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Potássio no solo em conseqüência da adubação                                            1033



                     Potássio no solo em conseqüência da adubação
                       sobre a palha de milheto e chuva simulada
              Ciro Antonio Rosolem(1), Fernanda Pereira dos Santos(1), José Salvador Simonetti Foloni(2)
                                            e Juliano Carlos Calonego(1)

(1)Universidade  Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agronômicas, Dep. de Produção Vegetal, Caixa Postal 237, CEP 18603-970
Botucatu, SP. E-mail: rosolem@fca.unesp.br, fpsantos@fca.unesp.br, jcalonego@fca.unesp.br (2)Universidade do Oeste Paulista, Dep. de
Fitotecnia, Rod. Raposo Tavares, Km 572, CEP 19067-175 Presidente Prudente, SP. E-mail: sfoloni@unoeste.br

        Resumo – O objetivo deste trabalho foi avaliar a lixiviação de potássio (K), no solo, e sua presença nas formas
        trocável e não trocável, em conseqüência da aplicação de chuva simulada e adubação potássica sobre palha de
        milheto, na superfície do solo. Vasos com terra e palha de milheto na superfície (quantidade equivalente a 8 t ha-1)
        receberam ou não adubação potássica, na dose de 150 kg ha-1 de K2O, na forma de KCl, aplicados sobre a palha.
        Na seqüência, foram aplicadas lâminas de água de 0 a 50 mm. O solo foi analisado em diversas profundidades,
        quanto aos teores de K trocável e não trocável. A palha do milheto revelou-se fonte importante de K, que é
        lixiviado até 4 cm de profundidade por chuvas superiores a 30 mm. A lixiviação de K, em profundidade no solo,
        é proporcional à chuva aplicada; entretanto, uma chuva de 50 mm não carreia o nutriente para profundidades
        superiores a 8 cm. A passagem de K trocável para não trocável é rápida, conforme atestado pelo conteúdo
        de K não trocável na camada de solo abaixo de 4 cm.
        Termos para indexação: Pennisetum americanum, lixiviação de K, K trocável, K não trocável, sistema de semea-
        dura direta.


  Soil potassium as affected by fertilization over the millet straw and simulated rain

        Abstract – This research aimed to evaluate K leaching through the soil profile, and its presence in the exchangeable
        and nonexchangeable forms, as affected by simulated rain and potassic fertilizer applied over the pearl millet
        straw left on soil surface. Pots filled with soil and pearl millet straw (equivalent to 8 t ha-1) in the surface received
        or not 150 kg ha-1 of K2O, as KCl applied over the straw. Rainfalls from 0 to 50 mm were applied. The soil was
        analyzed at several depths for exchangeable and nonexchangeable K. Pearl millet straw acts as an important
        K source, which is leached down to 4 cm depth when subjected to a simulated 30-mm rain. K leaching is positively
        related to the amount of rain; however, a 50-mm rain does not lead the nutrient down to more than 8 cm depth.
        The transformation of exchangeable K to non exchangeable K is very fast, as shown by the contents of non
        exchangeable K in the soil profile down to 4 cm.
        Index terms: Pennisetum americanum, K leaching, exchangeable K, nonexchangeable K, no-till.



                         Introdução                                   nutriente para culturas subseqüentes, no sistema de
                                                                      semeadura direta; e a mineralização do K da palha,
  O potássio é o segundo nutriente mineral requerido                  depositada na superfície do solo, pode ser
em maior quantidade pelas espécies vegetais, depois                   relativamente rápida, pois esse nutriente permanece
do N, e tem alta mobilidade na planta, em qualquer                    quase que totalmente na forma iônica, dentro do
concentração, seja dentro da célula, no tecido vegetal,               tecido vegetal. O potássio do solo, por sua vez, é
no xilema ou no floema. Esse nutriente não é                          formado pelo K da solução, o K trocável, o K não
metabolizado na planta e forma ligações com moléculas                 trocável (fixado) e o K estrutural, e o suprimento de K
orgânicas de fácil reversibilidade, além de ser o íon mais            para as plantas advém da solução e dos sítios de troca
abundante nas células vegetais (Marschner, 1995).                     dos colóides do solo, que estão em equilíbrio com o K
Assim, as quantidades de K na parte aérea de plantas                  não trocável e com o K estrutural dos minerais
de cobertura podem constituir uma fonte expressiva do                 (Sparks & Huang, 1985).


                                                                          Pesq. agropec. bras., Brasília, v.41, n.6, p.1033-1040, jun. 2006
1034                                                        C.A. Rosolem et al.



   A ação da água das chuvas, independentemente da                                    Material e Métodos
decomposição da matéria orgânica, pode constituir um
fator importante na lixiviação de nutrientes de restos                    O experimento foi realizado em condições contro-
vegetais. Nos trabalhos de Silva & Ritchey (1982) e                    ladas, casa de vegetação e simulador de chuva, na
Klepker & Anghinoni (1995), constatou-se aumento nos                   Fac. de Ciências Agronômicas, na Universidade Es-
teores de K do solo, próximo à base dos caules do mi-                  tadual Paulista, em Botucatu, SP, nos anos de 2003
lho, em razão da lavagem do nutriente da parte aérea                   e 2004. Utilizou-se uma porção de solo, classificado
das plantas senescentes, no final do ciclo da cultura.                 como Latossolo Vermelho distroférrico de textura
Rosolem et al. (2003) submeteram restos vegetais de                    média (Embrapa, 1999), coletado na profundidade
seis espécies de plantas de cobertura a diferentes quan-               de 0–20 cm em área que vinha sendo cultivada com
tidades de chuva simulada e observaram que essas pa-                   milho; depois da secagem ao ar, a amostra foi passa-
lhas podem fornecer ao solo uma quantidade considerá-                  da em peneira com malha de 4 mm. A terra, que foi
vel de K, de 7 a 24 kg ha-1, sob um volume de chuva                    homogeneizada e analisada quimicamente (Raij et al.,
acumulada de 70 mm, sem que houvesse decomposi-                        2001), apresentou: pH (CaCl2) de 4,4; 23 mg dm-3
ção da palha.                                                          de MO; 6 mg dm -3 de P (resina); e 27,0, 0,8, 8,0
   O potássio disponibilizado da palha, assim como aquele              e 4,0 mmolc dm-3 de H ++Al3+, K+, Ca2+ e Mg2+, res-
adicionado via adubação potássica, podem ser intensa-                  pectivamente. A análise granulométrica (Embrapa,
mente lixiviados no perfil do solo, dependendo da quan-                1997) mostrou 640 g kg-1 de areia, 80 g kg-1 de silte
tidade de chuva, da dose de nutriente aplicado e da tex-               e 280 g kg-1 de argila. Aplicou-se calcário dolomítico
tura do solo, entre outros fatores, o que faz com que o                (CaO = 28%; MgO = 20% e PRNT = 95%), para ele-
manejo da adubação potássica seja importante, do pon-                  var a saturação por bases a 70% (Raij et al., 1996).
to de vista econômico e ambiental. Rosolem &                           Depois da calagem, a terra foi umedecida à capaci-
Nakagawa (2001) observaram que a lixiviação de K,                      dade de campo e acondicionada em sacos de plásti-
no perfil de um solo de textura média, aumentou muito,                 co por 30 dias. Em seguida, a terra foi secada ao ar
quando foram aplicadas doses de K 2 O acima                            e adubada com 100 mg dm -3 de N (uréia) e
de 80 kg ha-1 por ano, independentemente do modo de                    200 mg dm-3 de P (superfosfato simples). Parte da
aplicação do fertilizante. A liberação de ácidos orgâ-                 terra corrigida e adubada com N e P recebeu
nicos pela palha da superfície do solo altera a ordem
                                                                       150 mg dm-3 de K (cloreto de potássio) e foi utiliza-
de lixiviação de cátions no solo e permite um acúmulo
                                                                       da para o cultivo de milheto (Pennisetum
de K nas primeiras camadas, em sistemas com se-
                                                                       americanum var. BN-2), em vasos de 12,5 dm 3 .
meadura direta, com maior lixiviação cátions
                                                                       O restante da terra, que não recebeu adubação
divalentes ou trivalentes (Franchini et al., 1999; Ziglio
                                                                       potássica, foi reservado para a montagem das colunas
et al., 1999).
                                                                       de solo utilizadas no processo de simulação de chuva.
   Considerando-se: que as altas produtividades que vêm
                                                                          O milheto foi semeado em 10/12/2003. Depois da
sendo obtidas demandam altas doses de fertilizante
potássico; que a própria palha pode fornecer ao solo                   emergência, fez-se um desbaste, deixando-
quantidades consideráveis do nutriente; e, ainda, que                  se 25 plantas por vaso. A temperatura da casa de
o sistema de produção em semeadura direta altera a                     vegetação foi mantida a 20–30oC, durante todo o
química do solo, de modo a modificar a lixiviação de                   período de cultivo. Do 20 o ao 30 o dia depois da
cátions, é importante o conhecimento do comporta-                      emergência do milheto, foram feitas adubações su-
mento do K aplicado sobre a palha deixada na su-                       plementares nos vasos, por meio da água de irriga-
perfície do solo.                                                      ção, com macro e micronutrientes, num total de 100,
   O objetivo deste trabalho foi avaliar o aporte e a                  50, 50, 25, 25 e 53,3 mg dm -3 de N, P, K, Ca, Mg
lixiviação de K no solo, assim como sua presença nas                   e S, respectivamente, com os sais NH 4 N O 3 ,
formas trocável e não trocável, em conseqüência da                     N H 4 H 2 PO 4 , KNO 3 , CaSO 4 e MgSO 4 . O s
aplicação de lâminas de água, por meio de chuva simu-                  micronutrientes adicionados foram B, Zn, Mo, Mn
lada e adubação potássica, sobre a palha de milheto                    e Cu, na dose de 1 mg dm - 3 , por meio das
deixada na superfície.                                                 fontes H 3BO3, ZnCl 2, H2MoO4, MnCl 2 e CuCl2.



