O documento discute a história indígena em Mato Grosso do Sul, abordando o surgimento e importância da história indígena, seu desenvolvimento no Brasil e em outros países americanos, além de conceitos como etno-história. Também apresenta sugestões para a elaboração de projetos de pesquisa na área e sugestões de leitura para uma iniciação em história indígena.
Este documento analisa como os indígenas são representados na historiografia sul-rio-grandense através das obras de dois autores principais: Carlos Teschauer e Moysés Velhinho. Ambos seguem uma visão etnocêntrica e evolucionista que vê os indígenas como inferiores e selvagens a serem civilizados. Isso resulta na quase completa omissão do papel dos indígenas como os primeiros povoadores da região.
Ensino de história e diversidade étnica culturalmontorri
1) O documento discute os desafios de ensinar história indígena nas escolas brasileiras considerando a grande diversidade étnica e cultural do país.
2) Ele relata a experiência do autor ensinando história em escolas indígenas no Pantanal de Mato Grosso do Sul, onde enfrentou desafios em narrar histórias de forma a respeitar as diferentes perspectivas culturais.
3) O autor defende que é possível um diálogo entre culturas diferentes que enriqueça tanto indígenas quanto não-indígenas.
Aspectos socio-históricos dos povos !kung (khoisan) de AngolaREVISTANJINGAESEPE
Pedro, L. T. ., & Mussili, P. L. . (2021). Omau kwa tya nghalondjokonona yovakwanghala vomo Angola – ova !kung (!xung) novakedi vo mokunene: Aspectos socio-históricos dos povos !kung (khoisan) de Angola. NJINGA E SEPÉ: Revista Internacional De Culturas, Línguas Africanas E Brasileiras, 1(Especial), 164–188. Recuperado de https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/857
Negritude, nação e retratos da mãe África em poemas de Noémia de Sousa e Agos...REVISTANJINGAESEPE
Lopes da Silva, C. B. ., Muniz Bandeira, J. M. ., & Castro, . J. G. de O. . (2021). Negritude, nação e retratos da mãe áfrica em poemas de Noémia de Sousa e Agostinho Neto: Negritud, Nación y retratos de la Madre África en poemas de Noemia de Sousa y Agostinho Neto. NJINGA E SEPÉ: Revista Internacional De Culturas, Línguas Africanas E Brasileiras, 1(Especial), 115–132. Recuperado de https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/832
1) O documento analisa registros históricos sobre mulheres surdas, dividindo-se em três partes: produções publicadas sobre a história dos surdos, registros de histórias de mulheres surdas no Brasil e biografias de mulheres surdas reconhecidas.
2) A pesquisa teve como objetivo inspirar o reconhecimento da presença e importância das mulheres surdas, destacando suas histórias e lutas por direitos iguais.
3) A autora busca registrar a presença feminina na história dos sur
Este documento discute as representações indígenas nos livros didáticos brasileiros. Argumenta que esses livros geralmente retratam os indígenas de forma estereotipada e preconceituosa, omitindo suas culturas e perspectivas. Também critica o papel da escola em disseminar tais visões deturpadas ao invés de educar sobre a diversidade cultural do Brasil.
O documento discute a contribuição dos povos africanos para o conhecimento científico e tecnológico. Apresenta como o eurocentrismo distorceu a história, negando o legado dos povos africanos. Destaca importantes conquistas científicas e tecnológicas desses povos, como os avanços na medicina feitos pelos egípcios antigos.
Este documento analisa como os indígenas são representados na historiografia sul-rio-grandense através das obras de dois autores principais: Carlos Teschauer e Moysés Velhinho. Ambos seguem uma visão etnocêntrica e evolucionista que vê os indígenas como inferiores e selvagens a serem civilizados. Isso resulta na quase completa omissão do papel dos indígenas como os primeiros povoadores da região.
Ensino de história e diversidade étnica culturalmontorri
1) O documento discute os desafios de ensinar história indígena nas escolas brasileiras considerando a grande diversidade étnica e cultural do país.
2) Ele relata a experiência do autor ensinando história em escolas indígenas no Pantanal de Mato Grosso do Sul, onde enfrentou desafios em narrar histórias de forma a respeitar as diferentes perspectivas culturais.
3) O autor defende que é possível um diálogo entre culturas diferentes que enriqueça tanto indígenas quanto não-indígenas.
Aspectos socio-históricos dos povos !kung (khoisan) de AngolaREVISTANJINGAESEPE
Pedro, L. T. ., & Mussili, P. L. . (2021). Omau kwa tya nghalondjokonona yovakwanghala vomo Angola – ova !kung (!xung) novakedi vo mokunene: Aspectos socio-históricos dos povos !kung (khoisan) de Angola. NJINGA E SEPÉ: Revista Internacional De Culturas, Línguas Africanas E Brasileiras, 1(Especial), 164–188. Recuperado de https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/857
Negritude, nação e retratos da mãe África em poemas de Noémia de Sousa e Agos...REVISTANJINGAESEPE
Lopes da Silva, C. B. ., Muniz Bandeira, J. M. ., & Castro, . J. G. de O. . (2021). Negritude, nação e retratos da mãe áfrica em poemas de Noémia de Sousa e Agostinho Neto: Negritud, Nación y retratos de la Madre África en poemas de Noemia de Sousa y Agostinho Neto. NJINGA E SEPÉ: Revista Internacional De Culturas, Línguas Africanas E Brasileiras, 1(Especial), 115–132. Recuperado de https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/832
1) O documento analisa registros históricos sobre mulheres surdas, dividindo-se em três partes: produções publicadas sobre a história dos surdos, registros de histórias de mulheres surdas no Brasil e biografias de mulheres surdas reconhecidas.
2) A pesquisa teve como objetivo inspirar o reconhecimento da presença e importância das mulheres surdas, destacando suas histórias e lutas por direitos iguais.
3) A autora busca registrar a presença feminina na história dos sur
Este documento discute as representações indígenas nos livros didáticos brasileiros. Argumenta que esses livros geralmente retratam os indígenas de forma estereotipada e preconceituosa, omitindo suas culturas e perspectivas. Também critica o papel da escola em disseminar tais visões deturpadas ao invés de educar sobre a diversidade cultural do Brasil.
