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RELAÇÕES INTERNACIONAIS

DISCIPLINA: INTRODUÇÃO ÀS RELAÇÕES INTERNACIONAIS – 2012.1

DOCENTE: Daniele Sarinho

DISCENTES:

           Henrique Fernando de Andrade Pereira

           Pablo D‟Ella Monica Carvalho Lins

           Renato Oliveira

           Silcia Soares Farias Silva




           DISCUTINDO TEMAS ATUAIS: Primavera árabe e Rio + 20




                        Natal - junho de 2012
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

1.Primavera Árabe: vendo a história acontecer

1.1 O início da Primavera

1.2 Motivações

1.3 Surgimento

1.3.1 Tunísia

1.3.2 Egito

1.3.3 Líbia

1.3.4 Desenvolvimento

1.3.5 Conclusão




2. RIO + 20: sustentabilidade em evidência

2.1 Metas

2.2 Expectativas




3.CONSIDERAÇÕES FINAIS

4.REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO




       Presente neste trabalho, uma discussão sobre temas atuais, como a
Primavera Árabe e o Rio + 20, torna-se pertinente para nós como estudantes
de Relações Internacionais pois leva-nos a uma reflexão dos acontecimentos
que estão transformando o mundo perante nossos olhos. A Primavera árabe
iniciou-se no início de 2011 e deixou-nos perplexos em como as redes sociais
podem contribuir para movimentos revolucionários que levaram as pessoas a
se posicionarem para a luta de seus direitos e liberdade enquanto cidadãos.
O Rio + 20 nos traz um leve alívio das inquietações quanto ao meio
ambiente, pois a ideia é renovar e estimular o compromisso mundial com o
desenvolvimento sustentável vem outra vez à tona nesse inicio de década.

       Desse modo, no intuito de discutir essas duas temáticas em questão,
organizamos esse trabalho em duas partes. Na primeira parte, refletimos
sobre a primavera árabe, desde o início da revolução na Tunísia, à
repercussão nos outros países e as motivações que conduziram a esse
movimento. No segundo momento, fazemos uma breve reflexão sobre o
evento Rio + 20, citando as metas e expectativas para esse encontro
Internacional, que está ocorrendo nesse mês de Junho de 2012 no Rio
Janeiro.

       Por fim, fazemos nossas considerações finais, lembrando-se da
pertinência dessas reflexões de temáticas atuais, para nós enquanto futuros
internacionalistas.
1. PRIMAVERA ÁRABE: vendo a história acontecer




   1.1 O início da Primavera




   A Primavera árabe (em árabe: al-‫ال ثورات ال عرب ية‬Thawrātal-Arabiyyah,
literalmente Rebelião em árabe ou a Revolução árabe) é uma onda
revolucionária de manifestações e protestos que ocorreram e ocorrem ainda
no mundo árabe, iniciando em 18 de dezembro de 2010 na Túnisia. Contudo,
é certo afirmar que as massas, formadas principalmente       de jovens, se
espalharam por vários países onde existem elementos de semelhança
cultural e política.

   Seguindo este raciocínio, levantes originalmente provenientes da Tunísia,
se espalharam rapidamente para o Egito, Líbia e Iêmen. Após semanas do
estopim na capital de maior relevância do mundo árabe, o Cairo, levantes
civis também ocorreram no Bahrein e Síria.      Grandes concentrações de
protestos na Argélia, Iraque, Jordânia, Kuwait e Marrocos. Manifestações e
protestos menores ocorreram no Líbano, Mauritânia, Omã, Arábia Saudita e
Sudão, Na região do Saara Ocidental, bem como confrontos nas fronteiras
de Israel em maio de 2011. No vizinho Irã, um país não-árabe, protestos da
minoria árabe em Khuzestan eclodiram em 2011 também. Armas da guerra
civil, provocaram uma rebelião latente no Mali, resultando no consequente
golpe de Estado do Mali, que tem sido descrito como "precipitação" da
Primavera árabe no norte da África. Confrontos sectários no Líbano foram
descritos como um resultado direto da revolta da Síria e, portanto, da
Primavera Árabe.
1.2 Motivações

       Fatores culturais e políticos são o ponto de convergência da Primavera
árabe. Todos os países acima citados são caracterizados pelo alto grau de
influência religiosa, corrupção, declínio econômico e insuficiência política.

       Nas últimas décadas, padrões de vida e taxas de alfabetização, bem
como a maior disponibilidade de ensino superior, têm resultado em um índice
de desenvolvimento humano maior nos países afetados. A tensão entre as
aspirações crescentes e uma falta de reforma do governo pode ter sido um
fator que contribui em todos os protestos. Muitos dos jovens, atualmente
conectados à Internet, cada vez mais ao longo dos anos, utilizam ferramentas
da rede para a discussão e compartilhamento de informações sobre eventos
que ocorrem nos pilares do sistema de governo e em algumas monarquias
absolutistas da região. Um professor universitário de Omã, Al-NajmaZidjaly
se referiu a esta turbulência como youthquake.

       Tunísia e Egito, primeiros a testemunhar grandes revoltas, diferem de
outros paises norte-Africanos e nações do Oriente Médio como a Argélia e a
Líbia, em que lhes falta a significativa receitas do petróleo, sendo, portanto,
incapazes de fazer concessões para acalmar as massas.




1.3 Surgimento

       É certo afirmar que a Primavera Árabe teve seu momento de maior
relevância no Egito. Pouco notíciado ainda, o movimento espontâneo teve
seu nascimento num país com maior influência ocidental, a Túnisia.