Pesq. agropec. bras., Brasília, v.41, n.6, p.1033-1040, jun. 2006
Potássio no solo em conseqüência da adubação                                          1035



   Aos 50 dias depois da emergência, as plantas de               As quantidades de chuva aplicadas foram de 0, 10,
milheto foram dessecadas com glifosato (i.a.) em dose         20, 30, 40 e 50 mm de lâmina de água, equivalentes
equivalente a 1,64 kg ha-1.                                   a 4, 8, 12, 16 e 20 deslocamentos da barra de aplicação.
   As colunas com o solo peneirado, corrigido e adubado          Depois da simulação de chuva, as colunas de PVC com
com N e P, que foram utilizadas na simulação de chuva,        a terra e a palha foram mantidas por cinco dias, à tempera-
foram montadas com anéis de PVC rígido, sobrepostos,          tura ambiente, para estabilização da lixiviação da água.
com 20 cm de diâmetro interno, correspondentes às se-         Depois desse período, as colunas foram desmontadas, a
guintes camadas: 0–2, 2–4, 4–8, 8–16 e 16–32 cm.              palha foi separada, e porções de solo foram coletadas nas
A terra foi acondicionada nos vasos à densidade               camadas de 0–2, 2–4, 4–8, 8–16 e 16–32 cm de profundi-
de 1,2 g cm-3, correspondente à do solo no campo. Para        dade. Em seguida, o solo foi secado em estufa de aeração
acomodar a terra nas colunas, fizeram-se irrigações           forçada a 40oC por 48 horas e, posteriormente, passado
seqüenciais até a capacidade de campo, durante alguns         em peneira com 2 mm de malha.
dias, até que não houvesse mais redução de volume da             O potássio trocável das amostras de solo foi determi-
terra dentro das colunas. Foram colocados anéis               nado pelo método da resina trocadora (Raij et al., 2001),
com 5 cm de altura e 20 cm de diâmetro, sobre a super-        e o K não trocável das mesmas amostras foi extraído
fície da terra das colunas, para acomodar a palha de          com HNO3 1,0 N a quente (Knudsen et al., 1982).
milheto durante o processo de simulação de chuva.                Amostras da palha de milheto foram coletadas de-
Os anéis foram unidos com fita plástica adesiva, e as         pois da simulação de chuva, secadas em estufa de
colunas foram vedadas ao fundo com material de plásti-        aeração forçada a 60oC por 72 horas, e moídas para
co impermeável.                                               determinação dos teores de K no tecido vegetal, con-
   Dez dias depois da dessecação do milheto, a parte          forme Malavolta et al. (1997).
aérea das plantas foi coletada, picada em pedaços                O experimento foi delineado em blocos ao acaso, num
de 2 a 5 cm e secada em estufa de aeração forçada             esquema fatorial 6x2, com quatro repetições.
a 30oC, por 48 horas. Depois da desidratação, a palha         Os tratamentos constituíram-se de seis lâminas de água
foi acondicionada em sacos de plástico e mantida sob          (0, 10, 20, 30, 40 e 50 mm), e ausência e presença de
refrigeração a 2oC, para posterior utilização no proces-      adubação potássica (0 e 150 kg ha-1 de K2O).
so de simulação de chuva. Retiraram-se amostras des-             Os resultados originais dos teores e acúmulo de K
                                                              na palha de milheto e de K trocável e não trocável,
sa palha para nova secagem a 60oC, por 72 horas em
                                                              em cada camada do solo, foram submetidos à análi-
estufa de aeração forçada, que serviram para aferir a
                                                              se de variância. Foram ajustadas as equações de re-
quantidade de palha seca a 30oC a ser acomodada na
                                                              gressão, para expressar o comportamento do K da
superfície do solo das colunas, equivalente a uma co-
                                                              palha, assim como do K trocável e não trocável do
bertura do solo de 8 t ha-1 de material vegetal secado
                                                              solo, resultado das lâminas de água aplicadas, para
a 60oC.
                                                              os tratamentos com e sem adubação potássica. Fo-
   Sobre a palha do milheto, antes da simulação de chu-
                                                              ram aceitas equações significativas até 5% de pro-
va, em parte dos vasos, de acordo com o delineamento
                                                              babilidade pelo teste F, com o maior coeficiente de
experimental, aplicaram-se doses de cloreto de potássio
                                                              determinação (R2), de acordo com procedimentos
granulado equivalentes a 150 kg ha-1 de K2O, mistura-
                                                              descritos por Mischan & Pinho (1996).
das com areia lavada.
   O simulador de chuvas utilizado no experimento foi
                                                                              Resultados e Discussão
descrito detalhadamente por Silva (2000). Foi utilizada
a barra de suporte dos bicos de alta vazão Spray System,         Na Figura 1, estão descritos os teores e as quantidades
modelo TK-SS-20, com o espaço entre bicos de 0,50 m.          de K na palha de milheto, com adubação e sem adubação
O equipamento foi calibrado para aplicar um volume de         potássica, em conseqüência da lâmina de água aplicada
água equivalente a 2,5 mm a cada passagem, operando           via chuva simulada. É importante lembrar que a palha
à pressão de trabalho de 81 Pa, com velocidade de des-        foi analisada sem lavagem, uma vez que este
locamento da barra de 0,0925 m s-1.                           procedimento extrairia K dela (Rosolem et al., 2003).



                                                                 Pesq. agropec. bras., Brasília, v.41, n.6, p.1033-1040, jun. 2006
1036                                                                       C.A. Rosolem et al.