O documento discute a contribuição dos povos africanos para o conhecimento científico e tecnológico. Apresenta como o eurocentrismo distorceu a história, negando o legado dos povos africanos. Destaca importantes conquistas científicas e tecnológicas desses povos, como os avanços na medicina feitos pelos egípcios antigos.
Este documento fornece um resumo da história dos povos indígenas no Brasil colonial e imperial, dividido em três seções. A primeira seção traça um mapa dos diversos povos indígenas e seus costumes nos primeiros séculos da colonização. A segunda seção discute o uso da religião católica pelos colonizadores para "civilizar" os indígenas. A terceira seção aborda as guerras e revoltas lideradas pelos indígenas, sozinhos ou com outras forças, para defender seus interesses ou de ter
Here is a 3 sentence summary of the document:
[SUMMARY] This document outlines the discussions that took place at a colloquium on cultural heritage organized by the Brazilian Association of Anthropology. It brings together various articles exploring issues like intangible cultural heritage, the role of anthropologists in museums, and how migration and globalization impact traditions and identities. The colloquium aimed to advance anthropological perspectives on cultural heritage in Brazil.
O documento discute as dificuldades encontradas no ensino da história africana no Brasil e estratégias para superá-las. As 3 principais são: 1) desconstruir estereótipos racistas sobre a África, como a ideia de que é apenas selva; 2) mostrar a diversidade da África, como cidades e diferentes culturas; 3) explicar que a África teve civilizações avançadas e escrita, não sendo inferior à Europa.
O plano de aula tem como objetivo ensinar aos alunos sobre a escravidão no Brasil desde a colonização até os dias atuais. Ele abordará a escravidão na África pré-colonial, o comércio transatlântico de escravos e as condições de vida dos escravos no Brasil. Também discutirá formas contemporâneas de trabalho escravo e preconceito. As atividades incluem leituras, análise de imagens e debates sobre esses temas.
1) A colonização da Amazônia impôs um processo de colonialidade do conhecimento que subordinou os saberes indígenas e causou um epistemicídio.
2) Recentes iniciativas indígenas promoveram a desconstrução desta perspectiva colonial e questionaram a colonialidade em suas diferentes dimensões.
3) É necessária a construção de redes entre povos indígenas e antropólogos para superar a colonialidade do pensamento e produzir conhecimentos a partir de uma perspectiva pluricultural.
Apresentação da Opará Revista vol. 2, publicação semestral em várias áreas do conhecimento , do Centro de Pesquisas em Etnicidades, Movimentos Sociais e Educação – Opará, situado no campus VIII – Paulo Afonso da Universidade do Estado da Bahia – UNEB.
O documento discute como a escola indígena Cacique Vanhkrê pode contribuir para a revitalização da cultura e identidade do povo indígena Caingangue. A pesquisa mostra que a escola tem um projeto pedagógico focado nisso, mas nem todos os professores estão preparados. Ainda assim, é possível desenvolver um trabalho histórico-cultural crítico que atenda às necessidades da comunidade, mas requer esforço coletivo.
Tradicoes traducoes na_cultura_popular para ssa 2Fabio Salvari
O documento discute a diversidade cultural em Pernambuco e as dificuldades em documentá-la. A autora coordenou um projeto de mapeamento da documentação sobre cultura imaterial no estado, que revelou poucos registros apesar da grande diversidade de manifestações. Isso levanta questões sobre as políticas públicas de preservação do patrimônio imaterial e sobre como registrar tradições dependentes da oralidade no contexto atual.
Inclusao da historia cultura afro-brasileira e indigena nos currículosWilson
O documento discute a importância da inclusão da história e cultura afro-brasileira e indígena nos currículos escolares brasileiros através das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008. A inclusão visa valorizar a identidade e cultura desses grupos, reparando danos históricos, e ampliar o foco dos currículos para a diversidade cultural do Brasil. O texto analisa os desafios e importância dessa inclusão para a formação de cidadãos e uma sociedade multicultural.
Ensino de história e diversidade cultural ricardo oriáEduardo Dantas
O documento discute a importância de se ensinar a história e a diversidade cultural brasileira de forma mais inclusiva, reconhecendo as contribuições indígenas e africanas. A lei 10.639/2003 tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira, mas é necessário fazer mais para superar o eurocentrismo e valorizar todas as etnias que formaram a cultura brasileira.
O documento discute os conceitos de cultura, identidade e desenvolvimento sustentável. Apresenta definições de cultura de antropólogos como Mauss, Tylor e Geertz. Também aborda o eurocentrismo e como ele influenciou a visão sobre os povos indígenas e a valorização do patrimônio cultural. Por fim, discute a importância da memória, do território e da participação comunitária para um desenvolvimento sustentável que proteja a herança cultural.
OT Múltiplas histórias na sala de aula: história africana, afro-brasileira e ...Claudia Elisabete Silva
Material apresentado na orientação técnica para professores de História dos Anos Finais do Ensino Fundamental, conduzida pela PCNP Cláudia, no Núcleo Pedagógico da DE Leste 4, em 9 de outubro de 2013.
1. O documento lista resumos de livros e artigos sobre diversos temas como África, Antropologia, Demografia, Família, Gênero e Sexualidade, Historiografia Paraense, Migração, Teoria e Metodologia.
2. Os resumos estão organizados em seções temáticas para fornecer uma visão geral dos principais assuntos e ideias abordadas em cada área.
3. O documento serve como um guia para pesquisadores interessados nos principais trabalhos acadêmicos sobre estas áreas do conhecimento
HISTÓRIA E MEMÓRIA: UM RESGATE DA CULTURA INDÍGENA DO LITORAL PERNAMBUCANO NO...guest243097
O documento descreve a cultura indígena Tupi que habitava o litoral pernambucano no período colonial, mencionando sua língua, localização e traços culturais. O texto é dividido em três capítulos que abordam a língua Tupi, o contato com os colonizadores europeus e as formas de inserção e aculturação dos indígenas na nova sociedade colonial.
O documento discute as influências culturais africanas na cultura brasileira, incluindo a culinária, música, dança, religião e língua. Ele destaca como elementos culturais africanos, como o samba, o candomblé e palavras da língua, se tornaram parte integrante da identidade brasileira.
Fichamento (4) memória e patrimônio texto pierre noraRita Gonçalves
O documento discute a diferença entre memória e história, e como a memória foi "tomada como história". A memória verdadeira e espontânea deu lugar a uma memória arquivística, materializada em registros, imagens e bancos de dados. Os "lugares de memória" como museus e arquivos passaram a substituir a memória coletiva. Eles podem ser materiais, simbólicos ou funcionais, e carregam significados que dependem de como a imaginação os investe.
