Este documento resume as atividades de um projeto de biomonitoramento da ictiofauna e monitoramento ambiental participativo na bacia do Rio das Velhas entre abril de 2017. O projeto treinou voluntários locais para coletar dados, realizou oficinas educativas sobre a bacia hidrográfica, monitorou a qualidade da água em córregos próximos a escolas e coletou e analisou amostras de peixes para avaliar a biodiversidade e qualidade ambiental. Os resultados mostraram melhorias na qualidade da á
2. Abril de 2017
EQUIPE TÉCNICA
Dr. Paulo dos Santos Pompeu – UFLA (Coordenador)
MSc. Carlos Bernardo Mascarenhas Alves - UFMG
Doutoranda Juliana Silva França - UFMG
Doutoranda Débora Reis de Carvalho – UFLA
Pedagoga Lísia Cândida Durães Godinho - UFMG
Bióloga Aline Junqueira – UFLA
Geógrafo Lucas Grossi Bastos – UFMG
Equipe de estagiários
3. 3
Encontros de treinamentos dos Amigos do Rio em Acuruí e Sete Lagoas
AMIGOS DO RIO
(Comunidade Ribeirinha)
Grupo de colaboradores voluntários treinados para alerta sobre
mortandade de peixes, preenchimento de formulários e coleta
de dados de qualidade de água (temperatura, pH e OD),
estreitando a relação da pesquisa com a comunidade local.
4. 4
AMIGOS DO RIO
(Metodologia)
Criação de uma rede de
monitoramento participativo
entre ribeirinhos;
Capacitação e treinamento
dos parceiros;
Efetivação da rede de
Amigos do Rio;
Coletas extras com
acompanhamento de um
membro da equipe (seca e
chuva).
5. 5
AMIGOS DO RIO
(Metodologia)
21 ribeirinhos selecionados
para trabalho voluntário;
2 capacitações (Itabirito -
Acuruí e Sete Lagoas);
Pequenos eventos pontuais;
2 coletas extras realizadas
(baixa OD jusante RMBH);
Alto índice de satisfação por
participar do projeto.
Acompanhamento da amostragem
Avaliação da Participação
6. 6
Atividades desenvolvidas nas Escolas com capacitação de Professores
OFICINAS SOBRE BACIA
HIDROGRÁFICA E
BIOMONITORAMENTO
(Subcomitês e Comunidade Escolar - Professores)
Curso com duração de 8hs (dois módulos teóricos de 4 horas)
com discussões e atividades lúdicas, sobre Bacias
Hidrográficas (Geógrafo) e Biomonitoramento (Biólogo).
7. 7
OFICINAS SOBRE BACIA
HIDROGRÁFICA E
BIOMONITORAMENTO
(Resultados)
5 no trecho Alto rio das Velhas
4 no trecho Médio rio das Velhas
1 no trecho Baixo rio das Velhas
SCBH Ribeirão Onça
SCBH Carste
SCBH Rio Itabirito
SCBH Ribeirão Arrudas
SCBH Ribeirão da Mata
SCBH Ribeirão Caeté/Sabará
SCBH Rio Jequitiba
SCBH Guaicuí
SCBH Paraúna
SCBH Santo Antônio e
Maquiné
8. 8
OFICINAS SOBRE BACIA
HIDROGRÁFICA E
BIOMONITORAMENTO
(Resultados)
441 participantes;
Diversidade de público e ótimo índice de satisfação.
Satisfação com as informações apresentadas
sobre a bacia do Rio das Velhas
Instituições participantes representativas
nas oficinas
Ótimo
64,7%
Poder Público
Estadual 6,9%
Não respondeu –
9%
Empresa – 9%
Poder Público
Municipal – 22%
Sociedade Civil –
9,9%
Educação
59,5%
Razoável – 5,2%
Não respondeu –
5,6%
Bom –
24,6%
9. 9
MONITORAMENTO PARTICIPATIVO
(Comunidade Escolar – Professores e Estudantes)
10 escolas públicas de ensino básico da região
metropolitana de Belo Horizonte monitoraram córregos
próximos às suas instituições ao longo do ano de 2016.
11. 11
MONITORAMENTO PARTICIPATIVO
(Resultados)
16 professores e 367 estudantes participantes;
10 córregos avaliados;
Nenhum córrego considerado em condições adequadas.
ESCOLAS ATENDIDAS
E.M. Hélio Pellegrino
E.E. Maria Carolina Campos
E.M. Adauto Lúcio Cardoso
E.M. Josefina Souza Lima
E.E. Geraldina Ana Gomes
E.M. Herbert José de Souza
E.E. Madre Carmelita
E.E. Bolivar Tinoco Mineiro
E.E. Prof. Alisson P.
Guimarães
E.E. Tancredo Neves
12. 12
De posse das
informações, os alunos
abraçaram a “Campanha
pela despoluição do
Capão” – ação que conta
com a confecção de
cartazes e textos, com o
intuito de sensibilizar e
mobilizar a comunidade
sobre a necessidade de
preservação desse curso
d’água.
