O documento descreve os princípios fundamentais do Partido Comunista Português (PCP), incluindo a orientação política correta, a coesão ideológica e orgânica, e o trabalho coletivo e ligação aos trabalhadores e às massas populares.
1. “A força do Partido assenta essencialmente numa
correcta orientação política, na coesão ideológica,
política e orgânica, na actividade organizada dos seus
membros, na democracia interna e no trabalho colec-
tivo, na sua profunda ligação aos trabalhadores e às
massas populares e no activo apoio que de uns e de
outras recebe.”
Estatutos do PCP
O AlterenseCDU Alter do Chão | Julho a Setembro de 2016 | Setembro de 2016 | N.º 12 | Ano III
CDU
Festa do Avante - 40 Anos
2. Pá g in a 2O A lt eren se S et emb ro de 20 1 6 | N. º 12
Actividade Autárquica
arqueológica” internacional porque assim, seguramente, virão
melhores dias do ponto de vista social, económico e cultural
para o nosso concelho.
É isso que queremos.
Assim, se vai trazendo cultura ao interior do país e, em
particular, ao Alto Alentejo.
Alter do Chão, 4 de Julho de 2016
O Vereador eleito pela CDU
Romão Trindade
DECLARAÇÃO
A CDU de Alter do Chão manifesta o seu agrado e apreço aos
trabalhadores da Câmara Municipal que, com o seu esforço e
dedicação, contribuíram para a realização da 1ª Bienal de
Arqueologia e História de Alter do Chão.
A presença de ilustres especialistas de renome neste encontro
internacional contribuirá, certamente, para levar mais longe o
nome da nossa Vila.
É muito importante que Alter do Chão entre na “rota
I.ª Bienal de Arqueologia e História e III.º Festival Romano
Unidos da América França Portugal e Turquia que
apresentaram comunicações sobre mosaicos romanos, algumas
delas inéditas, o que revela a importância internacional deste
encontro.
Para o Festival Romano, a cargo da Viv’Artes, é de salientar e
louvar a excelente colaboração do Grupo Alterense de Cultura
(GAC) pela teatralização de visitas guiadas à Casa da Medusa,
um dos principais pontos de interesse incluídos no programa
do festival. A Câmara Municipal disponibilizou um autocarro
no sábado e uma carrinha no domingo para transportar os
habitantes do concelho para que pudessem assistir.
Estes eventos foram objecto de candidatura submetida pela
Câmara Municipal de Alter do Chão, enquanto entidade
promotora, ao InaAlentejo - Portugal 2020 e aprovada.
Romão Trindade
Decorreu no fim de semana 1 a 3 de Julho de 2016 a I.ª Bienal
de Arqueologia e História de Alter do Chão e, em simultâneo,
o III.ª Festival Romano.
A Bienal de Arqueologia e História é um projecto do
Município que, com o seu carácter essencialmente científico,
tem por objectivo principal o estudo e a divulgação do
património romano do concelho e a colocação de Alter do
Chão na rota científica da Arqueologia nacional e internacional.
Com o Festival Romano pretendeu-se promover a riqueza
desse património associando-o aos habitantes do concelho e a
uma estratégia turística para a região.
A Bienal de Arqueologia e História de Alter do Chão assentou
no projecto internacional RoGeMoPorTur, projecto luso-turco
de estudo de mosaicos geométricos romanos. Nos 3 dias da
Bienal, participaram oradores da Áustria, Espanha, Estados
3. Pá g in a 3O A lt eren se S et emb ro de 20 1 6 | N. º 12
Reunião (?) com o Agrupamento de Escolas de Alter do Chão
Visita ao Lar de Nossa Senhora do Espinheiro (Seda)
O tempo foi passando, o pedido de reunião foi reiterado pelo
menos mais 2 vezes e a verdade é que chegámos a Julho de
2016 e a reunião nunca teve lugar.
