3. "Não se pode esperar de um prisioneiro que sirva de boa
vontade na casa do carcereiro; da mesma forma, de
quem amputamos os membros, seria absurdo exigir um
abraço de afeto.”
Raduan Nassar – LavouraArcaica
A CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO RACISMO E SUAS CONSEQUÊNCIAS
4. Joseph A. de Gobineau
1816 - 1911
TEORIAS CIENTÍFICAS
OBRA: ENSAIO SOBREA DESIGUALDADE DAS RAÇAS
HUMANAS: MESTIÇO ERA O EXEMPLO DA DEGENERAÇÃO
ESTEVE NO BRASIL ENTRE 1869 e 1870-
“Trata-se de uma população totalmente mulata , viciada
no sangue e no espírito e assustadoramente feia”
OBRA:CANTOS POPULARES DO BRASIL (1883)
A obra de transformação das raças ainda está muito
longe se ser completada... Só nos séculos que se hão
de seguir a assimilação se completará”
OBRA:AS RAÇAS HUMANAS E A RESPONSABILIDADE PENAL NO
BRASIL (1894)
A reponsabilidade penal das raças inferiores não podia
ser tratada como igual ou equivalente a das raças
brancas civilizadas
Sílvio Romero
1851-1914
Raimundo Nina Rodrigues
1862 - 1906
5. João Batista de Lacerda
1846-1915
Congresso Universal das Raças Paris- 1911
“A população mista do Brasil deverá ter pois, no
intervalo de um século, um aspecto bem
diferente do atual. As correntes de imigração
europeia, aumentando a cada dia mais o
elemento branco desta população, acabarão,
depois de certo tempo, por sufocar os elementos
nos quais poderia persistir ainda alguns traços
do negro.”
Ciências:
Antropometria: estuda as medidas e dimensões das diversas
partes do corpo humano.
Frenologia: determinar o caráter, características da personalidade,
e grau de criminalidade pela forma da cabeça
6.
7. EXPRESSÕES RACISTAS
OVELHA NEGRA
BURACO NEGRO
LISTA NEGRA
A COISATÁ PRETA
LÁPISCOR DE PELE
NEGRO DE ALMA BRANCA
SAMBA DO CRIOLO DOIDO
SERVIÇO DE PRETO
MERCADO NEGRO
DENEGRIR
DA COR DO PECADO
NEGRA DE BELEZA EXÓTICA OU DETRAÇOS FINOS
MORENO/MORENA
NÃO SOU DASTUAS NEGAS
CABELO RUIM, CABELO DURO, CABELO DE BOMBRIL
MAGIA NEGRA
TEM O PÉ NA COZINHA
MULATA
A Língua Portuguesa foi buscar diretamente no latim mulus, no século XV, a palavra
“mulo”, ou seja, “animal híbrido, estéril, produto do cruzamento do cavalo com a jumenta,
ou da égua com o jumento”.
“Sem cantada, ela prefere os
originais
Conheceu caras legais, mas
nunca sensacionais
Ela não é as suas nega rapaz
Pagar bebida é fácil, difícil é
apresentar pros pais” –
Ela só quer paz Projota
8. Negro (Dicionário Michaelis)
adj
1 Que tem a cor mais escura de todas, como o piche e o carvão.
2 Que se refere a pessoa de etnia negra.
3 Que não tem luz; completamente escuro e sombrio.
4 Que está encardido; preto: As chaminés ficaram negras com a fumaça.
5 FIG Que é triste ou lúgubre: Vi uma capela negra ao longe.
6 FIG Que anuncia infortúnios; nefasto: Futuro negro.
7 FIG Que inspira medo ou pavor; tenebroso: Durante o ataque aéreo,
viveram um dia negro.
8 Que revela crueldade ou sordidez; perverso: Seus feitos negros assustavam
toda a comunidade.
9 FÍS Que absorve toda luz que nele incide: Corpo negro.
sm
1 A cor do piche ou do carvão; preto.
2 Indivíduo de etnia negra.
3 Aquele que vive sujeito a um senhor; escravo.
9. Branco
1 Da cor do leite ou da neve; alvo, cândido: (LB1).
2 Que é transparente ou translúcido:
3 Diz-se da raça branca: No passado, houve quem acreditasse que o
homem branco deveria dominar o planeta.
4 Que é dessa raça: “Os negros que estão condenando a mutação de
Michael Jackson, insinuando ser ela fruto de inveja de uma suposta
condição dos brancos, acabam na verdade chegando a um veredito
semelhante ao do racismo branco que diz: “Como esse negro se atreve a
usar a minha cor em sua pele?” (AAn).
5 Diz-se do indivíduo que, mesmo sendo mestiço, é considerado branco, no
grupo em que vive, por ter a pele mais clara do que os demais: Na família,
ele é o único branco.
6 Que tem cãs; encanecido:
7 FIG Com a pele do rosto mais branca do que o normal, em consequência
de forte emoção, doença etc.; lívido, pálido:8 Que revela limpeza; asseado,
limpo: O chão do banheiro ficou branco depois da limpeza.
10. 9 Que não tem nada escrito.
10 Diz-se das armas de aço cortantes e pontiagudas
11 Diz-se de bilhete de loteria que não foi premiado
12 POÉT Diz-se do verso solto ou não rimado
13 Diz-se de tudo que possui cor mais clara, embora não seja completamente
branco.
14 Diz-se de algo de cor esbranquiçada, com o brilho da prata; argênteo, platinado,.
15 Diz-se de indivíduo que não tem malícia; inocente, puro.
sm
1 A cor do leite ou da neve.
2 Matéria corante dessa cor
3 FÍS Cor de radiação policromática que causa a mesma sensação da luz solar e é
decorrente da superposição de cores complementares.