13. 13
BIOMONITRAMENTE DE PEIXES
(Metodologia – Locais de Coleta)
Pontos na Calha
RV-01 São Bartolomeu – Ouro Preto
RV-02 Bela Fama – Nova Lima
RV-03 Santa Luzia
RV-04 Lagoa Santa
Santa
RV-05 Rita do Cedro – Curvelo
RV-06 Senhora da Glória – Corinto
RV-07 Lassance
RV-08 Barra do Guaicuí – Várzea
da Palma.
14. 14
BIOMONITRAMENTE DE PEIXES
(Metodologia – Locais de Coleta)
Pontos em Afluentes
RM-01 ribeirão da Mata
TQ-01 rio Taquaraçu
JB-01 rio Jaboticatubas
CP-01 rio Cipó, em Santana do Riacho
JE-01 rio Jequitibá
ON-01 rio da Onça
CP-02 rio Cipó, em Presidente Juscelino
PP-01 rio Pardo Pequeno
PG-01 Pardo Grande
BI-01 rio Bicudo
CU-01 rio Curimataí
16. 16
BIOMONITORAMENTO DE PEIXES
(Processamento em campo)
Etiquetação
Identificação de frasco com amostra
Acondicionamento de amostra
de água filtrada em frasco.
Pedras do leito do rio utilizadas
para extração do perifíton.
17. 17
BIOMONITORAMENTO DE PEIXES
(Processamento em laboratório)
Biometria – pesagem
Acondicionamento dos peixes
Biometria – medição do tamanho
Exemplar com tecido retirado
para análises de isótopos
18. 18
BIOMONITORAMENTO DE PEIXES
(Processamento em laboratório)
Amostras liofilizadas
Amostras em campo
Preparação de amostras líquidas
Amostras enviadas ao laboratório
de análises de isótopos
19. 19
0
5
10
15
20
25
30
35
RM-01 TQ-01 JB-01 CP-01 JE-01 ON-01 CP-02 BI-01 PP-01 PG-01 CU-01
Númerodeespécies
Afluente
Riqueza de espécies
BIOMONITORAMENTO DE PEIXES
(Resultados)
Afluentes mais próximos da RMBH apresentaram riqueza
inferior ao esperado, em função da degradação.
21. 21
BIOMONITORAMENTO DE PEIXES
(Resultados)
Exemplos:
RM-01 - Ribeirão da Mata
RV-03 – Santa Luzia
RV-04 – Lagoa Santa
Locais degradados
Presença de espécies resistentes e exóticas, bioindicadoras de
baixa qualidade ambiental, com dominância na comunidade
23. 23
BIOMONITORAMENTO DE PEIXES
(Resultados)
Exemplos:
PG-01 – Rio Pardo Grande
BI-01 – Rio Bicudo
RV-07 – Lassance*
(* em relação aos demais)
Locais preservados
Presença de espécies bioindicadoras de boa qualidade
ambiental, sem dominância e alta diversidade na comunidade
29. 29
BIOMONITORAMENTO DE PEIXES
(Resultados)
• Com o início do tratamento de esgotos na Região
Metropolitana de Belo Horizonte (ETE-Arrudas e ETE-Onça)
houve um aumento da área de distribuição de peixes,
chegando perto de BH e até ultrapassando (Nova Lima e Rio
Acima);
• Os monitoramentos após 4 etapas mostraram essa melhoria e
uma estabilização ATUAL em relação aos anos anteriores;
• Há necessidade de ampliar o volume de esgoto tratado e
melhorar os procedimentos, com ampliação do número
de ETEs e implantação do tratamento terciário em
algumas delas.
30. 30
ISÓTOPOS ESTÁVEIS
Isótopos estáveis como ferramentas para o entendimento do
fluxo de matéria e energia na bacia do rio das Velhas: é
possível detectar os efeitos do lançamento de esgotos e
demais atividades antrópicas?
32. 32
ISÓTOPOS ESTÁVEIS
Na análise de isótopos estáveis o Carbono se conserva,
mantendo sua assinatura ao longo das cadeias alimentares
Espécie A
Espécie B
Capim
Detrito
Insetos
33. 33
ISÓTOPOS ESTÁVEIS
Na análise de isótopos estáveis o Carbono se conserva,
mantendo sua assinatura ao longo das cadeias alimentares
Espécie A
Espécie B
Capim
Detrito
Insetos
34. 34
ISÓTOPOS ESTÁVEIS
Já o Nitrogênio, por acumular-se ao longo das cadeias,
fornece informações sobre o nível trófico das espécies.
Espécie A
Capim
35. 35
ISÓTOPOS ESTÁVEIS
Já o Nitrogênio, por acumular-se ao longo das cadeias,
fornece informações sobre o nível trófico das espécies.
