Este artigo discute a origem e identidade cultural dos povos construtores de sambaquis no litoral brasileiro. Foram sistematizadas as informações disponíveis sobre a distribuição dos sítios e cultura material. Discute-se se os sambaquis foram construídos por um único grupo cultural ou por diferentes grupos. Também se analisam modelos que propõem uma origem interiorana dos povos do litoral, empurrados para a costa por pressões demográficas.
Este documento descreve um programa de gestão do patrimônio arqueológico para obras de revitalização do Porto do Rio de Janeiro. O programa tem como objetivo desenvolver pesquisas científicas sobre o patrimônio cultural em parceria com as comunidades locais. Foram encontrados diversos artefatos históricos durante as escavações arqueológicas no porto, incluindo balas de canhão, cerâmicas, cachimbos e fragmentos de porcelana e vidro.
O documento discute os objetivos da arqueologia, que é entender as culturas do passado através do estudo do registro arqueológico. O registro arqueológico é formado pelo conjunto de vestígios materiais deixados pela presença humana em determinado local, e representa a expressão material da cultura daquele povo.
O documento discute os objetivos e métodos da arqueologia. A arqueologia busca entender as culturas humanas do passado através do estudo das evidências materiais deixadas por elas, como ferramentas, cerâmicas e construções. A arqueologia utiliza métodos como escavações e prospecções de sítios arqueológicos para recuperar esses registros do passado.
Esta Aula Didática é Parte componente da Etapa de Educação Patrimonial e à Distância do Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural dos onze Aproveitamentos Hidrelétricos da AES Tietê S/A.
Saiba mais pelo Blog do Programa:http://www.documentoculturalaestiete.com/
O documento anuncia o 17o Congresso Brasileiro de Arquivologia a ser realizado entre os dias 18 a 22 de junho de 2012 no Rio de Janeiro, Brasil. O congresso terá como tema "Preservação, Acesso e Difusão: Desafios para as Instituições Arquivísticas no Século XXI" e contará com seminários, reuniões, conferências e apresentações de trabalhos sobre os principais desafios enfrentados pelos arquivos no século 21. O programa completo inclui
Escola CEJAR - Aquidauana - Apostila Arte 6 ano A e B 1ºBPriscila Barbosa
O documento descreve a arte rupestre da Pré-História, incluindo suas origens e evolução. Detalha que as primeiras produções artísticas humanas foram pinturas rupestres feitas em cavernas, representando animais, pessoas e mãos. Também discute as técnicas e materiais usados nesta arte primitiva e as possíveis motivações por trás dela.
Este projeto visa ensinar estudantes sobre tartarugas marinhas e baleias jubartes através de vídeos, músicas, contos e atividades práticas. Os alunos aprenderão sobre as características, hábitos alimentares e ameaças de extinção dessas espécies, enquanto desenvolvem habilidades em ciências, português e matemática. O projeto inclui uma feira de ciências no final para apresentar o que foi aprendido.
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Este documento descreve um programa de gestão do patrimônio arqueológico para obras de revitalização do Porto do Rio de Janeiro. O programa tem como objetivo desenvolver pesquisas científicas sobre o patrimônio cultural em parceria com as comunidades locais. Foram encontrados diversos artefatos históricos durante as escavações arqueológicas no porto, incluindo balas de canhão, cerâmicas, cachimbos e fragmentos de porcelana e vidro.
O documento discute os objetivos da arqueologia, que é entender as culturas do passado através do estudo do registro arqueológico. O registro arqueológico é formado pelo conjunto de vestígios materiais deixados pela presença humana em determinado local, e representa a expressão material da cultura daquele povo.
O documento discute os objetivos e métodos da arqueologia. A arqueologia busca entender as culturas humanas do passado através do estudo das evidências materiais deixadas por elas, como ferramentas, cerâmicas e construções. A arqueologia utiliza métodos como escavações e prospecções de sítios arqueológicos para recuperar esses registros do passado.
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O documento anuncia o 17o Congresso Brasileiro de Arquivologia a ser realizado entre os dias 18 a 22 de junho de 2012 no Rio de Janeiro, Brasil. O congresso terá como tema "Preservação, Acesso e Difusão: Desafios para as Instituições Arquivísticas no Século XXI" e contará com seminários, reuniões, conferências e apresentações de trabalhos sobre os principais desafios enfrentados pelos arquivos no século 21. O programa completo inclui
Escola CEJAR - Aquidauana - Apostila Arte 6 ano A e B 1ºBPriscila Barbosa
O documento descreve a arte rupestre da Pré-História, incluindo suas origens e evolução. Detalha que as primeiras produções artísticas humanas foram pinturas rupestres feitas em cavernas, representando animais, pessoas e mãos. Também discute as técnicas e materiais usados nesta arte primitiva e as possíveis motivações por trás dela.
Este projeto visa ensinar estudantes sobre tartarugas marinhas e baleias jubartes através de vídeos, músicas, contos e atividades práticas. Os alunos aprenderão sobre as características, hábitos alimentares e ameaças de extinção dessas espécies, enquanto desenvolvem habilidades em ciências, português e matemática. O projeto inclui uma feira de ciências no final para apresentar o que foi aprendido.
Esta Aula Didática é Parte componente da Etapa de Educação Patrimonial e à Distância do Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural dos onze Aproveitamentos Hidrelétricos da AES Tietê S/A.
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O documento apresenta uma avaliação de História sobre os povos africanos, indígenas e a formação da população brasileira. A avaliação contém 17 questões de múltipla escolha sobre esses temas, incluindo origens dos povos, escravidão na África e América, diversidade cultural indígena e manifestações culturais brasileiras.
Este livro explora o importante papel das árvores e madeiras na cultura naval tradicional brasileira. Os capítulos abordam diferentes tipos de embarcações construídas em várias regiões do país e descrevem os conhecimentos tradicionais sobre as propriedades e usos das madeiras locais. Ao todo, o livro traz seis estudos de caso que contribuem para entender como as comunidades tradicionais interagiram com os recursos florestais ao longo do tempo para construir e manter embarcações importantes para sua cultura e meios de subsistência.
1) Uma nova espécie de morcego foi descoberta no Sudão do Sul, com padrões de listras e manchas semelhantes a um panda.
2) Uma caverna colorida foi descoberta na Venezuela, com formações de quartzito de até 25km e salões de 130m de largura.
3) Um programa de TV exibiu belezas da Caverna do Diabo em Eldorado-SP e cavernas do PETAR.
O documento descreve um projeto sobre a estrutura corporal para alunos de maternal I e II. O projeto tem como objetivos ensinar as crianças sobre as partes do corpo, nomeá-las, reconhecer sua importância e exercitar a observação. As atividades incluem rodas de conversa, dramatizações, desenhos, exploração dos sentidos e das mãos e pés.
O documento apresenta o plano de ensino de Ciências para a 4a série do Ensino Fundamental. Contém três unidades didáticas com seus respectivos conteúdos, objetivos gerais e específicos, estratégias de ensino e avaliação. As unidades abordam tópicos como solo, sistema solar, reprodução e corpo humano.
Novas perspectivas na reconstituição do modo de vida dos sambaquieiros: uma...Edevard Junior
1) O documento apresenta novas perspectivas sobre o modo de vida dos povos sambaquieiros a partir de uma abordagem multidisciplinar, incluindo análises antracológicas, paleopatológicas e líticas.