HISTÓRIA, POVOS INDÍGENAS E EDUCAÇÃO: (RE) CONHECENDO E DISCUTINDO A DIVERSID...Fábio Fernandes
1) O documento discute a representação estereotipada dos povos indígenas no Brasil e a necessidade de uma nova abordagem reconhecendo a diversidade cultural.
2) Existem atualmente 225 povos indígenas no Brasil, falando 180 línguas diferentes, com população de 734.000 indivíduos.
3) Ao longo da história, os povos indígenas desenvolveram estratégias de resistência à violência e imposição cultural, mantendo suas identidades apesar de serem tidos como "extintos"
Os Fulni-ô: uma cultura de resistênciaאמורים אדליה
Fulni-ô é uma das muitas etnias que habitavam o território que hoje conhecemos como Brasil. É a única etnia que preservou o idioma em prática, no Nordeste brasileiro (com exceção o Maranhão). Possuem uma cultura marcada pela música e pela dança e fazem da sua cultura mais do que uma expressão, mas um ato de resistência em meio aos séculos de repressão e tentativas de extermínios.
Este boletim informativo resume eventos acadêmicos e seminários sobre história que ocorrerão nos próximos meses, incluindo detalhes sobre o 2o Seminário de História e Memória do Centro-Oeste Mineiro.
A Opará Revista é uma publicação semestral em várias áreas do conhecimento do Centro de Pesquisas em Etnicidades, Movimentos Sociais e Educação – OPARÁ, situado no campus VIII – Paulo Afonso da Universidade do Estado da Bahia – UNEB.
Este documento analisa como os indígenas são representados na historiografia sul-rio-grandense através das lentes das matrizes históricas lusa e platina. A representação dos indígenas reflete mais as estruturas mentais eurocêntricas dos autores do que a realidade dos povos indígenas. Há uma tendência a ver os indígenas como inferiores e relegá-los, devido a um viés etnocêntrico nas análises históricas.
Este documento fornece um resumo da história dos povos indígenas no Brasil colonial e imperial, dividido em três seções. A primeira seção traça um mapa dos diversos povos indígenas e seus costumes nos primeiros séculos da colonização. A segunda seção discute o uso da religião católica pelos colonizadores para "civilizar" os indígenas. A terceira seção aborda as guerras e revoltas lideradas pelos indígenas, sozinhos ou com outras forças, para defender seus interesses ou de ter
Here is a 3 sentence summary of the document:
[SUMMARY] This document outlines the discussions that took place at a colloquium on cultural heritage organized by the Brazilian Association of Anthropology. It brings together various articles exploring issues like intangible cultural heritage, the role of anthropologists in museums, and how migration and globalization impact traditions and identities. The colloquium aimed to advance anthropological perspectives on cultural heritage in Brazil.
O documento discute as dificuldades encontradas no ensino da história africana no Brasil e estratégias para superá-las. As 3 principais são: 1) desconstruir estereótipos racistas sobre a África, como a ideia de que é apenas selva; 2) mostrar a diversidade da África, como cidades e diferentes culturas; 3) explicar que a África teve civilizações avançadas e escrita, não sendo inferior à Europa.
O plano de aula tem como objetivo ensinar aos alunos sobre a escravidão no Brasil desde a colonização até os dias atuais. Ele abordará a escravidão na África pré-colonial, o comércio transatlântico de escravos e as condições de vida dos escravos no Brasil. Também discutirá formas contemporâneas de trabalho escravo e preconceito. As atividades incluem leituras, análise de imagens e debates sobre esses temas.
1) A colonização da Amazônia impôs um processo de colonialidade do conhecimento que subordinou os saberes indígenas e causou um epistemicídio.
2) Recentes iniciativas indígenas promoveram a desconstrução desta perspectiva colonial e questionaram a colonialidade em suas diferentes dimensões.
3) É necessária a construção de redes entre povos indígenas e antropólogos para superar a colonialidade do pensamento e produzir conhecimentos a partir de uma perspectiva pluricultural.
Apresentação da Opará Revista vol. 2, publicação semestral em várias áreas do conhecimento , do Centro de Pesquisas em Etnicidades, Movimentos Sociais e Educação – Opará, situado no campus VIII – Paulo Afonso da Universidade do Estado da Bahia – UNEB.
O documento discute como a escola indígena Cacique Vanhkrê pode contribuir para a revitalização da cultura e identidade do povo indígena Caingangue. A pesquisa mostra que a escola tem um projeto pedagógico focado nisso, mas nem todos os professores estão preparados. Ainda assim, é possível desenvolver um trabalho histórico-cultural crítico que atenda às necessidades da comunidade, mas requer esforço coletivo.
Tradicoes traducoes na_cultura_popular para ssa 2Fabio Salvari
O documento discute a diversidade cultural em Pernambuco e as dificuldades em documentá-la. A autora coordenou um projeto de mapeamento da documentação sobre cultura imaterial no estado, que revelou poucos registros apesar da grande diversidade de manifestações. Isso levanta questões sobre as políticas públicas de preservação do patrimônio imaterial e sobre como registrar tradições dependentes da oralidade no contexto atual.
Inclusao da historia cultura afro-brasileira e indigena nos currículosWilson
O documento discute a importância da inclusão da história e cultura afro-brasileira e indígena nos currículos escolares brasileiros através das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008. A inclusão visa valorizar a identidade e cultura desses grupos, reparando danos históricos, e ampliar o foco dos currículos para a diversidade cultural do Brasil. O texto analisa os desafios e importância dessa inclusão para a formação de cidadãos e uma sociedade multicultural.
Ensino de história e diversidade cultural ricardo oriáEduardo Dantas
O documento discute a importância de se ensinar a história e a diversidade cultural brasileira de forma mais inclusiva, reconhecendo as contribuições indígenas e africanas. A lei 10.639/2003 tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira, mas é necessário fazer mais para superar o eurocentrismo e valorizar todas as etnias que formaram a cultura brasileira.
