SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 27
Análise do Conteúdo Curso de Especialização em Ergonomia e Usabilidade PUC-Rio - 2007
Leitura recomendada: A Aplicação de Dados Antropométricos em Projeto de Design: Como Projetar Corretamente Produtos Ergonômicos - Maria Manuela Rupp Quaresma - Dissertação de Mestrado - PUC-Rio -2001. Análise de Conteúdo - Laurence Bardin. Lisboa - Edições 70, 1977 ATENÇÃO: É importante a leitura acima recomendada. Este slide é apenas um guia para apresentação em aula.
Análise de Conteúdo  É um método de tratamento da informação semântica dos textos (...) que pretende, por um processo de normatização da diversidade superficial de um grande conjunto de documentos, expressos em linguagem verbal (como pesquisas de opinião,  corpora  de textos jornalísticos ou de discursos políticos), torna-los compatíveis, abrindo caminho ao emprego de técnicas estatísticas e, mais tarde, computacionais” (Pinto, 1999, apud Quaresma 2001)
A organização da análise  Bardin (1977) organiza as fases da análise do conteúdo em três fases cronológicas: 1)  a pré-análise 1.a - Leitura flutuante 1.b - Escolha dos documentos 1.c - Preparação do material 1.d - Referenciação dos índices e a elaboração de indicadores 2) a exploração do material 3) o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação.
A organização da análise  1) a pré-análise É a fase da organização propriamente dita. Organiza-se o material a ser analisado com o objetivo de torna-lo operacional e sistematizar as idéias iniciais. Os passos da pré-análise são: 1.a - Leitura flutuante 1.b - Escolha dos documentos 1.c - Preparação do material 1.d - Referenciação dos índices e a elaboração de indicadores
A organização da análise  1) a pré-análise 1.a - Leitura flutuante - Consiste em estabelecer o contato com os documentos a analisar e conhecer o texto, deixando-se invadir por impressões e orientações. 1.b - Escolha dos documentos - consiste em demarcar o universo dos documentos a serem analisados, constituindo-se um  corpus . O corpus é o conjunto dos documentos considerados para serem submetidos aos procedimentos analíticos.
A organização da análise  1) a pré-análise 1.c - Preparação do material - Consistiu na preparação formal dos documentos a serem analisados, constituindo-se novos documentos com todas as respostas de cada uma das perguntas. 1.d - Referenciação dos índices e a elaboração de indicadores - Consistiu em determinar quais eram os índices (temas) encontrados nos documentos, determinando os seus indicadores através de recortes de texto nos documentos.
A organização da análise  Bardin (1977) organiza as fases da análise do conteúdo em três fases cronológicas: 1) a pré-análise 1.a - Leitura flutuante 1.b - Escolha dos documentos 1.c - Preparação do material 1.d - Referenciação dos índices e a elaboração de indicadores 2)  a exploração do material 3) o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação.
A organização da análise  2) A exploração do material Esta etapa consistiu na definição das  unidades de registro  e das  unidades de contexto ; definição dos sistemas de categorias e dos sistemas de codificação, e a identificação das unidades de registro nos documentos.
A organização da análise  2) A exploração do material unidades de registro -  È a unidade de significação a codificar e corresponde ao segmento de conteúdo a considerar como unidade base, visando a categorização e a contagem frequencial. É de natureza e de dimensão variável. unidades de contexto -  A unidade de contexto serve de unidade de compreensão para codificar a unidade de registro e corresponde ao segmento da mensagem, cuja as dimensões (superiores às da unidade de registro) são ótimas para que se possa compreender a significação exata da unidade de registro.
A organização da análise  2) A exploração do material unidades de registro unidades de contexto - Exemplo Depoimentos sobre se o uso de softwares de CAD ajudarão a resolver os problemas relacionados aos erros na aplicação da antropometria em projetos de Design Ex. 1 -  Sim , o software SAFEWORK lhe permite selecionar a população alvo. Ex.2 -  Eu acredito que sistemas de projeto ergonômico auxiliado por computador ajudarão  os designers da mesma forma que aos sistemas CAD de engenharia fazem.
A organização da análise   Bardin (1977) organiza as fases da análise do conteúdo em três fases cronológicas: 1) a pré-análise 1.a - Leitura flutuante 1.b - Escolha dos documentos 1.c - Preparação do material 1.d - Referenciação dos índices e a elaboração de indicadores 2) a exploração do material 3)  o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação.
A organização da análise  3) o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação Esta última etapa consiste no tratamento estatístico simples dos resultados, permitindo a elaboração de tabelas que condensam e destacam as informações fornecidas para análise.