       Proviniente de colonização francesa, talvez por isso um dos países
com menor grau de penetração religiosa no estado, o país bilingue liderou o
processo de manifistação de massas          resultando    na transformação do
estado.
1.3.1 Tunísia

      Após a auto-imolação de Mohamed Bouazizi em SidiBouzid, uma série
de manifestações de rua cada vez mais violentas até dezembro de 2010
levou à demissão do antigo presidente Zine El Abidine Ben Ali em 14 de
janeiro de 2011. As manifestações foram precedidas pelo elevado
desemprego, a inflação dos alimentos, a corrupção, a falta de liberdade de
expressão e outras formas de liberdade política. Os protestos constituíram a
onda mais dramática de agitação social e política na Tunísia em três
décadas, e que resultou em dezenas de mortos e feridos, a maioria dos quais
eram o resultado da ação da polícia e forças de segurança contra os
manifestantes. Ben Ali fugiu para o exílio na Arábia Saudita, concluindo seus
23 anos no poder.

      Em 23 de Outubro de 2011, os cidadãos votaram na eleição pós-
revolução, primeiro a eleger representantes para uma assembleia constituinte
de 217 membros, que seria responsável pela nova Constituição. O líder do
partido islamista, Ennahda, ganhou mais de 40% dos votos , e conseguiu
eleger 42 mulheres para a Assembleia Constituinte.

      Apesar do advento da democracia, nos seis meses imediatamente
após a morte de Mohamed Bouazizi, pelo menos 107 tunisianos se auto-
imolaram.




1.3.2.Egito

      Inspirado pelo levante na Tunísia, e antes da sua entrada como uma
figura central na política egípcia, o potencial candidato presidencial Mohamed
ElBaradei alertou para uma "explosão Tunísiana" no Egito.

      Os protestos no país começaram em 25 de janeiro e duraram 18 dias.
Por volta da meia-noite em 28 de janeiro, o governo egípcio tentou, com
algum êxito,    eliminar o acesso da internet no país, a fim de inibir a
capacidade dos manifestantes de se organizar através de mídias sociais.
Mais tarde naquele dia, enquanto dezenas de milhares protestavam nas ruas
das principais cidades do Egito, o presidente Mubarak abriu mão de seu
governo, depois da nomeação de um novo gabinete. Mubarak também
nomeou o primeiro vice-presidente em quase 30 anos.

      Em 10 de Fevereiro, Mubarak cedeu todo o poder presidencial ao vice-
presidente Omar Suleiman, mas logo em seguida anunciou que iria
permanecer como presidente até o final de seu mandato. No entanto, os
protestos continuaram no dia seguinte, e rapidamente Suleiman anunciou
que Mubarak renunciou à presidência e transferiu o poder às Forças
Armadas do Egito. Os militares imediatamente dissolveram o Parlamento
egípcio, suspendendo a Constituição do Egito, e prometeram levantar o país
durante 30 anos com "leis de emergência" em vigor. Um civil, EssamSharaf,
foi nomeado primeiro-ministro do Egito. Os protestos continuaram até o final
de 2011, em resposta a Sharaf e ao Conselho Supremo das Forças Armadas,
pois o povo egípicio percebeu lentidão na implantação de reformas. O atual
primeiro-ministro do Egito é KamalGanzouri, que concorre a segundo turno
no pleito de 17 de Junho de 2012.

1.3.3 Líbia

      Após o sucesso da revolução na Tunísia e Egito, um protesto sobre as
condições de vida começou em 14 de Novembro em Bayda, Líbia, onde os
manifestantes entraram em confronto com a polícia e atacaram escritórios do
governo. Protestos anti - governo começaram na Líbia em 15 de fevereiro de
2011. Em 18 de fevereiro, a oposição controlava a maior parte de Benghazi,
segunda maior cidade do país, o governo enviou tropas de elite e
mercenários em uma tentativa de recapturá-la, mas foram repelidos. Até 20
de Fevereiro, os protestos se espalharam para o Trípoli capital. Em uma
emissora de televisão, Saifal-IslamGaddafi, alertou os manifestantes que seu
país poderia viver em uma guerra civil. O crescente número de mortes,
chegando a milhares, atraiu a condenação internacional e resultou na
demissão de vários diplomatas líbios, juntamente com chamadas para o
desmantelamento do governo.

      Depois de uma batalha de três meses de duração, em cerco
controlado pelos rebeldes Misrata, a terceira maior cidade da Líbia foi
libertada do sistema de Gadaffi. As quatro grandes frentes de combate eram
geralmente considerados como as Montanhas Nafusa, a costa Tripolitaniana,
o Golfo de Sidra, e o deserto do sul da Líbia. Muitas instituições do governo,
incluindo Gaddafi e vários altos funcionários do governo foram reagrupados
em Sirte, onde Gadaffi declarou ser a nova capital da Líbia. em 14 de Agosto,
Bani Walid, chefe da inteligência libanesa foi capturado depois de algumas
semanas de cerco e em Outubro, os rebeldes sob a bandeira do Conselho
Nacional de Transição capturaram Sirte e acabaram matando Gaddafi no
processo.

       O relativo sucesso da República democrática da Turquia, com as suas
eleições livres e vigorosamente contestadas, pacífica, de rápido crescimento,
mas de governo e economia liberal, e uma constituição secular, e islâmico,
criou um modelo (o modelo turco) que serve como uma motivação para os
manifestantes dos estados vizinhos.




1.3.4 Desenvolvimento

       Os protestos têm aplicado principalmente técnicas de resistência civil
em campanhas sustentadas envolvendo greves, manifestações, marchas e
comícios, bem como o uso das mídias sociais para organizar, comunicar e
sensibilizar o mundo em face de tentativas estatais de censura e repressão
na Internet.