O documento discute os conceitos de cultura, identidade e desenvolvimento sustentável. Apresenta definições de cultura de antropólogos como Mauss, Tylor e Geertz. Também aborda o eurocentrismo e como ele influenciou a visão sobre os povos indígenas e a valorização do patrimônio cultural. Por fim, discute a importância da memória, do território e da participação comunitária para um desenvolvimento sustentável que proteja a herança cultural.
OT Múltiplas histórias na sala de aula: história africana, afro-brasileira e ...Claudia Elisabete Silva
Material apresentado na orientação técnica para professores de História dos Anos Finais do Ensino Fundamental, conduzida pela PCNP Cláudia, no Núcleo Pedagógico da DE Leste 4, em 9 de outubro de 2013.
1. O documento lista resumos de livros e artigos sobre diversos temas como África, Antropologia, Demografia, Família, Gênero e Sexualidade, Historiografia Paraense, Migração, Teoria e Metodologia.
2. Os resumos estão organizados em seções temáticas para fornecer uma visão geral dos principais assuntos e ideias abordadas em cada área.
3. O documento serve como um guia para pesquisadores interessados nos principais trabalhos acadêmicos sobre estas áreas do conhecimento
HISTÓRIA E MEMÓRIA: UM RESGATE DA CULTURA INDÍGENA DO LITORAL PERNAMBUCANO NO...guest243097
O documento descreve a cultura indígena Tupi que habitava o litoral pernambucano no período colonial, mencionando sua língua, localização e traços culturais. O texto é dividido em três capítulos que abordam a língua Tupi, o contato com os colonizadores europeus e as formas de inserção e aculturação dos indígenas na nova sociedade colonial.
O documento discute as influências culturais africanas na cultura brasileira, incluindo a culinária, música, dança, religião e língua. Ele destaca como elementos culturais africanos, como o samba, o candomblé e palavras da língua, se tornaram parte integrante da identidade brasileira.
Fichamento (4) memória e patrimônio texto pierre noraRita Gonçalves
O documento discute a diferença entre memória e história, e como a memória foi "tomada como história". A memória verdadeira e espontânea deu lugar a uma memória arquivística, materializada em registros, imagens e bancos de dados. Os "lugares de memória" como museus e arquivos passaram a substituir a memória coletiva. Eles podem ser materiais, simbólicos ou funcionais, e carregam significados que dependem de como a imaginação os investe.
HISTÓRIA, POVOS INDÍGENAS E EDUCAÇÃO: (RE) CONHECENDO E DISCUTINDO A DIVERSID...Fábio Fernandes
1) O documento discute a representação estereotipada dos povos indígenas no Brasil e a necessidade de uma nova abordagem reconhecendo a diversidade cultural.
2) Existem atualmente 225 povos indígenas no Brasil, falando 180 línguas diferentes, com população de 734.000 indivíduos.
3) Ao longo da história, os povos indígenas desenvolveram estratégias de resistência à violência e imposição cultural, mantendo suas identidades apesar de serem tidos como "extintos"
Os Fulni-ô: uma cultura de resistênciaאמורים אדליה
Fulni-ô é uma das muitas etnias que habitavam o território que hoje conhecemos como Brasil. É a única etnia que preservou o idioma em prática, no Nordeste brasileiro (com exceção o Maranhão). Possuem uma cultura marcada pela música e pela dança e fazem da sua cultura mais do que uma expressão, mas um ato de resistência em meio aos séculos de repressão e tentativas de extermínios.
Este boletim informativo resume eventos acadêmicos e seminários sobre história que ocorrerão nos próximos meses, incluindo detalhes sobre o 2o Seminário de História e Memória do Centro-Oeste Mineiro.
A Opará Revista é uma publicação semestral em várias áreas do conhecimento do Centro de Pesquisas em Etnicidades, Movimentos Sociais e Educação – OPARÁ, situado no campus VIII – Paulo Afonso da Universidade do Estado da Bahia – UNEB.
Este documento analisa como os indígenas são representados na historiografia sul-rio-grandense através das lentes das matrizes históricas lusa e platina. A representação dos indígenas reflete mais as estruturas mentais eurocêntricas dos autores do que a realidade dos povos indígenas. Há uma tendência a ver os indígenas como inferiores e relegá-los, devido a um viés etnocêntrico nas análises históricas.
O documento discute a diversidade populacional e migrações em Minas Gerais, focando nos primeiros povoadores ameríndios e suas origens. Apresenta três textos do século XIX que descrevem os indígenas brasileiros como inferiores e primitivos, questionando sua humanidade e capacidade de progresso.
As 3 frases:
Este documento discute o desenvolvimento da antropologia no Brasil, desde seus primórdios com pesquisadores como Curt Nimuendajú até os anos 1960. Aborda como a antropologia surgiu para entender a diversidade cultural brasileira e construiu a identidade nacional. Explica as principais figuras e correntes que contribuíram para o estudo das culturas indígenas e da sociedade brasileira.
1) Os povos indígenas do Nordeste brasileiro receberam pouca atenção de etnólogos e antropólogos, com poucos estudos especializados sobre eles.
2) Esses povos eram vistos como altamente aculturados e sem muita distintividade cultural, tornando-os pouco atraentes para estudos etnológicos.
3) Recentemente, demandas políticas sobre terra e assistência levaram ao surgimento de estudos sobre esses povos, construindo-os como um objeto de pesquisa.
Este plano de aula propõe um projeto interdisciplinar para os alunos do 5o ao 7o ano sobre a história do seu bairro e da sua própria história. O objetivo é ensinar os alunos a diferenciar história e memória, pesquisar usando fontes escritas e orais, e reconhecer como o espaço geográfico é alterado pela presença humana. As aulas abordarão temas como colonização, imigração, escravidão e urbanização.
1) O documento discute o ensino da História e Cultura Africana e Afro-brasileira no Brasil e a importância do uso de imagens em sala de aula.
2) Ele aborda conceitos como discriminação, preconceito e racismo no contexto brasileiro e como esses conceitos foram historicamente construídos.
3) O autor defende que o uso adequado de imagens como filmes, fotos e pinturas pode ajudar os alunos a compreenderem melhor a história e cultura afro-brasileira.
Este documento apresenta uma introdução sobre o desenvolvimento da Antropologia como campo científico. Apresenta alguns marcos históricos importantes, como Heródoto no século V a.C, que já fazia observações sobre diferentes povos, e destaca o surgimento da Antropologia como ciência no final do século XVIII. Explica também que, embora a curiosidade sobre o ser humano seja antiga, foi necessário um processo de organização do conhecimento para a constituição da Antropologia como estudo sistemático do homem.
