Especial com as bandas da coletânea do rock paraibano - 58000 lançado pelo selo Microfonia em 2013. Ainda nessa edição, resenhas com Jenni Sex, Misantropia e Segundo Inverno.
1. MÚSICA .FILME .HQ .SHOWAno 3 nº 17 João Pessoa, dezembro 2013
Distribuiçãogratuita
58000 - Coletânea do Rock Paraibano
Este não é um registro geral do que está acontecendo no cenário musical do Estado da Paraíba. Se dissermos que o conteúdo
dessa coletânea é tudo de rock que se faz atualmente, é mentira! Tem muito mais acontecendo, mas, de antemão, mostra um
tiquinho do que se faz pelo lado de cá.Algumas bandas não se fizeram presentes porque não tinham nada gravado em estúdio,
e outras, porfalta de grana para bancara gravação. Existem aquelas também que não acreditam mais na música perpetuada
em algum material físico, seja em vinil, CD ou K-7. Para estas bandas, apenas a música e a divulgação virtual bastam. Bem,
quanto a isso, não precisamos dizer nada, a coletânea 58000 é a nossa melhor resposta, porque assim, como a gente, feliz-
mente ainda existem pessoas que apreciam a arte musical como um todo, e não apenas a música em si. Qual o sentido de se
gastarem horas num estúdio para gravar, mixar e masterizar uma música que será comprimida e perderá toda a qualidade
que foi buscada numa gravação profissional? Para nós, não tem nenhum sentido, mas deve ter algum para alguém. Contudo,
deixamos aqui nossa satisfação de apresentar uma fatia do bolo. Virão mais coisas, pois acreditamos que música não para.
Ilustração:IgorTadeu
2. MICROFONIA2
EXPEDIENTE
Editores:
Adriano Stevenson (DRT - 3401)
Olga Costa (DRT - 60/85)
Colaboradores: Josival Fonseca/
Beto L./Erivan Silva/Igor Nicotina
Fotos/Editoração:Olga Costa
Ilustração:Josival Fonseca
Ilustração da capa: Igor Tadeu
Revisão: Juliene Paiva Osias
E-mail:jornalmicrofonia@gmail.
com
Facebook.com/jornalmicrofonia
Twitter:@jmicrofonia
Tiragem:5.000 exemplares
Todos os textos dos nossos co-
laboradores são assinados e não
necessariamente refletem a opi-
nião da redação
Mídia Caos - é uma música rápida, sem meias palavras.
É um verdadeiro cruzado de direita na cara. A letra re-
flete sobre a qualidade do conteúdo apresentado pelos
programas policiais na televisão aberta. O punk rock
californiano conduz a música de forma envolvente,
trazendo o público pra perto. O backing vocal feito em
forma de coro no refrão faz o casamento perfeito entre
melodia e velocidade. Encenação - Quem você pensa
que sou? É essa resposta que a música Encenação busca.
A condução é truncada, fechada, sinistra. Como numa
caçada: o caçador esperando o momento exato para
atacar. Esse ataque surge exatamente no refrão com as
guitarras “soltas”, junto a um arranjo que serve de cama
para o vocal. A canção tem uma sonoridade peculiar, se
destaca entre as outras músicas da Retroline. A bateria
tem um papel decisivo na música, ela é responsável por
unir os vocais às guitarras e ao baixo, fazendo com que
a música cresça no momento certo. Elmon (bateria).
EDITORIAL
Ho, ho, ho! Edição de dezembro, a última
do ano! Neste exemplar, reunimos todas
as bandas da coletânea do rock Paraiba-
no – 58000 – para cada uma falar sobre a
(s) música (s) que compõem o CD lança-
do pelo selo Microfonia. Cada integrante
das respectivas bandas explica como foi
o processo de composição. Ficou curio-
so para ouvir? Você encontra na Música
Urbana, Óliver Discos ou pelo e-mail do
jornal. Mas não para por aí! Igor Nicotina
comenta sobre os delírios de Carlos A., a
coleção da Salvat, atualmente nas ban-
cas, é comentada por Josival Fonseca,
enquanto Beto afirma que Smurfs não
são só para crianças. Em 2014, voltare-
mos com várias surpresas! Aguarde!
