2. Estratégias de modificação molecular
2
Bioisosterismo
Latenciação de
fármacos
Simplificação
Molecular
Diminuição do grau
de liberdade
conformacional
Modelagem
Molecular – QSAR e
Docking
3. Bioisosterismo
3
▷ Ferramenta da Química Medicinal para o
planejamento racional de fármacos – Protótipos.
▷ 1919 –Langmuir: Princípio do isosterismo
Átomos ou grupos de átomos que possuam
configurações eletrônicas e propriedades
físico-químicas semelhantes
4. Bioisosterismo
4
▷ 1919 –Langmuir: Princípio do isosterismo
Substituir átomos ou grupos de átomos em uma
molécula que possuam semelhança quanto as
propriedades eletrônicas e estéricas
Isosterismo x Bioisosterismo: não são a mesma coisa!
6. Bioisosterismo
6
▷ 1925 – Grimm: Regra do Hidreto
A adição de um hidreto a
um átomo fornece um
pseudo-átomo com as
mesmas propriedades
físicas daqueles presentes
na coluna imediatamente
posterior da Tabela
Periódica.
F-
Número de elétrons
6 7 8 9 10 11
C H N H -O- -F Ne Na+
CH -NH- -OH FH NeH
-CH2- -NH2 OH2 FH2
-CH3 NH3 OH3
+
CH4 NH4+
7. Bioisosterismo
7
▷ 1932 – Enlermeyer
• São isósteros:
– Elementos de uma mesma coluna da tabela periódica
– Pseudo-átomos (Cl e CN, por exemplo)
– Anéis equivalentes
Equivalentes
8. Bioisosterismo
8
▷ 1932 – Enlermeyer
• São isósteros: átomos,
íons ou moléculas para os
quais a camada periférica
de elétrons pode ser
considerada idêntica.
9. Bioisosterismo
9
▷ Conceitos atuais
• Isósteros:
– Volume e formas similares
– Ponto de ebulição, densidade,
viscosidade e condutividade
térmica similares
– Distintas: momento dipolar,
polaridade, polarizabilidade,
tamanho
10. 10
Bioisosterismo x Isosterismo
Isósteros
Elemento ou grupamento com configurações estéreas e
eletrônicas semelhantes. Possuem, em geral, volume molecular,
número de átomos ou disposição eletrônica semelhantes.
Bioisósteros
Bioisósteros são substituintes ou grupos que possuem
similaridades químicas ou físico-químicas.
.E apresentam propriedades biológicas similares.
11. 11
Bioisosterismo x Isosterismo
2008 – Barreiro
Bioisosteros: subunidades estruturais que possuem o mesmo
volume molecular, forma, distribuição eletrônica e propriedades
físico-químicas semelhantes, e que, uma vez no organismo,
podem apresentar ação biológica similar.
12. 12
Propriedade da Química Medicinal que avalia
como as modificações estruturais interferem
nos parâmetros de atividade biológica do
fármaco.
Bioisosterismo
27. 27
Inibidores da enzima Cicloxigenase
Simplificação Molecular
▷ Estratégia da Química Medicinal que visa o desenvolvimento
de análogos estruturalmente menos complexos.
Eficácia
Estabilidade e
Segurança
Biodisponibilidade
Protótipos
derivados
de plantas
medicinais –
alvo
29. 29
Simplificação Molecular
▷ Estratégias
1. Grupos funcionais: Podem ser eliminados ou substituídos por grupos
funcionais menores que exerçam a mesma função farmacológica.
2. Redução da cadeia lateral: Retirar porções que não façam parte do
farmacóforo e não interfiram na ligação com o receptor e na atividade
farmacológica.
O farmacóforo deve ser
preservado!
31. 31
Simplificação Molecular
Além do grupo farmacofórico, determinar as subunidades
toxicofóricas também é importante!
Grupos funcionais
eletrofílicos
Aceptores de
Michael
Epóxidos
Citotoxicidade e hepatotoxicidade
37. 37
Latenciação
Estratégia da química medicinal
Fármaco – transporte inativo
In vivo – Ativo
Processo de modificação molecular que transforma um fármaco em
uma forma de transporte inativo.
Após a absorção – reações químicas por enzimas
metabolizadoras e se torna ativa próximo ao local de atuação.
Ex: pró-fármaco
38. 38
Latenciação
Estratégia da química medicinal
Fármaco – transporte inativo
In vivo – Ativo
Processo de modificação molecular que transforma um fármaco em
uma forma de transporte inativo.
Após a absorção – reações químicas por enzimas
metabolizadoras e se torna ativa próximo ao local de atuação.
