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1 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ 
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS 
FACULDADE DE GEOLOGIA 
Diego Teixeira Lima Silva 
Lourival Alves Ferreira Costa 
Mônica Hellen Araújo de Paula 
MAPEAMENTO GEOLÓGICO NA ESCALA DE 1:25 000 NO 
MUNICÍPIO DE BABAÇULÂNDIA-TO 
EQUIPE IX 
Marabá-PA 
Fevereiro/2014
2 
Diego Teixeira Lima Silva 
Lourival Alves Ferreira Costa 
Mônica Hellen Araújo de Paula 
RELATÓRIO PRÉ-CAMPO DE ESTÁGIO DE CAMPO I 
EQUIPE IX 
Trabalho acadêmico apresentado à 
disciplina de Estágio de Campo I, do 
Curso de Graduação em Geologia da 
Universidade Federal do Pará, como 
avaliação parcial da disciplina. 
Docentes: Drª. Ana Valéria dos Reis Pinheiro 
PHD. Antônio Emídio de Araújo dos Santos Júnior 
Drº. Raimundo Nonato do Espirito Santo dos Santos 
Marabá-PA 
Fevereiro/2014 
ÍNDICE DE FIGURAS
3 
SUMÁRIO 
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... 5 
1 – INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7 
1.1 – OBJETIVOS ................................................................................................... 7 
1.2 – LOCALIZAÇÃO E ACESSO ........................................................................... 7 
1.3 – ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS ............................................................ 10 
1.4 – ASPECTOS FISIOGRÁFICOS .................................................................... 10 
1.4.1 – Clima ............................................................................................... 10 
1.4.2 – Relevo ............................................................................................. 11 
1.4.3 – Solo ................................................................................................. 12 
1.4.4 – Vegetação ....................................................................................... 12 
2 – ATIVIDADES E MÉTODO .................................................................................... 13 
2.1 – ETAPA PRÉ-CAMPO ................................................................................... 13 
2.2 – ETAPA DE CAMPO ..................................................................................... 14 
2.3 – ETAPA PÓS-CAMPO .................................................................................. 14 
3 – GEOLOGIA REGIONAL ....................................................................................... 15 
3.1 – ARCABOUÇO TECTÔNICO ........................................................................ 15 
3.2 – DOMÍNIOS GEOMORFOLÓGICOS ............................................................ 18 
3.3 – LITOESTRATIGRAFIA, AMBIENTES SEDIMENTARES E REGISTRO 
FÓSSIL ................................................................................................................ 19 
3.3.1 – Grupo Serra Grande ....................................................................... 19 
3.3.2 – Grupo Canindé ............................................................................... 20 
3.3.3 – Grupo Balsas .................................................................................. 22
3.3.4 – Sequência Jurássica......................................................................23 
3.3.5 – Sequência Cretácea.......................................................................24 
3.3.6 – Rochas Magmáticas......................................................................25 
3.4 – EVOLUÇÃO GEOLÓGICA ...................................................................................... 27 
3.5 – DIAGNÓSTICO GEOECONÔMICO ........................................................................ 29 
4 – DADOS FOTOINTERPRETATIVOS ................................................................................ 30 
4.1 – ANÁLISE DA DRENAGEM ...................................................................................... 30 
4.2 – ANÁLISE DO RELEVO ............................................................................................ 32 
4.3 – ANÁLISE DOS ALINHAMENTOS ........................................................................... 34 
4.4 – ANÁLISE FOTOGEOLÓGICA ................................................................................. 36 
5 – GEOLOGIA LOCAL ......................................................................................................... 38 
5.1 – GEOMORFOLOGIA ................................................................................................ 38 
5.2 – LITOESTRATIGRAFIA E AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO ............................... 42 
5.2.1 – Unidade 1...................................................................................44 
5.2.2 – Unidade 2...................................................................................47 
5.2.3 – Unidade 3...................................................................................51 
6 – EVOLUÇÃO DA ÁREA .................................................................................................... 54 
7 – CONCLUSÃO .................................................................................................................. 58 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 59 
4
5 
ÍNDICE DE FIGURAS 
Figura 1: Localização da cidade de Babaçulândia, no estado do Tocantins............08 
Figura 2: Acesso à cidade de Babaçulândia-To ( ponto B), a partir da cidade de 
Marabá-PA.................................................................................................................09 
Figura 3: Localiazação da área 9...............................................................................09 
Figura 4: Limites geológico da província do Parnaíba...............................................16 
Figura 5: Posição das principais lineamentos e feições estruturais da Província do 
Parnaíba.....................................................................................................................17 
Figura 6:Carta estratigráfica da bacia do Parnaíba....................................................26 
Figura 7: Mapa de drenagem e zonas homólogas.....................................................32 
Figura 8: Mapa de zona homóloga de relevo.............................................................33 
Figura 9: Diagrama de rosetas mostrando as principais direções dos alinhamentos; 
A alinhamento de relevo; B alinhamento de drenagem............................................35 
Figura 10: Mapa de alinhamentos de drenagem e relevo.........................................36 
Figura 11: Representação das unidades geomorfológicas da área mapeada...........39 
Figura 12: Detalhe do morrote em A e B. Detalhe da vegetação xerófita em D 
e tronco casquento em C..........................................................................................40 
Figura 13: Detalhe do relevo tabuleiforme.................................................................41 
Figura 14: Vegetação densa do relevo tabuleiforme.................................................41 
Figura 15: Detalhe das superfícies aplainadas ....................;...................................42 
Figura 16: Mapa e perfil geológico destacando as formações da área 
IX...............................................................................................................................43 
Figura 17: Mapa de localização dos pontos mapeados da área 
IX...............................................................................................................................44 
Figura 18: Ponto 09, GPS 0190667 9213712 Elevação 238 m, composto por material 
arenoso inconsolidado................................................................................................45 
Figura 19: Ponto 13, GPS 0189208 92131520 Elevação 238 m, composto por 
material arenoso inconsolidado no topo e na base arenitos rosado com estrutura do 
tipo tabular de baixo ângulo da formação 
Sambaíba...................................................................................................................45 
Figura 20: Ponto 10, GPS 0190885 9213700 elevação 230 m no aluvião localizado 
na margem do rio, composto por matérias de diversas 
fontes.........................................................................................................................46
Figura 21: Ponto 08, GPS 9213665 188448 elevação 344 m, afloramento artificial de 
beira de estrada composta por arenito com estratificação cruzada tabular de baixo 
ângulo.........................................................................................................................47 
Figura 22: Ponto 12, GPS 92131520 189208 elevação 295 m, afloramento artificial 
de beira de estrada composta por arenito com estratificação cruzada tabular de 
baixo ângulo...............................................................................................................48 
Figura 23: Ponto 13, GPS 9213850 189189 elevação 330 m, afloramento com 
blocos rolados de arenito silicificado..........................................................................49 
Figura 24: Escarpas com arenito com estratificação cruzada de grande porte de 
baixo ângulo.............................................................................................................. 49 
Figura 25: Ponto 13, GPS 9213850 189189 elevação 345 m, afloramento natural de 
escarpa com estratificação cruzada de baixo 
ângulo........................................................................................................................50 
Figura 26: Ponto 01, GPS 9217718 185116 elevação 420 m, afloramento artificial de 
beira de estrada composto por arenito (A). Perfil de A. Ponto 2, GPS 9218252 
185927 elevação 430 m, afloramento natural composto por arenito vermelho (B). 
Ponto 2.1 GPS 9218253 185937 elevação 430 m, afloramento natural composto por 
arenito vermelho e solo laterítico 
(C)...............................................................................................................................51 
Figura 27: Ponto 03, GPS 921898 140402 elevação 400 m, afloramento natural com 
basalto in situ (A). Figura 00: Ponto 04, GPS 9214919 190030 elevação 430 m, 
laterita (B)...................................................................................................................52 
Figura 28: Ponto 05, GPS 9216152 186044 elevação 433 m, afloramento natural de 
beira de estrada composto por siltito e laterita...........................................................52 
Figura 29: Ponto 07, GPS 9213828 188294 elevação 374 m, afloramento natural de 
beira de estrada (A). Figura B: Zoom do contato do arenito rosa com o solo 
avermelhado. Figura C: Croqui de C. E perfil de (B).................................................53 
Figura 30: Modelo esquemático da evolução da subárea IX.....................................57 
6
1 INTRODUÇÃO 
A Bacia do Parnaíba possui uma área remanente de cerca de 600.000 km2, 
apresentando formato elipsoidal alongado na direção NE-SW, a qual compreende as 
áreas do Maranhão, Piauí, partes do Pará, Tocantins e Ceará (Góes et al. 1992, apud 
Góes & Feijó, 1994). Esta Bacia é essencialmente de idade paleozoica, mesmo 
apresentando enormes coberturas de sedimentos mesozoicos (MESNER & 
WOOLDRIDGE, 1964 apud MONTEIRO, 1998). 
Este trabalho é referente à disciplina de Estagio de Campo I, que tem como 
objetivo maior o treinamento dos estudantes do Curso de Geologia da Universidade 
Federal do Pará campus de Marabá, a partir do mapeamento geológico na escala de 1: 
25000, compreendendo uma área de 6 Km², o qual foi realizado na porção SW da bacia 
do Parnaíba, próximo ao município de Babaçulândia localizado a nordeste do estado do 
Tocantins. 
O presente relatório apresenta os resultados obtidos através das atividades de 
leituras bibliográficas, mapeamento geológico, confecção de mapas e perfis litológicos, 
com o propósito de traçar uma evolução geológica da região. 
7 
1.1 OBJETIVO 
O principal objetivo da disciplina Estágio de Campo I é realizar um mapeamento 
geológico numa escala de 1:25000 na região do município de Babaçulândia-TO em um 
terreno de baixa complexidade abrangendo 6 km2, através do levantamento de 
informações de campo sobre aspectos de caráter geomorfológico, litológico, estrutural, 
sedimentológico e estratigráfico, contribuindo assim com um melhor entendimento do 
arcabouço geológico local e da história evolutiva da área mapeada. 
1.2 LOCALIZAÇÃO E ACESSO 
A área de estudo estabelecida para a disciplina Estágio de Campo I fica no 
município de Babaçulândia localizado no estado do Tocantins que faz parte da Bacia do 
Parnaíba. De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o 
município possui uma área de 1.788,442 km² e está inserida na Folha SB-23-Y-C-I,
localiza-se a uma latitude 07°12’17’’ sul e a uma longitude 47°45’25’’ oeste, estando a 
uma altitude de 178 metros acima do nível do mar (Figura 1). 
Figura 1: Localização da cidade de Babaçulândia, no estado do Tocantins. 
Fonte: wikipedia.org/wiki/Babaçulândia 
Babaçulândia limita-se ao norte com os municípios de Darcinópolis e 
Wanderlândia, ao sul com o município de Filadélfia, a leste com o estado do Maranhão, 
e a oeste com Araguaína. 
A partir da cidade de Marabá-PA, o acesso à cidade de Babaçulândia-TO se dá 
pela rodovia BR-230, seguindo pela BR-153, em seguida a TO-010, e por último pela 
TO-478 (figura 2). 
8
Figura 2: Acesso à cidade de Babaçulândia-To ( ponto B), a partir da cidade de Marabá-PA. Fonte: 
maps.google.com.br/maps 
9 
. 
De acordo com o google maps, a área 9 localiza-se a 15,2 km da cidade de 
Babaçulândia na TO-010 sentido Wanderlândia-TO (Figura 3). 
Figura 3: Localização da área 9. Modificado Arc gis . Fonte: http: //www.emmti.com.br; 
http://br.viarural.com/mapa/tocantins
10 
1.3 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS 
De acordo com o censo demográfico de 2010 realizado pelo IBGE, o município de 
Babaçulândia possui 10.446 habitantes. A cidade possui duas agências bancárias sendo 
uma o Banco Bradesco localizado na parte central do município e o outro o Posto de 
Atendimento Bancário Eletrônico (BUSCABANCO) e cinco unidades de saúde. 
A economia do município é baseada principalmente pela agropecuária e o 
turismo, sendo a agropecuária formada por pequenos e grandes produtores e o turismo 
é feito nas praias do Tocantins, pois tornam uma fonte de renda para a população 
ribeirinha. 
1.4 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS 
De acordo com Lima e Leite (1978) a Bacia Sedimentar do Parnaíba ocorre em 
um contexto geográfico como uma grande região transicional em que os aspectos 
relacionados ao clima, relevo, solo e vegetação das regiões Nordeste, Centro-Oeste e 
Amazônia se relacionam. 
1.4.1 Clima 
Na Bacia do Parnaíba ocorrem quatro tipos climáticos: semiárido quente, tropical 
úmido, tropical semiúmido e equatorial (LIMA; LEITE, 1978). 
O clima semiárido quente predomina na parte oriental da Bacia do Parnaíba, 
abrangendo o estado do Ceará, Bahia e a região leste e sudeste do Piauí. Esse padrão 
climático tem como característica a baixa e média pluviometria anual geralmente inferior 
a 750 mm. A temperatura anual situa-se em torno de 25o a 30o. Em áreas com maior 
elevação, por influência da altitude, a temperatura é mais baixa e a pluviosidade maior. 
O clima tropical úmido predomina no norte e ao centro do Piauí, no litoral da 
baixada maranhense e na parte centro-norte do Maranhão. Possui como característica a 
precipitação anual em torno de 1.600 mm, com uma temperatura anual por volta de 
28°C. 
O clima tropical semiúmido possui uma média pluviométrica em torno de 1.200 
mm, a média de temperatura anual é de 28°C, porém no período de estiagem as
temperaturas são mais elevadas, e podem ficar em alguns locais em torno de 38°C. 
Esse padrão climático abrange o interior do sul do Piauí e Maranhão e no estado do 
Tocantins, trecho sul paralelo de Araguaína. 
O clima equatorial possui média anual pluviométrica em torno de 2.500 mm, em 
distribuição quase uniforme, embora mais intensa entre novembro a junho. O período de 
chuvas abundantes ocorre de dezembro a maio, e outro mais seco de junho a 
novembro. A temperatura média anual é de 27°C e a umidade relativa do ar oscila entre 
80 e 90%. Esse padrão climático predomina na parte ocidental do Maranhão, no trecho 
do estado do Pará incluído na Bacia e na região do Tocantins correspondente ao 
interflúvio entre os rios Tocantins e Araguaia. 
11 
1.4.2 Relevo 
De acordo com Lima & Leite (1978) o relevo da Bacia do Parnaíba em suas 
diversas unidades é influenciado diretamente pela sua litologia, cabendo aos fatores 
climáticos e estruturais um papel secundário. 
O relevo de extensos chapadões é causado pela inibição da erosão superficial 
nas formações essencialmente arenosas. Esse tipo de relevo manifesta nas formações 
Ipu, Tinguá, Jaicós, Cabeças, Piauí, Sambaíba e Urucuia . 
O relevo colinoso caracterizado por formas abauladas, o qual evolui muitas vezes 
para planícies suavemente onduladas, ocorrem predominantemente nas unidades 
pelíticas, nas quais os sedimentos impermeáveis são intensamente retrabalhados e 
desgastados pela erosão das águas superficiais. Esse tipo de relevo ocorre mais 
notavelmente nas formações Codó, Corda, Motuca, Pastos Bons e Poti. 
O relevo de modelados de mesetas da bacia ocorre quando há intercalação de 
arenitos inclusos em unidades pelíticas. Esse tipo de relevo ocorre nas formações 
Pimenteiras e Longá. Entretanto quando ocorre a destruição dos topos protetores das 
mesetas, elas vão se transformando em morros abaulados, baixos e isolados que 
tendem ao aplainamento total. 
Outras vezes o papel dessas intercalações é assumido por níveis de silexitos, 
alternando com leitos pelíticos em sequências bem estratificadas, representada pela 
Formação Pedra de Fogo. Então um relevo tabular é formado, com bordas bem
escarpadas com aspectos de cuestas, aparecendo vales bem entalhados em forma de 
U. Tais feições também são observadas na Formação Piauí. 
Coberturas lateríticas, proporcionando o encouraçamento superficial, podem 
preservar feições tabulares de arrasamento, conforme é observado nos platôs 
modelados sobre a Formação Itapecuru, localizado no sul do Pará e oeste do Maranhão. 
12 
1.4.3 Solo 
Quanto aos aspectos pedológicos, de maneira geral os solos predominantes na 
região sul da Bacia do Parnaíba são mais profundos, de baixa fertilidade, textura média 
ou arenosa derivam das coberturas Tércio-quaternárias; enquanto aqueles mais rasos, 
baixa fertilidade, restrição de drenagem e petroplínticos desenvolveram-se a partir de 
rochas sedimentares páleo-mesozóica representados principalmente por latossolos e 
solos concrecionários (RIVAS, 1996). 
Já os solos da região norte da bacia apresentam-se pouco profundos e de baixa 
fertilidade, mostrando restrições de drenagem caracterizada pela presença de plintita e 
concreções lateríticas, tendo se desenvolvido a partir das rochas sedimentares 
paleozóicas-mesozóicas. Estes são representados principalmente por areias quartozas e 
solos concrecionários (RIVAS.,op.cit). 
Solos de elevada fertilidade natural, relacionados à alteração de rochas 
vulcânicas básicas e pelitos carbonatados, além de solos pouco desenvolvidos, oriundos 
de sedimentos fluviais presentes em terraços e planícies, são observados localmente, 
em pontos específicos da bacia (RIVAS, 1996). 
1.4.4 Vegetação 
As principais associações florísticas da Bacia do Parnaíba são: caatinga, cerrado, 
floresta tropical e floresta equatorial. 
A caatinga é o tipo de vegetação tipicamente de clima semi-árido quente. Agrupa 
vegetais essencialmente xerófitos caracterizados por arbustos e árvores de pequeno 
porte. Recobre parte considerável do nordeste brasileiro e domina uma extensa faixa da 
borda oriental da bacia perdendo sua homogeneidade para o centro desta e passando 
para cerrado.
O cerrado está associado ao clima quente e úmido e se estende particularmente 
da região centro e ao sul do Maranhão, sul e parte ocidental do Piauí, porção norte do 
Tocantins e oeste da Bahia. De acordo com a densidade e com o porte dos vegetais, os 
cerrados apresentam três feições fundamentais (GÓES, VELOSO, JAPIASSU, LEITE, 
1973): Cerradão – densa concentração de árvores com altura de aproximadamente 6 m, 
que não se tocam entre si, acompanhadas de plantas lenhosas rasteiras e palmeiras 
anãs, Campo cerrado – árvores esparsas de porte entre 2 m e 5 m, separadas por 
tapete graminoso e Campo de gramíneas ou Capinzal – extensos trechos cobertos por 
vegetação baixa e graminóide. Na direção norte o cerrado cede gradualmente lugar a 
floresta tropical. 
A floresta tropical representa a transição da floresta amazônica e o cerrado. Sua 
área de predominância corresponde à parte centro-norte da bacia, passando a oeste 
para a floresta equatorial. 
A floresta equatorial é tipicamente de climas quentes, úmidos e super-úmidos. 
Apresenta dois aspectos distintos, sobre os platôs são observadas florestas de grande 
densidade, com árvores gigantes e nos trechos de depressão, correspondentes à calha 
dos vales fluviais, desenvolvem-se matas de menor altura. Ela ocorre no canto extremo 
noroeste da Bacia do Parnaíba, nas regiões oeste do Maranhão, leste do Pará e sul do 
Tocantins, entre os rios Tocantins e Araguaia. 
13 
2 ATIVIDADES E MÉTODOS 
A disciplina prática Estágio de Campo I foi dividida em três fases para chegar à 
elaboração do relatório final, sendo estas: as fases Pré-Campo, Campo e Pós-Campo. 
2.1- FASE PRÉ-CAMPO 
Na fase pré-campo foram realizadas as atividades relacionadas à preparação da 
fase campo. Essas atividades partem de aulas teóricas e orientações básicas, 
apresentação de seminários em sala de aula sobre os possíveis ambientes de 
sedimentação da área estudada, além da realização de uma síntese bibliográfica, das 
práticas cartográficas e consequente elaboração de uma base cartográfica para com a 
área a ser mapeada, e a confecção de um relatório pré-campo.
Na síntese bibliográfica é onde se obtém informações pretéritas sobre a geologia 
regional da área, através de artigos, livros, sites e recursos de biblioteca disponibilizados 
pelos professores. 
As práticas cartográficas estão relacionadas com a utilização das imagens de 
satélite Landsat, SRTM e mapa topográfico, para a identificação e fotointerpretação dos 
traços de drenagem, relevo, alinhamento, dentre outros. E de maneira adequada, 
possibilitou a realização de uma base cartográfica, onde foram confeccionados quatro 
mapas fotointerpretados sendo-os: drenagem, relevo, fotoalinhamentos e fotolitológico, 
além do mapa de logística, todos em escala 1:25000. Foi utilizado o método-sistemático 
de Soares e Fiore (1976), além do uso de softwares para o processamento de imagens, 
como o ArcGIS 9.3; Google Earth 7.1; Global Mapper 13; QGis 2.0.1. 
Após essas etapas, foi possível a elaboração do relatório pré-campo, com 
informações da fotointerpretação dos mapas confeccionados e influência direta da 
síntese bibliográfica da regional. 
