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PARTICIPAÇÃO SOCIAL
 Valores democráticos são consenso no mundo contemporâneo.
 Isto é realidade para todas as camadas da população?
 A democracia representativa ou indireta tem-se mostrado suficiente para
atender as múltiplas demandas da sociedade contemporânea?
Democracia participativa
Intervenção popular no planejamento,
deliberação no exercício ou na
fiscalização da atuação governamental
ou ainda na formação da vontade de
legislar do Estado, por meio de canais de
participação (Dias, 2007)
O que é participação
 Participar =Tomar parte, ou ter parte em
algo
 Eleição de representantes
 Militância em partido político
 Exercício de função pública
 Associações de natureza política ou social
 Ação organizada de grupos de pressão
 Fiscalização dos serviços públicos
 Etc...
O que é participação popular
 Processo mediante o qual diversas camadas
sociais toma parte na produção, gestão e uso
fruto de bens e serviços de uma sociedade
historicamente determinada
(Ammann, 1978)
 Processo relacional que pode criar a
identidade coletiva de um grupo. Atores
coletivos são criados no curso das atividades
 É processo de conquista de poder e de
liberdade que é lentamente construído e
interiorizado na sociedade (Demo, 1993)
 É processo político concreto que se produz na
dinâmica da sociedade, mediante a intervenção
quotidiana e consciente de cidadãos
individualmente considerados ou organizados
em grupos ou em associações com vistas à
elaboração , à implementação ou à fiscalização
do poder público (Dias,2007)
 Pressupõe interação contínua entre diversos
atores
participação popular compreende as
múltiplas ações que diferentes forças
sociais desenvolvem para influenciar as
formulação, execução, fiscalização e
avaliação das políticas públicas e/ou
serviços básicos na área social (saúde,
educação, habitação, transporte,
saneamento básico etc.)
Participação social democrática
 É processo educativo: construir argumentos,
formular propostas, ouvir outros pontos de
vista, reagir, debater e chegar ao consenso são
atitudes que transformam todos aqueles que
integram processos participativos.
 A interação entre as pessoas no espaço público
produz solidariedade e identidades comuns,
agregando grupos sociais que passam a agir
como sujeitos políticos, ...., reivindicando
reconhecimento, direitos, redistribuição de
renda e de poder (Ciconello, 2012)
Formas de participação:
SIMBÓLICA
 Dá-se simplesmente com a inclusão, sem
que o sujeito tome qualquer parte, ativa
ou receptiva, na associação ou
organização.
Exemplo:
A população é convocada a fazer parte da associação, partidos ou
outras formas de organização, legitimadas pelo Estado, tais como
cooperativas e sindicatos.
9
Formas de participação:
RECEPTIVA
Indivíduo ou grupo social recebe
um serviço do Estado.
Exemplo:
Ir ao posto de saúde receber um atendimento
profissional.
10
Formas de participação:
ATIVA
A população toma parte de uma ação ou
conjunto de atividades decididas e propostas
pelo Estado. Ela não intervém na elaboração
e na decisão dos projetos
Exemplo:
A população se reúne, em
mutirão, para construir um
posto de saúde, operação
cata bagulho
11
Formas de participação:
REAL
Identifica-se com as reivindicações da
população que toma parte das decisões
sociais.
Exemplo:
Participação em conselhos gestores.
12
Estado e participação social
 Historicamente no Brasil, se observa uma
“naturalização” das relações sociais de dominação
entre as pessoas e o Estado, expressas pelo
clientelismo e o paternalismo. Cidadania regulada,
populismo
 Estado provedor ou garantidor da Reprodução do
capitalismo (siderurgia, portos, petróleo, etc)
 Década de 1970 governo “impermeável” às
primeiras manifestações pela participação popular
MUDANÇA NO CENÁRIO DE LUTAS
SOCIAIS
 Final dos anos 70 e anos 80
redemocratização
 os movimentos sociais ganham visibilidade
 temas: renovação urbana, mulheres, ecologia, raça
 transformação da cultura política
 Década 90 neoliberalismo - globalização
 sindicatos perdem seu poder
 desemprego -mercado informal de trabalho
 importância das ONGs
 individualismo
 mudança das motivação para as lutas
Transição política
 Pressão da sociedade civil através de movimentos
sociais diferenciados contra o regime militar
 busca de vida com mais saúde, educação moradia,
saneamento etc. e queda na QV levaram a um
caráter de oposição e reivindicação por mudanças.