Aplicação do método Para exemplificar, será mostrada a aplicação da Análise de Conteúdo nas respostas de entrevistas realizadas com professores/pesquisadores/profissionais estrangeiros da área de antropometria e design. Este estudo é parte de dissertação de mestrado de Maria Manuela Rupp Quaresma, defendida na PUC-Rio, em 2001. Quatorze especialistas estrangeiros responderam as seguintes questões relacionadas à Antropometria. 1 - Quais são os erros mais freqüentes ao se aplicar dados antropométricos ao design de produto e estações de trabalho ? 2 - Por que, na sua opinião, estes erros ocorrem ? 3 - O uso do CAD na antropometria resolverá estes problemas, ajudará aos designers a dimensionar corretamente produtos e estações de trabalho ?
Aplicação do método - A Pré-Análise Nesta fase, foi feita a leitura de todas as respostas enviadas dos estrangeiros. Teve como objetivo delimitar quais eram as respostas para cada uma das três questões apresentadas.  (Leitura Flutuante) O segundo passo foi demarcar o que seria analisado, estabelecendo o  corpus  da análise.  (Escolha dos documentos)
Aplicação do método - A Pré-Análise Após as leituras das respostas das entrevistas, foram elaborados documentos com as respostas de cada entrevistado para cada pergunta. Portanto, foram elaborados três documentos, um para cada três questões, com o objetivo de separá-las para uma melhor análise das respostas referentes àquela questão.  (Preparação do material)
Entrevistados Respostas Observações Entrevista 1 – John Roebuck Entrevista 2 –  Josef Loczi I have received your thought-provoking email about what and why mistakes happen in ergonomic aspects of design. I am not really in a position to know what mistakes happen most frequently in applications. Currently, I am semi-retired, and devote much of my time to volunteer work on standards development in computer human modeling (apparently related to what you call CADs) and consulting in planning for anthropometric surveys. I do know that many persons who are not knowledgeable about ergonomics think that percentiles are absolute numencal values, such as the number of hours in a day or the normal internal temperature of the human body or the freezing temperature of water. They do not grasp the concept that people of different nations, occupations, ages and health conditions have different sizes for the same percentile. Some general thoughts to your questions: I think the underlying problem you address with your questions is based on the  fact  that in many cases engineers apply this information without really understand ergonomic & anthropometric principles. This is even flirther compounded by the fact that in many cases they look only at one issue they deem important without understanding any possible interactions. For example there are four issues that are often not understood: 1. Design for the average person: a design for an average person does violate needs for many other users and usually is not satisfactory. what is the average person anyway? 2. Anthropometrics: most people do not understand that anthropometrics is multidimensional: body proportions have as much an effect as stature alone. You can not deduce effects based on only one body dimension when you for example design a office workstation. In addition, most people really do not understand if you talk about percentiles. 1 - Quais são os erros mais freqüentes ao se aplicar dados antropométricos ao design de produto e estações de trabalho ?
Entrevistados Respostas Observações Entrevista 1 – John Roebuck Entrevista 2 –  Josef Loczi Entrevista 3 –  Masaaki Mochimaru I have received your thought-provoking email about what and why mistakes happen in ergonomic aspects of design. I am not really in a position to know what mistakes happen most frequently in applications. Currently, I am semi-retired, and devote much of my time to volunteer work on standards development in computer human modeling (apparently related to what you call CADs) and consulting in planning for anthropometric surveys.  Some general thoughts to your questions: I think the underlying problem you address with your questions is based on the  fact  that in many cases engineers apply this information without really understand ergonomic & anthropometric principles. This is even flirther compounded by the fact that in many cases they look only at one issue they deem important without understanding any possible interactions. For example there are four issues that are often not understood: . 2 - Por que, na sua opinião, estes erros ocorrem ? In many cases, engineers and designers use the textbooks you have mentioned without really understanding basic ergonornic and human factors principles. For one, they do not approach the design problem holistic, but concentrate on the 'one" item they "think" is important. They also do not take the task the user has to perform into account. A simple examnie would be the desiun of office work space. The desk height is also greatly dependent .
