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O QUE É
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens!
                     Florbela Espanca
Malditos poetas, que disseram tudo
e tudo tão bem dito!

Malditos poetas, que me deixam mudo,
sem um ai, uma súplica ou um grito!

Raios os partam, cada qual maldito!

Malditos, que roçaram no seu voo,
com asas de veludo
o infinito!

Malditos poetas: Eu os abençoo...



       Adolfo Simões Müller
(...)
 Para que serve a poesia? Serve para
            haver poesia.
Para o homem ser um homem. Para o
gato ser um gato. Para a flor ser uma
                 flor.

       Não fosse ela, a poesia,
          e não nascia o Sol.
Tudo o que havia era uma noite eterna,
   escura e fria. É por haver poesia,
         que os dias são dias.
               Isso eu sei.
              E tu, sabias?

          Álvaro Magalhães
Ver claro
 Toda a poesia é luminosa, até
          a mais obscura.
   O leitor é que tem às vezes,
em lugar de sol, nevoeiro dentro
                de si.
  E o nevoeiro nunca deixa ver
                claro.
            Se regressar
       outra vez e outra vez
             e outra vez
      a essas sílabas acesas
 ficará cego de tanta claridade.
  Abençoado seja se lá chegar.


      Eugénio de Andrade
O poema me levará no tempo
Quando eu já não for eu                (Ó antigas ó longas
E passarei sozinha                     Eternas tardes lisas)
Entre as mãos de quem lê
                                       Mesmo que eu morra o poema
O poema alguém o dirá                  encontrará
Às searas                              Uma praia onde quebrar as suas
                                       ondas
Sua passagem se confundirá
Como rumor do mar com o passar do      E entre quatro paredes densas
vento                                  De funda e devorada solidão
                                       Alguém seu próprio ser confundirá
O poema habitará                       Com o poema no tempo
O espaço mais concreto e mais atento
                                          Sophia de Mello Breyner Andresen

No ar claro nas tardes transparentes
Suas sílabas redondas
O poeta beija tudo, graças a Deus... E aprende com as coisas a sua lição de
sinceridade...

E diz assim: "É preciso saber olhar..."

E pode ser, em qualquer idade, ingénuo como as crianças, entusiasta como os
adolescentes e profundo como os homens feitos...

E levanta uma pedra escura e áspera para mostrar uma flor que está por
detrás...

E perde tempo (ganha tempo...) a namorar uma ovelha...

E comove-se com coisas de nada: um pássaro que canta, uma mulher bonita
que passou, uma menina que lhe sorriu, um pai que olhou desvanecido para o
filho pequenino, um bocadinho de sol depois de um dia chuvoso...

E acha que tudo é importante...

E pega no braço dos homens que estavam tristes e vai passear com eles para o
jardim...

E reparou que os homens estavam tristes...

E escreveu uns versos que começam desta maneira: "O segredo é amar..."

                                             Sebastião da Gama
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  • 2. Ser poeta é ser mais alto, é ser maior Do que os homens! Florbela Espanca
  • 3.
  • 4. Malditos poetas, que disseram tudo e tudo tão bem dito! Malditos poetas, que me deixam mudo, sem um ai, uma súplica ou um grito! Raios os partam, cada qual maldito! Malditos, que roçaram no seu voo, com asas de veludo o infinito! Malditos poetas: Eu os abençoo... Adolfo Simões Müller
  • 5. (...) Para que serve a poesia? Serve para haver poesia. Para o homem ser um homem. Para o gato ser um gato. Para a flor ser uma flor. Não fosse ela, a poesia, e não nascia o Sol. Tudo o que havia era uma noite eterna, escura e fria. É por haver poesia, que os dias são dias. Isso eu sei. E tu, sabias? Álvaro Magalhães
  • 6. Ver claro Toda a poesia é luminosa, até a mais obscura. O leitor é que tem às vezes, em lugar de sol, nevoeiro dentro de si. E o nevoeiro nunca deixa ver claro. Se regressar outra vez e outra vez e outra vez a essas sílabas acesas ficará cego de tanta claridade. Abençoado seja se lá chegar. Eugénio de Andrade
  • 7. O poema me levará no tempo Quando eu já não for eu (Ó antigas ó longas E passarei sozinha Eternas tardes lisas) Entre as mãos de quem lê Mesmo que eu morra o poema O poema alguém o dirá encontrará Às searas Uma praia onde quebrar as suas ondas Sua passagem se confundirá Como rumor do mar com o passar do E entre quatro paredes densas vento De funda e devorada solidão Alguém seu próprio ser confundirá O poema habitará Com o poema no tempo O espaço mais concreto e mais atento Sophia de Mello Breyner Andresen No ar claro nas tardes transparentes Suas sílabas redondas
  • 8. O poeta beija tudo, graças a Deus... E aprende com as coisas a sua lição de sinceridade... E diz assim: "É preciso saber olhar..." E pode ser, em qualquer idade, ingénuo como as crianças, entusiasta como os adolescentes e profundo como os homens feitos... E levanta uma pedra escura e áspera para mostrar uma flor que está por detrás... E perde tempo (ganha tempo...) a namorar uma ovelha... E comove-se com coisas de nada: um pássaro que canta, uma mulher bonita que passou, uma menina que lhe sorriu, um pai que olhou desvanecido para o filho pequenino, um bocadinho de sol depois de um dia chuvoso... E acha que tudo é importante... E pega no braço dos homens que estavam tristes e vai passear com eles para o jardim... E reparou que os homens estavam tristes... E escreveu uns versos que começam desta maneira: "O segredo é amar..." Sebastião da Gama