2) Essas análises fornecem evidências de que os sambaquieiros tinham uma economia mais diversificada do que se pensava, com maior importância da caça, pesca e cultivo/uso de plantas.
3) As análises também revelaram detalhes sobre a dieta, saúde e relação com o
1) O documento discute o mapeamento e difusão histórica cultural e artística do município de Ermo em Santa Catarina, abordando sua história pré-colonial e povoamento.
2) A autora realizou pesquisa bibliográfica e oral com moradores para entender o desenvolvimento sócio-cultural da região.
3) O trabalho é dividido em três capítulos tratando da pré-história, colonização catarinense no século XIX e metodologia de pesquisa com ênfase na história oral.
Este documento discute o filme "Narradores de Javé" e como ele aborda questões sobre bens culturais intangíveis, memória, oralidade e políticas de preservação do patrimônio cultural. O filme mostra como a comunidade fictícia de Javé luta para evitar sua destruição por uma hidrelétrica, tentando torná-la um patrimônio histórico. Isso levanta questões sobre o que deve ser preservado e diferentes visões de história. O documento analisa como o filme critica mé
Reflexões arqueológicas estudo dos sítios arqueológicos do município de queim...Jacqueline Liedja
O trabalho procura traçar considerações a respeito da ciência arqueológica e importância da preservação dos vestígios arqueológicos, tendo como área de pesquisa os inscritos rupestres do Agreste paraibano, localizado no município de Queimadas. Estão catalogados dezesseis sítios arqueológicos, seis desses fazem parte deste estudo. Identificou-se a importância da Arqueologia, os impactos negativos na área arqueológica analisada, o papel das instituições responsáveis e da população diante das áreas arqueológicas.
O documento discute conceitos históricos como tempo, cultura, patrimônio e fontes históricas. Explica que a história estuda mudanças e permanências nas sociedades ao longo do tempo, e que existem diferentes tipos de fontes que os historiadores usam para compreender o passado, como documentos escritos, imagens, depoimentos orais e artefatos culturais. Também define o que é cultura e patrimônio cultural, e como estes são preservados.
Este documento discute como professores indígenas tremembés analisaram e interpretaram informações sobre a história de seu povo apresentadas em uma disciplina universitária. Os tremembés exploraram as relações entre pesquisa histórica, ensino, interdisciplinaridade e aplicação no cotidiano e na luta pela demarcação de terras. Eles enfatizaram a importância do território para sua identidade e como vestígios arqueológicos iluminam o passado pré-escrito. Memórias de invasões de terra recentes reforç
Esta Aula é Parte integrante da Plataforma de Inclusão Digital de Patrimônio Cultural produzida e compartilhada pelo Grupo DOCUMENTO.
Saiba mais em: http://www.arqueowork.com/
Introdução as ciências agrícolas aplicadas a campoGilFurlan1
As principais teorias sobre a migração dos primeiros habitantes para a América do Sul, sendo a mais aceita a chegada da América do Norte há cerca de 15 mil anos; as características dos povos originários brasileiros, incluindo ferramentas de pedra, domínio do fogo e estilo de vida nômade; e o legado cultural desses povos, como sítios arqueológicos e tradições registradas como patrimônio.
Este artigo resume o caju como patrimônio cultural brasileiro, explorando como ele está enraizado na cultura e identidade do país. As autoras descrevem como o caju teve um papel central em suas próprias infâncias em estados diferentes e analisam pesquisas que mostram a importância do caju para comunidades rurais. Elas argumentam que o caju deve ser reconhecido como patrimônio cultural devido à sua longa história no Brasil, uso em diversas áreas e significado cultural profundo para o povo brasileiro.
Memória familiar e educação não formal - claudete de sousa nogueiraMonitoria Contabil S/C
O batuque de umbigada, também conhecido como tambu ou caiumba é uma manifestação cultural trazida para o Brasil pelos escravos de origem bantu. Com seus
instrumentos como o Tambú, uma espécie de tambor feito de tronco oco de árvore; quinzengue, um tambor mais agudo que faz a marcação rítmica do tambú e nele se apóia; as matracas, que são os paus que batem no tambú do lado oposto do couro; guaiás ou chocalhos de metal em forma de cones ligados, essa manifestação conseguiu se manter através do tempo, passando de geração para geração.
O documento discute a importância da preservação do patrimônio histórico e cultural no Brasil. Aborda a legislação brasileira de proteção ao patrimônio e exemplos de bens culturais reconhecidos, como o Círio de Nazaré e as comunidades negras de Santa Catarina. Também apresenta questões sobre o tema que foram propostas em vestibulares e no ENEM.
Este artigo discute como as teorias antropológicas enfatizam que os objetos materiais desempenham um papel fundamental na vida social e cultural, não apenas por suas funções práticas, mas principalmente por suas funções simbólicas. Os objetos existem dentro de sistemas classificatórios culturais que lhes dão significado e organizam as interações sociais. O autor argumenta que é importante acompanhar como os objetos se transformam ao se deslocarem entre diferentes contextos sociais, como coleções, museus e noções de patrimô
O documento discute a historiografia sobre cultura marginal no estado brasileiro de Piauí. Ele analisa como essa produção historiográfica se desenvolveu tanto no âmbito acadêmico quanto fora dele, e como ela se relaciona com trabalhos sobre o tema produzidos em nível nacional. O texto também examina como a escrita histórica local sobre cultura marginal diáloga com abordagens teóricas mais amplas sobre o assunto.
PATRIMONIO CINEMATOGRÁFICO EM CAMPO GRANDE: PERSPECTIVAS DE SUSTENTABILIDADE ...1sested
Este documento discute o patrimônio cinematográfico na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil. Ele analisa a importância histórica e cultural dos cinemas na vida da população local e como esses espaços culturais foram em grande parte substituídos por outros que não preservam o patrimônio cultural. Também aborda conceitos como cultura, território, memória e desenvolvimento local para entender como o patrimônio cinematográfico pode ser preservado e aproveitado para promover o lazer da popula
Os grupos ceramistas pré coloniais do centro-oeste brasileiroJosé Carlos da Silva
Este documento resume um estudo sobre os grupos ceramistas pré-coloniais da região Centro-Oeste do Brasil com base na análise de 47 sítios arqueológicos. O autor argumenta que a região serviu como área de confluência para migrações de grupos ceramistas vindos de outras áreas, influenciando a origem e desenvolvimento cultural desses grupos. Análises estatísticas de dados e artefatos sugerem variações culturais locais surgindo de fusões entre grupos a partir do século X d.C.
Contexto arqueológico, técnicas corporais e comu- nicação: dialogando com...Edevard Junior
Este artigo discute as similaridades e diferenças entre as representações rupestres classificadas como Estilo São Francisco e Estilo Montalvânia no norte de Minas Gerais e sudoeste da Bahia. O autor argumenta que a variação estilística regional pode estar relacionada às finalidades comunicativas destes estilos ao invés de "estranhamentos culturais" entre os grupos. Como exemplo, analisa a arte rupestre da Lapa do Tikão para mostrar como diferentes públicos-alvos podem ajudar a entender a diversidade deste registro arqueol
O documento apresenta uma avaliação de História sobre os povos africanos, indígenas e a formação da população brasileira. A avaliação contém 17 questões de múltipla escolha sobre esses temas, incluindo origens dos povos, escravidão na África e América, diversidade cultural indígena e manifestações culturais brasileiras.
