1. O documento descreve o contexto e a importância do setor automotivo e de autopeças no estado de Pernambuco, destacando seu impacto na dinâmica econômica regional.
2. A instalação do polo automotivo da Stellantis em Goiana em 2009 contribuiu para a desconcentração da produção de componentes automotivos no país e dinamizou a economia de Pernambuco.
3. O setor automotivo se beneficiou da base tecnológica existente no estado, como a fábrica de
5. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
5
SUMÁRIO
1. Contextualizando a presença do polo automotivo 6
2. Importância do polo automotivo para o estado de Pernambuco e para a
dinâmica econômica da região de Goiana
3. O enraizamento do desenvolvimento tecnológico e social 25
4. Considerações Finais 33
5. Referências bibliográficas 34
12
6. 6
Desde meados do século XX, com o avanço e con-
solidação da integração produtiva, promovida pela
industrialização do país, o mercado interno passou a
comandar a dinâmica econômica nas diversas regiões
brasileiras. Até então, herdeiras da secular estrutura
agroexportadora, as dinâmicas regionais nem sempre
apresentavam o mesmo movimento, posto que sua de-
terminação vinha do mercado externo, onde cada pro-
duto (açúcar, café, minérios, madeira...) tinha comporta-
mento específico.
O Nordeste também engatou na dinâmica domi-
nante a partir de meados do século XX, mesmo tendo
perdido espaço na economia nacional, em especial na
indústria, que se concentrava no Sudeste. Mesmo assim,
a atividade econômica nordestina passa a se dinamizar
ou se retrair, segundo os movimentos nacionais.
Nas décadas iniciais do século XXI, vencido o difí-
cil momento nacional de crise com hiperinflação e for-
te desequilíbrio das contas públicas, ventos favoráveis,
vindos do mercado mundial de commodities – no qual a
nova base produtiva do agronegócio exportador lide-
rado pelo Centro-Oeste, Sul e Sudeste, se tornara im-
portante –, a economia nacional experimenta momento
positivo. Medido a preços de 2021, segundo dados do
BACEN, o PIB brasileiro passa de R$ 5,6 tri, em 2000,
para R$ 8,9 tri, em 2014, aumentando quase 60%, antes
de mergulhar em forte crise em 2015 e 2016, segundo
dados de estudo do Centro de Altos Estudos do Brasil
Século XXI.
E o Nordeste, como se verá a seguir, acompanha de
perto e até com certa vantagem, a conjuntura favorável
nacional do início deste século, sendo atingido, embora
em menor grau, pelo impacto das dificuldades nacionais.
Seu PIB vem crescendo, em muitos anos, um pouco a
acima da média do país, como mostra o Gráfico 1, adian-
te apresentado.
NORDESTE: DINAMIZAÇÃO
ECONÔMICA, MUDANÇAS E
RESISTÊNCIAS RELEVANTES
Com uma base produtiva que representava cerca
de 13,5% do PIB brasileiro, no início do presente século,
e quase 15% antes da pandemia, o Nordeste tem 27% da
população do país, e apesar de menores níveis médios
de renda (PIB per capita de cerca de 50% do nacional), a
região se beneficiou do momento vivido pelo Brasil nas
décadas iniciais do século XXI – no qual o país buscou
deliberadamente impulsionar sua atividade econômi-
Contextualizando
a presença do polo
automotivo
CAPÍTULO 1
7. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
7
ca valorizando a expansão do mercado de consumo de
massa, com base em importante movimento de expan-
são da renda das famílias.
Ampliação do volume ofertado e do acesso ao cré-
dito, valorização real do salário mínimo, ampliação de
políticas públicas de transferência de renda, ao lado de
aposta em segmentos econômicos voltados ao mercado
de massas, serviram de alavanca ao dinamismo da eco-
nomia nacional e nordestina naquele período. O PIB
brasileiro cresceu a 4,01% a.a. entre 2003 e 2009 (ano
seguinte ao choque mundial de 2008) contra 2,31% en-
tre 1996 e 2002 (imediato pós Plano de Estabilização
intitulado de Plano Real).
A economia nordestina cresceu um pouco mais
e, mesmo quando, nos anos mais recentes, o país ex-
perimenta forte crise, seguida de baixa capacidade de
recuperação e é atingida pelos impactos econômicos
e sociais da pandemia, a economia nordestina resiste
melhor, como revela a trajetória do Gráfico 1.
Como parte desta dinâmica econômica geral, o Nor-
deste vem conseguindo captar investimentos importan-
tes para ampliar e diversificar sua base produtiva. Sua
porção oeste, por exemplo, antes pouco ocupada, enga-
ta na dinâmica do agronegócio nacional voltado para as
exportações, se dinamiza e se transforma. Fala-se aqui
do sul do Maranhão e do Piauí, do norte do Tocantins e
do oeste da Bahia (hoje conhecido como MATOPIBA).
No amplo espaço semiárido, o desaparecimento do
algodão no final do século XX, provoca mudanças rele-
vantes pois o antigo tripé que organizava sua tradicional
base econômica (gado x algodão x policultura de alimen-
tos) afunda. O algodão aparece, hoje, em regiões especi-
ficas de alguns estados nordestinos, com destaque para
o oeste da Bahia, mas em fazendas especializadas no seu
cultivo e organizado em novos e modernos padrões.
No litoral e mata, o velho complexo sucroalcoolei-
ro, que vira desde meados dos anos 70 do século pas-
sado, o Centro Oeste e Sudeste atraírem a produção
de cana voltada a fabricação do etanol, mantem sua
antiga vocação, mas amplia sua especialização na oferta
de energia, agora enfatizando a produção com base na
biomassa. Muda de denominação, intitulando-se hoje de
complexo sucroenergético. É no seu território, na por-
ção da mata norte pernambucana, próxima à Paraíba,
que se instala em fins da primeira década do atual século
e se inaugura em 2015, o complexo automotivo estrutu-
rado pela STELLANTIS.
GRÁFICO 1
Brasil e Nordeste: Taxa (%) de variação anual do PIB - 2000 a 2019
Fonte: IBGE | Elaboração: CEPLAN
2
0
0
0
2
0
0
1
2
0
0
2
2
0
0
3
2
0
0
4
2
0
0
5
2
0
0
6
2
0
0
7
2
0
0
8
2
0
0
9
2
0
1
0
2
0
1
1
2
0
1
2
2
0
1
3
2
0
1
4
2
0
1
5
2
0
1
6
2
0
1
7
2
0
1
8
2
0
1
9
8%
6%
4%
2%
0%
-2%
-4%
-6%
Nordeste Brasil
4.1%
4.3%
0.8%
1.3%
2.9%
2.7%
1.6%
1.1%
6.7%
5.8%
3.8%
3.2%
4.6%
4.0%
4.7%
6.1%
5.4%
5.1%
1.0%
6.6%
4.1%
4.0%
3.0%
3.0%
2.8%
0.5%
-3.4%
-3.5%
-4.5%
-3.3%
1.6%
1.3%
1.2%
1.8%
1.8%
1.2%
3.1%
1.9%
7.5%
0.1%
8. 8
Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
É importante ressaltar que em sua chegada ao esta-
do de Pernambuco o STELLANTIS encontrou uma base
tecnológica que foi um importante alicerce para o desen-
volvimento do polo automotivo de Goiana. Tratava-se do
parque fabril das baterias MOURA, fundado em 1957 no
município de Belo Jardim – no Agreste Pernambucano,
poriniciativadosempresáriosEdsonMororóMouraesua
esposa, Conceição Moura –, considerado como precursor
do polo de autopeças pernambucano.
Nascidaemummomentonoqualomercadodeauto-
móveis ainda era incipiente no país, a MOURA tornou-se
pioneira no processo de desconcentração do eixo Sul e
Sudeste da produção de componentes automotivos, mo-
vimento que se consolidou e se expandiu ainda mais em
2009, com a instalação do polo automotivo da STELLAN-
TIS, com seu parque integrado de fornecedores, na cidade
de Goiana, no Litoral Norte de Pernambuco
Este movimento dialoga com duas grandes mudan-
ças ocorridas no Nordeste, nos anos mais recentes, no
setor secundário de sua economia: i) a reviravolta que a
regiãonordestinadánasuainserção nomercado de ener-
gia do país que começa a vivenciar, na sua porção mais de-
senvolvida, crises na oferta energética, e ii) no avanço da
sua indústria de transformação,aomesmotempoemque
o Brasil assiste sua principal base industrial perder força
comoindutoradodesenvolvimentonacional,tantoqueas
duas maiores metrópoles nacionais (SP e Rio) exibem per-
da de peso na indústria do país enquanto o Nordeste ga-
nha, passando de 8,5% em 2000 para 10,5% em 2018 seu
peso no valor da transformação industrial do pais, como
mostra Campolina em estudo recente para o Ipea.
A presença dos complexos fabris da STELLANTIS e
da MOURA em Pernambuco são representativos deste
movimento de desconcentração territorial da indústria
automotiva e de autopeças no país. Daí ser importante
reforçá-lo, em especial com empreendimentos industriais
que dialoguem com as tendências mundiais em curso. E
que sejam parceiros de atores locais e de fora que buscam
impulsionar mudanças na região, como o complexo auto-
motivo aqui referido.
