SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 3
Baixar para ler offline
Antônio Conselheiro 
LUITGARDE OLIVEIRA CAVALCANTE BARROS 
Na década de 1970, um cearense de Quixeramobim, Antônio Vicente Mendes Maciel, sobrevivente das guerras entre Araújos e Maciéis, pobre, ex-comerciante, ex-professor, ex-rábula derrotado pela força dos poderosos, "repugnado dos engodos do mundo", encontra em Ibiapina seu mestre, aquele que o guiará pelos caminhos do sertão, atravessando caatingas, vadeando rios, pregando o bem, trabalhando muito, as mãos calosas, cabelo e barba crescidos, camisão azul, no começo seguido por um carneirinho, aconselhando, percorrendo o mundo de infelicidade, palco de sua vida errante. Para o povo sofrido do sertão ele será Seu Conselheiro, Antônio dos Mares, Santo Conselheiro, Bom Jesus, Santo Antônio Aparecido (Calasans, J. - Quase biografias de jagunços. Salvador, V.F. Ba, 1986, p. 7). 
Cumprindo a missão de beato, prega a condenação da avareza, ganância, exploração, riqueza, escravidão, violência dos ímpios, a miséria, a injustiça e todas as outras "obras de Satanás", enquanto percorre vilas, povoados e fazendas ajudando os necessitados e organizando mutirões para construção e conserto de cemitérios, açudes e igrejas, tendo até, à frente de centenas de irmãos, construído a estrada do Canché, ligando Sergipe ao estado da Bahia. 
O maior genocídio de nossa história. Encerrando o nomadismo de mais de duas décadas de caminhadas, em junho de 1893, o beato Antônio Conselheiro, acompanhado por centenas de sertanejos ex-escravos, desempregados, sem-terra, doentes, sem lugar no mundo da produção nacional da época, os seus "mal-aventurados", chega, com mais de sessenta anos de idade, ao fim da peregrinação. Fugindo do confronto aberto com o governo no Fogo do Masseté, quando condenara os impostos escorchantes cobrados de um povo miserável, o Peregrino, deslumbrado com a beleza do Vaza-Barris correndo manso no sopé de colinas, rebatiza o lugar com o nome de Belo Monte, onde tentará construir finalmente um mundo de paz (sem governo, juiz e polícia), justiça e igualdade entre irmãos, segundo os ensinamentos do Evangelho. 
Milhares de pessoas acorrem para viver o mundo santo do beato, trabalhando, rezando e seguindo seus conselhos. Profundos conhecedores dos recursos naturais da região e naquela época não existindo cercas nas propriedades, plantaram todas as margens do rio e qualquer baixa (terreno mais fresco) encontrada nas caatingas, colhendo rica produção, montando até engenhos e casas de farinha. O criatório de cabras e ovelhas se desenvolveu juntamente com as indústrias dos curtumes e dos queijos de leite de cabras além de rico artesanato de couro. 
O Conselheiro, repetindo Ibiapina, ponteava os trabalhos com a Salve-Rainha ao meio- dia, o terço à boca da noite e o ofício de madrugada. Ali foram encontrá-lo seus perseguidores: juízes, governantes, intelectuais republicanos e progressistas e, por fim, todo o Exército, tendo à frente o próprio ministro da Guerra, general Bittencourt. Resistindo aos ataques de três expedições militares, aproxima-se o fim com a chegada da 4ª Expedição comandada pelos generais Artur Oscar e Savaget. Seria uma expedição vingadora das derrotas militares anteriores e exemplar, mostrando que a República não poderia ser criticada nem combatida, principalmente "por um grupo de fanáticos,
criminosos analfabetos comandados por um louco - produto degenerado das misturas raciais". 
Milhares de sertanejos marcharam dos lugares mais distantes em defesa do mundo do Conselheiro. Finalmente, em outubro de 1897, os militares entraram e degolaram os guerreiros que tombaram feridos, estupraram e mataram nas fogueiras e na marcha forçada pelo sertão centenas de prisioneiras. Para esmagar qualquer possibilidade de reorganização daqueles seguidores de beato, dividiram as crianças entre a soldadesca e entregaram nos prostíbulos da região meninas, algumas com até nove anos de idade. 
