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JB NEWS
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: Ir Jeronimo Borges
Academia Catarinense Maçônica de Letras
Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte
Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro
Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário
Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário
Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente
Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.073 – Melbourne (Vic) - domingo, 5 de junho de 2016
Bloco 1 -Almanaque
Bloco 2 -IrNewton Agrella – A Partir do Oriente (Editorial de Domingo)
Bloco 3 -IrJoão Ivo Girardi – Os Autores mais Criativos da História (2ª parte)
Bloco 4 -IrJosé Ronaldo Viega Alves – Humanismo, Humanitarismo e Maçonaria: Valorizando o ...
Bloco 5 -IrHercule Spoladore – Sinais Maçônicos Antigos
Bloco 6 -IrJoão Anatalino Rodrigues – Maçons e Protestantes – Novum Ordo Seclorum
Bloco 7 - Destaques JB – Hoje com versos do Irmão e Poeta Sinval Santos da Silveira
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Livros de artigos nos Graus de
Aprendiz, Companheiro e Mestre
Publicados na Revista O PRUMO.
Durante o período de 1970 a 2015.
Pedidos: site http://www.gosc.org.br
Ou pelo telefone: (48) 3952-3300


1 – ALMANAQUE
Hoje é o 156º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Quarto Minguante)
Faltam 210 para terminar este ano bissexto
Dia Mundial da Ecologia e do Meio Ambiente
o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária.
LIVROS
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
1805: Estabelecida por Napoleão Bonaparte
a Fundação da Ordem da Coroa de Ferro
 1805 - Fundação da Ordem da Coroa de Ferro por Napoleão Bonaparte.
 1915 - Dinamarca altera sua constituição para permitir o sufrágio feminino.
 1933 - Fundação de Brazlândia, no Distrito Federal.
 1944 - Segunda Guerra Mundial: Mais de mil bombardeiros britânicos largam 5000 toneladas de bombas nas
baterias costeiras alemãs na Normandia, em preparação para o Dia D.
 1947 - Na Universidade de Harvard, George Marshall apresenta o "Plano Marshall" de ajuda aos países
europeus afectados pelaSegunda Guerra Mundial.
 1958 - Fundação de Taguatinga, no Distrito Federal.
 1967
 Início da Guerra dos Seis Dias entre Israel e os estados árabes do Egito, Síria e Jordânia.
 1975 - O Canal de Suez reabre pela primeira vez desde a Guerra dos Seis Dias.
 1981 - 1º diagnóstico de casos de AIDS, nos Estados Unidos.
 1983 - Vai ao ar pela primeira vez a Rede Manchete de Televisão.
 1989 - Um jovem desarmado desafiou o poderio chinês barrando a passagem de vários tanques de
guerra durante o Protesto na Praça da Paz Celestial (Tiananmen).
 1995 - Primeira obtenção do condensado de Bose-Einstein.
 2003 - Dissolução da República Federal da Iugoslávia.
 2006
 O Parlamento da Sérvia proclama a independência, dissolvendo a Sérvia e Montenegro.
 A União dos Tribunais Islâmicos assume o poder na Somália.
 É inaugurada a emissora brasileira de televisão por assinatura PlayTV.
 2007 - Rihanna lança seu terceiro álbum de estúdio, Good Girl Gone Bad.
 2009
 O candidato a presidência de Guiné-Bissau, Baciro Dabó, é morto em sua residência por forças de
segurança, supostamente porque estaria envolvido numa tentativa degolpe de Estado.
 Lançamento do The Sims 3 (no Brasil).
 2011
 Realizam-se eleições legislativas em Portugal, sendo o PSD o partido com maior número de deputados
eleitos para a Assembleia da República.
 Ollanta Humala conquista a presidência do Peru.
EVENTOS HISTÓRICOS (fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki)
Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
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1775 Patente régia, desta data, nomeou o coronel Pedro Antônio da Gama Freitas, governador da
capitania de Santa Catarina, para substituir Francisco de Souza Menezes.