No mercado de energia, o Nordeste, que era defi-
citário, em meados do século XX, engata no movimento
mundial de mudança da matriz energética voltada cada
vez mais para as energias limpas e renováveis, passa a
aproveitar seu enorme potencial para a oferta de ener-
gia eólica e inicia sua empreitada rumo a solar. Atrai in-
vestimentos de grandes empresas mundiais, que agora
começam a investir na produção de hidrogênio verde na
Bahia, Pernambuco e Ceará. O parque fabril da Moura
é um dos que utilizam esse potencial de matriz limpa e
mantém as operações em funcionamento através de
energia renovável, gerada nos parques eólicos do Rio
Grande do Norte, promovendo, dessa forma, uma inte-
gração entre as cadeias produtivas e movimentando a
economia do Nordeste
Tais mudanças na base econômica do Nordeste,
entre outras, não têm ainda dimensão para promover
avanços significativos nos padrões de vida da maioria
da população nordestina, tanto que abrigando cerca de
27% da população total do país, a região tem .40% dos
inscritos no Cadastro Único (instrumento que habilita
recebimento dos programas assistenciais do Governo
Federal), em junho de 2022. Por sua vez, o rendimento
médio domiciliar per capita do Nordeste continua sen-
do menos de 2/3 do observado para o país e cerca de
metade (51%) do valor estimado para o Sudeste (IBGE/
PNAD Continua, 2019), sem contar os impactos desfavo-
ráveis da pandemia.
E o Nordeste continua a liderar as taxas de desem-
prego do país, tanto que ao final do primeiro semestre
deste ano de 2022, a região tem 12,7% de sua força de
trabalho desempregada, contra 9,3% da média nacio-
nal, segundo IBGE (PNAD Continua). A região também
abriga os três estados com maior índice de desempre-
go no momento presente: Bahia (15,5%), Pernambuco
(13,6%) e Sergipe (12,7%).
Como se vê, o Nordeste vem melhorando, mas o
peso da herança de desigualdades e pobreza ainda é
muito forte, o que continua a justificar tratamento dife-
renciado de políticas públicas nacionais.
9. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
9
A BASE PRODUTIVA DE
PERNAMBUCO TAMBÉM SE
DINAMIZA E SE TRANSFORMA
A economia pernambucana se transformou muito
nos anos recentes, como mostra o balanço realizado
pela CEPLAN e publicado pela CEPE em 2018. E vem
conseguindo apresentar desempenho melhor que a na-
cional, como mostra o gráfico adiante.
No engate na dinâmica nacional favorável da déca-
da inicial do século XXI, aqui referida, o estado recebeu
impactos muito positivos das políticas federais, e, em
especial, de um bloco de investimentos muito relevante
que atraiu, estimado em R$ 105 bilhões, entre 2007 e
2014, ou quase 2/3 do PIB de 2016 (de R$ 167 bilhões
segundo CONDEPE/FIDEM).
A maior parte de tais investimentos (2/3) veio para
a indústria de transformação, com destaque para os
que se instalaram no Complexo Industrial e Portuário de
SUAPE (CIPS), na Mata Sul. Em SUAPE se destacam, na
movimentação portuária, os combustíveis, grãos, con-
têineres e veículos automotores. Nos próximos anos o
reforço das atividades existentes e o ingresso de novos
negócios e empreendimentos tende a consolidar Per-
nambuco como um importante hub regional de Logísti-
ca, ampliando seu protagonismo.
Por sua vez, o distrito industrial abriga atualmente
224 empresas, tendo no passado recente atraído inves-
timentos de grande porte em petróleo, petroquímica e
indústria naval, equipamentos destinados à geração de
energia eólica, produção de bebidas e alimentos, entre
outros como plantas da indústria farmacêutica.
Em paralelo, empreendimentos relevantes foram
para a Mata Norte, com destaque para o polo cervejeiro,
um grande empreendimento produtor de vidros planos
– que ora se amplia – e, em especial, a fábrica da Jeep.
No Agreste, ressaltam o conjunto de investimentos
realizados pela Moura em seu parque fabril, com mais de
R$ 1,6 bilhão aportados nos últimos 12 anos, em avan-
ços tecnológicos, aumento na capacidade de produção e
implementação de novas unidades fabris, alavancando
os empregos e tornando a região um hub de empregos
e formação de mão de obra para as cidades circunvizi-
nhas, como Tacaimbó, São Bento do Una, Sanharó, Pes-
queira, entre outras.
Resultado deste momento de boom: entre 2007 e
2014, a taxa de desemprego cai de 11,3% para 8,7% no
estado. Quem liderou o aumento do emprego foi a in-
dústria, cuja taxa de ocupação mais que duplicou neste
período (de 2,2% entre 2002 e 2007 pula para 4,6% en-
tre 2007 e 2014).
A presença do complexo automotivo revolucionou
a secular pauta de exportações de PE, desbancando os
tradicionais produtos do complexo açucareiro. A partir
de 2016, tem-se uma mudança importante na pauta de
exportação do estado. Até 2015, açucares e produtos de
confeitaria lideravam as vendas para o exterior, como
acontecia há muito. Em 2016, a produção de veículos
ganha forte protagonismo e a partir de 2017, exportan-
do R$ 736, 5 milhões, lidera as exportações estaduais ou
disputa a liderança com a venda de combustíveis mine-
rais, segundo dados da Secretaria de Comercio Exterior
do Ministério da Economia. Trata-se de contribuição re-
levante da nova indústria automotiva para acelerar as
transformações em curso na economia pernambucana.
A economia estadual também abriga hoje impor-
tantes polos especializados como os de serviços mé-
dicos, jurídicos, de engenharia consultiva, de apoio à
gestão empresarial, entre outros. Dialogando com as
transformações que ocorrem mundo a fora, Pernambu-
co construiu, no século XXI, um importante ecossistema
na área de TIC: o Porto Digital, situado no Recife, que
conta com 350 empresas e mobiliza cerca de 15 mil em-
pregados.
E é um parceiro importante da STELLANTIS e
MOURA no esforço de sintonizar o estado com ten-
dências mundiais.
11. 11
Faz-se aqui um diagnóstico sintético, baseado em
alguns agregados econômicos que demonstram a re-
levância para o estado de Pernambuco e, sobretudo,
para o dinamismo do município de Goiana, onde se
localiza o parque industrial do polo automotivo do Gru-
po STELLANTIS – denominada de FCA até 2021 –, da
presença deste empreendimento. Ele que atualmente
congrega um parque de fornecedores (supplier park)
formado por 22 das 34 empresas instaladas no seg-
mento no estado e que são fornecedoras de produtos e
serviços ao grupo.
Inserido em um território marcado historicamente
por uma base econômica primário-exportadora relacio-
nada à agroindústria canavieira – a Mata Norte Pernam-
bucana –, Goiana e municípios de seu entorno imediato
viram ampliar-se nos últimos anos a diversificação de
atividades, fato que refletiu não apenas sobre a estru-
tura produtiva, mas também sobre as finanças públicas
e o emprego para a população local, além de inserir a re-
gião no mapa da indústria automotiva nacional. Da atra-
ção de empresas associadas à atuação do STELLANTIS,
destaca-se o avanço do número de unidades localizadas
fora do supplier park, evidenciando a relevância que o
polo automotivo ganhou no estado de Pernambuco.
Importância do polo
automotivo para o estado
de Pernambuco e para a
dinâmica econômica da
região de Goiana
CAPÍTULO 2
GRÁFICO 3
Número de fornecedores do Grupo STELLANTIS em Pernambuco – 2015 a 2022
Fonte: IBGE e CONDEPE-FIDEM | Elaboração: CEPLAN
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Total (Pernambuco) Supplier Park Fora do Supplier Park
22 23
17
17
5 6 6 6
19
18
24 25
9 10 12
20
20
30
20
29
32
12
22
34
12. 12
Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
Sobre esse aspecto, observa-se ainda o dinamismo
do emprego gerado pelo polo automotivo: com cresci-
mento médio de 5,6% ao ano, o total de empregos dire-
tos e indiretos relacionados à operação da STELLANTIS
se destacou frente à dinâmica apresentada por Pernam-
buco e pela Região Metropolitana do Recife (RMR).
Nos primeiros quatro anos de operação, salvo o
estoque já significativo de trabalhadores alocados na
rede de fornecedores, a ampliação do emprego se deu
principalmente através da expansão das instalações da
fábrica do grupo, à época denominado FCA.
GRÁFICO 4
Índice do número de empregos formais no estado de Pernambuco, na Região Metropolitana do Recife (RMR) e no
sistema produtivo do grupo STELLANTIS em Pernambuco - base: 2015 = 100 - 2015 a 2022*
GRÁFICO 5
Grupo STELLANTIS em Pernambuco: número de empregos diretos (vinculados à planta industrial de Goiana) e de
empregos indiretos (rede de fornecedores no estado) - 2015 a 2022
Fonte: Grupo STELLANTIS; RAIS/MTP; Novo Caged/MTP.
