1. Ortega y Gasset critica o racionalismo e o idealismo por considerar que reduzem o ser humano a uma mera razão ou consciência abstracta, ignorando a vida.
2. Ele defende a "razão vital", onde a racionalidade está enraizada e subordinada à vida, que é a realidade fundamental.
3. A razão vital aceita as dimensões irracionais da existência e considera a vida como a realidade radical que deve ser pensada, não se opondo ao uso da razão, mas ao racionalismo.
Este documento discute os fundamentos da psicoterapia fenomenológico existencial. Apresenta o existencialismo como uma filosofia que enfatiza a liberdade humana e a responsabilidade por nossas escolhas. Também discute a fenomenologia como um método para compreender a subjetividade humana e como cada pessoa experimenta o mundo de forma singular. A psicoterapia fenomenológico existencial utiliza esses princípios para entender os clientes sem pressuposições, focando em suas experiências únicas.
1) O documento discute os conceitos de existencialismo, incluindo a ideia de que o homem define sua própria essência através de suas escolhas e ações ao invés de ter uma essência pré-determinada.
2) A filosofia existencialista surgiu como uma reação ao cientificismo da época e enfatiza a singularidade e responsabilidade humanas.
3) Nossa consciência e escolhas têm um peso grande na determinação do que somos, além de fatores físicos e contextuais.
Conheça um pouco sobre as diferentes abordagens terapêuticas da Psicologia.
Existem diversas abordagens e linhas de estudo da psicologia, pois há diversos caminhos para compreender o ser humano. Cada abordagem segue um caminho de acordo com suas buscas, concepções, valores e objetivos.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
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2017
Fundamentos da Psicoterapia Fenomenológico Existencial - Bruno CarrascoBruno Carrasco
Este artigo tem como intuito apresentar os embasamentos filosóficos e metodológicos da psicoterapia fenomenológico existencial: a filosofia existencialista e o método fenomenológico, destacando sua particularidade no modo de encarar a existência humana e de proceder o processo psicoterapêutico. O existencialismo oferece um olhar sobre a condição humana enquanto algo não definido, livre e responsável por suas escolhas, e em constante transformação, que se constitui em seu existir concreto por meio de sua experiência singular, no mundo, em constante relação com as pessoas, objetos, espaços e consigo mesmo. A atitude fenomenológica dispõe uma abertura para as singularidades da existência em seus modos próprios de se manifestar, buscando compreender as distintas características, interesses e desinteresses de cada indivíduo, evitando pressuposições ou conceitos prévios sobre a pessoa, captando o modo como esta se revela a cada encontro.
Escrito por Bruno Carrasco, professor de psicologia e filosofia.
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2020.
Existencialismo é uma palavra muito utilizada em diversas situações, mas nem sempre esses usos se referem ao existencialismo enquanto filosofia.
Existem diferentes ideias sobre o existencialismo e nem sempre elas descrevem o propósito desta filosofia ou dos autores representantes.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
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2017
Notas introdutórias sobre o pensar. Tais notas foram baseadas em outros slides. Na época que eu organizei esta fala, 2013, ainda era professor do Ceulji/Ulbra.
Jean-Paul Sartre foi um importante filósofo francês do século XX e o principal representante do existencialismo. Sua filosofia enfatiza a liberdade humana e responsabilidade pelas próprias escolhas, rejeitando a ideia de uma "essência" pré-determinada. Sartre acreditava que os seres humanos estão "condenados à liberdade" e que a angústia é inerente à condição humana.
Este documento discute os fundamentos da psicoterapia fenomenológico existencial. Apresenta o existencialismo como uma filosofia que enfatiza a liberdade humana e a responsabilidade por nossas escolhas. Também discute a fenomenologia como um método para compreender a subjetividade humana e como cada pessoa experimenta o mundo de forma singular. A psicoterapia fenomenológico existencial utiliza esses princípios para entender os clientes sem pressuposições, focando em suas experiências únicas.
1) O documento discute os conceitos de existencialismo, incluindo a ideia de que o homem define sua própria essência através de suas escolhas e ações ao invés de ter uma essência pré-determinada.
2) A filosofia existencialista surgiu como uma reação ao cientificismo da época e enfatiza a singularidade e responsabilidade humanas.
3) Nossa consciência e escolhas têm um peso grande na determinação do que somos, além de fatores físicos e contextuais.
Conheça um pouco sobre as diferentes abordagens terapêuticas da Psicologia.
Existem diversas abordagens e linhas de estudo da psicologia, pois há diversos caminhos para compreender o ser humano. Cada abordagem segue um caminho de acordo com suas buscas, concepções, valores e objetivos.
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2017
Fundamentos da Psicoterapia Fenomenológico Existencial - Bruno CarrascoBruno Carrasco
Este artigo tem como intuito apresentar os embasamentos filosóficos e metodológicos da psicoterapia fenomenológico existencial: a filosofia existencialista e o método fenomenológico, destacando sua particularidade no modo de encarar a existência humana e de proceder o processo psicoterapêutico. O existencialismo oferece um olhar sobre a condição humana enquanto algo não definido, livre e responsável por suas escolhas, e em constante transformação, que se constitui em seu existir concreto por meio de sua experiência singular, no mundo, em constante relação com as pessoas, objetos, espaços e consigo mesmo. A atitude fenomenológica dispõe uma abertura para as singularidades da existência em seus modos próprios de se manifestar, buscando compreender as distintas características, interesses e desinteresses de cada indivíduo, evitando pressuposições ou conceitos prévios sobre a pessoa, captando o modo como esta se revela a cada encontro.
Escrito por Bruno Carrasco, professor de psicologia e filosofia.
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2020.
Existencialismo é uma palavra muito utilizada em diversas situações, mas nem sempre esses usos se referem ao existencialismo enquanto filosofia.
Existem diferentes ideias sobre o existencialismo e nem sempre elas descrevem o propósito desta filosofia ou dos autores representantes.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
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2017
Notas introdutórias sobre o pensar. Tais notas foram baseadas em outros slides. Na época que eu organizei esta fala, 2013, ainda era professor do Ceulji/Ulbra.
Jean-Paul Sartre foi um importante filósofo francês do século XX e o principal representante do existencialismo. Sua filosofia enfatiza a liberdade humana e responsabilidade pelas próprias escolhas, rejeitando a ideia de uma "essência" pré-determinada. Sartre acreditava que os seres humanos estão "condenados à liberdade" e que a angústia é inerente à condição humana.
Biologia da Cognição: a teoria de Maturana e Varela e seus desdobramentos fil...Gustavo Gitti
Palestra apresentada com o título de "Educação e transformação humana" na Escola Lumiar (SP), em Viamão (RS) e durante o I Encontro Internacional de Modelos Empresariais & Sistemas Integrais (SP), em 2005.
Depois atualizei para apresentar no Instituto Caminho do Meio (Viamão-RS), trocando o nome para "Biologia da Cognição".
Apresentação sobre alguns dos filósofos da existência: Sören Kierkegaard, Friedrich Nietzsche e Jean-Paul Sartre, que influenciaram diretamente o pensamento existencialista.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
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2016
O documento introduz os conceitos fundamentais do existencialismo, incluindo a noção de que cada pessoa é responsável por se fazer a si mesma através de escolhas livres, e que a existência humana é singular, concreta e em constante transformação através de relações com os outros.
O documento apresenta uma biografia e resumo do pensamento filosófico de Henri Bergson. Bergson defendia que a vida é o princípio fundamental da realidade e que a consciência capta o tempo de forma diferente da mecânica, através da duração. Ele também rejeitava os determinismos mecanicista e finalista, propondo uma evolução criadora impulsionada pela vida como força criativa.
1. O documento descreve um minicurso sobre a biologia-cultural de Humberto Maturana, abordando suas principais proposições como sistemas vivos autopoiéticos, domínios operacionais distintos e evolução como deriva natural.
2. Os seres humanos são vistos como sistemas vivos que vivem em dois domínios: fisiologia e dinâmica relacional, incluindo linguagem, emoções e cultura.
3. A autopoiese e o determinismo estrutural definem os seres vivos como sistem
Existencialismo é uma filosofia contemporânea segundo a existência precede a essência.