1791 Morre, na capital de Santa Catarina, o Dr. Luiz Carlos Muniz Barreto. Foi o primeiro catarinense
formado pela Universidade de Coimbra, sendo que exerceu o cargo de Ouvidor na Capitania.
1880 Morre, no Rio de Janeiro, Antônio Pereira Pinto. Foi o 10º Presidente efetivo da Província de
Santa Catarina, em 1849.
1898 Circula, em Florianópolis, o primeiro número do jornal intitulado “O Bilontra”.
1904 Circula, em Itajaí, o primeiro número do jornal intitulado “Novidades”, dirigido por Tibúrcio de
Freitase, depois, pelos irmãos Konder, tendo subsistido até 1917.
1832 Regularizada no Grande Oriente do Brasil a Loja Amizade Fraternal, de Praia Grande, Niterói
1865 O Grande Oriente de França confirma a invocação ao Grande Arquiteto do Universo, mas
suprime-a em 1877.
1953 Fundado o Grande Oriente Estadual “Tiradentes” de Minas Gerais, federado ao GOB.
1999 A Loja Gralha Azul, de Londrina, pertencente ao GOB/PR foi fundada no dia 22 de maio
daquele ano.
2001 Fundação da Loja União e Luz, de Londrina, que trabalha no REAA, que no dia 2 de junho
completou dez anos de atividades dedicada à Arte Real.
Fatos maçônicos do dia
Fonte: O Livro dos Dias 20ª edição (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
históricos de santa Catarina
Extraído de “Datas Históricas de Santa Catarina” do Jornalista Jali Meirinho e acervo pessoal
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TELEFONES: 31 974001117 - 31 3386-3487
E-MAIL: lewar.reboque@gmail.com
De Irmão para Irmão
As publicidades veiculadas nas edições do JB News são cortesia deste informativo, como
apoio aos irmãos em suas atividades profissionais.
Valorize-os, caro leitor, preferindo o que está sendo anunciado.
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Ir Newton Agrella - Cim 199172
M I Gr 33
membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464
e Loja Estrela do Brasil nr. 3214
REAA - GOSP - GOB
newagrella@gmail.com
"A PARTIR DO ORIENTE"
Há um Oriente dentro de nós que nos norteia e nos remete ao início e fim de cada dia de
nossas vidas.
Cabe lembrar que a palavra "Oriente" advém do Latim Orior / Orire que signfica "surgir",
revelar, e por conseguinte "Origem". É o que nos torna visíveis diante do Universo.
Ao findar de cada dia, deparamo-nos por outro lado com o "Ocidente" , igualmente um
termo advindo do Latim que significa Occ Cidens ou seja: "Sol Poente" de oc cadere =
aquilo que cai - ou seja, o término da mais uma missão.
Tal qual o Sol que surge a cada dia dando Vida e Origem a mais um novo Ciclo, a
Maçonaria através de seus Simbolismos revela-se como fonte inspiradora para que o
Homem consiga desenvolver seu intelecto na busca do Bem e do Aprimoramento - a partir
da Luz da Sabedoria que emana do Oriente.
Quem sabe não seja essa, uma das razões do fato do "Oriente" constituir-se no local mais
importante para a Simbologia Maçônica, tendo em vista que é de lá que nasce e se propaga
a Luz Astronômica, Esotérica e Espiritual e igualmente de lá que o Venerável Mestre
instalado em seu trono comanda o andamento dos Trabalhos em Oficina para o desbaste da
Pedra Bruta e a busca constante da lapidação da Pedra Cúbica numa posição "orientadora".
Observe-se quão interessantes são essas palavras que a partir de ORIENTE, se derivam , ou
seja: "Origem" e "Orientação" , cujas características levaram o Maçom a obedecer um
caráter inicialmente Operativo e posteriormente Especulativo, como um verdadeiro
construtor social, tornando a Sublime Ordem uma instituição mormente preocupada em
desenvolver um trabalho árduo e constante em prol do Conhecimento e do crescimento
interior e pelo combate inequívoco a Ignorância.