Este livro explora o importante papel das árvores e madeiras na cultura naval tradicional brasileira. Os capítulos abordam diferentes tipos de embarcações construídas em várias regiões do país e descrevem os conhecimentos tradicionais sobre as propriedades e usos das madeiras locais. Ao todo, o livro traz seis estudos de caso que contribuem para entender como as comunidades tradicionais interagiram com os recursos florestais ao longo do tempo para construir e manter embarcações importantes para sua cultura e meios de subsistência.
1) Uma nova espécie de morcego foi descoberta no Sudão do Sul, com padrões de listras e manchas semelhantes a um panda.
2) Uma caverna colorida foi descoberta na Venezuela, com formações de quartzito de até 25km e salões de 130m de largura.
3) Um programa de TV exibiu belezas da Caverna do Diabo em Eldorado-SP e cavernas do PETAR.
O documento descreve um projeto sobre a estrutura corporal para alunos de maternal I e II. O projeto tem como objetivos ensinar as crianças sobre as partes do corpo, nomeá-las, reconhecer sua importância e exercitar a observação. As atividades incluem rodas de conversa, dramatizações, desenhos, exploração dos sentidos e das mãos e pés.
O documento apresenta o plano de ensino de Ciências para a 4a série do Ensino Fundamental. Contém três unidades didáticas com seus respectivos conteúdos, objetivos gerais e específicos, estratégias de ensino e avaliação. As unidades abordam tópicos como solo, sistema solar, reprodução e corpo humano.
Novas perspectivas na reconstituição do modo de vida dos sambaquieiros: uma...Edevard Junior
1) O documento apresenta novas perspectivas sobre o modo de vida dos povos sambaquieiros a partir de uma abordagem multidisciplinar, incluindo análises antracológicas, paleopatológicas e líticas.
2) Essas análises fornecem evidências de que os sambaquieiros tinham uma economia mais diversificada do que se pensava, com maior importância da caça, pesca e cultivo/uso de plantas.
3) As análises também revelaram detalhes sobre a dieta, saúde e relação com o
1) O documento discute o mapeamento e difusão histórica cultural e artística do município de Ermo em Santa Catarina, abordando sua história pré-colonial e povoamento.
2) A autora realizou pesquisa bibliográfica e oral com moradores para entender o desenvolvimento sócio-cultural da região.
3) O trabalho é dividido em três capítulos tratando da pré-história, colonização catarinense no século XIX e metodologia de pesquisa com ênfase na história oral.
Este documento discute o filme "Narradores de Javé" e como ele aborda questões sobre bens culturais intangíveis, memória, oralidade e políticas de preservação do patrimônio cultural. O filme mostra como a comunidade fictícia de Javé luta para evitar sua destruição por uma hidrelétrica, tentando torná-la um patrimônio histórico. Isso levanta questões sobre o que deve ser preservado e diferentes visões de história. O documento analisa como o filme critica mé
Reflexões arqueológicas estudo dos sítios arqueológicos do município de queim...Jacqueline Liedja
O trabalho procura traçar considerações a respeito da ciência arqueológica e importância da preservação dos vestígios arqueológicos, tendo como área de pesquisa os inscritos rupestres do Agreste paraibano, localizado no município de Queimadas. Estão catalogados dezesseis sítios arqueológicos, seis desses fazem parte deste estudo. Identificou-se a importância da Arqueologia, os impactos negativos na área arqueológica analisada, o papel das instituições responsáveis e da população diante das áreas arqueológicas.
O documento discute conceitos históricos como tempo, cultura, patrimônio e fontes históricas. Explica que a história estuda mudanças e permanências nas sociedades ao longo do tempo, e que existem diferentes tipos de fontes que os historiadores usam para compreender o passado, como documentos escritos, imagens, depoimentos orais e artefatos culturais. Também define o que é cultura e patrimônio cultural, e como estes são preservados.
Este documento discute como professores indígenas tremembés analisaram e interpretaram informações sobre a história de seu povo apresentadas em uma disciplina universitária. Os tremembés exploraram as relações entre pesquisa histórica, ensino, interdisciplinaridade e aplicação no cotidiano e na luta pela demarcação de terras. Eles enfatizaram a importância do território para sua identidade e como vestígios arqueológicos iluminam o passado pré-escrito. Memórias de invasões de terra recentes reforç
Esta Aula é Parte integrante da Plataforma de Inclusão Digital de Patrimônio Cultural produzida e compartilhada pelo Grupo DOCUMENTO.
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Introdução as ciências agrícolas aplicadas a campoGilFurlan1
As principais teorias sobre a migração dos primeiros habitantes para a América do Sul, sendo a mais aceita a chegada da América do Norte há cerca de 15 mil anos; as características dos povos originários brasileiros, incluindo ferramentas de pedra, domínio do fogo e estilo de vida nômade; e o legado cultural desses povos, como sítios arqueológicos e tradições registradas como patrimônio.
Este artigo resume o caju como patrimônio cultural brasileiro, explorando como ele está enraizado na cultura e identidade do país. As autoras descrevem como o caju teve um papel central em suas próprias infâncias em estados diferentes e analisam pesquisas que mostram a importância do caju para comunidades rurais. Elas argumentam que o caju deve ser reconhecido como patrimônio cultural devido à sua longa história no Brasil, uso em diversas áreas e significado cultural profundo para o povo brasileiro.
Memória familiar e educação não formal - claudete de sousa nogueiraMonitoria Contabil S/C
O batuque de umbigada, também conhecido como tambu ou caiumba é uma manifestação cultural trazida para o Brasil pelos escravos de origem bantu. Com seus
instrumentos como o Tambú, uma espécie de tambor feito de tronco oco de árvore; quinzengue, um tambor mais agudo que faz a marcação rítmica do tambú e nele se apóia; as matracas, que são os paus que batem no tambú do lado oposto do couro; guaiás ou chocalhos de metal em forma de cones ligados, essa manifestação conseguiu se manter através do tempo, passando de geração para geração.
O documento discute a importância da preservação do patrimônio histórico e cultural no Brasil. Aborda a legislação brasileira de proteção ao patrimônio e exemplos de bens culturais reconhecidos, como o Círio de Nazaré e as comunidades negras de Santa Catarina. Também apresenta questões sobre o tema que foram propostas em vestibulares e no ENEM.
Este artigo discute como as teorias antropológicas enfatizam que os objetos materiais desempenham um papel fundamental na vida social e cultural, não apenas por suas funções práticas, mas principalmente por suas funções simbólicas. Os objetos existem dentro de sistemas classificatórios culturais que lhes dão significado e organizam as interações sociais. O autor argumenta que é importante acompanhar como os objetos se transformam ao se deslocarem entre diferentes contextos sociais, como coleções, museus e noções de patrimô
O documento discute a historiografia sobre cultura marginal no estado brasileiro de Piauí. Ele analisa como essa produção historiográfica se desenvolveu tanto no âmbito acadêmico quanto fora dele, e como ela se relaciona com trabalhos sobre o tema produzidos em nível nacional. O texto também examina como a escrita histórica local sobre cultura marginal diáloga com abordagens teóricas mais amplas sobre o assunto.