Acredita que desde o nosso nascimento somos lançados no mundo, e somos nós que devemos criar nossos valores através de nossa própria liberdade e sob nossa própria responsabilidade.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
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2017
Humberto Maturana foi um neurobiólogo chileno que desenvolveu a teoria da autopoiese e da Biologia do Conhecer. Ele co-fundou a Escola Matríztida em Santiago para ensinar sobre a dinâmica da Matriz Biológico-Cultural da Existência Humana e contribuiu para as teorias pós-críticas sobre identidade e diferença. Sua obra explora questões como cognição, linguagem, relações humanas e educação de uma perspectiva sistêmica e construtivista.
Jean-Paul Sartre foi um filósofo existencialista francês que desenvolveu a ideia de que a existência precede a essência no homem. Ele acreditava que o homem é fundamentalmente livre e responsável por criar seu próprio significado através de escolhas. Sartre via o homem como condenado à liberdade e à responsabilidade por suas ações em um mundo sem sentido pré-determinado.
Breve apresentação sobre Jean-Paul Sartre (1905-1980), filósofo, escritor e crítico francês, um dos mais importantes representantes do existencialismo.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
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existencialismo | filosofia | psicologia
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2017
Jean-Paul Sartre distingue entre em-si, que tem uma essência definida mas não consciência, e para-si, o ser humano que tem consciência própria e do mundo sem uma essência definida. Ele discute como a liberdade humana leva ao amor que trata o outro como objeto, e busca uma solução para isso.
O documento resume os principais conceitos do filósofo existencialista Jean-Paul Sartre, incluindo a ideia de que a existência precede a essência no ser humano, tornando-o responsável por suas escolhas e livre, porém "condenado a ser livre". Também aborda conceitos como contingência, angústia, má-fé, ser-em-si e ser-para-si.
Este documento fornece uma introdução à filosofia existencialista, definindo seus termos-chave e apresentando três de seus principais filósofos: Søren Kierkegaard, Gabriel Marcel e Karl Jaspers. Ele discute as características gerais da existência humana segundo a perspectiva existencialista, como sua irracionalidade e finitude, e traça uma linha do tempo dos principais pensadores associados a esta corrente filosófica.
O documento descreve os princípios fundamentais do existencialismo de acordo com Jean-Paul Sartre. Sartre acreditava que os seres humanos não têm uma essência pré-determinada, e sim constroem seus próprios significados através de suas escolhas e ações. Ele defendia que os indivíduos são totalmente responsáveis por si mesmos e livres para escolherem seus caminhos, o que pode gerar angústia por causa das consequências de suas decisões.
Existencialismo e Psicologia - minicurso slidesBruno Carrasco
Introdução ao existencialismo, aos filósofos da existência,
aos temas existenciais e a prática da psicoterapia existencial
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial
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2018
Questões de psicologia - Livro psicologias uma nova introduçãoStefanie Rodrigues
O documento discute a evolução da psicologia como ciência independente desde o século XIX. Apresenta as visões de Wundt, Titchener, os funcionalistas americanos e Watson sobre o objeto de estudo da psicologia e a emergência do comportamentalismo. Critica as propostas humanistas por se concentrarem apenas na compreensão subjetiva em vez de também explicar comportamentos.
O documento descreve os fundamentos do positivismo de acordo com Augusto Comte. Ele introduz o método científico de Comte, que se baseia na observação dos fatos e indução de leis, e sua rejeição do metafísico em favor do positivo e experimental. Também explica a lei dos três estados da evolução do pensamento humano proposta por Comte e sua classificação hierárquica das ciências. Por fim, resume alguns aspectos da doutrina positivista de Comte, como sua visão da sociedade como um organismo e rejeição dos conceitos de
O documento resume a vida e filosofia do filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard, considerado o fundador do existencialismo. Kierkegaard se concentrou na subjetividade individual e experiência pessoal em vez de conceitos abstratos. Ele explorou emoções como angústia e desespero existencial que surgem quando as pessoas enfrentam escolhas de vida sem uma determinação prévia. Kierkegaard influenciou muitos filósofos existencialistas posteriores.
O documento discute as ideias de Humberto Maturana e Francisco Varela sobre a epistemologia da ciência. Eles propõem que os seres vivos são sistemas autopoiéticos que se autoproduzem de forma contínua. A ciência é vista como uma atividade humana cotidiana com um modo particular de explicar os fenômenos e validar explicações através de critérios.
1) O documento discute a educação segundo as ideias de Humberto Maturana, enfatizando a importância do amor, da aceitação mútua e da compreensão do aluno como um ser único.
2) Maturana defende que o conhecimento é construído socialmente através da linguagem e das interações, em oposição à visão objetiva e representacionalista.
3) Ele também critica a cultura ocidental produtivista que negligencia o desenvolvimento holístico da criança focado no presente, não no futuro.
O documento discute os principais conceitos da filosofia existencialista de autores como Soren Kierkegaard, Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, incluindo a noção de ser-no-mundo, ser-com-os-outros e ser-para-a-morte.
1) O documento discute o sentido da existência humana segundo vários filósofos existencialistas como Kierkegaard, Sartre e Vergílio Ferreira.
2) Analisa as visões de Kierkegaard de que o existencialismo não pode ser definido por uma teoria, de Sartre sobre a anterioridade da existência sobre a essência, e de Vergílio Ferreira sobre enfatizar o indivíduo.
3) Conclui que os autores refletiram sobre o porquê da existência humana e as teorias a esse respeito
Liberdade e Religião no Existencialismo de Sartre (Frederico Pires)Jerbialdo
1) O documento discute a relação entre liberdade humana e ateísmo no existencialismo de Jean-Paul Sartre.
2) Para Sartre, a liberdade é a capacidade do ser humano se construir a si mesmo, sem nada que pré-determine sua essência.
3) Sartre nega a existência de Deus porque um Deus onipotente e onisciente não é compatível com a liberdade humana tal como ele a concebe.
Biologia da Cognição: a teoria de Maturana e Varela e seus desdobramentos fil...Gustavo Gitti
Palestra apresentada com o título de "Educação e transformação humana" na Escola Lumiar (SP), em Viamão (RS) e durante o I Encontro Internacional de Modelos Empresariais & Sistemas Integrais (SP), em 2005.
Depois atualizei para apresentar no Instituto Caminho do Meio (Viamão-RS), trocando o nome para "Biologia da Cognição".
Apresentação sobre alguns dos filósofos da existência: Sören Kierkegaard, Friedrich Nietzsche e Jean-Paul Sartre, que influenciaram diretamente o pensamento existencialista.
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O documento introduz os conceitos fundamentais do existencialismo, incluindo a noção de que cada pessoa é responsável por se fazer a si mesma através de escolhas livres, e que a existência humana é singular, concreta e em constante transformação através de relações com os outros.
O documento apresenta uma biografia e resumo do pensamento filosófico de Henri Bergson. Bergson defendia que a vida é o princípio fundamental da realidade e que a consciência capta o tempo de forma diferente da mecânica, através da duração. Ele também rejeitava os determinismos mecanicista e finalista, propondo uma evolução criadora impulsionada pela vida como força criativa.
1. O documento descreve um minicurso sobre a biologia-cultural de Humberto Maturana, abordando suas principais proposições como sistemas vivos autopoiéticos, domínios operacionais distintos e evolução como deriva natural.
2. Os seres humanos são vistos como sistemas vivos que vivem em dois domínios: fisiologia e dinâmica relacional, incluindo linguagem, emoções e cultura.
3. A autopoiese e o determinismo estrutural definem os seres vivos como sistem
Existencialismo é uma filosofia contemporânea segundo a existência precede a essência.
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Humberto Maturana foi um neurobiólogo chileno que desenvolveu a teoria da autopoiese e da Biologia do Conhecer. Ele co-fundou a Escola Matríztida em Santiago para ensinar sobre a dinâmica da Matriz Biológico-Cultural da Existência Humana e contribuiu para as teorias pós-críticas sobre identidade e diferença. Sua obra explora questões como cognição, linguagem, relações humanas e educação de uma perspectiva sistêmica e construtivista.