Espécie A
Capim
Insetos
36. 36
ISÓTOPOS ESTÁVEIS
Mas os dois isótopos são sempre avaliados em conjunto
Espécie A
Espécie B
Capim
Detrito
Insetos
38. 38
ISÓTOPOS ESTÁVEIS
Número final de amostras analisadas isotopicamente:
(Resultados preliminares)
Peixes Algas Bambu Folhiço Gramíneas Macrófitas Mata ciliar Sedimento Perifíton
Material
em
suspensã
o
Esgot
o
Total
Total 1699 144 34 230 150 99 150 190 192 188 40 3116
39. -15,00
-10,00
-5,00
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
RV-01 RV-02 RV-03 RV-04 RV-05 RV-06 RV-07 RV-08
Média das assinaturas de nitrogênio - Calha
-35
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0
RV-01 RV-02 RV-03 RV-04 RV-05 RV-06 RV-07 RV-08
Média das assinaturas de carbono - Calha
Algas Bambu
Folhiço Gramíneas
Macrófitas Mata ciliar
Peixes Sedimento
Perifíton Material em suspensão
Mata Ciliar
Algas filamentosas
Perifíton
40. -35
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0
BI-01 CP-01 CP-02 CU-01 JB-01 JE-01 ON-01 PG-01 PP-01 RM-01 TQ-01
Média das assinaturas de carbono - Tributários
Algas Bambu
Folhiço Gramíneas
Macrófitas Mata ciliar
Peixes Sedimento
Perifíton Material em suspensão
-10,00
-5,00
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
BI-01 CP-01 CP-02 CU-01 JB-01 JE-01 ON-01 PG-01 PP-01 RM-01 TQ-01
Média das assinaturas de nitrogênio - Tributários
41. -35
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0
BI-01 CP-01 CP-02 CU-01 JB-01 JE-01 ON-01 PG-01 PP-01 RM-01 TQ-01
Média das assinaturas de carbono - Tributários
Algas Bambu
Folhiço Gramíneas
Macrófitas Mata ciliar
Peixes Sedimento
Perifíton Material em suspensão
-10,00
-5,00
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
BI-01 CP-01 CP-02 CU-01 JB-01 JE-01 ON-01 PG-01 PP-01 RM-01 TQ-01
Média das assinaturas de nitrogênio - Tributários
Algas filamentosas
42. -24
-23,5
-23
-22,5
-22
-21,5
-21
-20,5
-20
-19,5
-19
Arrudas antes
do tratamento
Arrudas depois
do tratamento
Onça antes do
tratamento
Onça depois do
tratamento
Média das assinaturas de carbono - Esgoto
-0,5
0
0,5
1
1,5
2
Arrudas antes
do tratamento
Arrudas depois
do tratamento
Onça antes do
tratamento
Onça depois do
tratamento
Média das assinaturas de nitrogênio - Esgoto
43. -24
-23,5
-23
-22,5
-22
-21,5
-21
-20,5
-20
-19,5
-19
Arrudas antes
do tratamento
Arrudas depois
do tratamento
Onça antes do
tratamento
Onça depois do
tratamento
Média das assinaturas de carbono - Esgoto
-0,5
0
0,5
1
1,5
2
Arrudas antes
do tratamento
Arrudas depois
do tratamento
Onça antes do
tratamento
Onça depois do
tratamento
Média das assinaturas de nitrogênio - Esgoto
55. 55
CONCLUSÕES
- A rede de Amigos do Rio funcionou como esperado, sem
desistências até o presente (no passado o número era maior mas
vários abandonaram);
- A receptividade nas Escolas onde houve treinamento de professores
e práticas com alunos também foi positiva, várias delas solicitando a
manutenção deste tipo de Programa;
- A oficinas sobre Bacias Hidrográficas foram concorridas e o público-
alvo foi atingido satisfatoriamente;
- A riqueza de espécies verificada no total foi compatível com o que já
se conhece da bacia do Rio das Velhas;
- Ambientes mais degradados mostraram fauna mais pobre;
- O rio das Velhas demonstrou uma estabilização na ocorrência das
espécies, usando os peixes como BIOINDICADORES.
56. 56
CONCLUSÕES
- A ferramenta de isótopos estáveis será bastante útil para ajudar no
entendimento dos efeitos do lançamento de esgotos domésticos, com
diferentes níveis de tratamentos sobre a fauna de peixes;
- A simples assinatura isotópica dos recursos já se mestra com grande
potencial bioindicador;
- Apesar das análises serem ainda preliminares, já é possível detectar
mudanças claras no padrão de fluxo de carbono e de assinatura de
nitrogênio em função das atividades antrópicas na bacia;
- Será possível avaliar, ao longo do rio das Velhas, o grau de
contaminação por esgotos nas teias alimentares aquáticas, e os
dados obtidos poderão ser utilizados para o biomonitoramento
adequado;
- A partir do gradiente conhecido de aporte de esgotos na calha
principal, será possível atribuir grau de conservação para cada
afluente estudado;