Assim, sem chuva simulada, a quantidade de K                                          seja semelhante à taxa de decomposição da matéria
verificada na palha é oriunda da própria palha e do                                   orgânica. Porém, o K é exceção, pois este nutriente é
adubo. Entretanto, uma chuva de 10 mm foi suficiente                                  totalmente liberado no solo, mesmo sem haver decom-
para lavar praticamente todo o K do fertilizante retido                               posição completa do tecido vegetal. De acordo com
nos restos vegetais da planta de cobertura, e a partir                                Marschner (1995), o K apresenta alta mobilidade na
de 30 mm de precipitação, a disponibilização do                                       planta e não é metabolizado, encontrando-se quase que
nutriente, com adubação e sem adubação, manteve-                                      totalmente na forma de íon, nas células vegetais. Ou
se constante (Figura 1). Portanto, uma quantidade de                                  seja, o K é um nutriente absorvido em quantidades rela-
chuva relativamente baixa para condições de verão tropical                            tivamente altas pelas plantas e não é constituinte estru-
(30 mm) lixiviou 149 e 67 kg ha-1 de K das palhas com                                 tural de moléculas e tecidos, o que o torna passível de
adubação e sem adubação potássica, respectivamente,                                   ser extraído com relativa facilidade da cobertura morta,
mesmo considerando-se que os restos vegetais do milheto,                              sem haver, necessariamente, decomposição e
do presente trabalho, permaneceram na superfície do solo                              mineralização biológicas.
por cinco dias, em temperatura ambiente, depois da                                       Em trabalhos desenvolvidos por Silva & Ritchey
aplicação de chuva, propiciando algum grau de                                         (1982) e Klepker & Anghinoni (1995), observou-se a
decomposição biológica.                                                               formação de gradientes de concentração de K
   Nos trabalhos de Rosolem et al. (2003, 2005), as máxi-                             trocável no solo, transversais às linhas de semeadu-
mas lixiviações de K da palha de milheto ocorreram com                                ra do milho, com altas concentrações de K, próxi-
chuvas em torno de 30 mm, sem que houvesse decompo-                                   mas à base dos caules das plantas, que diminuíram,
sição biológica do material vegetal, mesmo em condições                               gradativamente, até o meio das entrelinhas, indepen-
em que as plantas receberam adubações relativamente al-                               dentemente do modo de aplicação do fertilizante
tas de KCl, que propiciaram concentrações elevadas do                                 potássico e dos sistemas de preparo de solo estuda-
nutriente na palha.                                                                   dos; tais concentrações elevadas de K no solo próxi-
   Espera-se que a taxa de mineralização dos nutrientes                               mo às plantas justificaram-se em razão da lavagem
contidos nos restos vegetais, deixados na superfície do                               deste nutriente na parte aérea do milho, pela água das
solo no sistema de semeadura direta, de maneira geral,                                chuvas, no final do ciclo da cultura.



                                                                                                                     300
                     40
                                                                                                                               Com adubo: y = 112,7 + 140,0exp(-0,146x)
                              Com adubo: y = 13,9 + 17,6exp(-0,117x)                                                 250       R2 = 0,98**
                              R2 = 0,7**
                                                                                          Quantidade de K (kg ha )
                                                                                         -1




                     30
                                                                                                                     200
 Teor de K (g kg )
-1




                     20                                                                                              150


                                                                                                                     100
                                                                                                                               Sem adubo: y = 14,3 + 66,2exp(-0,080x)
                     10       Sem adubo: y = 13,6 + 8,8exp(-0,065x)
                                                                                                                               R2 = 0,95**
                              R2 = 0,95**                                                                             50


                      0                                                                                                0
                          0         10        20         30           40   50                                              0         10        20        30         40    50
                                         Lâmina de água (mm)                                                                              Lâmina de água (mm)

Figura 1. Teor e quantidade de potássio na palha de milheto, resultantes da adubação potássica com 150 kg ha-1 de K2O e da
lâmina de água aplicada como chuva simulada. **Significativo a 1% de probabilidade.



Pesq. agropec. bras., Brasília, v.41, n.6, p.1033-1040, jun. 2006
Potássio no solo em conseqüência da adubação                                          1037



   Rosolem et al. (2003) submeteram à simulação de                  Neste trabalho, foi utilizado um Latossolo Vermelho
chuva os restos vegetais de aveia preta, milheto, sorgo,         distroférrico de textura média, grau de intemperismo
crotalária juncea, braquiária e triticale, e observaram con-     e permeabilidade relativamente elevados, o que
centrações de K consideráveis na água percolada, com             justifica a lixiviação de K, principalmente na condição
valores que variaram de 7 a 24 kg ha-1 de K lixiviado,           de aplicação de KCl sobre a palha. No entanto, a
de uma cobertura equivalente a 8 t ha-1 de matéria seca          fixação de K pelos colóides do solo deveria ter sido
de palha, com lâminas acumuladas de 70 mm, sem que               baixa ou inexpressiva, por este solo apresentar baixos
houvesse decomposição do material vegetal.                       teores de argilas silicatadas (Carvalho et al., 1983).
   O teor de K trocável nas camadas de solo, em                  Os incrementos do K não trocável foram
conseqüência da chuva simulada aumentou                          significativos, nos primeiros 8 cm de profundidade do
consideravelmente, até 4 cm de profundidade, e teve              solo que recebeu adubação potássica, mostrando que
origem na palha do milheto, uma vez que estes vasos              parte do K adicionado via fertilizante é retido no solo
não receberam adubação potássica (Figura 2).                     além da capacidade de troca catiônica dos colóides,
De acordo com os resultados da Figura 1, a palha do              o que reduz, de certa forma, as perdas por lixiviação
milheto contribuiu com mais de 60 kg ha-1 de K para o            (Figura 3).
solo, que foi lixiviado até a camada de 2–4 cm (Figura 2).          Segundo Sparks & Huang (1985), o K do solo é
Mesmo uma chuva de 50 mm não foi suficiente para                 formado pelo K da solução, o K trocável, o K não
carrear o K abaixo de 4 cm no solo, quando não foi               trocável (fixado) e o K estrutural, e as proporções
aplicado fertilizante.                                           do K total do solo, correspondentes ao K da solução
   É interessante notar que mesmo o K normalmente                e ao K trocável, são relativamente pequenas.
considerado como não trocável foi modificado até a               O suprimento de K para as plantas advém da solução
profundidade de 4 cm (Figura 2). Rosolem et al. (1993)           e dos sítios de troca dos colóides do solo, que estão
haviam relatado que a passagem do K de formas
                                                                 em equilíbrio com o K não trocável e com o K
trocáveis para não trocáveis era rápida, principalmente
                                                                 estrutural dos minerais. De acordo com Raij (1996),
em solos esgotados, como parece ser o caso,
                                                                 nos solos da grande maioria das regiões tropicais do
considerando-se os baixos teores de K trocável e teores
                                                                 Brasil, os colóides são formados predominantemente
mais altos de K não trocável, em algumas profundidades
                                                                 por matéria orgânica, caulinita e óxidos de ferro e
(Rosolem & Nakagawa, 2001). Este fato deve ter
                                                                 alumínio, e o K trocável, nestas condições de
influenciado na lixiviação do nutriente, restringindo-a, pois
                                                                 pedogênese, representa a porção mais importante
de outra forma, haveria mais K passível de lixiviação,
                                                                 disponível às plantas. Contudo, admitem que o K não
na solução.
                                                                 trocável do solo e o K dos restos vegetais podem
   Na condição de adubação potássica a lanço, sobre a
palha de milheto, o K trocável e o K não trocável variaram       contribuir consideravelmente, para a nutrição das
intensamente, nos primeiros 8 cm de profundidade do solo,        plantas cultivadas.
com o aumento da quantidade de chuva (Figura 3).                    No padrão de lixiviação de K no solo, chuvas de
As quantidades de K encontradas no solo com adubação             até 50 mm lixiviaram o nutriente, no máximo, até a
foram muito superiores àquelas determinadas na ausência          camada de 4–8 cm. Esta é, normalmente, a camada onde
de adubação, quando a única fonte do nutriente foi a palha       se inicia o desenvolvimento radicular das plantas. Assim,
do milheto. Nas camadas até 4 cm de profundidade,                tanto o K da palha que estava em superfície quanto o K
parece ter ocorrido saturação dos sítios de retenção do K,       do adubo aplicado a lanço sobre a palha foram
uma vez que as curvas atingem o máximo, mesmo no                 transportados para o solo e permaneceram numa camada
caso do K não trocável. Assim, o K que fica na solução           acessível às raízes das plântulas. Isso indica a viabilidade
do solo é passível de lixiviação às camadas mais profundas.      da aplicação do adubo potássico a lanço, em que o K
Isso aparece na Figura 3 C, profundidade de 4–8 cm, onde         estaria, depois das primeiras chuvas, disponível na região
verifica-se resposta linear dos teores de K trocável e não       de crescimento radicular, sem, no entanto, prejudicar a
trocável, com o aumento da lâmina de água da chuva               população de plantas em razão da alteração da
simulada aplicada.                                               salinidade.