Entretanto, tomou posse no dia 14 de Julho, a nova Directora
do Agrupamento de Escolas e assim haverá para o próximo
ano lectivo um Conselho Geral e uma Direcção em pleno
funcionamento. Embora já tenha havido alguns diferendos
sobre a eventual extinção de uma turma da pré primária e a
criação de uma turma do 1º ano, por pressão de alguns pais,
esperemos que tudo melhore no próximo ano lectivo e que a
reunião possa ter lugar.
Depois da tomada de posse do Conselho Directivo Provisório/
Comissão Administrativa Provisória do Agrupamento de
Escolas de Alter do Chão, talvez no final de Setembro ou
princípio de Outubro de 2015, a CDU de Alter do Chão
solicitou uma reunião com o referido Conselho Directivo.
Pretendíamos discutir com a Escola algumas questões julgadas
pertinentes como são o aproveitamento escolar, a classificação
da escola, o número de auxiliares, as actividades, o abandono
escolar, as refeições e outras, no sentido de tentar ajudar ou
procurar encontrar, dentro do possível, uma resolução para
aquelas questões. Na altura dissemos que depois de a escola
entrar em “velocidade de cruzeiro”, logo que possível,
falaríamos.
dos utentes e das próprias famílias, assuma a seu cargo, a
diferença entre o que os restantes 8 utentes pagam e o seu
custo real. Uma opção que dificulta a sobrevivência desta
instituição que emprega 23 trabalhadores, número que decorre
das próprias exigências de funcionamento impostas pela
Segurança Social, mas que é socialmente justa e permite assim
garantir a estes 8 idosos os cuidados necessários que outra
escolha não garantiria atendendo aos seus parcos recursos.
O problema gerado pelos fracos recursos dos utentes, é muito
comum às instituições deste tipo, localizadas em zonas do
interior, nas quais a grande maioria das pensões e reformas são
muito baixas e coloca a necessidade de repensar a atribuição
dos apoios da Segurança Social atendendo a estes factos.
A reunião terminou com o compromisso da CDU,
nomeadamente pela via de Os Verdes, de dar sequência a estas
preocupações junto das entidades competentes.
Manuela Cunha
No final do passado mês de Agosto, a primeira candidata da
CDU pelo Distrito de Portalegre, nas últimas eleições
legislativas, Manuela Cunha, Dirigente Nacional do Partido
Ecologista Os Verdes visitou o Lar de Seda. Manuela Cunha
foi acompanhada nesta visita pelo Presidente da Junta e por
outros eleitos da CDU da Freguesia de Seda e da Assembleia
Municipal de Alter do Chão.
A visita, para além de ter contribuído para que a dirigente
ecologista ficasse a conhecer as excelentes instalações deste lar
e o empenho da Comissão de Melhoramentos, em bem servir a
população da Freguesia de Seda, permitiu ainda, ouvir as
preocupações da direção da instituição sobre as dificuldades
com que se confronta diariamente na gestão do Lar de Nossa
Senhora do Espinheiro.
Esta instituição presta, atualmente, apoio a 46 idosos, na sua
grande maioria com fracos recursos económicos, e só recebe
comparticipação da Segurança Social para 38, o que leva a que
a instituição, confrontada com as dificuldades da generalidade
Exposição de pintura
Esteve patente ao público de 18 de Junho a
3 de Setembro, no Hotel do Convento, uma
exposição de pintura e escultura de Carlos
Santos Marques e Santos Carvalho. A
organização da exposição esteve a cargo da
METIZARTIS. Esta exposição tinha sido
oferecida à Câmara Municipal de Alter do
Chão, que não a aceitou.
No dia da inauguração assistiu-se a um
concerto pelo pianista Pedro Zagalo
enquanto o artista ia pintando um quadro
alusivo a Alter do Chão, um cavalo.
4. Pá g in a 4O A lt eren se S et emb ro de 20 1 6 | N. º 12
Na tentativa de criar um espaço
para as crianças de Seda,
residentes ou com familiares
residentes na freguesia, a Junta de
Freguesia de Seda tem tentado,
há alguns anos, promover um
ATL que receba crianças e jovens
dos 3 aos 14 anos no período de
pausa letiva de Verão, visando o
apoio às famílias na ocupação
dos tempos livres das suas
crianças.
