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Meditação diária de Falar com Deus
Francisco Fernández Carvajal
TEMPO COMUM. VIGÉSIMO TERCEIRO DOMINGO. CICLO A
91. REZAR EM FAMÍLIA
– A oração em família é muito grata a Deus.
– Algumas manifestações de piedade no lar.
– Uma família que reza unida, permanece unida: o Terço.
I. JESUS MANIFESTA com frequência que a salvação e a união com Deus é, em
última instância, um assunto pessoal: ninguém pode substituir-nos no trato com Deus.
Mas Ele também quis que nos apoiássemos uns aos outros e nos entreajudássemos
nesse caminhar para a meta definitiva. É uma unidade tão desejada pelo Senhor que Ele
prometeu conceder-nos mais facilmente o que lhe pedimos se lho pedimos em comum.
É o que lemos no Evangelho da Missa1: Se dois de vós se unirem entre si sobre a terra
a pedir qualquer coisa, esta lhes será concedida por Meu Pai que está nos céus. Porque
onde se acham dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles.
A Igreja viveu desde sempre a prática da oração em comum2, que não se opõe nem
substitui a oração pessoal privada pela qual o cristão se une intimamente a Cristo. De
modo particular, é muito grata ao Senhor a oração que a família reza em comum; é um
dos tesouros que se recebem de outras gerações para tirar dele fruto abundante e
transmiti-lo às gerações seguintes.
“Há práticas de piedade – poucas, breves e habituais – que sempre se viveram nas
famílias cristãs, e entendo que são maravilhosas: a bênção da mesa, a oração antes e
depois das refeições, a recitação do terço em conjunto [...], as orações pessoais ao
levantar e ao deitar. Tratar-se-á de costumes diversos conforme os lugares; mas penso
que sempre se deve fomentar algum acto de piedade, realizado conjuntamente pelos
membros da família, de forma simples e natural, sem beatices.
“Dessa maneira conseguiremos que Deus não seja considerado um estranho, a quem
se vai ver uma vez por semana na igreja, ao domingo. Que Deus seja visto e tratado
como é na realidade, também no seio do lar, porque, como disse o Senhor, onde estão
dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles (Mt. 18, 20) ”3.
“A oração familiar – ensina o Papa João Paulo II, comentando esta passagem do
Evangelho – tem como conteúdo original a própria vida de família [...]: alegrias e dores,
esperanças e tristezas, nascimento e festas de anos, aniversário de núpcias dos pais,
partidas, ausências e regressos, escolhas importantes e decisivas, a morte de pessoas
queridas, etc., assinalam a intervenção do amor de Deus na história da família, assim
como devem marcar o momento favorável de acção de graças, de petição, de abandono
confiante da família ao Pai comum que está nos céus. A dignidade e a responsabilidade
da família cristã como Igreja doméstica só podem, pois, ser vividas com a ajuda
incessante de Deus, que não faltará, se implorada com humildade e confiança na
oração”4.
A oração em comum comunica uma particular fortaleza a toda a família. A primeira e
principal ajuda que prestamos aos pais, aos filhos, aos irmãos, consiste em rezar com
eles e por eles. A oração em família fomenta o sentido sobrenatural, que permite
compreender o que acontece ao nosso redor e no seio do lar, e nos ensina a ver que
nada é alheio aos planos de Deus: Ele mostra-se sempre como um Pai que nos diz que
a família é mais sua do que nossa. E assim é também nos acontecimentos que seriam
incompreensíveis se não estivéssemos perto d’Ele: a morte de uma pessoa querida, o
nascimento de um irmão deficiente, a doença, a penúria económica... Junto do Senhor,
amamos a sua santa vontade, e as famílias, longe de se desunirem, estreitam ainda
mais os laços entre si e com Deus.