Uma utopia viva. No vale da Morte, onde Ângelo Reis e seus empregados enterraram cerca de 25.000 cadáveres, desobedecendo à ordem militar de deixá-los aos urubus, quase à flor da cova rasa comum, trazidos pela erosão, os restos do maior genocídio de nossa história reavivam e ressaltam a utopia vivida pelo Conselheiro. No auge dos bombardeios, amado por seu povo, considerado louco pelo arcebispo da Bahia - o mesmo D. Luís dos Santos do episódio Ibiapina, odiado pelo mundo urbano civilizado, Antônio Conselheiro dita no seu diário a despedida que explica a relação de profunda lealdade, confiança e identidade entre um homem, seu povo e a terra de origem, pedindo perdão por qualquer palavra áspera que tenha pronunciado exprobrando o pecado: ..."podeis estar certos de que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo, nossa luz e força, permanecerá em vosso espírito... peço-vos perdão se nos conselhos vos tenho ofendido... que sentimento tão vivo ocasiona esta despedida em minha alma à vista do modo benévolo, generoso e caridoso com que me tendes tratado... Adeus povo, adeus aves, adeus árvores, adeus campos, aceitai a minha despedida, que bem demonstra as gratas recordações que levo de vós, que jamais se apagarão da lembrança deste peregrino, que aspira ansiosamente a vossa salvação e o bem da Igreja..." (Nogueira, A. - Antonio Conselheiro e Canudos. São Paulo, Cia. Ed. Nacional, 1974, pp. 181-182). 
No início do século XX, um paraibano pobre e analfabeto, José Lourenço Gomes da Silva, procura o padre Cícero no Juazeiro, pedindo-lhe orientação de penitência e proteção, para viver como beato. Primeiro na fazenda Baixa Danta e depois na fazenda Caldeirão, o beato Zé Lourenço vive o projeto de trabalho e bem proceder na caridade, até depois da morte do padre Cícero. Com quase cinco mil pessoas, em 1937 é expulso pelos salesianos herdeiros do Caldeirão pelo testamento do padre Cícero. 
Acusando o beato de negro, analfabeto e marxista prático, o comandante das tropas de extermínio da Cidade Santa, coronel José Góis de Campos Barros, elogia a capacidade de trabalho daquele povo que transformou um carrascal em terra fértil, descreve a produção local e a divisão do produto segundo a necessidade de cada família, apontando para o risco de isto ser descoberto e copiado por aventureiros. 
Em 1973, um sobrevivente do Caldeirão, seu Manuel, cuidava do túmulo do beato Zé Lourenço no cemitério do Socorro em Juazeiro, explicando a ação dos salesianos, e concluindo: "A senhora não se engane, que a igreja vai terminar como começou: sem papa, sem bispo, só com padres tementes de Deus, caridosos com o povo, sem vaidade de Satanás na santa simplicidade". (Barros, L.O.C. - "O movimento religioso de Juazeiro do Norte, padre Cícero e o fenômeno do Caldeirão", in Sousa, Simone (coordenadora) - História do Ceará, Fortaleza, U.F.C., Fund. Demócrito Rocha, 1989, p. 277).
No imaginário dos nordestinos pobres e desprotegidos, o padre Cícero é o mensageiro que leva a Deus suas histórias de vida de injustiça e miséria. Cada dia com maior fervor esperam, pela força da "utopia cristã", que se concretize na Terra o mundo de justiça, terminando por fim o secular imposto de sofrimento que os sistemas sociais lhes têm assacado, há cem anos como hoje, em nome do progresso, do desenvolvimento e da melhoria da humanidade. 
Fragmento de Cristianismo: uma utopia no sertão. In: Revista Tempo e Presença, no 283, pp.16-17. 
Luitgarde Oliveira Cavalcante Barros é antropóloga, doutora em ciências sociais. É autora de A terra da mãe de Deus: um estudo do movimento religioso de Juazeiro do Norte. Rio, Ed. Francisco Alves, 1988.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Antônio conselheiro