PATRIMONIO CINEMATOGRÁFICO EM CAMPO GRANDE: PERSPECTIVAS DE SUSTENTABILIDADE ...1sested
Este documento discute o patrimônio cinematográfico na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil. Ele analisa a importância histórica e cultural dos cinemas na vida da população local e como esses espaços culturais foram em grande parte substituídos por outros que não preservam o patrimônio cultural. Também aborda conceitos como cultura, território, memória e desenvolvimento local para entender como o patrimônio cinematográfico pode ser preservado e aproveitado para promover o lazer da popula
Os grupos ceramistas pré coloniais do centro-oeste brasileiroJosé Carlos da Silva
Este documento resume um estudo sobre os grupos ceramistas pré-coloniais da região Centro-Oeste do Brasil com base na análise de 47 sítios arqueológicos. O autor argumenta que a região serviu como área de confluência para migrações de grupos ceramistas vindos de outras áreas, influenciando a origem e desenvolvimento cultural desses grupos. Análises estatísticas de dados e artefatos sugerem variações culturais locais surgindo de fusões entre grupos a partir do século X d.C.
Contexto arqueológico, técnicas corporais e comu- nicação: dialogando com...Edevard Junior
Este artigo discute as similaridades e diferenças entre as representações rupestres classificadas como Estilo São Francisco e Estilo Montalvânia no norte de Minas Gerais e sudoeste da Bahia. O autor argumenta que a variação estilística regional pode estar relacionada às finalidades comunicativas destes estilos ao invés de "estranhamentos culturais" entre os grupos. Como exemplo, analisa a arte rupestre da Lapa do Tikão para mostrar como diferentes públicos-alvos podem ajudar a entender a diversidade deste registro arqueol
O documento descreve achados arqueológicos no Brasil pré-histórico, incluindo sítios com vestígios de fogueiras e ferramentas de 48 mil anos em São Raimundo Nonato, Piauí. Também menciona o crânio feminino de 11,5 mil anos encontrado em Lagoa Santa, Minas Gerais, e comunidades que viviam da pesca ao longo da costa brasileira há 9 mil anos.
O documento discute a importância da história local e regional no ensino de história. Ele explora três vetores que influenciaram a diminuição das diferenças regionais ao longo dos séculos, como o desenvolvimento da economia global e a consolidação dos estados modernos. Também aborda como a história regional pode ser ensinada de forma a reconhecer semelhanças, diferenças e transformações no presente e passado da localidade dos alunos.
Este documento discute a arte rupestre no Nordeste brasileiro, especificamente na região de Seridó no Rio Grande do Norte. Ele descreve duas tradições de arte rupestre na região, Nordeste e Agreste, e uma subtradição chamada Seridó. Também discute estilos de arte rupestre na região Seridó, como Serra da Capivara II e Carnaúba, caracterizados por representações de figuras humanas.
O documento discute o uso de fotografias tiradas em duas comunidades de ilhas para identificar ocorrências semióticas. As fotos mostram aspectos da vida cotidiana como o trapiche local, a relação entre humanos e animais, e como hábitos de consumo estão alterando a cultura tradicional. A análise semiótica das imagens fornece insights sobre a sustentabilidade e cultura do local.
Semelhante a 169 a 178 maria cristina tenorio (20)
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdfenpfilosofiaufu
Caderno de Resumos XVIII Encontro de Pesquisa em Filosofia da UFU, IX Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU e VII Encontro de Pesquisa em Filosofia no Ensino Médio
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Biblioteca UCS
A biblioteca abriga, em seu acervo de coleções especiais o terceiro volume da obra editada em Lisboa, em 1843. Sua exibe
detalhes dourados e vermelhos. A obra narra um romance de cavalaria, relatando a
vida e façanhas do cavaleiro Clarimundo,
que se torna Rei da Hungria e Imperador
de Constantinopla.
Egito antigo resumo - aula de história.pdfsthefanydesr
O Egito Antigo foi formado a partir da mistura de diversos povos, a população era dividida em vários clãs, que se organizavam em comunidades chamadas nomos. Estes funcionavam como se fossem pequenos Estados independentes.
Por volta de 3500 a.C., os nomos se uniram formando dois reinos: o Baixo Egito, ao Norte e o Alto Egito, ao Sul. Posteriormente, em 3200 a.C., os dois reinos foram unificados por Menés, rei do alto Egito, que tornou-se o primeiro faraó, criando a primeira dinastia que deu origem ao Estado egípcio.
Começava um longo período de esplendor da civilização egípcia, também conhecida como a era dos grandes faraós.
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
169 a 178 maria cristina tenorio
1. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 14: 169-178, 2004.
IDENTIDADE CULTURAL E ORIGEM DOS SAMBAQUIS*
Maria Cristina Tenório**
TENÓRIO, M.C. Identidade cultural e origem dos sambaquis. Rev. do Museu de Arqueologia e
Etnologia, São Paulo, 14: 169-178, 2004.
RESUMO: A questão da delimitação das unidades culturais envolvidas na
construção dos sambaquis tem sido constante foco de debates na arqueologia
brasileira. No presente trabalho, foram sistematizadas as informações disponíveis
relacionadas à distribuição dos sítios e à cultura material assim como se procurou
elaborar um modelo para explicar o povoamento do litoral brasileiro apoiado nos
resultados dessa sistematização e na soma dos pontos convergentes de modelos pré-
existentes.
UNITERMOS: Sambaquis – Identidade cultural – Litoral – Pescadores – Coletores.
Introdução questão teve início tão logo foi finalizado o debate
sobre o caráter artificial desses sítios.
Um dos maiores interesses do estudo dos No Brasil, entre as décadas de 50 e 80, houve
sítios litorâneos reside justamente nas melhores inúmeras tentativas de agrupamentos regionais,
possibilidades de se discriminar a influência dos apoiadas na sistematização das diferenças e das
fatores ambientais que homogeneízam a cultura semelhanças encontradas na cultura material dos
material da margem de “liberdade cultural”, sambaquis. Dentre esses, destacam-se os trabalhos
expressa pelas diferenças de estilo em grupos de Loureiro Fernandes, Paulo Duarte, Adam
de mesmo nível tecnológico. (Prous 1992 : 199) Orssich, Ondemar Blasi, Wesley Hurt, José Wilson
Rauth, João Alfredo Rohr, Guilherme Tiburtius,
Definir as unidades culturais envolvidas na Valentin Calderon, Alan Bryan, Clifford e Betty
construção dos sambaquis tem sido um dos Meggers, Margarida Andreatta, Maria José Menezes,
maiores problemas da arqueologia brasileira. Essa Niède Guidon, Luciana Palestrini, Ondemar Dias,
Ana Maria Beck e Antonio Serrano, autores cujo
objetivo principal de seus trabalhos era evidenciar os
grupos afins e reconstituir os movimentos migratórios
(*) Esta publicação faz parte das atividades de pós-
doutorado desenvolvido no Museu de Arqueologia e ocorridos na costa brasileira.