       Muitas   manifestações     encontraram    respostas    violentas   das
autoridades, bem como de milícias pró-governo e contra-manifestantes.
Estes ataques foram, em vários casos,      respondidos com violência pelos
manifestantes. Um slogan principal dos manifestantes no mundo árabe tem
sido AshShab-yurīdisqāṭ um Nizam-("o povo quer derrubar o regime ")
Muitos analistas, jornalistas e partes envolvidas têm se colocado sobre
os protestos como sendo um fenômeno exclusivamente árabe e, de fato, os
protestos e rebeliões têm sido mais fortes e de grande alcance em todo o
mundo árabe. Em sua maioria são países de língua árabe, dando origem ao
apelido popular de Primavera árabe. Um trocadilho com a chamada
Primavera de Praga 1968, um despertar democrático no que era então
Checoslováquia comunista para se referir aos protestos, revoltas e
revoluções nesses estados. No entanto, a mídia internacional também
destacou o papel dos grupos minoritários em muitas destas revoltas.

      Protestos em muitos países afetados pela Primavera Árabe têm
atraído um amplo apoio da comunidade internacional quanto as duras
respostas do governo em modo geral, atendendo a condenação por meios de
instrumentos da ONU. No caso do Bahrein, Marrocos e Síria a resposta
internacional aos protestos tem sido consideravelmente mais brandas. Alguns
críticos acusam os governos ocidentais, incluindo os da França, o Reino
Unido e Estados Unidos de hipocrisia na forma como eles reagem à
Primavera árabe. Noam Chomsky acusou o governo Obama de se esforçado
para abafar a onda revolucionária e sufocar os esforços de democratização
populares no Oriente Médio.

      O Fundo Monetário Internacional disse que os preços do petróleo
estavam próximos de obter preço maior do que o previsto inicialmente devido
à instabilidade no Oriente Médio e Norte da África, principais regiões de
produção de petróleo.

        As implicações geopolíticas dos protestos têm chamado a atenção
global, incluindo a sugestão de que alguns manifestantes poderiam ser
nomeados para o Prémio Nobel da Paz 2011. Tawakel Karman do Iêmen foi
um dos três laureados do Prêmio Nobel da Paz 2011 como um líder de
destaque na primavera árabe. Em dezembro de 2011, a revista Time nomeou
"Protester A" sua "Personalidade do Ano". Outro prêmio foi observado
quando o fotógrafo espanhol Samuel Aranda, ganhou o 2011 World Press
Photo por sua imagem de uma mulher iemenita segurando um ferido membro
da família, tirada durante a revolta civil no Iêmen em 15 de outubro de 2011.
Kenan Engin, cientista político de origem turca , identificou o novo levante em
países árabes e islâmicos como a "quinta onda de democracia" por causa
das características evidentes qualitativamente semelhantes à "terceira onda
de democracia" na América Latina, que teve lugar na década de 1970 e
1980.




1.3.5 Conclusão

        A importância dos instrumentos de comunicação como Facebook,
Twitter e blogs sobre as revoltas tem sido amplamente debatido. Alguns
dizem que a mídia social foi o principal instigador das revoltas, enquanto
outros afirmam que era apenas uma ferramenta. De qualquer maneira, a
percepção da mídia social mudou. Seu papel nas revoltas demonstrou ao
mundo o seu poder de organização e dissuasão. Essa informação permitiu o
mundo ficar atualizado com os protestos e facilitaram na organização de
manifestações. Nove em cada dez egípcios e tunisianos responderam a uma
pesquisa que usou o Facebook para organizar protestos e difundir o
conhecimento das revoltas. Além disso, 28% dos egípcios e 29% dos
tunisianos da mesma pesquisa disseram que a princípio o bloqueio do
Facebook prejudicou a organização de novas demonstrações públicas.
Outra evidência que sugere o papel importante das mídias sociais nas
revoltas é que seu uso quadriplicou durante os meses de revoltas,

      Este fluxo de mídia social indica o tipo de pessoas que foram
essencialmente impulsionadas durante a Primavera árabe. Os jovens
alimentaram as revoltas através de vários países árabes, usando habilidades
da nova geração da rede social. Libertado a hashtag “#Revolta” a palavra não
só poderia ser vista no seu país de origem mas também para outros países
árabes, e consequentemente em nações de todo o mundo. A partir de 05 de
abril de 2011 a quantidade de usuários do Facebook nas nações árabes
ultrapassou 27,7 milhões de pessoas, que indica que o crescimento
constante de pessoas conectadas através de mídias sociais agiu como um
ativo onde a comunicação estava no epicentro.

      Ainda é incerto o rumo que será tomado pela Primavera árabe. O
esfacelamento de instituições e agentes dos governos podem ser vistos em
alguns países. Porém em outros uma pequena “substituição” institucional foi
apresentada. Alguns estados, a exemplo da Arábia Saudita, já realizaram
mudanças de cunho social e politico a fim de acalmar suas populações
nacionais.

      O que de fato pode ser observado até o momento é que intervenções
militares e econômicas promovidas pela OTAN e ONU respectivamente,
estabelecem uma mudança na condução da política externa ocidental como
um todo. Em alguns casos se torna evidente a procura de um “substituto” de
poder, como estratégia aplicada na Líbia. Em outros casos é possível
distinguir os conflitos de grandes potências na região. A Síria, país em que
supostamente 45.000 pessoas já foram mortas desde o início dos protestos,
carece de um modelo de substituição adequado para um acordo
internacional. Rússia e China detém contratos militares e de uso territorial
para bases para os países em território Sírio, o que gera conflitos
geopolíticos. A divisão étnica na Síria poderia dar origem a uma guerra civil
transformando a região em caos generalizado e na insurgência de grupos
terroristas. De certo o que pode ser afirmado é que em cada país deverá ter
sua própria configuração após a Primavera árabe.
Talvez o questionamento a ser dado ao movimento deve ser o mesmo
que antecede toda e qualquer revolução:

Como as novas elites dominantes devem definir sua economia e burocracia
para satisfazer suas populações?