0 livro - cimi 40 anos - final (1)povos indigenas
0  livro - cimi 40 anos - final (1)povos indigenas0  livro - cimi 40 anos - final (1)povos indigenas
0 livro - cimi 40 anos - final (1)povos indigenasAlcilene Alves
 
Esta Terra Tem Dono
Esta Terra Tem DonoEsta Terra Tem Dono
Esta Terra Tem DonoChristian
 
Esta Terra Tem Dono
Esta Terra Tem DonoEsta Terra Tem Dono
Esta Terra Tem DonoChristian
 
Esta Terra Tem Dono
Esta Terra Tem DonoEsta Terra Tem Dono
Esta Terra Tem Donoeneidaberto
 
Celebração de Dom Oscar Romero
Celebração de  Dom Oscar RomeroCelebração de  Dom Oscar Romero
Celebração de Dom Oscar RomeroBernadetecebs .
 
Aspectos culturais da amazônia (Djalma batista)
Aspectos culturais da amazônia (Djalma batista)Aspectos culturais da amazônia (Djalma batista)
Aspectos culturais da amazônia (Djalma batista)GERALDEIXOM
 
Aspectos culturais da amazônia (DIJALMA BATISTA,AMAZONIA)
Aspectos culturais da amazônia (DIJALMA BATISTA,AMAZONIA)Aspectos culturais da amazônia (DIJALMA BATISTA,AMAZONIA)
Aspectos culturais da amazônia (DIJALMA BATISTA,AMAZONIA)GERALDEIXOM
 
Memorial do convento espaço social e a crítica
Memorial do convento   espaço social e a críticaMemorial do convento   espaço social e a crítica
Memorial do convento espaço social e a críticaAntónio Teixeira
 
Aníbal pereira dos reis a senhora aparecida - a verdadeira historia
Aníbal pereira dos reis   a senhora aparecida - a verdadeira historiaAníbal pereira dos reis   a senhora aparecida - a verdadeira historia
Aníbal pereira dos reis a senhora aparecida - a verdadeira historiaDeusdete Soares
 
10 chico xavier-emmanuel-há2000anos
10 chico xavier-emmanuel-há2000anos10 chico xavier-emmanuel-há2000anos
10 chico xavier-emmanuel-há2000anoscentrodeestudos1987
 
Antônio conselheiro
Antônio conselheiroAntônio conselheiro
Antônio conselheirohillary2011
 
A Verdadeira História de ("nossa") Senhora Aparecida do Norte
A Verdadeira História de ("nossa") Senhora Aparecida do NorteA Verdadeira História de ("nossa") Senhora Aparecida do Norte
A Verdadeira História de ("nossa") Senhora Aparecida do NorteHelio Colombe
 

Semelhante a Antônio conselheiro (20)

Antônio conselheiro
Antônio conselheiroAntônio conselheiro
Antônio conselheiro
 
Cristianismo: uma utopia no sertão
Cristianismo: uma utopia no sertãoCristianismo: uma utopia no sertão
Cristianismo: uma utopia no sertão
 
0 livro - cimi 40 anos - final (1)povos indigenas
0  livro - cimi 40 anos - final (1)povos indigenas0  livro - cimi 40 anos - final (1)povos indigenas
0 livro - cimi 40 anos - final (1)povos indigenas
 
Esta Terra Tem Dono
Esta Terra Tem DonoEsta Terra Tem Dono
Esta Terra Tem Dono
 
Esta Terra Tem Dono
Esta Terra Tem DonoEsta Terra Tem Dono
Esta Terra Tem Dono
 
Esta Terra Tem Dono
Esta Terra Tem DonoEsta Terra Tem Dono
Esta Terra Tem Dono
 
Pre modernismo.lima&euclides
Pre modernismo.lima&euclidesPre modernismo.lima&euclides
Pre modernismo.lima&euclides
 
Celebração de Dom Oscar Romero
Celebração de  Dom Oscar RomeroCelebração de  Dom Oscar Romero
Celebração de Dom Oscar Romero
 