Do "Oriente" se pronuncia e se revela a Luz da Sabedoria dando instrumentos a que o
Maçom possa responder aos desafios de sua existência e transpor seus melhores valores
renovando o seu interior na prática do bem e extraindo Criatividade de sua inércia e Vida de
sua agonia.
Trata-se em suma, de um processo contínuo de provações e evolução cuja temática
maçônica se consubstancia no próprio exercício de galgar paulatinamente a notória Escada
de Jacó, cuja escalada requer persistência, denodo, altruísmo e muito estudo e dedicação
por parte de seus obreiros.
2 – Editorial de domingo – A partir do Oriente - Newton Agrella
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O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja
“Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”
Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico
“Aquiles Garcia” 2016 da GLSC.
Escreve dominicalmente neste 3º. Bloco.
Os Autores Mais Criativos da História
– 2ª Parte
Texto extraído e condensado do livro: Gênio, de Harold Bloom. Editora: Objetiva. Ed. 2002.
Sobre a Organização do Livro: O autor dividiu a centena de gênios da linguagem em conjuntos,
denominados Lustros, nesse sentido, refere-se ao brilho decorrente da luz refletida, o lustre, o
esplendor de um gênio refletido em outro.
Lustro 6
Moliére: (1622-1673): Depois de Shakespeare, os maiores dramaturgos ocidentais são Moliére e
Ibsen. Em 30 anos de teatro, Moliére compôs apenas sete peças dignas de seu gênio: A Escola de
Mulheres, As Preciosas Ridículas, O Avarento, O Burguês Fidalgo e a grande tríade - Tartufo,
Dom Juan e O Misantropo, que é a joia de Moliére, a demonstração mais pura do seu gênio
cômico.
Henrik Ibsen: (1828-1906): O único dramaturgo pós-shakesperiano capaz de inovar, criando o
seu próprio método trágico. Suas principais obras são: Quando Nós Mortos Ressurgirmos, As
Feiticeiras de Salém e Todos Eram Meus Filhos.
Anton Tchekhov: (1860-194): A bondade de Tchekhov sempre mitiga a ironia. Assim como
Samuel Beckett, Tchekov é um dos poucos santos da literatura. Ambos são escritores
insubstituíveis, e suas biografias foram ainda mais impressionantes que suas obras. A Gaivota e As
Três Irmãs são suas obras primas.
Oscar Wilde: (1854-1900): Wilde, exato em suas profecias, mais de um século após a sua morte,
não tem rival, ao descrever nossa condição literária: Antigamente, livros eram escritos por
homens de letras e lidos pelo público. Hoje em dias, livros são escritos pelo público e lidos por
ninguém. Wilde ilustra os dois principais sentidos da noção do gênio: uma força geradora inata, e
um outro eu, que busca e encontra a destruição daquilo que é inato. Um século mais tarde, quando
o homossexualismo já não provoca imolação social, Wilde seria obrigado a encontrar algum outro
modo de sucumbir, algo além da imaginação. Principal obra: A Importância de Ser Prudente.
Frase de Oscar Wilde: O homem é menos ele mesmo quando fala na sua própria pessoa. Dê-lhe
uma máscara e ele dirá a verdade.
3 – Os Autores Mais Criativos da História (2ª. parte)
João Ivo Girardi
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Luigi Pirandello: (1867-1936): Somente duas peças justificam a classificação de Pirandello como
gênio dramático: Seis Personagens à Procura de um Autor e Henrique IV. Todos os demais
trabalhos de sua autoria são secundários, marcantes apenas em determinados momentos. Prêmio
Nobel de Literatura em 1934.
Lustro 7
John Donne: (1572-1631): Nascido oito anos depois de Shakespeare, em 1621 foi nomeado
decano da Catedral de São Paulo. Canções e Sonetos é o que há de mais popular na arte de Donne.
Poema famoso: Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do
continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída,
como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte
de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes
por quem os sinos dobram; eles dobram por ti. (John Donne, Meditações VII).