Durante este projeto
conseguimos proporcionar às
crianças atividades lúdicas e
diversificadas com o objetivo
primordial destas desfrutarem do
ambiente ao ar livre, desde idas à
piscina e ao parque infantil,
passeios, na freguesia e fora
desta, de contacto com a
natureza e também algumas
atividades na área das expressões.
O projeto ATL teve como início
a comemoração da semana da
freguesia onde foi possível dar a
conhecer às nossas crianças e ao
grupo de crianças do Projeto
“Património aqui vou eu” a
história, os recursos existentes e
também algumas das empresas
sediadas na Freguesia de Seda,
desmistificando a perspetiva, que
a generalidade da população do
concelho tem sobre as suas
freguesias.
Para além destas atividades em
parceria com o Projeto
“Património aqui vou eu” e das
atividades já referidas
anteriormente, o ATL de Verão
conseguiu proporcionar às
crianças e jovens atividades de
passeio a espaços com finalidades
pedagógicas, nomeadamente à
Quinta Pedagógica das Avelãs,
em Marvão, ao Fluviário de Mora
e ao Museu a Brincar, em
Arronches. Nestes espaços as
crianças partilharam
conhecimentos e experiências do
seu dia a dia, estimulando-se a
participação, individual ou de
grupo, e valorizando-se os
saberes de cada um, dando-se
origem a novas aprendizagens.
Neste sentido achamos
importante agradecer a todas as instituições ou empresas que nos ajudaram a proporcionar
experiências enriquecedoras, desafiando as nossas crianças a conhecer melhor o trabalho
desenvolvido em cada uma delas. É essencial ainda salientar a forma como fomos recebidos
em todas elas, assim deixamos o nosso “Muito Obrigado!”.
Lúcia Martins/Mário Mendes
ATL de Seda recebe crianças durante as férias de Verão
5. Pá g in a 5 O A lt eren se S et emb ro de 20 1 6 | N. º 12
Decorreram no fim de semana de 5 a 7de
Agosto de 2016 as tradicionais festas de
Verão na freguesia da Seda. Como vai
sendo hábito, a população esteve sempre
presente e, entre a música e uns frangos,
reviu amigos e divertiu-se.
No final, a Comissão Organizadora “ Um
por todos e todos por por Seda” apre-
sentou os seguintes resultados:
Seda: O lucro (4.719,31 €) das festas serão
entregues, como habitualmente, ao Lar de
Nossa Sra. do Espinheiro.
Chança: *Nas despesa várias estão incluídas
compras de produtos alimentares, limpeza e
ornamentação do recinto, entre outras.
O lucro das festas (136,53 €) serão entregues à
Associação e Centro de Apoio à Terceira Ida-
de Santo Estevão.
Alter do Chão: O lucro (11462,58 €) das festas
reverteram a favor da Associação Humanitária
de Bombeiros Voluntários de Alter do Chão.
Decorreram no fim de semana de 19 a 21 de
Agosto as Festas de Verão em Alter do Chão.
As festas de 2016 foram organizadas pela
Associação Humanitária de Bombeiros Volun-
tários de Alter do Chão que apresentou as
seguintes resultados:
As contas das festas de Verão nas freguesias
Seda
RECEITAS (euros)
Descrição Valor
Bar 8.847,80
Peditório da Colcha 907,31
Donativos 1.050,00
Tiro ao alvo 44,00
Total 10.849,11
DESPESAS (euros)
Descrição Valor
Bebidas 2.752,44
Frangos + Serviço 1.945,98
T’shirts 304,50
Carvão 279,00
Material descartável 421,09
Outros Géneros alimentícios 360,79
Troféus do Tiro ao Alvo 66,00
Total 6.129,80
As festas de Verão na freguesia da Chan-
ça ocorreram no fim de semana de 12 a
14 de Agosto.