14 
2.2- FASE CAMPO 
Esta fase se realizou no dia 24 de Agosto, tendo fim no dia 27, iniciada com 
logística da área a partir do mapa de logística que foi confeccionado na fase pré-campo, 
onde foi possível observar a área mapeada com mais detalhe, obtendo dados sobre a 
geologia local, como a sua geomorfologia, a litologia e litoestratigrafia, e extração de 
medidas de fraturas expostas. 
O mapeamento da área foi feito em dois dias (25 e 26 de Agosto) ao longo de 
afloramentos de corte de estrada, afloramentos naturais e próximos a pequenas 
drenagens, onde foi possível extrair dados sobre estruturas sedimentares, cor e 
granulometria dos sedimentos, espessura e desenhos panorâmicos das camadas, assim 
como a construção de perfis. Foi possível obter 13 pontos com dados de campo, todos 
com suas respectivas coordenadas de GPS. 
2.3- FASE PÓS-CAMPO 
Esta fase as equipes abrangem o conteúdo das fases pré-campo e campo, 
fazendo a revisão e interpretação de dados, onde por fim se pôde construir o mapa
geológico da área, e a elaboração dos perfis e colunas estratigráficas a partir da análise 
de parâmetros sedimentológicos com utilização de softwares como o Corel Draw X5 e 
Paint. Foi realizada a correção de mapas da fase pré-campo, e construção do mapa 
geológico final; e a elaboração a partir dos dados obtidos e interpretados com o auxílio 
dos mapas confeccionados, de um modelo evolutivo tectono-sedimentar da área 
mapeada. Tendo fim o Estágio de Campo I, com a defesa do trabalho de mapeamento, 
pelas equipes e entrega do relatório final que reune todas as informações obtidas ao 
longo das três fases de campo. 
15 
3 GEOLOGIA REGIONAL 
A Bacia sedimentar do Parnaíba está contida na Província Parnaíba, ocupando 
uma extensão de aproximadamente 400.000 km², abrangendo os estados do território 
brasileiro, Maranhão, Piauí, além de recobrir partes do Pará, Tocantins e Ceará ( GÓES; 
FEIJÓ, 1994). 
Devido à gênese e idades geológicas distintas, a Bacia do Parnaíba foi dividida 
em 5 supersequências: siluriana, mesodevoniana-eocarbonífera, neocarbonífera-eotriássica, 
jurássica e cretácea. 
A proposta estratigráfica adotada neste trabalho fora de Vaz et al. (2007). 
3.1 ARCABOUÇO TECTÔNICO 
A Província Parnaíba foi desenvolvida sobre um embasamento continental 
durante o Estádio de Estabilização da Plataforma Sul-Americana. Apresenta uma 
morfologia circular e quase elíptica no seu depocentro com sua parte mais alongada 
orientada no sentido NE-SW, derivada por ação do tectonismo evidenciado por flexuras, 
lineamentos e falhamentos que originaram as estruturas grabenformes. (ALMEIDA; 
CARNEIRO, 2004). 
A Província do Parnaíba é limitada geologicamente ao norte pelo Cráton de São 
Luís, ao Sul pela Faixa de dobramentos Brasília, a leste pelo Cráton do São Francisco e 
pela Faixa de Dobramentos Nordeste, e a oeste pelo Cráton do Amazonas (FIGURA 04). 
A maior influência da sedimentação pós-ordoviciana para a Bacia do Parnaíba, 
aconteceu durante o período fini e pós-orogênicos do Ciclo Brasiliano cujos pulsos
propiciaram a geração de grábens distribuídos ao longo de toda a extensão da bacia 
(VAZ et al., 2007). Esses autores confirmam que o controle inicial do depocentro da 
Bacia do Parnaíba eram as estruturas grabenformes que foram interpretadas no seu 
substrato. Esses sítios deposicionais, ou riftes precursores da Bacia do Parnaíba, seriam 
correlacionáveis ao Gráben Jaibaras e a outros grábens como, por exemplo, Jaguarapi, 
Cococi e São Julião, situados na Província Borborema, que foram gerados em um 
sistema de riftes do final do Proterozoico e início do Paleozoico (VAZ et al., 2007, 
OLIVEIRA; MOHRIAK, 2003). 
16 
Figura 04: Limites geológicos da província do Parnaíba. Fonte: SANTOS & 
CARVALHO, 2009
Recentemente, pesquisadores levantaram a hipótese de que a subsidência inicial 
das bacias paleozoicas originou-se de um processo semelhante à de um rifte ativo, 
marcado pela presença de vulcanismo na base de algumas delas, evidenciando 
prenúncio de esforços distensionais (ZALÁN, 2004). 
Já no final do evento do Ciclo Brasiliano na Bacia do Parnaíba, quando acontecia 
a transição do Cambriano para o Ordoviciano, o resfriamento e a contração da litosfera 
favoreceram a formação de falhas normais e a ativação de antigas estruturas lineares. 
Dois sistemas de falhas normais, associados à diaclasamentos paralelos, teriam 
transformado a Bacia num mosaico de losângulos, surgindo assim, um quadro tectônico 
e estrutural dominado por grandes falhamentos normais e fossas desenvolvidas ao 
longo de zonas de fraqueza crustal antiga. Estas zonas são bem representadas na Bacia 
do Parnaíba por expressivos lineamentos, destacando-se o Transbrasiliano e Picos- 
Santa Inês como as principais feições estruturais, e sendo importantes, pois controlaram 
as direções dos eixos deposicionais até o Eocarbonífero. A Zona de Falha 
Transbrasiliana, também chamada de Lineamento Transbrasiliano, constitui uma faixa 
altamente estruturada no sentido NE-SW, que abrange um complexo de falhas normais 
e transcorrentes, altos estruturais e grábens com eixos paralelos às falhas. No interior da 
Bacia do Parnaíba, o Lineamento Transbrasiliano é demarcado por falhas orientadas no 
sentido NE-SW que cortam seções paleozoicas e mesozoicas, bem como por diques de 
diabásio orientados no mesmo sentido (CUNHA, 1986; VAZ et al., 2007), conforme a 
figura 5. 
17 
Figura 5: Posição das principais 
lineamentos e feições estruturais da 
Província do Parnaíba. 
Fonte: Fernandes, 2011; adaptado 
de informações obtidas de CUNHA, 
(1986), GÓES et al. (1990), SILVA et 
al.(2003).
Acompanhando os efeitos da separação dos continentes sul-americano e africano 
com consequente abertura do Oceano Atlântico Equatorial, ocorreu um significativo 
processo magmático intrusivo e extrusivo (GÓES et al.,op.cit), que foi responsável por 
falhamentos de pequeno rejeito, dobras e outras estruturas (VAZ et al., 2007). 
Os principais elementos tectônicos regionais do Mesozoico foram a Estrutura de 
Xambioá orientada em E-W, localizados na parte central da bacia; o Arco Ferrer-Urbano 
Santos delimitando as pequenas bacias marginais em associação à abertura do 
Atlântico Sul Equatorial, e o Alto do Rio Parnaíba (AGUIAR, 1969; REZENDE; 
PAMPLONA, 1970; HASUI et al., 1991; GÓES, 1995 apud LIMA). De acordo com Cunha 
& Carneiro (1972) o Arco de Ferrer-Urbano Santos sofreu deslocamentos laterais devido 
à falhas transcorrentes, as principais de direção NE, ao longo dos rios Grajaú e 
Parnaíba. 
18 
3.2 DOMÍNIOS GEOMORFOLÓGICOS 
De acordo com Lima e Leite (1978) ao longo da sedimentação da Bacia do 
Paranaíba no decorrer do tempo geológico a variação climática nos seus diversos 
trechos e regiões influenciou diretamente na morfologia das camadas ali depositadas, ou 
seja, os parâmetros climáticos e litológicos controlaram em parte feições morfológicas da 
área. 
A Bacia do Parnaíba apresenta no embasamento Pré-Siluriano depressões 
circundantes, que foram denominadas de Depressão Periférica de Crateús, ao leste, 
Depressão Periférica do médio São Francisco, ao sudeste e Depressão Ortoclinal do 
médio Tocantins, ao sudeste. 
O relevo da bacia em questão é constituído de formas tabulares em cuestas nas 
suas bordas, passando pelos planos horizontais das chapadas, chapadões, mesetas, 
tabuleiros e colinas maranhenses ao centro e sul da bacia, seguidos pela planície 
litorânea que se estende até a costa do Atlântico. 
Ao centro e ao sul da Bacia a principal forma de relevo é tabuliforme. Esse tipo de 
relevo manifesta-se mais tipicamente nas áreas dominadas pelo Grupo Serra Grande e 
as formações Cabeças, Piauí e Sambaíba. Como essas formações são tipicamente 
arenosas nas quais a porosidade e permeabilidade dos sedimentos inibem a erosão 
superficial favorecendo assim a formação de extensos chapadões, chapadas e mesetas.
À medida que se aproxima da área litorânea, percebe-se uma eventual diminuição 
das altitudes das chapadas, passando de relevo tabuliforme a colinoso, com elevações 
arrasadas e baixas. Sobre as formações Motuca e Potí predominantemente nessa área 
possuem sedimentos pelíticos, os sedimentos dessas formações são impermeáveis e 
intensamente trabalhados e desgastados mais ou menos rapidamente pela ação erosiva 
das águas superficiais, fazendo com que o relevo assuma a forma colinosa. 
As mesetas vão se transformando em morros abaulados, baixos e isolados que 
tendem ao aplainamento total. Essa feição morfológica é representada nas formações 
Pimenteiras e Longá essencialmente constituídas por sedimentos pelíticos, porém 
encerrando horizontes areníticos subordinados. 
19 
3.3 LITOESTRATIGRAFIA, AMBIENTES SEDIMENTARES E REGISTRO FÓSSIL 
De acordo com Vaz et al. (2007) a Bacia do Parnaíba foi dividida em 5 
supersequências: siluriana, mesodevoniana-eocarbonífera, neocarbonífera-eotriássica, 
jurássica e cretácea de acordo com sua rochas sedimentares e 
magmáticas. Os principais grupos litoestratigráficos com suas respectivas formações 
são: Grupo Serra Grande (Formação Ipu, Tinguá e Jaicós), Canindé (Formação Itaim, 
Pimenteiras, Cabeças, Longá e Poti) e o Grupo Balsas (Piauí, Pedra de Fogo, Motuca e 
Sambaíba) (figura 6). 
3.3.1 Grupo Serra Grande (Siluriano) 
A sedimentação do Grupo Serra Grande data do período Siluriano, sendo que sua 
área de afloramento compreende quase que exclusivamente de uma estreita faixa na 
extremidade leste da bacia, bordejada por rochas do embasamento. Essa sequência 
corresponde ao ciclo trangressivo-regressivo completo. Esse grupo é composto 
cronologicamente pelas formações Ipu, Tinguá e Jaicós. 
A Formação Ipu é a unidade mais antiga com espessura máxima de 350 metros 
(VAZ et al.2007), composta por arenitos com seixos, conglomerados com matriz areno-argilosa 
e matacões de quartzo ou quartzito e arenitos de finos a grossos. Elas foram 
depositadas pelos ambientes glaciais proximais, glacio-fluvial, leques ou frentes
deltaicos (CAPUTO et al, 1984). Já na parte superior da Formação Ipu, menciona o 
Spinachitina erichseni, espécie esta comum de fácies laterais da Formação Tianguá. 
A Formação Tianguá é composta de arenitos cinza-claros de fino a médio, 
feldspáticos e de intercalações de siltitos e folhelhos cinza-escuros, bioturbados e 
micáceos, de folhelhos cinza-escuro, bioturbados, carbonáticos. A deposição se deu 
num ambiente de plataforma rasa (GÓES; FEIJÓ, 1994). E a espessura dessa formação 
é de no máximo de 200 metros (VAZ et al., op.cit). Para a Formação Tianguá Grahn 
(1992) reafirmou a idade mesosiluriana, com a identificação do microfóssil graptólito 
Climacograptus cf. scalaris, além de espécies de quitinozóarios e acritarcas. 
A Formação Jaicós é composta de arenitos cinza com tonalidades claras, creme 
ou amarronzada, grossos, contendo seixos angulares a subangulares, mal selecionados, 
friáveis, maciços ou com estratificação cruzada ou lenticular (CAPUTO, 1984). 
Provavelmente foram depositados em sistemas fluviais entrelaçados (GÓES; FEIJÓ, 
1994). E a espessura dessa formação é de no máximo de 380 metros (VAZ et al., op.cit). 
A Formação Jaicós apresenta idade neosiluriana e é afossilífera. (PETRI, 1983). 
20 
3.3.2 Grupo Canindé (Mesodevoniano-Eocarbonífero) 
As camadas dessa sequência afloram nas regiões leste e sudoeste da bacia e 
datam dos períodos Meso-devoniano ao Carbonífero Mississipiano e seus estratos 
foram depositados discordantemente em relação a sequência mais antiga. Esse grupo é 
composto cronologicamente pelas formações Itaim, Pimenteiras, Cabeças, Longá e Poti 
(CAPUTO, LIMA, 1984; GÓES, 1995). 
A Formação Itaim é composta por arenitos finos a médios com grãos 
subarredondados, bem selecionados. Na base dessa unidade observa-se um maior 
número de intercalações de folhelhos bioturbados, percebe-se uma granocrescência 
ascendente (DELLA FÁVERA, 1990). Esses sedimentos foram depositados em 
ambientes deltaicos e plataformais, dominados por correntes induzidas por processos de 
marés e de tempestades (Consoante GÓES; FEIJÓ, 1994). E a espessura dessa 
formação é de no máximo de 260 metros (VAZ et al.op. cit). 
A Formação Pimenteiras com sua ciclicidade deposicional mostra uma tendência 
para os sistemas transgressivos para o regressivo na passagem gradacional para a 
Formação Cabeças, que lhe é sobreposta (DELLA FÁVERA, 1990). A Formação
Pimenteiras é composta de folhelhos cinza-escuros a pretos, esverdeados, em parte 
bioturbados. E a espessura dessa formação é de no máximo de 320 metros (VAZ et 
al.op. cit). 
A Formação Cabeças é composta por arenitos cinza-claros a brancos, médios a 
grossos, com intercalações delgadas de siltitos e folhelhos e na sua parte superior há a 
ocorrência de diamictitos. E seu ambiente deposicional é glacial ou periglacial 
(CAPUTO,1984) por causa das evidências de pavimentos e seixos estriados e tilitos. 
Outro ambiente defendido por Góes e Feijó (1994) nessa formação é o plataformal sob a 
influência preponderante de correntes desencadeadas por processos de marés. E a 
espessura dessa formação é de no máximo de 350 metros (VAZ et al.2007). 
A Formação Longá é composta por folhelhos cinza-escuros a pretos, em parte 
arroxeados, homogêneos ou bem laminados, bioturbados. E podem apresentar sua 
porção média um pacote de arenitos e siltitos cinza-claros a esbranquiçados, laminados 
(LIMA; LEITE, 1978). E a espessura dessa formação é de no máximo de 220 metros 
(VAZ et al.op. cit). E o ambiente deposicional dessa formação é o de plataforma 
dominada por tempestade (GÓES; FEIJÓ,1994). As assembléias fossilíferas da 
Formação Longá, consistem de bivalves alongados, cilíndricos modiomórficos – 
Solemya (Janeia) sp., Modiomorphidae; lçmbraquiópodos Lingula, Orbiculoidea; 
“Schuchertella” sp.; Chonetes; pequenos trilobitas Metacryphaeus sp. com afinidade 
malvinocáfrica; ostracodes Kloedenia, Primitia; possíveis Tentaculites e restos de peixes. 
Apresenta abundância dos icnofósseis como por exemplo os Bifungites cruciformis, 
Rusophycuspiauiensis, Neonereites uniserialis, Sublorenzinia pauciradiata e 
Palaeophycus isp. 
A Formação Poti compreende um ciclo de estratos que pode ser dividido em 
duas porções, a inferior é formada de arenitos cinza esbranquiçados, médios, com 
lâminas dispersas de siltito cinza-claros, e a superior de arenitos cinza, lâminas de 
siltitos e folhelhos com alguns níveis de carvão (LIMA; LEITE, op. cit). Sua deposição 
aconteceu em deltas e planícies de maré, às vezes sob a influência de tempestades 
(GÓES; FEIJÓ, op.cit). E a espessura dessa formação é de no máximo de 320 metros 
(VAZ et al., op.cit). E seu contato com a primeira formação do Grupo Balsas é 
discordante erosivo. De acordo com Caputo (1984), movimentos epirogênicos 
ascendentes e uma regressão de extensão global teriam conduzido essa erosão na 
bacia. Na Formação Poti ocorrem os microfósseis de idade mesocarbonífera 
21
(esporomorfos) ao longo de todo o pacote sedimentar. Além das espécies Spelaetriletes 
pretiosus, Raistrickia clavata, Colatisporites decorus, Prolyspora rugulosa (LOBOZIAC et 
al., 1992). 
22 
3.3.3 Grupo Balsas (Neocarbonífero-Eotriássico) 
A sedimentação do Grupo Balsas iniciou-se no Carbonífero Pensylvaniano com a 
deposição da Formação Piauí e encerrou seu ciclo de sedimentação no Neo-Triássico 
com a Formação Sambaíba. As formações Piauí, Pedra de Fogo, Motuca e Sambaíba 
desse grupo afloram principalmente nas regiões centro-sul e parte das regiões oeste e 
leste-nordeste da bacia. 
A formação Piauí foi dividida em duas sucessões (LIMA; LEITE, op. cit) sendo 
uma inferior e outra superior: a inferior, formada por arenitos cor-de-rosa, médios, 
maciços ou com estratificação cruzada de grande porte e intercalações de folhelho 
vermelho, e a superior, formada de arenitos vermelhos, amarelos, finos a médios, 
contendo intercalações de folhelhos vermelhos, calcários e finas camadas de sílex. Lima 
e Leite (1978) interpretaram um ambiente fluvial com contribuição eólica e breves 
incursões marinhas, num clima semi-árido a desértico para essa formação. E a 
espessura dessa formação é de no máximo de 340 metros (VAZ et al., op. cit). Na 
Formação Piauí há o predomínio dos microfósseis Monosaccites e Disaccites, 
apresentando assim, idade pensilvaniana (MULLER, 1962). 
A formação Pedra de Fogo é composta por arenito fino a médio róseo, e, 
eventualmente, dolomito, por sílex, calcário oolítico e pisolítico creme a branco, 
eventualmente estromatolítico, intercalado com folhelho cinzento e siltito (LIMA; LEITE, 
1978). Os contatos são concordantes com as formações Piauí e Motuca. Segundo Góes 
e Feijó (1994) a Formação Pedra de Fogo fora depositada num ambiente marinho raso a 
litorâneo com planícies de sabkha, sob ocasional influência de tempestades. A 
espessura dessa formação é de no máximo de 240 metros (VAZ et al.2007). Na 
Formação Pedra de Fogo apresenta como principal fóssil os grandes troncos 
petrificados denominados de Psaronius, além de dentes e escamas de peixes, restos de 
ostracodes, e estromatólitos colunares, com ramificações paralelas e pouco divergentes 
e laminação fina, convexa a parabólica. A partir da presença do anfíbio labirintodonte, foi
atribuído a essa Formação a idade permiana (SANTOS & CARVALHO, 2009; GÓES; 
FEIJÓ, 1994). 
A Formação Motuca, de acordo com Lima e leite (1978), é formada por arenito 
avermelhado, fino a médio, siltito e folhelho vermelho a violáceo, calcário e sílex com 
faixas oolíticas ou nodulares. Os sedimentos Motuca foram depositados num sistema 
desértico, com lagos associados (GÓES; FEIJÓ, 1994). A espessura dessa formação é 
de no máximo de 280 metros (VAZ et al., op.cit). Na Formação Motuca apresenta o fóssil 
gastrópodo Pleurotomaria sp. Além de alguns peixes encontrados semelhantes aos 
peixes permianos Paleoniscus e Elonichthys (MESNER & WOOLDRIDGE, 1964). E 
segundo CAPUTO (1984), essa Formação apresenta idade Neopermiano ao Eotriássico. 
A Formação Sambaíba de acordo com Lima e Leite, 1975, é composta por 
arenitos de coloração vermelhos a cor-de-rosa, creme-claro esbranquiçado, finos a 
médios, subangulosos a subarredondados. As dunas com estratificação cruzada de 
grande porte, contendo diversas feições típicas de sedimentos eólicos caracterizam 
rochas de um sistema desértico, com contribuição fluvial. A espessura dessa formação é 
de no máximo de 440 metros (VAZ et al., op.cit). A Formação Sambaíba é afossilífera 
corresponde ao final da desertificação da bacia. A interrupção da sedimentação é 
atribuída a um soerguimento generalizado devido à Orogenia Gondwana (ZÁLAN, 1991 
apud GÓES & FEIJÓ, 1994). 
23 
3.3.4 Sequência Jurássica 
Essa sequência é constituída pela Formação Pastos Bons que pode ser dividida 
em três partes de acordo com a sua litologia: na base predomina arenito branco ou com 
tonalidades esverdeadas, amareladas, fino a médio, grãos subarredondados e, 
geralmente, apresentam estratificação paralela e raras lentes de calcário. Na parte 
média da seção ocorrem siltito, folhelho/argilito cinza a verdes, comumente intercalados 
com arenito. A porção mais superior é formada de arenito vermelho/cor-de-rosa, fino, 
gradando para siltito, contendo níveis de folhelho (CAPUTO, 1984). De acordo Lima e 
Leite (1978), de leste para oeste, a Formação Pastos Bons jaz discordantemente sobre 
as formações paleozoicas Poti, Piauí, Pedra de Fogo e Motuca. A Formação Pastos 
Bons fora depositada em paleodepressões continentais, lacustrinas, com alguma
contribuição fluvial, em clima semi-árido a árido. A espessura dessa formação é de no 
máximo de 77 metros (VAZ et al., op. cit). 