   2.     RIO + 20: sustentabilidade em evidência




        “E uma oportunidade de debater a evolução dos temas ambientais e o
impacto das atividades humanas. A idéia é avançar sobre os modelos atuais
de produção e consumo com o objetivo de garantir às próximas gerações
tanto o acesso a recursos naturais como o bem-estar social”      (Voltoline,
Almanaque Saraiva)

        A Rio + 20 é a segunda edição da Conferência das Nações Unidas
pelo Desenvolvimento Sustentável, que acontece entre os dias 13 e 22 de
junho de 2012. É assim chamada pois datam-se 20 anos desde a Rio 92, que
foi a primeira edição da Conferência.




2.1 Metas

        A Rio + 20 ajudará a contribuir para a agenda mundial do
desenvolvimento sustentável nos próximos anos. A proposta brasileira de
sediar a Rio+20 foi aprovada em 2009 pela ONU. O principal objetivo da
Conferência é renovar o compromisso político e social do mundo com a
questão do desenvolvimento sustentável. Avaliações do progresso desse
desenvolvimento e das lacunas nas implementações adotadas pelas
principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e
emergentes.

        Os principais temas dessa conferencia são a economia verde no novo
contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza no
mundo, e a estrutura institucional do mundo frente ao desenvolvimento
sustentável. A Rio + 20 terá três momentos. Durante os primeiros dias (13 a
15) acontecerá a III Reunião do Comitê Preparatório, no qual representantes
governamentais negociarão os documentos a serem adotados pela
Conferência. No dia 16 se inicia o segundo momento, que dura até dia 19 de
junho, onde serão programados os Diálogos para o Desenvolvimento
Sustentável, que será aberto à sociedade civil, o setor privado, ONGs, e a
comunidade científica. Esse momento serão discutidos as orientações sobre
temas prioritários relacionados ao desenvolvimento sustentável, que ao fim
do evento serão levadas aos Chefes de Estado e de Governo presidentes na
cúpula. Serão debatidos um total de dez temas escolhidos de acordo com a
relevância para o aprofundamento da discussão. Os temas serão os
seguintes (1) Desenvolvimento Sustentável para o combate a pobreza; (2)
Desenvolvimento Sustentável como resposta às crises econômicas; (3)
Desemprego,    trabalho   decente   e     migrações;   (4)   A   economia   do
Desenvolvimento Sustentável, incluindo padrões sustentáveis de produção e
consumo; (5) Florestas; (6) Segurança alimentar e nutricional; (7) Energia
sustentável para todos; (8) Água; (9) Cidades sustentáveis e inovação; (10)
Oceanos. E ao final, no dia 20 a 22, acontecerá o Segmento de Alto Nível da
Conferência, onde serão esperados os Chefes de Estado e Governo dos
países membros da ONU.




      2.2 Expectativas

      A expectativa do Governo Brasileiro é a de estabelecer uma ponte
entre a sociedade civil e os Chefes de Estado e Governo membros da ONU,
e contribuir para a incorporação e engajamento dos atores interessados, no
entendimento que a participação pública é essencial para a promoção do
desenvolvimento sustentável como o paradigma para a ação. Em geral a Rio
+ 20 é um evento muito positivo para o mundo todo, e principalmente para o
esclarecimento de medidas cabíveis em relação ao desenvolvimento
sustentável. Da Rio + 20 sairão documentos oficiais e pareceres da ONU em
relação ao assunto, que servirão de guia para os países membros de como
se preparar para um futuro sustentável.
Fechamos essas reflexões sobre o RIO + 20 com as palavras do Prof.
José Gonçalves Júnior, geógrafo e professor em Gestão ambiental da UFRJ,
quando nos confirma que “O foco é a criação de um novo modelo de
desenvolvimento socioeconômico para a humanidade, cujo objetivo é preservar o
meio ambiente com o uso cada vez mais eco eficiente dos recursos naturais”
(Almanaque Saraiva, junho 2012). Assim esperamos, tomadas de decisão coletiva,
para que haja sim, mais sustentabilidade e postura „verde‟ nas ações em âmbito
mundial.




CONSIDERAÇÕES FINAIS

       Como fizemos considerações finais em cada uma das partes desses
trabalhos, concluímos esse trabalho pensando sobre a relevância da
compreensão e acompanhamento de temáticas atuais, como essas em
questão, para que como aprendemos ao longo dessa disciplina de Relações
Internacionais, busquemos a capacidade de compreender fenômenos
internacionais, conhecer o que está acontecendo, procurando ter uma
agilidade intelectual para refletir e desenvolver o senso crítico para assumir
posições futuras, seja trabalhando na área, seja entendendo os fenômenos,
crises e a história passada e presente, o mundo globalizado em que estamos
inseridos, e, estar preparado para atuar antecipando as transformações,
gerenciando crises e, de alguma maneira, desenvolver nosso papel como
internacionalistas.




REFERÊNCIAS

Referências SOBRE A primavera árabe

    1. ^ "Deadly Clashes in Lebanon Linked to Syria". Wall Street Journal. 2
       June 2012. Retrieved 2 June 2012.
    2. ^ "The Arab Uprising's Cascading Effects". Miller-mccune.com. 23
       February 2011. Archived from the original on 1 March 2011. Retrieved
       27 February 2011.
3. ^ a b Dainotti et al. (2011). "Analysis of Country-wide Internet Outages
      Caused by Censorship". ACM.
   4. ^ "Many wounded as Moroccan police beat protestors". Reuters UK.
      Reuters. 23 May 2011. Retrieved 12 June 2011.
   5. ^ "Syria's crackdown". The Irish Times. 31 May 2011. Retrieved 12
      June 2011.
   6. ^ "Bahrain troops lay siege to protesters' camp". CBS News. 16 March
      2011. Retrieved 12 June 2011.
   7. Archived from the original on 14 June 2011. Retrieved 5/6/2011.
   8. ^ . http://www.aljazeera.com/indepth/spotlight/2011/02/2011222121213
      770475.html.
   9. ^ . http://www.americanthinker.com/2011/05/arab_awakening.html.
   10. ^ "The Arab awakening reaches Syria". The Economist.
   11. ^ . http://www.thenation.com/blog/158670/arab-uprisings-what-
      february-20-protests-tell-us-about-morocco.
   12. ^ "Democracy's hard spring". The Economist. 10 March 2011.




