Monitoramento da qualidade da água do Rio Paraopeba 180 dias após o rompimento da barragem em Brumadinho
1. MONITORAMENTO ESPECIAL
NO RIO PARAOPEBA - IGAM
Desastre na barragem B1 no complexo
da Mina Córrego Feijão da Mineradorada Mina Córrego Feijão da Mineradora
Vale/SA no município de Brumadinho –
Minas Gerais
30 de agosto de 2019
Vanessa Kelly Saraiva
2. Abrangência do impacto e atuação do IGAM
Coletas e análises emergenciais da qualidade da água no Rio Paraopeba tiveram início
um dia após o rompimento da barragem (dia 26/01)
Planejamento realizado em parceria com a Companhia de Saneamento de Minas
Gerais (Copasa), conjuntamente com COPASA, o Serviço Geológico do Brasil (CPMR) e
a Agência Nacional de Águas (ANA) para definição do roteiro, estruturação dos
laboratórios e deslocamento das equipes de campo.
O Igam já executava o monitoramento rotineiro no rio Paraopeba em oito estações,
no âmbito do Programa Águas de Minas, o qual foi ampliado devido ao desastre,
totalizando, no primeiro momento, 16 pontos e, atualmente, 14 pontos de
monitoramento distribuídos no trecho da bacia hidrográfica que vai do município de
Brumadinho até o reservatório de Três Marias (3 estações neste último).
A frequência de monitoramento foi diária nos primeiros dias (até 15/03) e
atualmente é mensal.
Para divulgação dos resultados são publicados boletins da qualidade da água
disponíveis no site do Igam. Até o momento já foram publicados 52 boletins.
3. Abrangência do impacto e atuação do IGAM
Suspensão do uso da água no rio Paraopeba no trecho entre Brumadinho e Pompeu
* O uso da água nos trechos que estão antes do município de Brumadinho e depois da UHE Retiro Baixo,
estão liberados para os mais diversos fins e não existe nenhuma restrição pelos órgãos públicos
1ª suspensão dos usos no rio Paraopeba: 31/01/2019 - suspensão da confluência do Rio Paraopeba com o Córrego Ferro-
Carvão até Pará de Minas
2º suspensão dos usos no rio Paraopeba: 22/02/2019 - ampliou a abrangência da recomendação de que a água bruta do Rio
Paraopeba não seja usada pela população até o município de Pompéu.
5. Tipo de
amostra /
Estações
Data a partir da qual houve alteração da frequência de coleta
26/01 13/03 18/03 03/06 01/07
Todas da
calha
(BPE2,
BP036,
BP068,
BP070,
BPE2,
BP082, Demais
BPE5,
BPE2,
BP072,
BP036,
BP068,
BP070,
BPE3, BPE9 e
BPE2,
BP036,
BP068,
BP070,
BP072,
BP082,
Quadro resumo com alterações da frequência das coletas de amostras de água e
sedimentos do monitoramento especial do rio Paraopeba
Estações
BP070,
BP072,
BP082,
BPE4,
BPE3,
BP078,
BP083,
BP099)
BP082,
BP099
BPE5*
Demais
estações
BPE5,
BPE9** e
BP099
BP072,
BP082 e
BP078
BPE3,
BP083,
BPE6,
BPE7 e
BPE8
BPE9 e
BPE099
BP082,
BPE3,
BP078,
BP083,
BPE6,
BPE7 e
BPE8
Todos os
14
pontos
Frequência
Água
Diária Diária Mensal Diária Semanal Mensal Semanal Mensal Mensal
Frequência
Sedimentos
Semanal Semanal Mensal Semanal Mensal
*Estação desativada por dificuldade de acesso. Implantada em 8/03. Última medição realizada em 21/04/19.