Nota: *os índices de Pernambuco e RMR foram estimados pela variação do estoque divulgado no Novo Caged
Fonte: Grupo STELLANTIS.
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
160
150
140
130
120
110
100
90
80
Stellantis e Fornecedores de PE Total da RMR
Total de Pernambuco
100
100
94.9 94.9
93.1
95.5 94.4
90.0
88.6
91.3
98.4 98.9
146.0
143.6
129.2
127.3
127.3
122.8
111.0
96.3
94.7
92.7
94.9
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
16,000
14,000
12,000
10,000
8,000
6,000
4,000
2,000
0
Empregos diretos (Planta Stellantis) Total
Empregos indiretos (Fornecedores)
2,551
7,619
10,170
11,289
12,484 12,947 12,945 13,144
14,604 14,849
9,849
5,000
4,880
9,724
7,927
7,787
7,771
7,770
4,714
3,520
5,176 5,158 5,217
7,769
13. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
13
Já nos últimos anos a ampliação foi puxada pela
cadeia de fornecimento, cabendo ressaltar a relevância
que representa essa cadeia para o emprego formal nos
municípios que abrigam empresas integrantes do seg-
mento. No caso mais recente, de Bonito, município do
Agreste Central Pernambucano, que recebeu a planta
de uma fabricante de chicotes elétricos, o contingen-
te de pessoas empregadas corresponde atualmente a
mais que 1/3 do emprego local.
No município de Goiana, em especial, por compor-
tar o próprio supplier park, esses empregos representam
cerca de 1/4 do trabalho formal no município e, soman-
do-se à parcela do emprego estritamente vinculado à
STELLANTIS, verifica-se que o polo automotivo cor-
responde a aproximadamente metade do seu total de
empregos.
Para se ter ideia da importância da geração de
empregos no polo para além do território goianense,
considerando apenas o total de empregos alocados na
STELLANTIS, observa-se que cerca de 21% desses tra-
balhadores são residentes em Goiana e 50% são oriun-
dos de outras cidades da Área de Influência1
, formada
por Goiana e nove municípios em seu entorno (Abreu e
Lima, Araçoiaba, Condado, Igarassu, Itamaracá, Itambé,
Itapissuma, Itaquitinga e Paulista).
1
Conforme definido no Plano de Trabalho do estudo “FIAT Pernambuco - Cadeia Produtiva Automotiva e Entorno”,
desenvolvido pela Diagonal Empreendimentos e Gestão de Negócios Ltda e pela Ceplan Consultoria Econômica e
Planejamento Ltda, para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco em 2013.
GRÁFICO 6
Município de Goiana (PE): evolução do emprego formal e participação dos empregos vinculados ao polo automotivo
(planta da STELLANTIS e supplier park) - 2013 a 2022
Fonte: Grupo STELLANTIS; RAIS/MTP; Novo Caged/MTP.
Nota: * para cálculo da proporção em 2021 e 2022 o emprego formal constante na RAIS 2020 foi
extrapolado pela variação do estoque divulgado no Novo Caged.
30,000
25,000
20,000
15,000
10,000
5,000
0
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0
Empregos % Polo
2
0
1
3
2
0
1
4
2
0
1
5
2
0
1
6
2
0
1
7
2
0
1
8
2
0
1
9
2
0
2
0
2
0
2
1
2
0
2
2
12,9%
40,5%
12,549
22,384
43,7%
54,8%
49,0%
47,5%
50,0%
47,3%
48,1%
14. 14
Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
O avanço da economia de Goiana e região com a in-
trodução do polo automotivo fica mais evidente com a
análise da evolução do seu Produto Interno Bruto (PIB).
Desde o processo de instalação do parque indus-
trial, o município de Goiana vem apresentado anual-
mente ganhos de participação na economia de Per-
nambuco, saindo da 13ª posição em 2010, com 0,93%
(901,5 milhões de Reais) do PIB estadual, para a 4ª
posição em 2019, chegando a 5,17% do PIB pernam-
bucano, quando alcançou 10,2 bilhões de reais.
Nessa trajetória recente de desenvolvimento da
sua economia, o território de Goiana e entorno, e princi-
palmente o município sede da STELLANTIS, experimen-
tou uma etapa notável de desenvolvimento: no período
de 2015 a 2019 – último dado disponível –, posto que
enquanto o PIB pernambucano apresentou um cres-
cimento médio anual de 0,5%, a Área de Influência da
STELLANTIS cresceu anualmente a uma taxa de 6,3%,
enquanto Goiana registrou expressivo impulso na pro-
dução de bens e serviços, a ritmo de 20,5% ao ano.
GRÁFICO 7
Grupo STELLANTIS em Pernambuco: distribuição dos
funcionários da fábrica em Goiana,
segundo o município de residência - 2022
GRÁFICO 8
Município de Goiana (PE): participação no PIB a preços de mercado do estado de Pernambuco - 2010 a 2019
Fonte: PIB dos Municípios/IBGE
Fonte: Grupo Stellantis.
Abreu e Lima
Condado
Goiana
Igarassu
Paulista
Aliança
Olinda
Recife
Outros municípios de PE
João Pessoa
Outros municípios
4.3%
21.0%
16.1%
14.9%
4.4%
5.0%
7.8%
11.6%
1.2%
1.2% 7.2%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
6%
5%
4%
3%
2%
1%
0%
0.9% 0.9% 0.9%
1.1%
1.6%
2.5%
3.3%
5.0% 5.0%
5.2%
15. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
15
GRÁFICO 9
Estado de Pernambuco, município de Goiana e Área de Influência da STELLANTIS: índice de volume do PIB a preços de
mercado (base: 2015 = 100) - 2015 a 2019
Tal desempenho foi, em parte significativa, fruto
do aporte de recursos fundamentalmente destinados
às atividades do polo automotivo desde a sua intro-
dução com o Grupo FCA até a atuação vigente, com o
STELLANTIS.
Para se ter ideia de tal importância, considere-se
que o investimento em bens de capital da STELLANTIS
em Pernambuco já soma 13,9 bilhões de reais desde
2012 até junho de 2022, com aproximadamente 3/4
(R$ 10,3 bilhões) deste montante realizados até a fase
de implantação, em 2015, e pouco mais de 1/4 (R$ 3,6
bilhões) sendo alocados ao longo dos últimos seis anos
de operação.
Também é possível constatar a importância do em-
preendimento no estado observando a evolução finan-
ceira das aquisições de insumos e serviços realizadas
pelo Grupo para a sua planta fabril de Goiana. Entre
2015 e 2022, somam-se 91,6 bilhões de reais, os quais
representam 46% das aquisições realizadas pelo Gru-
po e destinadas às suas fábricas da América do Sul no
mesmo período.
Desses, R$ 91,6 bilhões, aproximadamente 26,7%
couberam ao atendimento via fornecedores alocados
em Pernambuco, sendo 23,7% oriundos do parque de
fornecedores em Goiana. Outros 33,1% couberam a for-
necedores nacionais de fora do estado e 40,2% corres-
pondeu ao atendimento por componentes importados.
Não obstante a parcela de valores em suprimentos ad-
quiridos fora do estado no montante dos últimos 7 anos,
é importante destacar que ocorreu desde 2016 um mo-
vimento de expansão dos valores de aquisição oriundas
estritamente do território nacional ou de Pernambuco,
neste caso, inclusive, com desconcentração do territó-
rio goianense.
Fonte: PIB dos Municípios/IBGE; Contas Regionais (IBGE).
2015 2016 2017 2018 2019
250
230
210
190
170
150
130
110
90
70
Município de Goiana Estado de Pernambuco
Área de Influência Stellantis
100.0
100.0
100.0
129.1
99.8
97.1
99.1
122.8 122.7
101.0 102.1
127.6
210.8
199.8
199.6
16. 16
Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
GRÁFICO 10
Grupo STELLANTIS em Pernambuco: investimentos em bens de capital - valores correntes em milhões de Reais e em
proporção do PIB estadual - 2012 ao 1° semestre de 2022
GRÁFICO 11
Grupo STELLANTIS em Pernambuco: composição dos dispêndios em aquisição de insumos e serviços, por localização do
fornecedor - 2015 a 2022
Fonte: Grupo STELLANTIS; Contas Regionais/IBGE.
Fonte: Grupo STELLANTIS.
