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Ano II - Nº 7 - Abril de 2007
Ameaça de
Fundação na Saúde
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Audiência Pública
debate Uenf
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Assembléia propõe ampliar mobilizações
Sintuperj,Asduerj e DCE conquistam reunião com governador
Vitória da mobilização: reunião com governador abre diálogo com entidades
Aassembléiageraldosservidoresrealizada
na quinta-feira, 12/04, consolidou o
processodemobilizaçãodostrabalhadores
da Uerj, iniciado com a eleição da atual
diretoria. Somente este ano, o Sintuperj
participou de várias audiências públicas,
reuniões com a reitoria, com o governo e
agora diretamente com o governador.
Durante a assembléia, após avaliação da
reunião com o governador (veja o relato
abaixo), os servidores e o Sintuperj
aprovaramasseguintesatividades:
1.Realizar,nacomunidade,consultasobre
as eleições na Uerj.
2. Aproveitar reunião já marcada com
a Asduerj e o DCE para propor uma
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3. Organizar uma passeata da Uerj ao
Hupe.
4. RealizarSemináriosobreaUniversidade
envolvendo toda a Uerj.
5. Realizar atos semanais na Uerj e no
Hupe.
6. Elaborarcartaabertaàpopulaçãosobre
a situação do Hupe.
7. Convocar todos os aposentados para
apróximaassembléia.
8. Organizarlutascontraaprivatizaçãoda
saúde e a desvinculação do Hupe da
Uerj.
9. Manter a luta pelo direito ao adicional
Noturno, ao 1/3 de férias e ao
cancelamento do desconto do Rio
Previdência.
A reunião com o governador Sérgio
Cabral para discutir a pauta específica
da Uerj, realizada no dia 10/04 já foi
umavitóriadosservidores.
ResultadodapersistênciadoSintuperj,
este foi o primeiro encontro com um
governoondenãohouverestriçãopara
onúmerodeparticipantes.OSintuperj,
representado por 13 de seus dirigen-
tes, esteve no Palácio Laranjeiras jun-
to com o DCE, Asduerj e Reitoria.
Marcada às 16h, a audiência começou
às 19h20, com a presença dos secre-
táriosdeCiênciaeTecnologiaedePla-
nejamento e Gestão. Parecia uma ten-
tativa de ganhar tempo até o governa-
dor chegar, o que ocorreu às 20h05.
Ossecretáriospediramparaqueasen-
tidades apresentassem as reivindica-
ções. Na verdade, o motivo da reu-
nião era ouvir do governo o que ele ti-
nha a apresentar como contra-propos-
ta,jáqueapautatinhasidoenviadano
iníciodefevereiro.OSintuperjcobrou
aindaopagamentodosprecatórios(en-
tre eles o atrasadão).
Parece piada, mas é verdade. O pró-
prio governador mostrou-se surpreso
com o relato feito pelo reitor sobre o
contingenciamentodeverbas,asobras
deinfra-estruturaquenãocomeçaram,
dentre outros assuntos.
SOS UERJ
Ogovernadordissequeauniversidade
éprioridadeemseugoverno.Chegoua
propor um “SOS Uerj”. Mas essa pro-
postavindadogovernadorassusta.Ele
deveriaapontarsoluçõesparaauniver-
sidadeenãoumSOS.Asentidadesco-
braramsolução paraasituaçãodauni-
versidade,principalmente,sobreaneces-
sidadedoreajustesalarial.
Cabral solicitou aos secretários que
houvesse o repasse necessário para as
obras da rampa e para o custeio da
universidade. O Sintuperj lembrou ao
governador que, na época em foi Pre-
sidente da Alerj, ele intermediou o
acordo para recompor as perdas sala-
riais. Segundo ele, agora o Estado não
temamesmapossibilidadefinanceira.
Após pressão das entidades, o go-
vernador afirmou que estão abertas
as negociações e, que a partir de
agora, os representantes da univer-
sidade devem se reunir com os se-
cretários de Ciência eTecnologia e do
Planejamento.
Cabraldeuumprazoatéfinaldejunho
para que os secretários e as entidades
cheguemaumacordo.Seissonãoacon-
tecerelemarcaráoutrareuniãoparatra-
tar do tema. Foi só o começo de nossa
mobilização.Participedasatividadese
fortaleçaanossaluta.REAJUSTEJÁ.
