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ISSN 1983-4209 - Volume 01 – Numero 01 – 2007.1

  DANOS CAUSADOS AO PATRIMÔNIO PÚBLICO E PARTICULAR NA
 CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB POR ESPÉCIES INDEVIDAMENTE
            UTILIZADAS NA ARBORIZAÇÃO URBANA.

           Lidiane Soares de Medeiros - Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas ;
                        Ivan Coelho Dantas - Mestre em Saúde Coletiva.

RESUMO

A arborização urbana constitui uma característica relevante para melhoria das condições de vida
nos centros urbanos, proporcionando funções essenciais a vida humana e melhorando
notadamente as condições ambientais. O processo de arborização requer, para uma correta
implantação do mesmo, que as condições do ambiente sejam bem conhecidas, uma vez em que
a multiplicidade de fatores relativos ao ambiente artificial criado pelo homem torna complexa a
tarefa de arborizar as cidades. Fatores tais como as características locais, o espaço físico
disponível e as espécies utilizadas devem ser analisados para que os obstáculos aos quais as
espécies vegetais se encontram submetidas sejam minimizados. Dentro dessa perspectiva, fez-se
um levantamento dos principais danos que estão sendo causados por espécies vegetais
indevidamente utilizadas na cidade de Campina Grande – PB e quais as principais espécies que
prejudicam os bens e serviços urbanos. Os dados foram obtidos através da análise de processos
requeridos pela população em estudo à Coordenação do Meio Ambiente (COMEA) através da
Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente (SEPLAM). Entre as solicitações de avaliação da
arborização mais citadas encontram-se a poda, a substituição e a retirada . Dentre os danos mais
citados tem-se os causados a estrutura das casas (28,5%), a calçada (20,8%) e ao muro (13,4%).
As espécies mais citadas foram castanhola, Terminalia catappa L. com 26,1%; algaroba,
Prosopis juliflora D. C. 21,7%; sombreiro, Clitoria fairchildiana Howard 11,5%; acácia,
Pithecellobium dulce Benth. 8,9%; coqueiro, Cocos nucifera L. 7,4%; flamboyant, Delonix
regia Raf. 6,3%; cássia ferrugínea, Senna siamea (Lam.)H. S. Irwin e R. C. Basreb 6,1%;
oliveira, Syzygium jambolana D. C. 4,3%; mangueira, Mangifera indica L. 3,9% e o pinheiro,
Casuarina equisetifolia J. R. e G. Frst. 3,4%. O local onde houve o maior número de
solicitações nos anos de 2001 a 2003 foi o Centro. Finalmente, o presente estudo demonstra um
significante crescimento no número de solicitações requeridas pela população para avaliação
das árvores urbanas ao longo dos anos analisados.

Palavras-chaves: arborização, meio ambiente, população, espécies arbóreas.




ABSTRACT

ACTUAL DAMAGES TO THE COMMON WEALTH AND PARTICULAR
IN THE CITY OF CAMPINA GRANDE-PB FOR SPECIES IMPROPERLY
             USED IN THE URBAN ARBORIZATION.


The urban forest constitutes an important characteristic for improvement of the life conditions in the
urban centers, providing essential functions the human life and improving the environmental
conditions evidently. The forest process requests, for a correct of the same, that the conditions of
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     the environment are very well-known, once in that the multiplicity of relative factors to the artificial
     environment created by the man turns complex the task of foresting the cities. Such factors as the
     local characteristics, the available physical space and the used species should be analyzed, so that
     the obstacles to the which the vegetable species one finds submitted are minimized. Inside of this
     perspective, it made itself an evaluation of the main damages that are being caused improperly by
     species used in the city of Campina Grande–PB and which the main species harm the goods and
     urban services. The data were obtained through the analysis of processes requested by the
     population in study to the Coordination of the Environment (COMEA) through the Secretariat of
     Planning and Environment (SEPLAM). Among the solicitations of evaluation of the mentioned
     forest it meet the pruning, the substitution and the eradication. Among the mentioned damages are
     had caused them the structure of the houses (28,5%), the roadway (20,8%) and to the wall (13,4%).
     The mentioned species were the Terminalia catappa L. with (26,1%); Prosopis juliflora D. C.
     (21,7%); Clitoria fairchildiana Howard (11,5%); Pithecellobium dulce Benth. (8,9%); Cocos
     nucifera L. (7,4%); Delonix regia Raf. (6,3%); Senna siamea (Lam.) H. S. Irwin and R. C. Basreb
     (6,1%); Syzygium jambolana D. C. (4,3%). The place where there was the largest number of
     solicitations in the years from 2001 to 2003 was Urban Center. Finally the present study
     demonstrates a significant growth in the number of solicitations requested by the population for
     evaluation of the urban trees along the analyzed years.

     Key words: arborization, environment, population, arboreal species.

1.    INTRODUÇÃO
           Entende-se por arborização urbana o conjunto de terras públicas e privadas recobertas por
     vegetação predominantemente arbórea que uma cidade apresenta (MILANO, 1994a). Esta, por sua
     vez, constitui uma característica relevante para a melhoria das condições de vida nos centros
     urbanos, desempenhando efeitos diretos sobre o ato de bem estar e da saúde da população.
           Conforme assevera Balensiefer e Wiecheteck (1987), as árvores proporcionam várias funções
     essenciais à vida humana, melhorando notadamente as condições do meio.
           Para Mello Filho (1985), a arborização representa a persistência do elemento natural dentro da
     estrutura urbana constituindo fator determinante da salubridade ambiental, por ter influência direta
     sobre o bem estar do ser humano, em virtude dos múltiplos benefícios que proporciona ao meio, em
     que além de contribuir a estabilização climática, embeleza pelo variado colorido que exibe, fornece
     abrigo e alimento a fauna, proporcionando sombra e lazer nas praças, parques e jardins, ruas e
     avenidas.
           De acordo com Pedrosa (1983), a arborização das vias públicas consiste em trazer para as
     cidades, mesmo que simbolicamente, um pouco do ambiente natural e do verde das matas, com a
     finalidade de satisfazer as necessidades mínimas do ser humano, o qual não se sente bem sob as
     condições de vida presentes nas cidades modernas, muitas vezes com intenso calor ou ares secos.
           Contudo, arborizar uma cidade não significa apenas cultivar espécies vegetais aleatoriamente
     ou por simples modismos, sendo o adequado conhecimento das características e das condições do
     ambiente um pré-requisito imprescindível ao sucesso da arborização. As condições do ambiente
     onde se pretende implantar arborização devem ser bem conhecidas, uma vez em que a
     multiplicidade de fatores relativos ao ambiente artificial criado pelo homem, torna complexa a
     tarefa de arborizar as cidades, exigindo para tanto bons conhecimentos técnicos (BALENSIEFER E
     WIECHETECK, 1987).
           Não obstante, segundo Sanchotene (1985), implantar áreas verdes em cidades representa uma
     tarefa de caráter altamente técnico, o qual exige a integração de órgãos públicos de diferentes
     esferas governamentais cujas atividades exercidas têm interferência na arborização e no
     planejamento urbano como um todo. Fatores tais como as características locais, o espaço físico
     disponível e as espécies utilizadas devem ser analisados, no intuito de minimizar os obstáculos e as
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condições adversas a que as espécies vegetais se encontram se encontram submetidas,
comprometendo seu crescimento e sobrevivência.
      Ademais, arborizar uma cidade significa mais que apenas plantar árvores em suas ruas e
praças ou criar e implantar parques urbanos públicos (MILANO, 1994a), uma vez em que a
arborização urbana em si própria, constitui fator expressivo para o meio ambiente e para a qualidade
de vida nas cidades.
      Nesse contexto, tendo em vista os problemas observados na arborização das cidades e,
reconhecendo-se a relevante importância da mesma para a melhoria da qualidade de vida das
populações urbanas, torna-se necessário verificar quais os principais danos estão sendo causados
por espécies indevidamente utilizadas na arborização urbana da cidade de Campina Grande – PB,
contribuindo dessa maneira, para o conhecimento dos aspectos paisagísticos da área em estudo.
      Objetivou-se nesse trabalho identificar quais as principais espécies arbóreas, indevidamente
implantadas na arborização, estão prejudicando o patrimônio público e particular na cidade de
Campina Grande – PB. Caracterizar os principais motivos pelos quais a população solicita o pedido
de avaliação das árvores urbanas a COMEA/SEPLAN; Verificar os danos causados por espécies
indevidamente empregadas na arborização urbana da cidade de Campina Grande; Localizar os
bairros mais atingidos pelo uso de espécies indevidamente empregadas na arborização urbana;
Quantificar as solicitações de podas, substituição, retirada e tratamento fitossanitário, requeridas a
COMEA/SEPLAN, nos anos de 2001 a 2003.