A partir do conteúdo fossilífero (peixes, conchostráceos, ostracodes) atribui-se 
idade jurássica média a superior à Formação Pastos Bons, que foi depositada em 
paleodepressões continentais, lacustrinas, com alguma contribuição fluvial, (VAZ et 
al.,2007.) 
24 
3.3.5 Sequência Cretácea 
É constituída pelas seguintes formações: Codó, Corda, Grajaú e Itapecuru. Elas 
ocorrem principalmente na porção noroeste-norte da bacia e sobrepõe-se 
discordantemente sobre as rochas das sequências jurássicas. Uma relação de 
contemporaneidade entre os depósitos das formações Corda, Grajaú e Codó é proposta 
pelos autores desse texto e foi defendida anteriormente por Rezende (2002) e a 
espessura delas é de no máximo de 266 metros. 
A Formação Codó é constituída por folhelhos, calcários, siltitos, gipsita/anidrita e 
arenito são os principais litotipos e são frequentes níveis de sílex e estromatólito. 
Rossetti et al. (2001b) declaram que a Formação Codó faz parte do Neo-aptiano-Eo-albiano. 
Essa formação fora depositada em ambientes marinho raso, lacustre e flúvio-deltaico. 
Formação Corda é composta por arenitos vermelhos, castanho-avermelhados, 
muito finos/finos e médios, semifriáveis a semicoesos, ricos em óxidos de ferro e 
zeólitas. São comuns nessa unidade estratificações cruzadas de grande porte, 
“climbings” transladantes e “ripples”, fluxos de grãos e outras estruturas típicas de dunas 
eólicas Estruturas cruzadas de baixo ângulo e cruzadas acanaladas também ocorrem. 
Essa formação é do ambiente de sistema desértico e fora depositada em ambientes 
marinho raso, lacustre e flúvio-deltaico. Apresenta um pobre conteúdo fossílifero, 
ocorrendo pegadas que foram registradas em camadas de arenito, conchostráceos em 
níveis pelíticos lacustrinos, além de ostracodes e peixe Lepidus piauhyensis, admitindo 
assim uma idade neojurássica para esta Formação (CARVALHO e SANTOS, 2009). 
A Formação Grajaú é composta por arenitos creme-claro/esbranquiçado, creme-amarelado 
ou variegados, médios/grossos, subangulosos/angulosos, mal selecionados. 
Sendo comum a presença de seixos e de níveis conglomeráticos. Eventualmente
observam-se camadas de arenitos finos/muito finos e de pelitos. Estruturas cruzadas 
acanaladas e marcas de carga são abundantes. 
A Formação Itapecuru recobre discordantemente as formações Grajaú e Codó, 
consoante Rossetti et al. (2001a). Ela é composta por arenitos variegados, finos, friáveis, 
com diversas estruturas sedimentares, pelitos e arenitos conglomeráticos ocorrem, mas 
subordinadamente (ANAISSE JUNIOR et al. 2001). Os principais ambientes 
sedimentares observados são canal fluvial, laguna, canal de maré e litorâneo. Os 
ambientes mostram uma natureza transgressiva. E a espessura dessa formação é de no 
máximo de 724 metros. 
25 
3.3.6 Rochas Magmáticas 
Na Bacia do Parnaíba acomodaram-se as ígneas intrusivas (diques e soleiras) e 
extrusivas, de composição básica, as quais do ponto de vista estratigráfico foram 
divididas em duas unidades: Formação Mosquito e Formação Sardinha. Em 
subsuperfície, os diques e soleiras estão presentes em maior quantidade na sequência 
mesodevoniana-eocarbonífera e ocorrem também na sequência siluriana e são muito 
raros no Neocarbonífero-Eotriássico. 
Formação Mosquito foi o termo proposto por Aguiar (1971) para identificar 
derrames basálticos com intercalações de arenitos que afloram no rio homônimo, ao sul 
da cidade de Fortaleza dos Nogueiras (MA). Sua espessura é de no máximo de 77 
metros. Esta formação não apresenta registro fossilífero. Esta Formação possui idade 
juro-triássica (AGUIAR, 1971). 
Formação Sardinha é composta por corpos de basalto, preto a roxo, mapeados 
entre as cidades de Fortaleza dos Nogueiras e Barra do Cordas, segundo Aguiar (op. 
cit). Sua espessura é de no máximo de 20 metros. Apresenta idade eocretácea, (GÓES; 
FEIJÓ 1994).
26 
Figura 6: Carta estratigráfica da Bacia do Parnaíba, VAZ et al,. 2007. Fonte: Boletim Petrobrás V.15- 
N 2.
27 
3.4 EVOLUÇÃO GEOLÓGICA 
A evolução da Província Parnaíba é atribuída à estruturação precursora 
relacionada aos pulsos finais do Ciclo Brasiliano ou Ciclo Tectono-orogênico Baicaliano 
entre final do Proterozoico e início do Paleozoico, responsável pela formação de grábens 
distribuídos por toda a bacia que foi preenchida por sedimentos imaturos, e a 
consolidação da plataforma que passou a servir de substrato da mesma. A influência 
desta tectônica no desenvolvimento da sedimentação pós-ordoviciana marcou 
pronunciadamente as primeiras fases deposicionais na bacia (GÓES et al.,1994). 
O desenvolvimento das sedimentações paleozoicas em extensas sinéclises teve 
como base uma plataforma construída a partir da união de placas tectônicas isoladas 
durante o Ciclo Brasiliano, sendo concomitante a todos os eventos deformacionais, 
metamórficos, ígneos, sedimentares e geomorfológicos típicos de orogêneses. Do 
Siluriano ao Jurássico, aconteceu uma fase de estabilização que foi marcada por 
calmaria tectônica e diferenciação no padrão de sedimentação, que foram essenciais 
para o desenvolvimento das sinéclises paleozoicas. As sinéclises se formaram 
independentemente das estruturas subjacentes locais e passaram a sofrer extensas 
transgressões e regressões marinhas regionais. Devido à subsidência, arcos regionais 
ergueram-se e circundaram as sinéclises, terminando por dividi-las. Sob uma intensa 
calmaria tectônica, entre o Jurássico e o Triássico, toda a plataforma ascendeu, 
limitando assim a sedimentação das sinéclises e provocando o fim das ingressões 
marinhas (ZALÁN, 2004). 
Ao longo da evolução termomecânica, foi estabelecida a grande depressão 
ordoviciana, sobre a qual se depositou a Sequência Siluriana, composta por sedimentos 
flúvio-deltaicos a marinhos rasos do Grupo Serra Grande. Com o prosseguimento dos 
processos termais, posteriormente, já com efeitos flexurais, foi depositada a Sequência 
Mesodevoniana-Eocarbonífera, constituída principalmente pelos sedimentos devonianos 
do Grupo Canindé (GÓES et al., 1990). 
No Devoniano, o desenvolvimento contínuo dos processos termais, aliado à 
influência de natureza flexural, resultou num aumento da sedimentação registrado pela 
Formação Jaicós do Grupo Serra Grande. O fim dessa sedimentação é caracterizado 
por uma expressiva discordância regional associada aos efeitos da Orogenia 
Eoherciniana ocorrida no Eocarbonífero, também representada na porção central da
bacia por falhamentos normais e estruturas ligadas à falhas reversas (GÓES et al., op. 
cit). 
Durante o Neocarbonífero, acima desta discordância regional, a sedimentação 
recomeça pelo soerguimento da borda leste da bacia e com progressiva desertificação, 
fase esta que corresponde ao Grupo Balsas (GÓES et al., op. cit) 
A bacia tornou-se ovalada no Permo-Carbonífero, porém no Triássico o ciclo 
28 
sedimentar foi interrompido, em consequência de um soerguimento generalizado. 
No Jurássico, os efeitos das fases iniciais da compartimentação da Gondwana, 
entre os continentes sul-americano e africano provocavam o magmatismo básico 
intrusivo e extrusivo na bacia, a partir da reativação de falhas. Seguido da deposição 
clástica, do Grupo Mearim: que configuram as formações Pastos Bons e Corda (GÓES 
et al., op. cit) 
Na bacia, o Cretáceo está representado por duas fases diferentes. Sendo a 
primeira relacionada a eventos tectônicos neocomianos, que é evidenciada por 
dobramentos compressivos com trends em NW e falhas reversas (GÓES; FEIJÓ, 1994). 
E segunda fase pelo encerramento do ciclo sedimentar, com uma deposição lacustre a 
continental das formações Codó/Grajaú e Itapecuru, limitadas à porção NW da bacia 
(GÓES et al., op. cit) 
Segundo Góes & Feijó (op. cit), a antí-sinéclise das Alpercatas, seria o resultado 
de eventos jurássicos precoces relacionados à abertura do Atlântico Sul. Nesse período, 
ocorreu a subsidência da região central da Província Parnaíba, ocasionando um sistema 
de riftes que contém rochas sedimentares flúvio-lacustres (formações Pastos Bons e 
Corda) e vulcânicas associadas, de idade jurássica e eo-cretácica (formações Mosquito 
e Sardinha). 
Com a abertura do Atlântico Sul foram gerados, no Cretáceo, novos depocentros, 
ao norte denominado Bacia do Grajaú, com sedimentação eólico-lacustre (formações 
Codó, Grajaú e Itapecuru) que atinge 800m de espessura, e a sul, denominado Bacia 
Espigão Mestre, com depósitos predominantemente flúvio-eólicos (Grupo Areado e 
Formação Urucuia) de cerca de 400m de espessura (FIGUEIREDO; RAJA GABAGLIA, 
1986). 
De acordo com o sugerido por Rosseti et al. (2001) os aspectos tectôno-sedimentares 
observados após o Grupo Balsas estão diretamente associados ao
processo de ruptura do Gondwana, sendo assim considerados como bacias de evolução 
distinta da Bacia do Parnaíba. 
29 
3.5 DIAGNÓSTICO GEOECONÔMICO 
Na Bacia do Parnaíba podem ser encontrados recursos minerais que garantem 
perspectivas bastante promissoras à região, os quais tiveram maior destaque no ínicio 
do século XX, com a procura de bens de natureza econômica, como combustíveis, 
carvão e petróleo, e águas subterrâneas. Como exemplo desses recursos minerais 
potencialmente econômicos, podem-se destacar as rochas geradoras do petróleo, sendo 
os folhelhos silurianos e devonianos das formações Tianguá, Pimenteiras e Longá. 
Ígneas básicas jurotriássicas e cretáceas contribuíram para a maturação da matéria 
orgânica. 
Os principais reservatórios são os arenitos da Formação Cabeças com idade 
devoniana, onde são capeados por folhelhos também devonianos. Arenitos silurianos, 
capeados por folhelhos transgressivos silurianos e reservatórios carboníferos e 
permianos, selados por evaporitos permianos, são reservatórios potenciais. Além de 
contribuírem para a maturação, sills de diabásio também podem funcionar como 
selantes. Na formação Cabeças há um aqüífero localizado na região de Cristino Castro 
(PI) onde se desenvolve poços jorrantes descobertos em 1970 pela CPRM. Na Região 
de Pedro II na Bacia do Parnaíba tem exploração de opalas de alto valor gemológico. 
A Formação Pimenteiras é considerada como a unidade potencialmente geradora 
de hidrocarbonetos – petróleo; ferro oolítico, com dois níveis oolíticos ferruginosos que 
servem como camadas-chave na citada região (ALMEIDA, 2004); a ocorrência de piritas, 
onde os sedimentos nos quais a pirita aparece dispersa, são habitualmente clásticos 
finos, descritos como folhelhos, siltitos e arenitos finos; fosfatos, sendo encontrados em 
vários níveis litológicos. 
Os jazimentos de calcário da borda oeste da Bacia do Parnaíba estão associados 
à Formação Pedra de Fogo (Grupo Balsas) ocorrendo numa faixa marginal do rio 
Araguaia e nas proximidades do rio Tocantins. A mina de Vila Itamirim, que produz 
calcário para corretivo de solos, possui reservas de 58 Mt com 44,4% de CaO e 7,9% de 
MgO. Ocorrendo também exploração de calcários na formação Piauí (GÓES, 1993).
Outras variedades de bens econômicos ocorrem na área, são bens minerais a 
exemplo do ferro, níquel, ametista, do cristal de rocha, do calcário, do diamante dentre 
outros. Sendo observado que a atividade garimpeira se encontra quase que totalmente 
inativa. (PROJETO SEPLAN FOLHA XAMBIOÁ, 2004). 
30 
4 DADOS FOTOINTERPRETATIVOS 
A partir da junção de informações obtidas nas fases pré-campo e pós-campo, 
fora possível realizar a análise de drenagem, relevo, fotoalinhamento e fotogeológico da 
área mapeada. 
4.1. ANÁLISE DE DRENAGEM 
De acordo com Soares & Fiori (1976), é possível identificar zonas homólogas de 
drenagem em uma determinada área. Este método baseia-se na separação de faixas ou 
zonas homólogas com posterior interpretação de suas propriedades, consistindo em 
uma análise das propriedades das formas de drenagem. 
A partir da análise dos padrões de drenagem foi possível estabelecer dois tipos 
de zonas homólogas para a área XI (figura 7), com o padrão dendrítico e o 
subdendrítico, provocadas, provavelmente, por controle litológico ou litoestrutural (LIMA, 
2002). 
v Zona homóloga I 
Nessa zona o padrão definido é o dendrítico, e está localizado ao centro-sul da 
área. Sendo constituído por feições arborescentes de densidade baixa a média, com 
tropia tridirecional, moderadamente estruturada, apresentando sinuosidade mista e baixa 
a média angularidade. E ainda apresentam moderadamente assimétricos. Além da 
ocorrência de algumas formas anômalas de drenagem em cotovelo e em arco.
31 
v Zona homóloga II 
O segundo padrão de drenagem encontrada na área é o subdendrítico 
diferenciando-se do dendrítico pela diminuição de suas ramificações e um controle mais 
sinuoso em seu percurso, apresentando tributários paralelos que se unem ao rio 
principal (SOARES e FIORI, 1976). Caracterizada por ter densidade fraca, sinuosidade 
mista, angularidade de média a baixa, com tropia bidirecional, assimetria fraca. E 
apresentam anomalias de drenagem representadas principalmente pela presença de 
cotovelos (tabela 01). 
CARACTERÍSTICAS 
ZONA I 
ZONA II 
PADRÃO DENDRÍTICO SUBDENDRÍTICO 
DENSIDADE MÉDIA A BAIXA BAIXA 
SINUOSIDADE MISTA MISTA 
ANGULARIDADE MÉDIA A BAIXA MÉDIA A BAIXA 
TROPIA TRIDIRECIONAL BIDIRECIONAL 
ASSIMETRIA MODERADA FRACA 
ANOMALIAS COTOVELOS E ARCOS COTOVELOS 
Tabela 1: Características das drenagens da área XI.
32 
Figura 7: Mapa de drenagem e zonas homólogas. 
4.2 ANÁLISE DE RELEVO 
As Zonas Geomorfológicas são definidas como um conjunto de formas 
semelhantes ou arranjo de tipologia de modelados, padrões ou unidades de relevo. Tais 
aspectos são resultantes de um tipo de morfogênese, além da combinação de aspectos 
fisiográficos regionais, como a vegetação, solos e clima. A reunião de vários indicadores 
é o instrumento adequado para a separação do relevo em zonas geomorfológicas 
(MOREIRA et al., 2008). 
Para tanto, foram feitas análises de imagens de satélite e seus respectivos tons 
de cores, semelhanças topográficas e a assimetria presente no relevo. 
Tais características levaram-se a definir que a morfologia dominante na área em 
estudo se apresenta com perfis suavizados e topos frequentemente aplainados, devido 
ao intenso desgaste provocado pelo intemperismo e erosão, separados por vales 
abertos e preenchidos por sedimentos inconsolidados.
A partir dessa aglutinação de informações, o relevo da subárea foi 
compartimentado em cinco zonas homólogas (figura 9), e separado por limites definidos. 
33 
Figura 8: Mapa de Zonas Homólogas de Relevo. 
v Zona Homóloga I 
A zona homóloga I é representada no mapa pela cor amarela, possui o menor 
nível topográfico suas cotas variam de 215 a 225 metros. É caracterizada por apresentar 
uma aparente textura lisa. Sendo que o grau de dissecação é alto, e assimetria fraca. 
v Zona homóloga II 
A zona homóloga II localiza-se no leste e centro sul da área. Sendo representada 
no mapa pela coloração alaranjada e suas cotas variam de 230 a 275 metros. Possui 
textura lisa, levemente ondulada, caracterizado por terrenos baixos e mais ou menos 
planos. E o grau de dissecação é transicional.
34 
v Zona homóloga III 
A zona homóloga III localiza-se no leste e centro sul da área. Sendo representada 
no mapa pela cor verde e suas cotas variam de 275 a 365 metros. Essa zona é formada 
pelas escarpas podendo ser classificada como côncavo-retilíneo-convexa com quebras 
positivas e negativas. São consideradas fracamente assimétricas. É caracterizada com 
vales bem formados e vertentes assimétricas. E o grau de dissecação é baixo. 
v Zona homóloga IV 
A zona homóloga IV localiza-se centro-norte da área. Sendo representada no 
mapa pela cor avermelhada e suas cotas variam de 370 a 450 metros. Essa zona é 
caracterizada por forma de relevo de mesa, com textura rugosa. Nessa zona as feições 
são geralmente aplainadas, com quebras positivas e negativas. O relevo é 
moderadamente assimétrico e o tipo de encosta é côncavo. E baixo grau de dissecação. 
v Zona homologa V 
A zona homóloga V localiza-se ao nordeste e ao sudeste da área. Sendo 
representada no mapa pela cor roxa e suas cotas variam 450 a 465 metros. Essa zona é 
formada pelas feições mais elevadas da área, são caracterizadas por ter textura rugosa. 
O relevo é fracamente assimétrico. E com baixo grau de dissecação. 
4.3 ANÁLISE DE FOTOALINHAMENTOS 
Foram confeccionados mapas de fotoalinhamentos de drenagem e de relevo a partir 
de aspectos que seguem certa feição orientada, tanto da drenagem quanto do relevo, 
onde se encontra com altos desníveis topográficos (escarpas), obtendo assim os 
principais alinhamentos da área estudada. E a partir deles foram agrupados os principais 
domínios estruturais de acordo com suas respectivas orientações preferenciais, a 
análise das direções ocorreu através da utilização do diagrama de roseta e do mapa 
efetuado (figura 9 e 10).
A partir da análise dos alinhamentos do diagrama de roseta e do mapa de 
drenagem e de relevo foi possível observar três direções preferenciais, onde foi feito 
uma equiparação dos resultados com as estruturas do Ciclo Brasiliano. 
O primeiro domínio de alinhamento é o NE/SW podendo ser associados ao 
Lineamento Transbrasiliano que cortam seções paleozoicas e mesozoicas, bem como 
por diques de diabásio orientados no mesmo sentido (CUNHA, 1986; VAZ et al., 2007). 
Já no segundo domínio o alinhamento mais expressivo tanto de drenagem quanto 
de relevo NW/SE tanto de relevo como o de drenagem são os mais expressivos da área 
e essa direção pode ser associada diretamente pela influência do Picos-Santa Inês que 
corta a bacia de noroeste a sudeste. 
O terceiro domínio de alinhamento de relevo e de drenagem apresenta-se 
orientado em direção W-E. Esses alinhamentos podem ser relacionados ao Arco 
Xambioá desenvolvido no Mesozóico sobre as sequências sedimentares Paleozóicas. 
35 
Figura 9: Diagrama de rosetas mostrando as principais direções dos alinhamentos; 
A:alinhamentos de relevo; B:alinhamentos de drenagem.
36 
Figura 10: Mapa de alinhamentos de drenagem e relevo da área IX. 
4.4 ANÁLISE FOTOGEOLÓGICA 
A partir da fotoanálise de drenagem, relevo e fotoalinhamentos da área IX, foi 
possível associa-las as possíveis Formações da Bacia do Parnaíba . De acordo com a 
fotoanálise de drenagem relacionada à textura de relevo, foi possível identificar três 
unidades geológicas. 
Unidade I 
Essa unidade pode ser associada aos depósitos aluvionares quaternários sendo 
eles depósito de cascalho, areia, argila das formações da área.
37 
Unidade II 
Essa unidade é caracterizada por um padrão de drenagem dendrítico com 
densidade baixa a média, sendo relacionada com uma litologia pouco resistente a 
erosão. E como a dissecação nesse local é relativamente alta, os agentes erosivos tem 
uma alta influencia, transformando os vales em formas de U. Tais características podem 
ser associadas com fácies pelíticas sendo a possível relaciona-los com a Formação 
Motuca, Corda, Pastos Bons e Poti (LIMA, 1978). 
UNIDADE III 
Como essa unidade é representada pelas escarpas sendo caracterizada com vales 
bem formados e vertentes assimétricas com grau de dissecação baixa. Podendo 
associar esse tipo de feição com as formações tipicamente arenosas, sendo possível 
relaciona-las com a Formação Sambaíba, Cabeças, Piauí (LIMA, 1978). 