Etnologia – MAE/USP. Posteriormente, foram utilizadas novas abordagens
Pesquisa apoiada pela Financiadora Nacional de embasadas por teorias provenientes da Ecologia
Estudos e Projetos/FINEP, Fundação de Amparo à Pesquisa Cultural e da Antropologia que possibilitaram a
do Rio de Janeiro/FAPERJ, Centro de Aperfeiçoamento elaboração de outros modelos interpretativos para
Profissional do Ensino Superior/CAPES e pelo Conselho
Nacional de Pesquisa/ CNPQ – Entidade governamental
entender o povoamento do litoral brasileiro. Embora à
brasileira promotora do desenvolvimento científico e primeira vista fosse antagônica, uma análise desses
tecnológico. modelos permitiu que a união de seus pontos conver-
(**) Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de gentes fosse usada na construção de um novo modelo
Janeiro-UFRJ. ctenorio@domain.com.br interpretativo para o desenvolvimento da questão.
169
2. TENÓRIO, M.C. Identidade cultural e origem dos sambaquis. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 14:
169-178, 2004.
Origem da cultura sambaquiana partir da oposição entre sítios com predomínio de
moluscos e sítios com maior evidência de pesca,
Embora houvesse uma preocupação no estabele- identificou a fase Itaipu, em sítios em dunas, mais
cimento das unidades culturais e sua dispersão, não tarde considerada Tradição.
existia, inicialmente, para o litoral, um questionamento A constatação de que o sítio do Corondó teria
sobre a origem de seu povoamento, se se tratava de sido construído por populações já perfeitamente
uma só filiação cultural ou se os sambaquis haviam caracterizadas e portando o conhecimento dos
sido formados por diferentes levas de grupos vindos de processos de reprodução de plantas, que provavel-
lugares distintos. Apenas Annette Laming Emperaire mente não ocorreu in sito (Dias Jr. & Carvalho
(mimeógrafo inédito), que desejava testar a proposta 1990: 161), serviu para elaborar a hipótese de que
de Paul Rivet sobre a existência de uma rota alternativa seus construtores teriam uma origem diferente da
por mar usada por grupos que, há muito tempo, já dos sambaquis, embora fosse deixado em aberto
estariam adaptados à vida marinha, sugere a “quais os caminhos percorridos pela difusão entre
possibilidade de uma origem única, vinda de fora. um ponto desconhecido no interior do país e esta
Devido à morte prematura de Emperaire, seu região costeira”. (Dias op.cit: 172).
projeto foi interrompido, mais tarde, outros Uma origem diferente pressupõe uma unidade
retomaram a questão, passando-se a discutir se os sociocultural distinta da sambaquiana. Segundo Dias:
grupos responsáveis pela formação dos sambaquis “podemos supor que a origem da Tradição
abrangiam uma ou várias culturas sambaquianas. não se prenderia, necessariamente, a
Segundo Prous (1992: 259), Serrano foi o sambaquianos adaptados. Ela poderia
primeiro a abordar o problema da identidade do resultar, então, de caçadores, coletores &
“sambaquiano”, identificando a “fácies meridional“, pescadores diversificados que desenvolve-
com zoólitos, mais ao sul, e a “fácies setentrional”, ram uma sociedade complexa, paralela aos
a partir de São Paulo, sem zoólitos. Posteriormen- coletores especializados. (id: 160)
te, Beck (apud Id.Ibid) criou subdivisões para
essas fácies e, depois, Piazza (apud Id.Ibid) definiu Embora ressalte muito a diferenciação cultural
fases a partir de sítios englobados em uma dessas entre sambaquis e a tradição Itaipu, a ponto de
subdivisões, começando por critérios exclusiva- constituírem duas tradições culturais, Dias (ibid)
mente malacológicos, em função da predominância afirma que apresentam vínculos culturais:
dos tipos de moluscos coletados. A classificação, a “O vínculo entre as antigas comunidades
partir dos restos malacológicos, dentre outros (sambaquianas) e as novas (economia
aspectos, foi também utilizada, no Rio de Janeiro, diversificada – Itaipu) manteve-se tanto na
para definir fases, por Mendonça de Sousa (1981), tecnologia de fabrico, quanto na persistência
e unidades culturais, por Heredia et al (1989). dos padrões tipológicos dos artefatos líticos.
No entanto, com exceção da presença de Sem dúvida, esta classe de material ... consti-
zoólitos, o estudo da distribuição dos artefatos, tui-se numa espécie de “espinha dorsal”
segundo a abordagem do Histórico Culturalismo, unindo as Tradições locais.” (Dias, ibid:172)
não permitiu a delimitação das unidades culturais.
Numa análise da arqueografia brasileira, Prous (1992) atentou para a diversidade dos
pode-se verificar a dificuldade de delimitação das acampamentos litorâneos e optou por limitar a fase
províncias culturais, a partir do estudo da distri- Itaipu aos limites físicos do Rio de Janeiro, área que
buição da cultura material. Sua delimitação em até então apresentava muito poucos dados para
facies foi importante para uma primeira sistemati- que pudesse ser inserida nas subdivisões de Beck.
zação, mas, numa abordagem mais detalhada, Por outro lado, a ausência de sítios apresentando
pode-se constatar a ineficácia das classificações, evidências do processo adaptativo interior-litoral,
já que são comumente encontrados sítios distantes acrescida da semelhança observada no padrão de
entre si portando uma mesma cultura material e, assentamento (Gaspar 1991) e na cultura material,
ao mesmo tempo, sítios próximos e contemporâ- argumentam contra a diversidade cultural proposta
neos apresentando diferenças marcantes. para os sambaquis.
No estado do Rio de Janeiro, Dias (1967), Poucos pesquisadores, entre eles, Maria Dulce
também pressupondo uma diferenciação cultural, a Gaspar (1991), aceitam que a ocupação do litoral
170
3. TENÓRIO, M.C. Identidade cultural e origem dos sambaquis. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 14:
169-178, 2004.
brasileiro tenha se dado por um único sistema Lima (Id: 33) propõe que o litoral teria sido
sociocultural. ocupado por diferentes sistemas socioculturais
Segundo Gaspar (Id: 260), a constante vindos do interior:
associação de moradia, alimento e enterramento
“Produzidos por sistemas socioculturais
configurara uma cosmologia própria a um único
distintos, regidos por lógica própria interna,
sistema sociocultural.
esses montes precisam ser analisados sob a
No modelo de Gaspar (Id), elementos
ótica da diversidade, respeitando-se seus
estruturais manteriam a coesão do grupo, protegendo
particularismos, na medida em que perspec-
sua desestabilização cultural que poderia ficar
tivas generalizantes e homogeneizadoras
ameaçada pela constante introdução de elementos
são de todo equivocadas para explicá-los”.
novos.
(Andrade Lima 1999-2000: 314)
Quanto à persistência de certos itens da
Cultura e adaptação cultura material, verificada nas adaptações aos
ambientes litorâneos, Andrade Lima (Id) a atribui a
A discussão sobre origem e unidade cultural, a uma conjunção de fatores, como limitação de
partir da década de setenta, se misturou às matéria prima e difusão de técnicas, acompanhando
questões sobre mudança temporal, ambiental e os movimentos migratórios ao longo da costa.
adaptação e, como conseqüência, houve uma No entanto, embora questione a validade da
interdição ao uso do termo sambaqui para definir utilização das similaridades encontradas na cultura
genericamente ocupação litorânea. Passando a ser material, Andrade Lima (1991: 513) utiliza outras,
o foco dos debates, o que seria ou não sambaqui, apontadas na cultura material como indício de que os
sendo substituída a delimitação dos sistemas sítios abordados na baía da Ribeira foram construídos
socioculturais envolvidos no povoamento do litoral por grupos pertencentes a um único sistema
brasileiro pelo questionamento das mudanças sociocultural. Tudo indica que o parâmetro usado
adaptativas observadas nos sítios. (Terceiro pela autora é o da proximidade geográfica, pois
Seminário Goiano de Arqueologia, março de 1980; apenas em sítios a pouca distância uns dos outros
3a Reunião do Sudeste, abril de 1995). considera válida a utilização de tais similaridades.