Música 02 - Composição de Kbção e Adriano. Fala de
traumas e acontecimentos do passado que ainda estão
presentes na atualidade, uma pessoa sem destino, an-
dando sem um rumo certo. Música 06 - Composição
de Ilberto Canuto. Fala sobre uma pessoa que nasceu
para servir, um guerreiro, um lutador. E as músi-
cas são números porque foram feitas nessa ordem e
foram acontecendo. Quando demos conta, tínhamos
quatro músicas prontas sem nome e daí tivemos a
ideia de deixar números. Fabrízio Soares (guitarra)
Bluesman é a segunda composição da banda In The
Mood Hard Blues, escolhida para fazer parte da co-
letânea, pois, dentre as canções que integram o CD Eu
Só Preciso de Blues (a ser lançado em 2014), é uma
das mais emblemáticas. Busca desvendar o mistério
do artista que, em nome da Paixão pelo Blues, se des-
vencilha de todas as suas frustrações acumuladas ao
longo da sua vida, fazendo deste estilo musical secular
a razão e motivação em seguir a jornada. Desapego e
liberdade são temas dessa canção, presentes na essên-
cia do mitológico Bluesman, que, ao abandonar tudo
em nome do Blues, deixa claro o quanto este estilo é
apaixonante e revolucionário para aqueles que têm a
coragem de seguir adiante, tendo o blues como princi-
pal motivação de vida. Foi inspirada em figuras como
Robert Johnson, entre tantos outros que se dedicaram
a difundir a cultura Blues. Essa canção é a homenagem
da In The Mood, a esses que fizeram a história do Blues,
eternizando este estilo musical Levi Oliveira (vocal)
A música fala de destruição da natureza, de poluição
química e radioativa, de depredação, enfim... mas tudo
avança, nada para a velocidade das coisas. A Terra é
um enorme balão de gás girando em torno do sol, e nós
somos os tripulantes dessa viagem rumo ao desconhe-
cido, que pode ser bom, ou não. Mas, se você perceber,
a música tem um final feliz. Sem paranoia. A Quinta
Estação é de luz, luz no fim do túnel. Gosto dela porque
me passa algo de positivo. Mesmo no disco, quando ela
surge, inunda tudo de luz, além de condensar muitas de
nossas influências numa só estrutura, tecno, trip rop,
world music, rock, pop...tudo lá...foi esse o motivo de
ter escolhido ela para a coletânea. Alan Pear (vocal)
Imaginação foi composta num momento de inspiração.
A letra é do vocalista Wallyson, a melodia e arranjos,
de todos nós da banda. Tivemos uma forte parceria com
Renato da Falange Supernova e gravamos com ele. A
música fala basicamente do EU, e esse mesmo EU tem
um enquadramento social abissal. O Invéxis tem essa
base musical com influências do rock psicodélico. A
introspecção é um ponto forte em nossas composições.
A levada cativante e os contratempos fazem parte do
“ritual”. A música foi gravada de última hora, mas está-
vamos afiados e deu tudo certo. Hélio Lima (guitarra)
Ainda sem um registro, recebemos o convite para fazer
parte da Coletânea 58000, e isso instigou a banda a en-
saiar durante um tempo dois sons para, em seguida, gra-
varmos em estúdio. Portanto, essas duas músicas são
o primeiro lançamento do Nardonis gravado no estúdio
Mardito Discos. Celibato - a letra é minha e de Harrison.