UNIDADE IV 
Essa unidade é caracterizada por um padrão de drenagem subdendrítico com 
densidade baixa. Nessa zona as feições são geralmente aplainadas. O relevo é 
moderadamente assimétrico. Esse tipo de relevo com essa drenagem mostra-se 
bastante resistente aos agentes de intemperismo. A partir de análise feitas no Google 
Earth, observou-se que a coloração do solo é avermelhada e associando isso com 
outras características já citadas, pode se deduzir que a possível Formação é a Mosquito, 
porém pode relaciona-las com as Formações Corda e Motuca. 
UNIDADE V 
Essa unidade é caracterizada pelas texturas de relevo de cotas mais 
elevadas, podendo ser associadas ao relevo resistente a erosão, pode-se deduzir que 
seja a Formações Piauí, Sambaíba, Cabeças (LIMA, 1978).
38 
5 GEOLOGIA LOCAL 
A área mapeada abrange 6km2, e está localizada próxima à cidade de 
Babaçulândia seguindo pela TO-010 sentido Wanderlândia, na parte sudoeste da Bacia 
do Parnaíba no estado do Tocantins. De acordo com levantamentos de dados em 
campo, a partir da análise de litofácies, solo, vegetação e relevo, além de dados 
estruturais e de drenagem, foram definidas três unidades geológicas. Sendo estas, a 
formação Sambaíba do Mesotriássico, a referente aos derrames basálticos da formação 
Mosquito do Eojurássico e outra caracterizada pelos sedimentos aluvionares do 
Quaternário. Com isso, será possível demonstrar um modelo evolutivo para melhor 
entender a área estudada. 
5.1 Geomorfologia 
Para efetuar este diagnóstico de geomorfologia fez-se necessário a descrição 
das principais unidades geomorfológicas e suas características dinâmicas, caracterizar 
os diversos padrões de relevo e os diferentes graus de suscetibilidade ao 
desencadeamento de movimentos de massa e processos erosivos. A compartimentação 
do modelado geomorfológico baseia-se na homogeneidade das formas de relevo e na 
sua gênese comum, em relação aos fatores litoestruturais e climáticos, procurando-se 
descrever as paisagens típicas da região estudada. 
A região da área é evidenciada pela alta amplitude topográfica destas 
elevações, marca a existência de um domínio geomorfológico em que predominam 
encostas de alta declividade, escarpadas, com vales entalhados. Esta região apresenta 
grande potencial erosivo, inclusive movimentos de massa. No entanto, devido o 
ambiente não tão úmido típico das regiões tropicais, há predominância aí de quedas de 
blocos por ação da gravidade. Acima das escarpas íngremes, a geomorfologia encontra-se 
marcada pela presença de colinas amplas e suaves. 
Com relação à atual dinâmica do relevo, vale ressaltar a influência das 
variações climáticas ocorridas no Quaternário. Tais mudanças estão diretamente 
relacionadas com a dinâmica atmosférica. Segundo Bigarella et al. (1965), os eventos 
erosivos originados por estas alterações climáticas foram responsáveis pelo recuo lateral
das vertentes nos períodos mais secos e pelo entalhamento dos canais fluviais e 
alterações químicas das rochas nos períodos mais úmidos. 
A Geomorfologia da área de estudo é composta, primeiramente, por 
compartimentações de relevo formadas por processos morfotectônicos. Tais processos 
estão em associação a aspectos da geologia estrutural que tiveram morfologias 
influenciadas por aspectos climáticos pretéritos e atuais da região. Combinação essa, 
que resultou nas unidades geomorfológicas encontradas na área de mapeamento, 
sendo, portanto, representada de três maneiras na subárea XI, como colinas, relevo 
tabuliforme e superfícies aplainadas (figura11). 
39 
Figura11: Representação das unidades geomorfológicas da área mapeada, onde (A) 
indica o relevo colinoso, (B) o relevo escarpado e (C) as superfícies aplainadas. Fonte: 
Adaptado de Casseti (2006). 
v Unidades Geomorfológicas: 
Colinas: As colinas apresentam topo plano e declividades suaves, com cotas 
que variam em 390 a 450 metros e compreende uma maior porcentagem da área 
(~75%), sendo composto essencialmente por solo avermelhado derivado da 
decomposição do basalto. Ocorrendo, por vezes, morrotes convexos suavizados e topo 
levemente ondulado sustentado por lateritas roladas, na parte mais elevada do terreno 
com cotas entre 435 e 465 metros, (figura 12 A e B). A vegetação nesse setor é
basicamente xerófita e de galeria, apresentando árvores com galhos retorcidos e 
casquentos, um tanto longe umas das outras (figura 12 C e D). 
Figura 12: Detalhe do morrote em A e B. Detalhe da vegetação xerófita em D e tronco 
casquento em C. 
Tabuleiros: Estas formas de relevo estão suportadas pelos basaltos 
intemperizados da Formação Mosquito, além de subordinados arenitos silicificados e 
lateritas, sobrepondo às sequências arenosas da Formação Sambaíba, os quais se 
encontram com topos frequentemente aplainados separados por superfícies aplainadas, 
evidenciando em suas escarpas as estratificações cruzadas de médio a grande porte 
(figura 13) Como essa formação é tipicamente arenosa, a baixa porosidade e 
permeabilidade dos sedimentos inibem a erosão superficial favorecendo assim a 
formação de extensas mesas com escarpas íngremes e subverticalizadas, apresentando 
cotas que variam de 270 a 375 metros de altura, favorecendo uma vegetação um pouco 
mais densa e típica do cerrado e rasteira, além do solo de composição quartzosa e 
coloração creme-claro a rosado (figura14). 
40
Superfícies aplainadas: São superfícies de erosão modeladas, em geral, 
formadas por formas aplainadas, parcialmente conservadas, tendo perdido a 
continuidade em consequência de mudança morfogenética; geralmente médio a muito 
dissecadas e separadas por escarpas, apresentando padrão de drenagem dendrítica. 
Resultam, nessas superfícies, formas de topo aplainado, textura lisa a ondulada, que 
são recobertas frequentemente por material detrítico ou de alteração constituídas de 
sedimentos quaternários (figura 15). Apresentando cotas que variam de 220 a 265 
metros. E vegetação típica de cerrado e rasteira, com árvores de pequeno a médio porte 
e casquentas; sobrepondo um solo quartzoso de coloração rosa-alaranjada advindo da 
desestruturação dos arenitos da formação Sambaíba. 
41 
Figura 13: Detalhe do relevo tabuliforme. 
Figura 14: Vegetação densa do relevo tabuliforme.
42 
Figura 15: Detalhe das superfícies aplainadas. 
5.2 Litoestratigrafia e ambientes de sedimentação 
A litoestratigrafia da subárea IX fora dividida em três unidades sedimentares, 
a partir da análise e interpretação dos dados coletados nos treze pontos descritos 
em campo, bem como a correlação com as áreas adjacentes, o que proporcionou a 
confecção do mapa e o perfil geológico (figura 16) partir da localização dos pontos 
(Figura 17), onde foram coletadas as informações preponderantes para a correlação 
com a bibliografia da bacia do Parnaíba.
43 
Figura 16: Mapa e perfil geológico destacando as formações da área IX.
44 
Figura 17: Mapa de localização dos pontos mapeados da área IX. 
5.2.1 Unidade I 
Essa unidade apresenta material arenoso friável de tonalidade creme claro de 
granulometria fina a média, moderadamente selecionado, bastante poroso, 
encontrados geralmente no sopé das escarpas (figura 18) e em contato com a 
formação Sambaíba (figura 19).
Material 
inconsolidado 
Material 
inconsolidado 
45 
Figura 18: Ponto 09, GPS 0190667 9213712 Elevação 238 m, composto por material arenoso 
inconsolidado 
Formação 
Sambaíba 
Formação 
Sambaíba 
Figura 19: Ponto 13, GPS 0189208 92131520 Elevação 238 m, composto por material arenoso 
inconsolidado no topo e na base arenitos rosado com estrutura do tipo tabular de baixo ângulo da 
formação Sambaíba.
Pode se concluir que o responsável pela deposição desses materiais soltos, 
usualmente encontrados no sopé das escarpas e que foram transportados, 
principalmente, pela ação da gravidade ou, simplesmente, material decomposto, 
transportado por gravidade, ou seja, compreende como depósitos quaternário 
coluvionar. Essa unidade corresponde a 5% da área estudada. 
Entretanto nas margens das principais drenagens da área IX fora encontrado 
materiais de característica subaquosa, possuindo matérias inconsolidados de 
diversas origens misturados ao meio de raízes e folhas, sendo definido como 
depósitos quaternário aluvionar (figura 20) correspondendo a 1% da área estudada. 
46 
Figura 20: Ponto 10, GPS 0190885 9213700 elevação 230 m no aluvião localizado na margem 
do rio, composto por matérias de diversas fontes.
47 
5.2.2 Unidade II 
Nessa unidade, foi encontrados arenitos de tonalidades rosa-esbranquiçado, 
bem selecionado, de granulometria fina a média com estruturas sedimentares do 
tipo estratificação cruzada e tabular de baixo ângulo de grande porte (figura 21). 
Figura 21: Ponto 08, GPS 9213665 188448 elevação 344 m, afloramento artificial de beira de 
estrada composta por arenito com estratificação cruzada tabular de baixo ângulo. 
Na porção sudeste da área foram encontrados arenitos de coloração 
alaranjada a rosada, de granulometria fina a média, bem selecionados, com 
estruturas sedimentares do tipo estratificação cruzada tabular de baixo angulo de 
grande porte (figura 22).
Além desses arenitos foram encontrados blocos rolados de arenito de 
coloração creme-alaranjado, bem selecionado, de granulometria de fina a média, 
silicificado de diversas dimensões (figura 23). 
48 
Figura 22: Ponto 12, GPS 92131520 189208 elevação 295 m, afloramento artificial de beira de 
estrada composta por arenito com estratificação cruzada tabular de baixo ângulo.
Figura 23: Ponto 13, GPS 9213850 189189 elevação 330 m, afloramento com blocos rolados de 
arenito silicificado. 
Nas escarpas da área foram encontradas arenitos de coloração rosa-avermelhado, 
bem selecionados, de granulometria fina a media, com estruturas do 
49 
tipo cruzada tabular de baixo ângulo (figura 24 e 25). 
Figura 24: Escarpas com arenito com estratificação cruzada de grande porte de baixo ângulo.
Figura 25: Ponto 13, GPS 9213850 189189 elevação 345 m, afloramento natural de escarpa com 
estratificação cruzada de baixo ângulo. 
De acordo com o levantamento de campo e juntamente com a análise 
bibliográfica, pode-se concluir que o ambiente sedimentar responsável pela 
deposição contendo diversas feições típicas de sedimentos eólicos como as dunas 
com estratificação cruzada de grande porte, caracterizam rochas de um sistema 
desértico. Foi possível concluir que ocorreu uma mudança de direção do vento 
através da análise de estruturas cruzadas de grande porte evidenciado pelo 
truncamento dos sets, com contribuição fluvial. Sendo então definida como a 
formação Sambaíba que corresponde a 24% da área estudada. 
50
A porção noroeste da unidade é caracterizada por apresentar um arenito 
maciço de coloração vermelho marte, bem selecionado, de granulometria de fino a 
médio (figura 26 A e B). Foram encontrados na subárea solo amarelado laterítico, 
maciço de granulação média a grossa bastante intemperizado em contato com o 
arenito de coloração vermelho marte (figura 26 C) . 
51 
5.2.3 Unidade III 
A 
B C 
Figura 26: Ponto 01, GPS 9217718 185116 elevação 420 m, afloramento artificial de beira de 
estrada composto por arenito (A). Perfil de A. Ponto 2, GPS 9218252 185927 elevação 430 m, 
afloramento natural composto por arenito vermelho (B). Ponto 2.1 GPS 9218253 185937 
elevação 430 m, afloramento natural composto por arenito vermelho e solo lateritico (C).
Foi encontrado basalto in situ com esfoliação esferoidal, de coloração cinza 
arroxeado (figura 27 A). Na porção leste foi encontrada laterita de coloração preta 
avermelhada de granulometria fina a média (figura 27 B). 
52 
A B 
Figura 27: Ponto 03, GPS 921898 140402 elevação 400 m, afloramento natural com basalto in situ 
(A). Figura 00: Ponto 04, GPS 9214919 190030 elevação 430 m, laterita (B). 
Na porção centro oeste da subárea fora encontrado um contato do solo 
avermelhado composto essencialmente por silte com o solo lateritico de coloração 
amarelada mal selecionado de granulometria média a grossa, maciço e 
intemperizado (figura 28). 
Figura 28: Ponto 05, GPS 9216152 186044 elevação 433 m, afloramento natural de beira de 
estrada composto por siltito e laterita.
Na transição da formação Sambaíba para a formação Mosquito fora 
encontrada uma discordância do solo avermelhado de composição arenítica com o 
arenito bem selecionado e de granulometria fina, com coloração rosa esbranquiçado 
apresentando estratificação cruzada de grande porte do tipo tabular de baixo ângulo 
(figura 29). 
53 
Figura 29: Ponto 07, GPS 9213828 188294 elevação 374 m, afloramento natural de beira de 
estrada (A). Figura B: Zoom do contato do arenito rosa com o solo avermelhado. Figura C: Croqui 
de C. E perfil de (B).
De acordo com o levantamento de campo e juntamente com a análise 
bibliográfica pode-se deduzir que essa unidade faz parte das rochas magmáticas 
intrusivas e extrusivas de composição básica por apresentar intercalações de arenito 
com basalto Aguiar (1971), basalto in situ esferoidal e solo avermelhado 
característico de derrames basálticos, sendo portanto definida como formação 
Mosquito que corresponde a cerca 70 % da área mapeada. 
6 EVOLUÇÃO 
A partir da análise das etapas iniciais e de campo, foi possível definir as 
características da subárea IX, distinguir e individualiza-la em três unidades 
geológicas: Formação Mosquito, Formação Sambaíba e depósitos quaternários. 
Sendo que cada unidade apresenta idade e gênese distinta, logo a Formação 
Sambaíba é atinente a supersequência sedimentar do Grupo Balsas na Bacia do 
Parnaíba de idade Neocarbonífera-Mesotriássica. Sobreposta pela Formação 
Mosquito de idade Jurássica. 
Após vários processos pretéritos de evolução, desde a consolidação da 
correspondente fração continental, que posteriormente passou por três estágios até 
se tornar estável e denominar-se plataforma Sul-Americana, no Fanerozóico. Os três 
estágios foram: estágio de Estabilidade, estágio de Ativação e estágio Moderno. 
Para o entendimento do conjunto de mudanças evolutivas da área mapeada, é 
necessária a compreensão dos dois primeiros estágios de estabilização da 
Plataforma Sul-americana. 
Com a consolidação do supercontinente Gondwana, durante o estágio de 
Estabilidade ou ortoplataforma (Almeida 1967), ocorreu a formação de espessas 
coberturas descontínuas e diácronas devido a calmaria tectônica. E consequente 
formação das bacias paleozóicas no Brasil. 
As bacias se formaram onde, antes do Ciclo Brasiliano aglutinar o Gondwana, 
a crosta continental encontrava-se instável propícia a deformações, na qual sofria 
vários rifteamentos. Estes por sua vez, propiciaram a deposição da sedimentação do 
que veio a ser o embasamento das sinéclises. Várias orogenias no quadro mundial 
provocaram a ingressão de mares epicontinentais sobre a plataforma, denominando 
54
a fase talassocrática (Siluriano a Permiano), e assim depositando várias camadas 
sedimentares sobre as sinéclises paleozoicas tornando-as diacrônicas. 
Durante fase geocrática (Permo-Triássico a Jurássico), onde ocorreu a 
ascenção do território brasileiro como um todo decido a aglutinação de massas para 
a formação do Pangea, provocou uma calmaria tectônica e consequente não 
ingressão marinha. A aglutinação de massas através de orogenias que deram 
origem ao Pangea e o aquecimento devido a mudança no clima mundial, levaram o 
território da plataforma a ser palco de grande processo de aridez que se estendeu 
do Triássico ao Neocomiano. O que provocou uma megadesertificação, que foi um 
evento de magnitude própria levando a gerar uma sedimentação de natureza 
desértica sobre as bacias paleozóicas como a deposição da espessa camada 
siliciclástica da Formação Sambaíba (Almeida.,op.cit). 
O estágio de Ativação, assim chamado devido ao reavivamento tectônico, que 
foi dividido em três rifteamentos sobre a plataforma brasileira, se iniciou ainda sobre 
condições de aridez mundial como o primeiro rifteamento. Este ocorrera após a 
quebra do pangea, e posterior início de rompimento do Gondwana, dando origem a 
abertura do oceano Atlântico Norte no Neotriássico-Eocretáceo. No qual cedeu 
caminho para derrames de lavas basálticas que pôde ser evidenciado na área 
mapeada, apresentando característica básica. Compondo assim a Formação 
Mosquito, na forma de soleiras, que extravasou entre o Neojurássico e o 
Neocomiano sobre os sedimentos desérticos da Formação Sambaíba na Bacia do 
Parnaíba. 
A Formação Sambaíba apresenta características de ambientes desérticos, 
ratificando seu modelo de deposição sobre a bacia do Parnaíba evidenciada na área 
em estudo, como suas estratificações cruzada tabular e plano paralela de médio a 
grande porte e seus sedimentos finos a médios, subarredondados a subangulosos, 
de coloração avermelhados a rosados, além dos creme-claro, na sua maioria 
encontrando-se bem selecionados. A área não pode ser confundida com as 
características da Formação Motuca, devido esta ter evidências de ambiente 
desértico com influência sazonal, composto por sedimentos pelíticos típicos de lagos 
interdunas, formando certa ciclicidade entre camadas de sedimentos quartzosos e 
foscos com os pelitos. 
55
A estratigrafia da área, segundo a ordem cronológica dos eventos, mostra as 
características da Formação Mosquito, pela presença de basalto in situ, de 
coloração arroxeada com micropreenchimento das amígdalas por zeólitas, de 
coloração esbranquiçada aparentemente parecida com o talco, com esfoliação 
esfeiroidal. 
Devido o derrame de lavas basálticas ocorrido num pulso magmático, e 
terem sido colocado sobre as megas dunas eólicas da Formação Sambaíba, 
permitiu com que o relevo da área fosse sustentado pelo mesmo, como pelos 
arenitos silicificados, que são bastante resistentes a erosão, formando as grandes 
mesas tabuliformes. Porém, algo permitiu que ocorresse um grande ravinamento 
sobre a área expondo os arenitos na formação sotoposta, a qual foi se abrindo por 
processos intempéricos. Esses processos aturam no quaternário, além do transporte 
por gravidade, rios e vento, os quais levaram esses sedimentos arenosos de 
coloração amarelada a rosada e bem selecionados, que forma desestabilizados das 
formações sobrejacentes para uma área mais baixa, gerando um depósito 
quaternário, levando a configuração final até então, da área mapeada (figura 30). 
56
Figura 30: Modelo esquemático da 
evolução da subárea IX 
57
58 
7 CONCLUSÃO 
A elaboração deste mapeamento implicou na realização de um mapa 
geológico escala de 1:25.000 mostrando a distribuição das diferentes litologias e 
idade na área, onde estes são distribuídos em formações cronologicamente distintas 
dentro da bacia do Parnaíba. Além disso, foi possível estabelecer um modelo 
evolutivo da área mostrando os eventos que proporcionaram a configuração da área 
atual. 
A conclusão deste relatório só foi possível devido a descrição e interpretação 
de dados obtidos ao longo das três fases do Estágio de Campo I, onde se pôde 
verificar a relação de idades entre as sequências deposicionais e agrupá-las em três 
unidades litoestratigráficas, o que proporcionou a construção de um perfil geológico 
da área. Essas unidades foram a Formação Mosquito, a Formação Sambaíba e 
depósitos quaternários (aluvionar). Não foi possível a identificação de dados fósseis 
e nem de recursos minerais na área de estudo. 
Sendo assim, este trabalho como um todo, indubitavelmente, proporcionou 
uma ampliação e consequente maneira de por em prática o conhecimento geológico 
adquirido do curso até o presente momento. O estágio de Campo I, além de oferecer 
uma exposição dos conhecimentos de sala de aula, oferece ao discente uma prática 
para a vida profissional, de como agir em campo diante de situações difíceis e 
inesperadas.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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Geomorfométricos do Brasil. <http://www.dsr.inpe.br/topodata/dados.php>. 