As políticas sociais adquiriram o sentido de
instrumento de justiça social.
 Pacto inter-elites (Cotta e col.) coalizões
heterogêneas: burocracia, política, áreas
profissionais e intelectuais, descentralização e
instituição de práticas participativas
 Saída dos militares do poder a partir de 1985
 Abertura paulatina de canais de participação e
representação política.
 Surgimento de novos atores sociais
(movimentos populares urbanos, por terra,
moradia, novos movimentos sociais –
reconhecimento de direitos sociais e culturais
modernos). Ampliação e pluralização dos
grupos organizados
A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA
PARTICIPAÇÃO E DO CONTROLE
SOCIAL EM SAÚDE
 Movimento da Reforma Sanitária brasileira
 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986)
 Constituição Federal 1988
17
Com o SUS a saúde emerge como questão
de cidadania e a participação como
essencial para o seu exercício
Lei 8080/90 - SUS
Lei 8142/90 confere aos conselhos a
atribuição de atuar na formulação de
estratégias e no controle da execução das
políticas de saúde. Cogestão do sistema
Criação de dois novos canais de participação
nas três esferas de governo: conselhos e
conferências de saúde
Composição paritária: 50% de usuários, 25%
de entidades de trabalhadores da saúde e
25% para representantes do governo,
prestadores de serviços privados conveniados
ou sem fins lucrativos.
Importância da Participação
Social
 Torna as decisões do governo mais próximas dos anseios da
população;
 Aumenta o controle da população sobre as ações do governo,
colaborando com a fiscalização sobre o uso dos recursos públicos e as
decisões das políticas do Estado;
 Abre espaço para grupos vulneráveis, que historicamente estiveram
afastados dos processos decisórios, como negros, mulheres e
população de rua;
 Ao abrir o Estado para a participação de todas as partes interessadas
em cada setor, evita-se que somente aqueles que possuem canais
privilegiados de acesso incidam sobre os tomadores de decisão.
Política Nacional de Participação
social (revogada)
 Participação da sociedade civil no processo de formulação,
implementação, avaliação e monitoramento das políticas
públicas está presente em documentos como a Declaração
Universal dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de
1988
 Desde a 8ª Conferência o setor saúde prevê a participação
social e a PNPS veio estender aos demais setores da
administração pública esse diálogo participativo
 Estabelece instâncias permanentes (conselhos, comissões,
Conferências, ouvidoria pública)e temporárias (mesa de diálogo,
fórum interconselhos, audiência pública e consulta pública)de
participação
CONDIÇÕES PARA A
PARTICIPAÇÃO SOCIAL
 ESTADO:
Descentralização de competências e recursos
para o poder local;
Estabelecimento de mecanismos
institucionais que reconheçam direitos;
Explicitação e transparência dos canais de
participação;
Garantia do acesso à informação para toda a
população: comunicação, diálogo e
interpretação dos processos administrativos
para a sociedade civil.
22
CONDIÇÕES PARA A
PARTICIPAÇÃO SOCIAL
SOCIEDADE CIVIL:
Existência de organizações sociais;
Ocupação de espaços/cargos
políticos/administrativos por
partidos/indivíduos favoráveis à
participação social;
Acesso às informações: instrumento
de formação de cidadania.
PARTICIPAÇÃO SOCIAL EM
CONSELHOS DE SAÚDE
 Possibilidade de resgate do diálogo
intersubjetivo, da interlocução com o outro;
 Os participantes são diferentes nas suas
características, formações, informações,
conhecimentos, nível de instrução e acesso à
informação, mas iguais na possibilidade da
participação, da troca, da busca do
entendimento e das decisões baseadas no
consenso.