R$ 4,500
R$4,000
R$3,500
R$3,000
R$2,500
R$2,000
R$1,500
R$1,000
R$500
R$0
9.0%
8.0%
7.0%
6.0%
5.0%
4.0%
3.0%
2.0%
1.0%
0%
-1.0%
Capex STL % PIB PE
2
0
1
3
2
0
1
2
2
0
1
4
2
0
1
5
2
0
1
6
2
0
1
7
2
0
1
8
2
0
1
9
2
0
2
0
2
0
2
1
(
j
u
n
)
1,5%
0,1%
2,7%
2,4%
0,1%
0,2%
0,3%
Proporção
(%)
do
PIB
estadual
Valores
correntes
(R$
milhões)
121
2.067
4.129
3.744
865
175 375 541
870
812
290
0,3%
0,4%
0,5%
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Supplier Park Outros em PE Outros Nacionais fora de PE Outros via importação
2
0
1
5
2
0
1
6
2
0
1
7
2
0
1
7
2
0
1
9
2
0
2
0
2
0
2
1
2
0
2
2
21.3%
0.4%
25.2%
53.1%
27.3%
1.0%
30.8%
40.9%
28.3%
1.2%
32.5%
38.0%
28.3% 24.4% 21.3%
2.5%
32.7%
43.5%
21.8%
4.0%
34.6%
39.6%
22.4%
6.3%
34.2%
37.1%
2.1%
34.9%
38.5%
1.1%
31.3%
42.1%
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Supplier Park Outros em PE Outros Nacionais fora de PE Outros via importação
2
0
1
5
2
0
1
6
2
0
1
7
2
0
1
7
2
0
1
9
2
0
2
0
2
0
2
1
2
0
2
2
21.3%
0.4%
25.2%
53.1%
27.3%
1.0%
30.8%
40.9%
28.3%
1.2%
32.5%
38.0%
28.3% 24.4% 21.3%
2.5%
32.7%
43.5%
21.8%
4.0%
34.6%
39.6%
22.4%
6.3%
34.2%
37.1%
2.1%
34.9%
38.5%
1.1%
31.3%
42.1%
17. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
17
Cabe ainda ressaltar que nos anos de 2016 a 2019
as aquisições aos fornecedores alocados no supplier
park representaram em torno de 30% do PIB de Goia-
na, evidenciando a importância do polo para a dinâmica
econômica do município.
Um dos reflexos do crescimento econômico propa-
gado pelo desenvolvimento do polo automotivo, sobre-
tudo para os municípios de pequeno porte no entorno
de Goiana, foi a redução da dependência da atividade
econômica em relação à administração pública local,
em paralelo ao aumento da importância de atividades
industriais, sendo estas impulsionadas pela experiência
que a mão de obra local vem adquirindo por influência
das oportunidades oriundas das empresas do segmento
automotivo, que como visto anteriormente atraem tra-
balhadores de diversos municípios do entorno.
A análise da estrutura do PIB na década observada,
tanto na área de influência da STELLANTIS (inclusive em
Goiana) quanto isoladamente no município de Goiana,
mostra que o setor industrial cresce paulatinamente
no primeiro caso de 27% em 2010 para 37% em 2019,
ao passo que no município de Goiana esse setor, que já
despontava no primeiro ano da série como a principal
atividade econômica local, vê essa proporção passar de
30% para 54%.
Por outro lado, nota-se que o setor terciário (co-
mércio e serviços), que era majoritário na formação do
PIB tem sua participação reduzida de 32% para 29%,
enquanto em Goiana estritamente esse percentual cai
de 28% para 19%.
GRÁFICO 12
Grupo STELLANTIS em Pernambuco: dispêndios com aquisição de insumos e serviços aos fornecedores alocados no
supplier park de Goiana - valores correntes, em milhões de Reais e em proporção do PIB de Goiana - 2015 a 2022
Fonte: Grupo STELLANTIS.
R$’ 3,5
R$’ 3,0
R$’ 2,5
R$’ 2,0
R$’ 1,5
R$’ 1,0
R$’ 0,5
R$’ 0,0
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Valores % PIB Goiana
2
0
1
5
2
0
1
6
2
0
1
7
2
0
1
8
2
0
1
9
17.3%
32.3%
28.4%
31.4%
30.3%
Proporção
(%)
do
PIB
de
Goiana
(%)
Valores
correntes
(R$
bilhões)
0.7%
1.8%
2.6%
2.9%
3.1%
18. 18
Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
Outro fato constatado foi a redução significativa
na participação do setor público no nível da atividade
econômica local, passando de 25% para 15% nos muni-
cípios da área de influência da STELLANTIS e retraindo-
-se de 21% para 4% no município de Goiana.
Por sua vez, verifica-se aumento na participação
dos impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos,
taxas e contribuições que incidem sobre os bens e ser-
viços, que passa de 12% para 17% nos municípios do
entorno e de 10% para 21% em Goiana, o que implica
em mais recursos públicos para investir em áreas sociais
e na melhoria da infraestrutura local.
GRÁFICO 13
Área de Influência da STELLANTIS em Pernambuco:
composição do PIB a preços de mercado - 2010, 2015 e
2019
GRÁFICO 14
Município de Goiana (PE): composição do PIB a preços
de mercado - 2010, 2015 e 2019
Fonte: PIB dos Municípios/IBGE. Fonte: PIB dos Municípios/IBGE.
Agropecuária
Indústria
Comércio e Serviços
Setor Público
Impostos, líquidos de subsídios
100%
80%
60%
40%
20%
0%
2
0
1
0
2
0
1
5
2
0
1
9
12%
25%
32%
27%
4%
19%
18%
32%
29%
3%
17%
15%
29%
37%
2%
Agropecuária
Indústria
Comércio e Serviços
Setor Público
Impostos, líquidos de subsídios
100%
80%
60%
40%
20%
0%
2
0
1
0
2
0
1
5
2
0
1
9
10%
21%
28%
30%
11%
33%
7%
23%
32%
4%
21%
4%
19%
54%
2%
19. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
19
Uma importante evidência da contribuição do polo
automotivo ao estado está na evolução da arrecadação
do ICMS, especialmente ao longo dos últimos quatro
anos de operação. Segundo dados da Secretaria da Fa-
zenda do Estado de Pernambuco (Sefaz-PE), observa-se
um aumento substancial de 28,4% ao ano no valor da
arrecadação do ICMS oriundo do segmento de fabrica-
ção automotiva no estado entre 2015 e 2021, saltando
de R$ 204 milhões para R$ 917 milhões.
No mesmo período, a arrecadação total de ICMS
pelo estado sofreu retração de 1,2% ao ano. Com esse
movimento, a parcela de arrecadação relacionada ao
polo automotivo, partindo de 0,8% em 2015, alcançou
o patamar de participação de 3,8% no total arrecadado
por Pernambuco. Outros segmentos com peso tão ou
mais relevante, por outro lado, apresentaram recuo ou
relativa estagnação no período.
GRÁFICO 15
Estado de Pernambuco: arrecadação de ICMS do segmento automotivo - valores a preços de julho de 2022, em milhões
de Reais e em proporção do ICMS total do estado - 2013 a 2021
GRÁFICO 16
Estado de Pernambuco: índice do volume de arrecadação de ICMS, por segmentos selecionados - valores a preços de
julho de 2022* (base: 2015 = 100) - 2015 a 2021
Fonte: Sefaz-PE. Nota: valores a preços de julho/2022, corrigidos pelo IGP-DI.
Fonte: Sefaz-PE. Nota: valores monetários corrigidos pelo IGP-DI.
R$’ 1,200
R$’1,000
R$’ 800
R$’ 600
R$’ 400
R$’ 200
R$’ 0
4.0%
3.5%
3.0%
2.5%
2.0%
1.5%
1.0%
0.5%
0.0%
-0.5%
Valores % ICMS total
2
0
1
3
2
0
1
4
2
0
1
5
2
0
1
6
2
0
1
7
2
0
1
8
2
0
1
9
2
0
2
0
2
0
2
1
Proporção
(%)
do
ICMS
Total
Valores
a
preços
de
jul/22
(R$
mil)
0.1%
0.4%
0.8%
0.7%
0.9%
1.0%
2.1%
3.1%
3.8%
73 112 204 164 233 266 600 761 917
500
450
400
350
300
250
200
150
100
50
0
Fabricação de veículos automotores
Fabricação de alimentos e bebidas
Fabricação de produtos químicos
Combustíveis e derivados do petróleo
Comércio atacadista
Comércio varejista
Telecomunicações
Total
2
0
1
5
2
0
1
6
2
0
1
7
2
0
1
8
2
0
1
9
2
0
2
0
2
0
2
1
20. 20
Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
A presença de um segmento industrial de alto valor
agregado em Goiana tem impulsionado também as finan-
ças do município. Segundo dados da Secretaria do Tesou-
ro Nacional (STN), a receita corrente de Goiana, ajustada
e em termos reais, cresceu 10,5% ao ano entre 2015 e
2021, alcançando o patamar de 505 milhões de Reais.
Esseganhonaarrecadaçãotempropiciadoaomuni-
cípio um aumento relevante na capacidade de poupança
desde 2017 – alcançando o patamar de 32,4% em 2021
–, bem como um superávit corrente que vem contribuin-
do para arcar com recentes déficits de capital e manter
um nível de investimento relevante nos últimos 3 anos.
GRÁFICO 17
Município de Goiana (PE): Evolução da receita corrente e da despesa corrente no município de Goiana - valores em
milhões de Reais, a preços de 2021* - 2013 a 2021
GRÁFICO 18
Município de Goiana (PE): evolução da poupança corrente e da despesa de investimento no, como proporção da receita
corrente - 2013 a 2021
Fonte: STN. Nota: (*) valores monetários corrigidos pelo IGP-DI; (1) receita corrente deduzida dos recursos de para formação do Fundeb e
outras transferências constitucionais; (2) despesa corrente deduzida das contribuições intra-orçamentárias e amortização da dívida.