                                                                    Pesq. agropec. bras., Brasília, v.41, n.6, p.1033-1040, jun. 2006
1038                                                                                                              C.A. Rosolem et al.



                                  4                                                                                                                             4

                                          A                                                                                                                             B
     Te o r d e K (mmo lc d m )




                                                                                                                              Te o r d e K (mmo lc d m )
    -3




                                  3                                                                                                                             3




                                                                                                                              -3
                                                          K trocável                 2
                                                                                                                                                                                          K trocável                 2
                                                          y = 1,78 + 0,074x - 0,0008x                                                                                                     y = 1,77 + 0,086x - 0,0012x
                                                              2                                                                                                                            2
                                                          R = 0,99**                                                                                                                      R = 0,95**
                                  2                                                                                                                             2

                                          K não trocável
                                                                     2
                                          y = 0,32 + 0,035x - 0,0005x
                                  1         2
                                          R = 0,87*                                                                                                             1                              K não trocável

                                                                                                                                                                                                y = 1,03x/(5,8 + x)
                                                                                                                                                                                                  2
                                                                                                                                                                                                R = 0,89*
                                  0                                                                                                                             0
                                      0       10         20                    30                      40         50                                                0         10          20     30        40         50
                                  4                                                                                                                             4
                                          C                                                                                                                             D
    Te o r d e K (mmo lc d m )




                                                                                                                                 Te o r d e K (m m o lc d m )
   -3




                                                                                                                              -3

                                  3                                                                                                                             3



                                  2                                                                                                                             2
                                            K não trocável                                                                                                                  K não trocável

                                  1                                                                                                                             1
                                            K trocável
                                                                                                                                                                        K trocável
                                  0                                                                                                                             0
                                      0       10        20       30                                    40         50                                                0          10       20        30            40         50
                                                   Lâmina de água (mm)                                                                                                              Lâmina de água (mm)
                                                                                               4
                                                                                                       E
                                                                  Te o r d e K (mmo lc d m )
                                                                  -3




                                                                                               3



                                                                                               2
                                                                                                       K não trocável

                                                                                               1

                                                                                                       K trocável

                                                                                               0
                                                                                                   0         10        20       30                                       40          50
                                                                                                                  Lâmina de água (mm)
    Figura 2. Teores de potássio trocável e não trocável no solo, resultantes da lâmina de água aplicada como chuva
    simulada sobre a palha de milheto, nas profundidades de 0–2 m (A), 2–4 cm (B), 4–8 cm (C), 8–16 cm (D) e 16–32 cm (E),
    na ausência de adubação potássica. * e **Significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente.



Pesq. agropec. bras., Brasília, v.41, n.6, p.1033-1040, jun. 2006
Potássio no solo em conseqüência da adubação                                                                            1039



                                 10                                                                                                                               10
                                          A                                                                                                                                B

                                  8                                                                                                                                8         K trocável
    Te o r d e K (mmo lc d m )




                                                                                                                                     Te o r d e K (mmo lc d m )
-3




                                                                                                                                 -3
                                                                                                                                                                                                        2
                                                       K trocável                                                                                                            y = 2,91 + 1,76x - 0,0024x
                                                                       1/2      2
                                                       y = 3,47 + 0,62x - 0,004x                                                                                               2
                                                                                                                                                                             R = 0,97**
                                  6                      2                                                                                                         6
                                                       R = 0,87*

                                  4           K não trocável                                                                                                       4
                                                              1/2       2
                                              y = 1,12 + 0,15x - 0,0016x
                                               2
                                              R = 0,91*
                                  2                                                                                                                                2                     K não trocável
                                                                                                                                                                                                                     2
                                                                                                                                                                                         y = 0,44 + 0,176x - 0,0025x
                                                                                                                                                                                          2
                                                                                                                                                                                         R = 0,92*
                                  0                                                                                                                                0
                                      0        10      20      30                                     40       50                                                      0        10       20       30        40     50

                                 10                                                                                                                               10
                                          C                                                                                                                                 D
                                  8                                                                                                                                8
Te o r d e K (mmo lc d m )




                                                                                                                                 Te o r d e K (mmo lc d m )
-3




                                                                                                                                -3


                                  6                                                                                                                                6


                                  4       K não trocável                                                                                                           4
                                          y = 1,07 + 0,038x
                                           2
                                          R = 0,94**
                                  2                                                                                                                                2       K não trocável
                                                    K trocável          2
                                                    y = 0,93 + 0,033x, R = 0,93**                                                                                           K trocável
                                  0                                                                                                                                0
                                      0        10     20       30                                     40        50                                                     0        10     20       30          40      50
                                                 Lâmina de água (mm)                                                                                                              Lâmina de água (mm)

                                                                                                 10
                                                                                                           E
                                                                                                  8
                                                                    Te o r d e K (mmo lc d m )
                                                                 -3




                                                                                                  6


                                                                                                  4


                                                                                                  2        K não trocável


                                                                                                  0        K trocável
                                                                                                       0        10     20       30                                     40        50
                                                                                                                  Lâmina de água (mm)

                      Figura 3. Teores de potássio trocável e não trocável no solo, resultantes da lâmina de água aplicada como chuva
                      simulada sobre a palha de milheto, nas profundidades de 0–2 cm (A), 2–4 cm (B), 4–8 cm (C), 8–16 cm (D) e 16–32 cm (E),
                      na presença de adubação potássica. * e **Significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente.



                                                                                                                              Pesq. agropec. bras., Brasília, v.41, n.6, p.1033-1040, jun. 2006
1040                                                        C.A. Rosolem et al.



                          Conclusões                                   MARSCHNER, H. Functions of mineral nutrients:
                                                                       macronutrients. In: MARSCHNER, H. Mineral nutrition of higher
   1. A palha do milheto, mesmo sem adubação potássica,                plants. 2nd ed. London: Academic Press, 1995. p.231-255.
é fonte importante de K, que é lixiviado até 4 cm de                   MISCHAN, M.M.; PINHO, S.Z. Experimentação agronômica:
profundidade por chuvas superiores a 30 mm.                            dados não balanceados. Botucatu: Fundibio, 1996. 456p.
   2. A lixiviação de K em profundidade no solo é pro-                 RAIJ, B. van; ANDRADE, J.C. de; CANTARELLA, H.;
porcional à chuva aplicada, entretanto, uma chuva de                   QUAGGIO, J.A. (Ed.). Análise química para avaliação da
50 mm não carreia o nutriente para abaixo de 8 cm.                     fertilidade de solos tropicais. Campinas: IAC, 2001. 285p.
   3. A passagem de K trocável para não trocável é rápi-               RAIJ, B. van; CANTARELA, H.; QUAGGIO, J.A.; FURLANI,
da, pois tanto o K lixiviado da palha de milheto quanto do             A.M.C. Recomendações de adubação e calagem para o Estado
adubo proporcionam aumento dos teores de K não trocável.               de São Paulo. 2.ed. Campinas: Instituto Agronômico, Fundação
                                                                       IAC, 1996. 285p.
                                                                       ROSOLEM, C.A.; BESSA, A.M.; PEREIRA, H.F.M. Dinâmica do
                         Referências                                   potássio no solo e nutrição potássica da soja. Pesquisa Agropecuária
                                                                       Brasileira, v.28, p.1045-1054, 1993.
CARVALHO, W.A.; ESPÍNDOLA, C.R.; PACCOLA, A.A.
                                                                       ROSOLEM, C.A.; CALONEGO, J.C.; FOLONI, J.S.S. Lixiviação
Levantamento de solos da Fazenda Lageado - Estação
Experimental “Presidente Médici”. Botucatu: Faculdade de               de potássio da palha de coberturas de solo em função da quantidade
Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, 1983. 95p.       de chuva recebida. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.27,
(Boletim técnico, 1)                                                   p.355-362, 2003.

EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos (Rio de Janeiro,         ROSOLEM, C.A.; CALONEGO, J.C.; FOLONI, J.S.S. Potassium
RJ). Manual de métodos de análise de solo. 2.ed. Rio de Janeiro,       leaching from millet straw as affected by rainfall and potassium
1997. 212p.                                                            rates. Communications in Soil Science and Plant Analysis, v.36,
                                                                       p.1063-1074, 2005.
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos (Rio de Janeiro,
RJ). Sistema Brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro,     ROSOLEM, C.A.; NAKAGAWA, J. Residual and annual potassic
1999. 412p.                                                            fertilization for soybeans. Nutrient Cycling in Agroecosystems,
                                                                       v.59, p.143-149, 2001.
FRANCHINI, J.C.; MIYAZAWA, M.; PAVAN, M.A.;
MALAVOLTA, E. Dinâmica de íons em solo ácido lixiviado com             SILVA, J.E. da; RITCHEY, K.D. Acumulação diferencial de potássio
extratos de resíduos de adubos verdes e soluções puras de ácidos       em oxissolos devido a lavagem do nutriente das plantas de milho
orgânicos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.34, p.2267-2276,        para o solo. Revista Brasileira de Ciência do solo, v.6, p.183-
1999.                                                                  188, 1982.
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estado nutricional das plantas: princípios e aplicações. Piracicaba:   e inorgânicas de mobilização do cálcio no solo. Brazilian Archives
Potafos, 1997. 201p.                                                   of Biology and Technology, v.42, p.257-262, 1999.


                                  Recebido em 14 de fevereiro de 2005 e aprovado em 30 de janeiro de 2006




Pesq. agropec. bras., Brasília, v.41, n.6, p.1033-1040, jun. 2006

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Potássio no solo em conseqüência da adubação sobre a palha de milheto e chuva simulada