2. MATERIAL E MÉTODO
2.1. Caracterização da Pesquisa
      A referida pesquisa foi realizada na Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente (SEPLAN),
onde encontram-se localizados os arquivos da extinta Secretaria do Meio Ambiente (SEMEIA) e
atual Coordenação do Meio Ambiente (COMEA) da Cidade de Campina Grande – PB.
          A pesquisa, do tipo documental, foi realizada no período compreendido entre Outubro e
Dezembro de 2003.
2.2. Técnica de Coleta de Dados
      Os dados necessários ao cumprimento do presente trabalho foram obtidos mediante o
preenchimento de um quadro, no qual constata-se a caracterização dos pedidos de avaliação da
arborização urbana requeridos pela população, durante os anos de 2001, 2002 e 2003. Tais dados
foram obtidos a partir de consultas realizadas aos arquivos da instituição abordada, bibliografia
especializada e visitas “in loco”. Nas pesquisas “in loco” utilizou-se máquina fotográfica para
catalogar as espécies arbóreas estudas.

   3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
      A arborização constitui, inegável e comprovadamente uma ferramenta indispensável para a
manutenção da vida nos centros urbanos, sendo sua adequada implantação observada e reconhecida
quando as árvores exercem plenamente suas funções ecológicas, estéticas, culturais, psicológicas e
econômicas. Igualmente, conflitos gerados pelo desenvolvimento das árvores com os equipamentos
urbanos, são minimizados com a utilização de manejo sistemático e tecnologias apropriadas
(SOUZA, 1999). A realização de estudos sobre os aspectos quali-quantitativos da arborização
também é necessária para a manutenção desta em harmonia com o ambiente no qual se encontra
inserida.
      Dentro dessa perspectiva, durante os meses compreendidos entre setembro de 2003 e janeiro
de 2004, foram analisados 974 processos de solicitações de avaliação da arborização requeridas pela
própria população à Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente (SEPLAM) de Campina Grande
– PB.
ISSN 1983-4209 - Volume 01 – Numero 01 – 2007.1

O Quadro 01 apresenta a descrição de todas as árvores citadas nos processos analisados.
        QUADRO 01: Descrição das árvores citadas nos processos analisados.
Nome Científico                                             Família                         Nome Popular
Acrocomia aculeata Lodd (LORENZI, 1992)                     Arecaceae                       Macaiba
Anacardium occidentale L. (LORENZI, 1992)                   Anacardiaceae                   Cajueiro
Averrhoa carambola Linn. (BRAGA, 1978)                      Oxalidaceae                     Carambola
Bauhinia monandra Kurz (LORENZI et all, 2003)               Leguminosae – caesalpinaceae    Mororó
Caesalpinia echinata Lam. (LORENZI, 1992)                   Leguminosae – caesalpinaceae    Pau-Brasil
Cassia javanica L. (LORENZI et all, 2003)                   Leguminosae – caesalpinaceae    Cássia-rosa
Casuarina equisetifolia J. R. & G. Frst. (LORENZI et all,   Casuarinaceae                   Casuarina
2003)
Clitoria fairchildiana Howard (LORENZI, 1992)               Leguminosae – papilionaceae     Sombreiro
Cocos nucifera L. (LORENZI et all, 1996)                    Arecaceae                       Coqueiro
Copernicia prunifera H. E. Moore (LORENZI et all, 1996)     Arecaceae                       Carnaúba
Crateava tapia Linn. (BRAGA, 1978)                          Caparidaceae                    Trapiá
Delonix regia Raf. (LORENZI et all, 2003)                   Leguminosae – Caesalpinaceae    Flanboyant
Elaeis guineensis N. J. Jacquim (LORENZI et all, 1996)      Arecaceae                       Dendezeiro
Erythrina velutina Willd (DANTAS, 2001)                     Fabaceae                        Mulungu
Erytrina indica Lam. ar. Picta Mort. (LORENZI et all,       Leguminosae – papilionaceaeae   Pau-de-rosa
2003)                                                                                       (Brasileirinho)
Eucaliptus citriodora Hook (DANTAS, 2001)                   Myrtaceae                       Eucalipto
Ficus benjamina L. (LORENZI et all, 2003)                   Moraceae                        Fícus
Hibiscus tiliaceus L. (LORENZI et all, 2003)                Malvaceae                       Algodão-bravo
Jacaranda mimosifolia D. (LORENZI et all, 2003)             Bignoniaceae                    Jacarandá-
                                                                                            minoso
Licania tomentosa (Benth.) Fritsch. (LORENZI, 1992)         Chrisobalanoceae                Oitizeiro
Mangifera indica L. (BRAGA, 2004)                           Anacardiaceae                   Mangueira
Muraya paniculata L. (LORENZI et all, 2003)                 Rutaceae                        Jasmim
Pachira aquatica Aubl. (LORENZI, 1992)                      Bombacaceae                     Cacau-bravo
Parkinsonia aculeata L. (LORENZI, 1992)                     Leguminosae – caesalpinaceae    Turco
Persia americana Mill. (TEIXEIRA, 2004)                     Lauraceae                       Abacateiro
Pithecellobium dulce Benth. (LORENZI et all, 2003)          Leguminosae – mimosaceae        Mata-fome,
                                                                                            acácia mimosa
Prosopis juliflora D. C. (LORENZI et all, 2003)             Leguminosae – mimosaceae        Algaroba
Pterogyne nitens Tul. (LORENZI, 1992)                       Leguminosae – caesalpinaceae    Madeira-nova
Roystonea oleraceae O. F. Cook (LORENZI et all, 1996)       Palmae                          Palmeira
                                                                                            Imperial
Schinus terebinthifolicus Roddi (LORENZI, 1992)             Anacardiaceae                   Aroeira       da
                                                                                            praia
Senna siamea (Lam.) H. S. Irwin & R. C. Basreb (LORENZI Leguminosae – caesalpinaceae        Cássia-
et all, 2003)                                                                               ferrugínea
Spathodea campanulata P. Beauv. (LORENZI et all, 2003) Bignoniaceae                         Espatódia,
                                                                                            tulipa africana
Sterculia foetida L. (LORENZI et all, 2003)          Sterculiaceae                          Paineira
Syagrus cearensis (LORENZI et all, 1996)             Arecaceae                              Coco-catolé
Syzygium jambolana D. C. (BRAGA, 1978)               Myrtaceae                              Oliveira
Syzygium samarangense Merr & L. M. Perry (LORENZI et Myrtaceae                              Jambeiro-rosa
all, 2003)
Tabebuia pentaphylla Hemsl. (LORENZI et all, 2003)   Bignoniaceae                           Ipê-rosa
Tamarindus indica L. (LORENZI et all, 2003)          Leguminosae – caesalpinaceae           Tamarindo
Terminalia catappa L. (LORENZI et all, 2003)         Combretaceae                           Castanhola
      A partir dos 974 processos analisados, foram encontradas 42 espécies, as quais totalizam 20
famílias. As figuras abaixo demonstram as espécies mais citadas.
ISSN 1983-4209 - Volume 01 – Numero 01 – 2007.1