II. SE ALGUÉM NÃO CUIDA dos seus e principalmente da sua casa, negou a fé e é
pior que um infiel5, escreve São Paulo a Timóteo, recordando o vínculo que nos prende
àqueles que o Senhor colocou sob os nossos cuidados. Uma das principais obrigações
dos pais em relação aos filhos – ou, nalgumas circunstâncias, dos irmãos mais velhos
em relação aos mais novos – é a de lhes ensinar na infância como ganharem confiança
e intimidade com Deus. É uma tarefa tão necessária que é quase insubstituível. Essas
primeiras sementes continuam a dar os seus frutos ao longo dos anos, talvez até à hora
da morte. Para muitos, essa foi toda a sua bagagem espiritual, da qual se serviram na
adolescência e quando já se passaram os anos da maturidade. “A Sagrada Escritura
fala-nos dessas famílias dos primeiros cristãos – a Igreja doméstica, diz São Paulo (1
Cor. 16, 19) –, às quais a luz do Evangelho dava novo impulso e nova vida.
“Em todos os ambientes cristãos se conhecem, por experiência, os bons resultados
que dá essa natural iniciação na vida de piedade, feita no calor do lar. A criança aprende
a colocar o Senhor na linha dos primeiros afectos fundamentais, aprende a tratar a Deus
como Pai e a Virgem Maria como Mãe; aprende a rezar seguindo o exemplo dos pais.
Quando se compreende isto, vê-se a enorme tarefa apostólica que os pais podem
realizar e como têm obrigação de ser sinceramente piedosos, para poderem transmitir –
mais do que ensinar – essa piedade aos filhos”6.
A família verdadeiramente cristã sabe transmitir, de pais para filhos, orações simples
e breves, facilmente compreensíveis, que formam o primeiro germe da piedade:
jaculatórias a Jesus, à nossa Mãe Santa Maria, a São José, ao Anjo da Guarda...
Orações de sempre, milhares de vezes repetidas nos lares cristãos de todas as épocas
e condições. Os filhos não tardam em aprender esses ensinamentos e orações que
vêem convertidos em vida nos seus pais. E quando eles são um pouco mais velhos, já
têm perfeitamente assimilado e incorporado o sentido da bênção da mesa, de dar graças
depois das refeições, de oferecer à Virgem algo que lhes custa…, saudar com um beijo
ou um olhar a uma imagem de Nossa Senhora, do recurso ao Anjo da Guarda ao entrar
ou sair de casa.
Quantas crianças, actualmente homens e mulheres, não se lembram com emoção da
explicação, simples mas exacta, que a sua mãe ou o irmão mais velho lhes deram sobre
a presença de Cristo no Sacrário! Ou da primeira vez que viram a sua mãe rezando por
uma necessidade urgente, ou do seu pai dobrando o joelho com reverência diante do
Sacrário! Rezar deve ser um hábito absolutamente natural numa família em que Cristo
está presente, porque Ele é mais uma pessoa da casa, Aquele a quem se ama sobre
todas as coisas.
Precisamente quando o ambiente é menos favorável para a oração e a piedade, é
necessário preservar como um tesouro maior estas práticas que tornam mais forte o
mesmo amor humano e nos aproxima de nosso Pai Deus.
III. UBI CARITAS ET AMOR, Deus ibi est, “onde há caridade e amor, ali está Deus”7,
canta a Liturgia da Quinta-feira Santa. Quando nós, cristãos, nos reunimos para orar,
Cristo encontra-se entre nós. Ele escuta comprazido essa oração alicerçada na unidade.
Assim faziam também os Apóstolos: Perseveravam unanimemente em oração com as
mulheres e com Maria, mãe de Jesus e com os Seus irmãos.8. Era a nova família de
Cristo.
A oração familiar por excelência é o terço. “A família cristã – ensina o Papa João
Paulo II – encontra-se e consolida a sua identidade na oração. Esforçai-vos por dispor
todos os dias de um tempo para o dedicar juntos a falar com o Senhor e a escutar a sua
voz. Que bonito quando numa família se reza, ao anoitecer, nem que seja uma só parte
do Rosário!