Alexander Pope: (1688-1744): Pope, no Ensaio sobre a Crítica, seu primeiro poema importante,
adverte os truques praticados pelos falsos poetas. Nanico, e com o corpo deformado em
consequência de tuberculose infantil, Pope seria candidato improvável ao posto de grande poeta
inglês do Iluminismo europeu.
Jonathan Swift: (1667-1745): Aos 75 anos, Swift foi declarado insano. É importante estabelecer
uma distinção entre este fato e a eminência do escritor, o gênio da ironia, pois no exercício dessa
ironia, não há loucura alguma. Sua mais famosa obra é Viagens de Gulliver, mas sua obra mais
importante é A História de um Tonel.
Jane Austen: (1775-1817): Austen é filha de Shakespeare: as heroínas de Austen desafiam as
contingências da historicização, e constam das nossas mais raras imagens de liberdade interior.
Principais obras: Orgulho e Preconceito, e Clarissa.
Lady Murasaki: (978-1026): A autora de A História de Genji é a única representante da Ásia
neste livro, mas o extenso romance por ela descrito faz parte da cultura literária da língua inglesa
desde que Arthur Waley concluiu sua versão em 1933.
Lustro 8
Nathaniel Hawthorne: (1804-1864): Wakefield é a história predileta de Jorge Luis Borges. O
gênio contista de Nathaniel não é bom, nem melancólico; é tão surpreendentes quanto Kafka,
Borges e Calvino. Sua obra A Letra Escarlate é considerada uma das grandes obras da ficção
norte-americana, junto com Moby Dick (1851), de Hermann Melville, As Aventuras de
Huckleberry Finn (1884), de Mark Twain, O Sol Também se Levanta (1926), de Ernest
Hemingway.
Hermann Melville: (1819-1891): O Capitão Ahab de Moby Dick trata-se, certamente, da visão
mais extraordinária até hoje criada da figura do norte-americano heróico. Melville teve em
Hawthorne seu amigo e mentor. Quando a obra prima foi publicada, em 1851, Melville tinha
apenas 32 anos e já era autor de cinco romances. O livro não foi apreciado - foram vendidos
apenas alguns exemplares. Muito depois da morte do autor, Moby Dick foi redescoberto e se
converteu no alicerce de sua carreira e da própria literatura americana. Especialistas classificam
JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 9/31
Moby Dick como o livro mais profundo sobre os Estados Unidos, a caça de baleias e o mundo.
Não há nada melhor do que o mar para nos instruir sobre a ilusão do domínio.
Charlotte Brontë: (1816-1855): Virginia Woolf saudou com grande entusiasmo o romance Jane
Eyre em um ensaio sobre as irmãs Brontë: Devoramos o romance, sem ter tempo para pensar,
sem tirar os olhos da página. É tamanha a absorção que, se alguém se mexer na sala, o
movimento parece ter ocorrido em Yorkshire. A autora leva-nos pela mão, faz com que vejamos
aquilo que ela vê, jamais nos abandona, nem por um instante, tampouco permite que dela nos
esqueçamos. Ao final, estamos encharcados da genialidade, da veemência, da indignação de
Charlotte Brontë.
Emily Brontë: (1818-1848): O Morro dos Ventos Uivantes é uma grandiosidade solitária,
surgidos de uma experiência de vida que nos deixa perplexos. È um romance ferino que ainda
hoje choca os leitores. Emily é visionária, que invoca o próprio gênio como divindade, com
grande firmeza e extrema eloquência.
Virginia Woolf: (1882-1941): Woolf, como ficcionista, não possuía a profundidade e a
universalidade de seus maiores contemporâneos, Joyce e Proust, mas as suas extraordinárias
percepções da consciência e das trevas que a circundam caracterizam-lhe o gênio, marcantemente
individual. O Farol, As Ondas e Entre os Atos estão entre os romances mais originais da tradição
ocidental.
Lustro 9
Ralph Waldo Emerson: (1803-1882): O gênio de Emerson é sempre o gênio dos Estados Unidos:
foi ele que estabeleceu a nossa religião autêntica, com efeito, pós-protestante, embora tente
parecer o contrário. Autoconfiança não é doutrina consoladora, pois nos adverte sobre a
necessidade de recorrer ao nosso próprio gênio, ou então entraremos em declínio total. Destino,
Poder e Riqueza, além de Ilusões, são os grandes ensaios de A Conduta da Vida, sua maior obra.