Fig. 1. Castanhola (Terminalia catappa L.)          Fig. 2. Algaroba (Prosopis juliflora D.C.)




Fig. 3. Sombreiro (Clitoria fairchildiana Howard)   Fig. 4. Acácia (Pithecellobium dulce Benth)




dFig. 5. Coqueiro (Cocos nucifera L.)               Fig. 6. Flamboyant (Delonix regia Raf)




dFig. 7. Cássia ferrugínea, Senna siamea (Lam.)      Fig. 8. Oliveira (Syzygium jambolana D. C.)
H.S. Irwin e R.C. Basreb




Fig. 9. Mangueira (Mangifera indica L.)                    Fig. 10. Pinheiro (Casuarina equisetifolia J.R.e G.Frst)
G.Frst)
Fotos: Ivan Coelho Dantas
       Dentre estas, destacam-se a castanhola com 120 citações (26,1%); a algaroba com 100
citações (21,7%); o sombreiro com 53 citações (11,5%) e a acácia com 41 citações (8,9%),
conforme indica o gráfico 01.
ISSN 1983-4209 - Volume 01 – Numero 01 – 2007.1




                     Pinheiro              16

                   Mangueira                    18

                      Oliveira                  20

                                                      28
            Cássia Ferrugínea

                  Flamboyant                          29

                    Coqueiro                               34

                                                                41
                      Acácia

                   Sombreiro                                         53
                                                                                        100
                    Algaroba

                  Castanhola                                                                        120


                                 0         20              40        60     80    100         120



GRÁFICO 01: Freqüência das principais espécies indevidamente utilizadas na arborização urbana.
        De acordo com os resultados, observa-se que a maioria das espécies catalogadas constitui
árvores de grande porte que, por sua vez, não são recomendadas para a arborização de ruas e
passeios, sendo mais adequadas aos locais de visitação pública, como bosques, praças e áreas
verdes abertas (IBAMA, 1999).
        Contudo, é válido salientar que tais espécies apresentam potencial para a arborização
urbana, quando introduzidas adequadamente ao espaço disponível.
        Assim, conforme o IBAMA (1999), a escolha das espécies adequadas a serem implantadas
em uma zona urbana, envolve estudo de uma série de fatores específicos como insolação, vento,
embelezamento, pragas, tamanho, forma e resistência das folhas e da copa, sistema radicular e
ausência de princípios alérgicos. Deve-se observar ainda, o espaçamento mínimo recomendado
entre as plantas.
3.2. Descrição das solicitações requeridas pela população
          O Gráfico 02 demonstra as principais solicitações, ou seja, os motivos pelos quais levaram
a população a requerer o pedido de avaliação mediante a SEPLAM:

                                                                                          poda de copa
                 600
                                     491
                 500
                 400                                                                      poda de raiz

                                                281
                 300
                 200                   150
                                                                                          tratamento fitossanitário
                                                                43
                 100                       23

                      0
                                                                                          retirada e substituiçao
                                                      1

          Gráfico 02: Frequência de pedidos requeridos pela população
     Dentre os dados analisados, verifica-se que a poda de copa obteve 491 citações, seguindo-se
os pedidos de retirada e substituição e de poda de raiz, os quais apresentaram, respectivamente, 281
e 150 citações. O tratamento fitossanitário representou um total de 23 solicitações.
          A alta freqüência nos pedidos de poda, os quais sejam, poda de copa e/ou raiz como
também retirada e substituição em relação aos pedidos de tratamento fitossanitário da arborização,
ISSN 1983-4209 - Volume 01 – Numero 01 – 2007.1

indicam que as árvores estão indevidamente implantadas no ambiente, demonstrando um mau
planejamento arbóreo e a incompatibilidade destas com os bens urbanos. Ademais se verifica que
considerável parcela da população encontra-se insatisfeita com a arborização.
         Nesse contexto, Grey e Deneke, (1978) apud SOUZA et al, (1994) ratificam que as
árvores devem ajustar-se aos espaços urbanos disponíveis, sem interferir negativamente em ruas,
calçadas e estacionamentos, fiação elétrica e redes de esgoto, veículos e transeuntes.
         3.3. Levantamento dos danos decorrentes da má distribuição arbórea
         O Gráfico 03 revela os principais danos causados pelo uso de espécies arbóreas
indevidamente implantadas no paisagismo urbano.
                                                                         danos a estrutura da
                                                                         casa
                                                                         danos a fiação elétrica

                         3,0%             20,8%
                 8,5%                                                    construção

          7,9%
                                                        13,4%            danos ao telhado

                                                                         danos a calçada

                                                      5,9%
                                                                         danos o muro
                 28,5%                        12,1%
                                                                         danos a rede hidráulica

                                                                         outros


       Gráfico 03: Percentual dos danos causados pela arborização
     Dentre os resultados observa-se que os danos causados a estrutura da casa obtiveram um
percentual de 28,5%, representado o maior dano constatado, seguindo-se os danos causados à
calçada com 20,8% e os danos causados ao muro com 3,4%. Os bens urbanos menos prejudicados
foram os seguintes: telhados com 3,0%; rede hidráulica com 5,9%; e fiação elétrica com 7,9%.
         O item construção, no qual destaca-se principalmente a construção de garagens, embora
não se enquadre na perspectiva de dano urbano foi citado em 8,5% dos processos analisados. Danos
não determinados atingiram um percentual de 12,1%. As figuras 11 e 12, exemplificam danos
causados a calçada e a fiação elétrica.