A Comissão de Festas da Chança 2016
apresentou o resultado seguinte:
Chança
RECEITAS (euros)
Descrição Valor
12 /08/2016 2.252,50
13/08/2016 2.663,72
14/08/2016 2.366,81
Peditório da Colcha 882,40
Quermesse 324,31
Total 8.489,74
DESPESAS (euros)
Descrição Valor
Frangos 1.514,50
Sodrel 2.872,51
Seguros 106,00
Garraiada 520,00
IVA artistas 550,00
Tributo Popular 250,00
Farmácia 50,00
Gráfica Vilela 210,00
Florista 200,00
Papelaria Zig Zag 265,55
Colaboradores 650,00
Pad. Requinte Diário 240,00
Padaria Chança 30,00
Banda (garraiada) 60,00
João Paulo Br. Lda 50,00
Despesas várias 784,65*
Total 8.353,21
Alter do Chão
RECEITAS (euros)
Descrição Valor
César Gaspar 150,00
Tony Pizza VII 150,00
Bar Élite 50,00
Entradas 19 Ago. 1.462,00
Entradas 20 Ago. 4.089,00
Entradas 21 Ago. 1.932,00
Mesas 19 Ago 90,00
Mesas 20 Ago. 203,00
Mesas 21 Ago. 176,00
Quermesse 19 Ago. 180,33
Quermesse 20 Ago. 234,00
Quermesse 21Ago. 194,46
Bar 19 Ago. 1.667,70
Bar 20 Ago. 2.346,76
Bar 21 Ago. 1.625,30
Total 14.550,55
DESPESAS (euros)
Descrição Valor
Matcerâmica- Louças 147,50
Continente-picadora 49,99
Bifanas e afins 171,83
Pratos e taças 14,02
Material diverso 7,50
Bebidas -Pão de Açucar 228,12
Tipografia Triunfo 344,40
Padaria Alterense 58,50
Sodrel 2.066,11
Total 3.087,97
6. Pá g in a 6 O A lt eren se S et emb ro de 20 1 6 | N. º 12
Artigo de Opinião
Desemprego em Alter do Chão
Romão Trindade | CDU Alter do Chão / Diogo Serra | USNA
A média nas mulheres ronda os 134 e nos ho-
mens os 118. As ofertas (O) de emprego ficam-se
pelas 4. Consideram-se desempregados todos
aqueles que não têm uma ocupação regular ou
estão ocupados em acções de formação ou colo-
cados ao abrigo dos contratos de emprego e in-
serção social.
A dinamização da Zona Industrial, a construção
da Barragem do Pisão e o desenvolvimento turís-
tico seriam, seguramente, vectores principais para
o progresso económico, social e cultural deste
concelho.
Fruto das políticas de austeridade promovidas por sucessivos governos, o
desemprego tem sido uma chaga social, económica e cultural que continua a
causar grandes dificuldades às famílias portuguesas. E Alter do Chão também
não foge a esta calamidade. Em 2011, de acordo com o censos então realiza-
do, Alter do Chão tinha 2562 habitantes. Entretanto, 5 anos depois, a popula-
ção diminui e a evolução da taxa de desemprego entre homens (H) e mulhe-
res (M), entre os meses de Janeiro e Julho de 2016, é, de acordo com os dados
do Gabinete de Estudos da USNA construídos a partir dos dados do IEFP e
das informações recolhidas pela USNA, a que se apresenta:
Meses H M T O
Janeiro 117 132 249 3
Fevereiro 117 135 252 3
Março 120 141 261 4
Abril 125 139 264 6
Maio 117 132 249 4
Junho 113 129 242 4
Julho 116 132 248 4
7. Pá g in a 7 O A lt eren se S et emb ro de 20 1 6 | N. º 12
Artigo de Opinião
Porque se lamenta Abelterium ?
João Fonseca | Consultor, Porto
lência, que está a afirmar-se no panorama
cultural internacional, tem um património
arquitetónico renascentista e barroco inte-
ressante.
Tem outra característica completamente
descurada, que é a sua centralidade. Alter do
Chão está no centro de várias cidades com
património cultural e de muito interesse:
Évora a 90 km, Estremoz a 47 km, Badajoz
a 80 km, Marvão a 50 km e Vila Viçosa a 67
km.