Jean-Paul Sartre foi um filósofo existencialista francês que desenvolveu a ideia de que a existência precede a essência no homem. Ele acreditava que o homem é fundamentalmente livre e responsável por criar seu próprio significado através de escolhas. Sartre via o homem como condenado à liberdade e à responsabilidade por suas ações em um mundo sem sentido pré-determinado.
Breve apresentação sobre Jean-Paul Sartre (1905-1980), filósofo, escritor e crítico francês, um dos mais importantes representantes do existencialismo.
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Jean-Paul Sartre distingue entre em-si, que tem uma essência definida mas não consciência, e para-si, o ser humano que tem consciência própria e do mundo sem uma essência definida. Ele discute como a liberdade humana leva ao amor que trata o outro como objeto, e busca uma solução para isso.
O documento resume os principais conceitos do filósofo existencialista Jean-Paul Sartre, incluindo a ideia de que a existência precede a essência no ser humano, tornando-o responsável por suas escolhas e livre, porém "condenado a ser livre". Também aborda conceitos como contingência, angústia, má-fé, ser-em-si e ser-para-si.
Este documento fornece uma introdução à filosofia existencialista, definindo seus termos-chave e apresentando três de seus principais filósofos: Søren Kierkegaard, Gabriel Marcel e Karl Jaspers. Ele discute as características gerais da existência humana segundo a perspectiva existencialista, como sua irracionalidade e finitude, e traça uma linha do tempo dos principais pensadores associados a esta corrente filosófica.
O documento descreve os princípios fundamentais do existencialismo de acordo com Jean-Paul Sartre. Sartre acreditava que os seres humanos não têm uma essência pré-determinada, e sim constroem seus próprios significados através de suas escolhas e ações. Ele defendia que os indivíduos são totalmente responsáveis por si mesmos e livres para escolherem seus caminhos, o que pode gerar angústia por causa das consequências de suas decisões.
Existencialismo e Psicologia - minicurso slidesBruno Carrasco
Introdução ao existencialismo, aos filósofos da existência,
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Questões de psicologia - Livro psicologias uma nova introduçãoStefanie Rodrigues
O documento discute a evolução da psicologia como ciência independente desde o século XIX. Apresenta as visões de Wundt, Titchener, os funcionalistas americanos e Watson sobre o objeto de estudo da psicologia e a emergência do comportamentalismo. Critica as propostas humanistas por se concentrarem apenas na compreensão subjetiva em vez de também explicar comportamentos.
O documento descreve os fundamentos do positivismo de acordo com Augusto Comte. Ele introduz o método científico de Comte, que se baseia na observação dos fatos e indução de leis, e sua rejeição do metafísico em favor do positivo e experimental. Também explica a lei dos três estados da evolução do pensamento humano proposta por Comte e sua classificação hierárquica das ciências. Por fim, resume alguns aspectos da doutrina positivista de Comte, como sua visão da sociedade como um organismo e rejeição dos conceitos de
O documento resume a vida e filosofia do filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard, considerado o fundador do existencialismo. Kierkegaard se concentrou na subjetividade individual e experiência pessoal em vez de conceitos abstratos. Ele explorou emoções como angústia e desespero existencial que surgem quando as pessoas enfrentam escolhas de vida sem uma determinação prévia. Kierkegaard influenciou muitos filósofos existencialistas posteriores.
O documento discute as ideias de Humberto Maturana e Francisco Varela sobre a epistemologia da ciência. Eles propõem que os seres vivos são sistemas autopoiéticos que se autoproduzem de forma contínua. A ciência é vista como uma atividade humana cotidiana com um modo particular de explicar os fenômenos e validar explicações através de critérios.
1) O documento discute a educação segundo as ideias de Humberto Maturana, enfatizando a importância do amor, da aceitação mútua e da compreensão do aluno como um ser único.
2) Maturana defende que o conhecimento é construído socialmente através da linguagem e das interações, em oposição à visão objetiva e representacionalista.
3) Ele também critica a cultura ocidental produtivista que negligencia o desenvolvimento holístico da criança focado no presente, não no futuro.
O documento discute os principais conceitos da filosofia existencialista de autores como Soren Kierkegaard, Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, incluindo a noção de ser-no-mundo, ser-com-os-outros e ser-para-a-morte.
1) O documento discute o sentido da existência humana segundo vários filósofos existencialistas como Kierkegaard, Sartre e Vergílio Ferreira.
2) Analisa as visões de Kierkegaard de que o existencialismo não pode ser definido por uma teoria, de Sartre sobre a anterioridade da existência sobre a essência, e de Vergílio Ferreira sobre enfatizar o indivíduo.
3) Conclui que os autores refletiram sobre o porquê da existência humana e as teorias a esse respeito
Liberdade e Religião no Existencialismo de Sartre (Frederico Pires)Jerbialdo
1) O documento discute a relação entre liberdade humana e ateísmo no existencialismo de Jean-Paul Sartre.
2) Para Sartre, a liberdade é a capacidade do ser humano se construir a si mesmo, sem nada que pré-determine sua essência.
3) Sartre nega a existência de Deus porque um Deus onipotente e onisciente não é compatível com a liberdade humana tal como ele a concebe.
1) Aristóteles criticou o dualismo platônico entre mundo sensível e mundo das ideias, defendendo que o conhecimento vem da experiência sensível.
2) Para Aristóteles, conhecer é perceber a essência e causas essenciais de algo, separando-as de características acidentais.
3) A razão permite classificar e organizar objetos de acordo com critérios, abstraindo suas essências.
Jean-Paul Sartre foi um filósofo existencialista francês que desenvolveu a sua filosofia nos anos 40. Ele aliou o conceito de humanismo à noção de existência, afirmando que "O existencialismo é humanismo" e que o ponto de partida do existencialismo é o homem. Sartre representava o existencialismo ateu e via a situação humana de forma sombria quando "Deus está morto". Ele defendia que a existência precede a essência e que o homem não possui uma natureza pré-definida, estando condenado à improvisação
O documento discute a filosofia, sua relação com o mundo e com a educação. A filosofia busca compreender o mundo por meio da reflexão sobre valores e crenças. Ela questiona ideias tidas como certas e busca a verdade, embora reconheça que a verdade total é inalcançável. A filosofia deve estar disponível para todos, não apenas uma elite, para evitar o domínio sobre as massas. Ela também está ligada à educação como forma de transmitir valores de uma sociedade.
O documento resume os principais conceitos da física, metafísica, psicologia, ética, política e lógica de acordo com Aristóteles. A física aristotélica foca no movimento e na mudança. A alma é dividida em vegetativa, sensitiva e intelectiva. A ética trata da virtude como um meio-termo e da felicidade. A política analisa a cidade-estado e diferentes formas de governo. A lógica inclui categorias, silogismos e os princípios da demonstração.
O documento discute os conceitos fundamentais da fenomenologia de Husserl e do existencialismo. A fenomenologia é apresentada como um método filosófico que estuda os fenômenos da consciência e a intencionalidade da mente. O existencialismo explora como os indivíduos constroem seu sentido de existência no mundo. Ambos os campos filosóficos enfatizam a experiência subjetiva e a análise dos fundamentos da realidade e do conhecimento.
Este documento resume os principais pensadores e escolas de pensamento ético da Grécia Antiga, incluindo os Sofistas, Sócrates, Platão, Aristóteles, os Estoicos e Epicuro. As principais ideias discutidas são o relativismo dos Sofistas, o racionalismo ético de Sócrates e Platão, a ética do meio-termo e a política de Aristóteles, o autocontrole e a aceitação do destino dos Estoicos e o prazer como bem supremo para Epicuro.
1) O documento discute os perigos do egoísmo e da busca pelo sucesso material na era moderna, citando Joanna de Angelis. 2) Ele reflete sobre como a superficialidade dos sentimentos e a ênfase nas aparências levam as pessoas a mecanismos escapistas infelizes. 3) A Doutrina Espírita é apresentada como uma filosofia prática que pode ajudar as pessoas a superarem o egoísmo.
1) O documento discute os perigos do egoísmo e da busca pelo sucesso material na era moderna, citando Joanna de Angelis.
2) É analisado o que é o egoísmo de acordo com a Doutrina Espírita, sendo um vício que precisa ser superado através do amor ao próximo.