      Fig. 11. Danos causados a calçada               Fig.12. Danos causados a fiação elétrica
          O elevado percentual de residências, calçadas e muros prejudicadas pela arborização
seguido dos danos ao telhado e as redes hidráulica e aérea, indica provavelmente que o espaço
físico destinado ao crescimento e ao desenvolvimento dessas árvores é incompatível com o seu
porte, diâmetro e extensão das raízes e da copa. Tais danos seriam minimizados se a espécie a ser
cultivada fosse adequada ao local de plantio.
          Segundo Sanchotene (1999), plantar uma árvore é uma tarefa de grande responsabilidade,
a qual envolve técnicos especializados e não leigos, especialmente em se tratando de áreas públicas.
Para integrar as árvores a paisagem urbana, necessita-se de uma tarefa cada vez mais especializada,
tendo que observar importantes diretrizes tais como planejamento, produção, implantação,
ISSN 1983-4209 - Volume 01 – Numero 01 – 2007.1

manutenção, conscientização comunitária e educação ambiental direcionadas ao tratamento do
verde urbano.
       3.4. Caracterização dos bairros mais prejudicados
 TABELA 01: Freqüência e percentual dos bairros mais prejudicados pela arborização urbana.


                   BAIRRO              Nº DE SOLICITAÇÕES               (%)
                   Centro                              114              11,7
                   Alto Branco                         104              10,7
                   Catolé                              102              10,5
                   Prata                                67              6,9
                   Liberdade                           49               5,0
                   Malvinas                             47              4,8
                   Santo Antônio                        47              4,8
                   José Pinheiro                        44              4,5
                   Centenário                           44              4,5
                   Santa Rosa                           35              3,6
                   Palmeira                             32              3,3




      A Tabela 01 demonstra os bairros mais prejudicados pela arborização urbana. Dentre estes se
verifica que o Centro foi o bairro mais prejudicado, apresentando um resultado de 114 solicitações
de visitação (11,7%), seguindo-se o Alto Branco com 104 solicitações (10,7%); o Catolé com 102
solicitações (10,5%); a Prata com 67 solicitações (6,9%) e a Liberdade com 49 solicitações (5,0%).
As Malvinas e o Santo Antonio apresentaram ambas 47 solicitações (4,8%), bem como os bairros
José Pinheiro e Centenário, os quais apresentaram juntos, 44 solicitações (4,5%). Finalmente, o
bairro Santa Rosa apresentou 35 solicitações (3,6%) seguido da Palmeira com 32 solicitações de
visitação (3,3%).
3.5. Amostragem do número de solicitações por ano
      O Gráfico 04 demonstra o número de solicitações requeridas pela população durante os anos
2001, 2002 e 2003.


                                                                2001

                                               51,8%

           40,0%

                                                                2002




                              8,2%
                                                                2003




                    GRÁFICO 04: Percentual das solicitações a cada ano
ISSN 1983-4209 - Volume 01 – Numero 01 – 2007.1

      Dentre os 974 processos pesquisados observa-se que 8,2% destes foram solicitados no ano de
2001; 40,0% no ano de 2002; e 51,8% no ano de 2003. Tais dados demonstram o significante
aumento no número de árvores ao longo dos anos, bem como uma crescente participação da
população na conservação e manutenção da arborização urbana, através dos órgãos especializados.
      Outrossim, a crescente participação da população na tentativa de tornar harmônica a relação
arborização X ambiente urbano corrobora com o Artigo 225 da Constituição Federal (1988), quando
o mesmo sobressalta que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e a
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

4. CONCLUSÃO
       A partir dos estudos pode-se concluir que:
        As espécies indevidamente implantadas que mais prejudicam a arborização são: a
        Castanhola (26,1%), a Algaroba (21,7%), o Sombreiro (11,5%) e a Acácia (8,9%).
        Os principais pedidos da população foram os de poda, substituição e erradicação arbórea.
        Dentre os danos mais freqüentes, estão os causados à estrutura das casas (28,5%), as
        calçadas (20,8%) e aos muros residenciais (13,4%).
        Os bairros urbanos mais prejudicados foram o Centro Urbano (11,7%), o Alto Branco
        (10,7%), o Catolé (10,5%) e a Prata (6,9%).
        Dentre os anos pesquisados, 2003 apresentou um significante aumento de solicitações, o
        que revela uma crescente participação da população na conservação e manutenção da
        arborização urbana.

5. REFERÊNCIAS
BALENSIEFER, M., WIECHETECK, M. Arborização de cidades: Instituto de Cartografia e
Florestas. Curitiba, 1987.
BRAGA, F. T. Arborização. Disponível em: <http://www.lavras.br/cepe/fotos/mangueira.htm>
acessado em 18/01/2004.
BRAGA, R. Plantas do Nordeste especialmente do Ceará. Fortaleza: Mossoroensse, 1978.
BRASIL, Constituição (1988). Emendas constitucionais nos 1/92 a 28/2000. Lex: legislação federal
e marginalia, Brasília, 2000.
DANTAS, I. C. O raizeiro. Campina Grande: Encarte, 2001.
IBAMA. Cartilha de Arborização Urbana. Núcleo de Educação Ambiental. João Pessoa: Centro
de Estudos Técnicos Científicos da Paraíba- CETEP. 1999
LORENZI, H. Árvores brasileiras: Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas
nativas do Brasil. São Paulo: Nova Odessa, 1992.
LORENZI, H. SOUZA, H. M. de, COSTA, J. T. de M., CERQUEIRA, L. S. C. de, BEHR, N. V.
Palmeiras no Brasil Nativas e Exóticas. São Paulo: Nova Odessa, 1996.
LORENZI, H., SOUZA, H. M. de, TORRES, M. A. V., BACHER, L. B. Árvores exóticas no
Brasil madeireiras, ornamentais e aromáticas. São Paulo: Nova Odessa, 2003.
MELLO FILHO, Luiz Emydio. Arborização Urbana. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE
ARBORIZAÇÃO URBANA. CONTRIBUIÇÕES TÉCNICO-CIENTÍFICOS, 1985. Porto Alegre-
RS. Anais... Porto Alegre, Secretaria Municipal do Meio Ambiente, 1985.
MILANO, Miguel S. Arborização Urbana: plano diretor. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ARBORIZAÇÃO URBANA 2, 1994. São Luis – MA. Anais... São Luis, Sociedade Brasileira de
Arborização Urbana, 1994.
PEDROSA, José Benedito. Arborização de Cidades e Rodovias. Belo Horizonte: IEF/MG, 1983.
SANCHOTENE, M. do C. Arborização: “Elemento indispensável no planejamento urbano”.
In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE ARBORIZAÇÃO URBANA. CONTRIBUIÇÕES
ISSN 1983-4209 - Volume 01 – Numero 01 – 2007.1

TÉCNICO-CIENTÍFICAS, 1985. Porto Alegre-RS. Anais... Porto Alegre, Secretaria Municipal do
Meio Ambiente, 1985.
SANCHOTENE, M. do C. Arborização Urbana como parte integrante da paisagem. In: 8º
ENCONTRO NACIONAL DE ARBORIZAÇÃO URBANA E 1ª FEIRA NORDESTINA DE
ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE, 1999. Fortaleza – CE. Anais... Fortaleza, ...., 1999.
SOUZA, M. A. de L. A importância da adequada implantação da arborização para as cidades.
In: 8º ENCONTRO NACIONAL DE ARBORIZAÇÃO URBANA E 1ª FEIRA NORDESTINA DE
ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE, 1999. Fortaleza – CE. Anais... Fortaleza, 1999.
SOUZA, W. de, MARQUES, A. P. D., NASCIMENTO, L. M. do. Proposta de arborização do
conjunto habitacional “Sitio Ponta de Serrambi – Ipojuca – PE. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE ARBORIZAÇÃO URBANA (2) 1994, São Luis – MA. Anais...São Luis:
Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, 1994.
TEIXEIRA, E. Frutas no Brasil. Disponível em
<http://www.bibvirt.futuro.usp.br/especiais/frutasnobrasil/acabate.htlm> acessado em: 18/01/2004.