Entrevistados Respostas Observações Entrevista 1 – John Roebuck Entrevista 2 –  Josef Loczi Entrevista 3 –  Masaaki Mochimaru I have received your thought-provoking email about what and why mistakes happen in ergonomic aspects of design. I am not really in a position to know what mistakes happen most frequently in applications. Currently, I am semi-retired, and devote much of my time to volunteer work on standards development in computer human modeling (apparently related to what you call CADs) and consulting in planning for anthropometric surveys.  Some general thoughts to your questions: I think the underlying problem you address with your questions is based on the  fact  that in many cases engineers apply this information without really understand ergonomic & anthropometric principles. This is even flirther compounded by the fact that in many cases they look only at one issue they deem important without understanding any possible interactions. For example there are four issues that are often not understood: . 3 - O uso do CAD na antropometria resolverá estes problemas, ajudará aos designers a dimensionar corretamente produtos e estações de trabalho ? In many cases, engineers and designers use the textbooks you have mentioned without really understanding basic ergonornic and human factors principles. For one, they do not approach the design problem holistic, but concentrate on the 'one" item they "think" is important.
Aplicação do método - A Pré-Análise Com os documentos preparados, estabeleceu-se os índices para cada uma das questões, ou seja, enumerou-se todos os temas abordados pelos entrevistados de cada uma das questões. Cabe observar que a identificação desses índices foi feita por dois pesquisadores para evitar influências de um só analista. (Referenciação dos índices e a elaboração de indicadores)
1 - Quais são os erros mais freqüentes ao se aplicar dados antropométricos ao design de produto e estações de trabalho ? Índices: a. Usar dados antmpornétricos não compatíveis com a população usuária; b. Não saber sobre as correlações das várias dimensões do corpo; c. Projetar pare uma pessoa média; d. Não considerar a tarefa dos usuários; e. Usar modelos estáticos pare resolver problemas dinâmicos; f. Adicionar percentis (dimensões) sem considerar o cálculo da média e do desvio-padrão; g. Misturar nomes anatômicos; h. Não saber escolher a variável correta - desconsiderar as variáveis críticas; I. Não testar o projeto com modelos de teste; j. Não usar dados antropométricos; k. Usar erroneamente dimensões de produtos similares;
2 - Por que, na sua opinião, estes erros ocorrem ? Índices a. Por inexperiência com a ergonomia e a antropometria; b. Por acreditar que utilizando Os dados rnédios se atenda a maioria; c. Porque usam tabelas erradas ou ultrapassadas; d. Por confiar nos modelos humanos virtuais: e. Pela insuficiência de documentos e técnicas, pela dificuldade de acesso a levantamentos antropométricos; f. Pela utilização errada de procedimentos pare aplicação da ergonomia e de dados antropométricos g. Porque se usa apenas a estatura como referencia geral; h. Pela falta de padronização da nomenclatura das dimensões corporais;  i. Por culpa dos profissionais de ergonomia que não ensinam corno utilizar os dados corretamente; i. Por motivos como pressões de tempo, pressões de custo, preguiça.
3 - O uso do CAD na antropometria resolverá estes problemas, ajudará aos designers a dimensionar corretamente produtos e estações de trabalho ? Índices a. Sim, vai resolver e ajudar b. Talvez/Depende c. Não
Aplicação do método - A Exploração do Material Nesta segunda fase teve-se como objetivo definir as unidades de registro e as unidades de contexto -  as unidades de registro são algumas palavras e as unidades de contexto são um ou alguns parágrafos. Após essa definição, foi estabelecido que as categorias seriam os índices encontrados nas respostas e que o sistema de codificação nas unidades de registro, para a sua localização nas respostas, seria conforme o seguinte exemplo:
Aplicação do método - A Exploração do Material Exemplo: RESP-C / P2 / PAR 7 / CATa), onde: RESP-C resposta do respondente C P2 refere-se a pergunta 2 da entrevista PAR 7 ao 7º parágrafo da resposta CATa) refere-se à categoria (índice) a)
Aplicação do método - O Tratamento dos Resultados Obtidos e Interpretação Nesta última fase foram elaboradas tabelas para cada uma das questões, com as categorias, unidades de contexto e a unidades de registro sublinhadas nas unidades de contexto, a codificação das unidades de registro e a freqüência de cada uma das categorias. Permitiu-se, portanto, um tratamento estatístico simples para a interpretação de cada uma das questões.
[object Object],[object Object]