24
São espaços públicos propiciados pela
reestruturação do Estado, conquistados
com base no pressuposto que a
participação deve ser acolhida pelo
Estado como forma de controle social e
interferência na definição e
desempenho das políticas públicas.
Dificuldades encontradas
 Estudos demonstram que na prática os representantes do
governo ocupam a maior parte dos espaços de fala, definem
pauta e prioridades - Assimetria
 Baixa representatividade dos conselheiros
 Burocratização
 Debates superficiais
 Esvaziamento político
 Despreparo dos conselheiros
 Falta de publicização do Conselho e suas pautas
 Baixa participação da população
 Pequena relevância na formulação de políticas, etc
Na área de Segurança
Alimentar e Nutricional
 Além das dificuldades já apontadas, acresce-se a pouca
inserção de sua discussão na sociedade e a dificuldade de
articulação dos diversos setores ligados a ela (Côrte e col, 2012)
 Década de 1980 – lutas por políticas públicas de combate à
fome
 Anos 90 Movimento da ética na política deu origem à Ação
da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida – Criação
de comitês de combate à fome
 1993 Criação do CONSEA – ações emergenciais de combate à
fome. Pesquisas demonstram a queda na prevalência das
doenças carenciais e a elevação da obesidade e das DANT
 1995 esvaziamento da Ação da Cidadania,
criação do Comunidade Solidária, extinção do
CONSEA e criação do Conselho do
Comunidade Solidária – Nova estratégia de
gerenciamento dos programas sociais com os
seguintes princípios: parceria, solidariedade,
descentralização e integração /convergência
das ações (Vasconcelos, 2005)
 1999 Politica Nacional de Alimentação e
Nutrição
 2001 Programa Nacional de Renda Mínima
(Bolsa Alimentação)
Governo Lula
 2003 – Fome Zero: reinserção do discurso do pacto
social, combate à fome e à miséria, direito à
alimentação e à segurança alimentar. Reativação do
CONSEA (62 conselheiros: 13 ministros de estado, 11
observadores e 38 representantes da sociedade civil)
 Lei Orgânica da Segurança Alimentar e Nutricional
(LOSAN), inclusão da Alimentação como direito social
na Constituição Federal (EC 64/2010- Art 6º. São direitos
sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição)
LOSAN propõe a constituição do Sistema
Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional (SISAN), em que o poder
público e a sociedade civil organizada
deve formular e implementar políticas e
ações que visem garantir o Direito
Humano à Alimentação Adequada
(DHAA)
 Participação social na formulação, execução ,
acompanhamento, monitoramento e controle dessas
políticas – Constituição de conselhos de Segurança
Alimentar e Nutricional em todas as instâncias de
governo
 Côrte e col (2012) analisaram o COMUSAN (2006-2009)
componentes: maioria com curso superior (áreas
relacionadas a alimentos, meio ambiente e ciências
sociais), renda superior a 5 SM (10/17 conselheiros)
Pauta definida pela Comissão Executiva (CE) a partir
da apresentada pela presidência. Sugestões de
inclusão devem ser feitas com 10 dias de
antecedência para análise da CE que decidirá pela
inclusão ou não
SAN temática complexa, intersetorial, restrita ao meio
acadêmico
não é percebida pela maioria da população como
direito
 Côrte e col (2012)
Isolamento político da COMUSAN
Falta de mobilização social que impacte o
Conselho
Conselho Estadual de Segurança
Alimentar e Nutricional de São Paulo não
funciona regularmente
 Côrte e col (2012)
Representação governamental x
posicionamento dos órgãos
governamentais
Vículos frágeis entre conselheiros e
entidades e movimentos sociais que
representam
Militantes
Redes sociais poderiam ser importante
estratégia para a organização da SAN.