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  • 1. ISSN 1983-4209 - Volume 01 – Numero 01 – 2007.1 DANOS CAUSADOS AO PATRIMÔNIO PÚBLICO E PARTICULAR NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB POR ESPÉCIES INDEVIDAMENTE UTILIZADAS NA ARBORIZAÇÃO URBANA. Lidiane Soares de Medeiros - Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas ; Ivan Coelho Dantas - Mestre em Saúde Coletiva. RESUMO A arborização urbana constitui uma característica relevante para melhoria das condições de vida nos centros urbanos, proporcionando funções essenciais a vida humana e melhorando notadamente as condições ambientais. O processo de arborização requer, para uma correta implantação do mesmo, que as condições do ambiente sejam bem conhecidas, uma vez em que a multiplicidade de fatores relativos ao ambiente artificial criado pelo homem torna complexa a tarefa de arborizar as cidades. Fatores tais como as características locais, o espaço físico disponível e as espécies utilizadas devem ser analisados para que os obstáculos aos quais as espécies vegetais se encontram submetidas sejam minimizados. Dentro dessa perspectiva, fez-se um levantamento dos principais danos que estão sendo causados por espécies vegetais indevidamente utilizadas na cidade de Campina Grande – PB e quais as principais espécies que prejudicam os bens e serviços urbanos. Os dados foram obtidos através da análise de processos requeridos pela população em estudo à Coordenação do Meio Ambiente (COMEA) através da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente (SEPLAM). Entre as solicitações de avaliação da arborização mais citadas encontram-se a poda, a substituição e a retirada . Dentre os danos mais citados tem-se os causados a estrutura das casas (28,5%), a calçada (20,8%) e ao muro (13,4%). As espécies mais citadas foram castanhola, Terminalia catappa L. com 26,1%; algaroba, Prosopis juliflora D. C. 21,7%; sombreiro, Clitoria fairchildiana Howard 11,5%; acácia, Pithecellobium dulce Benth. 8,9%; coqueiro, Cocos nucifera L. 7,4%; flamboyant, Delonix regia Raf. 6,3%; cássia ferrugínea, Senna siamea (Lam.)H. S. Irwin e R. C. Basreb 6,1%; oliveira, Syzygium jambolana D. C. 4,3%; mangueira, Mangifera indica L. 3,9% e o pinheiro, Casuarina equisetifolia J. R. e G. Frst. 3,4%. O local onde houve o maior número de solicitações nos anos de 2001 a 2003 foi o Centro. Finalmente, o presente estudo demonstra um significante crescimento no número de solicitações requeridas pela população para avaliação das árvores urbanas ao longo dos anos analisados. Palavras-chaves: arborização, meio ambiente, população, espécies arbóreas. ABSTRACT ACTUAL DAMAGES TO THE COMMON WEALTH AND PARTICULAR IN THE CITY OF CAMPINA GRANDE-PB FOR SPECIES IMPROPERLY USED IN THE URBAN ARBORIZATION. The urban forest constitutes an important characteristic for improvement of the life conditions in the urban centers, providing essential functions the human life and improving the environmental conditions evidently. The forest process requests, for a correct of the same, that the conditions of
  • 2. ISSN 1983-4209 - Volume 01 – Numero 01 – 2007.1 the environment are very well-known, once in that the multiplicity of relative factors to the artificial environment created by the man turns complex the task of foresting the cities. Such factors as the local characteristics, the available physical space and the used species should be analyzed, so that the obstacles to the which the vegetable species one finds submitted are minimized. Inside of this perspective, it made itself an evaluation of the main damages that are being caused improperly by species used in the city of Campina Grande–PB and which the main species harm the goods and urban services. The data were obtained through the analysis of processes requested by the population in study to the Coordination of the Environment (COMEA) through the Secretariat of Planning and Environment (SEPLAM). Among the solicitations of evaluation of the mentioned forest it meet the pruning, the substitution and the eradication. Among the mentioned damages are had caused them the structure of the houses (28,5%), the roadway (20,8%) and to the wall (13,4%). The mentioned species were the Terminalia catappa L. with (26,1%); Prosopis juliflora D. C. (21,7%); Clitoria fairchildiana Howard (11,5%); Pithecellobium dulce Benth. (8,9%); Cocos nucifera L. (7,4%); Delonix regia Raf. (6,3%); Senna siamea (Lam.) H. S. Irwin and R. C. Basreb (6,1%); Syzygium jambolana D. C. (4,3%). The place where there was the largest number of solicitations in the years from 2001 to 2003 was Urban Center. Finally the present study demonstrates a significant growth in the number of solicitations requested by the population for evaluation of the urban trees along the analyzed years. Key words: arborization, environment, population, arboreal species. 1. INTRODUÇÃO Entende-se por arborização urbana o conjunto de terras públicas e privadas recobertas por vegetação predominantemente arbórea que uma cidade apresenta (MILANO, 1994a). Esta, por sua vez, constitui uma característica relevante para a melhoria das condições de vida nos centros urbanos, desempenhando efeitos diretos sobre o ato de bem estar e da saúde da população. Conforme assevera Balensiefer e Wiecheteck (1987), as árvores proporcionam várias funções essenciais à vida humana, melhorando notadamente as condições do meio. Para Mello Filho (1985), a arborização representa a persistência do elemento natural dentro da estrutura urbana constituindo fator determinante da salubridade ambiental, por ter influência direta sobre o bem estar do ser humano, em virtude dos múltiplos benefícios que proporciona ao meio, em que além de contribuir a estabilização climática, embeleza pelo variado colorido que exibe, fornece abrigo e alimento a fauna, proporcionando sombra e lazer nas praças, parques e jardins, ruas e avenidas. De acordo com Pedrosa (1983), a arborização das vias públicas consiste em trazer para as cidades, mesmo que simbolicamente, um pouco do ambiente natural e do verde das matas, com a finalidade de satisfazer as necessidades mínimas do ser humano, o qual não se sente bem sob as condições de vida presentes nas cidades modernas, muitas vezes com intenso calor ou ares secos. Contudo, arborizar uma cidade não significa apenas cultivar espécies vegetais