Boy doido – fiz a linha de baixo, e a letra é minha e tem
a participação de Marcelo Piras no trompete. As duas
músicas são do Nardonis e representam bem a postura
da banda. Não queríamos criticar pedofilia e sensaciona-
lismo, como todo mundo faz, não existe interesse de ser
panfletário, não acreditamos que, pra ser politizado, você
precisasetornarchatoeprevisível.IgorNicotina(baixo)
Enlouqueça – é uma música retirada de uma poesia do
baterista. Ele tinha várias poesias e me mostrou uma que
era enorme. Quando li, vi um trecho que me chamou a-
tenção e foi o que ficou como a letra da música, só acres-
centei mais algumas frases. A letra trata de não se sentir
vazio, de não ser mais um no meio da multidão, de não
viver apenas por viver, ter um motivo que não depender
de ninguém ou de algo, apenas de si próprio. Hífen
Fictício fala de um cara que quer se sentir vivo, que
quer ter sensações e deixar as coisas acontecerem, que
corre no escuro, perto do abismo, sem se importar com
nada, sem nenhuma fobia. Fábio Luiz (guitarra/vocal)
A canção La baia de la Traicion foi composta por
Pedro Regada e Pedro Paulo, ambos com o pensa-
mento em homenagear uma praia paraibana. Após
vários nomes, surgiu a Baía da Traição, que soou mais
musical na língua espanhola. A escolha do idioma se
deu por uma influência de um grande amigo espanhol,
Celso Castilho. No decorrer da composição, vieram à
tona lembranças carnavalescas vividas nessa praia, com
sofrimentos, alegrias, mencionadas no verso “mata-
dora de coraciones”. Aproveitando a nossa falta de
domínio do Espanhol, a letra é escrita em “portunhol”,
se tornando, assim, uma sátira. Pedro Regada (baixo)
Sobre o processo de composição das músicas Out-
rora e Tudo tão normal, foram compostas num espaço
de tempo curto, num pensamento repentino de ideias
que surgem do nada e, quando você vê, já está com a
música feita, falando sobre o cotidiano da vida, dos sen-
timentos, ... a realidade da vida que uma pessoa vive
com o passar dos dias, anos e que ficam ou ficaram
marcadas em suas vidas. Glauber Nikson (baixo)
3. MICROFONIA 3
Enquanto isso, fora da redação...
El Mariachi
JENNI SEX SHE’S GONE EP 2013 (SP) Bob Dylan disse certa vez: “Existe uma coisa meio ultrapassada, chamada “emoção ao vivo no
estúdio”, que não acontece mais, porque ninguém mais grava assim ... não vai voltar nunca mais”. A fala, um tanto quanto profética, do fran-
zino poeta de protesto, felizmente não se concretizou. Cada vez mais, bandas de diversos estilos gravam ao vivo no estúdio. No caso do JS,
formado por Ricardo Nisiyama (bateria/vocal), Helder Oliveira (guitarra/backing vocals) e Lucas Krotozinsky (baixo), o estúdio escolhido
foi o Quadrophenia (capitaneado pelo guitarrista Sandro Garcia – ex-Charts/Momento 68 e atual Continental Combo). A faixa instrumental
Walther’s Gone, que abre este primeiro registro do trio, nos transporta para uma atmosfera a la R.E.M. (‘80s), apesar das influências cru-
zarem para o pós-punk inglês da mesma época. A música Under Control, carregada de sonoridade que passeia entre Joy Division/Bauhaus/
Jesus and Mary Chain, é um dos destaques deste EP de apenas cinco faixas, destaque também para o bom uso dos efeitos da guitarra. O.C.
MISANTROPIA CARTÃO POSTAL CD 2013 (AL) Desde as Cenas Anarco-punk (coletânea em vinil de 1995), o Misantropia já mostrava
para que veio. Cartão Postal, o novo trabalho dessa banda oriunda de Maceió, aprimorou tanto a parte técnica, como também as letras. A
exemplo de Causa e Efeito, música que abre o CD, sem introdução, é um verdadeiro chute no saco (não entregues o que tem para aqueles
que só querem te fuder). Vamos Tomar Banho no Salgadinho começa cadenciada e deságua num HC levanta-defunto. A letra menciona um
córrego podre que corta a cidade de Maceió. Anarfabetos é uma música das antigas da banda, precisamente de 91, contabilizando 23 anos
de idade, porém, permanece atualíssima. Outro detalhe bacana é a arte da capa do Wjúnior e a junção dum bocado de selo pra fazer a coisa
acontecer. Esqueça a revista Viagem e Turismo. Se você não conhece Maceió, esse disco vai ser o melhor guia turístico da cidade. A.S.
SEGUNDO INVERNO AS COISAS QUE MOVEM O MUNDO CD SMD 2012 (SP) Com o pé no passado e o outro no futuro, a banda
Segundo Inverno, formada por André Januzzi (bateria), Dennis Monteiro (voz/guitarra), Penna Lopes (baixo), Renato Andrade (voz/guitarra),
tem uma sonoridade oitentista, porém as letras são atuais. Afinal, apenas os poderosos se revezaram no poder, mas o sistema é o mesmo.