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Análise do Conteúdo: Método de Tratamento da Informação

análise de conteúdo de entrevista
análise de conteúdo de entrevistaanálise de conteúdo de entrevista
análise de conteúdo de entrevistaMichelle Silva
 
Resumo capitulo 4 creswell estrategias de redacao e consideracoes eticas
Resumo capitulo 4 creswell   estrategias de redacao e consideracoes eticasResumo capitulo 4 creswell   estrategias de redacao e consideracoes eticas
Resumo capitulo 4 creswell estrategias de redacao e consideracoes eticasRodrigo Nicéas
 
Handbook Usability Testing - Capitulo 12
Handbook Usability Testing - Capitulo 12Handbook Usability Testing - Capitulo 12
Handbook Usability Testing - Capitulo 12Luiz Agner
 
Metodos e Processos de Pesquisa em Design de Interação
Metodos e Processos de Pesquisa em Design de InteraçãoMetodos e Processos de Pesquisa em Design de Interação
Metodos e Processos de Pesquisa em Design de InteraçãoGonçalo Ferraz
 
Programa institucional iniciacao -projeto de pesquisa
Programa institucional iniciacao -projeto de pesquisaPrograma institucional iniciacao -projeto de pesquisa
Programa institucional iniciacao -projeto de pesquisaCidinha Santos
 
Atividades interdisciplinares02
Atividades interdisciplinares02Atividades interdisciplinares02
Atividades interdisciplinares02IDELAN OLIVEIRA
 
57931578-TI-Analise-de-sistemas-Concursos.pdf
57931578-TI-Analise-de-sistemas-Concursos.pdf57931578-TI-Analise-de-sistemas-Concursos.pdf
57931578-TI-Analise-de-sistemas-Concursos.pdfRicardoZorekDaniel1
 
Fontes De Informação Científica
Fontes De Informação CientíficaFontes De Informação Científica
Fontes De Informação Científicabsararangua
 
Construindo_o_seu_TCC_passo_a_passo.pdf
Construindo_o_seu_TCC_passo_a_passo.pdfConstruindo_o_seu_TCC_passo_a_passo.pdf
Construindo_o_seu_TCC_passo_a_passo.pdfRoberta Giovanini
 
CAPÍTULO 12 - Handbook of Usability Testing” de Rubin e Chsinell
CAPÍTULO 12 - Handbook of Usability Testing” de Rubin e ChsinellCAPÍTULO 12 - Handbook of Usability Testing” de Rubin e Chsinell
CAPÍTULO 12 - Handbook of Usability Testing” de Rubin e ChsinellFernanda Sarmento
 
27 o projeto de pesquisa
27 o projeto de pesquisa27 o projeto de pesquisa
27 o projeto de pesquisaJoao Balbi
 
27 o projeto de pesquisa
27 o projeto de pesquisa27 o projeto de pesquisa
27 o projeto de pesquisaJoao Balbi
 

Semelhante a Análise do Conteúdo: Método de Tratamento da Informação (20)

1345486916110
13454869161101345486916110
1345486916110
 
Revisão Sistemática
Revisão SistemáticaRevisão Sistemática
Revisão Sistemática
 
análise de conteúdo de entrevista
análise de conteúdo de entrevistaanálise de conteúdo de entrevista
análise de conteúdo de entrevista
 
