Este resumo descreve um trabalho sobre o pan-africanismo, um movimento que buscava a libertação do colonialismo na África e a integração dos povos africanos. O trabalho analisa documentos de conferências pan-africanistas e da Organização da Unidade Africana. O pan-africanismo evoluiu de um movimento reformista para um nacionalista, visando a independência dos países africanos e a união do continente. A OUA ajudou a libertar as colônias e promover os direitos humanos na África.
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
Panafricabismo e libertacao
1. INSTITUTO SUMARÉ DE ENSINO SUPERIOR – ISES
CURSO HISTÓRIA
Resenha:
“Pan-africanismo e libertação”
MARLUCE OLIVEIRA – RA 1311087
Trabalho apresentado à disciplina de
História da África, do curso de História, do
Instituto Superior de Ensino Sumaré - ISES,
como parte da avaliação, sob orientação da
professora Helena Wakim Moreno.
São Paulo
2015
2. Este trabalho é uma resenha de reflexão, análise e conclusão sobre o pan-africanismo.
Um movimento existente no continente africano, que inicialmente queiram uma
reforma e libertação do colonialismo e racismo existente, devido a anos de colonização por
países europeus que exploravam os africanos e impunham suas ideologias forçadamente a
população.
Os autores se utilizam de analises de documentos escritos, como documentos oficiais,
estatutos, conferencias, organizações governamentais nacionais e estrangeiras. Também foram
fontes de analise, experiências profissionais e atividades politicas em que o próprio Kodjo
estava envolvido como Secretário Geral da OUA.
Segundo os autores Kodjo e Chanaiwa, o pan-africanismo foi um movimento de
integração entre 1950 e 1960; onde o objetivo era unir os povos africanos e se intensificou
com a Independência. Esse movimento começou a surgir no século XVIII e XIX a favor da
libertação dos negros e contra o domínio pelos brancos.
O texto apresenta muitas definições de vários partidos e movimentos existentes na
unidade africana, falaremos de alguns apenas.
O primeiro Congresso de Manchester1
foi muito importante como propulsor das ideias
de libertação e integração do povo africano.
As principais ideias desses autores expressam a ideologia das massas, inicialmente
como ideologia reformista e depois passa a ser uma ideologia nacionalista que visava à
libertação do continente africano, unindo o povo num sentimento de unidade e solidariedade.
Foram analisados os acontecimentos na primeira Conferencia dos Estados Africanos
Independentes em abril de 1958 vários países como Egito, a Etiópia, Gana, Libéria, Marrocos,
o Sudão e a Tunísia.
Outro documento oficial das diversas conferencia realizado na África, como a segunda
realizada em Monrovia em 1959 e a terceira em Adis-Abeba em 1960.
1
Congresso de Manchester, outubro de 1945, as declarações solicitadas para as potencias incluíam: emancipação
e a total independência dos africanos submetidos à dominação das potencias europeias, revogação das leis raciais
discriminatórias; A liberdade de expressão, abolição de trabalhos forçados e igualdade de salários, direito ao
voto e elegibilidade, assistência médica e seguridade social.
3. As Conferencias dos Povos, sendo a primeira em Accra, 1958, a segunda em Túnis no
ano 1960 e a terceira conferencia ocorreu no Cairo, em 1961.
As Conferencias dos Povos buscavam solução para o antirracismo e o
anticolonialíssimo, o anti‑imperialismo.
Havia várias organizações africanas que lutavam pela libertação: Pan ‑ African
Freedom Movement for Eastern, Central and Southern África, PAFMECSA, e a Reunião
Democrática Africana (RDA), OUA Organização da Unidade Africana.
Os autores Kodjo e Chanaiwa também abordaram detalhes de cooperação afro-árabe, e
o chamado pan-arabismo2
, na África do Norte indo para o leste enquanto que o pan-
africanismo compreendia o sul do Saara e iam para o oeste.
Foi depois do final da segunda Guerra Mundial que o pan-arabismo e pan-africanismo
começam a se aproximar, através de sudaneses que se sentiam em posição ambivalente ora
árabe ora africano.
Já em 1952 com a revolução egípcia, Muhammad Naguib com descendência de negros
e que Anwar al‑Sadat, futuro dirigente do Egito por dez anos, também com sangue negro de
sua mãe, mudaram as direções de orientação egípcia que segundo Gamal Abd al‑Nasser,
sucessor de Naguib, tinha o Egito envolto em três círculos o árabe, muçulmano e africano.
A partir de 1960 com a criação de muitos estados africanos o movimento ficou mais
complicado, mas foi um agente facilitador no desenvolvimento.
Esses movimentos representavam atração pela cultura europeia, mas ao mesmo tempo
a repudiavam.
A OUA no ano de 1963 reúne mais de trinta países para criar uma carta de unificação
africana, com ideais de justiça e liberdade, igualdade e desejo comum de ajuda mutua.
A OUA cuidava de questões conflitantes dos africanos com europeus e também mais
adiante em suas relações com o Oriente Médio, em especial com a Palestina, prestando
solidariedade ao Egito ocupado em 1967.