Emily Dickinson: (1830-1886): Poetisa norte-americana, autora de uma obra poética original
caracterizada pelo misticismo e a introspecção. Escreveu continuamente, porém só publicou em
vida sete poemas. Ao tomar conhecimento da sua obra, quando sua irmã publicou uma antologia
com o título de Poems by Emily Dickson (1890), a crítica passou a ver nela uma das mais puras
vozes líricas em língua inglesa do século XIX. Dickson ensina a angústia da elevação sublime
através da dor. Dickson é a mestra dos sentimentos negativos: a fúria, a carência erótica, o
conhecimento do exílio de Deus com relação a si mesmo. È autora de mais de 1789 poesias e
fragmentos de poesias.
Robert Frost: (1874-1963): Frost é confrade de Wallace Stevens, T. S. Eliot e Hart Crane, os
principais poetas dos Estados Unidos no século passado. Nitidamente, Frost, que se tornou
instituição nacional, destaca-se dos demais.
Wallace Stevens: (1879-1955): O mais sutil dos poetas americanos. A força poética de Stevens
era sobrenatural, dotada de uma linguagem exuberante ao ponto de fazer lembrar Shakespeare, em
Trabalhos de Amor Perdido.
T. S. Eliot: (1888-1965): Thomas Stearns Eliot é sem dúvida, um dos grandes poetas americanos.
Cinquenta anos atrás, Eliot era o vigário do neocristianismo, e A Terra Devastada era um hino de
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salvação para os discípulos acadêmicos do poeta. Naqueles dias, Eliot era aclamado autoridade
moral, um verdadeiro sábio. Eu não saberia prever a reputação do poeta daqui a 50 anos, mas a
sua eloquência demoníaca não terá desaparecido. Prêmio Nobel de Literatura de 1948.
Lustro 10
William Wordsworth: (1770-1850): Poeta inglês. Em parceria com Coleridge, publicou Lyricall
Ballads, um dos marcos iniciais do romantismo inglês. Apegado à natureza, à linguagem
coloquial e aos temas simples, entre seus livros importantes citam-se: Poems, The Exursion,
Ecclesiastical Sonnets. Sua geração foi logo obscurecida pela seguinte a de Shelley e Keats.
Percy Bysshe Shelley: (1792-1822): Os grandes temas de Shelley são a morte do amor e a
destruição da integridade, ambas vistas por ele como morte figurada, à qual a morte literal era
preferível. O epítome do gênero lírico de Shelley é o poema Quando a Lâmpada se Estilhaça.
John Keats: (1795-1821): Keats em vários aspectos tornou-se, universalmente, o poeta inglês
mais admirado desde Shakespeare. Suas principais obras são: Sobre o Grilo e O Gafanhoto e A
Queda de Híperon.
Giacomo Leopardi: (1798-1837): O Conde Giacomo Leopardi, maior poeta lírico da Itália desde
Petrarca, teve uma vida desesperada, e morreu aos 39 anos. Dotado de visão lucreciana, Leopardi
escreveu com espantosa exuberância negativa, proclamando a má notícia da nossa existência, em
poemas de forma, tonalidade e música cognitiva perfeita. O maior poema de Leopardi é o sublime
La ginestra ou A Flor do Deserto, cuja ação se passa no Vesúvio, no último ano de sua vida.
Lorde Alfred Tennyson: (1809-1892): Poeta inglês da era vitoriana. Desenvolveu um estilo
tradicionalista e conservador, perturbado por dúvidas religiosas, mas imbuído de profunda
melancolia pelo ocaso de seu mundo, meio burguês e meio aristocrático. Tennyson foi sempre o
poeta da elegias, sempre lamentoso, bastante no estilo de Virgílio, o poeta clássico que ele mais
apreciava, assim com Keats foi seu crucial predecessor moderno. Seu maior poema, Maud ou
Desvario é a história de uma alma mórbida e poética sob a influência de uma era especulativa.