Não basta ter as ferramentas, é preciso utili-
zá-las e isso não estará a ser feito.
Urge um plano estratégico para o turismo
concelhio, que, em nossa opinião, deve
articular-se em duas vertentes.
Por um lado, promover as mais-valias turís-
ticas intrínsecas do concelho e articulá-las
com a sua característica de “hub”. É preciso
gizar um plano, sair dos gabinetes e ir ter
com quem tem o poder de atrair públicos. É
preciso criar projetos “âncora” que levem as
pessoas a visitar a vila, é preciso criar factos
relevantes.
Chamamos factos relevantes, por exemplo,
à I.ª Bienal de Arqueologia e História de
Alter do Chão - 1.º Colóquio Internacional.
Já um programa “pimba” de televisão…
Foi confrangedor, no entanto, verificar que
apesar de existir uma entidade supramunici-
pal que coordena a atividade turística de três
concelhos vizinhos, conseguiram promover
três atividades distintas, nos três concelhos,
para as mesmas datas do Festival Romano!
Por outro lado, combater um problema em
Alter do Chão, que se prende com a reduzi-
da oferta de camas.
Não estando a vila na rota das grandes ca-
deias hoteleiras, devem complementar a
oferta com a “prata da casa”.
Sabemos da existência de habitações cama-
rárias e particulares devolutas no núcleo
central da vila. Há que apostar na reabilita-
ção e requalificação urbanas deste patrimó-
nio característico do Alentejo existente no
núcleo central.
Estas habitações poderiam ser postas ao
dispor do mercado de alojamento local,
potenciando ainda o aparecimento de um
empreendedorismo jovem que falta no con-
celho.
São só algumas ideias, mas que tal fazer
algum trabalho de casa?
muito interessante na freguesia de Seda,
com extensões francas de olivais, de vinha e
também com uma empresa importante do
setor leiteiro.
Outro polo, por razões que a razão (des)
conhece está a funcionar mal. Referimo-
nos, concretamente, que à Coudelaria de
Alter.
Resta, finalmente, o setor do turismo.
À mesa do café dizia-nos um alterense:
“Estão a ver, o Palácio do Álamo tem duas
funcionárias, e vão as duas almoçar ao mes-
mo tempo. Será que é difícil fazer com que
tenham horários desfasados de almoço e o
edifício não feche as portas? Completava
outro alterense que no Castelo acontecia o
mesmo.
Já numa outra visita que fizemos à vila qui-
semos visitar a Estação Arqueológica de
Ferragial D’El Rei. Não foi possível porque
preferiram manter aberto o Palácio do Ála-
mo!
Noutra ocasião, as portas da Estação Ar-
queológica estavam escancaradas, sem qual-
quer espécie de proteção, à mercê de quem
a quisesse visitar ou … estragar. O Centro
Interpretativo está encerrado há pelo menos
três anos!
Disto, o poder central não tem culpa!
Estarão as potencialidades de Alter do
Chão, neste setor, bem aproveitadas? Acha-
mos que não.
Tem uma Coudelaria de reconhecido méri-
to, tem uma Estação Arqueológica de exce-
Esta não é a primeira vez que escrevemos
sobre Abelterium (Alter do Chão).
Num artigo anterior, “E assim definhou
Abelterium…”, abordamos algumas aspetos
que teriam levado ao declínio desta vila
lindíssima no norte alentejano que, como
muitas outras localidades, sofre com a sua
interioridade.
Como sempre acontece nestas circunstân-
cias, as culpas são sempre apontadas ao
poder central, que cada vez transfere menos
verbas para o poder local e que também não
constrói as infraestruturas que as popula-
ções consideram vitais. No caso de Alter do
Chão, a Barragem do Pisão.
No entanto, esta é a maneira mais fácil de
ver os problemas, culpar os outros e não
olhar para os próprios defeitos.