3) Histórias são contadas para ilustrar como o egoísmo atrai más influências e dificulta o progresso espiritual, enquanto a generosidade aproxima do bem.
Anotações do Curso de Ética da USP/VEDUCA.Lucas Vinicius
Anotações do Curso de Ética da USP/VEDUCA.
Por: Lucas Vinicius Ribeiro dos Anjos
Caso alguém tenha algum problema para fazer o download, me envie um email que eu passo por lá. Meu email é llvvinicius@hotmail.com
O documento discute a inter-relação entre psicanálise e filosofia à luz de uma interpretação da modernidade como um projeto de encobrimento da finitude humana. A psicanálise e a filosofia podem se encontrar nessa tensão em relação à razão, uma vez que ambas se movem entre os parâmetros da angústia e do saber. A tensão entre esses saberes ilustra como eles reconhecem seu enraizamento na finitude humana apesar dos esforços de racionalização.
O documento discute a inter-relação entre psicanálise e filosofia à luz de uma interpretação da modernidade como um projeto de encobrimento da finitude humana. A psicanálise e a filosofia podem se encontrar nessa tensão em relação à razão, uma vez que ambas se movem entre os parâmetros da angústia e do saber. A tensão entre esses saberes é ilustrada pela questão da angústia, que revela o abismo no qual o saber se abisma.
Esta apresentação traz em termos gerais as configurações que desenvolveram o pensamento Aristotélico e de como este pensamento influencia o mundo até os dias atuais
1) Aristóteles foi um filósofo grego que estudou na Academia de Platão por 20 anos.
2) Ele desenvolveu a ética como uma disciplina filosófica focada no bem humano, determinado pela natureza humana e circunstâncias.
3) Para Aristóteles, a felicidade é o fim da vida virtuosa, que envolve o uso correto da razão para dirigir os atos humanos.
A centralidade politica da classe trabalhadora2gedfiori
O documento discute as diferenças entre a lógica dialética de Platão e a lógica analítica de Aristóteles. Também aborda como Hegel via a dialética como a única maneira de se alcançar a verdade, considerando que a realidade é o fluxo eterno de contradições como defendido por Heráclito. Finalmente, discute como Marx via a classe trabalhadora como central politicamente.
A centralidade politica da classe trabalhadora2Gecira Di Fiori
O documento discute as diferenças entre a lógica dialética de Platão e a lógica analítica de Aristóteles. Também aborda como Hegel via a dialética como a única maneira de se alcançar a verdade, considerando que a realidade é o fluxo eterno de contradições como defendido por Heráclito. Finalmente, discute como Marx via a classe trabalhadora como central politicamente.
Para uma autoetnografia dos estados de vulnerabilidade: ensaio num caso de di...José Pinto da Costa
Este documento discute a importância da autoetnografia para compreender experiências pessoais de vulnerabilidade. O autor relata sua própria experiência procurando ajuda médica após perder a função da tireoide, como um estudo de caso para argumentar que os antropólogos devem incluir a si mesmos como objeto de estudo. A autoetnografia permite misturar abordagens lógicas e emocionais para descrever experiências humanas de forma completa.
1. A filosofia questiona a realidade e nos convida a repensar como vemos o mundo.
2. Pensar é o que diferencia os humanos dos outros animais e nos permite criar, projetar e produzir conhecimento.
3. A filosofia não tem utilidade imediata, mas é necessária para que possamos avaliar criticamente nossos atos e ideias e entender o mundo de forma mais profunda do que apenas o senso comum.
Filosofia e teologia como expresses propriamente humanasSusana Barbosa
1) A filosofia é essencial para a teologia porque permite uma experiência de fé racional através da reflexão e da razão, características únicas do ser humano.
2) A capacidade de reflexão distingue os seres humanos de outros animais. Sem filosofia não há teologia porque não há relação lógica com o divino.
3) Para Platão e Sócrates, uma vida sem filosofia não é digna de um ser humano, pois a filosofia constitui a própria humanidade através da
Proposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida PortuguesaJorge Barbosa
É uma prposta claramente de esquerda. Mas suponho que, tirando uma certa espécie de "nacionalização" do sistema financeiro (bancos e seguros), até a direita menos radical concordaria.
O documento lista nomes de profissionais de saúde e suas categorias e datas de efeito de certas decisões administrativas, como licenças sem remuneração e alterações de horários de trabalho. Também resume deliberações de conselhos diretivos sobre autorizações de acumulação de funções privadas por parte de funcionários de hospitais psiquiátricos.
O relatório do grupo de trabalho sobre educação especial discute:
1) A caracterização atual da educação especial em Portugal, notando o aumento de alunos com necessidades especiais de educação e deficiência;
2) Resultados e propostas de melhoria, incluindo a referenciação e avaliação de alunos, prestação de serviços de apoio especializado, e recursos humanos;
3) Conclusões e recomendações para melhorar o quadro normativo e apoiar melhor os alunos com necessidades especiais.
Sentimentos Acráticos, Empatia e AutoconsciênciaJorge Barbosa
O documento discute o papel dos sentimentos acráticos na empatia e autoconsciência. Argumenta que os sentimentos acráticos criam uma plataforma emocional que permite um tipo de encontro empático e espaço para autoconsciência, ajudando no autoconhecimento e compreensão dos processos emocionais.
Afetos, Emoções e Conceitos AparentadosJorge Barbosa
O documento discute as diferenças entre conceitos relacionados a afetos como emoção, sentimento e humor. Ele explora como as emoções elementares podem se associar em emoções mais complexas e como os afetos envolvem uma dimensão interpessoal ao incorporar os outros em nós mesmos. Recentes descobertas sobre neurônios espelho e teoria da mente ajudam a entender como desenvolvemos a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, o que está na raiz dos afetos.
regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...Jorge Barbosa
1) O documento descreve alterações ao regime de recrutamento e mobilidade do pessoal docente com o objetivo de melhorar a gestão dos recursos humanos e a eficiência do sistema educativo.
2) As principais alterações incluem a periodicidade dos concursos, critérios de colocação, mobilidade entre grupos de recrutamento e prioridades no concurso externo.
3) O objetivo é garantir a melhoria dos procedimentos de seleção e recrutamento docente, reforçar a valorização profissional e assegurar uma boa prestação de
O documento lista nomes de profissionais de saúde e suas categorias e datas de efeito de decisões administrativas. Inclui também extratos de deliberações de conselhos diretivos sobre licenças, horários e acumulação de funções de funcionários públicos da saúde.
Este documento propõe orientações para reformar o Estado em Portugal com o objetivo de melhorar as políticas públicas e torná-las mais eficientes e sustentáveis a longo prazo. A proposta é aberta e visa promover o diálogo com partidos políticos e parceiros sociais sobre como reduzir a despesa pública de forma gradual e equilibrada, preservando o Estado Social.
1) O documento apresenta definições conceituais de termos como substância, atributo, modo e Deus feitas por Baruch Espinosa em sua obra Ética.
2) Espinosa define Deus como o ente absolutamente infinito, constituído por infinitos atributos que expressam essências eternas e infinitas.
3) A primeira proposição afirma que a substância é anterior por natureza às suas afecções.
O documento descreve a sociedade dos Hibernários, que viviam dentro de uma cidade murada com botões e interruptores de funções desconhecidas. Os Hibernários passavam o tempo falando sem parar para manter sua inteligência, até que os animais pararam de fazer barulho. Eventualmente, um interruptor fez com que os dentes de leite de uma criança caíssem, revelando sua função.
O documento descreve a velha-do-postigo, que passa os dias sentada em um banco rendilhando uma renda e observando o mundo através de um postigo. Ela reflete sobre a natureza da renda, do postigo e do mundo que observa, questionando se estes objetos são realmente o que parecem ser.
1) O documento discute a perspectiva de Kant sobre a "revolução copernicana", na qual o sujeito não se submete ao objeto, mas o objeto se submete ao sujeito através das categorias do entendimento.
2) A síntese da imaginação refere os fenômenos ao entendimento, que é a faculdade legisladora através de suas categorias a priori.