--------------------------------------
1ª Parte pode ser vista em:
http://www.jbnews33.com.br/informativos/JB_News-Informativo_nr_2066.pdf
Finalizando:
Em pesquisa recente, da nossa indiada pátria, 30% nunca compraram um único
livro na vida. Considerando sermos 105 milhões do que se convencionou chamar de
leitores, o estrago bate nos 30 milhões de indivíduos sem assunto. Os
entrevistadores foram além, perguntaram aos compatriotas o porquê do pouco
apego a brochuras. E, vejam só, quase metade alegou não ter tempo (hmm...). Então
com o quê o(a) senhor(a) ocupa seu tempo? Bingo! 42% estão metidos nas redes
sociais. (Fonte: JSC, 03/06/2016, Cao Hering).
Brasil, pátria educadora! (sem comentários).
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O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve aos domingos.
HUMANISMO, HUMANITARISMO E MAÇONARIA: VALORIZANDO
O SER HUMANO. O ESPÍRITO HUMANÍSTICO NA PROPOSTA DE
ENSINO DE SCHRÖDER. HUMANISMO E O RITO SCHRÖDER:
OUTROS ASPECTOS. (PARTE UM)
*Irmão José Ronaldo Viega Alves
ronaldoviega@hotmail.com
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Oriente de S. do Livramento – RS.
“Doutrinariamente, a Maçonaria, corporação de construtores sociais, pratica
o culto ao Grande Arquiteto do Universo (nos ritos chamados universais) e o
amor à humanidade, erguendo templos à Virtude e oficinas dedicadas ao
trabalho de conseguir a futura sociedade humana fundada no amor, na justiça
e na paz. O humanismo, para os maçons, é a terceira fase de todas as
místicas e cultos e a síntese de todas as finalidades a que se dedicaram os
templos desde as primeiras civilizações. Por conseguinte, cumpre ao maçom
relevar que sem humanismo não há Maçonaria.” (Trecho do livro “Curso de
Maçonaria Simbólica 1º Tomo (Aprendiz)” de autoria do Irmão Theobaldo Varoli
Filho)
INTRODUÇÃO
São muitas as definições com as quais nos deparamos a respeito da Maçonaria, entre as
quais, poderíamos citar: “A Maçonaria, no sentido mais amplo e abrangente, é um sistema de moral e
ética social, uma religião primitiva e uma filosofia de vida, incorporando um largo humanitarismo; é uma
religião sem credo, sendo de nenhuma facção religiosa, mas encontrando a verdade em todas; busca a
verdade, mas não a define”, ou, “A Maçonaria é e sempre foi uma Fraternidade Universal, um
movimento do Espírito Humano, dentro do qual tiveram e tem guarida as tendências favoráveis ao
Aperfeiçoamento Moral e Material do gênero humano; ela não se faz órgão de nenhuma orientação
Política ou Social.”, ou ainda, “A Maçonaria é um propósito, e a partir deste, uma ação que habilita
homens livres e de bons costumes a ser, conforme a vontade do Grande Arquiteto do Universo, um
membro digno e útil ao todo ontológico, contribuindo para o aperfeiçoamento da humanidade.”
O que haveria em comum, direta ou indiretamente, em todos os pensamentos que foram
expostos acima, com relação aos objetivos da Maçonaria? Sem sombra de dúvidas, as palavras
humanidade, humanismo e humanitarismo, estão, de certa forma, alinhadas e marcando presença nas
definições do tipo acima.
Ainda, em nosso Ritual do Aprendiz-Maçom, em seu “Preâmbulo da Maçonaria”,
depararemo-nos também com diversas frases como esta que vem logo em seguida e onde ficam
explícitos os reais objetivos da Maçonaria em prol da humanidade: “Irmãos livres, ligados por deveres
4 – HUMANISMO, HUMANITARISMO E MAÇONARIA: VALORIZANDO O SER
HUMANO. O ESPÍRITO HUMANÍSTICO NA PROPOSTA DE ENSINO DE SCHRÖDER.