Fotosdapágina:AcervoSintuperj
Más condições
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Assembléia consolida mobilização dos servidores
Sintuperj discute Uerj com o governador
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Arnaldo Gama da Silva, Mirian de Oliveira Pires, Paulo César Paes Fernandes, Sandro Hilário - Jornalista: Mário Camargo (MTb 024120) - Estagiária: Marcela Figueiredo -
Programação Visual: Flavia Soares - Tiragem: 4.000 exemplares - Fechamento: 13/04/2007 - Endereço: Rua São Francisco Xavier, 524, sala 1020 D, Maracanã, Rio de Janeiro/
RJ - CEP: 20.550-013 - Telefone: (21) 2587-7126 / 2234-0945 - internet: www.sintuperj.org.br - Endereço eletrônico: sintuperj@sintuperj.org.br e imprensa@sintuperj.org.br
Sintuperjapóialutadosestudantesporpasselivre
Universidade jogada às traçasObras da marquise ficaram apenas na promessa e Sintuperj cobra solução
Marquise 12º andar - Uerj
Ambulâncias Sucateadas - Hupe
“Lixão” no Campus Maracanã - Uerj
Fisiatria Hupe
Teto Radiologia - Hupe
Goteiras destroem acervo das Bibliotecas - Uerj
Há várias áreas abandonadas
na Uerj. O lixão formado en-
tre os blocos D e E do Campus
Maracanã demonstra o desca-
so da Administração e do Go-
verno do Estado com a Uni-
versidade. Dezenas de cartei-
ras, armários e outros equi-
pamentos estão jogados no
local. Além de depredar o
patrimônio público, tal situa-
ção propicia à reprodução de
insetos, tornando-se foco de
doenças. O risco de Dengue na
universidade, com certeza,
cresce nessas circunstâncias.
Marquise: só promessa
Mas há outros exemplos
iguais ou piores. Há mais de
um ano a situação da
marquise que desabou não
foi solucionada. Após denún-
cia do Sintuperj, em janeiro,
o governador do Estado pro-
meteu resolver o problema.
Mas até agora, três meses de-
pois, nada foi feito.
Várias áreas do Hospital Uni-
versitário, como Enfernarias,
Radiologia e Fisiatria, tam-
bém funcionam em péssimas
condições.
Faltam verbas
Cortes de verbas constantes
impedem o atendimento de
qualidade e afetam as condi-
ções de trabalho. Desde o iní-
cio deste ano, o governo vi-
nha atrasando o repasse da
verba do Fundo Estadual de
Saúde para o hospital.
Mesmo assim, os servidores
da universidade, há seis anos
sem reajuste, têm feito o má-
ximo para prestar bons servi-
ços à população.
O Sintuperj está cobrando da
Reitoria e do governo solução
urgente para a situação
da universidade.
O passe livre é
uma reivindicação
histórica que visa
facilitar o acesso
dos estudantes,
idosos, pessoas
com deficiência para o seu des-
locamento diário. Os ônibus não
têm adaptação para deficientes;
muitos motoristas param onde
querem. São comuns arrancadas
e freadas bruscas dos veículos.
No caso dos estudantes, na mai-
oria crianças e adolescentes, o
passe livre representa o investi-
mento do Poder Público na educa-
ção.Hoje,comafaltadeescolaspró-
ximas das re-
sidências, a
concessão do
passe é funda-
mental de ma-
nutenção do
estudante na
rede de ensi-
no. Por isso,
os governan-
tes e empresários devem ver o pas-
se livre como investimento e não
como gasto.
O governo ainda ordena que a po-
lícia reprima violentamente a
manifesta-
ção dos es-
t u d a n t e s .
Nada justifi-
ca a violên-
cia. Mas as
autoridades
não punem,
não batem,
não mandam
a polícia prender os empresári-
os, não retiram a concessão. Por
que somente os estudantes são
Fotosdamatéria:AcervoSintuperj
Estudantes protestam contra a suspensão do passe livre
penalizados quando vão às ruas
defender seus direitos?
O poder público está a serviço do
capital, do dinheiro. Mas isso não
pode continuar assim. Nossa
união e organização são a forma
para mudar a situação. O Sintu-
perj apóia a luta pelo passe livre.
Mais do que isso faz parte dessa
luta. Não são apenas os estudan-
tes os beneficiários da medida,
mas toda a população carioca.
Transporte coletivo é concessão
de um serviço público e não uma
mercadoria.
Fonte: Globo online
3
No dia 03 de abril, o jornal O Dia
publicou nota dizendo que o go-
verno Cabral quer criar uma funda-
ção para administrar a área da Saú-
de Pública do Estado. Esta na nota
que “a fundação a ser criada será uma
espécie de estatal da Sáude.”
O presidente daAssembléia Legisla-
tiva, deputado Jorge Picciani, tam-
bém já havia comentado sobre essa
intenção do governador.
A idéia não é original. Na realidade,
atende o desejo do governo Lula em
fazer a mesma coisa com os hospi-
tais ligados às universidades
públicas federais.
A proposta do governo federal pos-
sibilita a contratação de trabalhado-
res pela CLT e sem concurso públi-
co. Um retrocesso para os trabalha-
dores que viverão sob constante
ameaça de demissão. Permite que os
hospitais cobrem por atendimento,
pois terão de garantir receita para o
seu funcionamento. Ou seja, não te-
rão recursos públicos.
