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Metodologia
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1) QUEM? “perfil” dos manifestantes;
2) POR QUE? As condições gerais do país e os motivos que justificam a contestação;
3) COMO? Relato sobre o ritual de participação no ato.
4) PERCEPÇÕES? Sobre a política, a representação democrática e os partidos políticos.
Perfis dos manifestantes
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Média de 23 anos – Entre 18 e 29 anos,
a maioria estudantes.
Escolaridade
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36,2% de esquerda
30,7% de centro
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Filtro de análise
Participação política prévia?
Por que protestam?
Avaliando experiências subjetivas
 Perguntamos, se as pessoas poderiam mencionar experiências cotidianas suas, nas
quais costumam se sentir injustiçados, desrespeitados ou que causem indignação.
 Como veremos os alvos são múltiplos, e em boa parte francamente compartilhados,
independentemente de classe social.
 mobilidade urbana;
 a agenda pós-materialista;
 o acesso à serviços públicos*, saúde e educação,
 comportamentos “predatórios” da própria sociedade
 A menção a “corrupção dos costumes” aparece de forma recorrente:
 “Não corrupção, mas uma desonestidade generalizada. Da sociedade como
um todo. O Brasil é muito hipócrita, muito fácil e clichê falar de político. O
político representa a gente, mas muitos se tivessem oportunidade fariam
igual ou pior”
Por que protestam?
As condições atuais do país
 Como avaliam as atuais condições do país? Com a ebulição de demandas seria
de se esperar que carregassem na avaliação com cores extremamente negativas!
 Em geral, fazem alguma avaliação positiva da situação do país, para em seguida
ponderar com algum outro adendo de insatisfação como referência à um
processo inconcluso.
“O país cresce, mas não se desenvolve”;
“O desenvolvimento econômico gera uma ilusão de que tudo está bem”;
“Tem muito a melhorar ainda” ou “Avançando devagar, mas avançando pouco”.
Um estudante relata que vê a sua volta ascensão em vários aspectos, mas
pondera que “não sabe se viverá para ver tantas mudanças assim.”
 Situação melhorou -> expectativas crescentes
-> sobre a qualidade e velocidade das mudanças
Por que protestam?
O que motivou você a participar do protesto?
 SEM PARTICIPAÇÃO PRÉVIA
Percebiam um engajamento acima do normal de pessoas convidando e “incentivando”
como se as redes estivessem funcionando como um termômetro de um grande
acontecimento por vir.
O “aquecimento da rede” foi a primeira justificativa da ida a rua, sendo complementado
por adendos racionais, p. ex. contra a PEC 32.
 As redes sociais em fervorosa, meus amigos insistindo, dizendo que não ia ser perigoso”
 “Curiosidade, o pessoal me convenceu”
 “Coisa nova, que todo mundo foi incentivado”
 COM PARTICIPAÇÃO PRÉVIA. O tipo ideal aqui proposto é, obviamente, imperfeito.
 “Qual o intuito dessas pessoas? E qual o nosso... Porque essa coisa do Facebook foi
muito forte.”
 Identificam a presença “tardia” de um tipo de público diferente nos atos.
Cerveja, micareta, coreografias, marchinhas e cartazes irônicos, mas sem
conteúdo.
O ritual da participação
Manifestantes sem participação política prévia
O ritual da participação
1. Preparação prévia que envolvia símbolos nacionais,
Bandeira ou camiseta do Brasil, pintar o rosto de verde e amarelo;
2. Relatos mais performáticos da participação no “evento”.
Respondente fez e postou cartazes nas redes sociais avisando que estava saindo.
“Fui num clima meio de festinha, batia fotos, nada muito dedicado”
“Estava desanimado”.
3. Cartazes e canções com temas mais genéricos. [Qual o alvo?]
“Ou para a roubalheira ou paramos o Brasil"
“O gigante acordou” - “Copa das manifestações” - “Basta de corrupção”
“Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor” e “moro num país tropical abençoado por Deus (...).”
4. Interpretações “orgânicas” do evento – negação do pluralismo político!
“As pessoas dividiam as mesmas opiniões”
“Tinha gente mais velha e criança e (...) todo mundo acredita na mesma coisa”
“Feliz de estar todo mundo ali junto, em prol de um objetivo”
“Sem partido!?”
https://www.google.com.br/imghp?hl=pt-BR&tab=wi&ei=dB-PU5T3K9SXqAaol4KQAw&ved=0CAQQqi4oAg
“Sem partido!”
SEM PARTICIPAÇÃO PRÉVIA -> Há uma posição ponderada (1), que considera
desnecessária a participação dos partidos “naquele momento” e apresenta uma concepção
cética sobre sua atuação.