HUMANISMO E O RITO SCHRÖDER: OUTROS ASPECTOS. (PARTE UM)
José Ronaldo Viega Alves
JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 12/31
de fraternidade, que concorrem, pelo exemplo e pela prática da virtude, para esclarecer os homens e
prepará-los para a emancipação progressiva e pacífica da Humanidade.”
O intuito maior, ao desenvolver este trabalho, é o de mostrar que o Humanismo, o
Humanitarismo, onde há uma sutil diferença, mas, que não parece ser muito percebida em
determinados textos de autores maçônicos. A impressão que se tem, em primeira instância, é que o
humanismo seja, de longe, mais amplo naquilo que poderá abarcar, e o humanitarismo bem mais
específico. Ambas as doutrinas foram absorvidas pela Maçonaria em suas essências, e podemos
dizer, que um Maçom independente de qualquer pequena confusão em vê-las como sinônimos, deverá
cultivá-las e preservá-las durante toda a sua caminhada, pois, as mesmas são parte do ideário
maçônico.
HUMANISMO E HUMANITARISMO: TEM DIFERENÇA?
As palavras Humanismo e Humanitarismo são as que inauguram o título deste trabalho.
Então, é justo que comecemos com o significado da primeira palavra, retirado de um dicionário comum:
“HUMANISMO s.m. 1. Movimento intelectual e literário ligado ao Renascimento, que valorizava um
saber voltado para o conhecimento do homem e para a cultura que desenvolvia a condição humana. 2.
Corrente filosófica que coloca o homem e os valores humanos acima de todos os outros valores. 3.
Método de formação intelectual que abrange o conhecimento das obras clássicas e o saber científico.”
COMENTÁRIOS
Evidentemente, no caso acima, em se tratado de um dicionário comum, as definições
apresentadas são um tanto limitadas. Temos então, essas três ideias principais sobre o mesmo
assunto: um movimento intelectual, uma corrente filosófica e um método de formação intelectual.
Com certeza, há ainda outras nuances ou outros aspectos. Um deles tem consonância
com o fato da palavra Humanismo ser usada para contrastar com outra palavra, Teísmo, ou se
quisermos, com outra corrente filosófica. O Teísmo, como sabemos, é um termo que já apareceu muito
em vários dos trabalhos anteriores, e sempre vem à baila, exatamente pelo motivo de que a grande
maioria dos Ritos maçônicos são considerados teístas, e no caso do REAA, este começou deísta e
hoje é classificado como teísta.
Rito teísta é aquele onde existe a crença na existência de um Deus infinitamente perfeito,
que age todo o tempo providencialmente e que é transcendente ao Universo. Para os teístas, esse
Deus, é o Grande Arquiteto do Universo. (Girardi, pág. 590, 2008)
Há uma frase que diz que mesmo havendo alguns autores que queiram defender o
pensamento sobre a existência de alguns ritos deístas, a verdade é que a prática difere da teoria.
OUTRAS FORMAS DE HUMANISMO ou NEO-HUMANISMO
Algumas vertentes do Humanismo Moderno, do ponto de vista filosófico apostaram nessa
linha de oposição. Se no sistema teísta, Deus aparece como o centro, o criador e o alvo de toda a
existência, neste novo tipo de Humanismo, o homem é que passa a ser o alvo de toda a existência, ou
em outras palavras, é aquilo que se chama de perspectiva antropocêntrica, o homem no centro de
tudo.
O filósofo e maçom Augusto Comte foi um dos grandes defensores dessa forma de
humanismo, onde o mesmo é posto em contradição ao Teísmo e onde o culto que existe é voltado à
ciência.
Walter Lippmann, foi bem mais direto, introduziu aquilo que chamou de Humanismo
Científico, onde a divindade é a ciência, até coincidindo em parte com Comte. Nem é preciso dizer que
há um tanto de ateísmo embutido nestas correntes filosóficas, ou no mínimo uma rejeição à fé cristã.