Cabralacena compropostadefundaçãoparaaSaúde
Governo abandona a idéia da PEC 03. Mas, segundo a imprensa, insistirá na idéia da contratação pela CLT
Proposta do governo federal sobre o
assuntodizqueoshospitaisterãocomo
objeto “a contratação de serviços e a
fixaçãodemetasdedesempenho, uma
vezqueo mesmo gozarádeautonomia
gerencial, orçamentária e financeira e
terá patrimônio e receitas próprias”.
Dessa maneira, a população mais po-
bre ficará sem atendimento. A pro-
posta de Cabral ainda não foi envia-
da para a Assembléia Legislativa.
Mas isso não serve de alívio. É uma
questão de tempo.
Hupe é da Uerj
Dentre outras coisas, a Fasubra,
Federação dos Sindicatos dos
Trabalhadores das Universidades
Brasileiras e o Sintuperj defendem
a vinculação administrativa e acadê-
mica dos HUs às universidades; que
eles continuem 100% públicos e to-
dos os leitos sejam vinculados ao
SUS; o fim da terceirização e ampli-
ação da força de trabalho e ingres-
so, através de concurso público e
gestão participativa em todas
as instâncias.
Os poderes públicos têm que enca-
rar os problemas com seriedade e não
se livrar deles da forma mais fácil,
entregando o patrimônio construído
pela sociedade para um serviço pri-
vado, que visa lucro. Saúde não é
mercadoria. É um direito. Este é um
Audiência Pública cobra
melhorias na Uenf
Representantes do Sintuperj e a de-
legaciasindicaldaUenfparticiparam
daAudiênciaPúblicarealizadanodia
28 de Março na Comissão de Edu-
cação daAlerj.
Foram cobradas do governo expli-
cações sobre orçamento, verba de
custeio e insalubridade. Novamente
foi solicitada a apresentação do
laudo de periculosidade solicitado
judicialmente e que está nas mãos
do reitor.
Até o fechamento desta edição, a de-
legacia sindical da Uenf não havia
recebido nenhuma resposta do rei-
tor sobre o laudo.
Durante o encontro na Assembléia
Legislativa,foramreivindicadosain-
da a realização de uma audiência
pública na Uenf, a construção de um
restaurante universitário, equipara-
ção dos auxílios creche e alimenta-
ção com os valores praticados na
Uerj, reposição de perdas salariais e
o funcionamento da centrífuga
(única do Brasil e segunda da
AméricaLatina).
Uenf tem novo reitor
O professorAlmy Junior Cordeiro
de Carvalho é o novo reitor eleito da
Uenf. Ele obteve 54,06% dos votos
válidos.Almyfoipró-reitordeGradu-
açãodauniversidade.
Até o dia 20/04, sexta-feira, o Sin-
tuperj realiza uma consulta para sa-
ber a opinião da comunidade sobre
assuntos relacionados à escolha dos
dirigentesdaUerj.
Aidéiafoireforçadapeloadiamento
da votação, no Conselho Universi-
tário,dasresoluçõesqueregulamen-
tam as próximas eleições para dire-
tores de unidades e reitoria.
Consulta sobre
eleições na UERJ
momento para se criar, em todos
os segmentos da sociedade, uma
frente em defesa da saúde pública.
O que o governador quer fazer é
se excluir da responsabilidade de
gerenciar setores da saúde.
Ele deveria investir na qualidade
e ampliação do atendimento
público e gratuito.
Sintuperj luta para que Hospital Universitário Pedro Ernesto continue 100% público
Foto: Acervo Sintuperj
Foto: Acervo Sintuperj
Sintuperj participa de audiência
O objetivo é alimentar esse debate,
pois o que está em jogo é um proje-
to de universidade.
Participe
As urnas estão no Hall do Queijo,
das 09h às 12h e de 14h às 16h
NoHospitalUniversitárioPedroEr-
nesto e nas unidades externas tam-
bém haverá a consulta.
Encontra-se na sede do Sindicato a listagem dos servidores com direito a
receber o resíduo do FGTS referente ao período de Outubro de 1983 a
Março de 1984. Passe no Sintuperj para saber se você está incluído na lista
daCaixaEconômicaFederal.ServidoresdoHupeedoCepuerjnãoconstam
dessa listagem, pois já tiveram o valor depositado anteriormente.
Resíduo do FGTS
4
O que é o Nepad?
ONúcleodeEstudosemPesquisasem
Atenção ao uso de Drogas foi inaugu-
rado no dia 10 de março de 1986.
Nós atendemos os usuários de drogas
e seus familiares. Inicialmente não ti-
nha esse nome. Chamava-se Centro
Rio de Janeiro. Foi um projeto aten-
dendoaumprogramadoMinistérioda
Justiça.Elefoielabora-
do, apresentado e en-
tão aceito pelo Minis-
tério. Os mesmos
fundadores desse pro-
jeto, servidores da
Uerj, começaram a
trabalharnele.
Vocês recebem algum financiamen-
to do Governo?
Não. Depois que o projeto terminou,
nós ficamos sem recursos.AUerj teve
interesse em continuar com esse pro-
jeto, então, fomos incorporados ao
quadro de pessoal da Uerj.