Teste
TesteTeste
Teste
 
Cesar.Edu Turma S2I
Cesar.Edu Turma S2ICesar.Edu Turma S2I
Cesar.Edu Turma S2I
 
Resumo capitulo 4 creswell estrategias de redacao e consideracoes eticas
Resumo capitulo 4 creswell   estrategias de redacao e consideracoes eticasResumo capitulo 4 creswell   estrategias de redacao e consideracoes eticas
Resumo capitulo 4 creswell estrategias de redacao e consideracoes eticas
 
Handbook Usability Testing - Capitulo 12
Handbook Usability Testing - Capitulo 12Handbook Usability Testing - Capitulo 12
Handbook Usability Testing - Capitulo 12
 
Metodos e Processos de Pesquisa em Design de Interação
Metodos e Processos de Pesquisa em Design de InteraçãoMetodos e Processos de Pesquisa em Design de Interação
Metodos e Processos de Pesquisa em Design de Interação
 
Programa institucional iniciacao -projeto de pesquisa
Programa institucional iniciacao -projeto de pesquisaPrograma institucional iniciacao -projeto de pesquisa
Programa institucional iniciacao -projeto de pesquisa
 
Atividades interdisciplinares02
Atividades interdisciplinares02Atividades interdisciplinares02
Atividades interdisciplinares02
 
57931578-TI-Analise-de-sistemas-Concursos.pdf
57931578-TI-Analise-de-sistemas-Concursos.pdf57931578-TI-Analise-de-sistemas-Concursos.pdf
57931578-TI-Analise-de-sistemas-Concursos.pdf
 
Fontes De Informação Científica
Fontes De Informação CientíficaFontes De Informação Científica
Fontes De Informação Científica
 
O Planejamento Da Pesquisa
O Planejamento Da PesquisaO Planejamento Da Pesquisa
O Planejamento Da Pesquisa
 
Construindo_o_seu_TCC_passo_a_passo.pdf
Construindo_o_seu_TCC_passo_a_passo.pdfConstruindo_o_seu_TCC_passo_a_passo.pdf
Construindo_o_seu_TCC_passo_a_passo.pdf
 
Atlas analise de dados
Atlas analise de dadosAtlas analise de dados
Atlas analise de dados
 
CAPÍTULO 12 - Handbook of Usability Testing” de Rubin e Chsinell
CAPÍTULO 12 - Handbook of Usability Testing” de Rubin e ChsinellCAPÍTULO 12 - Handbook of Usability Testing” de Rubin e Chsinell
CAPÍTULO 12 - Handbook of Usability Testing” de Rubin e Chsinell
 
Slide pim 3 redess
Slide pim 3 redessSlide pim 3 redess
Slide pim 3 redess
 
Apostila apsoo
Apostila apsooApostila apsoo
Apostila apsoo
 
27 o projeto de pesquisa
27 o projeto de pesquisa27 o projeto de pesquisa
27 o projeto de pesquisa
 
27 o projeto de pesquisa
27 o projeto de pesquisa27 o projeto de pesquisa
27 o projeto de pesquisa
 