** Início do monitoramento em 27/03/2019.
7. Plano de Monitoramento Especial
RESULTADOS – 180 DIAS APÓS O DESASTRE (ATÉ 31/07)RESULTADOS – 180 DIAS APÓS O DESASTRE (ATÉ 31/07)
8. Turbidez (limite DN n° 01 de 2008 para Classe 2 – 100 NTU)
BP036MeloFranco
BarragemB1
BPE2Brumadinho
BP068MárioCampos
BP070S.J.deBicas
BP072Betim
BP082S.J.daVarginha
BP083Paraopeba
BP078Curvelo
BPE5RetiroBaixo
BPE9Rib.Gomes
BP099Jus.RetiroBaixo
RioSãoFrancisco
BPE6RemansoFelixlândia
BPE7RemansoAbaeté
BPE8CorpodoReservatório
1000
10000
100000
• Últimos resultados – julho/19:
• Maior valor registrado
61,7 NTU (BP082 – S.J. da
Varginha)
Os valores estiveram entre 2 e
61,7 NTU.
Nos primeiros dias após o rompimento (entre os dias 25/01 e 03/02), os maiores valores de turbidez
foram registrados no trecho mais próximo ao desastre (entre as estações BPE2 e BP070).
O maior valor registrado, nesse período, foi de 34.500 NTU, na estação BP068, no dia 26 de janeiro.
1
10
100
-20 30 80 130 180 230 280 330 380 430
NTU
RioParaopeba(km)
Turbidez
Amplitude SH Limite
Janeiro Fevereiro
Março Abril
Maio Junho
Julho AgostoInstituto Mineiro deGestão dasÁguas -29/8/2019
61,7 NTU.
9. 8
10
12
14
16
18
20
Manganês Total (limite DN n° 01 de 2008 para Classe 2: 0,1 mg/L)
Primeiros dias após o desastre (entre os dias 26/01 e 03/02, os maiores valores foram registrados no
trecho localizado mais próximo ao desastre.
Atigindo o valor de 46,27 mg/L na estação BP068 no dia 26/01.
• Últimos resultados – julho/19:
• Violações BPE2, BP068,
BP070, BP072 (60km)
Os valores estiveram entre 0,12
e 0,17 mg/L.
• Violações BP082 S.J
0
2
4
6
8
-20 30 80 130 180 230 280 330 380 430
mg/L
RioParaopeba(km)
Manganês total
Amplitude SH Limite
Janeiro Fevereiro
Março Abril
Maio Junho
JulhoInstituto Mineiro deGestão das Águas -29/8/2019
• Violações BP082 S.J
da Varginha 0,17mg/L
(120km)
13. Plano de Monitoramento Emergencial
Ribeirão dos Gomes – BPE9 – Implantado em 27/03/19 para verificar a
influência no BP099 (primeiro ponto após a UHE Retiro Baixo)
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
Turbidez (NTU)
BPE9 BP099 Limite DN 01/08
BPE9
BP099
BPE9 BP099 Limite DN 01/08
0
0,5
1
1,5
2
2,5
Ferro Dissolvido(mg/L)
BPE9 BP099 Limite DN 01/08
14. 0,03
0,04
0,05
0,06
0,07
0,08
Chumbo Total (limite DN n° 01 de 2008 para Classe 2: 0,1 mg/L)
• Últimos resultados:
Maiores valores foram registrados no trecho localizado mais próximo ao desastre, nos
primeiros dias após o desastre (entre os dias 26/01 e 01/02).
O maior valor foi registrado na estação BP068, cujo resultado foi igual a 0,15 mg/L, no dia 26
de janeiro.
0
0,01
0,02
0,03
-20 30 80 130 180 230 280 330 380 430
mg/L
RioParaopeba(km)
Chumbo total
Amplitude SH Limite
Janeiro Fevereiro
Março Abril
Maio Junho
JulhoInstituto Mineiro deGestão das Águas -29/8/2019
TODOS os registros inferiores ao LQ
(<0,005 mg/L) desde maio/19
15. 0,5
1
1,5
2
2,5
µg/L
• Últimos resultados:
TODOS os registros inferiores ao LQ
(<0,2 mg/L) desde 02/03/19
Mercúrio Total (limite DN n° 01 de 2008 para Classe 2: 0,2 μg/L)
0
-20 30 80 130 180 230 280 330 380 430
µg/L
RioParaopeba(km)
Mercúrio total
Amplitude SH Limite
Janeiro Fevereiro
Março Abril
Maio Junho
JulhoInstituto Mineiro deGestão das Águas -29/8/2019
Mercúrio Maiores registros no trecho localizado mais próximo ao desastre nos primeiros
dias após o desastre (entre os dias 26/01 e 01/02).
