Este texto se propõe a fazer um apanhado de minha militância no ano de 2013. Apresento alguns desafios e processos de conquistas neste ano, além é claro da ampliação do meu campo de atuação enquanto militante das causas sociais.
Um texto dedicado a minha rosa que me cativou imensamente.
1. O QUE VI, VIVI E OUVI EM 2013: UMA RETROSPECTIVA DE MINHA MILITÂNCIA
José Aniervson Souza dos Santos1
2013 foi um ano cheio de novas experiências e desafios. Depois de passar dois meses em
trabalho voluntário na África e decidir deixar o projeto (toda minha história de voluntariado você
pode ler aqui2), volto as terras americanas em janeiro para iniciar uma nova etapa de minha
vida. Nesse período muita coisa precisava se ajustar, inclusive refazer os projetos de vida,
pessoais e profissionais. A vida de volta aos EUA, embora parecesse mais simples, por questões
culturais e de compreensão da língua, me apresentava uma série de desafios, quais eu precisava
vencer todos eles, mas dessa vez eu não estaria sozinho (aliás, eu nunca estive).
Enquanto os meses de minha nova estadia nos “esteites” passavam eu procurava desenvolver
algum tipo de habilidade que meus anos de militância no Brasil, ainda não havia me
proporcionado. Conheci diferentes organizações e pessoas interessantes, que possuíam o
mesmo desejo de ver o mundo de outra forma, mais humano e mais igualitário. Essas
pessoas/organizações, de forma sutil me fizeram ver o mundo ainda mais amplo e mais
dinâmico. Além da juventude, que já era meu objeto de estudo e militância, aprendi que deveria
somar outras questões ao meu debate. Abrir o leque para reconhecer a importância das
discussões sobre a emancipação das mulheres; os direitos civis e sexuais dos GLBTs; o respeito
ao idoso, ao deficiente, a criança e ao adolescente; a liberdade religiosa; ao estado laico; a
participação político-cidadã, entre outras temáticas, me fez/faz a cada dia mais humano.
Enquanto tudo isso borbulhava em minha mente, um novo projeto surgia e com ele a certeza
de que ao redor do mundo outras pessoas andam desenvolvendo coisas tão interessantes que
precisavam ser conectadas. O novo projeto, com diferentes parcerias, deu vida a Revista
Geração Z qual pretendia ser um periódico eletrônico de caráter internacional e que conseguisse
conectar de forma inovadora e dinâmica a ciência e a comunidade. Sua primeira publicação
aconteceu no mês de maio e que nos primeiros dias de sua divulgação teve seu website fora do
ar devido ao grande tráfico de acessos de usuários ao redor do globo... ebaaaaa o/
Em junho, mês do meu retorno ao Brasil, depois de muito conversar, planejar e organizar, foi o
momento de dar um passo muito grande, maior do que as pernas, como diria minha mãe. A
viagem a Nova Iorque, além de ser muito divertida foi para dizer “SIM” em frente uma juíza de
paz que me uniu em matrimônio. Já casadíssimo e com certidão na mão era hora de voltar para
casa.
O meu retorno ao Brasil me fez cair diretamente nos protestos que estavam acontecendo.
Enquanto eu “assistia” de longe, também eu protestava online, fazendo plaquinha de “Marco
Feliciano não me representa” e exercendo meu papel político. Na chegada ao Brasil no dia 19
de junho, me dou de cara com diversas manifestações, inclusive na minha pequena cidade de
interior do estado de Pernambuco. Eu como bom militante e já há mais de um ano sem participar
1
Possui Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade de Pernambuco – UPE e Pós-Graduação em
Juventude no Mundo Contemporâneo pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – FAJE. Ativista de
movimentos sociais e líder de organizações juvenis. Coordenador da Escola de Educadores de Jovens
online do Instituto de Protagonismo Juvenil – IPJ e Editor Chefe da Revista Geração Z.
2
Link: http://www.juventudeprotagonista.org.br/ipj/index.php/publicacoes/voluntariado-na-africa
2. de nenhum tipo de manifestação como essa (com exceção da que eu participei em Benton
Harbor, estado de Michigan/EUA) juntei meu cansaço e fui ao protesto. Participei do protesto
em Surubim/PE no dia 20 de junho e do de Caruaru/PE em 22 de junho.
Paralelo a isso, de forma online (ainda quando estava nos EUA), assessorava, de forma
voluntária, a Comissão Eleitoral para criação do Conselho Municipal da Juventude de Surubim e
quando cheguei em Surubim, pude acompanhar de perto o processo e participar pessoalmente
do mesmo. Ainda, estávamos organizando a festa de comemoração dos três anos de fundação
do Instituto de Protagonismo Juvenil – IPJ que encerrou suas festividades com a realização do II
Seminário Perspectivas de Juventude que no mesmo dia deu posse ao Conselho Municipal da
Juventude de Surubim.
Participei do I Seminário Estadual sobre Saúde da População LGBT, da Conferência Municipal de
Educação, da Conferência Municipal de Cultura, da Conferência Municipal, Regional e Estadual
de Igualdade Racial, do I Seminário O Estatuto é Nosso, do II Seminário de Formação para
Conselheiros e Gestores de Juventude de PE e recentemente do IV Encontro Nacional de
Conselhos de Juventude. Durante menos de 6 meses que estou de volta ao Brasil, já abracei
diversas causas e participei de diversas discussões que tem contribuído bastante para realizar
todas as atividades que venho desenvolvendo em parceria com diferentes pessoas e
organizações.
Falar das conquistas pessoais e profissionais seria, pelo menos, mais umas duas páginas, porém
o que eu gostaria de destacar é minha recente inscrição em seleção de mestrado. Primeiro na
inscrição do Mestrado em Direitos Humanos na UFPE, que não tive muito êxito nas etapas e já
fui desclassificado logo no início. Depois no Mestrado em Educação, Culturas e Identidades na
UFRPE qual já fui aprovado nas duas primeiras fases de prova de conhecimento e de
apresentação do projeto de pesquisa, restando-me agora apenas a prova de idioma. Enquanto
sobre as conquistas profissionais destaco principalmente o trabalho como pesquisador na Escola
de Conselhos de PE.
Sei que muito poderia ter feito em 2013, mas realizei o mais importante em minha opinião,
prezar para que meu estado de espírito permanecesse evoluindo, desviando da corrupção, da
descrença, do medo e da falta de amor e respeito ao próximo. Sei que em 2014 essas conquistas
e desafios apareceram em dobro, mas sei também que aquilo que me fez continuar seguindo
esse árduo caminho em 2013 será minha esperança para o novo ano que logo chegará.
Ao meu amor, minha flor, meu bb, a minha rosa que foi cativada dedico esse ano que foi de
muitos desafios, conquistas e aprendizado. Que 2014 chegue chegando...