Ra ef-hi-01População mineira e brasileira: várias origens, várias histórias.Lauri Rene Reis Filho
1) O documento discute a origem e diversidade dos povos indígenas de Minas Gerais no século XIX.
2) Dois textos do período analisam criticamente a capacidade de civilização dos indígenas e os vêem como inferiores.
3) Um presidente da província justifica a crueldade dos botocudos pela herança de seus ancestrais selvagens.
A partir de meados do século XX, a Antropologia concentrou seu interesse nas populações marginalizadas das sociedades nacionais. No Brasil não foi diferente: a Antropologia construiu um acervo de conhecimento sobre populações indígenas, negras, camponesas, entre outras.
Ao contrário das antropologias norte-americana, inglesa e francesa, a antropologia brasileira preocupou-se basicamente em estudar o próprio país. Apenas muito recentemente os antropólogos brasileiros começaram a estudar a diferença em contextos fora do Brasil. Durante praticamente todo o século XX, o principal interesse foi explicar o Brasil, observando as populações marginalizadas do país e também as populações urbanas de classe média e as elites. Este capítulo começa com um breve histórico da Antropologia no Brasil para depois destacar os principais focos e temas da produção antropológica nacional.
O livro analisa como as teorias raciais do século XIX influenciaram o pensamento de cientistas e instituições brasileiras entre 1870-1930. A autora descreve como essas ideias foram apropriadas no Brasil para explicar problemas sociais, ainda que desconsiderando aspectos como a miscigenação. O livro examina também as diferentes visões sobre raça nesse período e como evoluiu o pensamento racial brasileiro.
Ensino de história e diversidade étnica culturalmontorri
1) O documento discute os desafios de ensinar história para estudantes indígenas em escolas brasileiras, levando em conta a grande diversidade cultural entre os povos indígenas.
2) O autor descreve sua experiência ensinando história para estudantes Kadiwéu, Kinikinau e Terena no Pantanal de Mato Grosso do Sul, destacando a importância de contar histórias de diferentes perspectivas.
3) É analisada a necessidade de superar abordagens preconceituosas da história indígena e valor
Manual de antropologia_cultural_massanganahjdmagalhaes
Este manual de antropologia cultural apresenta os principais temas e conceitos da disciplina em 20 capítulos. O prefácio discute a importância do conhecimento antropológico para a convivência entre culturas diferentes. A primeira parte trata de temas introdutórios como o objeto de estudo e métodos da antropologia. A segunda parte aborda a história da disciplina desde a era pré-evolucionista até tendências atuais como o estruturalismo. A terceira parte discute temas sistemáticos como etnolinguística,
Caderno de resumos III da Semana de História UNEB Campi II Alogoinhas - BahiaFrancemberg Teixeira Reis
O documento apresenta o programa da III Semana de História realizada pela UNEB em Alagoinhas, Bahia, em 2014. O evento contou com conferências, mesas redondas, simpósios e programação cultural com o objetivo de debater o tema "Histórias, Sujeitos e Trajetórias" e fortalecer os laços acadêmicos entre a universidade e a sociedade. Além disso, as discussões ocorreram no contexto dos 50 anos do golpe militar de 1964 no Brasil.
O documento discute a interpretação de Alfred Metraux de uma migração tupinamba em 1605 no Maranhão como uma "migração mística" em busca da "Terra sem Males". O autor reexamina a fonte original de Claude d'Abbeville à luz de outros documentos jesuíticos, revelando versões alternativas do episódio e como diferentes atores sociais traduziram a alteridade de acordo com seus próprios sistemas. Isso permite compreender melhor as estratégias culturais e políticas de construção de identidades no
Este artigo discute o papel de pretos, negros e mestiços na formação do Sertão da Ressaca, atual região de Vitória da Conquista no sudoeste da Bahia. Destaca-se a importância do núcleo familiar formado pelo "preto-forro" português João Gonçalves da Costa no século XVIII. O artigo analisa relatos de cronistas locais, documentos eclesiásticos e cartoriais para discutir como esse grupo familiar contribuiu para a ocupação da região e a formação de uma elite mesti
1) O documento discute o mapeamento e difusão histórica cultural e artística do município de Ermo em Santa Catarina, abordando sua história pré-colonial e povoamento.
2) A autora realizou pesquisa bibliográfica e oral com moradores para entender o desenvolvimento sócio-cultural da região.
3) O trabalho é dividido em três capítulos tratando da pré-história, colonização catarinense no século XIX e metodologia de pesquisa com ênfase na história oral.
Artigo: REPRESENTAÇÕES INDÍGENAS NO ENSINO DE HISTÓRIA: DIÁLOGOS SOBRE A LEI ...PIBID HISTÓRIA
O documento discute a representação dos indígenas no livro didático de história e a importância da Lei 11.645, que torna obrigatório o ensino da história e cultura indígena. Analisa como os indígenas eram representados no passado de forma estereotipada e como personagens do passado, e como novas abordagens historiográficas passaram a considerá-los protagonistas da história. Também analisa a representação dos indígenas no livro didático "História Global" à luz da Lei 11.645.
O boletim informativo do Programa de Educação Tutorial do curso de História da UFCG apresenta as seguintes informações principais:
1) Aconteceram palestras sobre história indígena, experiências urbanas em Campina Grande na década de 1960 e sobre a ideia de revolução no século XXI.
2) Faleceu o especialista em história indígena John Manuel Monteiro.
3) Foram listados eventos de história para participar no mês de maio de 2013.
Este documento apresenta uma dissertação de mestrado sobre a imprensa negra brasileira do século XIX. A dissertação reconhece a existência de jornais negros no Brasil do século XIX e sistematiza oito títulos publicados entre 1833 e 1899 nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, São Paulo e Rio Grande do Sul. Esses jornais são analisados como espaços de construção de identidade para pessoas negras livres e de debate sobre racismo e democracia no Brasil oitocentista.