Referências sobre o RIO + 20

Almanaque Saravia, ANO 7,nº 73, JUN 2012, Distribuição gratuita

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Primavera Árabe

  • 1. RELAÇÕES INTERNACIONAIS DISCIPLINA: INTRODUÇÃO ÀS RELAÇÕES INTERNACIONAIS – 2012.1 DOCENTE: Daniele Sarinho DISCENTES: Henrique Fernando de Andrade Pereira Pablo D‟Ella Monica Carvalho Lins Renato Oliveira Silcia Soares Farias Silva DISCUTINDO TEMAS ATUAIS: Primavera árabe e Rio + 20 Natal - junho de 2012
  • 2. SUMÁRIO INTRODUÇÃO 1.Primavera Árabe: vendo a história acontecer 1.1 O início da Primavera 1.2 Motivações 1.3 Surgimento 1.3.1 Tunísia 1.3.2 Egito 1.3.3 Líbia 1.3.4 Desenvolvimento 1.3.5 Conclusão 2. RIO + 20: sustentabilidade em evidência 2.1 Metas 2.2 Expectativas 3.CONSIDERAÇÕES FINAIS 4.REFERÊNCIAS
  • 3. INTRODUÇÃO Presente neste trabalho, uma discussão sobre temas atuais, como a Primavera Árabe e o Rio + 20, torna-se pertinente para nós como estudantes de Relações Internacionais pois leva-nos a uma reflexão dos acontecimentos que estão transformando o mundo perante nossos olhos. A Primavera árabe iniciou-se no início de 2011 e deixou-nos perplexos em como as redes sociais podem contribuir para movimentos revolucionários que levaram as pessoas a se posicionarem para a luta de seus direitos e liberdade enquanto cidadãos. O Rio + 20 nos traz um leve alívio das inquietações quanto ao meio ambiente, pois a ideia é renovar e estimular o compromisso mundial com o desenvolvimento sustentável vem outra vez à tona nesse inicio de década. Desse modo, no intuito de discutir essas duas temáticas em questão, organizamos esse trabalho em duas partes. Na primeira parte, refletimos sobre a primavera árabe, desde o início da revolução na Tunísia, à repercussão nos outros países e as motivações que conduziram a esse movimento. No segundo momento, fazemos uma breve reflexão sobre o evento Rio + 20, citando as metas e expectativas para esse encontro Internacional, que está ocorrendo nesse mês de Junho de 2012 no Rio Janeiro. Por fim, fazemos nossas considerações finais, lembrando-se da pertinência dessas reflexões de temáticas atuais, para nós enquanto futuros internacionalistas.
  • 4. 1. PRIMAVERA ÁRABE: vendo a história acontecer 1.1 O início da Primavera A Primavera árabe (em árabe: al-‫ال ثورات ال عرب ية‬Thawrātal-Arabiyyah, literalmente Rebelião em árabe ou a Revolução árabe) é uma onda revolucionária de manifestações e protestos que ocorreram e ocorrem ainda no mundo árabe, iniciando em 18 de dezembro de 2010 na Túnisia. Contudo, é certo afirmar que as massas, formadas principalmente de jovens, se espalharam por vários países onde existem elementos de semelhança cultural e política. Seguindo este raciocínio, levantes originalmente provenientes da Tunísia, se espalharam rapidamente para o Egito, Líbia e Iêmen. Após semanas do estopim na capital de maior relevância do mundo árabe, o Cairo, levantes civis também ocorreram no Bahrein e Síria. Grandes concentrações de protestos na Argélia, Iraque, Jordânia, Kuwait e Marrocos. Manifestações e protestos menores ocorreram no Líbano, Mauritânia, Omã, Arábia Saudita e Sudão, Na região do Saara Ocidental, bem como confrontos nas fronteiras de Israel em maio de 2011. No vizinho Irã, um país não-árabe, protestos da minoria árabe em Khuzestan eclodiram em 2011 também. Armas da guerra civil, provocaram uma rebelião latente no Mali, resultando no consequente golpe de Estado do Mali, que tem sido descrito como "precipitação" da Primavera árabe no norte da África. Confrontos sectários no Líbano foram descritos como um resultado direto da revolta da Síria e, portanto, da Primavera Árabe.
  • 5. 1.2 Motivações Fatores culturais e políticos são o ponto de convergência da Primavera árabe. Todos os países acima citados são caracterizados pelo alto grau de influência religiosa, corrupção, declínio econômico e insuficiência política. Nas últimas décadas, padrões de vida e taxas de alfabetização, bem como a maior disponibilidade de ensino superior, têm resultado em um índice de desenvolvimento humano maior nos países afetados. A tensão entre as aspirações crescentes e uma falta de reforma do governo pode ter sido um fator que contribui em todos os protestos. Muitos dos jovens, atualmente conectados à Internet, cada vez mais ao longo dos anos, utilizam ferramentas da rede para a discussão e compartilhamento de informações sobre eventos que ocorrem nos pilares do sistema de governo e em algumas monarquias absolutistas da região. Um professor universitário de Omã, Al-NajmaZidjaly se referiu a esta turbulência como youthquake. Tunísia e Egito, primeiros a testemunhar grandes revoltas, diferem de outros paises norte-Africanos e nações do Oriente Médio como a Argélia e a Líbia, em que lhes falta a significativa receitas do petróleo, sendo, portanto, incapazes de fazer concessões para acalmar as massas. 1.3 Surgimento É certo afirmar que a Primavera Árabe teve seu momento de maior relevância no Egito. Pouco notíciado ainda, o movimento espontâneo teve seu nascimento num país com maior influência ocidental, a Túnisia. Proviniente de colonização francesa, talvez por isso um dos países com menor grau de penetração religiosa no estado, o país bilingue liderou o processo de manifistação de massas resultando na transformação do estado.