Ex: pró-fármaco
41. 41
Latenciação
▷ Estratégias
1. Adição de grupos protetores: protege o fármaco da degradação e
metabolização – liberação in vivo Pró-fármacos
2. Conjugação com transportadores: facilita a entrada do fármaco no organismo
e liberação apenas no local de ação
3. Modificação da estrutura molecular: modificação na estrutura maior
hidrossolubilidade ou lipossolubilidade absorção e biodisponibilidade
4. Incorporação em sistemas de liberação controlado: nanopartículas, cápsulas,
lipossomas proteção do fármaco liberação no local de ação.
44. 44
Diminuição do grau de modelagem
conformacional
▷ Técnica de otimização de fármacos que visa diminuir a
quantidade de conformações que um fármaco pode assumir
▷ Maior estabilidade
▷ Interação fármaco-receptor
▷ Estereoisômeros Centros quirais
45. 45
Diminuição do grau de modelagem
conformacional
▷ Objetivos
Seletividade
Afinidade do
fármaco-receptor
Interação com fármacos
indesejados
46. 46
Diminuição do grau de modelagem
conformacional
▷ Estratégias:
1. Restrição Estérica: adição de grupos volumosos dificulta a rotação
2. Ligações Insaturadas: maior rigidez menor rotação ao redor do eixo da
ligação.
3. Estruturas cíclicas: anéis apresentam maior rigidez duplas alternadas
4. Interações intermoleculares: ligações mais fortes maior rigidez. Pode
ocorrer uma modificação estrutural destinada ao favorecimento de algum tipo de
interação.
50. 50
Docking Molecular
▷ Técnica computacional destinada à análise do fármaco e o
alvo molecular através da estrutura química 3D de ambos.
▷ Desenvolvimento de novos fármacos
▷ Molécula de interesse alvo biológico
58. 58
QSAR - Relação estrutura e atividade
quantitativa
Objetivos
Relacionar atividade biológica de uma série de compostos aos seus parâmetros
físico-químicos de uma forma quantitava através de uma fórmula matemática.
Avaliar de forma quantitativa as propriedades biológicas e físico-químicas das
moléculas.
59. 59
QSAR - Relação estrutura e atividade
quantitativa
Hidrofobicidade da molécula
Hidrofobicidade dos substituintes
Propriedades eletrônicas dos
substituintes
Propriedades estéricas dos
substituintes
Propriedades mais
estudadas
60. 60
QSAR - Relação estrutura e atividade
quantitativa
Hidrofobicidade da Molécula
Coeficiente de partição =
[Molécula em octanol]
[Molécula em água]
Alta hidrofobicidade
Altos valores P
61. 61
QSAR - Relação estrutura e atividade
quantitativa
Hidrofobicidade da Molécula
Absorção de
fármacos
62. 62
QSAR - Relação estrutura e atividade
quantitativa
Hidrofobicidade da Molécula
• Atividade do fármaco está frequentemente relacionado a P
• Ligação de fármaco à albumina está relacionada também com o valor
de P
• Ligação aumenta a medida que log P aumenta
• Ligação é maior para fármacos hidrofóbicos
63. 63
QSAR - Relação estrutura e atividade quantitativa
Hidrofobicidade da Molécula
64. 64
QSAR - Relação estrutura e atividade
quantitativa
Hidrofobicidade da Molécula
Log P o
Log P
Log (1/C)
Log 1 - 0.22(logP) 2+1.04 logP +2.16
Atividade
anestésica geral
Hidrofobicidade - Éteres
Valor ótimo de log P para atividade anestésica = log P o
65. 65
QSAR - Relação estrutura e atividade
quantitativa
Hidrofobicidade da Molécula
66. 66
QSAR - Relação estrutura e atividade quantitativa
Hidrofobicidade da Molécula
Equações de QSAR são apenas aplicáveis para compostos de mesma classe
estrutural (ex.: éteres)
• Porém, log P o similar para anestésicos de diferentes classes estruturais (cerca
de 2.3)
• Estruturas com log P aproximado 2.3 passam a BHE facilmente
(ex. Barbitúricos potentes tendo log P de aproximadamente 2.0)
•Deve-se modficar o valor de log P de fármacos que estão próximos a 2.0 para
evitar-se efeitos colaterais no SNC.
67. 67
QSAR - Relação estrutura e atividade
quantitativa
Constante de hidrofobicidade (π)
Hidrofobicidade do substituinte Hidrogênio
Benzeno
(LogP = 2.13)
Clorobenzeno
(LogP = 2.84)
Benzamida
(LogP = 0.64)
Cl CONH2
68. 68
QSAR - Relação estrutura e atividade
quantitativa
Constante de hidrofobicidade (π)
Hidrofobicidade do substituinte Hidrogênio
π (Cl) = 0,71
π (CONH2) = - 1.49
Valores (+) correspondem a substituintes
mais hidrofóbicos que o hidrogênio.
Valores (-) correspondem a substituintes
menos hidrofóbicos que o hidrogênio.
