Os povos ribeirinhos vivem nas margens dos rios da Amazônia e dependem da pesca, extrativismo e agricultura de subsistência para sua sobrevivência. Eles constroem suas casas em palafitas e usam barcos para se locomover. Sua cultura é ligada à natureza e inclui roupas e rituais especiais.
1. QUEM SAO OS POVOS RIBEIRINHOS
O nome do povo ribeirinho foi dado às pessoas que se localizam nas margens
dos rios onde habitam. As principais atividades econômicas dos ribeirinhos são:
a pesca artesanal, práticas extrativistas, roças de subsistência e a produção e
comercialização de artesanato.
Os ribeirinhos se localizam em várias partes do Brasil, mas principalmente na
Amazônia, pois são reféns dos movimentos e volumes das águas, então, suas
casas (palafitas) se localizam na maioria das vezes ao redor dos lagos e nas
épocas de chuva eles usam barcos para se locomover em sua região. a farinha
de mandioca e o peixe são comidas muito importantes para os ribeirinhos em
termos de cultura e nutrição na alimentação desse povo da Amazônia.
Os ribeirinhos possuem roupas especiais para ocasiões como festas, caças etc.
eles usam ornamentos, joias raras como anéis e eles fazem isso com recursos
naturais do próprio habitat como palha, minérios e sementes. Os ribeirinhos
também têm como exigência cumprir suas promessas e graças feitas por meio
de rituais feito também em formato de festas religiosas e almoços comunitários,
missas etc. Cada tipo de festa tem algum significado ou razão de existência.
2. A DIFERENÇA ENTRE RIBEIRINHOS E QUILOMBOLAS
Uma de suas diferenças são que suas motivações são diferentes mas uma
coincidência é que tanto os ribeirinhos e quilombolas se inserem nos grupos de
povos originais. ambos possuem um grande vínculo com a natureza. Os
ribeirinhos foram morar ou viver nas florestas por falta de opção ou oportunidade
logo depois do fim do ciclo da borracha enquanto os quilombolas fugiam da
escravidão, além disso enquanto os primeiros são hoje em sua maioria
dependentes de imigrantes do nordeste já o segundo são um grupo étnico racial
formado por descendentes de escravos que são fugitivos ou seja comunidades
negras rurais e que preservam suas culturas e costumes.
Os ribeirinhos passam por situações difíceis como a falta de tratamento do
esgoto, falta de água saudável e doenças como leptospirose, hepatite, dengue
e febre amarela, em razão do esgoto a céu, além do assoreamento dos rios que
dificulta no transporte e o trabalho com a pesca.
Esses povos seguem a religião católica, pela influência do catolicismo
colonizador de matriz ibérica, mas, eles não perderam as características como
as crenças míticas, que fazem parte da cultura e vida desse povo.
3. O SURGIMENTO DOS POVOS RIBEIRINHOS
A história das comunidades ribeirinhas começou no final do século XIX, no local
mais exato, Amazônia, no mesmo momento conhecido como O auge do Ciclo
da Borracha. Nessa época acontecia a Revolução industrial e também o
desenvolvimento tecnológico que foi o resultado desta revolução, fizeram que a
borracha natural, que na época era um produto exclusivo, que ficava somente
na região amazônica, virasse um produto muito valorizado, trazendo lucros para
quem investia nesse comércio.
A esse cenário favoreceu a saída de muitas comunidades como exemplo, os
nordestinos, que saíram da sua terra Natal para arranjar uma moradia na
Amazônia, buscando emprego nas empresas que faziam a extração do látex
das árvores seringueira. Um tempo depois, acontece a crise da borracha, que
marcou a queda do mercado brasileiro, havendo crise de desemprego a todos
aqueles que acreditavam neste contexto e se determinavam a essa área. A falta
de políticas públicas à época, fez que esses trabalhadores do ciclo da borracha
se espalhassem pelos rios da floresta amazônica, e lá fizessem suas moradias,
ficando independentes na natureza, ao mesmo tempo que fez aumentar este
tipo de comunidades às margens dos rios.
4. Uma curiosidade: Com fundamentos da literatura, os primeiros
habitantes dessas regiões não eram índios e sim caboclos (termo Tupi que
constituía os filhos de indígenas com os brancos europeus. Os caboclos,
tratados aqui no Brasil, são os descendentes da mistura entre brancos europeus
(portugueses e espanhóis), negros e índios ao longo dos séculos de colonização
portuguesa), eles buscavam terras e ocupavam a região norte do Brasil,
Amazonia, e estados do nordeste do Brasil, como Rio Grande do Norte, Piauí,
Maranhão, Alagoas, Ceará, etc.
Em 2007, os ribeirinhos foram reconhecidos pelo governo federal, como sendo
povos tradicionais que mantêm um modo de vida totalmente ligado ao meio
ambiente e vivem de recursos naturais. Diante desse processo de
reconhecimento pelo governo, tais povos passaram a ter direito à Educação,
Cultura, Esporte, Lazer e serviços que respeitem sua condição de subsistência.
As crianças, adolescentes e adultos da região têm acesso às escolas
ribeirinhas, que também se localizam nas margens dos rios. Essas instituições
muitas vezes funcionam de maneira improvisada, e seu calendário letivo é
adaptado ao ciclo das águas, já que os alunos dependem do rio para ir e vir.