“Uma família que reza unida permanece unida; uma família que ora é uma família que
se salva.
“Comportai-vos de tal maneira que as vossas casas sejam lugares de fé cristã e de
virtude, mediante a oração em comum”9.
Quando numa casa de família os pais dão início à recitação do terço, talvez no
começo só o façam eles mesmos; depois junta-se um filho, um pouco mais tarde a avó,
e a seguir outro filho ou filha... E pode até chegar-se a estabelecer uma hora fixa de
comum acordo; por exemplo, antes do jantar ou logo depois, como se faz em alguns
países... O terço e a oração do Angelus – indicava em outra ocasião o Pontífice –
“devem ser para todo o cristão, e ainda mais para as famílias cristãs, como que um oásis
espiritual no decurso da jornada, para ganhar valor e confiança”10. “Oxalá ressurgisse o
belíssimo costume de rezar o terço em família!”11
A Igreja quis conceder inúmeras graças e indulgências aos que rezam o terço em
família. Esforcemo-nos por fomentar esta oração tão grata ao Senhor e à sua
Santíssima Mãe, e que é, no dizer de João XXIII, “uma grande oração pública e
universal em face das necessidades ordinárias e extraordinárias da Igreja santa, das
nações e do mundo inteiro”12. É um bom ponto de apoio para a unidade familiar e a
melhor ajuda para enfrentar as necessidades de toda a família.
(1) Mt 18, 19-20; (2) cfr. Act 12, 5; (3) São Josemaría Escrivá, Questões actuais do cristianismo, n. 103; (4)
João Paulo II, Exort. Apost. Familiaris consortio, 22-XI-1981, 59; (5) 1 Tim 5, 8; (6) São Josemaría
Escrivá, Questões actuais do cristianismo, n. 103; (7) 1 Jo 4, 12; (8) Act 1, 14; (9) João Paulo II, Discurso
às famílias, 24-III-1984; (10) idem, Angelus em Otranto, 5-X-1980; (11) idem, Discurso, 12-X-1980; (12)
João XXIII, Alocução, 29-IX-1961.

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Oração em família fortalece os laços

  • 1. Meditação diária de Falar com Deus Francisco Fernández Carvajal TEMPO COMUM. VIGÉSIMO TERCEIRO DOMINGO. CICLO A 91. REZAR EM FAMÍLIA – A oração em família é muito grata a Deus. – Algumas manifestações de piedade no lar. – Uma família que reza unida, permanece unida: o Terço. I. JESUS MANIFESTA com frequência que a salvação e a união com Deus é, em última instância, um assunto pessoal: ninguém pode substituir-nos no trato com Deus. Mas Ele também quis que nos apoiássemos uns aos outros e nos entreajudássemos nesse caminhar para a meta definitiva. É uma unidade tão desejada pelo Senhor que Ele prometeu conceder-nos mais facilmente o que lhe pedimos se lho pedimos em comum. É o que lemos no Evangelho da Missa1: Se dois de vós se unirem entre si sobre a terra a pedir qualquer coisa, esta lhes será concedida por Meu Pai que está nos céus. Porque onde se acham dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles. A Igreja viveu desde sempre a prática da oração em comum2, que não se opõe nem substitui a oração pessoal privada pela qual o cristão se une intimamente a Cristo. De modo particular, é muito grata ao Senhor a oração que a família reza em comum; é um dos tesouros que se recebem de outras gerações para tirar dele fruto abundante e transmiti-lo às gerações seguintes. “Há práticas de piedade – poucas, breves e habituais – que sempre se viveram nas famílias cristãs, e entendo que são maravilhosas: a bênção da mesa, a oração antes e depois das refeições, a recitação do terço em conjunto [...], as orações pessoais ao levantar e ao deitar. Tratar-se-á de costumes diversos conforme os lugares; mas penso que sempre se deve fomentar algum acto de piedade, realizado conjuntamente pelos membros da família, de forma simples e natural, sem beatices.