3) Os fenômenos estão submetidos às categorias do entendimento e à sua unidade transcendental, o que faz com que o entendimento seja o legislador da
O Teeteto de Platão e a Apologia de SócratesJorge Barbosa
Este documento apresenta um prefácio e uma introdução à vida de Platão. No prefácio, o autor descreve as fontes e influências no seu texto sobre Platão e a Doutrina Social da Igreja. A introdução fornece detalhes biográficos sobre a família e educação iniciais de Platão em Atenas.
Representantes de associações científicas de ciências sociais e humanas expressam perplexidade pela composição do Conselho Científico das CSH da FCT, alegando que alguns membros não têm atividade relevante nas áreas científicas em causa e que não foram seguidos padrões de exigência internacionalmente reconhecidos; pedem a revogação da decisão que nomeou o Conselho.
1) O documento apresenta uma introdução sobre a vida e obra do filósofo Baruch Spinoza.
2) Spinoza desenvolveu uma filosofia que defendia a independência da filosofia em relação à religião e à política.
3) Sua obra prima Ética propõe uma ontologia onde os entes existem como modos do ser, sem apelar a noções morais de dever ou valores.
O Presidente da República propõe um acordo de médio prazo entre os três principais partidos para garantir estabilidade governativa até ao final do programa de ajustamento em Junho de 2014. O acordo deve estabelecer um calendário para eleições antecipadas nessa altura e apoio às medidas necessárias para concluir o programa com sucesso.
1. Jorge Barbosa
Ortega y Gasset: A Razão Vital
Preparado por: Jorge Nunes Barbosa
21 de Julho de 2010
Jorge Barbosa web.mac.com/jbarbo00
2. Jorge Barbosa
Ortega y Gasset: a Razão Vital
A Crítica ao Idealismo e ao realismo: a “Razão Vital”
O raciovitalismo ou teoria da razão vital é uma concepção da racionalidade criada por Ortega y Gasset. Este autor que,
como Nietzsche, critica a ditadura, no mundo ocidental, de uma razão abstracta de origem socrática, defende que não
devemos aceitar nem o ponto de vista unilateral do vitalismo, nem o não menos unilateral ponto de vista do racionalismo.
Isto é, não podemos reduzir o humano a um mero fenómeno biológico, mas muito menos podemos aceitar uma razão que
está para além da vida e a considera em função de si mesma. “A razão pura não pode suplantar a vida: a cultura do
intelecto abstracto não é, por contraposição à espontânea, uma outra vida que se baste a si mesma e possa desalojar
aquela. Não é mais do que uma breve ilha que flutua no mar da vitalidade primária. Longe de a poder substituir, tem de
apoiar-se nela, alimentar-se dela como cada um dos membros vive do organismo inteiro”. Assim, a superação do ponto de
vista do idealismo realiza-se, segundo Ortega, partindo de um dado fundamental que é o da “minha vida”, o da vida de
cada um. Por outro lado, Ortega também se opôs à tese idealista - sobretudo kantiana - segundo a qual as coisas devem
acomodar-se às funções do pensamento (como formas a priori do conhecimento). Com efeito, defende que, embora esta
perspectiva tenha conduzido a bons resultados no estudo da realidade natural, fracassou completamente na busca de
compreensão do ser humano, porque “o homem não tem natureza, mas só história”. Com esta tese, Ortega liga-se de
algum modo à tradição do vitalismo que, desde Dilthey a Bergson, tinha destacado a impossibilidade de o método, utilizado
para o estudo da natureza, se adequar ao estudo da realidade humana. Seria necessário voltar a pensar radicalmente fora
dos esquemas do realismo e do idealismo.
Para Ortega, é preciso pensar a realidade realmente radical que é a vida, uma vez que quer a natureza quer o entendimento
se referem a ela. Mas a razão capaz de pensar esta realidade radical - a vida - não pode ser a razão pura; não pode ser a
razão mecânica, nem a razão físico-matemática, mas a razão vital. Assim, e, de algum modo, num sentido idêntico ao de
certas posições defendidas pelo pragmatismo1, Ortega subordina o estudo da ciência, a técnica e a cultura, ao estudo geral
e globalizante da vida, distanciando-se claramente das posições contrárias que subordinam a vida à inteligência.
Esta posição sustenta que nenhum saber diz respeito directamente às próprias coisas, mas à nossa atitude perante elas, e,
portanto, Ortega recusa a crença num ser em si das coisas, independente de nós. Consequentemente, afirma que o ser
das coisas deve entender-se a partir da sua relação connosco. Por isso, concebe o saber como um saber a qué atenerse.
1 “Não se confunda a escassa estima que merece o pragmatismo como filosofia e tese geral com um desdém preconcebi-
do, arbitrário e beato para com o facto do praticismo humano, em benefício da pura contemplação. Aqui tentamos torcer o
pescoço a toda a beatice, inclusive à beatice científica e cultural que se extasia diante do puro conhecimento sem dele fazer
uma questão dramática”. Qué es Filosofia?, 1993
Ortega y Gasset: A Razão Vital
1
3. Jorge Barbosa
Esta reivindicação da vida não deve entender-se à maneira irracionalista que advoga instintos ou impulsos obscuros, mas
que a vida deve ser entendida como realidade radical, e o raciovitalismo como uma teoria da realidade.
Nem racionalismo, nem Irracionalismo
Para Ortega y Gasset existe primazia da vida sobre a razão. Este é o seu lado do “vitalismo”. No entanto, este vitalismo,
longe de se constituir em desprezo pela razão, é a constatação do seu carácter relativo, ou, em todo o caso, não absoluto.
Para superar a oposição vitalismo/racionalismo, Ortega propõe o seu conceito de razão vital ou raciovitalismo. Deste modo,
valoriza a racionalidade, mas está consciente de que a racionalidade mergulha as suas raízes nas necessidades vitais, e
coloca-a ao serviço da vida que é a realidade autenticamente radical. “A minha vida” é o ponto de partida radical da
filosofia.
1. Não é Possível Renunciar à Razão.
Todas as dimensões cognitivas do ser humano (razão, memória, entendimento, imaginação…) e as construções a que dão
lugar (cultura, filosofia, ciência…) estão alicerçadas inevitavelmente na vida. Perante as formas radicais do irracionalismo,
que negam a validade destas dimensões, Ortega, pelo contrário, considera-as legítimas, na justa medida em que se
constituam como instrumentos que a própria vida utiliza para solucionar os problemas com que se defronta 2. Não se pode
viver sem crenças: elas salvam-nos do caos originário da vida. O mundo da cultura e da razão é a valsa, onde podemos
navegar sem naufragar, evitando o naufrágio que é a própria existência; a razão é útil para a vida, o pensamento é “uma
função vital, como a digestão ou a circulação sanguínea”, diz Ortega. A cultura e a razão têm uma dupla face: por um lado,
na medida em que respondem à utilidade do sujeito, sendo a expressão das suas peculiaridades, são determinadas por leis
subjectivas; no entanto, por outro lado, distinguem-se de outras actividades vitais, como a digestão, porque a sua própria
essência aspira à universalidade, à objectividade.
O erro do irracionalismo consiste em esquecer esta dimensão fundamental da vida humana: o seu apetite pela
objectividade, pela verdade, pela universalidade. O erro do racionalismo consiste em renunciar à vida, em inventar um
sujeito alheio à realidade concreta e histórica. Não existe a razão sem mais; nem o irracionalismo é possível: a razão é vital,
porque a história é um seu constituinte intrínseco.
2. O Raciovitalismo Aceita as Dimensões Irracionais da Existência.
Ortega acredita que as dimensões irracionais da existência se manifestam, não só, no mundo da vida, mas também na
própria matemática (os números irracionais, por exemplo) e nas ciências naturais (a própria noção de causa não é
racionalmente justificável). O racionalismo terá tentado ocultar a dimensão irracional da existência. Pelo contrário, o
2 “...Antes de ser físico, ele é homem e, ao sê-lo, preocupa-se com o Universo, isto é, ele filosofa - melhor ou pior - técnica
ou espontaneamente, de modo culto ou selvagem. (…) Resulta esta (a raiz da filosofia), portanto, não da meta-física, mas
da ante-física. Nasce da própria vida e, (…), esta não pode evitar, ainda que de modo muito elementar, filosofar”. Qué es
Filosofia?, 1993
Ortega y Gasset: A Razão Vital
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4. Jorge Barbosa
raciovitalismo mostra que a ordem e a ligação entre as coisas do mundo da vida não coincide plenamente com a ordem e a
ligação das nossas ideias, dos nossos pensamentos, da nossa razão.