aleatoriamente ou por simples modismos, sendo o adequado conhecimento das características e das condições do ambiente um pré-requisito imprescindível ao sucesso da arborização. As condições do ambiente onde se pretende implantar arborização devem ser bem conhecidas, uma vez em que a multiplicidade de fatores relativos ao ambiente artificial criado pelo homem, torna complexa a tarefa de arborizar as cidades, exigindo para tanto bons conhecimentos técnicos (BALENSIEFER E WIECHETECK, 1987). Não obstante, segundo Sanchotene (1985), implantar áreas verdes em cidades representa uma tarefa de caráter altamente técnico, o qual exige a integração de órgãos públicos de diferentes esferas governamentais cujas atividades exercidas têm interferência na arborização e no planejamento urbano como um todo. Fatores tais como as características locais, o espaço físico disponível e as espécies utilizadas devem ser analisados, no intuito de minimizar os obstáculos e as
  • 3. ISSN 1983-4209 - Volume 01 – Numero 01 – 2007.1 condições adversas a que as espécies vegetais se encontram se encontram submetidas, comprometendo seu crescimento e sobrevivência. Ademais, arborizar uma cidade significa mais que apenas plantar árvores em suas ruas e praças ou criar e implantar parques urbanos públicos (MILANO, 1994a), uma vez em que a arborização urbana em si própria, constitui fator expressivo para o meio ambiente e para a qualidade de vida nas cidades. Nesse contexto, tendo em vista os problemas observados na arborização das cidades e, reconhecendo-se a relevante importância da mesma para a melhoria da qualidade de vida das populações urbanas, torna-se necessário verificar quais os principais danos estão sendo causados por espécies indevidamente utilizadas na arborização urbana da cidade de Campina Grande – PB, contribuindo dessa maneira, para o conhecimento dos aspectos paisagísticos da área em estudo. Objetivou-se nesse trabalho identificar quais as principais espécies arbóreas, indevidamente implantadas na arborização, estão prejudicando o patrimônio público e particular na cidade de Campina Grande – PB. Caracterizar os principais motivos pelos quais a população solicita o pedido de avaliação das árvores urbanas a COMEA/SEPLAN; Verificar os danos causados por espécies indevidamente empregadas na arborização urbana da cidade de Campina Grande; Localizar os bairros mais atingidos pelo uso de espécies indevidamente empregadas na arborização urbana; Quantificar as solicitações de podas, substituição, retirada e tratamento fitossanitário, requeridas a COMEA/SEPLAN, nos anos de 2001 a 2003. 2. MATERIAL E MÉTODO 2.1. Caracterização da Pesquisa A referida pesquisa foi realizada na Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente (SEPLAN), onde encontram-se localizados os arquivos da extinta Secretaria do Meio Ambiente (SEMEIA) e atual Coordenação do Meio Ambiente (COMEA) da Cidade de Campina Grande – PB. A pesquisa, do tipo documental, foi realizada no período compreendido entre Outubro e Dezembro de 2003. 2.2. Técnica de Coleta de Dados Os dados necessários ao cumprimento do presente trabalho foram obtidos mediante o preenchimento de um quadro, no qual constata-se a caracterização dos pedidos de avaliação da arborização urbana requeridos pela população, durante os anos de 2001, 2002 e 2003. Tais dados foram obtidos a partir de consultas realizadas aos arquivos da instituição abordada, bibliografia especializada e visitas “in loco”. Nas pesquisas “in loco” utilizou-se máquina fotográfica para catalogar as espécies arbóreas estudas. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A arborização constitui, inegável e comprovadamente uma ferramenta indispensável para a manutenção da vida nos centros urbanos, sendo sua adequada implantação observada e reconhecida quando as árvores exercem plenamente suas funções ecológicas, estéticas, culturais, psicológicas e econômicas. Igualmente, conflitos gerados pelo desenvolvimento das árvores com os equipamentos urbanos, são minimizados com a utilização de manejo sistemático e tecnologias apropriadas (SOUZA, 1999). A realização de estudos sobre os aspectos quali-quantitativos da arborização também é necessária para a manutenção desta em harmonia com o ambiente no qual se encontra inserida. Dentro dessa perspectiva, durante os meses compreendidos entre setembro de 2003 e janeiro de 2004, foram analisados 974 processos de solicitações de avaliação da arborização requeridas pela própria população à Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente (SEPLAM) de Campina Grande – PB.
  • 4. ISSN 1983-4209 - Volume 01 – Numero 01 – 2007.1 O Quadro 01 apresenta a descrição de todas as árvores citadas nos processos analisados. QUADRO 01: Descrição das árvores citadas nos processos analisados. Nome Científico Família Nome Popular Acrocomia aculeata Lodd (LORENZI, 1992) Arecaceae Macaiba Anacardium occidentale L. (LORENZI, 1992) Anacardiaceae Cajueiro Averrhoa carambola Linn. (BRAGA, 1978) Oxalidaceae Carambola Bauhinia monandra Kurz (LORENZI et all, 2003) Leguminosae – caesalpinaceae Mororó Caesalpinia echinata Lam. (LORENZI, 1992) Leguminosae – caesalpinaceae Pau-Brasil Cassia javanica L. (LORENZI et all, 2003) Leguminosae – caesalpinaceae Cássia-rosa Casuarina equisetifolia J. R. & G. Frst. (LORENZI et all, Casuarinaceae Casuarina 2003) Clitoria fairchildiana Howard (LORENZI, 1992) Leguminosae – papilionaceae Sombreiro Cocos nucifera L. (LORENZI et all, 1996) Arecaceae Coqueiro Copernicia prunifera H. E. Moore (LORENZI et all, 1996) Arecaceae Carnaúba Crateava tapia Linn. (BRAGA, 1978) Caparidaceae Trapiá Delonix regia Raf. (LORENZI et all, 2003) Leguminosae – Caesalpinaceae Flanboyant Elaeis guineensis N. J. Jacquim (LORENZI et all, 1996) Arecaceae Dendezeiro Erythrina velutina Willd (DANTAS, 2001) Fabaceae Mulungu Erytrina indica Lam. ar. Picta Mort. (LORENZI et all, Leguminosae – papilionaceaeae Pau-de-rosa 2003) (Brasileirinho) Eucaliptus citriodora Hook (DANTAS, 2001) Myrtaceae Eucalipto Ficus benjamina L. (LORENZI et all, 2003) Moraceae Fícus Hibiscus tiliaceus L. (LORENZI et all, 2003) Malvaceae Algodão-bravo Jacaranda mimosifolia D. (LORENZI et all, 2003) Bignoniaceae Jacarandá- minoso Licania tomentosa (Benth.) Fritsch. (LORENZI, 1992) Chrisobalanoceae Oitizeiro Mangifera indica L. (BRAGA, 2004) Anacardiaceae Mangueira