  • 1. Potássio no solo em conseqüência da adubação 1033 Potássio no solo em conseqüência da adubação sobre a palha de milheto e chuva simulada Ciro Antonio Rosolem(1), Fernanda Pereira dos Santos(1), José Salvador Simonetti Foloni(2) e Juliano Carlos Calonego(1) (1)Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agronômicas, Dep. de Produção Vegetal, Caixa Postal 237, CEP 18603-970 Botucatu, SP. E-mail: rosolem@fca.unesp.br, fpsantos@fca.unesp.br, jcalonego@fca.unesp.br (2)Universidade do Oeste Paulista, Dep. de Fitotecnia, Rod. Raposo Tavares, Km 572, CEP 19067-175 Presidente Prudente, SP. E-mail: sfoloni@unoeste.br Resumo – O objetivo deste trabalho foi avaliar a lixiviação de potássio (K), no solo, e sua presença nas formas trocável e não trocável, em conseqüência da aplicação de chuva simulada e adubação potássica sobre palha de milheto, na superfície do solo. Vasos com terra e palha de milheto na superfície (quantidade equivalente a 8 t ha-1) receberam ou não adubação potássica, na dose de 150 kg ha-1 de K2O, na forma de KCl, aplicados sobre a palha. Na seqüência, foram aplicadas lâminas de água de 0 a 50 mm. O solo foi analisado em diversas profundidades, quanto aos teores de K trocável e não trocável. A palha do milheto revelou-se fonte importante de K, que é lixiviado até 4 cm de profundidade por chuvas superiores a 30 mm. A lixiviação de K, em profundidade no solo, é proporcional à chuva aplicada; entretanto, uma chuva de 50 mm não carreia o nutriente para profundidades superiores a 8 cm. A passagem de K trocável para não trocável é rápida, conforme atestado pelo conteúdo de K não trocável na camada de solo abaixo de 4 cm. Termos para indexação: Pennisetum americanum, lixiviação de K, K trocável, K não trocável, sistema de semea- dura direta. Soil potassium as affected by fertilization over the millet straw and simulated rain Abstract – This research aimed to evaluate K leaching through the soil profile, and its presence in the exchangeable and nonexchangeable forms, as affected by simulated rain and potassic fertilizer applied over the pearl millet straw left on soil surface. Pots filled with soil and pearl millet straw (equivalent to 8 t ha-1) in the surface received or not 150 kg ha-1 of K2O, as KCl applied over the straw. Rainfalls from 0 to 50 mm were applied. The soil was analyzed at several depths for exchangeable and nonexchangeable K. Pearl millet straw acts as an important K source, which is leached down to 4 cm depth when subjected to a simulated 30-mm rain. K leaching is positively related to the amount of rain; however, a 50-mm rain does not lead the nutrient down to more than 8 cm depth. The transformation of exchangeable K to non exchangeable K is very fast, as shown by the contents of non exchangeable K in the soil profile down to 4 cm. Index terms: Pennisetum americanum, K leaching, exchangeable K, nonexchangeable K, no-till. Introdução nutriente para culturas subseqüentes, no sistema de semeadura direta; e a mineralização do K da palha, O potássio é o segundo nutriente mineral requerido depositada na superfície do solo, pode ser em maior quantidade pelas espécies vegetais, depois relativamente rápida, pois esse nutriente permanece do N, e tem alta mobilidade na planta, em qualquer quase que totalmente na forma iônica, dentro do concentração, seja dentro da célula, no tecido vegetal, tecido vegetal. O potássio do solo, por sua vez, é no xilema ou no floema. Esse nutriente não é formado pelo K da solução, o K trocável, o K não metabolizado na planta e forma ligações com moléculas trocável (fixado) e o K estrutural, e o suprimento de K orgânicas de fácil reversibilidade, além de ser o íon mais para as plantas advém da solução e dos sítios de troca abundante nas células vegetais (Marschner, 1995). dos colóides do solo, que estão em equilíbrio com o K Assim, as quantidades de K na parte aérea de plantas não trocável e com o K estrutural dos minerais de cobertura podem constituir uma fonte expressiva do (Sparks & Huang, 1985). Pesq. agropec. bras., Brasília, v.41, n.6, p.1033-1040, jun. 2006
  • 2. 1034 C.A. Rosolem et al. A ação da água das chuvas, independentemente da Material e Métodos decomposição da matéria orgânica, pode constituir um fator importante na lixiviação de nutrientes de restos O experimento foi realizado em condições contro- vegetais. Nos trabalhos de Silva & Ritchey (1982) e ladas, casa de vegetação e simulador de chuva, na Klepker & Anghinoni (1995), constatou-se aumento nos Fac. de Ciências Agronômicas, na Universidade Es- teores de K do solo, próximo à base dos caules do mi- tadual Paulista, em Botucatu, SP, nos anos de 2003 lho, em razão da lavagem do nutriente da parte aérea e 2004. Utilizou-se uma porção de solo, classificado das plantas senescentes, no final do ciclo da cultura. como Latossolo Vermelho distroférrico de textura Rosolem et al. (2003) submeteram restos vegetais de média (Embrapa, 1999), coletado na profundidade seis espécies de plantas de cobertura a diferentes quan- de 0–20 cm em área que vinha sendo cultivada com tidades de chuva simulada e observaram que essas pa- milho; depois da secagem ao ar, a amostra foi passa- lhas podem fornecer ao solo uma quantidade considerá- da em peneira com malha de 4 mm. A terra, que foi vel de K, de 7 a 24 kg ha-1, sob um volume de chuva homogeneizada e analisada quimicamente (Raij et al., acumulada de 70 mm, sem que houvesse decomposi- 2001), apresentou: pH (CaCl2) de 4,4; 23 mg dm-3 ção da palha. de MO; 6 mg dm -3 de P (resina); e 27,0, 0,8, 8,0 O potássio disponibilizado da palha, assim como aquele e 4,0 mmolc dm-3 de H ++Al3+, K+, Ca2+ e Mg2+, res- adicionado via adubação potássica, podem ser intensa- pectivamente. A análise granulométrica (Embrapa, mente lixiviados no perfil do solo, dependendo da quan- 1997) mostrou 640 g kg-1 de areia, 80 g kg-1 de silte tidade de chuva, da dose de nutriente aplicado e da tex- e 280 g kg-1 de argila. Aplicou-se calcário dolomítico tura do solo, entre outros fatores, o que faz com que o (CaO = 28%; MgO = 20% e PRNT = 95%), para ele- manejo da adubação potássica seja importante, do pon- var a saturação por bases a 70% (Raij et al., 1996). to de vista econômico e ambiental. Rosolem & Depois da calagem, a terra foi umedecida à capaci- Nakagawa (2001) observaram que a lixiviação de K, dade de campo e acondicionada em sacos de plásti- no perfil de um solo de textura média, aumentou muito, co por 30 dias. Em seguida, a terra foi secada ao ar quando foram aplicadas doses de K 2 O acima e adubada com 100 mg dm -3 de N (uréia) e de 80 kg ha-1 por ano, independentemente do modo de 200 mg dm-3 de P (superfosfato simples). Parte da aplicação do fertilizante. A liberação de ácidos orgâ- terra corrigida e adubada com N e P recebeu nicos pela palha da superfície do solo altera a ordem 150 mg dm-3 de K (cloreto de potássio) e foi utiliza- de lixiviação de cátions no solo e permite um acúmulo da para o cultivo de milheto (Pennisetum de K nas primeiras camadas, em sistemas com se- americanum var. BN-2), em vasos de 12,5 dm 3 . meadura direta, com maior lixiviação cátions O restante da terra, que não recebeu adubação divalentes ou trivalentes (Franchini et al., 1999; Ziglio potássica, foi reservado para a montagem das colunas et al., 1999). de solo utilizadas no processo de simulação de chuva. Considerando-se: que as altas produtividades que vêm O milheto foi semeado em 10/12/2003. Depois da sendo obtidas demandam altas doses de fertilizante potássico; que a própria palha pode fornecer ao solo emergência, fez-se um desbaste, deixando- quantidades consideráveis do nutriente; e, ainda, que se 25 plantas por vaso. A temperatura da casa de o sistema de produção em semeadura direta altera a vegetação foi mantida a 20–30oC, durante todo o química do solo, de modo a modificar a lixiviação de período de cultivo. Do 20 o ao 30 o dia depois da cátions, é importante o conhecimento do comporta- emergência do milheto, foram feitas adubações su- mento do K aplicado sobre a palha deixada na su- plementares nos vasos, por meio da água de irriga- perfície do solo. ção, com macro e micronutrientes, num total de 100, O objetivo deste trabalho foi avaliar o aporte e a 50, 50, 25, 25 e 53,3 mg dm -3 de N, P, K, Ca, Mg lixiviação de K no solo, assim como sua presença nas e S, respectivamente, com os sais NH 4 N O 3 , formas trocável e não trocável, em conseqüência da N H 4 H 2 PO 4 , KNO 3 , CaSO 4 e MgSO 4 . O s aplicação de lâminas de água, por meio de chuva simu- micronutrientes adicionados foram B, Zn, Mo, Mn lada e adubação potássica, sobre a palha de milheto e Cu, na dose de 1 mg dm - 3 , por meio das deixada na superfície. fontes H 3BO3, ZnCl 2, H2MoO4, MnCl 2 e CuCl2. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.41, n.6, p.1033-1040, jun. 2006