O maior valor foi registrado na estação BP068, cujo resultado foi igual a 4,23 μg/L, no dia 26
de janeiro.
16. RESULTADOS – Estações dentro da Represa de Três Marias
• Estações de monitoramento: BPE6, BPE7 e BPE8
• Início do monitoramento: 02/03
• Frequência de coletas: mensal 02, 07 e 14 de março; 11 de abril e 09 de maio; 6 e 7 de junho; 30 e 31 de
julho
• Objetivo: acompanhar, preventivamente, a situação da qualidade da água dentro do reservatório após o
rompimento da barragem 1, da Vale, na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho
• Conforme informativos elaborados pelo Igam (com colaboração da ANA, COPASA e CPRM), até a presente
data não se observam alterações na qualidade das águas na estação de amostragem localizada a jusante dadata não se observam alterações na qualidade das águas na estação de amostragem localizada a jusante da
Usina Hidrelétrica (UTR) Retiro Baixo (BP099) que indiquem a chegada da pluma de rejeitos neste trecho.
• Parâmetros avaliados: turbidez, cor verdadeira, sólidos totais, sólidos dissolvidos e em suspensão totais,
condutividade elétrica, demanda bioquímica de oxigênio, oxigênio dissolvido, pH in loco, densidade de
cianobactérias, microcistina, saxitoxina, nitrato, nitrito, nitrogênio amoniacal, orgânico e total, óleos e graxas,
assim como a disponibilidade total de arsênio, bário, boro, cádmio, chumbo, cromo, fenóis, ferro, manganês,
mercúrio, níquel, vanádio, zinco e a parcela dissolvida de alumínio, cobre, ferro e potássio.
• No que se refere à violação dos limites para rios de classe 2 foram registradas violações somente dos
parâmetros alumínio dissolvido e densidade de cianobactérias (não relacionado ao desastre).
17. RESULTADOS – Estações dentro da Represa de Três Marias
• Alumínio dissolvido violação do limite de classe foi registrada somente no dia 02/03 no ponto
BPE8, apresentando concentração de 0,13 mg/L Al, parâmetro no qual o limite é 0,1 mg/L
• Densidade de cianobactérias violação observada somente no dia 02 e 14/03 na estação BPE8,
localizada no corpo da represa (50.437,19 cél/mL no dia 02/03; e 52.086,32 cél/mL no dia 14/03).
• Recreação de contato primário valor máximo 10.000 cel/mL . Últimos resultados (30 e 31/07):
24,492 cel/mL (na estação BPE6), 8,180 cel/mL (na estação BPE7) e 5.633 cel/mL (na estação24,492 cel/mL (na estação BPE6), 8,180 cel/mL (na estação BPE7) e 5.633 cel/mL (na estação
BPE8).
• Importante: presença de cianobactérias na represa de Três Marias não tem relação com o
impacto causado pelo rompimento da Barragem 1, uma vez que são favorecidas, principalmente,
pelo aporte de nutrientes como fósforo e nitrogênio.
18. RESULTADOS – Estações dentro da Represa de Três Marias
• Resultados de turbidez: os dados variaram entre 1,74 NTU na BPE8 e
12,4 NTU na BPE6, valores consideravelmente abaixo do limite
estabelecido (100 NTU) e indicativo de baixas quantidades de sólidos
em suspensão na água.
Nos dias 30 e 31 de julho, os valores de turbidez registrados nas
estações BPE6, BPE7 e BP8 foram iguais a 3,54 NTU; 1,75 NTU e
1,87 NTU, respectivamente.