“Catástrofes quebram o tédio/morte e genocídio na TV/faço parte da plateia”: esses versos da música Circo do Horror são perfeitos como
trilha sonora dos recentes acontecimentos na Avenida Paulista e Parque D. Pedro na cidade de São Paulo e em outras cidades do país. A
sonoridade é pós-punk em O Inimigo tem Sempre mais Armas que Você, no entanto, tem em sua introdução algumas notas que remetem
à música California Über Alles, do Dead Kennedys, enquanto ecos desacelerados do punk rock imperam no refrão de Noite Fake. O.C.
A música Literatura de Condão foi gravada em 2009 e
fazpartedoCD“ADiferençaentreoIgualeoDiferente”.
Ela foi composta com tonalidades nordestinas e feita
em homenagem a minha esposa. A sua construção har-
mônica é baseada no blues, rock, porém, sobretudo em
elementos regionais. André Nóbrega (guitarra/vocal)
Amúsica Fantasma faz parte de uma das melhores fases
da banda. A gente entrava no estúdio, ou subia no palco,
plugava os equipamentos, e a coisa fluía naturalmente. A
letra trata sobre alguém que não move um dedo pra que
as coisas aconteçam. É o cara que tem esperança de con-
quistar as coisas, mas não se esforça, não faz por onde,
não quer ralar pra conquistar, simplesmente, as quer de
mão beijada. Anderson Felipe Oliveira (guitarra/vocal)
Tragédia e desgraça - Bom, estávamos entrando em
uma fase de mudanças nas composições das músicas
da banda. Vendo tudo que os políticos estavam fazendo
no Planalto, decidimos compor em cima dos problemas
encontrados no Brasil, na intenção de que mais pes-
soas pudessem se dar conta disso. Seu sorriso - Essa
música foi feita depois que vi uma garota no colegial,
que me chamou muita atenção. Lembrando que ela tinha
belo sorriso, foi a principal inspiração que tive. Nesse
mesmo tempo, estava saindo de um relacionamento
e casei as duas ideias. Davidson Freire (guitarra)
Prolixo é uma música para ser ouvida alta, falamos
isso porque há diversas camadas de guitarra em sua
gravação e ao ser ouvida em altura máxima é pos-
sível ouvir outras dinâmicas em sua construção. Isso
foi bem proposital, já que a canção, brinca com o real
sentindo da expressão do exagero e do excesso, porém,
a música tende a fugir do demasiado. Isso fica claro
por ser uma das músicas mais queridas do set list da
banda e tendo um solo de guitarra que pode ser facil-
mente cantarolado. Diego Second (guitarra/vocal)
Vê se me deixa em paz se refere à insuportável
mente doentia de pessoas possessivas que tentam
controlar inteiramente a vida do outro. Fala sobre a
falta de privacidade, da insatisfação, desrespeito e
dos problemas que o ciúme pode causar numa rela-
ção aparentemente normal. Thiago Tasca (baixo)
Sempre - Em um mundo cheio de seres sentimentais,
a música sempre põe em cheque a importância, liga-
ção e fraquezas comuns dos viventes. Na ideia prin-
cipal da composição, o “alguém” pode ser qualquer
ser vivente que faça diferença na vida do ouvinte.
Sempre tem como base ideias do cotidiano vivido pe-
los membros da banda, assim como as demais músi-
cas do Jardim Crônico. Ismael Antony (bateria)
4. MICROFONIA4
Atrás da Porta VerdeFahrenheit 451
Editora Salvat
Formato
americano
160+4 páginas
cor
capa dura e
miolo em couché
R$ 29,90
Há pouco tempo, entrei em contato com o autor do
livro e, em meio à troca de ideias, pude ver que as
linhas que li em seu livro não se confundem à toa
com a sua vida. Literatura pop com aquela acidez
dos contos de Bukowski, ressaca dos anos 90 dedi-
cados ao underground através de sua colaboração em
zines e tocando baixo na Lonely Ann. Em meio a
textos com uma forte inclinação ao autobiográfico,
a vida do autor está ali em cada linha, mesmo que,
muitas vezes, seja algo implícito. A identificação
é natural, e, em meio a situações que lembram os
livros de Nick Hornby, temos poemas amargura-
dos, como canções sobre amores mal resolvidos ou
crônicas pé na jaca, em que chutar o balde é ine-
rente à situação. Não espere algo acadêmico, aqui
a coisa é urgente como três acordes: se perde nas
ruas voltando para casa bêbado, lamenta sozinho em
um quarto com música de fundo ou simplesmente
opina sobre o que tá rolando na TV ou qualquer
coisa que der na telha. E você pode discordar, achar
algumas passagens ruins, mas, a cada página, Car-
los A. disseca seu personagem sem muita piedade.