O projeto existe desde 1986. A se-
nhora trabalha nele desde o início?
Sim. Desde a inauguração. Depois do
coquetel de inauguração bati, na má-
quina de escrever, o primeiro prontu-
ário de atendimento do dia seguinte.
Qual sua função no Nepad?
Eu sempre exerci o cargo de secretá-
ria. Fui admitida pela Uerj como se-
cretáriabilíngüe,maistardeessecargo
foiextintoe passeiàfunçãodetécnico
administrativo.
A senhora tem algum tipo de rela-
cionamento com o público que o
Nepad atende?
Indiretamente eu tenho. Sempre aten-
doasvisitas,encaminho.Quandovejo
quetemgenteaguardandoprocurosa-
ber o que deseja.
A senhora faz algum outro tipo de
trabalho no Nepad?
Tenho mais de 30 produções que fiz
para o nosso acervo. São traduções
de artigos que tratam sobre droga, so-
bre o tratamento.Amaioria de tradu-
ções do francês para o
português. Estudei em
Portugal, então apren-
di as duas línguas. Ou-
tras vezes, quando te-
nhotempo,façotradu-
ções que servem até
paraconhecimentodos
técnicos ou até mesmo para a própria
comunidade que nos procura. Eu tam-
bém participei de vários eventos que
foram realizados aqui, de várias
formas,sejatraduzindooufazendore-
visão de textos.
Quem são as pessoas que mais
usam os seus artigos?
Os próprios técnicos, funcionários,
muitosestudantes,nãosódaUerj,mas
tambémdeoutrasinstituiçõesdeensi-
no utilizam os artigos para pesquisa.
PorqueasenhorafoiparaPortugal?
Fuiespecialmenteparafazermeucur-
so. Na época fiz um curso que o nome
era:Correspondenteexternodatilógra-
fo em português, francês e inglês.
Nem existia computador. Fui pra lá
especialmenteparaes-
tudar. Estudei quatro
anosemPortugal. Sou
de Cabo Verde,
que foi uma possessão
portuguesa, que se
tornou independente
só a partir de 1975.
Como é a sua família?
Tenho um casal de filhos e dois ne-
tos. Tenho uma irmã que mora em
Ribeirão Preto, a gente não se vê há
anos, apesar de morarmos no mes-
mo país. Tenho também uma ma-
drasta que mora em Ribeirão Preto.
Amaiorpartedaminhafamíliamora
em CaboVerde. Soubrasileiranatu-
ralizada.Sou muitoenraizada,masop-
tei emteroBrasilcomomeu país,
meconsideromaisbrasileira do que
muito brasileiro, poisfoi por opção.
Vocês atendem também aos famili-
ares dos dependentes.
As famílias costu-
mam procurar o
Nepad ?
Normalmente, quem
mais procura são os
próprios dependentes.
Mas nós sempre suge-
rimos o atendimento à família, por-
que faz parte do tratamento. Eles che-
garam a conclusão que é por algum
motivo familiar que a pessoa começa
a usar drogas. Pode ser por curiosi-
dade, só para experimentar, mas no
fundo sempre tem um problema fa-
miliar que leva esses usuários a de-
senvolverem o vício.
A senhora trabalha no Nepad des-
de a fundação. Quais suas maiores
e melhores lembranças?
Aquiagentetrabalhacommuitosaltos
e baixos. Nós sofremos
um incêndio em 2002.
Ficamossemlugarpara
trabalhar.Procuramosa
própria Uerj e foi dada
a sugestão de nos insta-
lar no Piquet Carneiro.
Mas as divisórias do local não atendi-
Iolanda Faustino é daquelas pessoas que vão além do que a função determina. Cumpre com
garra e determinação a função social de uma universidade pública. Traduziu mais de 30
publicações sobre drogas e o seu combate. Mas também denuncia que as más condições e
a falta de perspectiva têm afastado muita gente da universidade.
Traduzindo o combate às drogas
“Tenho mais de 30
produções que fiz para
o nosso acervo. São
traduções de artigos
que tratam sobre droga,
sobre o tratamento”
am nossas necessidades. Quando os
pacientes falam, nós
garantimos o anoni-
mato. Voltamos para
cá e retomamos nos-
sotrabalhocom mui-
ta dificuldade.Traba-
lhamos sem luz, sem
água. Além disso, a
gente precisa de mais divulgação do
nosso trabalho dentro da própria Uerj.
Tem muita gente dentro da Uerj que
não conhece o nosso trabalho. Não te-
mos comofazerumadivulgaçãomai-
or, pois não temos recursos. Muitos
técnicosquefizerammestrado,douto-
radotiveramquesairporqueaqui não
oferecia nenhuma perspectiva maior.
Fomosperdendomuitagentede com-
petência, mesmoassim vamostocan-
do.
Pretende fazer algum trabalho de-
pois que se aposentar?
Euvoucompletar70anos.Voumeapo-
sentaremsetembro,compulsoriamente.