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MAPEAMENTO NA BACIA DO PARNAÍBA NA ESCALA DE 1:100000, NO MUNICÍPIO DE BABAÇULANDIA-TO

  • 1. 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS FACULDADE DE GEOLOGIA Diego Teixeira Lima Silva Lourival Alves Ferreira Costa Mônica Hellen Araújo de Paula MAPEAMENTO GEOLÓGICO NA ESCALA DE 1:25 000 NO MUNICÍPIO DE BABAÇULÂNDIA-TO EQUIPE IX Marabá-PA Fevereiro/2014
  • 2. 2 Diego Teixeira Lima Silva Lourival Alves Ferreira Costa Mônica Hellen Araújo de Paula RELATÓRIO PRÉ-CAMPO DE ESTÁGIO DE CAMPO I EQUIPE IX Trabalho acadêmico apresentado à disciplina de Estágio de Campo I, do Curso de Graduação em Geologia da Universidade Federal do Pará, como avaliação parcial da disciplina. Docentes: Drª. Ana Valéria dos Reis Pinheiro PHD. Antônio Emídio de Araújo dos Santos Júnior Drº. Raimundo Nonato do Espirito Santo dos Santos Marabá-PA Fevereiro/2014 ÍNDICE DE FIGURAS
  • 3. 3 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... 5 1 – INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7 1.1 – OBJETIVOS ................................................................................................... 7 1.2 – LOCALIZAÇÃO E ACESSO ........................................................................... 7 1.3 – ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS ............................................................ 10 1.4 – ASPECTOS FISIOGRÁFICOS .................................................................... 10 1.4.1 – Clima ............................................................................................... 10 1.4.2 – Relevo ............................................................................................. 11 1.4.3 – Solo ................................................................................................. 12 1.4.4 – Vegetação ....................................................................................... 12 2 – ATIVIDADES E MÉTODO .................................................................................... 13 2.1 – ETAPA PRÉ-CAMPO ................................................................................... 13 2.2 – ETAPA DE CAMPO ..................................................................................... 14 2.3 – ETAPA PÓS-CAMPO .................................................................................. 14 3 – GEOLOGIA REGIONAL ....................................................................................... 15 3.1 – ARCABOUÇO TECTÔNICO ........................................................................ 15 3.2 – DOMÍNIOS GEOMORFOLÓGICOS ............................................................ 18 3.3 – LITOESTRATIGRAFIA, AMBIENTES SEDIMENTARES E REGISTRO FÓSSIL ................................................................................................................ 19 3.3.1 – Grupo Serra Grande ....................................................................... 19 3.3.2 – Grupo Canindé ............................................................................... 20 3.3.3 – Grupo Balsas .................................................................................. 22
  • 4. 3.3.4 – Sequência Jurássica......................................................................23 3.3.5 – Sequência Cretácea.......................................................................24 3.3.6 – Rochas Magmáticas......................................................................25 3.4 – EVOLUÇÃO GEOLÓGICA ...................................................................................... 27 3.5 – DIAGNÓSTICO GEOECONÔMICO ........................................................................ 29 4 – DADOS FOTOINTERPRETATIVOS ................................................................................ 30 4.1 – ANÁLISE DA DRENAGEM ...................................................................................... 30 4.2 – ANÁLISE DO RELEVO ............................................................................................ 32 4.3 – ANÁLISE DOS ALINHAMENTOS ........................................................................... 34 4.4 – ANÁLISE FOTOGEOLÓGICA ................................................................................. 36 5 – GEOLOGIA LOCAL ......................................................................................................... 38 5.1 – GEOMORFOLOGIA ................................................................................................ 38 5.2 – LITOESTRATIGRAFIA E AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO ............................... 42 5.2.1 – Unidade 1...................................................................................44 5.2.2 – Unidade 2...................................................................................47 5.2.3 – Unidade 3...................................................................................51 6 – EVOLUÇÃO DA ÁREA .................................................................................................... 54 7 – CONCLUSÃO .................................................................................................................. 58 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 59 4
  • 5. 5 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1: Localização da cidade de Babaçulândia, no estado do Tocantins............08 Figura 2: Acesso à cidade de Babaçulândia-To ( ponto B), a partir da cidade de Marabá-PA.................................................................................................................09 Figura 3: Localiazação da área 9...............................................................................09 Figura 4: Limites geológico da província do Parnaíba...............................................16 Figura 5: Posição das principais lineamentos e feições estruturais da Província do Parnaíba.....................................................................................................................17 Figura 6:Carta estratigráfica da bacia do Parnaíba....................................................26 Figura 7: Mapa de drenagem e zonas homólogas.....................................................32 Figura 8: Mapa de zona homóloga de relevo.............................................................33 Figura 9: Diagrama de rosetas mostrando as principais direções dos alinhamentos; A alinhamento de relevo; B alinhamento de drenagem............................................35 Figura 10: Mapa de alinhamentos de drenagem e relevo.........................................36 Figura 11: Representação das unidades geomorfológicas da área mapeada...........39 Figura 12: Detalhe do morrote em A e B. Detalhe da vegetação xerófita em D e tronco casquento em C..........................................................................................40 Figura 13: Detalhe do relevo tabuleiforme.................................................................41 Figura 14: Vegetação densa do relevo tabuleiforme.................................................41 Figura 15: Detalhe das superfícies aplainadas ....................;...................................42 Figura 16: Mapa e perfil geológico destacando as formações da área IX...............................................................................................................................43 Figura 17: Mapa de localização dos pontos mapeados da área IX...............................................................................................................................44 Figura 18: Ponto 09, GPS 0190667 9213712 Elevação 238 m, composto por material arenoso inconsolidado................................................................................................45 Figura 19: Ponto 13, GPS 0189208 92131520 Elevação 238 m, composto por material arenoso inconsolidado no topo e na base arenitos rosado com estrutura do tipo tabular de baixo ângulo da formação Sambaíba...................................................................................................................45 Figura 20: Ponto 10, GPS 0190885 9213700 elevação 230 m no aluvião localizado na margem do rio, composto por matérias de diversas fontes.........................................................................................................................46
  • 6. Figura 21: Ponto 08, GPS 9213665 188448 elevação 344 m, afloramento artificial de beira de estrada composta por arenito com estratificação cruzada tabular de baixo ângulo.........................................................................................................................47 Figura 22: Ponto 12, GPS 92131520 189208 elevação 295 m, afloramento artificial de beira de estrada composta por arenito com estratificação cruzada tabular de baixo ângulo...............................................................................................................48 Figura 23: Ponto 13, GPS 9213850 189189 elevação 330 m, afloramento com blocos rolados de arenito silicificado..........................................................................49 Figura 24: Escarpas com arenito com estratificação cruzada de grande porte de baixo ângulo.............................................................................................................. 49 Figura 25: Ponto 13, GPS 9213850 189189 elevação 345 m, afloramento natural de escarpa com estratificação cruzada de baixo ângulo........................................................................................................................50 Figura 26: Ponto 01, GPS 9217718 185116 elevação 420 m, afloramento artificial de beira de estrada composto por arenito (A). Perfil de A. Ponto 2, GPS 9218252 185927 elevação 430 m, afloramento natural composto por arenito vermelho (B). Ponto 2.1 GPS 9218253 185937 elevação 430 m, afloramento natural composto por arenito vermelho e solo laterítico (C)...............................................................................................................................51 Figura 27: Ponto 03, GPS 921898 140402 elevação 400 m, afloramento natural com basalto in situ (A). Figura 00: Ponto 04, GPS 9214919 190030 elevação 430 m, laterita (B)...................................................................................................................52 Figura 28: Ponto 05, GPS 9216152 186044 elevação 433 m, afloramento natural de beira de estrada composto por siltito e laterita...........................................................52 Figura 29: Ponto 07, GPS 9213828 188294 elevação 374 m, afloramento natural de beira de estrada (A). Figura B: Zoom do contato do arenito rosa com o solo avermelhado. Figura C: Croqui de C. E perfil de (B).................................................53 Figura 30: Modelo esquemático da evolução da subárea IX.....................................57 6
  • 7. 1 INTRODUÇÃO A Bacia do Parnaíba possui uma área remanente de cerca de 600.000 km2, apresentando formato elipsoidal alongado na direção NE-SW, a qual compreende as áreas do Maranhão, Piauí, partes do Pará, Tocantins e Ceará (Góes et al. 1992, apud Góes & Feijó, 1994). Esta Bacia é essencialmente de idade paleozoica, mesmo apresentando enormes coberturas de sedimentos mesozoicos (MESNER & WOOLDRIDGE, 1964 apud MONTEIRO, 1998). Este trabalho é referente à disciplina de Estagio de Campo I, que tem como objetivo maior o treinamento dos estudantes do Curso de Geologia da Universidade Federal do Pará campus de Marabá, a partir do mapeamento geológico na escala de 1: 25000, compreendendo uma área de 6 Km², o qual foi realizado na porção SW da bacia do Parnaíba, próximo ao município de Babaçulândia localizado a nordeste do estado do Tocantins. O presente relatório apresenta os resultados obtidos através das atividades de leituras bibliográficas, mapeamento geológico, confecção de mapas e perfis litológicos, com o propósito de traçar uma evolução geológica da região. 7 1.1 OBJETIVO O principal objetivo da disciplina Estágio de Campo I é realizar um mapeamento geológico numa escala de 1:25000 na região do município de Babaçulândia-TO em um terreno de baixa complexidade abrangendo 6 km2, através do levantamento de informações de campo sobre aspectos de caráter geomorfológico, litológico, estrutural, sedimentológico e estratigráfico, contribuindo assim com um melhor entendimento do arcabouço geológico local e da história evolutiva da área mapeada. 1.2 LOCALIZAÇÃO E ACESSO A área de estudo estabelecida para a disciplina Estágio de Campo I fica no município de Babaçulândia localizado no estado do Tocantins que faz parte da Bacia do Parnaíba. De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o município possui uma área de 1.788,442 km² e está inserida na Folha SB-23-Y-C-I,
  • 8. localiza-se a uma latitude 07°12’17’’ sul e a uma longitude 47°45’25’’ oeste, estando a uma altitude de 178 metros acima do nível do mar (Figura 1). Figura 1: Localização da cidade de Babaçulândia, no estado do Tocantins. Fonte: wikipedia.org/wiki/Babaçulândia Babaçulândia limita-se ao norte com os municípios de Darcinópolis e Wanderlândia, ao sul com o município de Filadélfia, a leste com o estado do Maranhão, e a oeste com Araguaína. A partir da cidade de Marabá-PA, o acesso à cidade de Babaçulândia-TO se dá pela rodovia BR-230, seguindo pela BR-153, em seguida a TO-010, e por último pela TO-478 (figura 2). 8
  • 9. Figura 2: Acesso à cidade de Babaçulândia-To ( ponto B), a partir da cidade de Marabá-PA. Fonte: maps.google.com.br/maps 9 . De acordo com o google maps, a área 9 localiza-se a 15,2 km da cidade de Babaçulândia na TO-010 sentido Wanderlândia-TO (Figura 3). Figura 3: Localização da área 9. Modificado Arc gis . Fonte: http: //www.emmti.com.br; http://br.viarural.com/mapa/tocantins
  • 10. 10 1.3 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS De acordo com o censo demográfico de 2010 realizado pelo IBGE, o município de Babaçulândia possui 10.446 habitantes. A cidade possui duas agências bancárias sendo uma o Banco Bradesco localizado na parte central do município e o outro o Posto de Atendimento Bancário Eletrônico (BUSCABANCO) e cinco unidades de saúde. A economia do município é baseada principalmente pela agropecuária e o turismo, sendo a agropecuária formada por pequenos e grandes produtores e o turismo é feito nas praias do Tocantins, pois tornam uma fonte de renda para a população ribeirinha. 1.4 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS De acordo com Lima e Leite (1978) a Bacia Sedimentar do Parnaíba ocorre em um contexto geográfico como uma grande região transicional em que os aspectos relacionados ao clima, relevo, solo e vegetação das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Amazônia se relacionam. 1.4.1 Clima Na Bacia do Parnaíba ocorrem quatro tipos climáticos: semiárido quente, tropical úmido, tropical semiúmido e equatorial (LIMA; LEITE, 1978). O clima semiárido quente predomina na parte oriental da Bacia do Parnaíba, abrangendo o estado do Ceará, Bahia e a região leste e sudeste do Piauí. Esse padrão climático tem como característica a baixa e média pluviometria anual geralmente inferior a 750 mm. A temperatura anual situa-se em torno de 25o a 30o. Em áreas com maior elevação, por influência da altitude, a temperatura é mais baixa e a pluviosidade maior. O clima tropical úmido predomina no norte e ao centro do Piauí, no litoral da baixada maranhense e na parte centro-norte do Maranhão. Possui como característica a precipitação anual em torno de 1.600 mm, com uma temperatura anual por volta de 28°C. O clima tropical semiúmido possui uma média pluviométrica em torno de 1.200 mm, a média de temperatura anual é de 28°C, porém no período de estiagem as
  • 11. temperaturas são mais elevadas, e podem ficar em alguns locais em torno de 38°C. Esse padrão climático abrange o interior do sul do Piauí e Maranhão e no estado do Tocantins, trecho sul paralelo de Araguaína. O clima equatorial possui média anual pluviométrica em torno de 2.500 mm, em distribuição quase uniforme, embora mais intensa entre novembro a junho. O período de chuvas abundantes ocorre de dezembro a maio, e outro mais seco de junho a novembro. A temperatura média anual é de 27°C e a umidade relativa do ar oscila entre 80 e 90%. Esse padrão climático predomina na parte ocidental do Maranhão, no trecho do estado do Pará incluído na Bacia e na região do Tocantins correspondente ao interflúvio entre os rios Tocantins e Araguaia. 11 1.4.2 Relevo De acordo com Lima & Leite (1978) o relevo da Bacia do Parnaíba em suas diversas unidades é influenciado diretamente pela sua litologia, cabendo aos fatores climáticos e estruturais um papel secundário. O relevo de extensos chapadões é causado pela inibição da erosão superficial nas formações essencialmente arenosas. Esse tipo de relevo manifesta nas formações Ipu, Tinguá, Jaicós, Cabeças, Piauí, Sambaíba e Urucuia . O relevo colinoso caracterizado por formas abauladas, o qual evolui muitas vezes para planícies suavemente onduladas, ocorrem predominantemente nas unidades pelíticas, nas quais os sedimentos impermeáveis são intensamente retrabalhados e desgastados pela erosão das águas superficiais. Esse tipo de relevo ocorre mais notavelmente nas formações Codó, Corda, Motuca, Pastos Bons e Poti. O relevo de modelados de mesetas da bacia ocorre quando há intercalação de arenitos inclusos em unidades pelíticas. Esse tipo de relevo ocorre nas formações Pimenteiras e Longá. Entretanto quando ocorre a destruição dos topos protetores das mesetas, elas vão se transformando em morros abaulados, baixos e isolados que tendem ao aplainamento total. Outras vezes o papel dessas intercalações é assumido por níveis de silexitos, alternando com leitos pelíticos em sequências bem estratificadas, representada pela Formação Pedra de Fogo. Então um relevo tabular é formado, com bordas bem
  • 12. escarpadas com aspectos de cuestas, aparecendo vales bem entalhados em forma de U. Tais feições também são observadas na Formação Piauí. Coberturas lateríticas, proporcionando o encouraçamento superficial, podem preservar feições tabulares de arrasamento, conforme é observado nos platôs modelados sobre a Formação Itapecuru, localizado no sul do Pará e oeste do Maranhão. 12 1.4.3 Solo Quanto aos aspectos pedológicos, de maneira geral os solos predominantes na região sul da Bacia do Parnaíba são mais profundos, de baixa fertilidade, textura média ou arenosa derivam das coberturas Tércio-quaternárias; enquanto aqueles mais rasos, baixa fertilidade, restrição de drenagem e petroplínticos desenvolveram-se a partir de rochas sedimentares páleo-mesozóica representados principalmente por latossolos e solos concrecionários (RIVAS, 1996). Já os solos da região norte da bacia apresentam-se pouco profundos e de baixa fertilidade, mostrando restrições de drenagem caracterizada pela presença de plintita e concreções lateríticas, tendo se desenvolvido a partir das rochas sedimentares paleozóicas-mesozóicas. Estes são representados principalmente por areias quartozas e solos concrecionários (RIVAS.,op.cit). Solos de elevada fertilidade natural, relacionados à alteração de rochas vulcânicas básicas e pelitos carbonatados, além de solos pouco desenvolvidos, oriundos de sedimentos fluviais presentes em terraços e planícies, são observados localmente, em pontos específicos da bacia (RIVAS, 1996). 1.4.4 Vegetação As principais associações florísticas da Bacia do Parnaíba são: caatinga, cerrado, floresta tropical e floresta equatorial. A caatinga é o tipo de vegetação tipicamente de clima semi-árido quente. Agrupa vegetais essencialmente xerófitos caracterizados por arbustos e árvores de pequeno porte. Recobre parte considerável do nordeste brasileiro e domina uma extensa faixa da borda oriental da bacia perdendo sua homogeneidade para o centro desta e passando para cerrado.
  • 13. O cerrado está associado ao clima quente e úmido e se estende particularmente da região centro e ao sul do Maranhão, sul e parte ocidental do Piauí, porção norte do Tocantins e oeste da Bahia. De acordo com a densidade e com o porte dos vegetais, os cerrados apresentam três feições fundamentais (GÓES, VELOSO, JAPIASSU, LEITE, 1973): Cerradão – densa concentração de árvores com altura de aproximadamente 6 m, que não se tocam entre si, acompanhadas de plantas lenhosas rasteiras e palmeiras anãs, Campo cerrado – árvores esparsas de porte entre 2 m e 5 m, separadas por tapete graminoso e Campo de gramíneas ou Capinzal – extensos trechos cobertos por vegetação baixa e graminóide. Na direção norte o cerrado cede gradualmente lugar a floresta tropical. A floresta tropical representa a transição da floresta amazônica e o cerrado. Sua área de predominância corresponde à parte centro-norte da bacia, passando a oeste para a floresta equatorial. A floresta equatorial é tipicamente de climas quentes, úmidos e super-úmidos. Apresenta dois aspectos distintos, sobre os platôs são observadas florestas de grande densidade, com árvores gigantes e nos trechos de depressão, correspondentes à calha dos vales fluviais, desenvolvem-se matas de menor altura. Ela ocorre no canto extremo noroeste da Bacia do Parnaíba, nas regiões oeste do Maranhão, leste do Pará e sul do Tocantins, entre os rios Tocantins e Araguaia. 13 2 ATIVIDADES E MÉTODOS A disciplina prática Estágio de Campo I foi dividida em três fases para chegar à elaboração do relatório final, sendo estas: as fases Pré-Campo, Campo e Pós-Campo. 2.1- FASE PRÉ-CAMPO Na fase pré-campo foram realizadas as atividades relacionadas à preparação da fase campo. Essas atividades partem de aulas teóricas e orientações básicas, apresentação de seminários em sala de aula sobre os possíveis ambientes de sedimentação da área estudada, além da realização de uma síntese bibliográfica, das práticas cartográficas e consequente elaboração de uma base cartográfica para com a área a ser mapeada, e a confecção de um relatório pré-campo.