Cheio de excessos para quem gosta de ser perder na
vida e nos livros, portanto, se tiver interesse, pro-
cure adquirir o seu exemplar na Música Urbana ou
com o autor. Um livro rock’n’roll e sem firulas. I.N.
Mais uma sátira que entra para a listas de desenhos
que foram parodiados, depois de Os Simpsons, Os
Flingstones e Scooby Doo, agora são os Smurfs.
O filme inicia com um smurf mostrando para Pa-
pai Smurf e a Smurfete o funcionamento de uma
máquina do tempo, mas, depois de um cálculo er-
rado, a Smurfete (Lexis Belle) é transportada para
o mundo dos seres humanos. O Papai Smurf e o
Smurf utilizam a máquina para resgatar a Smurfete,
porém são flagrados pela humana (Nicole Aniston)
que, para que os Smurfs não sejam descobertos,
inicia uma transa com seu namorado que acaba de
chegar, fazendo-o subir pelas paredes igual à lagar-
tixa. Depois vem a parte mais bombástica, quando
Gargamel, em seu laboratório, consegue criar uma
Smurfling (Charley Chase) e, em seguida, a trans-
porta para o mundo dos humanos. Quando chega
lá, ela seduz o Smurf e o Papai Smurf, fazendo
tudo o que você pode imaginar. Logo em seguida, a
Smurfling transa com a Smurfete, fazendo uma das
melhores cenas do filme. No final, Gargamel mostra
que é muito cruel, transando com a Smurfete, que
quebra a imagem meiguinha e se mostra uma ver-
dadeira loba no cio. Lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá! B.L.
Delírio [Sub]Urbano
Crônicas, poesia livre e outras letras
Independente
R$ 20,00
(2013)
Em meados de 2013, um burburinho se formou nas
redes sociais entre os colecionadores e leitores de
quadrinhos: seria lançada uma coleção de Graphic
Novels Oficiais da Marvel. Alguns colegas leitores
investigaram a fundo a novidade, e logo veio à tona
a verdade. A Salvat realmente lançaria a Coleção
Oficial De Graphic Novels Marvel, já publicada na
Itália e em outros países mundo afora. Eu mesmo não
acreditei que isso estava ocorrendo, pois muitos gibis
passam mais de um ano pra chegar aqui na Paraíba,
ou nunca chegam. Foi lançada a primeira edição, o
volume 21 (é aleatório mesmo) com O Espetacular
Homem-Aranha, seguido de Surpreendentes X-men.
O bom dessa coleção é que o leitor, caso queira, não
precisa comprar tudo, garimpando o que for mais
atraente e relevante para si e de maior apelo em termos
de história e arte. Edições como Marvels, Demolidor
– A Queda de Murdock e Homem de Ferro – Extre-
mis são alguns destaques que valem a pena, muito
bem contadas e bem desenhadas. Todas seguem um
padrão em capa dura e com um bom acabamento grá-
fico. Um detalhe é que os dorsos dos volumes juntos
formam um painel com vários personagens da Mar-
vel. Desse total de sessenta edições da Salvat, muitas
já saíram ou provavelmente irão sair novamente pela
Panini, o que vai pesar na escolha para o leitor/con-
sumidor. Na Panini, o gibi traz extras com muitos
textos e imagens adicionais, mas com preço mais e-
levado. Já os da Salvat têm bem menos extras, porém
com preço fixo. Exemplo: Homem de Ferro – Ex-
tremis (Panini) sai por R$ 60,00 versus R$ 29,90 da
Salvat. A escolha vai depender de cada leitor e de seu
poder aquisitivo, pois o que irá importar mais nesse
momento será o conteúdo com a HQ. A recomenda-
ção vai para os leitores novatos: pode-se pegar coisas
muito boas com um bom preço e se divertir muito
com essas obras-primas da Marvel, basta pesquisar
um pouco na internet e mergulhar de cabeça nesse
mundo de muitas aventuras e entretenimento. J.F.
This Ain’t
The Smurfs
XXX Parody
Direção
Axel Brown
2012
Amor à Queima-Roupa
PATROCÍNIO