 “O objetivo é atingir quem está no poder, mas aqueles que estão na oposição iriam fazer
igualzinho”.
 “A rejeição é natural, porque partidos tem trajetória manchada ao longo dos anos. O
PSDB tem a privataria tucana, o PT tem o mensalão. Mas fazem parte da democracia.”
(2) A posição mais negativa, reforça a importância da ideia de “união do povo” e de um ato
apartidário.
 “O que o cara de esquerda quer mudar é exatamente o mesmo que o cara de direita, só
que os ideais são outros (...). O que adianta juntar, se no final você vai dividir ... Você tem
que ir pelo Brasil, não pelo partido.”
COM PARTICIPAÇÃO PRÉVIA -> Os movimentos sociais e os partidos de esquerda
sempre estiveram presentes nas ruas, “há muito mais tempo”, em contraposição a “quem
chegou agora”, fato que desautoriza a crítica de oportunismo político.
Política e representação
Manifestantes sem participação política prévia
 Baixo nível de investimento cognitivo em política. “Sou analfabeto político!”
(1) Identificação de discurso anti-petista -> Bolsa família.
(2) outros ainda não completaram seu processo de formação de preferências
e mencionam referências fragmentadas e genéricas para tratar de temas
políticos.
 “Interessante estado regulador, privado exerça a maioria e o estado fiscalize - ideia
FHC, mas não me representa. Lula ideias interessantes, mesmo senso crítico que
nós, mas se venderam.”
(1) e (2) Interpretam a política como um espaço de contaminação, que
alimenta a desconfiança, ceticismo e a reiterada deserção.
 Respondente que queria impedir que o pai “entrasse na política”.
 “Se os manifestantes estivessem lá, provavelmente fariam o mesmo”.
Política e representação
Com participação política prévia
 Metade nesse grupo assume baixo grau de investimento cognitivo em política.
(1) A visão de falência do sistema representativo é minoritária.
 “Sistema representativo parlamentar não nos serve mais (...) A população não se
sente representada.”
(2) Parte dos que veem desgaste do PT não resignificam a oposição como
alternativa.
 Respondente faz uma análise equilibrada entre os governos FHC e Lula, acha que a
governabilidade do PT está gasta. Conclui “Dilma é um tiro no pé, oposição é tiro na
cabeça!”
 “Lula merece respeito, fez coisas negativas para conseguir coisas boas”
(3) Em proporção menor, alguns mencionam formas de participação direta.
 “o diretório acadêmico daqui não é uma chapa ele é aberto, todo mundo contribui de alguma
forma, ele é horizontal, a gente faz grupos temáticos para organizar coisas (...).”
Política e representação
Com e sem participação política prévia
 Vários respondentes vocalizam esperança na delegação política, com reforço na
importância do voto – aposta cética na representação!
 Há expectativa de que a delegação política funcione por conta própria - que “os
políticos façam!”
o “Ser humano é corruptível (...) Política para mim é muito uma questão de crença,
você acreditar em uma pessoa, você depositar suas esperanças de que ela vai te
representar".
o “eleição é coisa séria (...) a corrupção existe mas não por causa do governo,
independe, vai ser em qualquer governo. Acho que está no sangue.”
o “A votação é mais importante para mudar do que as manifestações. Que consigamos
eleger bons políticos, que façam melhorias e que pelo menos tentem lutar pelos
nossos direitos. Acho que falar que não sejam corruptos é complicado... política são
formas de o governo tentar melhorias para a gente.”
Considerações finais
 Infrutífero buscar ou atribuir “o sentido” das manifestações de junho.
 Avaliação “positiva” da situação do país! Representação gera efeitos positivos?
 Crítica ao sistema representativo?
(1) Política institucional como “espaço de contaminação”;
(2) Ao mesmo tempo, a corrupção “está no sangue”, na sociedade -> #Não me representam?
(1) + (2) APOSTA CÉTICA NA REPRESENTAÇÃO - que funcione sem participação, sem custos de
informação e de monitoramento.
 Novos horizontes? A formação de um público mais reflexivo?
o “Era perceptível nas redes uma politização tremenda, tudo era política, inclusive
aqueles que nunca tinham falado sobre”
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FGV / IBRE – Seminário "Eleições 2014: Panoramas Político e Eleitoral" - #NãoMeRepresentam! Os protestos de junho

  • 1. Eleições 2014 Márcio Grijó Vilarouca | 2014 ELEIÇÕES2014Panoramas Político e Eleitoral #NãoMeRepresentam! Os protestos de junho e a crítica à representação política?