Aspectos culturais da amazônia (Djalma batista)
Aspectos culturais da amazônia (Djalma batista)Aspectos culturais da amazônia (Djalma batista)
Aspectos culturais da amazônia (Djalma batista)
 
Aspectos culturais da amazônia (DIJALMA BATISTA,AMAZONIA)
Aspectos culturais da amazônia (DIJALMA BATISTA,AMAZONIA)Aspectos culturais da amazônia (DIJALMA BATISTA,AMAZONIA)
Aspectos culturais da amazônia (DIJALMA BATISTA,AMAZONIA)
 
Euclides da cunha
Euclides da cunhaEuclides da cunha
Euclides da cunha
 
Memorial do convento espaço social e a crítica
Memorial do convento   espaço social e a críticaMemorial do convento   espaço social e a crítica
Memorial do convento espaço social e a crítica
 
His m06t16
His m06t16His m06t16
His m06t16
 
Aníbal pereira dos reis a senhora aparecida - a verdadeira historia
Aníbal pereira dos reis   a senhora aparecida - a verdadeira historiaAníbal pereira dos reis   a senhora aparecida - a verdadeira historia
Aníbal pereira dos reis a senhora aparecida - a verdadeira historia
 
10 chico xavier-emmanuel-há2000anos
10 chico xavier-emmanuel-há2000anos10 chico xavier-emmanuel-há2000anos
10 chico xavier-emmanuel-há2000anos
 
Antônio conselheiro
Antônio conselheiroAntônio conselheiro
Antônio conselheiro
 
Pdf artigo6
Pdf artigo6Pdf artigo6
Pdf artigo6
 
A Verdadeira História de ("nossa") Senhora Aparecida do Norte
A Verdadeira História de ("nossa") Senhora Aparecida do NorteA Verdadeira História de ("nossa") Senhora Aparecida do Norte
A Verdadeira História de ("nossa") Senhora Aparecida do Norte
 
A senhora aparecida
A senhora aparecidaA senhora aparecida
A senhora aparecida
 
Marketing Brasileiro - Formação Cultural do Povo Brasileiro
Marketing Brasileiro - Formação Cultural do Povo BrasileiroMarketing Brasileiro - Formação Cultural do Povo Brasileiro
Marketing Brasileiro - Formação Cultural do Povo Brasileiro
 

Mais de Adilson P Motta Motta

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO - PROJETO POEMA
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO - PROJETO POEMACRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO - PROJETO POEMA
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO - PROJETO POEMAAdilson P Motta Motta
 
A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO...
A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO...A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO...
A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO...Adilson P Motta Motta
 
UM ESTUDO SOBRE A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA ...
UM ESTUDO SOBRE A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA ...UM ESTUDO SOBRE A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA ...
UM ESTUDO SOBRE A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA ...Adilson P Motta Motta
 
As várias faces do ópio do Povo.pdf
As várias faces do ópio do Povo.pdfAs várias faces do ópio do Povo.pdf
As várias faces do ópio do Povo.pdfAdilson P Motta Motta
 
pdf MONTANDO UMA REDACAO - PASSO A PASSO.pdf
pdf MONTANDO UMA REDACAO - PASSO A PASSO.pdfpdf MONTANDO UMA REDACAO - PASSO A PASSO.pdf
pdf MONTANDO UMA REDACAO - PASSO A PASSO.pdfAdilson P Motta Motta
 
Projeto Escolar - História de Bom Jardim-MA.pdf
Projeto Escolar - História de Bom Jardim-MA.pdfProjeto Escolar - História de Bom Jardim-MA.pdf
Projeto Escolar - História de Bom Jardim-MA.pdfAdilson P Motta Motta
 
LEI ORGÂNICA DE BOM JARDIM-MA 2020.pdf
LEI ORGÂNICA DE BOM JARDIM-MA 2020.pdfLEI ORGÂNICA DE BOM JARDIM-MA 2020.pdf
LEI ORGÂNICA DE BOM JARDIM-MA 2020.pdfAdilson P Motta Motta
 