3. Razão, Sim; Racionalismo, Não.
Ortega não está contra o uso da razão. A sua crítica dirige-se contra o racionalismo, contra o exagero no uso da razão,
daquela razão que desconhece os seus limites vitais e históricos, contra o desprezo pela vida concreta e pelas
circunstâncias de cada um. Considera que todas as teorias têm de ser racionais e conceptuais, mas, ao mesmo tempo,
não podem ignorar a vida. Aceita, portanto, a razão, mas não a identifica com a razão matemática, ou com a razão
abstracta. A razão vital mostra que uma dimensão fundamental da vida é o “saber a qué atenerse”, é saber dar-se conta,
sendo, portanto, impossível viver sem razão. A razão é um instrumento da vida para superar o caos originário da
existência3.
Torna-se, então, necessário superar as posições tanto do subjectivismo quanto do idealismo:
“… o mundo exterior não existe sem o meu pensá-lo, mas o mundo exterior não é o meu
pensamento, eu não sou teatro nem mundo - sou frente a este teatro, sou com o mundo, somos
o mundo e eu. E, generalizando, diremos: o mundo não é uma realidade subsistente em si com
independência de mim - mas é o que é para mim ou perante mim e, para já, nada mais. Até
aqui, caminhamos com o idealismo. Mas acrescentamos: como o mundo é somente o que me
parece que é, será só ser aparente e não há razão nenhuma que obrigue a buscar-lhe uma
substância por trás dessa aparência - nem a buscá-la num cosmos substante, como os antigos,
nem a fazer de mim mesmo uma substância que leve sobre si, como conteúdos seus ou
representações, as coisas que vejo e toco e cheiro e imagino. Este é o grande preconceito
antigo que a ideologia actual deve eliminar. (…) Eu sou quem agora o vê, ele é o que agora eu
vejo - sem ele e outras coisas como ele, o meu ver não existiria, isto é, não existiria eu. Sem
objectos não há sujeito. O erro do idealismo foi converter-se em subjectivismo, em sublinhar a
dependência em que as coisas estão de que eu as pense, da minha subjectividade, mas não se
aperceber que a minha subjectividade depende também de que existam objectos. O erro foi
fazer que o eu engolisse o mundo, em vez de os deixar a ambos inseparáveis, imediatos e
juntos, mas, por isso, diferentes.
Necessitamos, pois, de corrigir o ponto de partida da filosofia. O dado radical do Universo não é
simplesmente: o pensamento existe ou eu, pensante, existo; mas que se existe o pensamento
existem, ipso facto, eu que penso e o mundo em que penso, e existe um com o outro, sem
separação possível. Mas nem eu sou um ser substancial, nem o mundo tão-pouco - mas ambos
somos em activa correlação; eu sou o que vê o mundo e o mundo é o que é visto por mim. Eu
sou para o mundo e o mundo é para mim. Se não há coisas que ver, pensar e imaginar, eu não
veria, pensaria ou imaginaria - isto é, não seria. (…)
3 “A filosofia não brota por ser útil, mas tão-pouco pela acção irracional de um desejo veemente. É constitutivamente ne-
cessária ao intelecto”.
Ortega y Gasset: A Razão Vital
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5. Jorge Barbosa
A tragédia do idealismo radicava em que havendo transmudado alquimicamente o mundo em
“subjecto”, em conteúdo de um sujeito, encerrava este dentro de si e, assim, não havia maneira
de explicar claramente como, se este teatro é somente uma imagem minha e um pedaço de
mim, parece tão completamente diferente de mim. (…) A consciência não é reclusão, mas, pelo
contrário, é essa estranhíssima realidade primária, suposto de toda outra, que consiste em que
alguém, eu, sou eu precisamente quando me apercebo de coisas, do mundo.
Mas - que é isto? Com que tropeçámos sem querer? Isso, esse facto radical de alguém que vê e
odeia e quer um mundo e nele se move e por ele sofre e nele se esforça - é o que desde sempre
se chama no mais humilde e universal vocábulo “a minha vida”. Que é isto? É, simplesmente,
que a realidade primordial, o facto de todos os factos, o dado para o Universo, o que me é
concedido é… a “minha vida”, - não eu sozinho, não a minha consciência hermética, estas
coisas são já interpretações, a interpretação idealista. É-me dada a minha vida, e a minha vida é,
acima de tudo, um achar-me eu no mundo. (…)
Portanto, o problema radical da filosofia é definir esse modo de ser, essa realidade a que
chamamos a nossa vida. Pois bem, viver é o que ninguém pode fazer por mim - a vida é
intransferível -, não é um conceito abstracto, é o meu ser individualíssimo”.
Qué es Filosofia?, en Obras completas, Revista de Occidente, Madrid 1966-69, pp. 401-404
Apesar de tudo, esta radicalidade da vida exige no homem um saber, que é saber de que dar-se conta, e este é o
fundamento da razão para Ortega. A noção do saber de que dar-se conta (saber a qué atenerse) surge ligada a uma outra
grande tese de Ortega y Gasset, a do perspectivismo e circunstancialismo: “yo no soy yo; yo soy yo y mi circunstancia”.
Tomada fora do contexto, a fusão de uma razão vital como a descrita com o perspectivismo poderia dar lugar a uma
concepção relativista. Mas esta não corresponde de forma alguma ao pensamento de Ortega, pois, para ele, essa fusão
deve efectuar-se numa dimensão concreta, e a fusão da razão vital e do perspectivismo é-nos proporcionada pela história.
Assim sendo, a razão vital constitui-se como razão histórica, já que o homem não tem natureza, mas história. Deste modo,
Ortega supera o ponto de vista meramente biologista da racionalidade, que tão em voga esteve entre vários seguidores das
correntes vitalistas da sua época.
4. A Questão do “Nosso Tempo”.
Segundo Ortega, a modernidade baseia-se no conceito racionalista e idealista da subjectividade. O problema do nosso
tempo é, então, a superação desse conceito e, com ela, a superação do racionalismo e do idealismo, como propedêutica
para a preparação de uma nova época.
Para Ortega, todo o tempo tem a sua missão e a sua tarefa. Quando os homens deixam de se preocupar com a missão e a
tarefa do seu tempo, mantendo-se em formas espirituais do passado, não vivem à altura dos tempos. Considera que a
época moderna e o espírito filosófico que a sustenta está em crise e que deve ser superada, através de novas crenças
(convicções que “nos possuem a nós e que nós possuímos”, e que configuram a nossa visão do mundo e da realidade) e
através de novas formas culturais e vitais. As crenças são as nossas convicções íntimas, aquelas que nos permitem saber
Ortega y Gasset: A Razão Vital
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6. Jorge Barbosa
de que devemos dar-nos conta, que nos permitem andar pela vida; as nossas crenças são as nossa cosmovisões, as
nossas interpretações do mundo; se não as tivéssemos, ou melhor, se elas não nos tivessem a nós, seríamos seres
errantes em direcção a lugar nenhum, a partir de sítio nenhum.
A superação do racionalismo e do idealismo não é uma questão meramente técnica, mas a aceitação do nosso próprio
destino histórico.
Recordemos que o racionalismo e o idealismo defendem ambos o seguinte:
★ A razão é a dimensão básica do ser humano;
★ A razão está acima das particularidades de cada homem, é atemporal;
★ A razão a-histórica apresenta-se como o instrumento adequado para o desenvolvimento da filosofia 4, da
ciência, da moral e da política;
★ O mundo é, então, o produto da razão, um dado da própria subjectividade. As coisas do mundo são
conteúdos de consciência.