O documento fornece um resumo da história da educação escolar indígena no Brasil, dividindo-a em três períodos: (1) a escola de catequese dos jesuítas entre 1549-1759, (2) as primeiras letras e o projeto civilizatório entre 1757-meados do século XX, e (3) o ensino bilíngue a partir da década de 1970. O documento também discute a situação atual das línguas indígenas em Mato Grosso do Sul, classificando o Kaiowá e o
História indígena e o povo terena em msMarinaMarcos
[1] O documento discute a história do povo Terena no Brasil, incluindo seu despovoamento após a chegada dos europeus e as atuais ameaças a sua cultura e território. [2] Os Terena atualmente vivem em reservas fragmentadas no Mato Grosso do Sul e enfrentam problemas como perda de terra e impactos negativos de modelos econômicos externos. [3] Apesar das dificuldades, os Terena mantêm tradições culturais como a cerâmica e formas de organização social.
COLONIALISMO, TERRITÓRIO E TERRITORIALIDADE: a luta pela terra dos Guarani e ...MarinaMarcos
Este documento é uma tese de doutorado apresentada por Thiago Leandro Vieira Cavalcante à Universidade Estadual Paulista (UNESP) em 2013. A tese analisa a luta pela terra dos povos indígenas Guarani e Kaiowa no estado de Mato Grosso do Sul, Brasil, desde o período colonial até os dias atuais. Aborda especificamente o histórico de esbulho territorial enfrentado pelos Guarani e Kaiowa após a Guerra do Paraguai e sua luta para reaver seu território tradicional. Disc
Culturas e Histórias dos Povos IndígenasMarinaMarcos
Este capítulo apresenta elementos essenciais sobre a sociodiversidade indígena no Brasil contemporâneo. Aborda os principais povos indígenas no país, sua história e situação atual, além dos povos de Mato Grosso do Sul, destacando os Guarani e Kaiowá, Terena e Kadiwéu. Discute a diversidade cultural destes povos e a importância do conhecimento sobre suas características para debates posteriores.
Culturas e Histórias dos Povos IndígenasMarinaMarcos
Este documento apresenta o quarto módulo do curso de formação de professores sobre culturas e história dos povos indígenas. O módulo aborda marcos conceituais sobre diversidade sociocultural, incluindo conceitos de cultura e relações interétnicas, poder e desigualdade nas relações entre grupos étnicos, história e práticas socioculturais dos povos indígenas.
Culturas e Histórias dos Povos IndígenasMarinaMarcos
Este capítulo discute a visão dos povos indígenas na história e na literatura brasileiras. Apresenta como esses povos foram retratados de forma etnocêntrica ao longo do tempo, ora como dóceis e passivos, ora como selvagens. Argumenta que os indígenas raramente foram vistos como sujeitos ativos na construção da história e identidade brasileiras, geralmente aparecendo como figurantes em suas próprias narrativas. Busca desconstruir esses discursos preconceituosos
Cinco ideias equivocadas_sobre_indios_bessaMarinaMarcos
1) O documento discute cinco idéias equivocadas que as pessoas têm sobre os índios no Brasil, começando pela noção de um "índio genérico" que ignora as diferenças entre as mais de 200 etnias indígenas.
2) Ele descreve seu trabalho de pesquisa arqueológica que encontrou milhares de documentos históricos sobre índios em arquivos no Rio de Janeiro.
3) O autor também publicou livros sobre a história dos aldeamentos indígenas no Rio de Janeiro com o objetivo de melhor
1) O documento discute a Lei 11.645/08, que inclui o ensino da história e cultura indígenas e afro-brasileiras no currículo escolar.
2) A autora enfatiza a perspectiva indígena sobre o assunto, apresentando respostas de questionário aplicado a indígenas.
3) O texto defende o diálogo entre literatura, educação e direitos humanos na percepção indígena, pouco estudada no Brasil.
Presença indígena na formação do BrasilMarinaMarcos
Este documento discute a presença indígena na formação do Brasil e apresenta a Coleção Educação para Todos, lançada pelo MEC e UNESCO para promover o debate sobre educação para todos. A coleção publica textos de pesquisadores sobre questões como qualificação profissional, direitos humanos, etnia, gênero e justiça. Busca incluir socialmente jovens e adultos excluídos da educação formal no Brasil e no mundo.
O documento discute os desafios enfrentados pelas empresas de tecnologia na moderação de conteúdo. Ele destaca como a desinformação, discurso de ódio e conteúdo prejudicial continuam sendo problemas significativos e como as empresas estão investindo em novas abordagens e ferramentas para lidar com esses problemas complexos.
1. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Campus de Naviraí
Curso de Formação de Professores em História e Cultura Indígena
A história indígena em Mato Grosso do Sul:
desafios, avanços e perspectivas
Jorge Eremites de Oliveira
Universidade Federal da Grande Dourados
Faculdade de Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação em Antropologia
Laboratório de Arqueologia, Etnologia e Etno-história
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2. Surgimento e importância da história indígena
O surgimento e o desenvolvimento da ideia de que os indígenas possuem
história (e não apenas etnografia ou cultura fossilizada no tempo e espaço), que
são sujeitos históricos e a entrada dos povos indígenas no campo de estudo dos
historiadores no Brasil e em Mato Grosso do Sul ainda são bastante recentes.
A história dos povos indígenas é importante para a compreensão da história das
sociedades nacionais americanas e disso resulta na necessidade de
descolonização da História e de outras ciências sociais no Ocidente.
Ou nas palavras de Pedro Ignacio Schmitz (1998: 2005), falando sobre Mato
Grosso do Sul: “Quem conta hoje a história de Mato Grosso do Sul não tem o
direito de colocar o início da colonização na chegada do conquistador europeu,
quer este seja de origem espanhola, quer portuguesa. Tanto o Planalto como o
Pantanal estavam ocupados desde muitos milênios. Populações variadas tinham
chegado a estes espaços e desenvolvido técnicas, estruturas sociais e culturas
adaptadas aos diversos ambientes”.
A história indígena no Brasil e em outros países americanos
O desenvolvimento das pesquisas sobre a história indígena nos Estados Unidos,
México, Guatemala, Peru, Argentina etc., e o legado dos quatro campos da
antropologia cultural americana (antropologia sociocultural [cultural ou social],
antropologia física, antropologia linguística e arqueologia) para o método da
etno-história.
O desenvolvimento das pesquisas sobre a história indígena no Brasil: o diálogo
entre antropologia e história e o questionamento sobre as comemorações oficiais
dos 500 anos do “descobrimento da América”, em 1992, e dos 500 anos do
“descobrimento do Brasil”, em 2000, sob impacto da obra História dos índios no
Brasil, organizada por Manuela Carneiro da Cunha (1992).