  • 3. Potássio no solo em conseqüência da adubação 1035 Aos 50 dias depois da emergência, as plantas de As quantidades de chuva aplicadas foram de 0, 10, milheto foram dessecadas com glifosato (i.a.) em dose 20, 30, 40 e 50 mm de lâmina de água, equivalentes equivalente a 1,64 kg ha-1. a 4, 8, 12, 16 e 20 deslocamentos da barra de aplicação. As colunas com o solo peneirado, corrigido e adubado Depois da simulação de chuva, as colunas de PVC com com N e P, que foram utilizadas na simulação de chuva, a terra e a palha foram mantidas por cinco dias, à tempera- foram montadas com anéis de PVC rígido, sobrepostos, tura ambiente, para estabilização da lixiviação da água. com 20 cm de diâmetro interno, correspondentes às se- Depois desse período, as colunas foram desmontadas, a guintes camadas: 0–2, 2–4, 4–8, 8–16 e 16–32 cm. palha foi separada, e porções de solo foram coletadas nas A terra foi acondicionada nos vasos à densidade camadas de 0–2, 2–4, 4–8, 8–16 e 16–32 cm de profundi- de 1,2 g cm-3, correspondente à do solo no campo. Para dade. Em seguida, o solo foi secado em estufa de aeração acomodar a terra nas colunas, fizeram-se irrigações forçada a 40oC por 48 horas e, posteriormente, passado seqüenciais até a capacidade de campo, durante alguns em peneira com 2 mm de malha. dias, até que não houvesse mais redução de volume da O potássio trocável das amostras de solo foi determi- terra dentro das colunas. Foram colocados anéis nado pelo método da resina trocadora (Raij et al., 2001), com 5 cm de altura e 20 cm de diâmetro, sobre a super- e o K não trocável das mesmas amostras foi extraído fície da terra das colunas, para acomodar a palha de com HNO3 1,0 N a quente (Knudsen et al., 1982). milheto durante o processo de simulação de chuva. Amostras da palha de milheto foram coletadas de- Os anéis foram unidos com fita plástica adesiva, e as pois da simulação de chuva, secadas em estufa de colunas foram vedadas ao fundo com material de plásti- aeração forçada a 60oC por 72 horas, e moídas para co impermeável. determinação dos teores de K no tecido vegetal, con- Dez dias depois da dessecação do milheto, a parte forme Malavolta et al. (1997). aérea das plantas foi coletada, picada em pedaços O experimento foi delineado em blocos ao acaso, num de 2 a 5 cm e secada em estufa de aeração forçada esquema fatorial 6x2, com quatro repetições. a 30oC, por 48 horas. Depois da desidratação, a palha Os tratamentos constituíram-se de seis lâminas de água foi acondicionada em sacos de plástico e mantida sob (0, 10, 20, 30, 40 e 50 mm), e ausência e presença de refrigeração a 2oC, para posterior utilização no proces- adubação potássica (0 e 150 kg ha-1 de K2O). so de simulação de chuva. Retiraram-se amostras des- Os resultados originais dos teores e acúmulo de K na palha de milheto e de K trocável e não trocável, sa palha para nova secagem a 60oC, por 72 horas em em cada camada do solo, foram submetidos à análi- estufa de aeração forçada, que serviram para aferir a se de variância. Foram ajustadas as equações de re- quantidade de palha seca a 30oC a ser acomodada na gressão, para expressar o comportamento do K da superfície do solo das colunas, equivalente a uma co- palha, assim como do K trocável e não trocável do bertura do solo de 8 t ha-1 de material vegetal secado solo, resultado das lâminas de água aplicadas, para a 60oC. os tratamentos com e sem adubação potássica. Fo- Sobre a palha do milheto, antes da simulação de chu- ram aceitas equações significativas até 5% de pro- va, em parte dos vasos, de acordo com o delineamento babilidade pelo teste F, com o maior coeficiente de experimental, aplicaram-se doses de cloreto de potássio determinação (R2), de acordo com procedimentos granulado equivalentes a 150 kg ha-1 de K2O, mistura- descritos por Mischan & Pinho (1996). das com areia lavada. O simulador de chuvas utilizado no experimento foi Resultados e Discussão descrito detalhadamente por Silva (2000). Foi utilizada a barra de suporte dos bicos de alta vazão Spray System, Na Figura 1, estão descritos os teores e as quantidades modelo TK-SS-20, com o espaço entre bicos de 0,50 m. de K na palha de milheto, com adubação e sem adubação O equipamento foi calibrado para aplicar um volume de potássica, em conseqüência da lâmina de água aplicada água equivalente a 2,5 mm a cada passagem, operando via chuva simulada. É importante lembrar que a palha à pressão de trabalho de 81 Pa, com velocidade de des- foi analisada sem lavagem, uma vez que este locamento da barra de 0,0925 m s-1. procedimento extrairia K dela (Rosolem et al., 2003). Pesq. agropec. bras., Brasília, v.41, n.6, p.1033-1040, jun. 2006
  • 4. 1036 C.A. Rosolem et al. Assim, sem chuva simulada, a quantidade de K seja semelhante à taxa de decomposição da matéria verificada na palha é oriunda da própria palha e do orgânica. Porém, o K é exceção, pois este nutriente é adubo. Entretanto, uma chuva de 10 mm foi suficiente totalmente liberado no solo, mesmo sem haver decom- para lavar praticamente todo o K do fertilizante retido posição completa do tecido vegetal. De acordo com nos restos vegetais da planta de cobertura, e a partir Marschner (1995), o K apresenta alta mobilidade na de 30 mm de precipitação, a disponibilização do planta e não é metabolizado, encontrando-se quase que nutriente, com adubação e sem adubação, manteve- totalmente na forma de íon, nas células vegetais. Ou se constante (Figura 1). Portanto, uma quantidade de seja, o K é um nutriente absorvido em quantidades rela- chuva relativamente baixa para condições de verão tropical tivamente altas pelas plantas e não é constituinte estru- (30 mm) lixiviou 149 e 67 kg ha-1 de K das palhas com tural de moléculas e tecidos, o que o torna passível de adubação e sem adubação potássica, respectivamente, ser extraído com relativa facilidade da cobertura morta, mesmo considerando-se que os restos vegetais do milheto, sem haver, necessariamente, decomposição e do presente trabalho, permaneceram na superfície do solo mineralização biológicas. por cinco dias, em temperatura ambiente, depois da Em trabalhos desenvolvidos por Silva & Ritchey aplicação de chuva, propiciando algum grau de (1982) e Klepker & Anghinoni (1995), observou-se a decomposição biológica. formação de gradientes de concentração de K Nos trabalhos de Rosolem et al. (2003, 2005), as máxi- trocável no solo, transversais às linhas de semeadu- mas lixiviações de K da palha de milheto ocorreram com ra do milho, com altas concentrações de K, próxi- chuvas em torno de 30 mm, sem que houvesse decompo- mas à base dos caules das plantas, que diminuíram, sição biológica do material vegetal, mesmo em condições gradativamente, até o meio das entrelinhas, indepen- em que as plantas receberam adubações relativamente al- dentemente do modo de aplicação do fertilizante tas de KCl, que propiciaram concentrações elevadas do potássico e dos sistemas de preparo de solo estuda- nutriente na palha. dos; tais concentrações elevadas de K no solo próxi- Espera-se que a taxa de mineralização dos nutrientes mo às plantas justificaram-se em razão da lavagem contidos nos restos vegetais, deixados na superfície do deste nutriente na parte aérea do milho, pela água das solo no sistema de semeadura direta, de maneira geral, chuvas, no final do ciclo da cultura. 300 40 Com adubo: y = 112,7 + 140,0exp(-0,146x) Com adubo: y = 13,9 + 17,6exp(-0,117x) 250 R2 = 0,98** R2 = 0,7** Quantidade de K (kg ha ) -1 30 200 Teor de K (g kg ) -1 20 150 100 Sem adubo: y = 14,3 + 66,2exp(-0,080x) 10 Sem adubo: y = 13,6 + 8,8exp(-0,065x) R2 = 0,95** R2 = 0,95** 50 0 0 0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50 Lâmina de água (mm) Lâmina de água (mm) Figura 1. Teor e quantidade de potássio na palha de milheto, resultantes da adubação potássica com 150 kg ha-1 de K2O e da lâmina de água aplicada como chuva simulada. **Significativo a 1% de probabilidade. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.41, n.6, p.1033-1040, jun. 2006
  • 5. Potássio no solo em conseqüência da adubação 1037 Rosolem et al. (2003) submeteram à simulação de Neste trabalho, foi utilizado um Latossolo Vermelho chuva os restos vegetais de aveia preta, milheto, sorgo, distroférrico de textura média, grau de intemperismo crotalária juncea, braquiária e triticale, e observaram con- e permeabilidade relativamente elevados, o que centrações de K consideráveis na água percolada, com justifica a lixiviação de K, principalmente na condição valores que variaram de 7 a 24 kg ha-1 de K lixiviado, de aplicação de KCl sobre a palha. No entanto, a de uma cobertura equivalente a 8 t ha-1 de matéria seca fixação de K pelos colóides do solo deveria ter sido de palha, com lâminas acumuladas de 70 mm, sem que baixa ou inexpressiva, por este solo apresentar baixos houvesse decomposição do material vegetal. teores de argilas silicatadas (Carvalho et al., 1983). O teor de K trocável nas camadas de solo, em Os incrementos do K não trocável foram conseqüência da chuva simulada aumentou significativos, nos primeiros 8 cm de profundidade do consideravelmente, até 4 cm de profundidade, e teve solo que recebeu adubação potássica, mostrando que origem na palha do milheto, uma vez que estes vasos parte do K adicionado via fertilizante é retido no solo não receberam adubação potássica (Figura 2). além da capacidade de troca catiônica dos colóides, De acordo com os resultados da Figura 1, a palha do o que reduz, de certa forma, as perdas por lixiviação milheto contribuiu com mais de 60 kg ha-1 de K para o (Figura 3). solo, que foi lixiviado até a camada de 2–4 cm (Figura 2). Segundo Sparks & Huang (1985), o K do solo é Mesmo uma chuva de 50 mm não foi suficiente para formado pelo K da solução, o K trocável, o K não carrear o K abaixo de 4 cm no solo, quando não foi trocável (fixado) e o K estrutural, e as proporções aplicado fertilizante. do K