Análise do Conteúdo: Método de Tratamento da Informação

  • 1. Análise do Conteúdo Curso de Especialização em Ergonomia e Usabilidade PUC-Rio - 2007
  • 2. Leitura recomendada: A Aplicação de Dados Antropométricos em Projeto de Design: Como Projetar Corretamente Produtos Ergonômicos - Maria Manuela Rupp Quaresma - Dissertação de Mestrado - PUC-Rio -2001. Análise de Conteúdo - Laurence Bardin. Lisboa - Edições 70, 1977 ATENÇÃO: É importante a leitura acima recomendada. Este slide é apenas um guia para apresentação em aula.
  • 3. Análise de Conteúdo  É um método de tratamento da informação semântica dos textos (...) que pretende, por um processo de normatização da diversidade superficial de um grande conjunto de documentos, expressos em linguagem verbal (como pesquisas de opinião, corpora de textos jornalísticos ou de discursos políticos), torna-los compatíveis, abrindo caminho ao emprego de técnicas estatísticas e, mais tarde, computacionais” (Pinto, 1999, apud Quaresma 2001)
  • 4. A organização da análise  Bardin (1977) organiza as fases da análise do conteúdo em três fases cronológicas: 1) a pré-análise 1.a - Leitura flutuante 1.b - Escolha dos documentos 1.c - Preparação do material 1.d - Referenciação dos índices e a elaboração de indicadores 2) a exploração do material 3) o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação.
  • 5. A organização da análise  1) a pré-análise É a fase da organização propriamente dita. Organiza-se o material a ser analisado com o objetivo de torna-lo operacional e sistematizar as idéias iniciais. Os passos da pré-análise são: 1.a - Leitura flutuante 1.b - Escolha dos documentos 1.c - Preparação do material 1.d - Referenciação dos índices e a elaboração de indicadores
  • 6. A organização da análise  1) a pré-análise 1.a - Leitura flutuante - Consiste em estabelecer o contato com os documentos a analisar e conhecer o texto, deixando-se invadir por impressões e orientações. 1.b - Escolha dos documentos - consiste em demarcar o universo dos documentos a serem analisados, constituindo-se um corpus . O corpus é o conjunto dos documentos considerados para serem submetidos aos procedimentos analíticos.
  • 7. A organização da análise  1) a pré-análise 1.c - Preparação do material - Consistiu na preparação formal dos documentos a serem analisados, constituindo-se novos documentos com todas as respostas de cada uma das perguntas. 1.d - Referenciação dos índices e a elaboração de indicadores - Consistiu em determinar quais eram os índices (temas) encontrados nos documentos, determinando os seus indicadores através de recortes de texto nos documentos.
  • 8. A organização da análise  Bardin (1977) organiza as fases da análise do conteúdo em três fases cronológicas: 1) a pré-análise 1.a - Leitura flutuante 1.b - Escolha dos documentos 1.c - Preparação do material 1.d - Referenciação dos índices e a elaboração de indicadores 2) a exploração do material 3) o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação.
  • 9. A organização da análise  2) A exploração do material Esta etapa consistiu na definição das unidades de registro e das unidades de contexto ; definição dos sistemas de categorias e dos sistemas de codificação, e a identificação das unidades de registro nos documentos.
  • 10. A organização da análise  2) A exploração do material unidades de registro - È a unidade de significação a codificar e corresponde ao segmento de conteúdo a considerar como unidade base, visando a categorização e a contagem frequencial. É de natureza e de dimensão variável. unidades de contexto - A unidade de contexto serve de unidade de compreensão para codificar a unidade de registro e corresponde ao segmento da mensagem, cuja as dimensões (superiores às da unidade de registro) são ótimas para que se possa compreender a significação exata da unidade de registro.
  • 11. A organização da análise  2) A exploração do material unidades de registro unidades de contexto - Exemplo Depoimentos sobre se o uso de softwares de CAD ajudarão a resolver os problemas relacionados aos erros na aplicação da antropometria em projetos de Design Ex. 1 - Sim , o software SAFEWORK lhe permite selecionar a população alvo. Ex.2 - Eu acredito que sistemas de projeto ergonômico auxiliado por computador ajudarão os designers da mesma forma que aos sistemas CAD de engenharia fazem.
  • 12. A organização da análise   Bardin (1977) organiza as fases da análise do conteúdo em três fases cronológicas: 1) a pré-análise 1.a - Leitura flutuante 1.b - Escolha dos documentos 1.c - Preparação do material 1.d - Referenciação dos índices e a elaboração de indicadores 2) a exploração do material 3) o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação.
  • 13. A organização da análise  3) o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação Esta última etapa consiste no tratamento estatístico simples dos resultados, permitindo a elaboração de tabelas que condensam e destacam as informações fornecidas para análise.