No Brasil, a história indígena geralmente tem sido proposta para ser concebida
de suas maneiras: (1) como o transcurso dos povos ameríndios dentre ou fora de
uma visão emic, quer dizer, na perspectiva da própria narrativa e interpretação
que os indígenas fazem sobre sua história; (2) como o estudo processual da
trajetória histórica e sociocultural dos povos nativos da América, isto é, da
interpretação (etic) que os cientistas sociais (arqueólogos, etnólogos, etno-
historiadores etc.) fazem sobre a história dos povos ameríndios desde tempos
pré-coloniais.
Os povos indígenas entraram definitivamente no campo de estudo dos
historiadores no Brasil?
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3. Etno-história, etnografia histórica, antropologia histórica, história antropológica,
história indígena...
História indígena, antropologia histórica, história antropológica, etnografia
histórica ou etno-história? Sobre o que, afinal de contas, estamos a falar?
História indígena é o mesmo que etno-história ou história nativa americana?
A palavra etno-história, grafada em inglês como ethnohistory e em espanhol
como etnohistoria, vem do grego (etno + história) e foi usada pela primeira vez
no início do século XX por Clarck Wisler nos Estados Unidos.
Segundo o arqueólogo estadunidense Bruce G. Trigger, autor do artigo
Ethohistory: problems and prospects, publicado na revista Ethnohistory (n. 29,
v. 1, 1982), “a etno-história é uma perspectiva de método interdisciplinar para o
conhecimento da história dos povos nativos das Américas”. Mas para o
antropólogo espanhol, radicado no Paraguai, Bartomeu Melià, em ensaio
denominado Del Guaraní de la historia a la historia del Guaraní”, publicado no
Correo Semanal (Asunción, n. 27, 1991), “a etno-história Guarani é a história
entendida pelos próprios Guarani, quem sabe seus tempos e os entende”. Eis
aqui certa controvérsia entre emic e etic que chegou a gerar polêmica entre
alguns historiadores em Mato Grosso do Sul.
Um pouco sobre etno-história e algo mais
O surgimento do campo (na perspectiva bourdiana) da etno-história no âmbito
da antropologia cultural americana e os debates sobre seu conceito e sua
aplicabilidade nas décadas de 1950, 1960 e 1970, muitos dos quais aconteceram
na revista Ethnohistory.
O desconhecimento da etno-história no Brasil em decorrência de duas grandes
escolas que influenciaram/influenciam a antropologia brasileira contemporânea:
antropologia francesa e antropologia social britânica (ou
estruturalismo/perspectivismo x processualismo/antropologia histórica?).
A influência da antropologia no trabalho dos historiadores europeus: do
movimento inicial dos Annales à nova história cultural francesa e à micro-
história italiana.
Os povos indígenas no imaginário brasileiro: homogeneidade x diversidade;
fossilização no tempo x dinâmica sociocultural; etnografia x história; diacronia x
sincronia; aculturação e perda de identidade étnica.
Minha posição hoje: em defesa da pluralização de tradições etnográficas e
historiográficas para romper com o areacentrismo acadêmico e para produzir
uma outra história indígena possível, a partir, sobretudo, de uma perspectiva
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4. holística baseada inicialmente no diálogo da História com os quatro campos da
antropologia de tradição boasiana.
Instigando a discussão sobre a interpretação de fontes escritas de interesse à
história indígena
“Corre que [os Guató] praticam a poligamia. Disso, entretanto, não pude
certificar-me. Cheguei a perguntar a um guató, encontrado em companhia de três
mulheres, em sua canoa, se todas elas lhe pertenciam. Respondeu-me que sim.
Indaguei, então, se não queria dar-me uma. Cuidou ele, por sua vez, de saber se
eu trouxera a minha comigo. Diante de minha resposta negativa, acrescentou-me
que, se eu a tivesse trazido, poderíamos fazer uma troca. Nada me prova, porém,
que, dessas três mulheres, duas não fossem suas parentas ou amigas, de modo
que talvez não passasse de ironia sua afirmação, quando lhe dirigi a primeira
pergunta” (FLORENCE, Hercules. 1977 [1826/1827]. Viagem fluvial do Tietê
ao Amazonas pelas Províncias Brasileiras de São Paulo, Mato Grosso e Grão-
Pará (1825-1829). Trad. de F. A. Machado & V. Florence. Assis, Museu de
Arte de São Paulo Florence, 1977, p.48).
“Não sendo imprevidentes, tomam [os Guató] o cuidado de plantar vários
vegetais nos capões que não ficam submersos pelas inundações periódicas, para
dessas plantações, em que predominam as bananeiras, tirarem o necessário
proveito oportunamente. São celeiros estabelecidos convenientemente nas
paragens que eles percorrem anualmente e que satisfazem não só as
necessidades de que os estabeleceu, como também de todos os viajantes que por
ali passam” (RONDON, Candido Mariano da Silva. 1949 [1900-1906].
Relatório dos trabalhos realizados de 1900-1906 pela Comissão de Linhas
Telegráficas do Estado de Mato-Grosso... Rio de Janeiro, Departamento de
Imprensa Nacional, p.158).
Sobre a história indígena em Mato Grosso do Sul
Até a década fins da década de 1980 praticamente não se falava em história
indígena em Mato Grosso, mas este quadro passou a mudar, e muito, a partir da
década de 1990 com a contribuição de três importantes pesquisadores: Pedro
Ignacio Schmitz (arqueólogo, antropólogo sociocultural, historiador, geógrafo,
filósofo e teólogo), Bartomeu Meliá (antropólogo sociocultural, historiador,
filósofo e teólogo) e Antônio Jacó Brand (antropólogo sociocultural e
historiador). Com isso houve uma espécie de gradual redescobrimento ou
desencobrimento da história dos povos indígenas no estado, quando
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5. historiadores passaram a dar mais visibilidade à historicidade e às vozes dos
indígenas.
Em fins da década de 1990 houve a criação, em Dourados, na época do antigo
CEUD/UFMS, atual UFGD, do Programa de Pós-Graduação em História, onde
há uma linha de pesquisa chamada História Indígena. Este foi um marco
importante para a historiografia sul-mato-grossense e também para a etnologia
indígena e a antropologia no estado, uma região que outrora foi área de estudo
de renomados antropólogos: Alfred Métraux (1942, 1963), Claude Lévi-Strauss
(1996 [1955]), Darcy Ribeiro (1986 [1980]), Max Schmidt (1942 [1905]) e
Roberto Cardoso de Oliveira (1968, 1976) e tantos outros. Mas como e porque
isso aconteceu logo em Dourados?