  • 6. 1.3.1 Tunísia Após a auto-imolação de Mohamed Bouazizi em SidiBouzid, uma série de manifestações de rua cada vez mais violentas até dezembro de 2010 levou à demissão do antigo presidente Zine El Abidine Ben Ali em 14 de janeiro de 2011. As manifestações foram precedidas pelo elevado desemprego, a inflação dos alimentos, a corrupção, a falta de liberdade de expressão e outras formas de liberdade política. Os protestos constituíram a onda mais dramática de agitação social e política na Tunísia em três décadas, e que resultou em dezenas de mortos e feridos, a maioria dos quais eram o resultado da ação da polícia e forças de segurança contra os manifestantes. Ben Ali fugiu para o exílio na Arábia Saudita, concluindo seus 23 anos no poder. Em 23 de Outubro de 2011, os cidadãos votaram na eleição pós- revolução, primeiro a eleger representantes para uma assembleia constituinte de 217 membros, que seria responsável pela nova Constituição. O líder do partido islamista, Ennahda, ganhou mais de 40% dos votos , e conseguiu eleger 42 mulheres para a Assembleia Constituinte. Apesar do advento da democracia, nos seis meses imediatamente após a morte de Mohamed Bouazizi, pelo menos 107 tunisianos se auto- imolaram. 1.3.2.Egito Inspirado pelo levante na Tunísia, e antes da sua entrada como uma figura central na política egípcia, o potencial candidato presidencial Mohamed ElBaradei alertou para uma "explosão Tunísiana" no Egito. Os protestos no país começaram em 25 de janeiro e duraram 18 dias. Por volta da meia-noite em 28 de janeiro, o governo egípcio tentou, com algum êxito, eliminar o acesso da internet no país, a fim de inibir a capacidade dos manifestantes de se organizar através de mídias sociais. Mais tarde naquele dia, enquanto dezenas de milhares protestavam nas ruas
  • 7. das principais cidades do Egito, o presidente Mubarak abriu mão de seu governo, depois da nomeação de um novo gabinete. Mubarak também nomeou o primeiro vice-presidente em quase 30 anos. Em 10 de Fevereiro, Mubarak cedeu todo o poder presidencial ao vice- presidente Omar Suleiman, mas logo em seguida anunciou que iria permanecer como presidente até o final de seu mandato. No entanto, os protestos continuaram no dia seguinte, e rapidamente Suleiman anunciou que Mubarak renunciou à presidência e transferiu o poder às Forças Armadas do Egito. Os militares imediatamente dissolveram o Parlamento egípcio, suspendendo a Constituição do Egito, e prometeram levantar o país durante 30 anos com "leis de emergência" em vigor. Um civil, EssamSharaf, foi nomeado primeiro-ministro do Egito. Os protestos continuaram até o final de 2011, em resposta a Sharaf e ao Conselho Supremo das Forças Armadas, pois o povo egípicio percebeu lentidão na implantação de reformas. O atual primeiro-ministro do Egito é KamalGanzouri, que concorre a segundo turno no pleito de 17 de Junho de 2012. 1.3.3 Líbia Após o sucesso da revolução na Tunísia e Egito, um protesto sobre as condições de vida começou em 14 de Novembro em Bayda, Líbia, onde os manifestantes entraram em confronto com a polícia e atacaram escritórios do governo. Protestos anti - governo começaram na Líbia em 15 de fevereiro de 2011. Em 18 de fevereiro, a oposição controlava a maior parte de Benghazi, segunda maior cidade do país, o governo enviou tropas de elite e mercenários em uma tentativa de recapturá-la, mas foram repelidos. Até 20 de Fevereiro, os protestos se espalharam para o Trípoli capital. Em uma emissora de televisão, Saifal-IslamGaddafi, alertou os manifestantes que seu país poderia viver em uma guerra civil. O crescente número de mortes, chegando a milhares, atraiu a condenação internacional e resultou na demissão de vários diplomatas líbios, juntamente com chamadas para o desmantelamento do governo. Depois de uma batalha de três meses de duração, em cerco controlado pelos rebeldes Misrata, a terceira maior cidade da Líbia foi
  • 8. libertada do sistema de Gadaffi. As quatro grandes frentes de combate eram geralmente considerados como as Montanhas Nafusa, a costa Tripolitaniana, o Golfo de Sidra, e o deserto do sul da Líbia. Muitas instituições do governo, incluindo Gaddafi e vários altos funcionários do governo foram reagrupados em Sirte, onde Gadaffi declarou ser a nova capital da Líbia. em 14 de Agosto, Bani Walid, chefe da inteligência libanesa foi capturado depois de algumas semanas de cerco e em Outubro, os rebeldes sob a bandeira do Conselho Nacional de Transição capturaram Sirte e acabaram matando Gaddafi no processo. O relativo sucesso da República democrática da Turquia, com as suas eleições livres e vigorosamente contestadas, pacífica, de rápido crescimento, mas de governo e economia liberal, e uma constituição secular, e islâmico, criou um modelo (o modelo turco) que serve como uma motivação para os manifestantes dos estados vizinhos. 1.3.4 Desenvolvimento Os protestos têm aplicado principalmente técnicas de resistência civil em campanhas sustentadas envolvendo greves, manifestações, marchas e comícios, bem como o uso das mídias sociais para organizar, comunicar e sensibilizar o mundo em face de tentativas estatais de censura e repressão na Internet. Muitas manifestações encontraram respostas violentas das autoridades, bem como de milícias pró-governo e contra-manifestantes. Estes ataques foram, em vários casos, respondidos com violência pelos manifestantes. Um slogan principal dos manifestantes no mundo árabe tem sido AshShab-yurīdisqāṭ um Nizam-("o povo quer derrubar o regime ")