Minhavontadeera continuartrabalhan-
do. Mas estou procurando. Estou cor-
rendo atrás. Gosto muito do que faço.
Queriacontinuarfazendoalgumacoisa
nessaárea,atendendopessoas.
“Muitos técnicos que
fizeram mestrado,
doutorado tiveram que
sair porque aqui não
oferecia nenhuma
perspectiva”
“Eu vou completar 70
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Jornal do sintuperj nº 07

  • 1. 1 Jornal do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Publicas Estaduais - RJ Ano II - Nº 7 - Abril de 2007 Ameaça de Fundação na Saúde Página 03 Uma história de dedicação ao Nepad Página 04 Audiência Pública debate Uenf Página 03 Assembléia propõe ampliar mobilizações Sintuperj,Asduerj e DCE conquistam reunião com governador Vitória da mobilização: reunião com governador abre diálogo com entidades Aassembléiageraldosservidoresrealizada na quinta-feira, 12/04, consolidou o processodemobilizaçãodostrabalhadores da Uerj, iniciado com a eleição da atual diretoria. Somente este ano, o Sintuperj participou de várias audiências públicas, reuniões com a reitoria, com o governo e agora diretamente com o governador. Durante a assembléia, após avaliação da reunião com o governador (veja o relato abaixo), os servidores e o Sintuperj aprovaramasseguintesatividades: 1.Realizar,nacomunidade,consultasobre as eleições na Uerj. 2. Aproveitar reunião já marcada com a Asduerj e o DCE para propor uma assembléiacomunitária. 3. Organizar uma passeata da Uerj ao Hupe. 4. RealizarSemináriosobreaUniversidade envolvendo toda a Uerj. 5. Realizar atos semanais na Uerj e no Hupe. 6. Elaborarcartaabertaàpopulaçãosobre a situação do Hupe. 7. Convocar todos os aposentados para apróximaassembléia. 8. Organizarlutascontraaprivatizaçãoda saúde e a desvinculação do Hupe da Uerj. 9. Manter a luta pelo direito ao adicional Noturno, ao 1/3 de férias e ao cancelamento do desconto do Rio Previdência. A reunião com o governador Sérgio Cabral para discutir a pauta específica da Uerj, realizada no dia 10/04 já foi umavitóriadosservidores. ResultadodapersistênciadoSintuperj, este foi o primeiro encontro com um governoondenãohouverestriçãopara onúmerodeparticipantes.OSintuperj, representado por 13 de seus dirigen- tes, esteve no Palácio Laranjeiras jun- to com o DCE, Asduerj e Reitoria. Marcada às 16h, a audiência começou às 19h20, com a presença dos secre- táriosdeCiênciaeTecnologiaedePla- nejamento e Gestão. Parecia uma ten- tativa de ganhar tempo até o governa- dor chegar, o que ocorreu às 20h05. Ossecretáriospediramparaqueasen- tidades apresentassem as reivindica- ções. Na verdade, o motivo da reu- nião era ouvir do governo o que ele ti- nha a apresentar como contra-propos- ta,jáqueapautatinhasidoenviadano iníciodefevereiro.OSintuperjcobrou aindaopagamentodosprecatórios(en- tre eles o atrasadão). Parece piada, mas é verdade. O pró- prio governador mostrou-se surpreso com o relato feito pelo reitor sobre o contingenciamentodeverbas,asobras deinfra-estruturaquenãocomeçaram, dentre outros assuntos. SOS UERJ Ogovernadordissequeauniversidade éprioridadeemseugoverno.Chegoua propor um “SOS Uerj”. Mas essa pro- postavindadogovernadorassusta.Ele deveriaapontarsoluçõesparaauniver- sidadeenãoumSOS.Asentidadesco- braramsolução paraasituaçãodauni- versidade,principalmente,sobreaneces- sidadedoreajustesalarial. Cabral solicitou aos secretários que houvesse o repasse necessário para as obras da rampa e para o custeio da universidade. O Sintuperj lembrou ao governador que, na época em foi Pre- sidente da Alerj, ele intermediou o acordo para recompor as perdas sala- riais. Segundo ele, agora o Estado não temamesmapossibilidadefinanceira. Após pressão das entidades, o go- vernador afirmou que estão abertas as negociações e, que a partir de agora, os representantes da univer- sidade devem se reunir com os se- cretários de Ciência eTecnologia e do Planejamento. Cabraldeuumprazoatéfinaldejunho para que os secretários e as entidades cheguemaumacordo.Seissonãoacon- tecerelemarcaráoutrareuniãoparatra- tar do tema. Foi só o começo de nossa mobilização.Participedasatividadese fortaleçaanossaluta.REAJUSTEJÁ. Fotosdapágina:AcervoSintuperj Más condições da universidade Página 02 Assembléia consolida mobilização dos servidores Sintuperj discute Uerj com o governador