Durante a Conferencia em Adis-Abeba também foi definido um boicote, foram
rompidas relações diplomáticas entre Portugal e África do Sul, proibindo importações dos
produtos, fechamento de portos, aeroportos e sua frota marítima interditada.
Foi criado um fundo especial com as contribuições dos membros da OUA para manter
financeiramente o movimento de libertação nacional.
2
Pan-arabismo: “O pan‑arabismo referia‑se aos antigos impérios dos omiadas e dos abássidas, relembrando que
os árabes haviam civilizado a Europa na Idade Media.”p.917.
4. O treinamento militar, estudos e formação profissional dos soldados eram financiados
com este fundo.
Em 1978, Edem Kodjo é colocado o posto de Secretário-geral da OUA.
Concluindo os objetivos do pan-africanismo, como um movimento ideológico e
filosófico com proposta de unificação de todos os povos da África, a fim de unir forças e
riquezas para engrandecer a sua voz em proporções transcontinentais.
A OUA é um fator decisivo para a conquista da libertação das colônias3
.
Foi o movimento popular entre os países africanos em busca das independências de
suas respectivas colônias e que originaram a OUA, Organização da Unidade Africana.
A Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos4
foi criada com 67 artigos em
três seções como apoio na luta contra a apartheid e contribuição para o progresso.
O movimento também tinha a proposta de reunir valores étnicos que foram perdidos
pelos africanos durante o período em que foram escravizados e traficados para outros países,
tendo assim que deixar seus costumes. Com o pan-africanismo é feito um chamado para o
resgate dos valores perdidos.
Com o reagrupamento das etnias que foram divididas seria valorizado os cultos
nativos e poderia se ampliar o uso dos dialetos que foram proibidos e haveria um
reconhecimento desses valores não só pelos africanos, mas também seriam respeitados
mundialmente por assumirem sua africanitude.
3
A ajuda planejada, oferecida pela OUA aos movimentos de libertação nacional dos povos colonizados da
África, constituiu‑se em uma das suas mais regulares e eficazes contribuições em beneficio da causa pan‑
africanista. No transcorrer da conferencia constituinte de Addis ‑ Abeba, em maio de 1963, os Estados
independentes adotaram uma vigorosa resolução relativa à descolonização, segundo a qual eles reconheciam
unanimemente que “todos os Estados africanos independentes tem o dever de ajudar os povos dependentes da
África que lutam pela liberdade e pela independência”. p.905
4
“Uma carta verdadeiramente africana devera refletir aquelas dentre as nossas tradições que realmente merecem
ser preservadas, assim como os nossos valores e as legitimas aspirações dos nossos povos, com o intuito de
coroar a campanha internacional mundialmente conduzida para aumentar o respeito aos direitos do homem. O
individuo, tal qual o concebemos, não vive em um espaço vazio e não goza de liberdade ilimitada. Ele vive em
uma sociedade, em relação continua com os outros indivíduos. Portanto ele tem não somente direitos, mas,
igualmente, obrigações, em respeito a sua família e a coletividade. Seria, todavia temerário estender as
obrigações dos indivíduos a ponto de negar o individuo, em prol do interesse do grupo”. A Carta Africana dos
Direitos do Homem e dos Povos compreende um longo preambulo e 67 artigos, repartidos em três seções. A
primeira seção aborda os direitos e os deveres dos indivíduos e dos povos; a segunda expõe medidas destinadas a
defenderem estes direitos; a terceira contem disposições relativas a temas diversos. Os Estados africanos haviam
manifestadamente adotado esta carta, tão-somente em contribuição ao progresso e para a afirmação do “dever de
ser livre” na África, assim como para disporem de uma arma suplementar contra o horrível monstro representado
pelo apartheid e pelo colonialismo. p.915-916
5. O movimento atingia os africanos que viviam na África como também aqueles com
descendência africana que por algum motivo não estejam vivendo na África, como no caso
dos descendentes de escravos transportados para outros países.
A Carta da Unidade Africana também tinha o intuito de discutir a ética politica no
continente, como igualdade de direitos dos estados membros, soberania e integridade
territorial e direita inalienáveis de existência independente. Defendia que as divergências
dessas montas fossem negociadas e arbitradas e se merecedores de punições assim o fossem
eticamente.
O colonialismo deixou heranças da divisão de fronteiras que dividiram reinos e
transportaram povos para regiões geográficas que não correspondiam ao seu estado nativo.
Estados com diversidade de costumes dificultava a união, área com muitos recursos,
outras sem nenhum, países sem acesso ao mar e outras em largas extensões costeiras. A
Abolição de estruturas politicas originais, o mercado de trabalho, difusão do cristianismo e
islamismo, distancia entre o bem publico e a diáspora, causaram desestabilização nos
africanos que sem referencias eram obrigados a se adaptar nas novas áreas.
O colonialismo causou grandes estragos no continente africano, mas é através do
movimento africanismo que o resgate de autoestima e valores étnicos pode ser alcançado.
Bibliografia:
KODJO, Edem e CHANAIWA, David. “Pan-africanismo e libertação”. In História geral da África, volume VIII. A
África desde 1935, editado por Ali A. Mazrui e Christophe Wondji. Brasília: UNESCO, 2010, p.895-924.