  • 9. Muitos analistas, jornalistas e partes envolvidas têm se colocado sobre os protestos como sendo um fenômeno exclusivamente árabe e, de fato, os protestos e rebeliões têm sido mais fortes e de grande alcance em todo o mundo árabe. Em sua maioria são países de língua árabe, dando origem ao apelido popular de Primavera árabe. Um trocadilho com a chamada Primavera de Praga 1968, um despertar democrático no que era então Checoslováquia comunista para se referir aos protestos, revoltas e revoluções nesses estados. No entanto, a mídia internacional também destacou o papel dos grupos minoritários em muitas destas revoltas. Protestos em muitos países afetados pela Primavera Árabe têm atraído um amplo apoio da comunidade internacional quanto as duras respostas do governo em modo geral, atendendo a condenação por meios de instrumentos da ONU. No caso do Bahrein, Marrocos e Síria a resposta internacional aos protestos tem sido consideravelmente mais brandas. Alguns críticos acusam os governos ocidentais, incluindo os da França, o Reino Unido e Estados Unidos de hipocrisia na forma como eles reagem à Primavera árabe. Noam Chomsky acusou o governo Obama de se esforçado para abafar a onda revolucionária e sufocar os esforços de democratização populares no Oriente Médio. O Fundo Monetário Internacional disse que os preços do petróleo estavam próximos de obter preço maior do que o previsto inicialmente devido
  • 10. à instabilidade no Oriente Médio e Norte da África, principais regiões de produção de petróleo. As implicações geopolíticas dos protestos têm chamado a atenção global, incluindo a sugestão de que alguns manifestantes poderiam ser nomeados para o Prémio Nobel da Paz 2011. Tawakel Karman do Iêmen foi um dos três laureados do Prêmio Nobel da Paz 2011 como um líder de destaque na primavera árabe. Em dezembro de 2011, a revista Time nomeou "Protester A" sua "Personalidade do Ano". Outro prêmio foi observado quando o fotógrafo espanhol Samuel Aranda, ganhou o 2011 World Press Photo por sua imagem de uma mulher iemenita segurando um ferido membro da família, tirada durante a revolta civil no Iêmen em 15 de outubro de 2011. Kenan Engin, cientista político de origem turca , identificou o novo levante em países árabes e islâmicos como a "quinta onda de democracia" por causa das características evidentes qualitativamente semelhantes à "terceira onda de democracia" na América Latina, que teve lugar na década de 1970 e 1980. 1.3.5 Conclusão A importância dos instrumentos de comunicação como Facebook, Twitter e blogs sobre as revoltas tem sido amplamente debatido. Alguns dizem que a mídia social foi o principal instigador das revoltas, enquanto outros afirmam que era apenas uma ferramenta. De qualquer maneira, a percepção da mídia social mudou. Seu papel nas revoltas demonstrou ao mundo o seu poder de organização e dissuasão. Essa informação permitiu o mundo ficar atualizado com os protestos e facilitaram na organização de manifestações. Nove em cada dez egípcios e tunisianos responderam a uma pesquisa que usou o Facebook para organizar protestos e difundir o conhecimento das revoltas. Além disso, 28% dos egípcios e 29% dos tunisianos da mesma pesquisa disseram que a princípio o bloqueio do Facebook prejudicou a organização de novas demonstrações públicas.
  • 11. Outra evidência que sugere o papel importante das mídias sociais nas revoltas é que seu uso quadriplicou durante os meses de revoltas, Este fluxo de mídia social indica o tipo de pessoas que foram essencialmente impulsionadas durante a Primavera árabe. Os jovens alimentaram as revoltas através de vários países árabes, usando habilidades da nova geração da rede social. Libertado a hashtag “#Revolta” a palavra não só poderia ser vista no seu país de origem mas também para outros países árabes, e consequentemente em nações de todo o mundo. A partir de 05 de abril de 2011 a quantidade de usuários do Facebook nas nações árabes ultrapassou 27,7 milhões de pessoas, que indica que o crescimento constante de pessoas conectadas através de mídias sociais agiu como um ativo onde a comunicação estava no epicentro. Ainda é incerto o rumo que será tomado pela Primavera árabe. O esfacelamento de instituições e agentes dos governos podem ser vistos em alguns países. Porém em outros uma pequena “substituição” institucional foi apresentada. Alguns estados, a exemplo da Arábia Saudita, já realizaram mudanças de cunho social e politico a fim de acalmar suas populações nacionais. O que de fato pode ser observado até o momento é que intervenções militares e econômicas promovidas pela OTAN e ONU respectivamente, estabelecem uma mudança na condução da política externa ocidental como um todo. Em alguns casos se torna evidente a procura de um “substituto” de poder, como estratégia aplicada na Líbia. Em outros casos é possível distinguir os conflitos de grandes potências na região. A Síria, país em que supostamente 45.000 pessoas já foram mortas desde o início dos protestos, carece de um modelo de substituição adequado para um acordo internacional. Rússia e China detém contratos militares e de uso territorial para bases para os países em território Sírio, o que gera conflitos geopolíticos. A divisão étnica na Síria poderia dar origem a uma guerra civil transformando a região em caos generalizado e na insurgência de grupos terroristas. De certo o que pode ser afirmado é que em cada país deverá ter sua própria configuração após a Primavera árabe.