  • 2. 2 JORNAL DO SINTUPERJ - Coordenação de Imprensa: Rosalina Barros - Conselho Editorial: Alberto Dias Mendes, João Sylvestre dos Reis, Jorge Augusto de Almeida, José Arnaldo Gama da Silva, Mirian de Oliveira Pires, Paulo César Paes Fernandes, Sandro Hilário - Jornalista: Mário Camargo (MTb 024120) - Estagiária: Marcela Figueiredo - Programação Visual: Flavia Soares - Tiragem: 4.000 exemplares - Fechamento: 13/04/2007 - Endereço: Rua São Francisco Xavier, 524, sala 1020 D, Maracanã, Rio de Janeiro/ RJ - CEP: 20.550-013 - Telefone: (21) 2587-7126 / 2234-0945 - internet: www.sintuperj.org.br - Endereço eletrônico: sintuperj@sintuperj.org.br e imprensa@sintuperj.org.br Sintuperjapóialutadosestudantesporpasselivre Universidade jogada às traçasObras da marquise ficaram apenas na promessa e Sintuperj cobra solução Marquise 12º andar - Uerj Ambulâncias Sucateadas - Hupe “Lixão” no Campus Maracanã - Uerj Fisiatria Hupe Teto Radiologia - Hupe Goteiras destroem acervo das Bibliotecas - Uerj Há várias áreas abandonadas na Uerj. O lixão formado en- tre os blocos D e E do Campus Maracanã demonstra o desca- so da Administração e do Go- verno do Estado com a Uni- versidade. Dezenas de cartei- ras, armários e outros equi- pamentos estão jogados no local. Além de depredar o patrimônio público, tal situa- ção propicia à reprodução de insetos, tornando-se foco de doenças. O risco de Dengue na universidade, com certeza, cresce nessas circunstâncias. Marquise: só promessa Mas há outros exemplos iguais ou piores. Há mais de um ano a situação da marquise que desabou não foi solucionada. Após denún- cia do Sintuperj, em janeiro, o governador do Estado pro- meteu resolver o problema. Mas até agora, três meses de- pois, nada foi feito. Várias áreas do Hospital Uni- versitário, como Enfernarias, Radiologia e Fisiatria, tam- bém funcionam em péssimas condições. Faltam verbas Cortes de verbas constantes impedem o atendimento de qualidade e afetam as condi- ções de trabalho. Desde o iní- cio deste ano, o governo vi- nha atrasando o repasse da verba do Fundo Estadual de Saúde para o hospital. Mesmo assim, os servidores da universidade, há seis anos sem reajuste, têm feito o má- ximo para prestar bons servi- ços à população. O Sintuperj está cobrando da Reitoria e do governo solução urgente para a situação da universidade. O passe livre é uma reivindicação histórica que visa facilitar o acesso dos estudantes, idosos, pessoas com deficiência para o seu des- locamento diário. Os ônibus não têm adaptação para deficientes; muitos motoristas param onde querem. São comuns arrancadas e freadas bruscas dos veículos. No caso dos estudantes, na mai- oria crianças e adolescentes, o passe livre representa o investi- mento do Poder Público na educa- ção.Hoje,comafaltadeescolaspró- ximas das re- sidências, a concessão do passe é funda- mental de ma- nutenção do estudante na rede de ensi- no. Por isso, os governan- tes e empresários devem ver o pas- se livre como investimento e não como gasto. O governo ainda ordena que a po- lícia reprima violentamente a manifesta- ção dos es- t u d a n t e s . Nada justifi- ca a violên- cia. Mas as autoridades não punem, não batem, não mandam a polícia prender os empresári- os, não retiram a concessão. Por que somente os estudantes são Fotosdamatéria:AcervoSintuperj Estudantes protestam contra a suspensão do passe livre penalizados quando vão às ruas defender seus direitos? O poder público está a serviço do capital, do dinheiro. Mas isso não pode continuar assim. Nossa união e organização são a forma para mudar a situação. O Sintu- perj apóia a luta pelo passe livre. Mais do que isso faz parte dessa luta. Não são apenas os estudan- tes os beneficiários da medida, mas toda a população carioca. Transporte coletivo é concessão de um serviço público e não uma mercadoria. Fonte: Globo online
  • 3. 3 No dia 03 de abril, o jornal O Dia publicou nota dizendo que o go- verno Cabral quer criar uma funda- ção para administrar a área da Saú- de Pública do Estado. Esta na nota que “a fundação a ser criada será uma espécie de estatal da Sáude.” O presidente daAssembléia Legisla- tiva, deputado Jorge Picciani, tam- bém já havia comentado sobre essa intenção do governador. A idéia não é original. Na realidade, atende o desejo do governo Lula em fazer a mesma coisa com os hospi- tais ligados às universidades públicas federais. A proposta do governo federal pos- sibilita a contratação de trabalhado- res pela CLT e sem concurso públi- co. Um retrocesso para os trabalha- dores que viverão sob constante ameaça de demissão. Permite que os hospitais cobrem por atendimento, pois terão de garantir receita para o seu funcionamento. Ou seja, não te- rão recursos públicos. Cabralacena