Fonte: Siconfi/STN.
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
600
500
400
300
200
100
0
Receita corrente ajustada (1)
Despesa corrente ajustada (2)
273.4
334.4
302.0
277.2
280.3 275.1
243.6
275.9
217.8
246.6
341.2
461.4
299.3
375.0
489.8
505.2
337.3
266.0
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
-5%
-10%
Poupança corrente Investimento
1.8%
6.3%
8.5% 9.7%
10.3%
19.9%
27.2%
34.6%
22.9%
32.4%
2.0% 2.7%
5.2%
15.0%
13.0%
8.3%
-3.3%
1.7%
21. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
21
Esse avanço das finanças locais tem refletido, sobre-
tudo, a maior participação de Goiana na economia esta-
dual,fatoquelevouaoaumento substancial da cota-par-
te do ICMS, que passou de um patamar de 14,0% para
59,8% na composição da receita total do município entre
2015 e 2021, estreitando a dependência das demais
fontes de receita, como o FPM e outras transferências.
Outra evidência relevante sobre a transformação
que o polo automotivo vem trazendo para o estado de
Pernambuco e a região da Mata Norte onde se localiza o
município de Goiana, é a reconfiguração da sua pauta de
comércio exterior através do escoamento da produção
dos automóveis da STELLANTIS, destacando o estado e
a região de Goiana e entorno no mapa do segmento au-
tomotivo.
Segundo dados da Associação Nacional dos Fabri-
cantes de Veículos Automotores (Anfavea), entre 2015
e 2021, o número de automóveis produzidos no país os-
cilou em torno de uma média de 1,91 milhões de unida-
des, partindo de 2,02 milhões em 2015, atingindo o pico
de 2,45 milhões em 2019 e ficando em 1,71 milhões em
2021. De um total de 14,3 milhões de unidades produ-
zidas no período, 7,3% delas foram oriundas das insta-
lações de Goiana, cuja participação aumentou de 2,4%
em 2015 para 13,2% em 2021, com o conjunto dos
modelos Jeep Commander, Jeep Compass e Jeep Rene-
gade.No caso das exportações, ainda que a participação
dos modelos produzidos no polo de Goiana venha cres-
cendo de forma mais tímida, é notável o avanço ocorri-
do nos últimos seis anos, em que o número de unidades
exportadas alcançou aproximadamente 10% do total
nacional de 298 mil unidades exportadas em 2021.
Se observado o montante de 2,76 milhões de unidades
exportadas do Brasil desde 2015 até 2021, a produção
da STELLANTIS em solo pernambucano foi responsável
por 5,7% desse total.
Cabe ainda destacar que em relação ao total de uni-
dades produzidas no polo de Goiana no período de 2015
a 2021 (1,05 milhões aproximadamente), cerca de 15%
(156 mil unidades) foi escoado via exportação, fato que
tem modificado significativamente a pauta do comércio
exterior no estado de Pernambuco.
GRÁFICO 19
Município de Goiana (PE): composição da receita total segundo as fontes orçamentárias - 2015 a 2021
Fonte: Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi/STN).
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Receita própria Cota-parte ICMS FPM Outras transf. correntes Demais receitas
2
0
1
5
27.8% 30.2% 23.6% 13.6% 11.5% 9.4%
57.9%
8.6%
17.6%
6.5% 8.4%
13.6%
8.5%
59.8%
9.7%
54.4%
11.0%
17.5%
5.6%
39.2%
14.0%
22.7%
10.4%
18.1%
17.2%
27.1%
14.0%
12.6%
18.0%
35.8%
3.4%
14.0%
17.8%
29.7%
10.7%
2
0
1
6
2
0
1
7
2
0
1
8
2
0
1
9
2
0
2
0
2
0
2
1
22. 22
Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
De acordo com dados do Ministério da Economia, o
valor das exportações do estado de Pernambuco alcan-
çou a marca histórica de US$ 2,09 bilhões FOB em 2017
e vem se mantendo no patamar de US$ 2 bilhões nos últi-
mos 4 anos, com contribuição relevante do escoamento
das exportações relacionadas ao polo automotivo de
Goiana. Esse avanço é evidenciado na participação que a
a Mata Norte vem tomando no total exportado pelo esta-
do desde o início das operações, com o Grupo FCA.
GRÁFICO 21
Polo automotivo de Goiana (PE): número de unidades produzidas e de unidades exportadas - 2015 a 2021
GRÁFICO 20
Polo automotivo de Goiana (PE): participação no número de unidades produzidas e de unidades exportadas de automó-
veis pelo Brasil - 2015 a 2021
Fonte: Grupo STELLANTIS; Anfavea.
Fonte: Grupo STELLANTIS; Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Entre 2010 e 2015 as exportações da Mata Norte
apresentavam queda significativa de sua participação
no total do valor exportado pelo estado, desempenho
devido ao declínio da sua indústria sucroalcooleira, até
então o principal segmento da pauta comercial oriunda
dessa região.
Entretanto, com o início do escoamento da produ-
ção do polo automotivo de Goiana, a situação tomou
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
14%
12%
10%
8%
6%
4%
2%
0%
Unidades produzidas Unidades exportadas
1.5%
2.4%
3.5%
6.0%
6.0%
5.5%
6.3%
8.2%
9.4%
7.6%
13.2%
9.2%
7.3%
6.4%
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
250,000
200,000
150,000
100,000
50,000
0
Unidades produzidas Unidades exportadas
4,721
48,285
14,387
108,017
138,746
173,733
201,229
22,244 19,727
150,271
225,716
27,451
27,429
40,070
23. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
23
GRÁFICO 22
Estado de Pernambuco: participação (%) de produtos selecionados no valor exportado, segundo a Nomenclatura Co-
mum do Mercosul - 2010 a 2021
Fonte: Comex Stat (Ministério da Economia).
outro rumo a partir de 2016, levando também a uma re-
configuração na pauta estadual, visto que a produção da
cadeia automotiva assume importância significativa no
total exportado pelo estado.
O gráfico 22 evidencia que já a partir de 2016 a
participação do valor exportado da produção do polo
automotivo passa a ocupar o posto de segundo lugar
em termos de representatividade sobre a pauta de ex-
portações do estado, somando 15,0% no ano de 2021.
A reconfiguração da estrutura produtiva, exigindo a
aquisição de insumos de alto valor agregado, como com-
ponentes eletro-eletrônicos e peças automotivas para
a transformação industrial na fábrica de Goiana, por sua
vez, também implicou no aumento da participação do
território da Mata Norte no total das importações do
estado.
Essa participação, que era bastante tímida, não al-
cançando 1% total do valor importado pelo estado até
2012, registra crescimento a partir de 2013 e tem um
salto significativo a partir de 2015, alcançando o pata-
mar de 28,2% em 2021.
Em 2021, considerando apenas os materiais de
transporte (leia-se componentes automotivos) e com-
ponentes elétricos e eletrônicos destinados à Mata Nor-
te, essencialmente para o polo automotivo, verifica-se
que esses produtos já compõem, em conjunto, 21% do
valor importado pelo estado, que neste ano alcançou a
marca total de US$ 8,84 bilhões.
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
2
0
1
5
2
0
1
6
2
0
1
7
2
0
1
8
2
0
1
9
2
0
2
0
2
0
2
1
2
0
1
0
2
0
1
1
2
0
1
2
2
0
1
3
2
0
1
4
Combustíveis e óleos min. (R. Metropolitana) Material de transporte (Mata Norte)
Artigos de plástico e borracha (Região Metropolitana) Produtos agrícolas (Vale do São Franscisco)
15.0%
24. 24
Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
GRÁFICO 23
Estado de Pernambuco: participação (%) de produtos selecionados no valor importado, segundo a Nomenclatura Co-
mum do Mercosul - 2010 a 2021
Fonte: Comex Stat (Ministério da Economia).
50%
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
2
0
1
5
2
0
1
6
2
0
1
7
2
0
1
8
2
0
1
9
2
0
1
0
2
0
1
1
2
0
1
2
2
0
1
3
2
0
1
4
2
0
2
0
2
0
2
1
Combustíveis e óleos min. (R. Metropolitana) Material de transporte (Mata Norte) Elétricos e eletrônicos (Mata Norte)
Produtos químicos (Região Metropolitana) Produtos agrícolas (Região Metropolitana)
11.4%
9.5%
25. 25
Um dos elementos fundamentais para o desenvol-
vimento do polo automotivo trata-se, inquestionavel-
mente, do desenvolvimento tecnológico. Em Pernam-
buco, esse processo teve seu enraizamento na presença
da indústria de autopeças, a partir da fundação da Bate-
rias MOURA.