Inclusão da participação de movimentos
sociais e organizações populares não
governamentais (fórum participativo)
Percepção de atores da PSAN sobre
participação social (Muniz et alii, 2017)
 Mecanismo de diálogo e conflito
 Exercício do controle social
 Instrumento para o alcance de direito e realização dos anseios da
sociedade
 Estratégia para garantir o retorno de proposições da política à
comunidade
 Meio de garantir a construção da política de SAN
 Potencial para promover a equidade
 Colaboração na construção de políticas públicas
Participação popular hoje e no
futuro
 Organizações Sociais (OS) e Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) fazem
parte de um novo modelo de gestão pública. Toda
área social deverá adotar essa forma de atuação?
 criadas para reestruturar o aparelho de Estado em
todos os níveis na área de prestação de serviços
públicos
 Visão de Estado como responsável pelo
gerenciamento e controle das políticas públicas e não
pela execução das mesmas. Estado promotor e
regulador?
 Nova modalidade de gestão do que é público
 Se os serviços da área social, saírem da
execução direta pelo Estado, como se dará a
participação social? Políticas sociais
(políticas públicas que asseguram à
população o exercício de direito de
cidadania: educação, saúde, trabalho,
assistência social, previdência social, justiça,
agricultura, saneamento, habitação popular
e meio ambiente) têm caráter distributivo e
regulador das desigualdades sociais
 Conselhos de Gestão devem ser previstos nos
contratos de gestão? Qual sua composição? Paritária?
 Qual o papel dos Conselhos nesse cenário?
 Novas formas de participação?
 Necessidade da incorporação do cidadão/ atores/ parceiros
 Necessidade dos atores desenvolverem habilidades de negociação,
capacitação para a tomada de decisões, participação na elaboração de
projetos
 Empoderamento
“Crise da democracia
representativa”
 Universalização do sufrágio
 Ampliação das funções estatais
 Novos atores sociais na vida política
 a representação não dá conta de captar as exigências
sociais para transformá-las em política pública
 Frustração das expectativas populares
 Participação restrita ao momento das eleições levaram a
essa crise.
“Crise da democracia
representativa”
 Segundo Castells em sua obra “A Ruptura: a crise da
democracia liberal” trata da crise da democracia liberal e
da crise da legitimidade do modelo de representação da
democracia.
 Na Espanha, a crise econômica e do estado de bem estar
social, e a corrupção levaram à perda de confiança nos
políticos e nos partidos.
 Política do medo
 Eleição de Trump
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Quais os desafios para a
participação social?
 Informação
 Comunicação entre instituições e os atores sociais
 Qualificação da participação

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Participação social (Definição de conceitos).pptx

  • 2.  Valores democráticos são consenso no mundo contemporâneo.  Isto é realidade para todas as camadas da população?  A democracia representativa ou indireta tem-se mostrado suficiente para atender as múltiplas demandas da sociedade contemporânea?
  • 3. Democracia participativa Intervenção popular no planejamento, deliberação no exercício ou na fiscalização da atuação governamental ou ainda na formação da vontade de legislar do Estado, por meio de canais de participação (Dias, 2007)
  • 4. O que é participação  Participar =Tomar parte, ou ter parte em algo  Eleição de representantes  Militância em partido político  Exercício de função pública  Associações de natureza política ou social  Ação organizada de grupos de pressão  Fiscalização dos serviços públicos  Etc...
  • 5. O que é participação popular  Processo mediante o qual diversas camadas sociais toma parte na produção, gestão e uso fruto de bens e serviços de uma sociedade historicamente determinada (Ammann, 1978)  Processo relacional que pode criar a identidade coletiva de um grupo. Atores coletivos são criados no curso das atividades  É processo de conquista de poder e de liberdade que é lentamente construído e interiorizado na sociedade (Demo, 1993)
  • 6.  É processo político concreto que se produz na dinâmica da sociedade, mediante a intervenção quotidiana e consciente de cidadãos individualmente considerados ou organizados em grupos ou em associações com vistas à elaboração , à implementação ou à fiscalização do poder público (Dias,2007)  Pressupõe interação contínua entre diversos atores
  • 7. participação popular compreende as múltiplas ações que diferentes forças sociais desenvolvem para influenciar as formulação, execução, fiscalização e avaliação das políticas públicas e/ou serviços básicos na área social (saúde, educação, habitação, transporte, saneamento básico etc.)