  • 14. Na síntese bibliográfica é onde se obtém informações pretéritas sobre a geologia regional da área, através de artigos, livros, sites e recursos de biblioteca disponibilizados pelos professores. As práticas cartográficas estão relacionadas com a utilização das imagens de satélite Landsat, SRTM e mapa topográfico, para a identificação e fotointerpretação dos traços de drenagem, relevo, alinhamento, dentre outros. E de maneira adequada, possibilitou a realização de uma base cartográfica, onde foram confeccionados quatro mapas fotointerpretados sendo-os: drenagem, relevo, fotoalinhamentos e fotolitológico, além do mapa de logística, todos em escala 1:25000. Foi utilizado o método-sistemático de Soares e Fiore (1976), além do uso de softwares para o processamento de imagens, como o ArcGIS 9.3; Google Earth 7.1; Global Mapper 13; QGis 2.0.1. Após essas etapas, foi possível a elaboração do relatório pré-campo, com informações da fotointerpretação dos mapas confeccionados e influência direta da síntese bibliográfica da regional. 14 2.2- FASE CAMPO Esta fase se realizou no dia 24 de Agosto, tendo fim no dia 27, iniciada com logística da área a partir do mapa de logística que foi confeccionado na fase pré-campo, onde foi possível observar a área mapeada com mais detalhe, obtendo dados sobre a geologia local, como a sua geomorfologia, a litologia e litoestratigrafia, e extração de medidas de fraturas expostas. O mapeamento da área foi feito em dois dias (25 e 26 de Agosto) ao longo de afloramentos de corte de estrada, afloramentos naturais e próximos a pequenas drenagens, onde foi possível extrair dados sobre estruturas sedimentares, cor e granulometria dos sedimentos, espessura e desenhos panorâmicos das camadas, assim como a construção de perfis. Foi possível obter 13 pontos com dados de campo, todos com suas respectivas coordenadas de GPS. 2.3- FASE PÓS-CAMPO Esta fase as equipes abrangem o conteúdo das fases pré-campo e campo, fazendo a revisão e interpretação de dados, onde por fim se pôde construir o mapa
  • 15. geológico da área, e a elaboração dos perfis e colunas estratigráficas a partir da análise de parâmetros sedimentológicos com utilização de softwares como o Corel Draw X5 e Paint. Foi realizada a correção de mapas da fase pré-campo, e construção do mapa geológico final; e a elaboração a partir dos dados obtidos e interpretados com o auxílio dos mapas confeccionados, de um modelo evolutivo tectono-sedimentar da área mapeada. Tendo fim o Estágio de Campo I, com a defesa do trabalho de mapeamento, pelas equipes e entrega do relatório final que reune todas as informações obtidas ao longo das três fases de campo. 15 3 GEOLOGIA REGIONAL A Bacia sedimentar do Parnaíba está contida na Província Parnaíba, ocupando uma extensão de aproximadamente 400.000 km², abrangendo os estados do território brasileiro, Maranhão, Piauí, além de recobrir partes do Pará, Tocantins e Ceará ( GÓES; FEIJÓ, 1994). Devido à gênese e idades geológicas distintas, a Bacia do Parnaíba foi dividida em 5 supersequências: siluriana, mesodevoniana-eocarbonífera, neocarbonífera-eotriássica, jurássica e cretácea. A proposta estratigráfica adotada neste trabalho fora de Vaz et al. (2007). 3.1 ARCABOUÇO TECTÔNICO A Província Parnaíba foi desenvolvida sobre um embasamento continental durante o Estádio de Estabilização da Plataforma Sul-Americana. Apresenta uma morfologia circular e quase elíptica no seu depocentro com sua parte mais alongada orientada no sentido NE-SW, derivada por ação do tectonismo evidenciado por flexuras, lineamentos e falhamentos que originaram as estruturas grabenformes. (ALMEIDA; CARNEIRO, 2004). A Província do Parnaíba é limitada geologicamente ao norte pelo Cráton de São Luís, ao Sul pela Faixa de dobramentos Brasília, a leste pelo Cráton do São Francisco e pela Faixa de Dobramentos Nordeste, e a oeste pelo Cráton do Amazonas (FIGURA 04). A maior influência da sedimentação pós-ordoviciana para a Bacia do Parnaíba, aconteceu durante o período fini e pós-orogênicos do Ciclo Brasiliano cujos pulsos
  • 16. propiciaram a geração de grábens distribuídos ao longo de toda a extensão da bacia (VAZ et al., 2007). Esses autores confirmam que o controle inicial do depocentro da Bacia do Parnaíba eram as estruturas grabenformes que foram interpretadas no seu substrato. Esses sítios deposicionais, ou riftes precursores da Bacia do Parnaíba, seriam correlacionáveis ao Gráben Jaibaras e a outros grábens como, por exemplo, Jaguarapi, Cococi e São Julião, situados na Província Borborema, que foram gerados em um sistema de riftes do final do Proterozoico e início do Paleozoico (VAZ et al., 2007, OLIVEIRA; MOHRIAK, 2003). 16 Figura 04: Limites geológicos da província do Parnaíba. Fonte: SANTOS & CARVALHO, 2009
  • 17. Recentemente, pesquisadores levantaram a hipótese de que a subsidência inicial das bacias paleozoicas originou-se de um processo semelhante à de um rifte ativo, marcado pela presença de vulcanismo na base de algumas delas, evidenciando prenúncio de esforços distensionais (ZALÁN, 2004). Já no final do evento do Ciclo Brasiliano na Bacia do Parnaíba, quando acontecia a transição do Cambriano para o Ordoviciano, o resfriamento e a contração da litosfera favoreceram a formação de falhas normais e a ativação de antigas estruturas lineares. Dois sistemas de falhas normais, associados à diaclasamentos paralelos, teriam transformado a Bacia num mosaico de losângulos, surgindo assim, um quadro tectônico e estrutural dominado por grandes falhamentos normais e fossas desenvolvidas ao longo de zonas de fraqueza crustal antiga. Estas zonas são bem representadas na Bacia do Parnaíba por expressivos lineamentos, destacando-se o Transbrasiliano e Picos- Santa Inês como as principais feições estruturais, e sendo importantes, pois controlaram as direções dos eixos deposicionais até o Eocarbonífero. A Zona de Falha Transbrasiliana, também chamada de Lineamento Transbrasiliano, constitui uma faixa altamente estruturada no sentido NE-SW, que abrange um complexo de falhas normais e transcorrentes, altos estruturais e grábens com eixos paralelos às falhas. No interior da Bacia do Parnaíba, o Lineamento Transbrasiliano é demarcado por falhas orientadas no sentido NE-SW que cortam seções paleozoicas e mesozoicas, bem como por diques de diabásio orientados no mesmo sentido (CUNHA, 1986; VAZ et al., 2007), conforme a figura 5. 17 Figura 5: Posição das principais lineamentos e feições estruturais da Província do Parnaíba. Fonte: Fernandes, 2011; adaptado de informações obtidas de CUNHA, (1986), GÓES et al. (1990), SILVA et al.(2003).
  • 18. Acompanhando os efeitos da separação dos continentes sul-americano e africano com consequente abertura do Oceano Atlântico Equatorial, ocorreu um significativo processo magmático intrusivo e extrusivo (GÓES et al.,op.cit), que foi responsável por falhamentos de pequeno rejeito, dobras e outras estruturas (VAZ et al., 2007). Os principais elementos tectônicos regionais do Mesozoico foram a Estrutura de Xambioá orientada em E-W, localizados na parte central da bacia; o Arco Ferrer-Urbano Santos delimitando as pequenas bacias marginais em associação à abertura do Atlântico Sul Equatorial, e o Alto do Rio Parnaíba (AGUIAR, 1969; REZENDE; PAMPLONA, 1970; HASUI et al., 1991; GÓES, 1995 apud LIMA). De acordo com Cunha & Carneiro (1972) o Arco de Ferrer-Urbano Santos sofreu deslocamentos laterais devido à falhas transcorrentes, as principais de direção NE, ao longo dos rios Grajaú e Parnaíba. 18 3.2 DOMÍNIOS GEOMORFOLÓGICOS De acordo com Lima e Leite (1978) ao longo da sedimentação da Bacia do Paranaíba no decorrer do tempo geológico a variação climática nos seus diversos trechos e regiões influenciou diretamente na morfologia das camadas ali depositadas, ou seja, os parâmetros climáticos e litológicos controlaram em parte feições morfológicas da área. A Bacia do Parnaíba apresenta no embasamento Pré-Siluriano depressões circundantes, que foram denominadas de Depressão Periférica de Crateús, ao leste, Depressão Periférica do médio São Francisco, ao sudeste e Depressão Ortoclinal do médio Tocantins, ao sudeste. O relevo da bacia em questão é constituído de formas tabulares em cuestas nas suas bordas, passando pelos planos horizontais das chapadas, chapadões, mesetas, tabuleiros e colinas maranhenses ao centro e sul da bacia, seguidos pela planície litorânea que se estende até a costa do Atlântico. Ao centro e ao sul da Bacia a principal forma de relevo é tabuliforme. Esse tipo de relevo manifesta-se mais tipicamente nas áreas dominadas pelo Grupo Serra Grande e as formações Cabeças, Piauí e Sambaíba. Como essas formações são tipicamente arenosas nas quais a porosidade e permeabilidade dos sedimentos inibem a erosão superficial favorecendo assim a formação de extensos chapadões, chapadas e mesetas.
  • 19. À medida que se aproxima da área litorânea, percebe-se uma eventual diminuição das altitudes das chapadas, passando de relevo tabuliforme a colinoso, com elevações arrasadas e baixas. Sobre as formações Motuca e Potí predominantemente nessa área possuem sedimentos pelíticos, os sedimentos dessas formações são impermeáveis e intensamente trabalhados e desgastados mais ou menos rapidamente pela ação erosiva das águas superficiais, fazendo com que o relevo assuma a forma colinosa. As mesetas vão se transformando em morros abaulados, baixos e isolados que tendem ao aplainamento total. Essa feição morfológica é representada nas formações Pimenteiras e Longá essencialmente constituídas por sedimentos pelíticos, porém encerrando horizontes areníticos subordinados. 19 3.3 LITOESTRATIGRAFIA, AMBIENTES SEDIMENTARES E REGISTRO FÓSSIL De acordo com Vaz et al. (2007) a Bacia do Parnaíba foi dividida em 5 supersequências: siluriana, mesodevoniana-eocarbonífera, neocarbonífera-eotriássica, jurássica e cretácea de acordo com sua rochas sedimentares e magmáticas. Os principais grupos litoestratigráficos com suas respectivas formações são: Grupo Serra Grande (Formação Ipu, Tinguá e Jaicós), Canindé (Formação Itaim, Pimenteiras, Cabeças, Longá e Poti) e o Grupo Balsas (Piauí, Pedra de Fogo, Motuca e Sambaíba) (figura 6). 3.3.1 Grupo Serra Grande (Siluriano) A sedimentação do Grupo Serra Grande data do período Siluriano, sendo que sua área de afloramento compreende quase que exclusivamente de uma estreita faixa na extremidade leste da bacia, bordejada por rochas do embasamento. Essa sequência corresponde ao ciclo trangressivo-regressivo completo. Esse grupo é composto cronologicamente pelas formações Ipu, Tinguá e Jaicós. A Formação Ipu é a unidade mais antiga com espessura máxima de 350 metros (VAZ et al.2007), composta por arenitos com seixos, conglomerados com matriz areno-argilosa e matacões de quartzo ou quartzito e arenitos de finos a grossos. Elas foram depositadas pelos ambientes glaciais proximais, glacio-fluvial, leques ou frentes
  • 20. deltaicos (CAPUTO et al, 1984). Já na parte superior da Formação Ipu, menciona o Spinachitina erichseni, espécie esta comum de fácies laterais da Formação Tianguá. A Formação Tianguá é composta de arenitos cinza-claros de fino a médio, feldspáticos e de intercalações de siltitos e folhelhos cinza-escuros, bioturbados e micáceos, de folhelhos cinza-escuro, bioturbados, carbonáticos. A deposição se deu num ambiente de plataforma rasa (GÓES; FEIJÓ, 1994). E a espessura dessa formação é de no máximo de 200 metros (VAZ et al., op.cit). Para a Formação Tianguá Grahn (1992) reafirmou a idade mesosiluriana, com a identificação do microfóssil graptólito Climacograptus cf. scalaris, além de espécies de quitinozóarios e acritarcas. A Formação Jaicós é composta de arenitos cinza com tonalidades claras, creme ou amarronzada, grossos, contendo seixos angulares a subangulares, mal selecionados, friáveis, maciços ou com estratificação cruzada ou lenticular (CAPUTO, 1984). Provavelmente foram depositados em sistemas fluviais entrelaçados (GÓES; FEIJÓ, 1994). E a espessura dessa formação é de no máximo de 380 metros (VAZ et al., op.cit). A Formação Jaicós apresenta idade neosiluriana e é afossilífera. (PETRI, 1983). 20 3.3.2 Grupo Canindé (Mesodevoniano-Eocarbonífero) As camadas dessa sequência afloram nas regiões leste e sudoeste da bacia e datam dos períodos Meso-devoniano ao Carbonífero Mississipiano e seus estratos foram depositados discordantemente em relação a sequência mais antiga. Esse grupo é composto cronologicamente pelas formações Itaim, Pimenteiras, Cabeças, Longá e Poti (CAPUTO, LIMA, 1984; GÓES, 1995). A Formação Itaim é composta por arenitos finos a médios com grãos subarredondados, bem selecionados. Na base dessa unidade observa-se um maior número de intercalações de folhelhos bioturbados, percebe-se uma granocrescência ascendente (DELLA FÁVERA, 1990). Esses sedimentos foram depositados em ambientes deltaicos e plataformais, dominados por correntes induzidas por processos de marés e de tempestades (Consoante GÓES; FEIJÓ, 1994). E a espessura dessa formação é de no máximo de 260 metros (VAZ et al.op. cit). A Formação Pimenteiras com sua ciclicidade deposicional mostra uma tendência para os sistemas transgressivos para o regressivo na passagem gradacional para a Formação Cabeças, que lhe é sobreposta (DELLA FÁVERA, 1990). A Formação
  • 21. Pimenteiras é composta de folhelhos cinza-escuros a pretos, esverdeados, em parte bioturbados. E a espessura dessa formação é de no máximo de 320 metros (VAZ et al.op. cit). A Formação Cabeças é composta por arenitos cinza-claros a brancos, médios a grossos, com intercalações delgadas de siltitos e folhelhos e na sua parte superior há a ocorrência de diamictitos. E seu ambiente deposicional é glacial ou periglacial (CAPUTO,1984) por causa das evidências de pavimentos e seixos estriados e tilitos. Outro ambiente defendido por Góes e Feijó (1994) nessa formação é o plataformal sob a influência preponderante de correntes desencadeadas por processos de marés. E a espessura dessa formação é de no máximo de 350 metros (VAZ et al.2007). A Formação Longá é composta por folhelhos cinza-escuros a pretos, em parte arroxeados, homogêneos ou bem laminados, bioturbados. E podem apresentar sua porção média um pacote de arenitos e siltitos cinza-claros a esbranquiçados, laminados (LIMA; LEITE, 1978). E a espessura dessa formação é de no máximo de 220 metros (VAZ et al.op. cit). E o ambiente deposicional dessa formação é o de plataforma dominada por tempestade (GÓES; FEIJÓ,1994). As assembléias fossilíferas da Formação Longá, consistem de bivalves alongados, cilíndricos modiomórficos – Solemya (Janeia) sp., Modiomorphidae; lçmbraquiópodos Lingula, Orbiculoidea; “Schuchertella” sp.; Chonetes; pequenos trilobitas Metacryphaeus sp. com afinidade malvinocáfrica; ostracodes Kloedenia, Primitia; possíveis Tentaculites e restos de peixes. Apresenta abundância dos icnofósseis como por exemplo os Bifungites cruciformis, Rusophycuspiauiensis, Neonereites uniserialis, Sublorenzinia pauciradiata e Palaeophycus isp. A Formação Poti compreende um ciclo de estratos que pode ser dividido em duas porções, a inferior é formada de arenitos cinza esbranquiçados, médios, com lâminas dispersas de siltito cinza-claros, e a superior de arenitos cinza, lâminas de siltitos e folhelhos com alguns níveis de carvão (LIMA; LEITE, op. cit). Sua deposição aconteceu em deltas e planícies de maré, às vezes sob a influência de tempestades (GÓES; FEIJÓ, op.cit). E a espessura dessa formação é de no máximo de 320 metros (VAZ et al., op.cit). E seu contato com a primeira formação do Grupo Balsas é discordante erosivo. De acordo com Caputo (1984), movimentos epirogênicos ascendentes e uma regressão de extensão global teriam conduzido essa erosão na bacia. Na Formação Poti ocorrem os microfósseis de idade mesocarbonífera 21
  • 22. (esporomorfos) ao longo de todo o pacote sedimentar. Além das espécies Spelaetriletes pretiosus, Raistrickia clavata, Colatisporites decorus, Prolyspora rugulosa (LOBOZIAC et al., 1992). 22 3.3.3 Grupo Balsas (Neocarbonífero-Eotriássico) A sedimentação do Grupo Balsas iniciou-se no Carbonífero Pensylvaniano com a deposição da Formação Piauí e encerrou seu ciclo de sedimentação no Neo-Triássico com a Formação Sambaíba. As formações Piauí, Pedra de Fogo, Motuca e Sambaíba desse grupo afloram principalmente nas regiões centro-sul e parte das regiões oeste e leste-nordeste da bacia. A formação Piauí foi dividida em duas sucessões (LIMA; LEITE, op. cit) sendo uma inferior e outra superior: a inferior, formada por arenitos cor-de-rosa, médios, maciços ou com estratificação cruzada de grande porte e intercalações de folhelho vermelho, e a superior, formada de arenitos vermelhos, amarelos, finos a médios, contendo intercalações de folhelhos vermelhos, calcários e finas camadas de sílex. Lima e Leite (1978) interpretaram um ambiente fluvial com contribuição eólica e breves incursões marinhas, num clima semi-árido a desértico para essa formação. E a espessura dessa formação é de no máximo de 340 metros (VAZ et al., op. cit). Na Formação Piauí há o predomínio dos microfósseis Monosaccites e Disaccites, apresentando assim, idade pensilvaniana (MULLER, 1962). A formação Pedra de Fogo é composta por arenito fino a médio róseo, e, eventualmente, dolomito, por sílex, calcário oolítico e pisolítico creme a branco, eventualmente estromatolítico, intercalado com folhelho cinzento e siltito (LIMA; LEITE, 1978). Os contatos são concordantes com as formações Piauí e Motuca. Segundo Góes e Feijó (1994) a Formação Pedra de Fogo fora depositada num ambiente marinho raso a litorâneo com planícies de sabkha, sob ocasional influência de tempestades. A espessura dessa formação é de no máximo de 240 metros (VAZ et al.2007). Na Formação Pedra de Fogo apresenta como principal fóssil os grandes troncos petrificados denominados de Psaronius, além de dentes e escamas de peixes, restos de ostracodes, e estromatólitos colunares, com ramificações paralelas e pouco divergentes e laminação fina, convexa a parabólica. A partir da presença do anfíbio labirintodonte, foi
  • 23. atribuído a essa Formação a idade permiana (SANTOS & CARVALHO, 2009; GÓES; FEIJÓ, 1994). A Formação Motuca, de acordo com Lima e leite (1978), é formada por arenito avermelhado, fino a médio, siltito e folhelho vermelho a violáceo, calcário e sílex com faixas oolíticas ou nodulares. Os sedimentos Motuca foram depositados num sistema desértico, com lagos associados (GÓES; FEIJÓ, 1994). A espessura dessa formação é de no máximo de 280 metros (VAZ et al., op.cit). Na Formação Motuca apresenta o fóssil gastrópodo Pleurotomaria sp. Além de alguns peixes encontrados semelhantes aos peixes permianos Paleoniscus e Elonichthys (MESNER & WOOLDRIDGE, 1964). E segundo CAPUTO (1984), essa Formação apresenta idade Neopermiano ao Eotriássico. A Formação Sambaíba de acordo com Lima e Leite, 1975, é composta por arenitos de coloração vermelhos a cor-de-rosa, creme-claro esbranquiçado, finos a médios, subangulosos a subarredondados. As dunas com estratificação cruzada de grande porte, contendo diversas feições típicas de sedimentos eólicos caracterizam rochas de um sistema desértico, com contribuição fluvial. A espessura dessa formação é de no máximo de 440 metros (VAZ et al., op.cit). A Formação Sambaíba é afossilífera corresponde ao final da desertificação da bacia. A interrupção da sedimentação é atribuída a um soerguimento generalizado devido à Orogenia Gondwana (ZÁLAN, 1991 apud GÓES & FEIJÓ, 1994). 23 3.3.4 Sequência Jurássica Essa sequência é constituída pela Formação Pastos Bons que pode ser dividida em três partes de acordo com a sua litologia: na base predomina arenito branco ou com tonalidades esverdeadas, amareladas, fino a médio, grãos subarredondados e, geralmente, apresentam estratificação paralela e raras lentes de calcário. Na parte média da seção ocorrem siltito, folhelho/argilito cinza a verdes, comumente intercalados com arenito. A porção mais superior é formada de arenito vermelho/cor-de-rosa, fino, gradando para siltito, contendo níveis de folhelho (CAPUTO, 1984). De acordo Lima e Leite (1978), de leste para oeste, a Formação Pastos Bons jaz discordantemente sobre as formações paleozoicas Poti, Piauí, Pedra de Fogo e Motuca. A Formação Pastos Bons fora depositada em paleodepressões continentais, lacustrinas, com alguma
  • 24. contribuição fluvial, em clima semi-árido a árido. A espessura dessa formação é de no máximo de 77 metros (VAZ et al., op. cit). A partir do conteúdo fossilífero (peixes, conchostráceos, ostracodes) atribui-se idade jurássica média a superior à Formação Pastos Bons, que foi depositada em paleodepressões continentais, lacustrinas, com alguma contribuição fluvial, (VAZ et al.,2007.) 24 3.3.5 Sequência Cretácea É constituída pelas seguintes formações: Codó, Corda, Grajaú e Itapecuru. Elas ocorrem principalmente na porção noroeste-norte da bacia e sobrepõe-se discordantemente sobre as rochas das sequências jurássicas. Uma relação de contemporaneidade entre os depósitos das formações Corda, Grajaú e Codó é proposta pelos autores desse texto e foi defendida anteriormente por Rezende (2002) e a espessura delas é de no máximo de 266 metros. A Formação Codó é constituída por folhelhos, calcários, siltitos, gipsita/anidrita e arenito são os principais litotipos e são frequentes níveis de sílex e estromatólito. Rossetti et al. (2001b) declaram que a Formação Codó faz parte do Neo-aptiano-Eo-albiano. Essa formação fora depositada em ambientes marinho raso, lacustre e flúvio-deltaico. Formação Corda é composta por arenitos vermelhos, castanho-avermelhados, muito finos/finos e médios, semifriáveis a semicoesos, ricos em óxidos de ferro e zeólitas. São comuns nessa unidade estratificações cruzadas de grande porte, “climbings” transladantes e “ripples”, fluxos de grãos e outras estruturas típicas de dunas eólicas Estruturas cruzadas de baixo ângulo e cruzadas acanaladas também ocorrem. Essa formação é do ambiente de sistema desértico e fora depositada em ambientes marinho raso, lacustre e flúvio-deltaico. Apresenta um pobre conteúdo fossílifero, ocorrendo pegadas que foram registradas em camadas de arenito, conchostráceos em níveis pelíticos lacustrinos, além de ostracodes e peixe Lepidus piauhyensis, admitindo assim uma idade neojurássica para esta Formação (CARVALHO e SANTOS, 2009). A Formação Grajaú é composta por arenitos creme-claro/esbranquiçado, creme-amarelado ou variegados, médios/grossos, subangulosos/angulosos, mal selecionados. Sendo comum a presença de seixos e de níveis conglomeráticos. Eventualmente
  • 25. observam-se camadas de arenitos finos/muito finos e de pelitos. Estruturas cruzadas acanaladas e marcas de carga são abundantes. A Formação Itapecuru recobre discordantemente as formações Grajaú e Codó, consoante Rossetti et al. (2001a). Ela é composta por arenitos variegados, finos, friáveis, com diversas estruturas sedimentares, pelitos e arenitos conglomeráticos ocorrem, mas subordinadamente (ANAISSE JUNIOR et al. 2001). Os principais ambientes sedimentares observados são canal fluvial, laguna, canal de maré e litorâneo. Os ambientes mostram uma natureza transgressiva. E a espessura dessa formação é de no máximo de 724 metros. 25 3.3.6 Rochas Magmáticas Na Bacia do Parnaíba acomodaram-se as ígneas intrusivas (diques e soleiras) e extrusivas, de composição básica, as quais do ponto de vista estratigráfico foram divididas em duas unidades: Formação Mosquito e Formação Sardinha. Em subsuperfície, os diques e soleiras estão presentes em maior quantidade na sequência mesodevoniana-eocarbonífera e ocorrem também na sequência siluriana e são muito raros no Neocarbonífero-Eotriássico. Formação Mosquito foi o termo proposto por Aguiar (1971) para identificar derrames basálticos com intercalações de arenitos que afloram no rio homônimo, ao sul da cidade de Fortaleza dos Nogueiras (MA). Sua espessura é de no máximo de 77 metros. Esta formação não apresenta registro fossilífero. Esta Formação possui idade juro-triássica (AGUIAR, 1971). Formação Sardinha é composta por corpos de basalto, preto a roxo, mapeados entre as cidades de Fortaleza dos Nogueiras e Barra do Cordas, segundo Aguiar (op. cit). Sua espessura é de no máximo de 20 metros. Apresenta idade eocretácea, (GÓES; FEIJÓ 1994).