Atualmente a empresa é uma das maiores impul-
sionadoras do desenvolvimento tecnológico e social
da região. Hoje, em cinco fábricas presentes na cidade
de Belo Jardim, são produzidas 10 milhões de baterias
por ano, sendo o maior volume voltado para abastecer
o setor automotivo. Além do setor automotivo (carros,
caminhões, motos e empilhadeiras) as fábricas forne-
cem, ainda, baterias para caixas eletrônicos, aparelhos
hospitalares, antenas de telefonia, barcos, locomotivas
entre outras aplicações.
As baterias vão direto para as montadoras de au-
tomóveis, cadeia produtiva que conta com mais de 6
mil empresas, que geram cerca de 420 mil empregos
em todo território nacional. Além de abastecer as mon-
tadoras, maior parte das baterias pernambucanas vão
para o mercado de reposição através da Rede Moura
com os 77 distribuidores Moura localizados em todos
os estados brasileiros. Tal capilaridade, movimenta a
economia brasileira cerca de 55 mil pontos de revenda
que comercializam as baterias Moura para o cliente fi-
nal, além de assegurar um pós-venda diferenciado.
Com mais de 3.000 SKU’s (modelos de produtos)
em seu portfólio, a empresa, em parceria com centros
de desenvolvimento e tecnologia de acumulação em
energia, se tornou pioneira no País em sistemas de
acumulação de energia, BESS e é responsável pelos
sistemas de baterias de lítio que equipam o primei-
ro caminhão 100% elétrico produzido no Brasil pela
Volkswagen Caminhões e Ônibus. Como integrante do
e-Consórcio, a Moura é responsável pelo fornecimento
dos sistemas de baterias de lítio, por meio da parceria
com a chinesa Contemporary Amperex Technology Co.
Ltd. (CATL), para os veículos e-Delivery. Além de garan-
tir o processo de manutenção e pós-vendas, provendo
um atendimento local e de qualidade de assistência téc-
nica para este importante componente do caminhão.
Os sistemas de baterias são produzidos na unidade
industrial de lítio em Belo Jardim e conta com compo-
nentes CATL e com componentes nacionais, atendendo
aos modelos e-Delivery de 11 toneladas e 14 toneladas.
Com a chegada do polo automotivo da STELLAN-
O enraizamento do
desenvolvimento
tecnológico e social
CAPÍTULO 3
26. 26
Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
TIS em Goiana, os conhecimentos de base tecnológica
foram ampliados de forma significativa.
Os incentivos federais e estaduais proporcionaram
avanços tecnológicos, e consequentemente maior pro-
dutividade e maior capacidade de produção. No caso
das baterias, um dos principais componentes do fun-
cionamento automotivo, os investimentos no avanço
tecnológico pelo principal fornecedor desse produto
para a STELLANTIS permitiram que, em 2018, a empre-
sa originalmente pernambucana chegasse ao número
atual de 10 milhões de baterias produzidas por meio da
construção de uma nova unidade em seu parque fabril.
Com a receita líquida da empresa quadruplicando
entre 2007 e 2021 – parte desse sucesso creditando-
-se também ao polo automotivo de Goiana – e alcan-
çando aproximadamente R$ 2,0 bilhões no último ano,
a MOURA consolidou sua importância para economia
de Belo Jardim e região, gerando também inúmeros ga-
nhos sociais para o território.
Hoje, a cidade tem o 13º maior PIB de Pernambu-
co. Dos empregos formais do município de Belo Jardim,
20% – mais de 4 mil – são gerados diretamente pela
empresa, sendo a MOURA responsável por 33% da
massa salarial municipal, com sua folha de pagamentos
injetando, anualmente, mais de R$ 110 milhões na eco-
nomia local.
Os investimentos de R$ 1,6 bilhão do Grupo MOU-
RA em Belo Jardim, foram decisivos para o desenvolvi-
mento do único ICT brasileiro voltado exclusivamente
para pesquisas relacionadas à eletrificação veicular e
ao armazenamento de energia, o Instituto de Tecnolo-
gia Edson Mororó Moura, o ITEMM, grande parceiro
tecnológico da MOURA.
Os números apresentados, além de serem bastan-
te significativos, reforçam a importância da empresa e
expressam iniciativas de investimentos em inovação,
permitindo o enraizamento mais expressivo do desen-
volvimento tecnológico em Pernambuco.
Além da STELLANTIS e própria fábrica da MOURA
Baterias, o ITEMM tem entre seus clientes instituições
como a CEMIG, CPFL, ENEL, parcerias com grandes
universidades brasileiras.
Entre os diversos projetos do ITEMM, destaca-se
a eletrificação veicular no Brasil, que teve início com
o desenvolvimento do primeiro caminhão elétrico no
País e posteriormente, com um livelab implementado
no Instituto e que conta com o primeiro eletroposto im-
plantado em Belo Jardim, foi dado início aos testes para
carregamento de veículos elétricos de pequeno porte.
O mencionado projeto é essencial para o desenvolvi-
mento de veículos elétricos compostos com baterias de
chumbo ou íons de lítio, e faz parte da rotina de ativi-
dades de Pesquisa e Desenvolvimento das parcerias da
Moura junto a clientes externos como a STELLANTIS.
No front da Transformação Social, a Moura criou,
há oito anos, o Instituto Conceição Moura. Com mais de
50 projetos desenvolvidos, já impactou a vida de mais
de 320 mil pessoas de Belo Jardim. Com foco em tornar
crianças em jovens em agentes de transformação para
a cidade, o Instituto atua desde a primeira infância até
a entrada desses jovens no mercado de trabalho. Entre
2017 e 2022, mais de R$ 20 milhões já foram investidos
na execução de programas baseado em quatro frentes:
formação de jovens, arte e cultura, primeira infância e
educação de qualidade.
A Moura inviste ainda, anualmente, mais de R$ 2
milhões em projetos de Educação. O montante, nova-
mente, é destinado majoritariamente para cidade de
Belo Jardim. Além de colaboradores e familiares, são
mais de 500 pessoas beneficiadas pelos programas por
ano.
Ainda no que se refere a internalização do desen-
volvimento tecnológico, destacam-se os programas e
projetos de qualificação profissional, pesquisa e desen-
volvimento demandados e articulados pela STELLAN-
TIS junto a universidades e centros de pesquisas locais.
27. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
27
QUADRO 1
Principais iniciativas da STELLANTIS em qualificação, pesquisa e desenvolvimento em Pernambuco
PROGRAMA OU PROJETO
INSTITUIÇÃO
PESQUISADA
MUNICÍPIO
ALUNOS
ENVOLVIDOS
VALOR INVESTIDO ANO
Fortalecimento da Capacitação
Tecnológica das IES/ICTS de Pernambuco
em Desenvolvimento de Motores de
Combustão Interna, Híbridos e Elétricos
UFRPE Recife 175 R$ 425.730,00 2015
Residência Tecnológica PWT CESAR Recife 35 R$ 3.000.000,00 2015
Estudo em motor EtorQ EVO 1.6L 16v Flex
Fuel na geração de energia elétrica através
de tecnologia MGU-H
UFPE Recife 10 R$ 935.102,00 2016
Congresso - Eletrificação UFRPE Recife 200 R$ 30.000,00 2016
Instalação do Laboratório de Inovação
Veicular
UFPE Recife 8 R$ 6.600.000,00 2016
Programa de Capacitação Internacional
em Engenharia Automotiva OAKLAND
UNIVERSITY
UFPE, UFRPE,
UFCG e UFPB
Recife, Campina
Grande e João
Pessoa
6 R$ 633.000,00 2017
Residência Tecnológica em Ciências de
dados
UFPE Recife 8 R$ 150.000,00 2021
Manutenção Preditiva UFPE e EMBRAPII Recife 4 R$ 267.058,82 2021
Programa de Extensão Tecnológica:
Captura e Detecção de Códigos de Barras
via Visão Computacional na Industria
Automotiva
UFPE Recife 33
Ainda não
computado
2022
Programa de Extensão Tecnológica:
Redução de consumo de energia usando
visão computacional na indústria 4.0
UFPE Recife 38
Ainda não
computado
2022
Programa de Extensão Tecnológica: Análise
e Visualização de Fluxo de Dados de
Dependência e Instruções de Atribuições
aplicadas a Software Automotivos
UFPE Recife 21
Ainda não
computado
2022
Programa de Extensão Tecnológica: Pós-
processamento de dados automotivos para
teste de regressão
UFPE Recife 20
Ainda não
computado
2022
Fonte: Grupo STELLANTIS.
28. 28
Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
força de trabalho da área analisada, desenvolvendo o
educando, assegurando-lhe a formação indispensável
para o exercício da cidadania e fornecendo-lhe meios
para progredir no trabalho e em estudos posteriores,
contribuindo para a redução das desigualdades sociais.
Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesqui-
sas Educacionais Anísio Teixeira (INEP-MEC) apontam
que as taxas de aprovação no ensino fundamental e
no ensino médio, nos municípios da área de influência
da STELLANTIS referentes aos anos de 2010 – antes da
presença do polo automotivo na região –, 2015 - ano em
que o empreendimento iniciou sua produção – e 2021
– quando essa atividade se encontrava em pleno desem-
penho do processo produtivo –, registraram desempe-
nho considerável, com quase todos os municípios da
área considerada apontando proporção de aprovação
tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio,
próxima da totalidade dos alunos matriculados.