69. 69
QSAR - Relação estrutura e atividade quantitativa
Constante de hidrofobicidade (π)
É possível calcular o valor da constante de hidrofobicidade pela soma dos
valores.
70. 70
QSAR - Relação estrutura e atividade quantitativa
Constante de hidrofobicidade (π)
É possível calcular o valor da constante de hidrofobicidade pela soma dos
valores.
Valores de pi
definidos pela escala
de Hansch
71. 71
QSAR - Relação estrutura e atividade quantitativa
Constante de hidrofobicidade (π)
CH3: 0,3
Fenil: 1.0
Hidroxila: - 0,7
72. 72
QSAR - Relação estrutura e atividade
quantitativa
Constante de hidrofobicidade (π)
• Em uma mesma equação QSAR é possível calcular o valor de P e
pi.
• P – Determina a hidrofobicidade total da molécula — absorção,
ligação com o receptor.
• Pi – Identifica regiões específicas da molécula que podem interagir
com regiões hidrofóbicas dos ligantes.
73. 73
QSAR - Relação estrutura e atividade quantitativa
Constante de Hammett (σ)
• Medida que relaciona a velocidade de uma reação química com a
natureza e posição dos substituintes.
• Constante que avalia os efeitos eletrônicos dos substituintes.
• Efeitos eletrônicos: e-doador (capacidade de doar elétrons) ou e-
receptor (capacidade de receber elétrons).
• Valores da constante dependem de efeitos indutivos e de
ressonância.
74. 74
QSAR - Relação estrutura e atividade
quantitativa
Constante de Hammett (σ)
Velocidade da reação
posição dos substituintes
75. 75
QSAR - Relação estrutura e atividade
quantitativa
Constante de Hammett (σ)
• Substituintes adjacentes maior proximidade
efeito estérico dificulta o acesso do reagente
às ligações + efeito eletrônico: repulsão entre
as cargas.
• Valores da constante invalidados pelo efeito
estérico.
76. 76
QSAR - Relação estrutura e atividade
quantitativa
Constante de Hammett (σ)
• Substituintes separados por uma posição no anel
menor interferência estérica menor impacto
na velocidade da reação - acesso do reagente.
• A natureza dos substituintes pode interferir nos
efeitos eletrônicos.
77. 77
QSAR - Relação estrutura e atividade
quantitativa
Constante de Hammett (σ)
• Substituintes localizados em posições opostas
um ao outro menos efeitos estéricos efeitos
eletrônicos pronunciados.
80. 80
QSAR - Relação estrutura e atividade
quantitativa
Constante de Hammett (σ)
• Grupos e-retiradores aumentam a atividade do fármaco.
• O efeito de ressonância ocorre apenas em anéis aromáticos
• Em cadeias alifáticas ocorre apenas o efeito indutivo.
84. 84
QSAR - Relação estrutura e atividade quantitativa
Estudo de caso
1 – Calcule o logo de P da molécula utilizando os seguintes substituintes:
a) NH2 (R1), CH3 (R2) molécula A
b) CH3 (R1), OH (R2) molécula B
c) NH2 (R1), OH (R2) molécula C
CH3: 0,3
Fenil: 1.0
Hidroxila: - 0,7
R1
R2
85. 85
QSAR - Relação estrutura e atividade quantitativa
Estudo de caso
2- Com base no valor de P calculado, responda:
a) Qual molécula teria melhor efeito terapêutico a nível de BHE?
b) Qual molécula teria maior biodisponibilidade?
c) Qual molécula representaria o Pº?
86. 86
QSAR - Relação estrutura e atividade quantitativa
Estudo de caso
3 – Com base nas possíveis moléculas geradas pelas substituições propostas, imaginando que no sítio
ativo do receptor estão os seguintes grupos funcionais descritos abaixo, quais seriam as interações
fármaco-receptor que cada um das moléculas fariam? Em casos de interações de hidrogênio especifique se
seriam doadoras ou aceitadoras.
Obs: a ligação acontecerá na conformação planar, ou seja, sem modificação de conformação da
molécula
b) Com base nisso, qual molécula/fármaco exerceria melhor efeito terapêutico?
Receptor
Sítio de ligação 1: O – H
Sítio 2: N
Sítio 3: Bolsa Hidrofóbica
87. 87
Referências
▷ BARREIRO, E. J; FRAGA, C. A. M. Química Medicinal: as bases
moleculares da ação dos fármacos. São Paulo: Artmed, 2014.
▷ Andrei, C. C et al. Da Química Medicinal à Química
Combinatória e Modelagem Molecular. s/n. Manole, 2023.
88. OBRIGADA!
17 de Novembro de 2023
Jacobina - BA
UC: Estrutura e Dinâmica dos Fármacos
Prof. MSc. Keylla Gomes