  • 8. Participação social democrática  É processo educativo: construir argumentos, formular propostas, ouvir outros pontos de vista, reagir, debater e chegar ao consenso são atitudes que transformam todos aqueles que integram processos participativos.  A interação entre as pessoas no espaço público produz solidariedade e identidades comuns, agregando grupos sociais que passam a agir como sujeitos políticos, ...., reivindicando reconhecimento, direitos, redistribuição de renda e de poder (Ciconello, 2012)
  • 9. Formas de participação: SIMBÓLICA  Dá-se simplesmente com a inclusão, sem que o sujeito tome qualquer parte, ativa ou receptiva, na associação ou organização. Exemplo: A população é convocada a fazer parte da associação, partidos ou outras formas de organização, legitimadas pelo Estado, tais como cooperativas e sindicatos. 9
  • 10. Formas de participação: RECEPTIVA Indivíduo ou grupo social recebe um serviço do Estado. Exemplo: Ir ao posto de saúde receber um atendimento profissional. 10
  • 11. Formas de participação: ATIVA A população toma parte de uma ação ou conjunto de atividades decididas e propostas pelo Estado. Ela não intervém na elaboração e na decisão dos projetos Exemplo: A população se reúne, em mutirão, para construir um posto de saúde, operação cata bagulho 11
  • 12. Formas de participação: REAL Identifica-se com as reivindicações da população que toma parte das decisões sociais. Exemplo: Participação em conselhos gestores. 12
  • 13. Estado e participação social  Historicamente no Brasil, se observa uma “naturalização” das relações sociais de dominação entre as pessoas e o Estado, expressas pelo clientelismo e o paternalismo. Cidadania regulada, populismo  Estado provedor ou garantidor da Reprodução do capitalismo (siderurgia, portos, petróleo, etc)  Década de 1970 governo “impermeável” às primeiras manifestações pela participação popular
  • 14. MUDANÇA NO CENÁRIO DE LUTAS SOCIAIS  Final dos anos 70 e anos 80 redemocratização  os movimentos sociais ganham visibilidade  temas: renovação urbana, mulheres, ecologia, raça  transformação da cultura política  Década 90 neoliberalismo - globalização  sindicatos perdem seu poder  desemprego -mercado informal de trabalho  importância das ONGs  individualismo  mudança das motivação para as lutas
  • 15. Transição política  Pressão da sociedade civil através de movimentos sociais diferenciados contra o regime militar  busca de vida com mais saúde, educação moradia, saneamento etc. e queda na QV levaram a um caráter de oposição e reivindicação por mudanças. As políticas sociais adquiriram o sentido de instrumento de justiça social.  Pacto inter-elites (Cotta e col.) coalizões heterogêneas: burocracia, política, áreas profissionais e intelectuais, descentralização e instituição de práticas participativas
  • 16.  Saída dos militares do poder a partir de 1985  Abertura paulatina de canais de participação e representação política.  Surgimento de novos atores sociais (movimentos populares urbanos, por terra, moradia, novos movimentos sociais – reconhecimento de direitos sociais e culturais modernos). Ampliação e pluralização dos grupos organizados
  • 17. A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO E DO CONTROLE SOCIAL EM SAÚDE  Movimento da Reforma Sanitária brasileira  8ª Conferência Nacional de Saúde (1986)  Constituição Federal 1988 17
  • 18. Com o SUS a saúde emerge como questão de cidadania e a participação como essencial para o seu exercício Lei 8080/90 - SUS Lei 8142/90 confere aos conselhos a atribuição de atuar na formulação de estratégias e no controle da execução das políticas de saúde. Cogestão do sistema
  • 19. Criação de dois novos canais de participação nas três esferas de governo: conselhos e conferências de saúde Composição paritária: 50% de usuários, 25% de entidades de trabalhadores da saúde e 25% para representantes do governo, prestadores de serviços privados conveniados ou sem fins lucrativos.