A criação, em fins de 2010, do PPGAnt (Programa de Pós-Graduação em
Antropologia) na UFGD.
Dilemas, avanços e perspectivas em Mato Grosso do Sul
Como se dá a formação, em nível de graduação e pós-graduação, dos
profissionais de história em Mato Grosso do Sul e até mesmo no Brasil?
Porque historiadores que atuam no estado tem uma preocupação maior com a
história indígena no tempo presente e menos no tempo pretérito?
De um ponto de vista teórico-metodológico, quais seriam os dilemas, avanços e
perspectivas para a história indígena em Mato Grosso do Sul?
Há mesmo uma necessidade de descolonizar a História enquanto campo de
atuação dos historiadores?
O que os povos indígenas esperam no estado dos antropólogos, historiadores,
educadores, linguistas, sociólogos, advogados etc.?
Os eixos temáticos do PPGH/UFGD: 1) As questões ecológicas e socioculturais
pertinentes às relações entre povos indígenas e seus respectivos territórios,
sobretudo os processos relacionados à dinâmica de ocupação e uso dos recursos
naturais, bem como às formas de humanização da natureza e os processo de
territorialização. 2) Os processos de conquista e colonização que causaram
assimilações, mudanças socioculturais e desterritorializações de muitos povos
indígenas por parte das sociedades envolventes e seus antecessores europeus. 3)
A situação indígena contemporânea e sua relação com as sociedades nacionais e
com o próprio Estado. 4) A situação indígena contemporânea e sua relação com
as sociedades nacionais e com o próprio Estado.
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6. Dissertações produzidas na linha de história indígena no PPGH da UFGD/UFMS
(2001-2011)
Passos para elaboração de um projeto de pesquisa
(sugestão aos interessados)
1. Realização de pesquisa bibliográfica e leitura das obras levantadas.
2. A definição do assunto a ser pesquisado (delimitação da problemática e recorte
espaço-temporal), por vezes a transformar um problema social em um problema
científico a ser pesquisado.
3. A localização das fontes de pesquisa (sobretudo quando se trata de fontes
textuais) e formas de acesso às comunidades quando se tratar de um estudo com
base na oralidade, tradição oral, memória social etc.
4. A elaboração do projeto de pesquisa e a definição de: 1) tema; 2) justificativa ou
relevância; 3) objetivos gerais e específicos; 4) metodologia ou caminho teórico-
metodológico a seguir; 5) cronograma de atividades; 6) referências
bibliográficas.
5. O desenvolvimento da pesquisa nos prazos estabelecidos (geralmente de 24 a 30
meses) e a divulgação dos resultados finais dos estudos realizados (conclusão da
monografia e publicações).
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7. Sugestões de leitura para uma iniciação em história indígena
1. ALVES DA SILVA, Cleube; EREMITES DE OLIVEIRA, Jorge. Fontes
textuais e etnoistória: possibilidades de novas abordagens para uma história
indígena no estado do Tocantins. Revista do Museu Antropológico, Goiânia, n.8,
v.1, p.77-84, 2005.
2. BRAND, Antonio Jacó. O impacto da perda da terra sobre a tradição
Kaiowá/Guarani: os difíceis caminhos da palavra. Tese (Doutorado em
História) – PPGH, PUCRS, Porto Alegre, 1997.
3. CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. (Org.). História dos índios no Brasil. São
Paulo, FAPESP/SMC/Companhia das Letras, 1992.
4. CAVALCANTE, Thiago Leandro V. Etno-história e história indígena: questões
sobre conceitos, métodos e relevância da pesquisa. História, São Paulo, n.30,
v.1, p.349-371, 2011.
5. CELESTINO DE ALMEIDA, Maria Regina. Os índios na história do Brasil.
Rio de Janeiro, Editora FGV, 2010.
6. EREMITES DE OLIVEIRA, Jorge. A História Indígena em Mato Grosso do
Sul: dilemas e perspectivas. Territórios & Fronteiras, Cuiabá, n.2, v.2, p.115-
124, 2001.
7. EREMITES DE OLIVEIRA, Jorge. Sobre os conceitos e as relações entre
história indígena e etnoistória. Prosa, Campo Grande, n.3, v.1, p.39-47, 2003.
8. FUNARI, Pedro Paulo A. Arqueologia. São Paulo, Ática, 1988.
9. GRUPIONI, Luís Donisete B. (Org.). Índios no Brasil. Brasília, MEC, 1994.
10. LE GOFF, J. (Org.). A História Nova. 2ª ed. Trad. de E. Brandão. São Paulo,
Martins Fontes, 1993.
11. MALDI, Denise. A teia da memória – proposta teórica para a construção de
uma etnohistória. Cuiabá, Editora UFMT, 1993.
12. MELIÀ, Bartomeu. El Paraguay inventado. Asunción: Centro de Estudios
“Antonio Guasch”, 1997.
13. MONTEIRO, John Manuel. Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens
de São Paulo. São Paulo, Companhia das Letras, 1995.
14. SILVA, Aracy L.; GRUPIONI, Luiz Donizete B. (Orgs.). A temática indígena
na escola. Novos subsídios para professores de 1° e 2° graus. Brasília,
MEC/MARI/UNESCO, 1995.
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8. 15. NEVES, Walter A. (Org.). Dossiê “Antes de Cabral: Arqueologia Brasileira”.
Revista USP, São Paulo, n.44, 2v, 2000.
16. PACHECO DE OLIVEIRA, João. Ensaios em antropologia histórica. Prefácio
de Roberto C. de Oliveira. Rio de Janeiro, Editora UFRJ, 1999.
17. SCHMITZ, Pedro Ignacio. Arqueologia em Mato Grosso do Sul: dois projetos,
dois resultados. Fronteiras, Campo Grande, v.2, n.4, p.203-223, 1998.
18. SILVA ROIZ, Diogo. A população indígena na historiografia de Mato Grosso
do Sul: o caso do programa de pós-graduação em História da UFMS, campus de
Dourados. Revista História & Perspectivas, Uberlândia, v.23, n.43, p.251-302,
2010.
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