  • 12. Talvez o questionamento a ser dado ao movimento deve ser o mesmo que antecede toda e qualquer revolução: Como as novas elites dominantes devem definir sua economia e burocracia para satisfazer suas populações? 2. RIO + 20: sustentabilidade em evidência “E uma oportunidade de debater a evolução dos temas ambientais e o impacto das atividades humanas. A idéia é avançar sobre os modelos atuais de produção e consumo com o objetivo de garantir às próximas gerações tanto o acesso a recursos naturais como o bem-estar social” (Voltoline, Almanaque Saraiva) A Rio + 20 é a segunda edição da Conferência das Nações Unidas pelo Desenvolvimento Sustentável, que acontece entre os dias 13 e 22 de junho de 2012. É assim chamada pois datam-se 20 anos desde a Rio 92, que foi a primeira edição da Conferência. 2.1 Metas A Rio + 20 ajudará a contribuir para a agenda mundial do desenvolvimento sustentável nos próximos anos. A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi aprovada em 2009 pela ONU. O principal objetivo da Conferência é renovar o compromisso político e social do mundo com a questão do desenvolvimento sustentável. Avaliações do progresso desse desenvolvimento e das lacunas nas implementações adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes. Os principais temas dessa conferencia são a economia verde no novo contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza no mundo, e a estrutura institucional do mundo frente ao desenvolvimento
  • 13. sustentável. A Rio + 20 terá três momentos. Durante os primeiros dias (13 a 15) acontecerá a III Reunião do Comitê Preparatório, no qual representantes governamentais negociarão os documentos a serem adotados pela Conferência. No dia 16 se inicia o segundo momento, que dura até dia 19 de junho, onde serão programados os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável, que será aberto à sociedade civil, o setor privado, ONGs, e a comunidade científica. Esse momento serão discutidos as orientações sobre temas prioritários relacionados ao desenvolvimento sustentável, que ao fim do evento serão levadas aos Chefes de Estado e de Governo presidentes na cúpula. Serão debatidos um total de dez temas escolhidos de acordo com a relevância para o aprofundamento da discussão. Os temas serão os seguintes (1) Desenvolvimento Sustentável para o combate a pobreza; (2) Desenvolvimento Sustentável como resposta às crises econômicas; (3) Desemprego, trabalho decente e migrações; (4) A economia do Desenvolvimento Sustentável, incluindo padrões sustentáveis de produção e consumo; (5) Florestas; (6) Segurança alimentar e nutricional; (7) Energia sustentável para todos; (8) Água; (9) Cidades sustentáveis e inovação; (10) Oceanos. E ao final, no dia 20 a 22, acontecerá o Segmento de Alto Nível da Conferência, onde serão esperados os Chefes de Estado e Governo dos países membros da ONU. 2.2 Expectativas A expectativa do Governo Brasileiro é a de estabelecer uma ponte entre a sociedade civil e os Chefes de Estado e Governo membros da ONU, e contribuir para a incorporação e engajamento dos atores interessados, no entendimento que a participação pública é essencial para a promoção do desenvolvimento sustentável como o paradigma para a ação. Em geral a Rio + 20 é um evento muito positivo para o mundo todo, e principalmente para o esclarecimento de medidas cabíveis em relação ao desenvolvimento sustentável. Da Rio + 20 sairão documentos oficiais e pareceres da ONU em relação ao assunto, que servirão de guia para os países membros de como se preparar para um futuro sustentável.
  • 14. Fechamos essas reflexões sobre o RIO + 20 com as palavras do Prof. José Gonçalves Júnior, geógrafo e professor em Gestão ambiental da UFRJ, quando nos confirma que “O foco é a criação de um novo modelo de desenvolvimento socioeconômico para a humanidade, cujo objetivo é preservar o meio ambiente com o uso cada vez mais eco eficiente dos recursos naturais” (Almanaque Saraiva, junho 2012). Assim esperamos, tomadas de decisão coletiva, para que haja sim, mais sustentabilidade e postura „verde‟ nas ações em âmbito mundial. CONSIDERAÇÕES FINAIS Como fizemos considerações finais em cada uma das partes desses trabalhos, concluímos esse trabalho pensando sobre a relevância da compreensão e acompanhamento de temáticas atuais, como essas em questão, para que como aprendemos ao longo dessa disciplina de Relações Internacionais, busquemos a capacidade de compreender fenômenos internacionais, conhecer o que está acontecendo, procurando ter uma agilidade intelectual para refletir e desenvolver o senso crítico para assumir posições futuras, seja trabalhando na área, seja entendendo os fenômenos, crises e a história passada e presente, o mundo globalizado em que estamos inseridos, e, estar preparado para atuar antecipando as transformações, gerenciando crises e, de alguma maneira, desenvolver nosso papel como internacionalistas. REFERÊNCIAS Referências SOBRE A primavera árabe 1. ^ "Deadly Clashes in Lebanon Linked to Syria". Wall Street Journal. 2 June 2012. Retrieved 2 June 2012. 2. ^ "The Arab Uprising's Cascading Effects". Miller-mccune.com. 23 February 2011. Archived from the original on 1 March 2011. Retrieved 27 February 2011.
  • 15. 3. ^ a b Dainotti et al. (2011). "Analysis of Country-wide Internet Outages Caused by Censorship". ACM. 4. ^ "Many wounded as Moroccan police beat protestors". Reuters UK. Reuters. 23 May 2011. Retrieved 12 June 2011. 5. ^ "Syria's crackdown". The Irish Times. 31 May 2011. Retrieved 12 June 2011. 6. ^ "Bahrain troops lay siege to protesters' camp". CBS News. 16 March 2011. Retrieved 12 June 2011. 7. Archived from the original on 14 June 2011. Retrieved 5/6/2011. 8. ^ . http://www.aljazeera.com/indepth/spotlight/2011/02/2011222121213 770475.html. 9. ^ . http://www.americanthinker.com/2011/05/arab_awakening.html. 10. ^ "The Arab awakening reaches Syria". The Economist. 11. ^ . http://www.thenation.com/blog/158670/arab-uprisings-what- february-20-protests-tell-us-about-morocco. 12. ^ "Democracy's hard spring". The Economist. 10 March 2011. Referências sobre o RIO + 20 Almanaque Saravia, ANO 7,nº 73, JUN 2012, Distribuição gratuita