1 : Valor dos voluntários
Os voluntários são essenciais para a Cruz Vermelha e o Movimento do Crescente Vermelho (FICV). Mas quantos voluntários
há e quanto valor eles podem oferecer? O estudo da FICV de 2001 fornece respostas. Em torno de 13,1 milhões de
voluntários ativos da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho doaram aproximadamente 6 bilhões de dólares em valor de
serviços, que atingiu cerca de 30 milhões de pessoas em 2009.
Os voluntários ampliaram a força de trabalho da FICV, em uma média global de 20 voluntários para cada membro pago. Na
África subsaariana são 327 voluntários para cada membro de equipe. No Sudeste Asiático, 432 voluntários para um membro
de equipe; enquanto que a menor proporção está nos Estados Unidos e no Canadá, com 11 voluntários para cada membro
de equipe.
O levantamento, baseado em dados das 107 sociedades nacionais, não só fornece o valor os números por trás do
contingente de voluntariado, mas também descreve as muitas contribuições sociais que eles fazem em suas comunidades
nas áreas de saúde, a redução da pobreza e resposta a emergências.
Fonte – Federação Internacional da Cruz Vermelha e Sociedades do Crescente Vermelho (2011)