4 A raça branca
5 Indivíduo dessa raça: “[…] dos brancos da casa era o único que lhe aparecia lá
uma vez por outra” (AA2).
6 Dono de uma fazenda em relação a seus escravos; amo, patrão, senhor.
7 POR EXT Pessoa importante ou que exerce o poder; patrão
8 POR EXT Indivíduo pertencente à cultura dominante, tida como civilizada, em
oposição aos indígenas: 9 Espaço livre, sem qualquer tipo de escrito, impresso etc.,
em uma folha de papel (..)
11. A maior parte dos afetados pela fome vivem na Ásia (520 milhões), seguida pela
África (243 milhões) e a América Latina e o Caribe (42 milhões).
FONTE ONU -Relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo
2017.
https://oglobo.globo.com/
O Globo / Agências internacionais
15/09/2017
15:55 / Atualizado 15/09/2017 17:42
O poder simbólico, como propõe Pierre Bourdieu, é “o poder invisível o
qual pode ser exercido com cumplicidade daqueles que não querem
saber que lhe estão sujeitos ou mesmo que o exercem” (BOURDIEU,
1989, p. 8).
14. VIOLÊNCIA
2014: 44.861 homicídios por arma de fogo
no Brasil.
Vítimas negras/pardas: 29.903
Vítimas brancas: 9.766
Outros: 5.192
Fonte: Mapa da violência 2016
18. RAÇA E ESCOLARIDADE DA POPULAÇÃOCARCERÁRIA:
67,1% - NEGROS ( inclui pardos)
31,3% BRANCOS
Oito em cada 10 presos estudaram , no máximo, até o
ensino fundamental.
Fonte: INFOPEN/2014 (Levantamento Nacional de Informações
Penitenciárias)
19. Mercado deTrabalho
RENDIMENTO REAL MÉDIO DA PEA - REGIÕES METROPOLITANAS
HOMENS BRANCOS MULHERES BRANCAS HOMENS NEGROS MULHERES NEGRAS
FEVEREIRO /2013 FEVEREIRO /2013 FEVEREIRO /2013 FEVEREIRO /2013
2825,52 2057,00 1565,17 1146,18
FEVEREIRO /2014 FEVEREIRO /2014 FEVEREIRO /2014 FEVEREIRO /2014
2887,37 2073,00 1614,77 1198,73
FONTE: IBGE
Dado cedido pelo Prof. Dr. Ramatis Jacino
20. Mercado deTrabalho
Rendimento médio por hora (2011/2012)
Escolaridade Negro
Não negro
Fund. incompleto R$ 5,27 R$ 6,46
Fund. completo R$ 5,77 R$ 6,76
Médio completo R$ 7,13 R$ 9,56
Sup. completo R$ 17,39 R$ 29,03
Fonte: DIEESE/SEADE, MTE/FAT e entidades regionais
Dado cedido pelo Prof. Dr. Ramatis Jacino
21. Saúde
Pesquisa do Ministério da Saúde, publicada em
25/11/ 2014 demonstra que:
Mulheres negras não são devidamente
anestesiadas, com a argumentação que são mais
fortes e resistentes a dor;
Passam mais tempo esperando em filas;
Os médicos gastam, em média, menos tempo com
as mulheres negras e dificilmente as tocam
Mulheres negras: 62,5% receberam orientações
sobre a importância do aleitamento materno,
contra77% das mulheres brancas.
22. •Mulheres negras representam 60% das mortes
de mães que deram à luz nos hospitais do
Sistema Único de Saúde (SUS) e 34% são de
mulheres brancas
•Mortalidade infantil na 1ª. semana: 47% de
crianças negras, 36% de crianças brancas;
•Acompanhamento de familiar: Foi permitido a
46,2% das brancas apenas 27% das negras.
Dados cedidos pelo Prof. Dr. Ramatis Jacino
23.
24.
25.
26. A POPULAÇÃO AFRODESCENDENTE EM SÃO PAULO
(fonte: http://saopaulodiverso.org.br.Acesso em setembro
2014)
1- População em números absolutos
31. “Quando essa memória se tornar comum na consciência de todos, brancos e
não brancos, quem sabe o sonho pode se transformar em realidade. E quando
isso acontecer os que se dizem brancos começarão a reivindicar seus
ancestrais culturais negros e vice-versa os negros poderão também reivindicar
seus ancestrais culturais brancos. A recuperação dessa memória comum
poderá trazer o diálogo intercultural e aproximar todos num processo de
compreensão mútua e na construção de relações de solidariedade sem as
quais não existe uma verdadeira cidadania. “
POR QUE ENSINAR AÁFRICA NA ESCOLA BRASILEIRA?
Conferência proferida no teatro da Casa do Saber de Camaçarí, na ocasião da comemoração do dia da África,
em 30 de maio de 2008. Professor Kabengele Munanga – Diretor do Centro de EstudosAfricanos da
Universidade de São Paulo – USP.
32. Referências
DOS SANTOS CAVALLEIRO, Eliane. Do silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo,
preconceito e discriminação na educação infantil. Editora Contexto, 2004.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Racismo no Brasil. Publifolha, 2001.
DIAS, Lucimar Rosa; DA SILVA BENTO, Maria Aparecida. EDUCAÇÃO INFANTIL E
RELAÇÕES RACIAIS:CONQUISTAS DE DESAFIOS.
Sites:
https://pt.wikipedia.org/
www.geledes.org.br
www.ceert.org.br
SUGESTÕES:
História africana e afro brasileira na educação infantil
http://unesdoc.unesco.org/images/0022/002270/227009POR.pdf
História Geral da -Africa - Unesco
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-
view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese-1/#.V6QpzusrLIU