  • 2. “Dessa maneira conseguiremos que Deus não seja considerado um estranho, a quem se vai ver uma vez por semana na igreja, ao domingo. Que Deus seja visto e tratado como é na realidade, também no seio do lar, porque, como disse o Senhor, onde estão dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles (Mt. 18, 20) ”3. “A oração familiar – ensina o Papa João Paulo II, comentando esta passagem do Evangelho – tem como conteúdo original a própria vida de família [...]: alegrias e dores, esperanças e tristezas, nascimento e festas de anos, aniversário de núpcias dos pais, partidas, ausências e regressos, escolhas importantes e decisivas, a morte de pessoas queridas, etc., assinalam a intervenção do amor de Deus na história da família, assim como devem marcar o momento favorável de acção de graças, de petição, de abandono confiante da família ao Pai comum que está nos céus. A dignidade e a responsabilidade da família cristã como Igreja doméstica só podem, pois, ser vividas com a ajuda incessante de Deus, que não faltará, se implorada com humildade e confiança na oração”4. A oração em comum comunica uma particular fortaleza a toda a família. A primeira e principal ajuda que prestamos aos pais, aos filhos, aos irmãos, consiste em rezar com eles e por eles. A oração em família fomenta o sentido sobrenatural, que permite compreender o que acontece ao nosso redor e no seio do lar, e nos ensina a ver que nada é alheio aos planos de Deus: Ele mostra-se sempre como um Pai que nos diz que a família é mais sua do que nossa. E assim é também nos acontecimentos que seriam incompreensíveis se não estivéssemos perto d’Ele: a morte de uma pessoa querida, o nascimento de um irmão deficiente, a doença, a penúria económica... Junto do Senhor, amamos a sua santa vontade, e as famílias, longe de se desunirem, estreitam ainda mais os laços entre si e com Deus. II. SE ALGUÉM NÃO CUIDA dos seus e principalmente da sua casa, negou a fé e é pior que um infiel5, escreve São Paulo a Timóteo, recordando o vínculo que nos prende àqueles que o Senhor colocou sob os nossos cuidados. Uma das principais obrigações dos pais em relação aos filhos – ou, nalgumas circunstâncias, dos irmãos mais velhos em relação aos mais novos – é a de lhes ensinar na infância como ganharem confiança e intimidade com Deus. É uma tarefa tão necessária que é quase insubstituível. Essas primeiras sementes continuam a dar os seus frutos ao longo dos anos, talvez até à hora da morte. Para muitos, essa foi toda a sua bagagem espiritual, da qual se serviram na
  • 3. adolescência e quando já se passaram os anos da maturidade. “A Sagrada Escritura fala-nos dessas famílias dos primeiros cristãos – a Igreja doméstica, diz São Paulo (1 Cor. 16, 19) –, às quais a luz do Evangelho dava novo impulso e nova vida. “Em todos os ambientes cristãos se conhecem, por experiência, os bons resultados que dá essa natural iniciação na vida de piedade, feita no calor do lar. A criança aprende a colocar o Senhor na linha dos primeiros afectos fundamentais, aprende a tratar a Deus como Pai e a Virgem Maria como Mãe; aprende a rezar seguindo o exemplo dos pais. Quando se compreende isto, vê-se a enorme tarefa apostólica que os pais podem realizar e como têm obrigação de ser sinceramente piedosos, para poderem transmitir – mais do que ensinar – essa piedade aos filhos”6. A família verdadeiramente cristã sabe transmitir, de pais para filhos, orações simples e breves, facilmente compreensíveis, que formam o primeiro germe da piedade: jaculatórias a Jesus, à nossa Mãe Santa Maria, a São José, ao Anjo da Guarda... Orações de sempre, milhares de vezes repetidas nos lares cristãos de todas as épocas e condições. Os filhos não tardam em aprender esses ensinamentos e orações que vêem convertidos em vida nos seus pais. E quando eles são um pouco mais velhos, já têm perfeitamente assimilado e incorporado o sentido da bênção da mesa, de dar graças depois das refeições, de oferecer à Virgem algo que lhes custa…, saudar com um beijo ou um olhar a uma imagem de Nossa Senhora, do recurso ao Anjo da Guarda ao entrar ou sair de casa. Quantas crianças, actualmente homens e mulheres, não se lembram com emoção da explicação, simples mas exacta, que a sua mãe ou o irmão mais velho lhes deram sobre a presença de Cristo no Sacrário! Ou da primeira vez que viram a sua mãe rezando por uma necessidade urgente, ou do seu pai dobrando o joelho com reverência diante do Sacrário! Rezar deve ser um hábito absolutamente natural numa família em que Cristo está presente, porque Ele é mais uma pessoa da casa, Aquele a quem se ama sobre todas as coisas. Precisamente quando o ambiente é menos favorável para a oração e a piedade, é necessário preservar como um tesouro maior estas práticas que tornam mais forte o mesmo amor humano e nos aproxima de nosso Pai Deus.