compropostadefundaçãoparaaSaúde Governo abandona a idéia da PEC 03. Mas, segundo a imprensa, insistirá na idéia da contratação pela CLT Proposta do governo federal sobre o assuntodizqueoshospitaisterãocomo objeto “a contratação de serviços e a fixaçãodemetasdedesempenho, uma vezqueo mesmo gozarádeautonomia gerencial, orçamentária e financeira e terá patrimônio e receitas próprias”. Dessa maneira, a população mais po- bre ficará sem atendimento. A pro- posta de Cabral ainda não foi envia- da para a Assembléia Legislativa. Mas isso não serve de alívio. É uma questão de tempo. Hupe é da Uerj Dentre outras coisas, a Fasubra, Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras e o Sintuperj defendem a vinculação administrativa e acadê- mica dos HUs às universidades; que eles continuem 100% públicos e to- dos os leitos sejam vinculados ao SUS; o fim da terceirização e ampli- ação da força de trabalho e ingres- so, através de concurso público e gestão participativa em todas as instâncias. Os poderes públicos têm que enca- rar os problemas com seriedade e não se livrar deles da forma mais fácil, entregando o patrimônio construído pela sociedade para um serviço pri- vado, que visa lucro. Saúde não é mercadoria. É um direito. Este é um Audiência Pública cobra melhorias na Uenf Representantes do Sintuperj e a de- legaciasindicaldaUenfparticiparam daAudiênciaPúblicarealizadanodia 28 de Março na Comissão de Edu- cação daAlerj. Foram cobradas do governo expli- cações sobre orçamento, verba de custeio e insalubridade. Novamente foi solicitada a apresentação do laudo de periculosidade solicitado judicialmente e que está nas mãos do reitor. Até o fechamento desta edição, a de- legacia sindical da Uenf não havia recebido nenhuma resposta do rei- tor sobre o laudo. Durante o encontro na Assembléia Legislativa,foramreivindicadosain- da a realização de uma audiência pública na Uenf, a construção de um restaurante universitário, equipara- ção dos auxílios creche e alimenta- ção com os valores praticados na Uerj, reposição de perdas salariais e o funcionamento da centrífuga (única do Brasil e segunda da AméricaLatina). Uenf tem novo reitor O professorAlmy Junior Cordeiro de Carvalho é o novo reitor eleito da Uenf. Ele obteve 54,06% dos votos válidos.Almyfoipró-reitordeGradu- açãodauniversidade. Até o dia 20/04, sexta-feira, o Sin- tuperj realiza uma consulta para sa- ber a opinião da comunidade sobre assuntos relacionados à escolha dos dirigentesdaUerj. Aidéiafoireforçadapeloadiamento da votação, no Conselho Universi- tário,dasresoluçõesqueregulamen- tam as próximas eleições para dire- tores de unidades e reitoria. Consulta sobre eleições na UERJ momento para se criar, em todos os segmentos da sociedade, uma frente em defesa da saúde pública. O que o governador quer fazer é se excluir da responsabilidade de gerenciar setores da saúde. Ele deveria investir na qualidade e ampliação do atendimento público e gratuito. Sintuperj luta para que Hospital Universitário Pedro Ernesto continue 100% público Foto: Acervo Sintuperj Foto: Acervo Sintuperj Sintuperj participa de audiência O objetivo é alimentar esse debate, pois o que está em jogo é um proje- to de universidade. Participe As urnas estão no Hall do Queijo, das 09h às 12h e de 14h às 16h NoHospitalUniversitárioPedroEr- nesto e nas unidades externas tam- bém haverá a consulta. Encontra-se na sede do Sindicato a listagem dos servidores com direito a receber o resíduo do FGTS referente ao período de Outubro de 1983 a Março de 1984. Passe no Sintuperj para saber se você está incluído na lista daCaixaEconômicaFederal.ServidoresdoHupeedoCepuerjnãoconstam dessa listagem, pois já tiveram o valor depositado anteriormente. Resíduo do FGTS
  • 4. 4 O que é o Nepad? ONúcleodeEstudosemPesquisasem Atenção ao uso de Drogas foi inaugu- rado no dia 10 de março de 1986. Nós atendemos os usuários de drogas e seus familiares. Inicialmente não ti- nha esse nome. Chamava-se Centro Rio de Janeiro. Foi um projeto aten- dendoaumprogramadoMinistérioda Justiça.Elefoielabora- do, apresentado e en- tão aceito pelo Minis- tério. Os mesmos fundadores desse pro- jeto, servidores da Uerj, começaram a trabalharnele. Vocês recebem algum financiamen- to do Governo? Não. Depois que o projeto terminou, nós ficamos sem recursos.AUerj teve interesse em continuar com esse pro- jeto, então, fomos incorporados ao quadro de pessoal da Uerj. O projeto existe desde 1986. A se- nhora trabalha nele desde o início? Sim. Desde a inauguração. Depois