QUADRO 2
Principais iniciativas da MOURA em qualificação, educação e responsabilidade social em Pernambuco
O Quadro 1 apresenta as principais iniciativas en-
tre os anos de 2015 e 2022. Entre os investimentos des-
taca-se o maior volume de recursos disponibilizados à
questão automotiva (aproximadamente R$ 8 milhões)
alocados para universidades (UFPE e UFRPE), a maior
parcela destinada à Instalação do Laboratório de Inova-
ção Veicular (3/4 do montante).
Na sequência, o Quadro 2 apresenta algumas das
principais iniciativas realizadas pela MOURA, com forte
significado para o desenvolvimento socioeconômico em
seu território de atuação.
Entre os benefícios sociais que de alguma maneira
foram influenciados pela presença da STELLANTIS des-
taca-se os efeitos sobre a educação básica, mais espe-
cificamente nas modalidades do ensino fundamental
e do ensino médio, que cuidam do preparo educacional
da população jovem na faixa de 10 aos 18 anos, futura
Fonte: Grupo Moura
PROGRAMA OU PROJETO
INSTITUIÇÃO
PESQUISADA
MUNICÍPIO
ALUNOS
ENVOLVIDOS
VALOR INVESTIDO ANO
Moura Tech IFPE Belo Jardim 20 R$ 1.022.621,00 2022
Novos Talentos SENAI-PE Belo Jardim 30 R$ 141.131,40 2019
Programa Jovem Aprendiz SENAI-PE Belo Jardim 144 R$ 3.462.043,20 2018
Ensino Fundamental
(Filhos de Funcionários)
SESI-PE Belo Jardim 168 R$ 192.000,00 2021
Novo Ensino Médio
(Filhos de Funcionários)
SESI-PE Belo Jardim X X 2022
Aprendizagem Tecnológica
(Filhos de Funcionários)
CodeBudy Belo Jardim 32 R$ 165.120,00 2022
EJA (Funcionários)
Secretaria de
Educação
Belo Jardim 144 X 2021
29. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
29
TABELA 1
Municípios da Área de Influência da STELLANTIS: taxas (%) de aprovação no ensino fundamental
e no ensino médio - 2010, 2015 e 2021
Fonte: INEP-MEC.
TABELA 2
Municípios da Área de Influência da STELLANTIS: taxas (%) de abandono no ensino fundamental
e no ensino médio - 2010, 2015 e 2021
Fonte: INEP-MEC.
MUNICÍPIO
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO MÉDIO
2010 2015 2021 2010 2015 2021
Abreu e Lima 4,7 1,6 1,1 15,2 1,3 0,6
Araçoiaba 1,4 1,0 0,2 13,1 5,4 0,0
Condado 3,9 2,3 0,1 4,7 0,5 0,1
Goiana 5,9 2,5 0,5 8,3 4,5 0,0
Igarassu 6,1 2,4 0,7 17,4 1,0 1,3
Ilha de Itamaracá 3,8 1,4 0,5 14,5 1,4 0,2
Itambé 1,2 2,7 1,0 11,6 1,0 0,0
Itapissuma 3,3 5,3 0,3 9,3 0,1 0,0
Itaquitinga 4,6 1,9 3,6 14,9 4,0 0,0
Paulista 4,4 1,7 0,6 13,5 1,0 0,3
MUNICÍPIO
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO MÉDIO
2010 2015 2021 2010 2015 2021
Abreu e Lima 84,1 88,3 95,5 76,2 88,2 93,1
Araçoiaba 84,4 90,9 99,1 77,1 91,6 99,6
Condado 80,7 85,4 94,9 89,4 91,1 98,6
Goiana 82,4 89,5 94,2 81,8 86,7 97,4
Igarassu 82,6 85,4 97,9 73,2 83,1 95,3
Ilha de Itamaracá 85,7 88,9 96,4 79,0 91,9 96,0
Itambé 79,2 84,0 98,6 77,3 80,4 87,1
Itapissuma 82,6 82,1 98,8 85,5 79,1 93,3
Itaquitinga 80,5 84,9 88,0 78,3 82,6 96,7
Paulista 86,3 90,7 98,1 79,2 92,5 96,6
30. 30
Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
Em relação ao abandono escolar, os dados do INEP-
-MEC mostram que no ensino fundamental as taxas
eram relativamente baixas já em 2010, sendo um pou-
co mais acentuadas em quatro dos municípios da área,
Goiana incluído entre estes. Em 2015 esses índices apre-
sentaram uma escala descendente apresentaram redu-
ção, proporções que diminuíram ainda mais em 2021.
Quanto ao ensino médio, os indicadores de aban-
dono em 2010 eram de certa forma expressivos na área
analisada, com apenas três municípios mostrando índi-
ces abaixo de 10%, inclusive Goiana. Considerando-se
que o ensino médio constitui um dos alicerces básicos
da preparação dos jovens em busca da inserção no mer-
cado de trabalho, uma vez que contribui com o desen-
volvimento de habilidades e capacidades específicas
para a obtenção de emprego, a implantação do polo au-
tomotivo mostrou-se importante instrumento para uma
colocação no mercado de trabalho, trazendo motivação
para acesso às oportunidades do mercado.
Os dados referentes às taxas de abandono no en-
sino médio no período analisado corroboram essa tese.
Em 2010, antes da implantação da então planta da FIAT,
era significativa a proporção dos jovens que abandona-
vam o curso, não enxergando a perspectiva de conseguir
emprego, muitos deles preferindo permanecer como
mão de obra temporária na atividade sucroalcooleira
que predominava na região.
GRÁFICO 24
Município de Goiana (PE): IDEB dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental - 2013 a 2021
Fonte: INEP-MEC. Nota: Anos Iniciais até 4° série/5° ano e Anos Finais até 8° série/9° ano.
Naquele ano, a maioria dos municípios analisados
registravam significativos índices de abandono tanto na
modalidade do ensino fundamental quanto na do ensi-
no médio, situação que começou a mudar entre 2010 e
2015, este último correspondente ao início da produção
do polo automotivo, principalmente na última modali-
dade, onde em 2021 as taxas de abandono foram ze-
radas em metade dos municípios da área de influência
da STELLANTIS, inclusive em Goiana, e na outra meta-
de aproximando-se desse patamar.
Outro parâmetro que mede o avanço da educação
básica é o IDEB (índice de Desenvolvimento de Educa-
ção Básica), concebido pelo INEP em 2007, cuja medida
varia de zero a dez. Esse indicador sintetiza dois concei-
tos igualmente importantes para a qualidade da educa-
ção: aprovação e média de desempenho dos estudantes,
calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar
obtidos no Censo Escolar e médias de desempenho nas
avaliações do INEP.
A meta projetada do IDEB para os anos iniciais do
ensino fundamental em Goiana em 2013 considerando
todas as séries, correspondia, em média 4,1 indicador
preconcebido para em 2021 atingir 5,3. No ano inicial,
observou-se o índice de 3,7, apresentando oscilação
nos três anos seguintes, atingindo em 2019 o indicador
de 4,3.
2013 2015 2017 2019 2021
6
5
4
3
2
1
0
Meta projetada Ideb observado
4.1
4.7
5.0
5.3
4.3
4.0
3.7
31. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
31
GRÁFICO 25
Município de Goiana (PE): IDEB dos Anos Finais do Ensino Fundamental - 2013 a 2021
Fonte: INEP-MEC. Nota: Anos Iniciais até 4° série/5° ano e Anos Finais até 8° série/9° ano.
2013 2015 2017 2019 2021
5.0
4.5
4.0
3.5
3.0
2.5
2.0
1.5
1.0
0.5
0
Meta projetada Ideb observado
3.2
3.6
3.9
4.2
4.4
3.7
3.2
3.4
2.6
No caso dos anos finais do ensino fundamental, a
meta projetada do índice do IDEB para o município de
Goiana foi um pouco menor que a prevista para os anos
iniciais, preconizando para 2021 o índice 4,4. No que se
refere a 2019 o índice do IDEB prescrito para o municí-
pio foi de 4,2, entretanto, o indicador observado foi 3,7
quando as taxas de abandono do curso ainda estavam
iniciando sua trajetória elevada que vinha se reduzindo
paulatinamente.
Em relação ao IDEB do ensino médio, a comparação
entre a meta projetada e o índice observado foi signifi-
cativamente favorável a Goiana, verificando-se que em
2017 o IDEB no município por pouco não se igualava à
meta projetada para 2019, situação que se reverte em
2019, com o índice apurado de 2019 (4,4) em Goiana, ul-
trapassando o patamar projetado para 2021 (4,2).
Nesse ano, o município já mostrava uma redução
considerável nas taxas de abandono no ensino médio,
projeção que vinha se materializando desde 2010 e que
se atenuou de forma significativa após o início das obras
de instalação do polo e se consolidou com o início das
operações da montadora em 2015.