  • 20. Importância da Participação Social  Torna as decisões do governo mais próximas dos anseios da população;  Aumenta o controle da população sobre as ações do governo, colaborando com a fiscalização sobre o uso dos recursos públicos e as decisões das políticas do Estado;  Abre espaço para grupos vulneráveis, que historicamente estiveram afastados dos processos decisórios, como negros, mulheres e população de rua;  Ao abrir o Estado para a participação de todas as partes interessadas em cada setor, evita-se que somente aqueles que possuem canais privilegiados de acesso incidam sobre os tomadores de decisão.
  • 21. Política Nacional de Participação social (revogada)  Participação da sociedade civil no processo de formulação, implementação, avaliação e monitoramento das políticas públicas está presente em documentos como a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988  Desde a 8ª Conferência o setor saúde prevê a participação social e a PNPS veio estender aos demais setores da administração pública esse diálogo participativo  Estabelece instâncias permanentes (conselhos, comissões, Conferências, ouvidoria pública)e temporárias (mesa de diálogo, fórum interconselhos, audiência pública e consulta pública)de participação
  • 22. CONDIÇÕES PARA A PARTICIPAÇÃO SOCIAL  ESTADO: Descentralização de competências e recursos para o poder local; Estabelecimento de mecanismos institucionais que reconheçam direitos; Explicitação e transparência dos canais de participação; Garantia do acesso à informação para toda a população: comunicação, diálogo e interpretação dos processos administrativos para a sociedade civil. 22
  • 23. CONDIÇÕES PARA A PARTICIPAÇÃO SOCIAL SOCIEDADE CIVIL: Existência de organizações sociais; Ocupação de espaços/cargos políticos/administrativos por partidos/indivíduos favoráveis à participação social; Acesso às informações: instrumento de formação de cidadania.
  • 24. PARTICIPAÇÃO SOCIAL EM CONSELHOS DE SAÚDE  Possibilidade de resgate do diálogo intersubjetivo, da interlocução com o outro;  Os participantes são diferentes nas suas características, formações, informações, conhecimentos, nível de instrução e acesso à informação, mas iguais na possibilidade da participação, da troca, da busca do entendimento e das decisões baseadas no consenso. 24
  • 25. São espaços públicos propiciados pela reestruturação do Estado, conquistados com base no pressuposto que a participação deve ser acolhida pelo Estado como forma de controle social e interferência na definição e desempenho das políticas públicas.
  • 26. Dificuldades encontradas  Estudos demonstram que na prática os representantes do governo ocupam a maior parte dos espaços de fala, definem pauta e prioridades - Assimetria  Baixa representatividade dos conselheiros  Burocratização  Debates superficiais  Esvaziamento político  Despreparo dos conselheiros  Falta de publicização do Conselho e suas pautas  Baixa participação da população  Pequena relevância na formulação de políticas, etc
  • 27. Na área de Segurança Alimentar e Nutricional  Além das dificuldades já apontadas, acresce-se a pouca inserção de sua discussão na sociedade e a dificuldade de articulação dos diversos setores ligados a ela (Côrte e col, 2012)  Década de 1980 – lutas por políticas públicas de combate à fome  Anos 90 Movimento da ética na política deu origem à Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida – Criação de comitês de combate à fome  1993 Criação do CONSEA – ações emergenciais de combate à fome. Pesquisas demonstram a queda na prevalência das doenças carenciais e a elevação da obesidade e das DANT
  • 28.  1995 esvaziamento da Ação da Cidadania, criação do Comunidade Solidária, extinção do CONSEA e criação do Conselho do Comunidade Solidária – Nova estratégia de gerenciamento dos programas sociais com os seguintes princípios: parceria, solidariedade, descentralização e integração /convergência das ações (Vasconcelos, 2005)  1999 Politica Nacional de Alimentação e Nutrição  2001 Programa Nacional de Renda Mínima (Bolsa Alimentação)
  • 29. Governo Lula  2003 – Fome Zero: reinserção do discurso do pacto social, combate à fome e à miséria, direito à alimentação e à segurança alimentar. Reativação do CONSEA (62 conselheiros: 13 ministros de estado, 11 observadores e 38 representantes da sociedade civil)  Lei Orgânica da Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN), inclusão da Alimentação como direito social na Constituição Federal (EC 64/2010- Art 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição)