Embora não sejamos cidadãos de Alter do
Chão, acompanhamos de perto a sua vivên-
cia há mais de 30 anos, e, com a experiência
que vamos conseguindo na nossa área de
atividade, permitimo-nos alertar para alguns
defeitos estruturais que podem e devem ser
corrigidos.
Normalmente são três os eixos que podem
desenvolver uma localidade: indústria, agri-
cultura ou turismo, com este último a ajudar
o pequeno comércio local.
Decididamente, Alter do Chão não tem
vocação industrial, apesar de existir uma
Zona Industrial que, inevitavelmente, tem
reduzida taxa de ocupação.
Na agricultura tem-se afirmado um polo
8. Email:
cdualter2013@gmail.com
Facebook:
www.facebook.com/
cdu.alter
Pá g in a 8 O A lt eren se S et emb ro de 20 1 6 | N. º 12
Ficha Técnica
Mais uma vez decidi falar um pouco da-
quilo que sei e conheci, isto é, dos Cami-
nhos de Ferro Portugueses.
A desactivação das linhas do Alentejo que
arrancou com opinião dos que não gos-
tam dos Alentejanos suicidou parcialmen-
te a vida no Alentejo e, como é óbvio, as
gentes Alentejanas. É claro que o Povo
Alentejano ainda é aquele que mais vota
na esquerda política, apesar de algumas
contrariedades criadas para o efeito.
Mas vamos falar das linhas do Ramal de
Cáceres e da linha do Leste, entre muitas
outras.
Na década de 90 esteve em Portugal uma
equipa de Canadianos (ditos técnicos)
para estudar o Caminho de Ferro Portu-
guês porque havia necessidade de estudar
todo o sistema de unidade ferroviário que
se impunha com todo o rigor e eficácia e
que não dava capacidade de resposta cre-
dível porque esse não a tinha. Não estou
disposto a falar dos que assim desejaram
trazer cá aquela equipa '' fenomenal'', pois
desde governantes a sindica-
tos alcunhados de amarelos na altura,
todos tiveram interesse que os Caminhos
de Ferro chegassem ao nível que está
actualmente.
A desativação das linhas do Ramal de
Cáceres e do Leste trouxe um peso eleva-
do à economia do país. Senão vejamos: o
Ramal de Cáceres foi alvo de renovação
integral na década 80 onde foi aplicado
material 64, travessas de betão e se fize-
ram alguns aterros novos para facilitar o
aumento do raio de curvatura da linha.
Posso até dizer que ainda hoje há terrenos
particulares que foram rasgados para a
melhoria do troço e que os seus proprie-
tários ainda não foram ressarcidos pelo
terreno. Após a renovação desactivou-se a
dita linha. Quer no Ramal de Cáceres
quer no Leste foram arrancadas as linhas
de desvio nas estações de Cunheira,
Chança etc, etc, e muitas outras. Onde
estão esses materiais 64 e as traves-
sas? Derrubaram-se estações históricas,
fizeram-se pequenos abrigos, automatiza-
ram-se PN’s, subsidiaram-se empresas
para extinguir o contrato de transporte
que existia para com a CP, foram criadas
empresas particulares para derrubar edifí-
cios das estações, levantar o piso das ga-
res, e depois encerraram-se os troços de
linha, porquê e para quê? Quem tem de
assumir tão elevadas despesas para a eco-
nomia do país? Quando se julgam os cul-
pados por tudo isto? Prometo que mais
adiante, um dia destes, voltarei a comen-
tar mais assuntos ligados com a empresa
onde trabalhei muitos anos e que bem
conheci. Até lá fiquem meditando no
assunto.
Artigo de Opinião
Ainda sobre os Caminhos de Ferro Portugueses
João da Silva Rodrigues | CDU Cunheira, Alter do Chão
Edição e Propriedade: CDU - Alter do Chão
ISSN: 2183-4415
Periodicidade: Trimestral
Tiragem: 250 exemplares
Distribuição: Impressa e online (gratuitas)
Director: João Martins
Morada: Rua Senhor Jesus do Outeiro, n.º 17
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