  • 4. III. UBI CARITAS ET AMOR, Deus ibi est, “onde há caridade e amor, ali está Deus”7, canta a Liturgia da Quinta-feira Santa. Quando nós, cristãos, nos reunimos para orar, Cristo encontra-se entre nós. Ele escuta comprazido essa oração alicerçada na unidade. Assim faziam também os Apóstolos: Perseveravam unanimemente em oração com as mulheres e com Maria, mãe de Jesus e com os Seus irmãos.8. Era a nova família de Cristo. A oração familiar por excelência é o terço. “A família cristã – ensina o Papa João Paulo II – encontra-se e consolida a sua identidade na oração. Esforçai-vos por dispor todos os dias de um tempo para o dedicar juntos a falar com o Senhor e a escutar a sua voz. Que bonito quando numa família se reza, ao anoitecer, nem que seja uma só parte do Rosário! “Uma família que reza unida permanece unida; uma família que ora é uma família que se salva. “Comportai-vos de tal maneira que as vossas casas sejam lugares de fé cristã e de virtude, mediante a oração em comum”9. Quando numa casa de família os pais dão início à recitação do terço, talvez no começo só o façam eles mesmos; depois junta-se um filho, um pouco mais tarde a avó, e a seguir outro filho ou filha... E pode até chegar-se a estabelecer uma hora fixa de comum acordo; por exemplo, antes do jantar ou logo depois, como se faz em alguns países... O terço e a oração do Angelus – indicava em outra ocasião o Pontífice – “devem ser para todo o cristão, e ainda mais para as famílias cristãs, como que um oásis espiritual no decurso da jornada, para ganhar valor e confiança”10. “Oxalá ressurgisse o belíssimo costume de rezar o terço em família!”11 A Igreja quis conceder inúmeras graças e indulgências aos que rezam o terço em família. Esforcemo-nos por fomentar esta oração tão grata ao Senhor e à sua Santíssima Mãe, e que é, no dizer de João XXIII, “uma grande oração pública e universal em face das necessidades ordinárias e extraordinárias da Igreja santa, das nações e do mundo inteiro”12. É um bom ponto de apoio para a unidade familiar e a melhor ajuda para enfrentar as necessidades de toda a família.
  • 5. (1) Mt 18, 19-20; (2) cfr. Act 12, 5; (3) São Josemaría Escrivá, Questões actuais do cristianismo, n. 103; (4) João Paulo II, Exort. Apost. Familiaris consortio, 22-XI-1981, 59; (5) 1 Tim 5, 8; (6) São Josemaría Escrivá, Questões actuais do cristianismo, n. 103; (7) 1 Jo 4, 12; (8) Act 1, 14; (9) João Paulo II, Discurso às famílias, 24-III-1984; (10) idem, Angelus em Otranto, 5-X-1980; (11) idem, Discurso, 12-X-1980; (12) João XXIII, Alocução, 29-IX-1961.