Muraya paniculata L. (LORENZI et all, 2003) Rutaceae Jasmim Pachira aquatica Aubl. (LORENZI, 1992) Bombacaceae Cacau-bravo Parkinsonia aculeata L. (LORENZI, 1992) Leguminosae – caesalpinaceae Turco Persia americana Mill. (TEIXEIRA, 2004) Lauraceae Abacateiro Pithecellobium dulce Benth. (LORENZI et all, 2003) Leguminosae – mimosaceae Mata-fome, acácia mimosa Prosopis juliflora D. C. (LORENZI et all, 2003) Leguminosae – mimosaceae Algaroba Pterogyne nitens Tul. (LORENZI, 1992) Leguminosae – caesalpinaceae Madeira-nova Roystonea oleraceae O. F. Cook (LORENZI et all, 1996) Palmae Palmeira Imperial Schinus terebinthifolicus Roddi (LORENZI, 1992) Anacardiaceae Aroeira da praia Senna siamea (Lam.) H. S. Irwin & R. C. Basreb (LORENZI Leguminosae – caesalpinaceae Cássia- et all, 2003) ferrugínea Spathodea campanulata P. Beauv. (LORENZI et all, 2003) Bignoniaceae Espatódia, tulipa africana Sterculia foetida L. (LORENZI et all, 2003) Sterculiaceae Paineira Syagrus cearensis (LORENZI et all, 1996) Arecaceae Coco-catolé Syzygium jambolana D. C. (BRAGA, 1978) Myrtaceae Oliveira Syzygium samarangense Merr & L. M. Perry (LORENZI et Myrtaceae Jambeiro-rosa all, 2003) Tabebuia pentaphylla Hemsl. (LORENZI et all, 2003) Bignoniaceae Ipê-rosa Tamarindus indica L. (LORENZI et all, 2003) Leguminosae – caesalpinaceae Tamarindo Terminalia catappa L. (LORENZI et all, 2003) Combretaceae Castanhola A partir dos 974 processos analisados, foram encontradas 42 espécies, as quais totalizam 20 famílias. As figuras abaixo demonstram as espécies mais citadas.
  • 5. ISSN 1983-4209 - Volume 01 – Numero 01 – 2007.1 Fig. 1. Castanhola (Terminalia catappa L.) Fig. 2. Algaroba (Prosopis juliflora D.C.) Fig. 3. Sombreiro (Clitoria fairchildiana Howard) Fig. 4. Acácia (Pithecellobium dulce Benth) dFig. 5. Coqueiro (Cocos nucifera L.) Fig. 6. Flamboyant (Delonix regia Raf) dFig. 7. Cássia ferrugínea, Senna siamea (Lam.) Fig. 8. Oliveira (Syzygium jambolana D. C.) H.S. Irwin e R.C. Basreb Fig. 9. Mangueira (Mangifera indica L.) Fig. 10. Pinheiro (Casuarina equisetifolia J.R.e G.Frst) G.Frst) Fotos: Ivan Coelho Dantas Dentre estas, destacam-se a castanhola com 120 citações (26,1%); a algaroba com 100 citações (21,7%); o sombreiro com 53 citações (11,5%) e a acácia com 41 citações (8,9%), conforme indica o gráfico 01.
  • 6. ISSN 1983-4209 - Volume 01 – Numero 01 – 2007.1 Pinheiro 16 Mangueira 18 Oliveira 20 28 Cássia Ferrugínea Flamboyant 29 Coqueiro 34 41 Acácia Sombreiro 53 100 Algaroba Castanhola 120 0 20 40 60 80 100 120 GRÁFICO 01: Freqüência das principais espécies indevidamente utilizadas na arborização urbana. De acordo com os resultados, observa-se que a maioria das espécies catalogadas constitui árvores de grande porte que, por sua vez, não são recomendadas para a arborização de ruas e passeios, sendo mais adequadas aos locais de visitação pública, como bosques, praças e áreas verdes abertas (IBAMA, 1999). Contudo, é válido salientar que tais espécies apresentam potencial para a arborização urbana, quando introduzidas adequadamente ao espaço disponível. Assim, conforme o IBAMA (1999), a escolha das espécies adequadas a serem implantadas em uma zona urbana, envolve estudo de uma série de fatores específicos como insolação, vento, embelezamento, pragas, tamanho, forma e resistência das folhas e da copa, sistema radicular e ausência de princípios alérgicos. Deve-se observar ainda, o espaçamento mínimo recomendado entre as plantas. 3.2. Descrição das solicitações requeridas pela população O Gráfico 02 demonstra as principais solicitações, ou seja, os motivos pelos quais levaram a população a requerer o pedido de avaliação mediante a SEPLAM: poda de copa 600 491 500 400 poda de raiz 281 300 200 150 tratamento fitossanitário 43 100 23 0 retirada e substituiçao 1 Gráfico 02: Frequência de pedidos requeridos pela população Dentre os dados analisados, verifica-se que a poda de copa obteve 491 citações, seguindo-se os pedidos de retirada e substituição e de poda de raiz, os quais apresentaram, respectivamente, 281 e 150 citações. O tratamento fitossanitário representou um total de 23 solicitações. A alta freqüência nos pedidos de poda, os quais sejam, poda de copa e/ou raiz como também retirada e substituição em relação aos pedidos de tratamento fitossanitário da arborização,
  • 7. ISSN 1983-4209 - Volume 01 – Numero 01 – 2007.1 indicam que as árvores estão indevidamente implantadas no ambiente, demonstrando um mau planejamento arbóreo e a incompatibilidade destas com os bens urbanos. Ademais se verifica que considerável parcela da população encontra-se insatisfeita com a arborização. Nesse contexto, Grey e Deneke, (1978) apud SOUZA et al, (1994) ratificam que as árvores devem ajustar-se aos espaços urbanos disponíveis, sem interferir negativamente em ruas, calçadas e estacionamentos, fiação elétrica e redes de esgoto, veículos e transeuntes. 3.3. Levantamento dos danos decorrentes da má distribuição arbórea O Gráfico 03 revela os principais danos causados pelo uso de espécies arbóreas indevidamente implantadas no paisagismo urbano. danos a estrutura da casa danos a fiação elétrica 3,0% 20,8% 8,5% construção 7,9% 13,4% danos ao telhado danos a calçada 5,9% danos o muro 28,5% 12,1% danos a rede hidráulica outros Gráfico 03: Percentual dos danos causados pela arborização Dentre os resultados observa-se que os danos causados a estrutura da casa obtiveram um percentual de 28,5%, representado o maior dano constatado, seguindo-se os danos causados à calçada com 20,8% e os danos causados ao muro com 3,4%. Os bens urbanos menos prejudicados foram os seguintes: telhados com 3,0%; rede hidráulica com 5,9%; e fiação elétrica com 7,9%. O item construção, no qual destaca-se principalmente a construção de garagens, embora não se enquadre na perspectiva de dano urbano foi citado em 8,5% dos processos analisados. Danos não determinados atingiram um percentual de 12,1%. As figuras 11 e 12, exemplificam danos causados a calçada e a fiação elétrica. Fig. 11. Danos causados a calçada Fig.12. Danos causados a fiação elétrica O elevado percentual de residências, calçadas e muros prejudicadas pela arborização seguido dos danos ao telhado e as redes hidráulica e aérea, indica provavelmente que o espaço físico destinado ao crescimento e ao desenvolvimento dessas árvores é incompatível com o seu porte, diâmetro e extensão das raízes e da copa. Tais danos seriam minimizados se a espécie a ser cultivada fosse adequada ao local de plantio. Segundo Sanchotene (1999), plantar uma árvore é uma tarefa de grande responsabilidade, a qual envolve técnicos especializados e não leigos, especialmente em se tratando de áreas públicas. Para integrar as árvores a paisagem urbana, necessita-se de uma tarefa cada vez mais especializada, tendo que observar importantes diretrizes tais como planejamento, produção, implantação,