  • 14. Aplicação do método Para exemplificar, será mostrada a aplicação da Análise de Conteúdo nas respostas de entrevistas realizadas com professores/pesquisadores/profissionais estrangeiros da área de antropometria e design. Este estudo é parte de dissertação de mestrado de Maria Manuela Rupp Quaresma, defendida na PUC-Rio, em 2001. Quatorze especialistas estrangeiros responderam as seguintes questões relacionadas à Antropometria. 1 - Quais são os erros mais freqüentes ao se aplicar dados antropométricos ao design de produto e estações de trabalho ? 2 - Por que, na sua opinião, estes erros ocorrem ? 3 - O uso do CAD na antropometria resolverá estes problemas, ajudará aos designers a dimensionar corretamente produtos e estações de trabalho ?
  • 15. Aplicação do método - A Pré-Análise Nesta fase, foi feita a leitura de todas as respostas enviadas dos estrangeiros. Teve como objetivo delimitar quais eram as respostas para cada uma das três questões apresentadas. (Leitura Flutuante) O segundo passo foi demarcar o que seria analisado, estabelecendo o corpus da análise. (Escolha dos documentos)
  • 16. Aplicação do método - A Pré-Análise Após as leituras das respostas das entrevistas, foram elaborados documentos com as respostas de cada entrevistado para cada pergunta. Portanto, foram elaborados três documentos, um para cada três questões, com o objetivo de separá-las para uma melhor análise das respostas referentes àquela questão. (Preparação do material)
  • 17. Entrevistados Respostas Observações Entrevista 1 – John Roebuck Entrevista 2 – Josef Loczi I have received your thought-provoking email about what and why mistakes happen in ergonomic aspects of design. I am not really in a position to know what mistakes happen most frequently in applications. Currently, I am semi-retired, and devote much of my time to volunteer work on standards development in computer human modeling (apparently related to what you call CADs) and consulting in planning for anthropometric surveys. I do know that many persons who are not knowledgeable about ergonomics think that percentiles are absolute numencal values, such as the number of hours in a day or the normal internal temperature of the human body or the freezing temperature of water. They do not grasp the concept that people of different nations, occupations, ages and health conditions have different sizes for the same percentile. Some general thoughts to your questions: I think the underlying problem you address with your questions is based on the fact that in many cases engineers apply this information without really understand ergonomic & anthropometric principles. This is even flirther compounded by the fact that in many cases they look only at one issue they deem important without understanding any possible interactions. For example there are four issues that are often not understood: 1. Design for the average person: a design for an average person does violate needs for many other users and usually is not satisfactory. what is the average person anyway? 2. Anthropometrics: most people do not understand that anthropometrics is multidimensional: body proportions have as much an effect as stature alone. You can not deduce effects based on only one body dimension when you for example design a office workstation. In addition, most people really do not understand if you talk about percentiles. 1 - Quais são os erros mais freqüentes ao se aplicar dados antropométricos ao design de produto e estações de trabalho ?
  • 18. Entrevistados Respostas Observações Entrevista 1 – John Roebuck Entrevista 2 – Josef Loczi Entrevista 3 – Masaaki Mochimaru I have received your thought-provoking email about what and why mistakes happen in ergonomic aspects of design. I am not really in a position to know what mistakes happen most frequently in applications. Currently, I am semi-retired, and devote much of my time to volunteer work on standards development in computer human modeling (apparently related to what you call CADs) and consulting in planning for anthropometric surveys. Some general thoughts to your questions: I think the underlying problem you address with your questions is based on the fact that in many cases engineers apply this information without really understand ergonomic & anthropometric principles. This is even flirther compounded by the fact that in many cases they look only at one issue they deem important without understanding any possible interactions. For example there are four issues that are often not understood: . 2 - Por que, na sua opinião, estes erros ocorrem ? In many cases, engineers and designers use the textbooks you have mentioned without really understanding basic ergonornic and human factors principles. For one, they do not approach the design problem holistic, but concentrate on the 'one" item they "think" is important. They also do not take the task the user has to perform into account. A simple examnie would be the desiun of office work space. The desk height is also greatly dependent .