total do solo, correspondentes ao K da solução É interessante notar que mesmo o K normalmente e ao K trocável, são relativamente pequenas. considerado como não trocável foi modificado até a O suprimento de K para as plantas advém da solução profundidade de 4 cm (Figura 2). Rosolem et al. (1993) e dos sítios de troca dos colóides do solo, que estão haviam relatado que a passagem do K de formas em equilíbrio com o K não trocável e com o K trocáveis para não trocáveis era rápida, principalmente estrutural dos minerais. De acordo com Raij (1996), em solos esgotados, como parece ser o caso, nos solos da grande maioria das regiões tropicais do considerando-se os baixos teores de K trocável e teores Brasil, os colóides são formados predominantemente mais altos de K não trocável, em algumas profundidades por matéria orgânica, caulinita e óxidos de ferro e (Rosolem & Nakagawa, 2001). Este fato deve ter alumínio, e o K trocável, nestas condições de influenciado na lixiviação do nutriente, restringindo-a, pois pedogênese, representa a porção mais importante de outra forma, haveria mais K passível de lixiviação, disponível às plantas. Contudo, admitem que o K não na solução. trocável do solo e o K dos restos vegetais podem Na condição de adubação potássica a lanço, sobre a palha de milheto, o K trocável e o K não trocável variaram contribuir consideravelmente, para a nutrição das intensamente, nos primeiros 8 cm de profundidade do solo, plantas cultivadas. com o aumento da quantidade de chuva (Figura 3). No padrão de lixiviação de K no solo, chuvas de As quantidades de K encontradas no solo com adubação até 50 mm lixiviaram o nutriente, no máximo, até a foram muito superiores àquelas determinadas na ausência camada de 4–8 cm. Esta é, normalmente, a camada onde de adubação, quando a única fonte do nutriente foi a palha se inicia o desenvolvimento radicular das plantas. Assim, do milheto. Nas camadas até 4 cm de profundidade, tanto o K da palha que estava em superfície quanto o K parece ter ocorrido saturação dos sítios de retenção do K, do adubo aplicado a lanço sobre a palha foram uma vez que as curvas atingem o máximo, mesmo no transportados para o solo e permaneceram numa camada caso do K não trocável. Assim, o K que fica na solução acessível às raízes das plântulas. Isso indica a viabilidade do solo é passível de lixiviação às camadas mais profundas. da aplicação do adubo potássico a lanço, em que o K Isso aparece na Figura 3 C, profundidade de 4–8 cm, onde estaria, depois das primeiras chuvas, disponível na região verifica-se resposta linear dos teores de K trocável e não de crescimento radicular, sem, no entanto, prejudicar a trocável, com o aumento da lâmina de água da chuva população de plantas em razão da alteração da simulada aplicada. salinidade. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.41, n.6, p.1033-1040, jun. 2006
  • 6. 1038 C.A. Rosolem et al. 4 4 A B Te o r d e K (mmo lc d m ) Te o r d e K (mmo lc d m ) -3 3 3 -3 K trocável 2 K trocável 2 y = 1,78 + 0,074x - 0,0008x y = 1,77 + 0,086x - 0,0012x 2 2 R = 0,99** R = 0,95** 2 2 K não trocável 2 y = 0,32 + 0,035x - 0,0005x 1 2 R = 0,87* 1 K não trocável y = 1,03x/(5,8 + x) 2 R = 0,89* 0 0 0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50 4 4 C D Te o r d e K (mmo lc d m ) Te o r d e K (m m o lc d m ) -3 -3 3 3 2 2 K não trocável K não trocável 1 1 K trocável K trocável 0 0 0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50 Lâmina de água (mm) Lâmina de água (mm) 4 E Te o r d e K (mmo lc d m ) -3 3 2 K não trocável 1 K trocável 0 0 10 20 30 40 50 Lâmina de água (mm) Figura 2. Teores de potássio trocável e não trocável no solo, resultantes da lâmina de água aplicada como chuva simulada sobre a palha de milheto, nas profundidades de 0–2 m (A), 2–4 cm (B), 4–8 cm (C), 8–16 cm (D) e 16–32 cm (E), na ausência de adubação potássica. * e **Significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.41, n.6, p.1033-1040, jun. 2006
  • 7. Potássio no solo em conseqüência da adubação 1039 10 10 A B 8 8 K trocável Te o r d e K (mmo lc d m ) Te o r d e K (mmo lc d m ) -3 -3 2 K trocável y = 2,91 + 1,76x - 0,0024x 1/2 2 y = 3,47 + 0,62x - 0,004x 2 R = 0,97** 6 2 6 R = 0,87* 4 K não trocável 4 1/2 2 y = 1,12 + 0,15x - 0,0016x 2 R = 0,91* 2 2 K não trocável 2 y = 0,44 + 0,176x - 0,0025x 2 R = 0,92* 0 0 0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50 10 10 C D 8 8 Te o r d e K (mmo lc d m ) Te o r d e K (mmo lc d m ) -3 -3 6 6 4 K não trocável 4 y = 1,07 + 0,038x 2 R = 0,94** 2 2 K não trocável K trocável 2 y = 0,93 + 0,033x, R = 0,93** K trocável 0 0 0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50 Lâmina de água (mm) Lâmina de água (mm) 10 E 8 Te o r d e K (mmo lc d m ) -3 6 4 2 K não trocável 0 K trocável 0 10 20 30 40 50 Lâmina de água (mm) Figura 3. Teores de potássio trocável e não trocável no solo, resultantes da lâmina de água aplicada como chuva simulada sobre a palha de milheto, nas profundidades de 0–2 cm (A), 2–4 cm (B), 4–8 cm (C), 8–16 cm (D) e 16–32 cm (E), na presença de adubação potássica. * e **Significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.41, n.6, p.1033-1040, jun. 2006
  • 8. 1040 C.A. Rosolem et al. Conclusões MARSCHNER, H. Functions of mineral nutrients: macronutrients. In: MARSCHNER, H. Mineral nutrition of higher 1. A palha do milheto, mesmo sem adubação potássica, plants. 2nd ed. London: Academic Press, 1995. p.231-255. é fonte importante de K, que é lixiviado até 4 cm de MISCHAN, M.M.; PINHO, S.Z. Experimentação agronômica: profundidade por chuvas superiores a 30 mm. dados não balanceados. Botucatu: Fundibio, 1996. 456p. 2. A lixiviação de K em profundidade no solo é pro- RAIJ, B. van; ANDRADE, J.C. de; CANTARELLA, H.; porcional à chuva aplicada, entretanto, uma chuva de QUAGGIO, J.A. (Ed.). Análise química para avaliação da 50 mm não carreia o nutriente para abaixo de 8 cm. fertilidade de solos tropicais. Campinas: IAC, 2001. 285p. 3. A passagem de K trocável para não trocável é rápi- RAIJ, B. van; CANTARELA, H.; QUAGGIO, J.A.; FURLANI, da, pois tanto o K lixiviado da palha de milheto quanto do A.M.C. Recomendações de adubação e calagem para o Estado adubo proporcionam aumento dos teores de K não trocável. de São Paulo. 2.ed. Campinas: Instituto Agronômico, Fundação IAC, 1996. 285p. ROSOLEM, C.A.; BESSA, A.M.; PEREIRA, H.F.M. Dinâmica do Referências potássio no solo e nutrição potássica da soja. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.28, p.1045-1054, 1993. CARVALHO, W.A.; ESPÍNDOLA, C.R.; PACCOLA, A.A. ROSOLEM, C.A.; CALONEGO, J.C.; FOLONI, J.S.S. Lixiviação Levantamento de solos da Fazenda Lageado - Estação Experimental “Presidente Médici”. Botucatu: Faculdade de de potássio da palha de coberturas de solo em função da quantidade Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, 1983. 95p. de chuva recebida. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.27, (Boletim técnico, 1) p.355-362, 2003. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos (Rio de Janeiro, ROSOLEM, C.A.; CALONEGO, J.C.; FOLONI, J.S.S. Potassium RJ). Manual de métodos de análise de solo. 2.ed. Rio de Janeiro, leaching from millet straw as affected by rainfall and potassium 1997. 212p. rates. Communications in Soil Science and Plant Analysis, v.36, p.1063-1074, 2005. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos (Rio de Janeiro, RJ). Sistema Brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro, ROSOLEM, C.A.; NAKAGAWA, J. Residual and annual potassic 1999. 412p. fertilization for soybeans. Nutrient Cycling in Agroecosystems, v.59, p.143-149, 2001. FRANCHINI, J.C.; MIYAZAWA, M.; PAVAN, M.A.; MALAVOLTA, E. Dinâmica de íons em solo ácido lixiviado com SILVA, J.E. da; RITCHEY, K.D. Acumulação diferencial de potássio extratos de resíduos de adubos verdes e soluções puras de ácidos em oxissolos devido a lavagem do nutriente das plantas de milho orgânicos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.34, p.2267-2276, para o solo. Revista Brasileira de Ciência do solo, v.6, p.183- 1999. 188, 1982. KLEPKER, D.; ANGHINONI, I. Características físicas e químicas SILVA, M.A. de S. Depósitos de calda de pulverização no solo e do solo afetadas por métodos de preparo e modos de adubação. em plantas de tiririca (Cyperus rotundus L.) em diferentes Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.19, p.395-401, 1995. condições de aplicação. 2000. 57p. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Botucatu. KNUDSEN, D.; DETERSON, G.A.; PRATT, P.F. Lithium, sodium and potassium. In: KLUTE, A.; PAGE, A.L. (Ed.). Methods of soil SPARKS, D.L.; HUANG, P.M. Physical chemistry of soil potassium. analysis. 2nd ed. Madison: American Society of Agronomy, 1982. In: MUNSON, R.D. (Ed.). Potassium in agriculture. Madison: v.2, p.225-246. (Agronomy, 9). American Society of Agronomy, 1985. p.201-276. MALAVOLTA, E.A.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. Avaliação do ZIGLIO, C.M.; MIYAZAWA, M.; PAVAN, M.A. Formas orgânicas estado nutricional das plantas: princípios e aplicações. Piracicaba: e inorgânicas de mobilização do cálcio no solo. Brazilian Archives Potafos, 1997. 201p. of Biology and Technology, v.42, p.257-262, 1999. Recebido em 14 de fevereiro de 2005 e aprovado em 30 de janeiro de 2006 Pesq. agropec. bras., Brasília, v.41, n.6, p.1033-1040, jun. 2006