  • 26. 26 Figura 6: Carta estratigráfica da Bacia do Parnaíba, VAZ et al,. 2007. Fonte: Boletim Petrobrás V.15- N 2.
  • 27. 27 3.4 EVOLUÇÃO GEOLÓGICA A evolução da Província Parnaíba é atribuída à estruturação precursora relacionada aos pulsos finais do Ciclo Brasiliano ou Ciclo Tectono-orogênico Baicaliano entre final do Proterozoico e início do Paleozoico, responsável pela formação de grábens distribuídos por toda a bacia que foi preenchida por sedimentos imaturos, e a consolidação da plataforma que passou a servir de substrato da mesma. A influência desta tectônica no desenvolvimento da sedimentação pós-ordoviciana marcou pronunciadamente as primeiras fases deposicionais na bacia (GÓES et al.,1994). O desenvolvimento das sedimentações paleozoicas em extensas sinéclises teve como base uma plataforma construída a partir da união de placas tectônicas isoladas durante o Ciclo Brasiliano, sendo concomitante a todos os eventos deformacionais, metamórficos, ígneos, sedimentares e geomorfológicos típicos de orogêneses. Do Siluriano ao Jurássico, aconteceu uma fase de estabilização que foi marcada por calmaria tectônica e diferenciação no padrão de sedimentação, que foram essenciais para o desenvolvimento das sinéclises paleozoicas. As sinéclises se formaram independentemente das estruturas subjacentes locais e passaram a sofrer extensas transgressões e regressões marinhas regionais. Devido à subsidência, arcos regionais ergueram-se e circundaram as sinéclises, terminando por dividi-las. Sob uma intensa calmaria tectônica, entre o Jurássico e o Triássico, toda a plataforma ascendeu, limitando assim a sedimentação das sinéclises e provocando o fim das ingressões marinhas (ZALÁN, 2004). Ao longo da evolução termomecânica, foi estabelecida a grande depressão ordoviciana, sobre a qual se depositou a Sequência Siluriana, composta por sedimentos flúvio-deltaicos a marinhos rasos do Grupo Serra Grande. Com o prosseguimento dos processos termais, posteriormente, já com efeitos flexurais, foi depositada a Sequência Mesodevoniana-Eocarbonífera, constituída principalmente pelos sedimentos devonianos do Grupo Canindé (GÓES et al., 1990). No Devoniano, o desenvolvimento contínuo dos processos termais, aliado à influência de natureza flexural, resultou num aumento da sedimentação registrado pela Formação Jaicós do Grupo Serra Grande. O fim dessa sedimentação é caracterizado por uma expressiva discordância regional associada aos efeitos da Orogenia Eoherciniana ocorrida no Eocarbonífero, também representada na porção central da
  • 28. bacia por falhamentos normais e estruturas ligadas à falhas reversas (GÓES et al., op. cit). Durante o Neocarbonífero, acima desta discordância regional, a sedimentação recomeça pelo soerguimento da borda leste da bacia e com progressiva desertificação, fase esta que corresponde ao Grupo Balsas (GÓES et al., op. cit) A bacia tornou-se ovalada no Permo-Carbonífero, porém no Triássico o ciclo 28 sedimentar foi interrompido, em consequência de um soerguimento generalizado. No Jurássico, os efeitos das fases iniciais da compartimentação da Gondwana, entre os continentes sul-americano e africano provocavam o magmatismo básico intrusivo e extrusivo na bacia, a partir da reativação de falhas. Seguido da deposição clástica, do Grupo Mearim: que configuram as formações Pastos Bons e Corda (GÓES et al., op. cit) Na bacia, o Cretáceo está representado por duas fases diferentes. Sendo a primeira relacionada a eventos tectônicos neocomianos, que é evidenciada por dobramentos compressivos com trends em NW e falhas reversas (GÓES; FEIJÓ, 1994). E segunda fase pelo encerramento do ciclo sedimentar, com uma deposição lacustre a continental das formações Codó/Grajaú e Itapecuru, limitadas à porção NW da bacia (GÓES et al., op. cit) Segundo Góes & Feijó (op. cit), a antí-sinéclise das Alpercatas, seria o resultado de eventos jurássicos precoces relacionados à abertura do Atlântico Sul. Nesse período, ocorreu a subsidência da região central da Província Parnaíba, ocasionando um sistema de riftes que contém rochas sedimentares flúvio-lacustres (formações Pastos Bons e Corda) e vulcânicas associadas, de idade jurássica e eo-cretácica (formações Mosquito e Sardinha). Com a abertura do Atlântico Sul foram gerados, no Cretáceo, novos depocentros, ao norte denominado Bacia do Grajaú, com sedimentação eólico-lacustre (formações Codó, Grajaú e Itapecuru) que atinge 800m de espessura, e a sul, denominado Bacia Espigão Mestre, com depósitos predominantemente flúvio-eólicos (Grupo Areado e Formação Urucuia) de cerca de 400m de espessura (FIGUEIREDO; RAJA GABAGLIA, 1986). De acordo com o sugerido por Rosseti et al. (2001) os aspectos tectôno-sedimentares observados após o Grupo Balsas estão diretamente associados ao
  • 29. processo de ruptura do Gondwana, sendo assim considerados como bacias de evolução distinta da Bacia do Parnaíba. 29 3.5 DIAGNÓSTICO GEOECONÔMICO Na Bacia do Parnaíba podem ser encontrados recursos minerais que garantem perspectivas bastante promissoras à região, os quais tiveram maior destaque no ínicio do século XX, com a procura de bens de natureza econômica, como combustíveis, carvão e petróleo, e águas subterrâneas. Como exemplo desses recursos minerais potencialmente econômicos, podem-se destacar as rochas geradoras do petróleo, sendo os folhelhos silurianos e devonianos das formações Tianguá, Pimenteiras e Longá. Ígneas básicas jurotriássicas e cretáceas contribuíram para a maturação da matéria orgânica. Os principais reservatórios são os arenitos da Formação Cabeças com idade devoniana, onde são capeados por folhelhos também devonianos. Arenitos silurianos, capeados por folhelhos transgressivos silurianos e reservatórios carboníferos e permianos, selados por evaporitos permianos, são reservatórios potenciais. Além de contribuírem para a maturação, sills de diabásio também podem funcionar como selantes. Na formação Cabeças há um aqüífero localizado na região de Cristino Castro (PI) onde se desenvolve poços jorrantes descobertos em 1970 pela CPRM. Na Região de Pedro II na Bacia do Parnaíba tem exploração de opalas de alto valor gemológico. A Formação Pimenteiras é considerada como a unidade potencialmente geradora de hidrocarbonetos – petróleo; ferro oolítico, com dois níveis oolíticos ferruginosos que servem como camadas-chave na citada região (ALMEIDA, 2004); a ocorrência de piritas, onde os sedimentos nos quais a pirita aparece dispersa, são habitualmente clásticos finos, descritos como folhelhos, siltitos e arenitos finos; fosfatos, sendo encontrados em vários níveis litológicos. Os jazimentos de calcário da borda oeste da Bacia do Parnaíba estão associados à Formação Pedra de Fogo (Grupo Balsas) ocorrendo numa faixa marginal do rio Araguaia e nas proximidades do rio Tocantins. A mina de Vila Itamirim, que produz calcário para corretivo de solos, possui reservas de 58 Mt com 44,4% de CaO e 7,9% de MgO. Ocorrendo também exploração de calcários na formação Piauí (GÓES, 1993).
  • 30. Outras variedades de bens econômicos ocorrem na área, são bens minerais a exemplo do ferro, níquel, ametista, do cristal de rocha, do calcário, do diamante dentre outros. Sendo observado que a atividade garimpeira se encontra quase que totalmente inativa. (PROJETO SEPLAN FOLHA XAMBIOÁ, 2004). 30 4 DADOS FOTOINTERPRETATIVOS A partir da junção de informações obtidas nas fases pré-campo e pós-campo, fora possível realizar a análise de drenagem, relevo, fotoalinhamento e fotogeológico da área mapeada. 4.1. ANÁLISE DE DRENAGEM De acordo com Soares & Fiori (1976), é possível identificar zonas homólogas de drenagem em uma determinada área. Este método baseia-se na separação de faixas ou zonas homólogas com posterior interpretação de suas propriedades, consistindo em uma análise das propriedades das formas de drenagem. A partir da análise dos padrões de drenagem foi possível estabelecer dois tipos de zonas homólogas para a área XI (figura 7), com o padrão dendrítico e o subdendrítico, provocadas, provavelmente, por controle litológico ou litoestrutural (LIMA, 2002). v Zona homóloga I Nessa zona o padrão definido é o dendrítico, e está localizado ao centro-sul da área. Sendo constituído por feições arborescentes de densidade baixa a média, com tropia tridirecional, moderadamente estruturada, apresentando sinuosidade mista e baixa a média angularidade. E ainda apresentam moderadamente assimétricos. Além da ocorrência de algumas formas anômalas de drenagem em cotovelo e em arco.
  • 31. 31 v Zona homóloga II O segundo padrão de drenagem encontrada na área é o subdendrítico diferenciando-se do dendrítico pela diminuição de suas ramificações e um controle mais sinuoso em seu percurso, apresentando tributários paralelos que se unem ao rio principal (SOARES e FIORI, 1976). Caracterizada por ter densidade fraca, sinuosidade mista, angularidade de média a baixa, com tropia bidirecional, assimetria fraca. E apresentam anomalias de drenagem representadas principalmente pela presença de cotovelos (tabela 01). CARACTERÍSTICAS ZONA I ZONA II PADRÃO DENDRÍTICO SUBDENDRÍTICO DENSIDADE MÉDIA A BAIXA BAIXA SINUOSIDADE MISTA MISTA ANGULARIDADE MÉDIA A BAIXA MÉDIA A BAIXA TROPIA TRIDIRECIONAL BIDIRECIONAL ASSIMETRIA MODERADA FRACA ANOMALIAS COTOVELOS E ARCOS COTOVELOS Tabela 1: Características das drenagens da área XI.
  • 32. 32 Figura 7: Mapa de drenagem e zonas homólogas. 4.2 ANÁLISE DE RELEVO As Zonas Geomorfológicas são definidas como um conjunto de formas semelhantes ou arranjo de tipologia de modelados, padrões ou unidades de relevo. Tais aspectos são resultantes de um tipo de morfogênese, além da combinação de aspectos fisiográficos regionais, como a vegetação, solos e clima. A reunião de vários indicadores é o instrumento adequado para a separação do relevo em zonas geomorfológicas (MOREIRA et al., 2008). Para tanto, foram feitas análises de imagens de satélite e seus respectivos tons de cores, semelhanças topográficas e a assimetria presente no relevo. Tais características levaram-se a definir que a morfologia dominante na área em estudo se apresenta com perfis suavizados e topos frequentemente aplainados, devido ao intenso desgaste provocado pelo intemperismo e erosão, separados por vales abertos e preenchidos por sedimentos inconsolidados.
  • 33. A partir dessa aglutinação de informações, o relevo da subárea foi compartimentado em cinco zonas homólogas (figura 9), e separado por limites definidos. 33 Figura 8: Mapa de Zonas Homólogas de Relevo. v Zona Homóloga I A zona homóloga I é representada no mapa pela cor amarela, possui o menor nível topográfico suas cotas variam de 215 a 225 metros. É caracterizada por apresentar uma aparente textura lisa. Sendo que o grau de dissecação é alto, e assimetria fraca. v Zona homóloga II A zona homóloga II localiza-se no leste e centro sul da área. Sendo representada no mapa pela coloração alaranjada e suas cotas variam de 230 a 275 metros. Possui textura lisa, levemente ondulada, caracterizado por terrenos baixos e mais ou menos planos. E o grau de dissecação é transicional.
  • 34. 34 v Zona homóloga III A zona homóloga III localiza-se no leste e centro sul da área. Sendo representada no mapa pela cor verde e suas cotas variam de 275 a 365 metros. Essa zona é formada pelas escarpas podendo ser classificada como côncavo-retilíneo-convexa com quebras positivas e negativas. São consideradas fracamente assimétricas. É caracterizada com vales bem formados e vertentes assimétricas. E o grau de dissecação é baixo. v Zona homóloga IV A zona homóloga IV localiza-se centro-norte da área. Sendo representada no mapa pela cor avermelhada e suas cotas variam de 370 a 450 metros. Essa zona é caracterizada por forma de relevo de mesa, com textura rugosa. Nessa zona as feições são geralmente aplainadas, com quebras positivas e negativas. O relevo é moderadamente assimétrico e o tipo de encosta é côncavo. E baixo grau de dissecação. v Zona homologa V A zona homóloga V localiza-se ao nordeste e ao sudeste da área. Sendo representada no mapa pela cor roxa e suas cotas variam 450 a 465 metros. Essa zona é formada pelas feições mais elevadas da área, são caracterizadas por ter textura rugosa. O relevo é fracamente assimétrico. E com baixo grau de dissecação. 4.3 ANÁLISE DE FOTOALINHAMENTOS Foram confeccionados mapas de fotoalinhamentos de drenagem e de relevo a partir de aspectos que seguem certa feição orientada, tanto da drenagem quanto do relevo, onde se encontra com altos desníveis topográficos (escarpas), obtendo assim os principais alinhamentos da área estudada. E a partir deles foram agrupados os principais domínios estruturais de acordo com suas respectivas orientações preferenciais, a análise das direções ocorreu através da utilização do diagrama de roseta e do mapa efetuado (figura 9 e 10).
  • 35. A partir da análise dos alinhamentos do diagrama de roseta e do mapa de drenagem e de relevo foi possível observar três direções preferenciais, onde foi feito uma equiparação dos resultados com as estruturas do Ciclo Brasiliano. O primeiro domínio de alinhamento é o NE/SW podendo ser associados ao Lineamento Transbrasiliano que cortam seções paleozoicas e mesozoicas, bem como por diques de diabásio orientados no mesmo sentido (CUNHA, 1986; VAZ et al., 2007). Já no segundo domínio o alinhamento mais expressivo tanto de drenagem quanto de relevo NW/SE tanto de relevo como o de drenagem são os mais expressivos da área e essa direção pode ser associada diretamente pela influência do Picos-Santa Inês que corta a bacia de noroeste a sudeste. O terceiro domínio de alinhamento de relevo e de drenagem apresenta-se orientado em direção W-E. Esses alinhamentos podem ser relacionados ao Arco Xambioá desenvolvido no Mesozóico sobre as sequências sedimentares Paleozóicas. 35 Figura 9: Diagrama de rosetas mostrando as principais direções dos alinhamentos; A:alinhamentos de relevo; B:alinhamentos de drenagem.
  • 36. 36 Figura 10: Mapa de alinhamentos de drenagem e relevo da área IX. 4.4 ANÁLISE FOTOGEOLÓGICA A partir da fotoanálise de drenagem, relevo e fotoalinhamentos da área IX, foi possível associa-las as possíveis Formações da Bacia do Parnaíba . De acordo com a fotoanálise de drenagem relacionada à textura de relevo, foi possível identificar três unidades geológicas. Unidade I Essa unidade pode ser associada aos depósitos aluvionares quaternários sendo eles depósito de cascalho, areia, argila das formações da área.
  • 37. 37 Unidade II Essa unidade é caracterizada por um padrão de drenagem dendrítico com densidade baixa a média, sendo relacionada com uma litologia pouco resistente a erosão. E como a dissecação nesse local é relativamente alta, os agentes erosivos tem uma alta influencia, transformando os vales em formas de U. Tais características podem ser associadas com fácies pelíticas sendo a possível relaciona-los com a Formação Motuca, Corda, Pastos Bons e Poti (LIMA, 1978). UNIDADE III Como essa unidade é representada pelas escarpas sendo caracterizada com vales bem formados e vertentes assimétricas com grau de dissecação baixa. Podendo associar esse tipo de feição com as formações tipicamente arenosas, sendo possível relaciona-las com a Formação Sambaíba, Cabeças, Piauí (LIMA, 1978). UNIDADE IV Essa unidade é caracterizada por um padrão de drenagem subdendrítico com densidade baixa. Nessa zona as feições são geralmente aplainadas. O relevo é moderadamente assimétrico. Esse tipo de relevo com essa drenagem mostra-se bastante resistente aos agentes de intemperismo. A partir de análise feitas no Google Earth, observou-se que a coloração do solo é avermelhada e associando isso com outras características já citadas, pode se deduzir que a possível Formação é a Mosquito, porém pode relaciona-las com as Formações Corda e Motuca. UNIDADE V Essa unidade é caracterizada pelas texturas de relevo de cotas mais elevadas, podendo ser associadas ao relevo resistente a erosão, pode-se deduzir que seja a Formações Piauí, Sambaíba, Cabeças (LIMA, 1978).
  • 38. 38 5 GEOLOGIA LOCAL A área mapeada abrange 6km2, e está localizada próxima à cidade de Babaçulândia seguindo pela TO-010 sentido Wanderlândia, na parte sudoeste da Bacia do Parnaíba no estado do Tocantins. De acordo com levantamentos de dados em campo, a partir da análise de litofácies, solo, vegetação e relevo, além de dados estruturais e de drenagem, foram definidas três unidades geológicas. Sendo estas, a formação Sambaíba do Mesotriássico, a referente aos derrames basálticos da formação Mosquito do Eojurássico e outra caracterizada pelos sedimentos aluvionares do Quaternário. Com isso, será possível demonstrar um modelo evolutivo para melhor entender a área estudada. 5.1 Geomorfologia Para efetuar este diagnóstico de geomorfologia fez-se necessário a descrição das principais unidades geomorfológicas e suas características dinâmicas, caracterizar os diversos padrões de relevo e os diferentes graus de suscetibilidade ao desencadeamento de movimentos de massa e processos erosivos. A compartimentação do modelado geomorfológico baseia-se na homogeneidade das formas de relevo e na sua gênese comum, em relação aos fatores litoestruturais e climáticos, procurando-se descrever as paisagens típicas da região estudada. A região da área é evidenciada pela alta amplitude topográfica destas elevações, marca a existência de um domínio geomorfológico em que predominam encostas de alta declividade, escarpadas, com vales entalhados. Esta região apresenta grande potencial erosivo, inclusive movimentos de massa. No entanto, devido o ambiente não tão úmido típico das regiões tropicais, há predominância aí de quedas de blocos por ação da gravidade. Acima das escarpas íngremes, a geomorfologia encontra-se marcada pela presença de colinas amplas e suaves. Com relação à atual dinâmica do relevo, vale ressaltar a influência das variações climáticas ocorridas no Quaternário. Tais mudanças estão diretamente relacionadas com a dinâmica atmosférica. Segundo Bigarella et al. (1965), os eventos erosivos originados por estas alterações climáticas foram responsáveis pelo recuo lateral
  • 39. das vertentes nos períodos mais secos e pelo entalhamento dos canais fluviais e alterações químicas das rochas nos períodos mais úmidos. A Geomorfologia da área de estudo é composta, primeiramente, por compartimentações de relevo formadas por processos morfotectônicos. Tais processos estão em associação a aspectos da geologia estrutural que tiveram morfologias influenciadas por aspectos climáticos pretéritos e atuais da região. Combinação essa, que resultou nas unidades geomorfológicas encontradas na área de mapeamento, sendo, portanto, representada de três maneiras na subárea XI, como colinas, relevo tabuliforme e superfícies aplainadas (figura11). 39 Figura11: Representação das unidades geomorfológicas da área mapeada, onde (A) indica o relevo colinoso, (B) o relevo escarpado e (C) as superfícies aplainadas. Fonte: Adaptado de Casseti (2006). v Unidades Geomorfológicas: Colinas: As colinas apresentam topo plano e declividades suaves, com cotas que variam em 390 a 450 metros e compreende uma maior porcentagem da área (~75%), sendo composto essencialmente por solo avermelhado derivado da decomposição do basalto. Ocorrendo, por vezes, morrotes convexos suavizados e topo levemente ondulado sustentado por lateritas roladas, na parte mais elevada do terreno com cotas entre 435 e 465 metros, (figura 12 A e B). A vegetação nesse setor é
  • 40. basicamente xerófita e de galeria, apresentando árvores com galhos retorcidos e casquentos, um tanto longe umas das outras (figura 12 C e D). Figura 12: Detalhe do morrote em A e B. Detalhe da vegetação xerófita em D e tronco casquento em C. Tabuleiros: Estas formas de relevo estão suportadas pelos basaltos intemperizados da Formação Mosquito, além de subordinados arenitos silicificados e lateritas, sobrepondo às sequências arenosas da Formação Sambaíba, os quais se encontram com topos frequentemente aplainados separados por superfícies aplainadas, evidenciando em suas escarpas as estratificações cruzadas de médio a grande porte (figura 13) Como essa formação é tipicamente arenosa, a baixa porosidade e permeabilidade dos sedimentos inibem a erosão superficial favorecendo assim a formação de extensas mesas com escarpas íngremes e subverticalizadas, apresentando cotas que variam de 270 a 375 metros de altura, favorecendo uma vegetação um pouco mais densa e típica do cerrado e rasteira, além do solo de composição quartzosa e coloração creme-claro a rosado (figura14). 40
  • 41. Superfícies aplainadas: São superfícies de erosão modeladas, em geral, formadas por formas aplainadas, parcialmente conservadas, tendo perdido a continuidade em consequência de mudança morfogenética; geralmente médio a muito dissecadas e separadas por escarpas, apresentando padrão de drenagem dendrítica. Resultam, nessas superfícies, formas de topo aplainado, textura lisa a ondulada, que são recobertas frequentemente por material detrítico ou de alteração constituídas de sedimentos quaternários (figura 15). Apresentando cotas que variam de 220 a 265 metros. E vegetação típica de cerrado e rasteira, com árvores de pequeno a médio porte e casquentas; sobrepondo um solo quartzoso de coloração rosa-alaranjada advindo da desestruturação dos arenitos da formação Sambaíba. 41 Figura 13: Detalhe do relevo tabuliforme. Figura 14: Vegetação densa do relevo tabuliforme.