DESAFIOS DAS ESCOLA MULTISSERIADAS EM BOM JARDIM-MA..pdf
DESAFIOS DAS ESCOLA MULTISSERIADAS EM BOM JARDIM-MA..pdfDESAFIOS DAS ESCOLA MULTISSERIADAS EM BOM JARDIM-MA..pdf
DESAFIOS DAS ESCOLA MULTISSERIADAS EM BOM JARDIM-MA..pdfAdilson P Motta Motta
 
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL INGLÊS SÓ ENEM
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL INGLÊS  SÓ ENEMINTERPRETAÇÃO TEXTUAL INGLÊS  SÓ ENEM
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL INGLÊS SÓ ENEMAdilson P Motta Motta
 
LEI ORGANICA DE BOM JARDIM-MA. 2022 - ATUALIZADA.pdf
LEI ORGANICA DE BOM JARDIM-MA. 2022 - ATUALIZADA.pdfLEI ORGANICA DE BOM JARDIM-MA. 2022 - ATUALIZADA.pdf
LEI ORGANICA DE BOM JARDIM-MA. 2022 - ATUALIZADA.pdfAdilson P Motta Motta
 
VALE -PRIVATIZAÇÃO A SAÍDA OU O FUNDO DO POÇO.pptx
VALE -PRIVATIZAÇÃO A SAÍDA OU O FUNDO DO POÇO.pptxVALE -PRIVATIZAÇÃO A SAÍDA OU O FUNDO DO POÇO.pptx
VALE -PRIVATIZAÇÃO A SAÍDA OU O FUNDO DO POÇO.pptxAdilson P Motta Motta
 
01- LINGUAGEM INDÍGENA 5 PRIMEIRAS PÁGINAS.pdf
01-  LINGUAGEM INDÍGENA 5 PRIMEIRAS PÁGINAS.pdf01-  LINGUAGEM INDÍGENA 5 PRIMEIRAS PÁGINAS.pdf
01- LINGUAGEM INDÍGENA 5 PRIMEIRAS PÁGINAS.pdfAdilson P Motta Motta
 
Regimento do conselho municipal de educação bom j ardim - ma
Regimento do conselho municipal de educação   bom j ardim - maRegimento do conselho municipal de educação   bom j ardim - ma
Regimento do conselho municipal de educação bom j ardim - maAdilson P Motta Motta
 
Projeto programa educacao ambiental. bom jardim ma
Projeto programa educacao ambiental. bom jardim  maProjeto programa educacao ambiental. bom jardim  ma
Projeto programa educacao ambiental. bom jardim maAdilson P Motta Motta
 
1º Plano Decenal de Educação de Bom Jardim MA. 2003-2013
1º Plano Decenal de Educação de Bom Jardim  MA. 2003-20131º Plano Decenal de Educação de Bom Jardim  MA. 2003-2013
1º Plano Decenal de Educação de Bom Jardim MA. 2003-2013Adilson P Motta Motta
 

Mais de Adilson P Motta Motta (20)

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO - PROJETO POEMA
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO - PROJETO POEMACRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO - PROJETO POEMA
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO - PROJETO POEMA
 
A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO...
A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO...A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO...
A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO...
 
UM ESTUDO SOBRE A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA ...
UM ESTUDO SOBRE A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA ...UM ESTUDO SOBRE A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA ...
UM ESTUDO SOBRE A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA ...
 
As várias faces do ópio do Povo.pdf
As várias faces do ópio do Povo.pdfAs várias faces do ópio do Povo.pdf
As várias faces do ópio do Povo.pdf
 
pdf MONTANDO UMA REDACAO - PASSO A PASSO.pdf
pdf MONTANDO UMA REDACAO - PASSO A PASSO.pdfpdf MONTANDO UMA REDACAO - PASSO A PASSO.pdf
pdf MONTANDO UMA REDACAO - PASSO A PASSO.pdf
 
Projeto Escolar - História de Bom Jardim-MA.pdf
Projeto Escolar - História de Bom Jardim-MA.pdfProjeto Escolar - História de Bom Jardim-MA.pdf
Projeto Escolar - História de Bom Jardim-MA.pdf
 