O reconhecimento de que existem sítios Andrade Lima considera que concentrações
litorâneos contendo maior ou menor quantidade de de sítios devam corresponder a grupos de mesma
molusco não está presente apenas na arqueologia filiação cultural:
brasileira, só não é consenso a atribuição de uma “Concentrações de sítios resultantes do
conotação cultural a essa diferenciação. A explica- estabelecimento desses coletores no âmbito
ção que prevalece, a exemplo do que Erlandson de uma localidade ou mesmo de uma região
(1994: 277) observa na costa da Califórnia, é que podem ser assumidas como contemporâne-
os sítios mais antigos apresentam maior quantidade as e corresponder à partilha de um territó-
de moluscos; nos mais recentes, é possível obser- rio por bandos com uma mesma filiação
var que o molusco deixa o papel de elemento
cultural”. (Andrade Lima 1991: 40)
básico da dieta para passar a ser apenas um artigo
suplementar, o que é explicado por crescimento Embora concordando com Barreto (1988
demográfico e pela exaustão dos bancos de apud Andrade Lima ibid.) sobre a escassez dos
moluscos. Essa explicação é compartilhada por dados disponíveis para discutir em maior profundi-
Andrade Lima (1991) que observa a mudança do dade a origem das populações que alcançaram o
conteúdo faunístico em sítios localizados no litoral litoral durante o holoceno, Andrade Lima propõe,
do estado do Rio de Janeiro, atribuindo o fato a hipoteticamente, um modelo para o povoamento da
uma exploração predatória dos bancos de moluscos costa brasileira, baseado no de Osborn, no que se
e a um crescimento demográfico, e não a uma refere à pressão demográfica, e no de Perlman, ao
opção cultural. tratar de aproveitamento oportunista. O modelo
Mesmo não considerando a diferenciação feita elaborado por Andrade Lima se aproxima do de
a partir da quantidade de moluscos encontrada nos Dias ao propor uma ocupação do litoral por grupos
sítios como um diferenciador cultural, Andrade interioranos:
171
4. TENÓRIO, M.C. Identidade cultural e origem dos sambaquis. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 14:
169-178, 2004.
“Grupos provenientes do interior teriam cita como locais de passagem o vale da Ribeira e o
alcançado o litoral empurrados por stress vale do Rio Itajaí. Andrade Lima (1999-2000: 272)
populacional em algum ponto do planalto e também concorda com um eixo por vias fluviais em
alcançaram a costa; ao encontrarem alguns trechos do litoral, como no Vale do Ribeira,
ambientes extremamente favoráveis ao seu no Vale do Itajaí e no Vale do Jacuí. No entanto,
estabelecimento, teriam se especializado na para esta autora, em outras áreas, a serra do Mar
explotação dos abundantes recursos teria atuado como uma barreira, favorecendo um
disponíveis em determinados ecossistemas movimento perpendicular à costa.
não só por opção oportunista, mas ainda Uma análise inicial dos dados disponíveis
pela dificuldade de transpor a barreira sobre a cultura material encontrada no litoral
montanhosa da Serra do Mar, já anterior- brasileiro sugere a existência de pelo menos três
mente considerada por vários autores.” rotas de entrada. Pelo norte, através do norte do
Andrade Lima (1991: 33) estado do Rio de Janeiro; outra por São Paulo e,
talvez, mais de uma pelo sul, por caminhos onde
Caso os modelos de Dias e de Andrade Lima
também são encontrados os Cerritos, percorridos
sejam corretos, a falta de elementos culturais
por populações associadas aos zoólitos, que
interioranos no litoral sugere que levas populacionais
também poderiam ter vindo do Uruguai. No sul,
oriundas do interior chegariam com seus costumes
parece ter ocorrido um fluxo maior de pessoas
e, logo, adaptar-se-iam ao litoral, abandonando
relacionadas a diferentes tradições culturais, o que
totalmente quaisquer elementos de sua cultura,
se percebe na diversidade da indústria lítica
passando, então, a produzir, imediatamente,
encontrada em Santa Catarina.
elementos similares encontrados em toda a costa –
Associado a esse fato parece não haver
desde artigos funcionais, utilizados na obtenção de
dúvidas quanto à presença da Tradição Umbu no
alimentos, até elementos rituais – sem que houvesse
litoral e quanto à entrada de grupos pescadores-
contato com alguma “cultura” que já possuísse
coletores-caçadores proposta por Neves (1988).
esses costumes, ou que tivesse pleno domínio da
No entanto, a grande similaridade nos elemen-
tecnologia necessária para a exploração dos
tos mais expressivos em termos quantitativos, fato
recursos litorâneos.
também constatado por Gaspar (1991), parece indicar
Parece mais provável, que os grupos interioranos
a existência de uma cultura sambaquiana agregadora
tivessem rapidamente se adaptado, perdendo,
de populações ainda não adaptadas ao litoral.
inclusive, seus traços mais marcantes, porque
teriam sido absorvidos culturalmente por popula-
ções já bem adaptadas ao ambiente aquático. Cultura material encontrada no litoral:
A aculturação de grupos interioranos, que similaridades e diferenças
teriam chegado ao litoral, favoreceria a manutenção
e a continuidade de uma “cultura sambaquina”,
Para ilustrar as similaridades e diferenças
constituída de muita miscigenação, devido à
encontradas na cultura material proveniente do
constante introdução de elementos novos. No
litoral compreendido entre o Rio de Janeiro e
modelo de Gaspar (1991), elementos estruturais
Torres, foram elaboradas três tabelas (Tabelas 1, 2
manteriam a coesão do grupo, protegendo sua
e 3), contemplando a distribuição das indústrias
desestabilização cultural que poderia ficar ameaçada
lítica, óssea e malacológica. Foram utilizadas as
pela constante introdução de elementos novos.
informações fornecidas por Prous (1992), acresci-
das das informações obtidas através do desenvolvi-
Rotas migratórias (1) O projeto “O Aproveitamento Ambiental das Popula-
ções Pré-históricas no Litoral do Rio de Janeiro” vem
As grandes concentrações de sítios próximas sendo desenvolvido no Departamento de Antropologia
aos vales de grandes rios que cortam as serras, do Museu Nacional. De 1981 até o ano de 2000 contou
com o apoio da FINEP. Do seu início até 1989 foi
como as concentrações em Iguape, Cananéia,
coordenado pelo Professor Dr. Osvaldo Heredia, quando
Baixada Santista, Baía de Paranaguá, sugerem a este veio a falecer, desde então o projeto vem sendo
existência de rotas migratórias para a costa, desenvolvido sob a coordenação da Professora Dra. Maria
acompanhando o curso de rios. Neves (1988: 31) Dulce Gaspar e conta com a sub-coordenação da autora.