No que diz respeito à saúde, um dos indicadores
que mais reforça a importância da STELLANTIS na área
é o da mortalidade infantil. Considerando as limitações
GRÁFICO 26
Município de Goiana (PE): IDEB do Ensino Médio – 2017,
2019 e 2021
Fonte: INEP-MEC. Nota: Anos Iniciais até 4° série/5° ano e Anos
Finais até 8° série/9° ano.
3.7
3.9
4.4
4.2
2017 2019 2021
4.6
4.4
4.2
4.0
3.8
3.6
3.4
3.2
Meta projetada Ideb observado
32. 32
Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
deste indicador, é permitido afirmar que os municípios
da área como um todo têm apresentado melhoras, con-
seguindo redução nas taxas de mortalidade infantil.
Ajustando-se uma curva de tendência exponencial aos
dados registrados pelo Datasus nota-se no gráfico um
decréscimo desse indicador, indicando que os ganhos na
área em questão estão mais intensos do que a média
estadual. Ou seja, está havendo melhorias da região em
relação a outras partes de Pernambuco, ou a defasagem
da área, outrora detentora de elevados índices de mor-
talidade infantil do estado em relação a áreas mais de-
senvolvidas têm sido superada.
Especialistas em saúde reputam o Programa de
Saúde da Família (PSF) como um dos maiores responsá-
veis pela melhora dos índices de saúde do Estado, por
conta da estratégia de reorganização do atendimento
básico, adotando uma concepção de saúde centrada na
qualidade de vida. Esse programa caracterizou-se por
apresentar como princípio norteador o estabelecimen-
to de novas relações entre profissionais de saúde, usuá-
rios e famílias, ressaltando-se a importante atuação dos
Agentes Comunitários de Saúde, através das atividades
de prevenção de doenças e promoção da saúde, me-
diante ações domiciliares ou comunitárias, individuais
ou coletivas, desenvolvidas em conformidade com as
diretrizes do SUS e sob a supervisão dos gestores locais.
Entretanto, deve-se destacar que parte desse sucesso
na área em questão se atribui à presença da montadora,
que contribuiu para a geração de emprego e renda, além
de gerar impostos, propiciando uma melhora considerá-
vel das condições de vida em que a maioria da população
local estava mergulhada, nas quais pontuava a pobreza
das famílias que viviam em meio à precariedade da infra-
estrutura social e urbana básica, que inclui água, esgota-
mento sanitário e coleta de lixo, bem como a deficiência
dos serviços públicos de saúde.
O fato marcante é que a partir de 2015, ano em que
a STELLANTIS iniciou suas atividades produtivas, ge-
rando um importante contingente de empregos na área,
injetando um volume significativo de recursos no PIB
local, contribuindo com uma arrecadação exponencial
para as finanças municipais, impulsionando outras ativi-
dades produtivas dinamizando a economia local, como
foi visto anteriormente, a tendência de queda nas taxas
de mortalidade infantil acentuou-se tanto em Pernam-
buco quanto na área de influência da STELLANTIS e
especificamente em Goiana, como mostra o gráfico.
GRÁFICO 27
Estado de Pernambuco, Área de influência da STELLANTIS e município de Goiana: mortalidade infantil (por 1.000
crianças nascidas vivas) - média móvel trienal - 2013 a 2020
Fonte: Datasus
2013 2014 2015 2016 2018
2017 2019 2020
15
14.5
14
13.5
13
12.5
12
11.5
11
10.5
10
Área de Influência Stellantis
Goiana Pernambuco
12.06
12.60
14.11
13.84
13.78
11.90
12.61
13.25
13.44 13.35
13.01
12.80
12.25
11.00
10.90
10.84
11.14
12.10
11.96
10.70
12.23
12.18
13.32
12.09
33. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
33
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A contextualização aqui realizada, em diversas es-
calas territoriais, num país continental como o Brasil,
iluminou uma leitura mais detalhada dos impactos e das
mudanças ocorridas na região do entorno imediato do
complexo automotivo instalado pela STELLANTIS em
Pernambuco e do desenvolvimento e consolidação da
MOURA como maior fabricante de baterias da América
do Sul, a partir do Agreste pernambucano.
Os resultados revelados reafirmam a importância
de políticas públicas de estímulo a iniciativas estrutu-
rantes e de potencial transformador das realidades re-
gionais e locais.
Internacionalmente, políticas públicas de atração
e expansão de investimentos estruturantes, como a de
apoio federal regionalizado e do apoio estadual ao re-
gime automotivo no Brasil recente, permanecem sendo
adotadas, crescentemente em articulação com a valori-
zação de iniciativas voltadas à inovação (exigidas como
contrapartida, como o faz a legislação brasileira vigente
no caso dos regimes automotivos regionais).
No Brasil, dada a elevada carga tributária que ain-
da incide sobre a indústria de transformação (cerca de
45% da carga total) e, posto que a Reforma Tributária
não avançou, e que sua base industrial perdeu compe-
titividade internacional e protagonismo como indutor
do desenvolvimento nacional, e de sua herança de con-
centração do segmento automotivo no Sudeste/Sul, se
mantem a importância da adoção de tratamento dife-
renciado para regiões e para segmentos industriais de
alto poder de impacto e de transformação, em especial
nos tempos presentes. Tal política pública é parte da ex-
plicação pelo que o correu no parque automotivo bra-
sileiro: enquanto fabricas antigas fechavam pais a fora,
inclusive no Nordeste), a STELLANTIS e MOURA lidera-
ram, em Pernambuco, uma experiência ousada e sintoni-
zada com o ambiente de mudanças mundial.
Pelo que se depreende das análises aqui realizadas,
além dos fortes impactos tradicionais (no PIB, na renda,
no emprego, na educação básica ...) o que ressalta como
um diferencial no caso da presença do grupo STELLAN-
TIS e do grupo MOURA é que eles atuam, hoje, no Nor-
deste e em especial em Pernambuco, como estratégico
agente de inovação.
Este é um papel que tende a se firmar e a se ampliar
no futuro próximo, visto que Pernambuco tem ativos re-
levantes para contribuir para o enfrentamento do desa-
fio de necessário e urgente reposicionamento brasileiro
na economia mundial do século XXI.
Os dados dos quadros 1 e 2, antes apresentados,
confirmam iniciativas da STELLANTIS e da MOURA vol-
tadas a construção de uma articulação promissora com
a consistente base de Ciência, Tecnologia e Inovação es-
tadual. Uma base universitária que neste estado se con-
solidou como formadora de importante massa crítica de
recursos humanos qualificados, reconhecida nacional-
mente, em especial na área das engenharias e naquela
das novas tecnologias de informação e comunicação.
Por sua vez, a presença do ecossistema liderado pelo
Porto Digital, onde se insere o CESAR, é um destacado
ativo localizado em terras pernambucanas, reconhecido
como um os principais ecossistemas desta natureza do
Brasil e sintonizado desde cedo com o mundo.
Assim, o papel de agente de inovação já exercido
pela STELLANTIS e pelo grupo MOURA tende a se am-
pliar, num futuro próximo.
Em um contexto mundial no qual as mudanças cli-
máticas e uma nova revolução tecnológica sinalizam
para novos padrões de produção e de consumo, o seg-
mento automotivo existente em Pernambuco, já é im-
pulsionado por iniciativas disruptivas.
O grupo STELLANTIS e o grupo MOURA sintoni-
zam claramente nas suas atuações, em escala mundial,
34. 34
Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BNB e IICA. Nordeste 2022 - Estudos Prospectivos
– Documento Síntese, Fortaleza: Banco do Nordeste,
2014. 155 pg. (coordenado pela equipe da CEPLAN.
DINIZ, Clelio Campolina. Desenvolvimento poligonal
no Brasil: nem desconcentração, nem contínua polariza-
ção. Nova Economia, [S. l.], v. 3, n. 1, 1993.
CEPE – Socioeconomia pernambucana: mudanças e
desafios. Tania Bacelar de Araujo e Tarcisio Paatricio de
Araújo (organizadores), Recife, 2018.
IPEA. Brasil, Brasis, reconfigurações territoriais da in-
dústria no século XXI. MONTEIRO NETO, Aristides
(org.), Brasília, 2021.
com essas novas tendências e lideram mudanças rele-
vantes. Em paralelo, se apresentam como agente poten-
cializador da inserção de Pernambuco e do Nordeste
nas tendências do século XXI. Como o faz o potencial
já em exploração das energias limpas e renováveis (eó-
lica, sola, biomassa e hidrogênio verde) que a região e o
estado aproveitam e que Pernambuco tende a ampliar
também na indústria automotiva. O carro do futuro
passa pelo domínio do conhecimento em eletrificação,
acumuladores (baterias) e software.
Ao mesmo tempo, a STELANTIS se articula com ati-
vos remanescentes construídos no entorno de antigos
polos do setor automotivo na Bahia e Ceará, exercendo
papel relevante na região.
Cumpre, assim, o requisito essencial do regime
automotivo regional que as políticas públicas buscam
patrocinar nestes tempos desafiadores e se apresenta
como um importante agente da construção do futuro,
no estado e na região.