LEI ORGÂNICA DE BOM JARDIM-MA 2020.pdf
LEI ORGÂNICA DE BOM JARDIM-MA 2020.pdfLEI ORGÂNICA DE BOM JARDIM-MA 2020.pdf
LEI ORGÂNICA DE BOM JARDIM-MA 2020.pdf
 
DESAFIOS DAS ESCOLA MULTISSERIADAS EM BOM JARDIM-MA..pdf
DESAFIOS DAS ESCOLA MULTISSERIADAS EM BOM JARDIM-MA..pdfDESAFIOS DAS ESCOLA MULTISSERIADAS EM BOM JARDIM-MA..pdf
DESAFIOS DAS ESCOLA MULTISSERIADAS EM BOM JARDIM-MA..pdf
 
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL INGLÊS SÓ ENEM
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL INGLÊS  SÓ ENEMINTERPRETAÇÃO TEXTUAL INGLÊS  SÓ ENEM
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL INGLÊS SÓ ENEM
 
LEI ORGANICA DE BOM JARDIM-MA. 2022 - ATUALIZADA.pdf
LEI ORGANICA DE BOM JARDIM-MA. 2022 - ATUALIZADA.pdfLEI ORGANICA DE BOM JARDIM-MA. 2022 - ATUALIZADA.pdf
LEI ORGANICA DE BOM JARDIM-MA. 2022 - ATUALIZADA.pdf
 
VALE -PRIVATIZAÇÃO A SAÍDA OU O FUNDO DO POÇO.pptx
VALE -PRIVATIZAÇÃO A SAÍDA OU O FUNDO DO POÇO.pptxVALE -PRIVATIZAÇÃO A SAÍDA OU O FUNDO DO POÇO.pptx
VALE -PRIVATIZAÇÃO A SAÍDA OU O FUNDO DO POÇO.pptx
 
01- LINGUAGEM INDÍGENA 5 PRIMEIRAS PÁGINAS.pdf
01-  LINGUAGEM INDÍGENA 5 PRIMEIRAS PÁGINAS.pdf01-  LINGUAGEM INDÍGENA 5 PRIMEIRAS PÁGINAS.pdf
01- LINGUAGEM INDÍGENA 5 PRIMEIRAS PÁGINAS.pdf
 
DICIONÁRIO TUPI - PORTUGUES.pdf
DICIONÁRIO TUPI - PORTUGUES.pdfDICIONÁRIO TUPI - PORTUGUES.pdf
DICIONÁRIO TUPI - PORTUGUES.pdf
 
A gramática do texto.ppt
A gramática do texto.pptA gramática do texto.ppt
A gramática do texto.ppt
 
A importância de falar inglês.ppt
A importância de falar inglês.pptA importância de falar inglês.ppt
A importância de falar inglês.ppt
 
Breve Resumo - Novo Ensino Médio
Breve Resumo -  Novo Ensino MédioBreve Resumo -  Novo Ensino Médio
Breve Resumo - Novo Ensino Médio
 
Frases à cidadania
Frases à cidadaniaFrases à cidadania
Frases à cidadania
 
Regimento do conselho municipal de educação bom j ardim - ma
Regimento do conselho municipal de educação   bom j ardim - maRegimento do conselho municipal de educação   bom j ardim - ma
Regimento do conselho municipal de educação bom j ardim - ma
 
Projeto programa educacao ambiental. bom jardim ma
Projeto programa educacao ambiental. bom jardim  maProjeto programa educacao ambiental. bom jardim  ma
Projeto programa educacao ambiental. bom jardim ma
 
1º Plano Decenal de Educação de Bom Jardim MA. 2003-2013
1º Plano Decenal de Educação de Bom Jardim  MA. 2003-20131º Plano Decenal de Educação de Bom Jardim  MA. 2003-2013
1º Plano Decenal de Educação de Bom Jardim MA. 2003-2013
 

Último

"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFtimaMoreira35
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - DissertaçãoMaiteFerreira4
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfRevista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfMárcio Azevedo
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 

Último (20)

"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertação
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfRevista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 