Pelo contrário, para Ortega a razão deve submeter-se à vida, e não o inverso. Este é precisamente o tema, a que chama do
“nosso tempo”. “Este é o estádio da evolução europeia que coincide com a nossa geração. Os termos do problema (…)
aparecem numa posição rigorosamente inversa àquela em que se apresentaram ao espírito de Sócrates. O nosso tempo
fez uma descoberta oposta à do seu tempo: ele surpreendeu a linha em que começa o poder da razão; a nós, é-nos dado
ver, pelo contrário, o ponto em que termina. A nossa missão é, pois, contrária à sua. Através da racionalidade, voltámos a
descobrir a espontaneidade. Isto não significa um retorno à ingenuidade primogénita, semelhante à que pretendia
Rousseau. A razão, a cultura more geométrico5 é uma aquisição eterna. Mas é preciso corrigir o misticismo socrático,
racionalista, culturalista, que ignora os seus limites, ou não deduz fielmente as consequências dessa limitação. A razão é
simplesmente uma forma e função da vida. A cultura é um instrumento biológico e nada mais. Se a cultura se coloca numa
posição contrária à vida, transforma-se numa subversão da parte contra o todo. É urgente reduzi-la ao seu ofício. O tema
do nosso tempo consiste em submeter a razão à vitalidade. Dentro de poucos anos parecerá absurdo que se tenha exigido
que a vida se pusesse ao serviço da cultura. A missão do tempo novo é precisamente inverter a relação e mostrar que é a
cultura, a razão, a arte, a ética quem deve servir a vida.”6
5. O Historicismo: A Razão Histórica.
Ortega sempre defendeu que o “homem não tem natureza, tem história”. Opunha-se assim à concepção substancialista da
realidade que se iniciou com a filosofia de Parménides e o seu conceito de ser. Segundo ele, a filosofia moderna entendeu a
razão como uma razão pura (Kant), com muito de razão matemática (Descartes, Espinosa). A modernidade pensou que a
racionalidade, assim entendida, seria a porta do progresso da humanidade, geradora de uma nove época. Este ideal de
4 Para Ortega, a filosofia é o conhecimento radical do mundo, de tudo o que existe, do cosmos. A prática da vida filosófica
leva o homem à descoberta da vida como realidade primordial.
5 Seguramente uma referência, não explícita, sobretudo a Espinosa.
6 El tema de nuestro tiempo, en Obras completas III, Revista de Occidente, Madrid 1966-69, pp. 177-178
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razão ilustrada permitiu compreender e dominar em boa medida o mundo natural. Mas esta mesma racionalidade não
serviu para compreender o problema fundamental do Homem, que é ele próprio. Poucos momentos históricos souberam
tanto a respeito do homem e, ao mesmo tempo, tão pouco. Por isso, do mesmo modo que Husserl criticava a razão
científica como reducionista, assim também Ortega pensa que a razão moderna fracassou, pelo que seria necessário
superar este tipo de racionalidade. Ela não falhou na sua tentativa de explicar a natureza das coisas, porque se apresenta
como objecto, como sucessão de objectos substancializados e susceptíveis de uma explicação matemática. Mas não
conseguiu explicar o mundo propriamente humano, o próprio do homem, que não tem natureza, mas tem história e que,
como tal, não é objectivável nem matematizável de forma estática.
Impõe-se, então, uma superação da razão substanciadora e matematizante, sem cair por isso no irracionalismo, por
exemplo, de Nietzche. Para Ortega, a razão é um instrumento legítimo e válido de explicação do real, mas não qualquer tipo
de razão e, seguramente, não a razão objectivante. É necessário, segundo ele, propor uma razão histórica. Para o seu
projecto de razão, Ortega propõe uma distinção interessante entre Explicar e Compreender.
1. Explicar - Uma coisa ou uma realidade é explicada quando conseguimos ter ideias claras e um conhecimento das
leis físicas, ou de outro tipo, que expliquem o comportamento ou a causa de algo, como fazem as ciências positivas,
empíricas e matemáticas. Esta racionalidade explica o como de algo.
2. Compreender - Compreendemos algo quando compreendemos o sentido de algo e não somente as leis que o
explicam. Esta racionalidade explica o porquê, a razão de ser, de algo. Ora, o mundo especificamente humano é o
mundo do sentido do que o homem faz, dos seus costumes, das suas crenças, dos seus valores.
Uma coisa, com efeito, é explicar um fenómeno físico, como uma tempestade, pelas suas causas naturais, e outra é
compreender o sentido dessa tempestade para os homens (como algo desejado, algo temido, um castigo dos deuses, uma
bênção, etc.). Deste modo, o mundo da explicação não anula nem esgota o mundo da inteligência do sentido para o
homem. Daqui resulta o perspectivsmo de Ortega: uma tempestade não é vista de forma igual por todos os homens, nem é
entendida do mesmo modo por todos, e isto independentemente de a explicação científica ser una e conhecida.
É, então, necessário pensar uma racionalidade que sirva para compreender o sentido do mundo do homem, que permita
que compreendamos o próprio homem, coisa que não pode ser feita por uma razão supostamente pura que está privada
de poder apreender o homem na sua realidade concreta e encarnada, no seu aqui e agora histórico, na sua singularidade.
O homem não tem, pois, uma natureza que seja absolutamente uniforme em todos os seres humanos, mas o homem vai-
se construindo a si mesmo na história, no seu fazer; o homem é essencialmente um ser do futuro. Torna-se necessário
compreender, não só, a fisicalidade do ser humano, mas também a complexidade da sua própria biografia (a nível
individual), assim como as circunstâncias em que o homem vive com os outros homens, com a sua vocação particular, e
com o destino que une os homens aos homens do seu tempo e aos homens que os precederam no tempo.Por isso, não
basta explicar as circunstâncias do passado, é também necessário compreendê-las. E, para isso, há que utilizar categorias
adequadas e não reducionistas do humano, como faz, por exemplo, o materialismo dialéctico mono-explicativo. Se, por
vezes, nos dá muito trabalho entender a nossa própria biografia, como poderemos entender as dos outros? Segundo
Ortega, a compreensão dos outros desenvolve-se em duas perspectivas:
1. O “outro” diferente de nós que tem as suas circunstâncias particulares que são suas em exclusividade;
2. No entanto, apesar das diferenças e particularidades individuais, o “outro” é também um homem como nós.
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6. Eu sou eu e a minha circunstância.
Na sua obra Meditaciones del Quijote, escrita em 1914, já aparece a famosa frase que marca o talento filosófico de Ortega
y Gasset. Esta frase implica algumas teses específicas:
1. A circunstância é o mundo vital do homem. A circunstância é tudo o que rodeia o homem, na medida em que
ele a percebe como sua: a cultura, a sociedade concreta, a sua cultura específica, as suas crenças, etc. Para além
destas “circunstâncias” exteriores à própria subjectividade, Ortega acrescenta em algumas obras também tudo
aquilo que é dado ao homem: o seu corpo, o seu carácter, o seu modo de ser, as suas qualidades e aptidões, etc.
2. O mundo é um dado originário. Contra o racionalismo cartesiano, Ortega defende que o dado é um dado
imediato; o imediato não é só a consciência, mas também as nossas circunstâncias: encontramo-nos sempre, como
algo dado, instalados num mundo, com pessoas concretas. Não existe em primeiro lugar a percepção da
consciência, ou uma apercepção transcendental a que se acrescentariam (com dificuldades, segundo Descartes) as
coisas externas. Pelo contrário: a consciência subjectiva do homem, o seu ser “eu” forma-se inevitavelmente na sua
relação com os outros e com o mundo. Não faz falta a tentativa (falhada) de Descartes de “fundamentar” a
existência extramental dos outros homens, nem das coisas extensas. A existência dos outros é um “a priori”, algo
imediatamente dado, que não tem de ser deduzido de uma autoconsciência prévia.
3. O mundo extramental não é independente do eu. O mundo não é uma construção do eu, como pretendia o
idealismo subjectivo. Mas também não existem coisas com completa independência do eu. O “mundo” não deve ser
identificado, sem mais, com a Natureza; tão pouco se identifica com o “cosmos”, conjunto ordenado do físico. O
mundo é-o para o ser humano; o mundo é o que o ser humano percebe, com a sua perspectiva peculiar. O mundo
nem sequer é “tudo o que é o caso”, como dissera Wittgenstein; o mundo é tudo aquilo que tem relação com o
homem. O “ser” do mundo das coisas é um ser-para, um ser em relação com a vida, com a sua possibilidade de ser
utilizado pelo homem. Poderá haver cosmos, poderá haver natureza, mas não haveria mundo se não fosse para um
homem.