  • 30. LOSAN propõe a constituição do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), em que o poder público e a sociedade civil organizada deve formular e implementar políticas e ações que visem garantir o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA)  Participação social na formulação, execução , acompanhamento, monitoramento e controle dessas políticas – Constituição de conselhos de Segurança Alimentar e Nutricional em todas as instâncias de governo
  • 31.  Côrte e col (2012) analisaram o COMUSAN (2006-2009) componentes: maioria com curso superior (áreas relacionadas a alimentos, meio ambiente e ciências sociais), renda superior a 5 SM (10/17 conselheiros) Pauta definida pela Comissão Executiva (CE) a partir da apresentada pela presidência. Sugestões de inclusão devem ser feitas com 10 dias de antecedência para análise da CE que decidirá pela inclusão ou não SAN temática complexa, intersetorial, restrita ao meio acadêmico não é percebida pela maioria da população como direito
  • 32.  Côrte e col (2012) Isolamento político da COMUSAN Falta de mobilização social que impacte o Conselho Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de São Paulo não funciona regularmente
  • 33.  Côrte e col (2012) Representação governamental x posicionamento dos órgãos governamentais Vículos frágeis entre conselheiros e entidades e movimentos sociais que representam Militantes Redes sociais poderiam ser importante estratégia para a organização da SAN. Inclusão da participação de movimentos sociais e organizações populares não governamentais (fórum participativo)
  • 34. Percepção de atores da PSAN sobre participação social (Muniz et alii, 2017)  Mecanismo de diálogo e conflito  Exercício do controle social  Instrumento para o alcance de direito e realização dos anseios da sociedade  Estratégia para garantir o retorno de proposições da política à comunidade  Meio de garantir a construção da política de SAN  Potencial para promover a equidade  Colaboração na construção de políticas públicas
  • 35. Participação popular hoje e no futuro  Organizações Sociais (OS) e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) fazem parte de um novo modelo de gestão pública. Toda área social deverá adotar essa forma de atuação?  criadas para reestruturar o aparelho de Estado em todos os níveis na área de prestação de serviços públicos  Visão de Estado como responsável pelo gerenciamento e controle das políticas públicas e não pela execução das mesmas. Estado promotor e regulador?  Nova modalidade de gestão do que é público
  • 36.  Se os serviços da área social, saírem da execução direta pelo Estado, como se dará a participação social? Políticas sociais (políticas públicas que asseguram à população o exercício de direito de cidadania: educação, saúde, trabalho, assistência social, previdência social, justiça, agricultura, saneamento, habitação popular e meio ambiente) têm caráter distributivo e regulador das desigualdades sociais
  • 37.  Conselhos de Gestão devem ser previstos nos contratos de gestão? Qual sua composição? Paritária?  Qual o papel dos Conselhos nesse cenário?  Novas formas de participação?  Necessidade da incorporação do cidadão/ atores/ parceiros  Necessidade dos atores desenvolverem habilidades de negociação, capacitação para a tomada de decisões, participação na elaboração de projetos  Empoderamento
  • 38. “Crise da democracia representativa”  Universalização do sufrágio  Ampliação das funções estatais  Novos atores sociais na vida política  a representação não dá conta de captar as exigências sociais para transformá-las em política pública  Frustração das expectativas populares  Participação restrita ao momento das eleições levaram a essa crise.
  • 39. “Crise da democracia representativa”  Segundo Castells em sua obra “A Ruptura: a crise da democracia liberal” trata da crise da democracia liberal e da crise da legitimidade do modelo de representação da democracia.  Na Espanha, a crise econômica e do estado de bem estar social, e a corrupção levaram à perda de confiança nos políticos e nos partidos.  Política do medo  Eleição de Trump  Brexit  Eleição de Bolsonaro
  • 40. Quais os desafios para a participação social?  Informação  Comunicação entre instituições e os atores sociais  Qualificação da participação

Notas do Editor

  1. 1