  • 8. ISSN 1983-4209 - Volume 01 – Numero 01 – 2007.1 manutenção, conscientização comunitária e educação ambiental direcionadas ao tratamento do verde urbano. 3.4. Caracterização dos bairros mais prejudicados TABELA 01: Freqüência e percentual dos bairros mais prejudicados pela arborização urbana. BAIRRO Nº DE SOLICITAÇÕES (%) Centro 114 11,7 Alto Branco 104 10,7 Catolé 102 10,5 Prata 67 6,9 Liberdade 49 5,0 Malvinas 47 4,8 Santo Antônio 47 4,8 José Pinheiro 44 4,5 Centenário 44 4,5 Santa Rosa 35 3,6 Palmeira 32 3,3 A Tabela 01 demonstra os bairros mais prejudicados pela arborização urbana. Dentre estes se verifica que o Centro foi o bairro mais prejudicado, apresentando um resultado de 114 solicitações de visitação (11,7%), seguindo-se o Alto Branco com 104 solicitações (10,7%); o Catolé com 102 solicitações (10,5%); a Prata com 67 solicitações (6,9%) e a Liberdade com 49 solicitações (5,0%). As Malvinas e o Santo Antonio apresentaram ambas 47 solicitações (4,8%), bem como os bairros José Pinheiro e Centenário, os quais apresentaram juntos, 44 solicitações (4,5%). Finalmente, o bairro Santa Rosa apresentou 35 solicitações (3,6%) seguido da Palmeira com 32 solicitações de visitação (3,3%). 3.5. Amostragem do número de solicitações por ano O Gráfico 04 demonstra o número de solicitações requeridas pela população durante os anos 2001, 2002 e 2003. 2001 51,8% 40,0% 2002 8,2% 2003 GRÁFICO 04: Percentual das solicitações a cada ano
  • 9. ISSN 1983-4209 - Volume 01 – Numero 01 – 2007.1 Dentre os 974 processos pesquisados observa-se que 8,2% destes foram solicitados no ano de 2001; 40,0% no ano de 2002; e 51,8% no ano de 2003. Tais dados demonstram o significante aumento no número de árvores ao longo dos anos, bem como uma crescente participação da população na conservação e manutenção da arborização urbana, através dos órgãos especializados. Outrossim, a crescente participação da população na tentativa de tornar harmônica a relação arborização X ambiente urbano corrobora com o Artigo 225 da Constituição Federal (1988), quando o mesmo sobressalta que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 4. CONCLUSÃO A partir dos estudos pode-se concluir que: As espécies indevidamente implantadas que mais prejudicam a arborização são: a Castanhola (26,1%), a Algaroba (21,7%), o Sombreiro (11,5%) e a Acácia (8,9%). Os principais pedidos da população foram os de poda, substituição e erradicação arbórea. Dentre os danos mais freqüentes, estão os causados à estrutura das casas (28,5%), as calçadas (20,8%) e aos muros residenciais (13,4%). Os bairros urbanos mais prejudicados foram o Centro Urbano (11,7%), o Alto Branco (10,7%), o Catolé (10,5%) e a Prata (6,9%). Dentre os anos pesquisados, 2003 apresentou um significante aumento de solicitações, o que revela uma crescente participação da população na conservação e manutenção da arborização urbana. 5. REFERÊNCIAS BALENSIEFER, M., WIECHETECK, M. Arborização de cidades: Instituto de Cartografia e Florestas. Curitiba, 1987. BRAGA, F. T. Arborização. Disponível em: <http://www.lavras.br/cepe/fotos/mangueira.htm> acessado em 18/01/2004. BRAGA, R. Plantas do Nordeste especialmente do Ceará. Fortaleza: Mossoroensse, 1978. BRASIL, Constituição (1988). Emendas constitucionais nos 1/92 a 28/2000. Lex: legislação federal e marginalia, Brasília, 2000. DANTAS, I. C. O raizeiro. Campina Grande: Encarte, 2001. IBAMA. Cartilha de Arborização Urbana. Núcleo de Educação Ambiental. João Pessoa: Centro de Estudos Técnicos Científicos da Paraíba- CETEP. 1999 LORENZI, H. Árvores brasileiras: Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. São Paulo: Nova Odessa, 1992. LORENZI, H. SOUZA, H. M. de, COSTA, J. T. de M., CERQUEIRA, L. S. C. de, BEHR, N. V. Palmeiras no Brasil Nativas e Exóticas. São Paulo: Nova Odessa, 1996. LORENZI, H., SOUZA, H. M. de, TORRES, M. A. V., BACHER, L. B. Árvores exóticas no Brasil madeireiras, ornamentais e aromáticas. São Paulo: Nova Odessa, 2003. MELLO FILHO, Luiz Emydio. Arborização Urbana. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE ARBORIZAÇÃO URBANA. CONTRIBUIÇÕES TÉCNICO-CIENTÍFICOS, 1985. Porto Alegre- RS. Anais... Porto Alegre, Secretaria Municipal do Meio Ambiente, 1985. MILANO, Miguel S. Arborização Urbana: plano diretor. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARBORIZAÇÃO URBANA 2, 1994. São Luis – MA. Anais... São Luis, Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, 1994. PEDROSA, José Benedito. Arborização de Cidades e Rodovias. Belo Horizonte: IEF/MG, 1983. SANCHOTENE, M. do C. Arborização: “Elemento indispensável no planejamento urbano”. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE ARBORIZAÇÃO URBANA. CONTRIBUIÇÕES
  • 10. ISSN 1983-4209 - Volume 01 – Numero 01 – 2007.1 TÉCNICO-CIENTÍFICAS, 1985. Porto Alegre-RS. Anais... Porto Alegre, Secretaria Municipal do Meio Ambiente, 1985. SANCHOTENE, M. do C. Arborização Urbana como parte integrante da paisagem. In: 8º ENCONTRO NACIONAL DE ARBORIZAÇÃO URBANA E 1ª FEIRA NORDESTINA DE ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE, 1999. Fortaleza – CE. Anais... Fortaleza, ...., 1999. SOUZA, M. A. de L. A importância da adequada implantação da arborização para as cidades. In: 8º ENCONTRO NACIONAL DE ARBORIZAÇÃO URBANA E 1ª FEIRA NORDESTINA DE ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE, 1999. Fortaleza – CE. Anais... Fortaleza, 1999. SOUZA, W. de, MARQUES, A. P. D., NASCIMENTO, L. M. do. Proposta de arborização do conjunto habitacional “Sitio Ponta de Serrambi – Ipojuca – PE. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARBORIZAÇÃO URBANA (2) 1994, São Luis – MA. Anais...São Luis: Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, 1994. TEIXEIRA, E. Frutas no Brasil. Disponível em <http://www.bibvirt.futuro.usp.br/especiais/frutasnobrasil/acabate.htlm> acessado em: 18/01/2004.