172
5. TENÓRIO, M.C. Identidade cultural e origem dos sambaquis. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 14:
169-178, 2004.
mento do projeto “O aproveitamento ambiental das A distribuição do material lítico indica que, no
populações pré-históricas no estado do Rio de estado de Santa Catarina, ocorre uma grande
Janeiro”.1 diversidade de tipos que se expande para os litorais
A partir das tabelas 1,2,3, pode-se observar a norte e sul.
similaridade da cultura material proveniente do Retirando o Paraná da tabela, observa-se que
litoral, embora haja indiscutíveis elementos destoan- a difusão dos elementos até o Rio de Janeiro é bem
tes, como a ausência de zoólitos no Rio de Janeiro. maior. O estado do Paraná fomenta a ilusão de uma
Deve-se levar em consideração a escassez desse ruptura cultural, o que pode ser apenas resultante
elemento no estado de São Paulo e sua abundância da escassez de pesquisas.
no sul, o que parece indicar um elemento introduzi- Embora o estado de Santa Catarina não
do nesta região e que perde sua popularidade, à apresente datações muito antigas, sua indústria
medida que há uma dispersão de pessoas ou de lítica sugere que teria se constituído num centro de
idéias para o norte. dispersão. Já os construtores de sambaquis do
Por outro lado, os elementos semelhantes estado do Rio Grande do Sul parecem ter
encontrados na indústria sugerem a mesma tradição recebido a influência de elementos externos,
cultural, com acréscimos e perdas regionais que responsáveis pela introdução das pedras com
podem ter sido provocados por aprimoramento covinhas e os objetos geométricos. No entanto,
tecnológico/adaptativo ou por contato e incorpora- esses elementos são numericamente poucos e só
ção de outros grupos. chegam até Santa Catarina.
Tabela 1
Ocorrência de artefatos líticos em sítios localizados no litoral brasileiro
Material/Estados Rio G. do Sul Santa Catarina Paraná São Paulo Rio de Janeiro
Recipientes
Prismas naturais
Seixos batedores
Pesos de rede
Bigornas
Alisadores
Grosa
Corantes
Amoladores polidores fixos
Amoladores polidores portáteis
Lascas de quartzo
Lascas de seixos de r. básicas
Pedras de queijo
Lâminas de machados de seixos
ou plaquetas com só o gume
polido
Pingentes zoomórfos
Zoólitos
Pingentes
Pedras furadas
Pratos
Pedras com depressões
Tigelas, pilões e pratos
Objetos geométricos
Pedras c/ covinhas
Rodas dentadas
Bola de boleadeira
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6. TENÓRIO, M.C. Identidade cultural e origem dos sambaquis. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 14:
169-178, 2004.
Tabela 2
Ocorrência de artefatos ósseos em sítios localizados no litoral brasileiro
Material/Estados Rio G. do Sul Santa Catarina Paraná São Paulo Rio de Janeiro
Facas
Dentes de tubarão trabalhados
Espátulas
Instrumentos de ossos de cetáceos
Recipientes
Discos com furos
Flautas
Apitos
Tábuas de ossos de cetáceos
Vértebras perfuradas
Dardos
Pontas de esporão de raia
Espinhos trabalhados
Furadores
Pontas de diáfises peixes
Pontas de diáfises mamíferos e aves
Anzóis
Buris feitos de dente
Propulsores
Peças com gume de osso de cetáceo
Pássaros
Agulhas
Tabela 3
Ocorrência de artefatos malacológicos em sítios localizados no litoral brasileiro
Material/Estados Rio G. do Sul Santa Catarina Paraná São Paulo Rio de Janeiro
Valvas recipientes
Valvas com bordo cortante
Valvas raspadores
Braceletes
Pingentes
Este último estado pode também ser visto Em relação à indústria malacológica, constata-
como um ponto de dispersão, como um divisor de se que o Rio de Janeiro apresenta a maior variabili-
águas em relação ao material lítico. Alguns elemen- dade de itens, tendo sido, provavelmente, o centro
tos chegam do norte ou do sul e o alcançam, mas de dispersão desse implemento tecnológico (Dias
não o ultrapassam, fato que pode ser interpretado 1992:162).
como a introdução de itens de fora obtidos através Pelo que foi exposto, a cultura material
de contato ou da entrada de outros grupos por registrada no litoral brasileiro não apresenta
Santa Catarina (Neves 1988) ou, alternadamente, evidências de que seja resultante de adaptações
pelos dois estados, depois se misturando a grupos independentes. A variabilidade observada, prova-
sambaquianos. velmente, está mais relacionada à absorção de
Em relação à indústria óssea, sua distribuição é novos elementos culturais do que a uma grande
muito mais homogênea e, não considerando o estado diversidade cultural.
do Paraná, observa-se uma continuidade, com o As repetições observadas nos rituais de
estado de São Paulo no centro de dispersão. enterramentos corroboram a hipótese da existência
174
7. TENÓRIO, M.C. Identidade cultural e origem dos sambaquis. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 14:
169-178, 2004.
de uma cultura sambaquiana, ao mesmo tempo em litorâneas, sugerindo que, diferente do que se
que a diversidade de elementos, que fazem parte pensava, grupos paleoíndios teriam chegado ao
desse ritual dentro de um mesmo contexto arqueo- litoral em épocas muito recuadas. Hipótese que
lógico, sugere a constante incorporação de outros questiona o modelo “Gates of the Hell” (Erlandson
grupos ainda não adaptados ao litoral. 1994:276), o qual propõe que o uso intensivo de
recursos marinhos foi desenvolvido relativamente
tarde, apenas quando o crescimento populacional
Hipóteses para explicar similaridades e ultrapassou a capacidade de obtenção de alimentos
diferenças observadas na cultura material no ambiente terrestre (Cohen 1981: 281). Segundo
essa hipótese, tais populações, há muito adaptadas
Três hipóteses não excludentes podem ser ao litoral, mesclaram-se, posteriormente, a grupos
usadas para explicar semelhanças e diferenças oriundos do interior.
encontradas na cultura material proveniente de Na segunda hipótese, as similaridades são
sítios litorâneos, a saber: decorrentes apenas do tipo de exploração.