  • 19. Entrevistados Respostas Observações Entrevista 1 – John Roebuck Entrevista 2 – Josef Loczi Entrevista 3 – Masaaki Mochimaru I have received your thought-provoking email about what and why mistakes happen in ergonomic aspects of design. I am not really in a position to know what mistakes happen most frequently in applications. Currently, I am semi-retired, and devote much of my time to volunteer work on standards development in computer human modeling (apparently related to what you call CADs) and consulting in planning for anthropometric surveys. Some general thoughts to your questions: I think the underlying problem you address with your questions is based on the fact that in many cases engineers apply this information without really understand ergonomic & anthropometric principles. This is even flirther compounded by the fact that in many cases they look only at one issue they deem important without understanding any possible interactions. For example there are four issues that are often not understood: . 3 - O uso do CAD na antropometria resolverá estes problemas, ajudará aos designers a dimensionar corretamente produtos e estações de trabalho ? In many cases, engineers and designers use the textbooks you have mentioned without really understanding basic ergonornic and human factors principles. For one, they do not approach the design problem holistic, but concentrate on the 'one" item they "think" is important.
  • 20. Aplicação do método - A Pré-Análise Com os documentos preparados, estabeleceu-se os índices para cada uma das questões, ou seja, enumerou-se todos os temas abordados pelos entrevistados de cada uma das questões. Cabe observar que a identificação desses índices foi feita por dois pesquisadores para evitar influências de um só analista. (Referenciação dos índices e a elaboração de indicadores)
  • 21. 1 - Quais são os erros mais freqüentes ao se aplicar dados antropométricos ao design de produto e estações de trabalho ? Índices: a. Usar dados antmpornétricos não compatíveis com a população usuária; b. Não saber sobre as correlações das várias dimensões do corpo; c. Projetar pare uma pessoa média; d. Não considerar a tarefa dos usuários; e. Usar modelos estáticos pare resolver problemas dinâmicos; f. Adicionar percentis (dimensões) sem considerar o cálculo da média e do desvio-padrão; g. Misturar nomes anatômicos; h. Não saber escolher a variável correta - desconsiderar as variáveis críticas; I. Não testar o projeto com modelos de teste; j. Não usar dados antropométricos; k. Usar erroneamente dimensões de produtos similares;
  • 22. 2 - Por que, na sua opinião, estes erros ocorrem ? Índices a. Por inexperiência com a ergonomia e a antropometria; b. Por acreditar que utilizando Os dados rnédios se atenda a maioria; c. Porque usam tabelas erradas ou ultrapassadas; d. Por confiar nos modelos humanos virtuais: e. Pela insuficiência de documentos e técnicas, pela dificuldade de acesso a levantamentos antropométricos; f. Pela utilização errada de procedimentos pare aplicação da ergonomia e de dados antropométricos g. Porque se usa apenas a estatura como referencia geral; h. Pela falta de padronização da nomenclatura das dimensões corporais; i. Por culpa dos profissionais de ergonomia que não ensinam corno utilizar os dados corretamente; i. Por motivos como pressões de tempo, pressões de custo, preguiça.
  • 23. 3 - O uso do CAD na antropometria resolverá estes problemas, ajudará aos designers a dimensionar corretamente produtos e estações de trabalho ? Índices a. Sim, vai resolver e ajudar b. Talvez/Depende c. Não
  • 24. Aplicação do método - A Exploração do Material Nesta segunda fase teve-se como objetivo definir as unidades de registro e as unidades de contexto - as unidades de registro são algumas palavras e as unidades de contexto são um ou alguns parágrafos. Após essa definição, foi estabelecido que as categorias seriam os índices encontrados nas respostas e que o sistema de codificação nas unidades de registro, para a sua localização nas respostas, seria conforme o seguinte exemplo:
  • 25. Aplicação do método - A Exploração do Material Exemplo: RESP-C / P2 / PAR 7 / CATa), onde: RESP-C resposta do respondente C P2 refere-se a pergunta 2 da entrevista PAR 7 ao 7º parágrafo da resposta CATa) refere-se à categoria (índice) a)
  • 26. Aplicação do método - O Tratamento dos Resultados Obtidos e Interpretação Nesta última fase foram elaboradas tabelas para cada uma das questões, com as categorias, unidades de contexto e a unidades de registro sublinhadas nas unidades de contexto, a codificação das unidades de registro e a freqüência de cada uma das categorias. Permitiu-se, portanto, um tratamento estatístico simples para a interpretação de cada uma das questões.
  • 27.