Antônio conselheiro

  • 1. Antônio Conselheiro LUITGARDE OLIVEIRA CAVALCANTE BARROS Na década de 1970, um cearense de Quixeramobim, Antônio Vicente Mendes Maciel, sobrevivente das guerras entre Araújos e Maciéis, pobre, ex-comerciante, ex-professor, ex-rábula derrotado pela força dos poderosos, "repugnado dos engodos do mundo", encontra em Ibiapina seu mestre, aquele que o guiará pelos caminhos do sertão, atravessando caatingas, vadeando rios, pregando o bem, trabalhando muito, as mãos calosas, cabelo e barba crescidos, camisão azul, no começo seguido por um carneirinho, aconselhando, percorrendo o mundo de infelicidade, palco de sua vida errante. Para o povo sofrido do sertão ele será Seu Conselheiro, Antônio dos Mares, Santo Conselheiro, Bom Jesus, Santo Antônio Aparecido (Calasans, J. - Quase biografias de jagunços. Salvador, V.F. Ba, 1986, p. 7). Cumprindo a missão de beato, prega a condenação da avareza, ganância, exploração, riqueza, escravidão, violência dos ímpios, a miséria, a injustiça e todas as outras "obras de Satanás", enquanto percorre vilas, povoados e fazendas ajudando os necessitados e organizando mutirões para construção e conserto de cemitérios, açudes e igrejas, tendo até, à frente de centenas de irmãos, construído a estrada do Canché, ligando Sergipe ao estado da Bahia. O maior genocídio de nossa história. Encerrando o nomadismo de mais de duas décadas de caminhadas, em junho de 1893, o beato Antônio Conselheiro, acompanhado por centenas de sertanejos ex-escravos, desempregados, sem-terra, doentes, sem lugar no mundo da produção nacional da época, os seus "mal-aventurados", chega, com mais de sessenta anos de idade, ao fim da peregrinação. Fugindo do confronto aberto com o governo no Fogo do Masseté, quando condenara os impostos escorchantes cobrados de um povo miserável, o Peregrino, deslumbrado com a beleza do Vaza-Barris correndo manso no sopé de colinas, rebatiza o lugar com o nome de Belo Monte, onde tentará construir finalmente um mundo de paz (sem governo, juiz e polícia), justiça e igualdade entre irmãos, segundo os ensinamentos do Evangelho. Milhares de pessoas acorrem para viver o mundo santo do beato, trabalhando, rezando e seguindo seus conselhos. Profundos conhecedores dos recursos naturais da região e naquela época não existindo cercas nas propriedades, plantaram todas as margens do rio e qualquer baixa (terreno mais fresco) encontrada nas caatingas, colhendo rica produção, montando até engenhos e casas de farinha. O criatório de cabras e ovelhas se desenvolveu juntamente com as indústrias dos curtumes e dos queijos de leite de cabras além de rico artesanato de couro. O Conselheiro, repetindo Ibiapina, ponteava os trabalhos com a Salve-Rainha ao meio- dia, o terço à boca da noite e o ofício de madrugada. Ali foram encontrá-lo seus perseguidores: juízes, governantes, intelectuais republicanos e progressistas e, por fim, todo o Exército, tendo à frente o próprio ministro da Guerra, general Bittencourt. Resistindo aos ataques de três expedições militares, aproxima-se o fim com a chegada da 4ª Expedição comandada pelos generais Artur Oscar e Savaget. Seria uma expedição vingadora das derrotas militares anteriores e exemplar, mostrando que a República não poderia ser criticada nem combatida, principalmente "por um grupo de fanáticos,