  • 2. 25 de julho de 2014 #NãoMeRepresentam! Os protestos de junho e a crítica à representação política? MÁRCIO GRIJÓ VILAROUCA (CPDOC/FGV-OPINIÃO)
  • 3. Metodologia  Pesquisa de opinião Com 316 questionários, na Presidente Vargas, dia 20 de junho  ENTREVISTAS EM PROFUNDIDADE Duração de 1 hora com 28 manifestantes.  Roteiro 1) QUEM? “perfil” dos manifestantes; 2) POR QUE? As condições gerais do país e os motivos que justificam a contestação; 3) COMO? Relato sobre o ritual de participação no ato. 4) PERCEPÇÕES? Sobre a política, a representação democrática e os partidos políticos.
  • 4. Perfis dos manifestantes Idade Média de 23 anos – Entre 18 e 29 anos, a maioria estudantes. Escolaridade Nível superior Público(s) heterogêneo(s) Auto percepção de classe e ideologia! 36,2% de esquerda 30,7% de centro 20,7% de direita Filtro de análise Participação política prévia?
  • 5. Por que protestam? Avaliando experiências subjetivas  Perguntamos, se as pessoas poderiam mencionar experiências cotidianas suas, nas quais costumam se sentir injustiçados, desrespeitados ou que causem indignação.  Como veremos os alvos são múltiplos, e em boa parte francamente compartilhados, independentemente de classe social.  mobilidade urbana;  a agenda pós-materialista;  o acesso à serviços públicos*, saúde e educação,  comportamentos “predatórios” da própria sociedade  A menção a “corrupção dos costumes” aparece de forma recorrente:  “Não corrupção, mas uma desonestidade generalizada. Da sociedade como um todo. O Brasil é muito hipócrita, muito fácil e clichê falar de político. O político representa a gente, mas muitos se tivessem oportunidade fariam igual ou pior”
  • 6. Por que protestam? As condições atuais do país  Como avaliam as atuais condições do país? Com a ebulição de demandas seria de se esperar que carregassem na avaliação com cores extremamente negativas!  Em geral, fazem alguma avaliação positiva da situação do país, para em seguida ponderar com algum outro adendo de insatisfação como referência à um processo inconcluso. “O país cresce, mas não se desenvolve”; “O desenvolvimento econômico gera uma ilusão de que tudo está bem”; “Tem muito a melhorar ainda” ou “Avançando devagar, mas avançando pouco”. Um estudante relata que vê a sua volta ascensão em vários aspectos, mas pondera que “não sabe se viverá para ver tantas mudanças assim.”  Situação melhorou -> expectativas crescentes -> sobre a qualidade e velocidade das mudanças
  • 7. Por que protestam? O que motivou você a participar do protesto?  SEM PARTICIPAÇÃO PRÉVIA Percebiam um engajamento acima do normal de pessoas convidando e “incentivando” como se as redes estivessem funcionando como um termômetro de um grande acontecimento por vir. O “aquecimento da rede” foi a primeira justificativa da ida a rua, sendo complementado por adendos racionais, p. ex. contra a PEC 32.  As redes sociais em fervorosa, meus amigos insistindo, dizendo que não ia ser perigoso”  “Curiosidade, o pessoal me convenceu”  “Coisa nova, que todo mundo foi incentivado”  COM PARTICIPAÇÃO PRÉVIA. O tipo ideal aqui proposto é, obviamente, imperfeito.  “Qual o intuito dessas pessoas? E qual o nosso... Porque essa coisa do Facebook foi muito forte.”  Identificam a presença “tardia” de um tipo de público diferente nos atos. Cerveja, micareta, coreografias, marchinhas e cartazes irônicos, mas sem conteúdo.
