Este documento discute a observação como método de investigação qualitativa. Ele descreve a observação como o registro contínuo do que o pesquisador vê e experiencia no campo e discute diferentes tipos de observação, incluindo observação participante, não participante, estruturada e não estruturada. Além disso, destaca elementos importantes a serem observados como tempos, espaços, comportamentos e inferências.

1. Observação
(Investigação Qualitativa)
Observação
(Investigação Qualitativa)
SIP IV
Silvia Sá
13-10-2011

3. Observação
(Investigação Qualitativa)
Diário de Bordo / Notas de campo: um registo contínuo…
Bogdan e Biklen (1994) “as notas de campo são relatos escritos daquilo
que o investigador ouve, vê, experiencia e pensa no decurso da recolha…”
Registo de dados em que o investigador aponta:
Factos e Dados descritivos
•Conversar
Discurso directo dos participantes (citações) •Ouvir
Anotações sobre comportamentos observados IMPLICA: •Permitir a
Inferências / Hipóteses / expressão livre
dos participantes
Estratégias
Ideias
Dúvidas / Interrogações
Reflexões
Impressões diversas
Observação de anotação imediata ou diferida
Triangulação da recolha – observações, entrevistas, documentos (várias “medidas” do mesmo fenómeno)

4. Observação
(Investigação Qualitativa)
Estrela (1994). Esquema geral do trabalho de campo. p. 77

5. Observação
(Investigação Qualitativa)
Quivy e Campenhoudt, 1998
• Constitui o único método de investigação social que capta os comportamentos no
momento em que eles se produzem
• Permite a observação e registo de afirmações não verbais, de práticas rituais de cariz
cultural e social, bem como da interacção social verificada
Observação Directa Observação Indirecta
O investigador procura ser testemunha dos comportamentos O registo pode não ser produzido pelo investigador,
sociais dos indivíduos /grupos nos próprios locais das suas Alguns destes registos não implicam uma deslocação ao local em
actividades ou residências sem lhes alterar o seu ritmo estudo
normal. Os registos são comunicados/observados/evidenciados por via
indirecta
→ Observação participante
Inserção do investigador/a no grupo ou comunidade / toma Ex:
parte do seu quotidiano / imersão que procura compreender Entrevistas / Questionários
o processo como insider e descrever essa experiência para os Vídeos / suportes áudio
outsiders - também designada por trabalho de campo Relatórios de ocorrências
Análise de desenhos / Análise de produtos da aprendizagem
→ Observação não participante
O investigador não participa na vida do grupo - observa do
exterior – não interage nem afecta de modo intencional o
objecto de observação (espectador)
- ex: observação naturalista

6. Observação
(Investigação Qualitativa)
GRAU DE ESTRUTURAÇÃO DA OBSERVAÇÃO
1. Estruturada
•Define-se previamente o que se vai observar e organizam-se categorias (variáveis) de
observação de acordo com os objectivos de investigação (ex: grade de sinais ; grade de
deslocações na sala);
•É sistemática (obtenção de dados cientificamente significativos)
•Permite obter dados numéricos/estudo de frequências
2. Semi-estruturada
•Definem-se algumas categorias, mas o investigador poderá criar novas categorias
decorrentes da observação / Requer uma prévia definição do foco da observação
3. Não estruturada
•Não há uma ideia concreta dos dados a recolher, a observação permite definir o que é
significativo para a pesquisa

7. Observação
(Investigação Qualitativa)
EXERCÍCIO DE OBSERVAÇÃO DIRECTA – NÃO PARTICIPANTE
Os descritivos devem centrar-se na recolha de elementos referentes a:
-Tempos e espaço de acção (uniformização da unidade de tempo)
- Intervenientes
- Conteúdos, actividades, tarefas e material
- Comportamentos verbais e não-verbais
-Inferências (pistas explicativas de comportamentos “em situação”)

8. Observação
(Investigação Qualitativa)
Bibliografia
AFONSO, N. (2005). Investigação Naturalista em Educação. Porto:Edições ASA.
BOGDAN, R.; BIKLEN, S. (1994). Investigação Qualitativa em Educação:
uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora.
COHEN, L. , MANION, L. & MORRISON, K. (2000). Research Methods in Education .5ª Edição.
London: Routledge.
ESTRELA, A. (1994). Teoria e Prática de Observação de Classes. 4ª Edição.
Porto: Porto Editora.
QUIVY, R.; CANPENHOUDT, L. (1998). Manual de investigação em ciências sociais.
Lisboa: Gradiva.