  • 42. 42 Figura 15: Detalhe das superfícies aplainadas. 5.2 Litoestratigrafia e ambientes de sedimentação A litoestratigrafia da subárea IX fora dividida em três unidades sedimentares, a partir da análise e interpretação dos dados coletados nos treze pontos descritos em campo, bem como a correlação com as áreas adjacentes, o que proporcionou a confecção do mapa e o perfil geológico (figura 16) partir da localização dos pontos (Figura 17), onde foram coletadas as informações preponderantes para a correlação com a bibliografia da bacia do Parnaíba.
  • 43. 43 Figura 16: Mapa e perfil geológico destacando as formações da área IX.
  • 44. 44 Figura 17: Mapa de localização dos pontos mapeados da área IX. 5.2.1 Unidade I Essa unidade apresenta material arenoso friável de tonalidade creme claro de granulometria fina a média, moderadamente selecionado, bastante poroso, encontrados geralmente no sopé das escarpas (figura 18) e em contato com a formação Sambaíba (figura 19).
  • 45. Material inconsolidado Material inconsolidado 45 Figura 18: Ponto 09, GPS 0190667 9213712 Elevação 238 m, composto por material arenoso inconsolidado Formação Sambaíba Formação Sambaíba Figura 19: Ponto 13, GPS 0189208 92131520 Elevação 238 m, composto por material arenoso inconsolidado no topo e na base arenitos rosado com estrutura do tipo tabular de baixo ângulo da formação Sambaíba.
  • 46. Pode se concluir que o responsável pela deposição desses materiais soltos, usualmente encontrados no sopé das escarpas e que foram transportados, principalmente, pela ação da gravidade ou, simplesmente, material decomposto, transportado por gravidade, ou seja, compreende como depósitos quaternário coluvionar. Essa unidade corresponde a 5% da área estudada. Entretanto nas margens das principais drenagens da área IX fora encontrado materiais de característica subaquosa, possuindo matérias inconsolidados de diversas origens misturados ao meio de raízes e folhas, sendo definido como depósitos quaternário aluvionar (figura 20) correspondendo a 1% da área estudada. 46 Figura 20: Ponto 10, GPS 0190885 9213700 elevação 230 m no aluvião localizado na margem do rio, composto por matérias de diversas fontes.
  • 47. 47 5.2.2 Unidade II Nessa unidade, foi encontrados arenitos de tonalidades rosa-esbranquiçado, bem selecionado, de granulometria fina a média com estruturas sedimentares do tipo estratificação cruzada e tabular de baixo ângulo de grande porte (figura 21). Figura 21: Ponto 08, GPS 9213665 188448 elevação 344 m, afloramento artificial de beira de estrada composta por arenito com estratificação cruzada tabular de baixo ângulo. Na porção sudeste da área foram encontrados arenitos de coloração alaranjada a rosada, de granulometria fina a média, bem selecionados, com estruturas sedimentares do tipo estratificação cruzada tabular de baixo angulo de grande porte (figura 22).
  • 48. Além desses arenitos foram encontrados blocos rolados de arenito de coloração creme-alaranjado, bem selecionado, de granulometria de fina a média, silicificado de diversas dimensões (figura 23). 48 Figura 22: Ponto 12, GPS 92131520 189208 elevação 295 m, afloramento artificial de beira de estrada composta por arenito com estratificação cruzada tabular de baixo ângulo.
  • 49. Figura 23: Ponto 13, GPS 9213850 189189 elevação 330 m, afloramento com blocos rolados de arenito silicificado. Nas escarpas da área foram encontradas arenitos de coloração rosa-avermelhado, bem selecionados, de granulometria fina a media, com estruturas do 49 tipo cruzada tabular de baixo ângulo (figura 24 e 25). Figura 24: Escarpas com arenito com estratificação cruzada de grande porte de baixo ângulo.
  • 50. Figura 25: Ponto 13, GPS 9213850 189189 elevação 345 m, afloramento natural de escarpa com estratificação cruzada de baixo ângulo. De acordo com o levantamento de campo e juntamente com a análise bibliográfica, pode-se concluir que o ambiente sedimentar responsável pela deposição contendo diversas feições típicas de sedimentos eólicos como as dunas com estratificação cruzada de grande porte, caracterizam rochas de um sistema desértico. Foi possível concluir que ocorreu uma mudança de direção do vento através da análise de estruturas cruzadas de grande porte evidenciado pelo truncamento dos sets, com contribuição fluvial. Sendo então definida como a formação Sambaíba que corresponde a 24% da área estudada. 50
  • 51. A porção noroeste da unidade é caracterizada por apresentar um arenito maciço de coloração vermelho marte, bem selecionado, de granulometria de fino a médio (figura 26 A e B). Foram encontrados na subárea solo amarelado laterítico, maciço de granulação média a grossa bastante intemperizado em contato com o arenito de coloração vermelho marte (figura 26 C) . 51 5.2.3 Unidade III A B C Figura 26: Ponto 01, GPS 9217718 185116 elevação 420 m, afloramento artificial de beira de estrada composto por arenito (A). Perfil de A. Ponto 2, GPS 9218252 185927 elevação 430 m, afloramento natural composto por arenito vermelho (B). Ponto 2.1 GPS 9218253 185937 elevação 430 m, afloramento natural composto por arenito vermelho e solo lateritico (C).
  • 52. Foi encontrado basalto in situ com esfoliação esferoidal, de coloração cinza arroxeado (figura 27 A). Na porção leste foi encontrada laterita de coloração preta avermelhada de granulometria fina a média (figura 27 B). 52 A B Figura 27: Ponto 03, GPS 921898 140402 elevação 400 m, afloramento natural com basalto in situ (A). Figura 00: Ponto 04, GPS 9214919 190030 elevação 430 m, laterita (B). Na porção centro oeste da subárea fora encontrado um contato do solo avermelhado composto essencialmente por silte com o solo lateritico de coloração amarelada mal selecionado de granulometria média a grossa, maciço e intemperizado (figura 28). Figura 28: Ponto 05, GPS 9216152 186044 elevação 433 m, afloramento natural de beira de estrada composto por siltito e laterita.
  • 53. Na transição da formação Sambaíba para a formação Mosquito fora encontrada uma discordância do solo avermelhado de composição arenítica com o arenito bem selecionado e de granulometria fina, com coloração rosa esbranquiçado apresentando estratificação cruzada de grande porte do tipo tabular de baixo ângulo (figura 29). 53 Figura 29: Ponto 07, GPS 9213828 188294 elevação 374 m, afloramento natural de beira de estrada (A). Figura B: Zoom do contato do arenito rosa com o solo avermelhado. Figura C: Croqui de C. E perfil de (B).
  • 54. De acordo com o levantamento de campo e juntamente com a análise bibliográfica pode-se deduzir que essa unidade faz parte das rochas magmáticas intrusivas e extrusivas de composição básica por apresentar intercalações de arenito com basalto Aguiar (1971), basalto in situ esferoidal e solo avermelhado característico de derrames basálticos, sendo portanto definida como formação Mosquito que corresponde a cerca 70 % da área mapeada. 6 EVOLUÇÃO A partir da análise das etapas iniciais e de campo, foi possível definir as características da subárea IX, distinguir e individualiza-la em três unidades geológicas: Formação Mosquito, Formação Sambaíba e depósitos quaternários. Sendo que cada unidade apresenta idade e gênese distinta, logo a Formação Sambaíba é atinente a supersequência sedimentar do Grupo Balsas na Bacia do Parnaíba de idade Neocarbonífera-Mesotriássica. Sobreposta pela Formação Mosquito de idade Jurássica. Após vários processos pretéritos de evolução, desde a consolidação da correspondente fração continental, que posteriormente passou por três estágios até se tornar estável e denominar-se plataforma Sul-Americana, no Fanerozóico. Os três estágios foram: estágio de Estabilidade, estágio de Ativação e estágio Moderno. Para o entendimento do conjunto de mudanças evolutivas da área mapeada, é necessária a compreensão dos dois primeiros estágios de estabilização da Plataforma Sul-americana. Com a consolidação do supercontinente Gondwana, durante o estágio de Estabilidade ou ortoplataforma (Almeida 1967), ocorreu a formação de espessas coberturas descontínuas e diácronas devido a calmaria tectônica. E consequente formação das bacias paleozóicas no Brasil. As bacias se formaram onde, antes do Ciclo Brasiliano aglutinar o Gondwana, a crosta continental encontrava-se instável propícia a deformações, na qual sofria vários rifteamentos. Estes por sua vez, propiciaram a deposição da sedimentação do que veio a ser o embasamento das sinéclises. Várias orogenias no quadro mundial provocaram a ingressão de mares epicontinentais sobre a plataforma, denominando 54
  • 55. a fase talassocrática (Siluriano a Permiano), e assim depositando várias camadas sedimentares sobre as sinéclises paleozoicas tornando-as diacrônicas. Durante fase geocrática (Permo-Triássico a Jurássico), onde ocorreu a ascenção do território brasileiro como um todo decido a aglutinação de massas para a formação do Pangea, provocou uma calmaria tectônica e consequente não ingressão marinha. A aglutinação de massas através de orogenias que deram origem ao Pangea e o aquecimento devido a mudança no clima mundial, levaram o território da plataforma a ser palco de grande processo de aridez que se estendeu do Triássico ao Neocomiano. O que provocou uma megadesertificação, que foi um evento de magnitude própria levando a gerar uma sedimentação de natureza desértica sobre as bacias paleozóicas como a deposição da espessa camada siliciclástica da Formação Sambaíba (Almeida.,op.cit). O estágio de Ativação, assim chamado devido ao reavivamento tectônico, que foi dividido em três rifteamentos sobre a plataforma brasileira, se iniciou ainda sobre condições de aridez mundial como o primeiro rifteamento. Este ocorrera após a quebra do pangea, e posterior início de rompimento do Gondwana, dando origem a abertura do oceano Atlântico Norte no Neotriássico-Eocretáceo. No qual cedeu caminho para derrames de lavas basálticas que pôde ser evidenciado na área mapeada, apresentando característica básica. Compondo assim a Formação Mosquito, na forma de soleiras, que extravasou entre o Neojurássico e o Neocomiano sobre os sedimentos desérticos da Formação Sambaíba na Bacia do Parnaíba. A Formação Sambaíba apresenta características de ambientes desérticos, ratificando seu modelo de deposição sobre a bacia do Parnaíba evidenciada na área em estudo, como suas estratificações cruzada tabular e plano paralela de médio a grande porte e seus sedimentos finos a médios, subarredondados a subangulosos, de coloração avermelhados a rosados, além dos creme-claro, na sua maioria encontrando-se bem selecionados. A área não pode ser confundida com as características da Formação Motuca, devido esta ter evidências de ambiente desértico com influência sazonal, composto por sedimentos pelíticos típicos de lagos interdunas, formando certa ciclicidade entre camadas de sedimentos quartzosos e foscos com os pelitos. 55
  • 56. A estratigrafia da área, segundo a ordem cronológica dos eventos, mostra as características da Formação Mosquito, pela presença de basalto in situ, de coloração arroxeada com micropreenchimento das amígdalas por zeólitas, de coloração esbranquiçada aparentemente parecida com o talco, com esfoliação esfeiroidal. Devido o derrame de lavas basálticas ocorrido num pulso magmático, e terem sido colocado sobre as megas dunas eólicas da Formação Sambaíba, permitiu com que o relevo da área fosse sustentado pelo mesmo, como pelos arenitos silicificados, que são bastante resistentes a erosão, formando as grandes mesas tabuliformes. Porém, algo permitiu que ocorresse um grande ravinamento sobre a área expondo os arenitos na formação sotoposta, a qual foi se abrindo por processos intempéricos. Esses processos aturam no quaternário, além do transporte por gravidade, rios e vento, os quais levaram esses sedimentos arenosos de coloração amarelada a rosada e bem selecionados, que forma desestabilizados das formações sobrejacentes para uma área mais baixa, gerando um depósito quaternário, levando a configuração final até então, da área mapeada (figura 30). 56
  • 57. Figura 30: Modelo esquemático da evolução da subárea IX 57
  • 58. 58 7 CONCLUSÃO A elaboração deste mapeamento implicou na realização de um mapa geológico escala de 1:25.000 mostrando a distribuição das diferentes litologias e idade na área, onde estes são distribuídos em formações cronologicamente distintas dentro da bacia do Parnaíba. Além disso, foi possível estabelecer um modelo evolutivo da área mostrando os eventos que proporcionaram a configuração da área atual. A conclusão deste relatório só foi possível devido a descrição e interpretação de dados obtidos ao longo das três fases do Estágio de Campo I, onde se pôde verificar a relação de idades entre as sequências deposicionais e agrupá-las em três unidades litoestratigráficas, o que proporcionou a construção de um perfil geológico da área. Essas unidades foram a Formação Mosquito, a Formação Sambaíba e depósitos quaternários (aluvionar). Não foi possível a identificação de dados fósseis e nem de recursos minerais na área de estudo. Sendo assim, este trabalho como um todo, indubitavelmente, proporcionou uma ampliação e consequente maneira de por em prática o conhecimento geológico adquirido do curso até o presente momento. O estágio de Campo I, além de oferecer uma exposição dos conhecimentos de sala de aula, oferece ao discente uma prática para a vida profissional, de como agir em campo diante de situações difíceis e inesperadas.
  • 59. 59 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, G. A. Revisão geológica da bacia paleozoica do Maranhão. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 25., 1971, São Paulo. Anais. São Paulo: Sociedade Brasileira de Geologia, 1971. v. 3, p.113-122. Aguiar, G. A. De. 1969. Bacia do Maranhão: geologia e possibilidades de petróleo. Belém PETROBRAS, Relatório Técnico, n. 371, 55 p. ALMEIDA, F. F. M.; CARNEIRO, C. D. R. Inundações marinhas fanerozóicas no Brasil e recursos minerais associados. In: MANTESSO-NETO, V.; BARTORELLI, A.; CARNEIRO, C. D. R.; BRITO-NEVES, B. B. (Org.). Geologia do continente sul-americano: evolução da obra de Fernando Flávio Marques de Almeida. São Paulo: Beca, 2004. p.43-58. ANAISSE JÚNIOR, J.; TRUCKENBRODT, W.; ROSSETTI, D. F. Fácies de um sistema estuarino-lagunar no Grupo Itapecuru, Área de Açailândia – MA, Bacia do Grajaú. In: ROSSETTI, D. F.; GÓES, A. M.; TRUCKENBRODT, W. (Ed.). O cretáceo na Bacia de São Luís-Grajaú. Belém: Museu Paraense Emilio Goeldi, 2001. p.119-150. BARTORELLI, A., CARNEIRO, C. D. R., BRITO-NEVES, B. B. (eds). Geologia do Continente Sul-Americano: Evolução da obra de Fernando Flávio Marquescde Almeida. 1 ed. capítulo 3, São Paulo, Beca, 2004. BIGARELLA, J.J. & MOUSINHO, M.R. 1965. Considerações a respeito dos terraços fluviais, rampas de colúvios e várzeas. B. Paran. Geogr., Curitiba, 16/17: 153-197 CAPUTO, M. V. Stratigraphy, tectonics, paleoclimatology and paleogeography of Northern Basins of Brazil. 1984. 586 p. Thesis (Doctorate) - University of Califórnia, Santa Bárbara, 1984. CAPUTO M. V., Lima E. C. 1984. Estratigrafia, Idade e Correlação do Grupo Serra Grande. Rio de Janeiro – SBG. Anais XXXIII Congresso Brasileiro de Geologia, 2, p.740-75. CASSETI, Valter. Geomorfologia. [S.l.]: [2005]. Disponível em: <http://www.funape.org.br/geomorfologia/>. Acesso em: 28 Fev. 2014. CUNHA, F. M. B. e CARNEIRO, R. G. (1972) - Interpretação fotogeológica do centro-oeste da Bacia do Maranhão. Anais XXVI Congr. Bras. Geologia, v.3 p. 65-80, Belém. CUNHA, F.M.B., 1986, Evolução Paleozoica da Bacia do Parnaíba e Seu Arcabouço Tectônico. Dissertação de M.Sc., IGEO/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. DELLA FÁVERA, J. C. Tempestitos na Bacia do Parnaíba. 1990. 560 p. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1990. FIGUEIREDO, A.M. & RAJA-GABAGLIA, G.P. 1986. Sistema classificatório aplicado às bacias sedimentares brasileira. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo.
  • 60. 60 GÓES, A.M.O., SOUZA, J.M.P., TEIXEIRA, L.B. “Estágio Exploratório e Perspectivas. GÓES, A. M. O.; 1995. A Formação Poti (Carbonífero Inferior) da Bacia do Parnaíba. Universidade de São Paulo, Instituto de Geociências, São Paulo, Tese de doutorado não publicada, 171 p. GÓES, A. M. O.; FEIJÓ, F. J. Bacia do Parnaíba. Boletim de Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v.8, n. 1, p. 57-68, jan./mar. 1994. GÓES FILHO L., VELOSO H.P., JAPIASSU A.M.S., LEITE P.F. 1973. Vegetação. In: BRASIL (ed.) Projeto RADAM. Folha SA-23 (Folha São Luis) e parte da Folha SA-24 (Folha Fortaleza). MME/DNPM, v.3, p.71-72. HASUI, Y.; COSTA, J.B.S.; BORGES, M.S.; ASSIS, J.F.P.; PINHEIRO, R.V.L.; BARTORELLI, A.; PIRES NETO, A.G.; MIOTO, J.A. 1991. A borda sul da Bacia do Parnaíba no Mesozóico. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE ESTUDOS TECTÔNICOS, 3, Rio Claro, 1991. Boletim…, Rio Claro, SBG-Núcleo de São Paulo, p 93-95. LIMA, E. de A.M. & LEITE, J.F., 1978. Projeto Estudo Global dos Recursos Minerais da bacia Sedimentar do Parnaíba. Integração Geológico-Metalogenética. DNPM/CPRM. Relatório Final da Etapa III. Vol.1. Recife, 437p. Lima, M.I.C. Metodologia de Interpretação Radargeológica: Exemplo da sinéclise do Parnaíba e de seu Embasamento. Belém, UFPa/Centro de Geociências, 1995 . 426 p. (Tese de Doutoramento). LOBOZIAC, S.; STREEL, M.; CAPUTO, M.V. & MELO, J.H.G., 1992 – Middle Devonian to Lower Carboniferous miospores stratigraphy in the Central Paranaíba Basin (Brazil). Annales de la Societé Geologique de Belgique, Liége, 115 (1):215-226. MESNER, J.C & WOOLDRIDGE, L.C. 1964. Estratigrafia das bacias paleozóicas e cretácea do Maranhão. B. Téc. Petrobrás, Rio de Janeiro, 7 (2): 137-64. MONTEIRO, E. C.. O estudo da hidrogeologia do município de Palestina do Pará usando o método da eletroresistividade”. Belém, Universidade Federal do Pará. Tese (Mestrado), UFPA, 1998. MOREIRA M. R.; RIEDEL P.S.; LANDIM P. M. B. Aplicação de técnicas estatísticas multivariadas como subsídio á compartimentação fisiográfica. Rio Claro, UNESP, 2008. Revista Brasileira de Cartografia No 60/04, (ISSN 1808-0936). MÜLLER, H. 1962. Report on palynological results of samples examined from wells in Maranhão. Salvador. PETROBRAS, Relatório n. 500.
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