  • 8. O ritual da participação Manifestantes sem participação política prévia
  • 9. O ritual da participação 1. Preparação prévia que envolvia símbolos nacionais, Bandeira ou camiseta do Brasil, pintar o rosto de verde e amarelo; 2. Relatos mais performáticos da participação no “evento”. Respondente fez e postou cartazes nas redes sociais avisando que estava saindo. “Fui num clima meio de festinha, batia fotos, nada muito dedicado” “Estava desanimado”. 3. Cartazes e canções com temas mais genéricos. [Qual o alvo?] “Ou para a roubalheira ou paramos o Brasil" “O gigante acordou” - “Copa das manifestações” - “Basta de corrupção” “Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor” e “moro num país tropical abençoado por Deus (...).” 4. Interpretações “orgânicas” do evento – negação do pluralismo político! “As pessoas dividiam as mesmas opiniões” “Tinha gente mais velha e criança e (...) todo mundo acredita na mesma coisa” “Feliz de estar todo mundo ali junto, em prol de um objetivo”
  • 11. “Sem partido!” SEM PARTICIPAÇÃO PRÉVIA -> Há uma posição ponderada (1), que considera desnecessária a participação dos partidos “naquele momento” e apresenta uma concepção cética sobre sua atuação.  “O objetivo é atingir quem está no poder, mas aqueles que estão na oposição iriam fazer igualzinho”.  “A rejeição é natural, porque partidos tem trajetória manchada ao longo dos anos. O PSDB tem a privataria tucana, o PT tem o mensalão. Mas fazem parte da democracia.” (2) A posição mais negativa, reforça a importância da ideia de “união do povo” e de um ato apartidário.  “O que o cara de esquerda quer mudar é exatamente o mesmo que o cara de direita, só que os ideais são outros (...). O que adianta juntar, se no final você vai dividir ... Você tem que ir pelo Brasil, não pelo partido.” COM PARTICIPAÇÃO PRÉVIA -> Os movimentos sociais e os partidos de esquerda sempre estiveram presentes nas ruas, “há muito mais tempo”, em contraposição a “quem chegou agora”, fato que desautoriza a crítica de oportunismo político.
  • 12. Política e representação Manifestantes sem participação política prévia  Baixo nível de investimento cognitivo em política. “Sou analfabeto político!” (1) Identificação de discurso anti-petista -> Bolsa família. (2) outros ainda não completaram seu processo de formação de preferências e mencionam referências fragmentadas e genéricas para tratar de temas políticos.  “Interessante estado regulador, privado exerça a maioria e o estado fiscalize - ideia FHC, mas não me representa. Lula ideias interessantes, mesmo senso crítico que nós, mas se venderam.” (1) e (2) Interpretam a política como um espaço de contaminação, que alimenta a desconfiança, ceticismo e a reiterada deserção.  Respondente que queria impedir que o pai “entrasse na política”.  “Se os manifestantes estivessem lá, provavelmente fariam o mesmo”.
  • 13. Política e representação Com participação política prévia  Metade nesse grupo assume baixo grau de investimento cognitivo em política. (1) A visão de falência do sistema representativo é minoritária.  “Sistema representativo parlamentar não nos serve mais (...) A população não se sente representada.” (2) Parte dos que veem desgaste do PT não resignificam a oposição como alternativa.  Respondente faz uma análise equilibrada entre os governos FHC e Lula, acha que a governabilidade do PT está gasta. Conclui “Dilma é um tiro no pé, oposição é tiro na cabeça!”  “Lula merece respeito, fez coisas negativas para conseguir coisas boas” (3) Em proporção menor, alguns mencionam formas de participação direta.  “o diretório acadêmico daqui não é uma chapa ele é aberto, todo mundo contribui de alguma forma, ele é horizontal, a gente faz grupos temáticos para organizar coisas (...).”
  • 14. Política e representação Com e sem participação política prévia  Vários respondentes vocalizam esperança na delegação política, com reforço na importância do voto – aposta cética na representação!  Há expectativa de que a delegação política funcione por conta própria - que “os políticos façam!” o “Ser humano é corruptível (...) Política para mim é muito uma questão de crença, você acreditar em uma pessoa, você depositar suas esperanças de que ela vai te representar". o “eleição é coisa séria (...) a corrupção existe mas não por causa do governo, independe, vai ser em qualquer governo. Acho que está no sangue.” o “A votação é mais importante para mudar do que as manifestações. Que consigamos eleger bons políticos, que façam melhorias e que pelo menos tentem lutar pelos nossos direitos. Acho que falar que não sejam corruptos é complicado... política são formas de o governo tentar melhorias para a gente.”
  • 15. Considerações finais  Infrutífero buscar ou atribuir “o sentido” das manifestações de junho.  Avaliação “positiva” da situação do país! Representação gera efeitos positivos?  Crítica ao sistema representativo? (1) Política institucional como “espaço de contaminação”; (2) Ao mesmo tempo, a corrupção “está no sangue”, na sociedade -> #Não me representam? (1) + (2) APOSTA CÉTICA NA REPRESENTAÇÃO - que funcione sem participação, sem custos de informação e de monitoramento.  Novos horizontes? A formação de um público mais reflexivo? o “Era perceptível nas redes uma politização tremenda, tudo era política, inclusive aqueles que nunca tinham falado sobre” o “Despertei meu interesse em saber o que um deputado faz, como funciona a separação de poderes”