2. Região do Brasil em que vivem.
• Os Ticuna (Tikuna, Tukuna ou Magüta) são um
povo ameríndioque habita, atualmente, a fronteira entre
o Peru e o Brasil e oTrapézio amazônico, na Colômbia
• Formam uma sociedade de mais de 50 000 indivíduos,
divididos entre Brasil (36 mil), Colômbia (oito mil) e Peru
(sete mil),sendo o mais numeroso povo indígena da
Amazônia brasileira.
• De acordo com a história oral relatada pelos próprios
ticunas, eles eram índios que habitavam a terra firme e
as cabeceiras dos igarapés. Viviam em constante guerra
com outras tribos e aldeias ticunas, sempre liderados
por um tó-i (chefe militar).
3.
4. Língua Falada
• Os Ticuna têm sua própria língua, de mesmo nome, classificada
como língua tonal e geneticamente isolada, de fonologia e sintaxe
complexas.
• Há mais de 30 mil falantes no Brasil, Colômbia e Peru. No lado
brasileiro, o Ticuna é falado em mais de cem aldeias e nove
municípios, inclusive em aldeias próximas às cidades ou em que há
falantes de outras línguas.
• Os Ticuna em trânsito nas cidades dos municípios onde se situam
suas aldeias usam a língua Ticuna entre si e com os que ali se
fixaram.
• Os filhos dos que se fixaram nas cidades usam com frequência a
língua Ticuna com seus pais. Em casos raros, a língua cede lugar
ao português. Já os que se deslocaram para Manaus sofrem uma
imposição muito mais forte do português.
5. Religião Mitos e Cerimônias
• Os Ticuna acreditam que foram pescados
por Yo'i (um dos principais heróis
culturais) das águas vermelhas do igarapé
Eware. Por isso, se denominam Magüta,
ou "povo pescado com vara" (de Magü,
"pescar com vara" e o sufixo indicativo de
coletivo -ta). Depois de pescados, o povo
Magüta passou a residir na montanha
Taiwegine, nos arredores da casa de Yo'i,
lugar sagrado para os atuais Ticuna.
6. • Algumas aldeias foram constituídas sob promessas
religiosas. A aldeia peruana de Cushillo Conca surgiu
por influência de um missionário evangélico
estadunidense, e as colombianas Macedonia (por um
visionário indígena) e de Arara (por um padre católico)
também seguiram o mesmo caminho.
• Práticas rituais, cultos religiosos e esportes coletivos
foram condenados pelos líderes messiânicos e
substituídos por hábitos "brancos". No século XXI,
observa-se uma tendência de reintrodução dos
costumes tradicionais por demanda dos Ticuna e dos
brancos em busca da autenticidade étnica daquele povo.
7. Dança dos mascarados
• A máscara é encontrada em diferentes culturas
e acredita-se que foi uma evolução das
primeiras pinturas e tatuagens que os índios
usavam em suas caçadas. Posteriormente, eles
se utilizaram da cabeça do animal como
camuflagem, permitindo-lhes uma maior
aproximação da caça e assim poderiam abatê-la
com sucesso. Em seguida, passaram a fazer
parte de cerimônias religiosas como símbolos
mágicos. Para a maioria dos povos as máscaras
simbolizavam seres da natureza, deidades, o
reino dos mortos e animal ancestral.
8. • As danças eram acompanhadas de cantigas, cujo
conteúdo era o louvor das proezas da guerra e de caça
tanto dos indivíduos como da tribo e os mascarados
imitavam as vozes dos animais que representavam.
Estas máscaras não tem nada ver com culto e estas
festas não parecem ter outra origem, senão de
aproveitar a ocasião para celebrar uma boa colheita ou
caça
• Mulheres e crianças podiam assistir às danças, mas não
poderiam entrar na casa das máscaras, ou vê-las
separadas do mascarado, para inculcar-lhes a crença
que os espíritos das aves estariam presentes na
máscara. Este era o motivo do porque deveria ficar
oculto e desconhecido o mascarado.
9. Atividades Econômicas
• Os Ticuna praticavam o cultivo de espécies
nativas como a macaxeira, o cará, uma espécie
de cana-de-açúcar e outros tubérculos.
Antigamente, com uma alimentação baseada na
carne de caça, a pesca tinha uma importância
mínima e era praticada com uma tecnologia de
cercados e envenenamento dos peixes com o
sumo do timbó. Essa situação, no entanto, se
inverteu a partir da ocupação das várzeas do
Solimões. Hoje, a pesca é uma das atividades
produtivas mais importantes para os Ticuna.
10. • A pescaria é um trabalho dos homens. A pesca
conjunta é muito rara, mesmo entre moradores
da mesma casa.
• Já a caça não é praticada por muitos, apesar de
tradicionalmente estar bastante ligada aos
Ticuna. Utilizavam uma zarabatana que lançava
projéteis envenenados, mas hoje se valem da
espingarda.
• A coleta de frutas é realizada por todos da
família
11. Artesanato
• máscaras cerimoniais, os bastões de dança
esculpidos, a pintura em entrecascas de
árvores, as estatuetas zoomorfas, a cestaria, a
cerâmica, a tecelagem, os colares com
pequenas figuras esculpidas em tucumã, além
da música e das tantas histórias que compõem
seu acervo literário.
• A confecção da cerâmica é tarefa
preferencialmente feminina, mas os homens
também costumam exercê-la.
12. • A tecelagem está intimamente ligada à mulher.
A fabricação de fios é uma das primeiras tarefas
desenvolvidas pelas meninas e na adolescência
a importância dessa atividade ganha uma
expressão ritual. Durante o período de reclusão
a menina moça, worecü, dedica-se a trabalhos
em tucum, especialmente à torção de fios, que
são enrolados em forma de “flor”, de modo
diferente dos novelos circulares vistos
usualmente.
13.
14. Problemas Enfentados
• As políticas sociais dos diferentes Estados, como a
oferta de assistência técnica e auxílio material na
Colômbia e aseguridade social brasileira aos maiores de
60 anos estimulam a mobilidade dos Ticuna, que
conheceram numerososbooms econômicos o corte
de madeiras nobres, a coleta de peles de animais
silvestres, o turismo e, desde os anos 1980, a cocaína.
Inicialmente envolvidos no transporte ou nos laboratórios
clandestinos da terra do alto, na década de 2000 os
Ticuna do Peru passaram a cultivar a folha de coca. Tais
atividades ilegais causaram um clima de enfrentamento
com as autoridades nacionais e a prisão de alguns
indivíduos.
16. Habitação
• Ocas feitas com esteira, barro e taquara,
cobertas com sapé, folhas de coqueiro...
• Hoje de tijolos, mas o mais visto é mesmo
de madeira.
• Com pouco ou quase nenhum
saneamento básico, energia elétrica.