7. O Perspectivismo de Ortega.
O perspectivismo é uma doutrina básica de Ortega y Gasset. Consiste em afirmar duas coisas:
1. Que todo o conhecimento está ancorado sempre num ponto de vista, numa situação concreta, numa circunstância;
2. Que, na sua própria essência, a própria realidade é multiforme, atendendo à pluralidade de pontos de vista.
Para Ortega, a unidade que engloba em si a natureza e o entendimento aparece-nos sempre em perspectiva. O ser do
mundo não nos é dado, é sempre uma perspectiva. A perspectiva surge assim como uma condição epistemológica para
captar a autêntica realidade: “onde está a minha pupila, não há nenhuma outra”. O eu e o mundo formam uma totalidade
concreta e indivisa, cujo núcleo é a vida do homem. A vida humana não é coisa, nem matéria, nem essência, nem é algo
dado; o homem não é uma res cogitans, mas uma res dramatica: um drama, uma unidade dramática de eu e mundo, isto
Ortega y Gasset: A Razão Vital
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9. Jorge Barbosa
é, do eu e da sua circunstância7. Não existe porque pensa, pensa porque existe. Deste modo, inverte-se o ponto de partida
cartesiano, e o centro de gravidade da reflexão filosófica encontra-se no pré-reflexivo que é a própria vida: “viver é não ter
outro remédio senão arrazoar diante da inexorável circunstância”. Mas, embora o ser do mundo seja perspectiva e o eu
circunstancial, isso não significa a defesa do mero relativismo. Ortega tenta conciliar a multiplicidade de perspectivas na
unidade da verdade, o que o conduz à reflexão sobre a história. Por isso, a razão vital é sobretudo razão histórica, já que a
circunstância é sempre circunstância histórica concreta, e o eu é sempre um ser que se encontra no mundo, que se
caracteriza pela sua temporeidade. Por outro lado, o eu é um projecto, uma futurização, na sua circunstância concreta.
Se a perspectiva é a construção de uma imagem em função do ponto de vista do observador, o perspectivismo, como
concepção filosófica, supõe que toda a representação é dependente do sujeito que a constitui. Na história da filosofia, este
termo associa-se geralmente a Nietzche e, mais apropriadamente, a Ortega y Gasset. Em certo sentido, a “monadologia”
de Leibniz é também um perspectivismo (cada mónada é uma perspectiva única do universo). A realidade oferece-se, pois,
em perspectivas individuais. O ser do mundo não nos é dado de uma vez por todas, mas é sempre uma perspectiva que
surge como uma condição epistemológica para captar a autêntica realidade, uma vez que cada vida pessoal é um ponto de
vista sobre o universo.
“De diferentes pontos de vista, dois homens observam a mesma paisagem. No entanto, não vêem
o mesmo. A situação distinta faz com que a paisagem se organize diante de ambos de maneira
distinta. O que, para um, ocupa o primeiro plano e mostra com vigor todos os seus detalhes, para
outro, fica em segundo plano e mantém-se obscuro e apagado. Para além disso, como as coisas
postas umas atrás das outras se ocultam no todo ou em parte, cada um deles perceberá porções
de paisagem que não chegam ao outro. Faria sentido que cada um declarasse falsa a paisagem
do outro? Não, evidentemente: tão real é uma como a outra. Mas tão pouco faria sentido que,
concordando entre eles que as suas paisagens não eram coincidentes, as julgassem ilusórias. Isso
levar-nos-ia a supor que haveria uma terceira paisagem autêntica, que não se teria submetido às
mesmas condições das outras duas. Ora bem, essa paisagem arquétipo não existe nem pode
existir. A realidade cósmica é de tal ordem que só pode ser vista sob uma determinada
perspectiva. A perspectiva de um dos componentes da realidade, longe de ser a sua deformação,
é a sua organização. Uma realidade que, vista de qualquer ponto resultasse sempre idêntica, é um
conceito absurdo.
O que acontece com a visão dos olhos acontece igualmente em tudo o resto. Todo o
conhecimento o é de um ponto de vista determinado. A species aeternitatis, de Espinosa, o ponto
de vista ubíquo, absoluto, não existe propriamente: é um ponto de vista fictício e abstracto. Não
temos de duvidar da sua utilidade instrumental para certos misteres do conhecimento; mas não
devemos esquecer que, a partir dele, não se vê o real. O ponto de vista abstracto só proporciona
abstracções. (…)
Cada vida é, então, um ponto de vista sobre o universo. Em rigor, o que ela vê não o pode ver
outra. Cada indivíduo - pessoa, povo, época - é um órgão insubstituível para a conquista da
verdade. (…)
7 A “circunstância”, para Ortega é como o “mundo”: trata-se do conjunto de realidades em que o homem se situa e que
determinam as suas possibilidades existenciais e vitais, e o seu destino.
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O erro inveterado consistia em supor que a realidade tinha por si só, e independentemente do
ponto de vista que sobre ela se tomasse, uma fisionomia própria. Pensando assim, é claro, toda a
visão dela a partir de um ponto determinado não coincidiria com esse seu aspecto absoluto, e,
portanto, seria falsa. Mas dá-se o caso de que a realidade, como uma paisagem, tem infinitas
perspectivas, todas elas igualmente verídicas e autênticas. A única perspectiva falsa é essa que
pretende ser a única”8 .
Este perspectivismo permite a Ortega superar tanto o cepticismo como o racionalismo. Para além disso, a perspectiva
não tem origem num ponto de vista abstracto, já que o eu não algo dado, mas uma unidade dramática de eu e mundo,
isto é, do eu e da sua circunstância. A circunstância e a perspectiva articulam-se permitindo o acesso à verdade; o
ponto de articulação é proporcionado pela história. Por isso, o perspectivismo de Ortega conduz, a partir de uma razão
vital (o raciovitalismo) a uma razão histórica, uma vez que a circunstância é sempre circunstância histórica concreta, e a
perspectiva é a de um eu que parte dessa circunstância.
Também Nietzche (embora mais radicalmente, numa perspectiva subjectivista, a que Ortega se opõe) defende uma
posição perspectivista, que concebe como articulação entre conhecimento e necessidades vitais. Esta tese
fundamenta-se numa concepção:
a. do ser como devir (no qual não existem verdades absolutas, pois toda a verdade é interpretação),
b. e do conhecimento como a sua união com as necessidades vitais.
Outros autores, como Merleau-Ponty e Samuel Alexander, também defenderam teses perspectivistas muito semelhantes
à de Ortega y Gasset.
8 El tema de nuestro tiempo, em Obras completas, Revista de Occidente, Madrid 1966-1969, vol. III, pp. 199-201
Ortega y Gasset: A Razão Vital
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11. Jorge Barbosa
Em Síntese
O perspectivismo de Ortega y Gasset dirige-se:
1. Contra o objectivismo da verdade, entendida como dogmatismo, que defende que existe a verdade, que é una,
que é a mesma para todos os homens e que deve ser entendida em termos idênticos por todos.
2. Contra o subjectivismo. Para o subjectivismo, não haveria um acordo possível entre os sujeitos, pois a percepção
da verdade seria exclusivamente a de cada um
Enquanto o objectivismo considera que o sujeito deve adaptar-se à coisa ou objecto, que é inalterável e sempre o
mesmo, o subjectivismo acha o contrário: toda a percepção é subjectiva e não é possível objectividade alguma. O
destino do subjectivismo é um relativismo quase solipsista.
Ortega afirma que é preciso superar ambas as perspectivas. O objectivismo falha ao esquecer que qualquer percepção
repousa num ponto de vista peculiar: a perspectiva é algo intrínseco à realidade humana, pelo que a percepção da
realidade não é unívoca, mas múltipla. O subjectivismo, segundo ele, falha ao considerar que as perspectivas
particulares são irreconciliáveis entre si. É aí que falha precisamente: a perspectiva falsa é aquela que clama ser a única
perspectiva verdadeira.
A verdade, então, tem origem numa perspectiva, mas é possível apreendê-la, ainda que cada um a veja do seu ponto
de vista exclusivo.
Um copo de água nunca é visto exactamente igual pelos dois olhos, ou por mil, mas todos eles vêem um
copo de água.
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