do coquetel de inauguração bati, na má- quina de escrever, o primeiro prontu- ário de atendimento do dia seguinte. Qual sua função no Nepad? Eu sempre exerci o cargo de secretá- ria. Fui admitida pela Uerj como se- cretáriabilíngüe,maistardeessecargo foiextintoe passeiàfunçãodetécnico administrativo. A senhora tem algum tipo de rela- cionamento com o público que o Nepad atende? Indiretamente eu tenho. Sempre aten- doasvisitas,encaminho.Quandovejo quetemgenteaguardandoprocurosa- ber o que deseja. A senhora faz algum outro tipo de trabalho no Nepad? Tenho mais de 30 produções que fiz para o nosso acervo. São traduções de artigos que tratam sobre droga, so- bre o tratamento.Amaioria de tradu- ções do francês para o português. Estudei em Portugal, então apren- di as duas línguas. Ou- tras vezes, quando te- nhotempo,façotradu- ções que servem até paraconhecimentodos técnicos ou até mesmo para a própria comunidade que nos procura. Eu tam- bém participei de vários eventos que foram realizados aqui, de várias formas,sejatraduzindooufazendore- visão de textos. Quem são as pessoas que mais usam os seus artigos? Os próprios técnicos, funcionários, muitosestudantes,nãosódaUerj,mas tambémdeoutrasinstituiçõesdeensi- no utilizam os artigos para pesquisa. PorqueasenhorafoiparaPortugal? Fuiespecialmenteparafazermeucur- so. Na época fiz um curso que o nome era:Correspondenteexternodatilógra- fo em português, francês e inglês. Nem existia computador. Fui pra lá especialmenteparaes- tudar. Estudei quatro anosemPortugal. Sou de Cabo Verde, que foi uma possessão portuguesa, que se tornou independente só a partir de 1975. Como é a sua família? Tenho um casal de filhos e dois ne- tos. Tenho uma irmã que mora em Ribeirão Preto, a gente não se vê há anos, apesar de morarmos no mes- mo país. Tenho também uma ma- drasta que mora em Ribeirão Preto. Amaiorpartedaminhafamíliamora em CaboVerde. Soubrasileiranatu- ralizada.Sou muitoenraizada,masop- tei emteroBrasilcomomeu país, meconsideromaisbrasileira do que muito brasileiro, poisfoi por opção. Vocês atendem também aos famili- ares dos dependentes. As famílias costu- mam procurar o Nepad ? Normalmente, quem mais procura são os próprios dependentes. Mas nós sempre suge- rimos o atendimento à família, por- que faz parte do tratamento. Eles che- garam a conclusão que é por algum motivo familiar que a pessoa começa a usar drogas. Pode ser por curiosi- dade, só para experimentar, mas no fundo sempre tem um problema fa- miliar que leva esses usuários a de- senvolverem o vício. A senhora trabalha no Nepad des- de a fundação. Quais suas maiores e melhores lembranças? Aquiagentetrabalhacommuitosaltos e baixos. Nós sofremos um incêndio em 2002. Ficamossemlugarpara trabalhar.Procuramosa própria Uerj e foi dada a sugestão de nos insta- lar no Piquet Carneiro. Mas as divisórias do local não atendi- Iolanda Faustino é daquelas pessoas que vão além do que a função determina. Cumpre com garra e determinação a função social de uma universidade pública. Traduziu mais de 30 publicações sobre drogas e o seu combate. Mas também denuncia que as más condições e a falta de perspectiva têm afastado muita gente da universidade. Traduzindo o combate às drogas “Tenho mais de 30 produções que fiz para o nosso acervo. São traduções de artigos que tratam sobre droga, sobre o tratamento” am nossas necessidades. Quando os pacientes falam, nós garantimos o anoni- mato. Voltamos para cá e retomamos nos- sotrabalhocom mui- ta dificuldade.Traba- lhamos sem luz, sem água. Além disso, a gente precisa de mais divulgação do nosso trabalho dentro da própria Uerj. Tem muita gente dentro da Uerj que não conhece o nosso trabalho. Não te- mos comofazerumadivulgaçãomai- or, pois não temos recursos. Muitos técnicosquefizerammestrado,douto- radotiveramquesairporqueaqui não oferecia nenhuma perspectiva maior. Fomosperdendomuitagentede com- petência, mesmoassim vamostocan- do. Pretende fazer algum trabalho de- pois que se aposentar? Euvoucompletar70anos.Voumeapo- sentaremsetembro,compulsoriamente. Minhavontadeera continuartrabalhan- do. Mas estou procurando. Estou cor- rendo atrás. Gosto muito do que faço. Queriacontinuarfazendoalgumacoisa nessaárea,atendendopessoas. “Muitos técnicos que fizeram mestrado, doutorado tiveram que sair porque aqui não oferecia nenhuma perspectiva” “Eu vou completar 70 anos. Vou me aposentar em setembro, compulsoriamente. Minha vontade era continuar trabalhando” Foto: Acervo Sintuperj Iolanda Faustino, brasileira por opção