19. Geral Maiores valores ocorreram nos primeiros dias após o desastre, quando
foram sentidos os efeitos imediatos da frente de rejeitos, e após as chuvas que
ocorreram nos primeiros 30 dias após o rompimento.
Alumínio dissolvido Na primeira semana os maiores valores foram
registrados no trecho localizado entre Paraopeba e Felixlândia, onde a frente
de rejeitos ainda não havia chegado.
CONSIDERAÇÕES ATÉ O MOMENTO
ÚLTIMOS RESULTADOS Violações de Mn e Al
Manganês total:
• BPE2, BP068, BP070, BP072 (60km) Valores entre 0,12 e 0,17 mg/L.
• BP082 S.J da Varginha 0,17mg/L (120km)
Alumínio dissolvido:
• BP082, BP078 e BPE9 (S.J. da Varginha, Curvelo e Rib. Gomes) 0,14 / 0,13 / 0,18 mg/L
Podendo ocorrer grandes oscilações ao longo do tempo, devido as chuvas que
contribuem com a remobilização do material depositado no leito do rio ou novos
aportes de rejeitos no rio Paraopeba em trechos a montante.
20. Metais chumbo e mercúrio Violações foram observadas até Curvelo (BP078),
indicando, em conjunto com os valores de turbidez, que a frente de rejeitos
chegou neste trecho.
Pb desde 26/03maio/19 não são registrados violações das normas legais;
Hg desde 02/03 inferiores ao limite de quantificação do método
Todos os estudos realizados pelo Igam em parceria com diversas outras
CONSIDERAÇÕES ATÉ O MOMENTO
Todos os estudos realizados pelo Igam em parceria com diversas outras
instituições (PF, CPRM e ANA) indicam que a frente de Rejeitos está atualmente
no reservatório de Retiro Baixo (310 km).
Alterações verificadas no BP099 possivelmente advêm do Ribeirão dos
Gomes (BPE9) e não do avanço da frente de rejeitos.
21. Plano de Monitoramento Emergencial – Divulgação
Site do Igam: http://www.igam.mg.gov.br/
22. http://www.meioambiente.mg.gov.br/images/stories/2019/DE
SASTRE_BARRAGEM_B1/Boletim_informativo_do_cidad%C3%
Destaque para os resultados da primeira
semana e dos últimos resultados
Média semanal dos valores + máximos e
mínimos de toda a série do monitoramento
emergencial, por trecho
Municípios Trecho
Brumadinho, Mário Campos, São
Joaquim de Bicas, Betim
1
Betim, Esmeraldas, São José da
Varginha
2
Papagaios, Paraopeba, Curvelo,
Pompéu
3
Felixlândia, Pompéu 4
Represa de Três Marias: Felixlândia,
Abaeté e Três Marias
5
SASTRE_BARRAGEM_B1/Boletim_informativo_do_cidad%C3%
A3o/Boletim_Igam_Final_B___Boletim_Informativo_ao_Cidad
%C3%A3o.pdf
23. Plano de Monitoramento Emergencial – DIVULGAÇÃO
Site da SEMAD:
http://www.semad.mg.gov.br/
24. OBRIGADA!
Marília Carvalho de Melo
Diretora Geral do IGAM
Ana Carolina Miranda Lopes de Almeida
Diretora de Operação e Eventos Críticos
Katiane Cristina de Brito Almeida
Gerente de Monitoramento de Qualidade das Águas
Equipe técnica GEMOQ:
Carolina Cristiane Pinto; Eng. Química, MSc.Carolina Cristiane Pinto; Eng. Química, MSc.
Mariana Elissa Vieira de Souza; Geografa, MSc.
Matheus Duarte Santos; Geografo
Regina Márcia Pimenta Assunção; Bióloga
Sérgio Pimenta Costa; Biólogo
Vanessa Kelly Saraiva; Química, MSc.
Roberta Silva Ocampos; Graduanda em Eng. Amb.
Contatos:Contatos:
(31) 3915(31) 3915--11471147
vanessa.saraiva@meioambiente.mg.gov.brvanessa.saraiva@meioambiente.mg.gov.br