Apoiada nas propostas de Cohen (1978) e de
1. Esses sítios foram construídos por
Binford (1968), volta-se para aquela em que a
grupos culturais relacionados a grupos
ocupação litorânea teria se dado num momento
pleistocênicos, já adaptados à economia
mais recente, como uma segunda opção para a falta
costeira. As diferenças regionais são conseqü-
de recursos nos territórios interioranos, decorrente
ência de fusões com grupos oriundos do
de aumento demográfico.
interior que, em épocas mais recentes,
De acordo com ela, os grupos que teriam
chegaram ao litoral usando, como rota, os
chegado ao litoral não tinham contato entre si,
grandes cursos d’água;
apresentavam traços culturais distintos que, com o
tempo, devido às exigências da exploração
2. A exploração dos recursos marinhos
marinha, passariam a apresentar semelhanças,
pode favorecer a existência de um arsenal
embora não houvesse contato.
tecnológico muito parecido, daí as seme-
A terceira hipótese baseia-se na existência de
lhanças encontradas, mesmo não havendo
um intenso contato já que um trajeto por água seria
contato cultural. As diferenças observadas
a melhor opção para cruzar a exuberante mata
se devem às distintas filiações culturais
fechada encontrada na costa brasileira; ao mesmo
relacionadas a vários grupos que vieram do
tempo, essa escolha permitiria uma grande mobili-
interior em diversos momentos, quando as
dade que incentivaria um intenso fluxo de pessoas e
pressões ambientais ou populacionais
de informações.
tornaram o litoral mais atrativo do que os
Por outro lado, para que esse contato não
territórios interioranos.
interferisse na manutenção dos territórios e da
identidade cultural, é provável que fosse necessária
3. A grande mobilidade permitida pela
a criação de fatores de etnicidade (Hodder 1982)
utilização de vias aquáticas, aliada à própria
que reforçassem a identidade, na medida em que
característica agregadora da exploração de
eram criados como elementos de diferenciação.
recursos marinhos, teria propiciado um intenso
Segundo Hodder (ibid: 12), quanto mais próximos
contato, o que incentivaria, ao mesmo tempo, a
os sítios, mais elementos de etnicidade haveria. Isso
presença de elementos similares na cultura
pode ser exemplificado pelo conjunto de sítios
material, como também uma grande diversidade
identificados no canal de Itajuru, no litoral do Rio
estilística utilizada como fator de etnicidade,
de Janeiro. Embora localizados muito próximos e
garantindo a territorialidade e a manutenção da
sendo contemporâneos, apresentam elementos
identidade cultural. O intenso contato também
muito diferentes na cultura material, inclusive
incentivaria a miscigenação que estaria evidenci-
relacionados à dieta alimentar (Tenório 1996),
ada pela presença da grande diversidade de
essas diferenciações podem ser percebidas como
elementos simbólicos encontrada nos sítios.
tendo sido criadas em oposição ao outro para
A primeira hipótese está baseada nas datações reforço de identidade e manutenção de territórios
recuadas que têm sido obtidas para adaptações (Hodder op.cit ).
175
8. TENÓRIO, M.C. Identidade cultural e origem dos sambaquis. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 14:
169-178, 2004.
A partir do que foi apresentado, pode-se Segundo este modelo, a essa cultura
observar, nas três hipóteses, a presença de “escolas sambaquiana eram constantemente agregados
de pensamento” que condicionaram os tipos de novos costumes trazidos por grupos que alcançavam
abordagens, no entanto observa-se também que, não a costa, oriundos do interior. Apesar deste intenso
são excludentes. Constata-se que tanto a filiação contato, essa cultura não perdeu sua supremacia até
cultural, como o arsenal tecnológico adaptativo e o a chegada dos ceramistas, pois detinha o conheci-
intenso contato podem ser os responsáveis pelas mento tecnológico necessário à exploração marítima
semelhanças e pelas diferenças existentes na cultura e também porque possuía uma cosmologia bem
material encontrada no litoral. estruturada constantemente reforçada em rituais que
envolviam concentração de pessoas.
De acordo com o modelo proposto, o litoral
Conclusão durante mais de 5.000 anos foi povoado por grupos
que constituíam uma sociedade única, mas composta
A presença recorrente de elementos da cultura de várias “etnias”. Neste caso a palavra etnia está
material – extremamente semelhantes em sítios grifada porque é utilizada relacionada ao conceito de
distantes e, ao mesmo tempo, a diversidade do etnicidade (Hodder 1982) e não à origem étnica.
material resgatado em sítios próximos e contemporâ- Entende-se por fatores de etnicidade o conjunto de
neos – permite que seja levantada a hipótese da alta elementos de função diferenciadora criados artificial-
incidência de miscigenação e de fatores de mente para manutenção de territórios e de identidade
etnicidade. Estes últimos seriam os responsáveis social. Não obstante, a intensidade dos contatos, das
pelas diferenças verificadas na cultura material; a trocas e até das mais efetivas, como a miscigenação
miscigenação responderia pela grande variedade de através de casamentos. As diferenciações culturais
rituais funerários observados, muitas vezes, até regionais continuariam a ser mantidas graças à
dentro de um mesmo sítio, ou seja, haveria escolhas criação de fatores de etnicidade, que podem ser
marcantes relacionadas a estilo, matéria prima, exemplificados por modus diferenciados de
modus que seriam refletidos na cultura material produção de artefatos ou de elementos rituais. Essas
encontrada num mesmo sistema de assentamento. diferenças seriam constantemente reforçadas pela
Segundo Hodder (1982: passin), a interação maneira de cada comunidade se ver em relação à
social nem sempre provoca homogeneidade outra, independente de terem ancestrais comuns.
estilística, já que a relação da sociedade com a Essa realidade produziu uma cultura material
cultura material está associada a estruturas ideológi- com muitos elementos recorrentes, mas também
cas e com códigos simbólicos, pois a cultura material com diferenciações notáveis de difícil sistematiza-
desempenha um papel ativo como símbolo nas ção, já que o intenso contato e os elementos de
relações sociais e econômicas entre grupos étnicos, etnicidade criados artificialmente atenuaram os
grupos de idade, sexo, status e família. contornos necessários à delimitação das unidades
Somando-se os pontos convergentes dos culturais. Nesse contexto, parte-se do pressuposto
modelos construídos por Dias, Andrade Lima e de que uma estratégia eficaz na caracterização dos
Gaspar ao que foi apresentado, propomos um grupos envolvidos no povoamento de determinadas
modelo interpretativo para explicar o povoamento áreas é a identificação e a utilização de elementos
do litoral brasileiro, no qual se parte do princípio de criados para reforçar identidade e que podem ser
que teria existido uma “cultura sambaquiana” muito percebidos em contextos rituais, como no caso dos
antiga formada por grupos marítimos, caracterizados enterramentos ou em determinadas maneiras de
por possuírem um profundo conhecimento de fazer instrumentos.
técnicas necessárias à exploração do meio aquático
marinho. Esta suposição está apoiada nas similarida-
des observadas na cultura material, no padrão de Agradecimentos
assentamento, no fato observado por Gaspar (1991)
sobre a constância do hábito de enterrar os mortos Agradeço o apoio da FINEP, da CAPES e da
em locais que se destacam na paisagem e na FAPERJ no desenvolvimento das pesquisas no litoral
ausência de sítios de transição que reunissem Rio de Janeiro, assim como a Maria Dulce Gaspar e
elementos do interior e do litoral. a Angela Buarque pela atenciosa leitura dos originais.
176
9. TENÓRIO, M.C. Identidade cultural e origem dos sambaquis. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 14:
169-178, 2004.
TENÓRIO, M.C. Cutural identity and origin of the sambaquis. Rev. do Museu de Arqueologia e
Etnologia, São Paulo, 14: 169-178, 2004.
ABSTRACT: The question concerning the distribution of the cultural units involved
in the construction of sambaquis has been in the constant focus of the debates in
Brazilian archaeology.
In this paper, we systematize the available data related to the distribution of the
sites and the material culture as well as present a model to explain the settlement of the
Brazilian coast, supported on the results of that systematization and the sum of the
merging points of preexisting models.
UNITERMS: Sambaquis – Cultural identity – Coastlines – Fishers – Gatherers.
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