  • 2. criminosos analfabetos comandados por um louco - produto degenerado das misturas raciais". Milhares de sertanejos marcharam dos lugares mais distantes em defesa do mundo do Conselheiro. Finalmente, em outubro de 1897, os militares entraram e degolaram os guerreiros que tombaram feridos, estupraram e mataram nas fogueiras e na marcha forçada pelo sertão centenas de prisioneiras. Para esmagar qualquer possibilidade de reorganização daqueles seguidores de beato, dividiram as crianças entre a soldadesca e entregaram nos prostíbulos da região meninas, algumas com até nove anos de idade. Uma utopia viva. No vale da Morte, onde Ângelo Reis e seus empregados enterraram cerca de 25.000 cadáveres, desobedecendo à ordem militar de deixá-los aos urubus, quase à flor da cova rasa comum, trazidos pela erosão, os restos do maior genocídio de nossa história reavivam e ressaltam a utopia vivida pelo Conselheiro. No auge dos bombardeios, amado por seu povo, considerado louco pelo arcebispo da Bahia - o mesmo D. Luís dos Santos do episódio Ibiapina, odiado pelo mundo urbano civilizado, Antônio Conselheiro dita no seu diário a despedida que explica a relação de profunda lealdade, confiança e identidade entre um homem, seu povo e a terra de origem, pedindo perdão por qualquer palavra áspera que tenha pronunciado exprobrando o pecado: ..."podeis estar certos de que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo, nossa luz e força, permanecerá em vosso espírito... peço-vos perdão se nos conselhos vos tenho ofendido... que sentimento tão vivo ocasiona esta despedida em minha alma à vista do modo benévolo, generoso e caridoso com que me tendes tratado... Adeus povo, adeus aves, adeus árvores, adeus campos, aceitai a minha despedida, que bem demonstra as gratas recordações que levo de vós, que jamais se apagarão da lembrança deste peregrino, que aspira ansiosamente a vossa salvação e o bem da Igreja..." (Nogueira, A. - Antonio Conselheiro e Canudos. São Paulo, Cia. Ed. Nacional, 1974, pp. 181-182). No início do século XX, um paraibano pobre e analfabeto, José Lourenço Gomes da Silva, procura o padre Cícero no Juazeiro, pedindo-lhe orientação de penitência e proteção, para viver como beato. Primeiro na fazenda Baixa Danta e depois na fazenda Caldeirão, o beato Zé Lourenço vive o projeto de trabalho e bem proceder na caridade, até depois da morte do padre Cícero. Com quase cinco mil pessoas, em 1937 é expulso pelos salesianos herdeiros do Caldeirão pelo testamento do padre Cícero. Acusando o beato de negro, analfabeto e marxista prático, o comandante das tropas de extermínio da Cidade Santa, coronel José Góis de Campos Barros, elogia a capacidade de trabalho daquele povo que transformou um carrascal em terra fértil, descreve a produção local e a divisão do produto segundo a necessidade de cada família, apontando para o risco de isto ser descoberto e copiado por aventureiros. Em 1973, um sobrevivente do Caldeirão, seu Manuel, cuidava do túmulo do beato Zé Lourenço no cemitério do Socorro em Juazeiro, explicando a ação dos salesianos, e concluindo: "A senhora não se engane, que a igreja vai terminar como começou: sem papa, sem bispo, só com padres tementes de Deus, caridosos com o povo, sem vaidade de Satanás na santa simplicidade". (Barros, L.O.C. - "O movimento religioso de Juazeiro do Norte, padre Cícero e o fenômeno do Caldeirão", in Sousa, Simone (coordenadora) - História do Ceará, Fortaleza, U.F.C., Fund. Demócrito Rocha, 1989, p. 277).
  • 3. No imaginário dos nordestinos pobres e desprotegidos, o padre Cícero é o mensageiro que leva a Deus suas histórias de vida de injustiça e miséria. Cada dia com maior fervor esperam, pela força da "utopia cristã", que se concretize na Terra o mundo de justiça, terminando por fim o secular imposto de sofrimento que os sistemas sociais lhes têm assacado, há cem anos como hoje, em nome do progresso, do desenvolvimento e da melhoria da humanidade. Fragmento de Cristianismo: uma utopia no sertão. In: Revista Tempo e Presença, no 283, pp.16-17. Luitgarde Oliveira Cavalcante Barros é antropóloga, doutora em ciências sociais. É autora de A terra da mãe de Deus: um estudo do movimento religioso de Juazeiro do Norte. Rio, Ed. Francisco Alves, 1988.