Ainda nessa corrente vista como a do Humanismo Moderno, podem ser inseridos também o filósofo
Jean Paul Sartre, ainda que o seu humanismo se misture com o Comunismo, e C.W. Waddington que
intentou demonstrar que a ética pode ser baseada na ciência, daí o humanismo ético. (Champlin, pág.
178, 2008)
Até aqui tivemos, portanto, uma noção geral sobre o humanismo e algumas das suas
muitas variações.
SOBRE O HUMANITARISMO
Vejamos agora, duas definições de Humanitarismo, em primeiro lugar a do dicionário
comum:
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“HUMANITARISMO s.m. 1. Conjunto de concepções humanitárias. 2. Convicção de que a função do
homem é a de trabalhar na promoção do bem-estar da humanidade.”
Na descrição acima, podemos perceber que o item 2 tem uma definição que mais parece
uma daquelas sobre a própria Maçonaria.
E agora a que consta na Enciclopédia de Champlin:
“HUMANITARISMO 1. Essa é a doutrina que diz que cada um deve fomentar o bem-estar da
humanidade, suavizando as dores, promovendo o bem-estar geral e encorajando a prosperidade e o
progresso. Isso inclui qualquer tipo de ato, caridade, melhoria industrial, obras científicas, e também as
contribuições de todos os campos de estudo e atividade, incluindo o campo religioso. 2. Em um sentido
negativo, o humanitarismo é a prática dos ricos que, a fim de aliviarem a própria consciência, dão algo
aos pobres, sem importar os meios usados para isso.(...)”
Ainda que existam diferenças facilmente detectáveis entre uma e outra definição,
Humanismo e Humanitarismo, em função da semelhança existentes em suas grafias ou no que seria
essa relação direta com a humanidade em seus objetivos finais, em algumas definições, elas podem
ser vistas já praticamente em total consonância, a exemplo da que consta sobre o verbete Humanismo
no “Vade-Mécum Maçônico”, em seu itens 4 e 5, tal como veremos na sequência:
‘‘4. A Maçonaria é fundamentalmente humanista, em sua doutrina e em suas finalidades, tomando o
humanismo como o sistema filosófico-social, que centraliza sua preocupação nos problemas humanos,
buscando libertar o homem das forças que impedem a sua realização e a concretização de suas
potencialidades, principalmente daquelas forças encarceradoras da consciência. 5. Se o maçom
adquiriu o Conhecimento dos Mestres por meio da lealdade, da Coragem, da Paciência, da Tolerância,
da Prudência, do Amor e do Silêncio, ele é um humanista. Sua meta é a Felicidade; sua Ética, a
Fraternidade. Nicola Aslan cita: ‘Subtraída da tutela do cristianismo, laicizada a cultura ocidental, o
termo humanismo passou a ser utilizado para designar todas as filosofias empenhadas em encontrar
na própria experiência humana, os critérios de uma nova moral’. Esse pensamento está ajustado ao
momento presente, sem se confundir, necessariamente, com outro importante aspecto da nossa
Fraternidade: o humanitarismo. Este procura eliminar as injustiças, buscando a Felicidade pela
Filantropia, sem divisões de credo ou de raças. A Maçonaria respeita o homem em seus valores
essenciais, seja ele um deísta, um teísta ou um neutro prudente. Tendo como meta o aperfeiçoamento
da Humanidade, cultiva a fraternidade através da liberdade e da Igualdade. Assim, combateremos
qualquer agressão à vida e à dignidade de qualquer partícipe da Grande Sociedade deste nosso
diferenciado mundo.”
COMENTÁRIOS:
Como pudemos captar, tanto o humanismo como o humanitarismo possuem
características que se coadunam com os propósitos dos maçons, por isso, talvez o pensamento do
Irmão Theobaldo Varoli Filho no extrato que foi apresentado lá no começo ter se voltado para dizer aos
maçons relevarem sobre “que sem humanismo não há Maçonaria.” Além do mais, pudemos ver que é
dada ênfase à qualidade do humanista, para quem a meta é a felicidade, mas, que o humanitarismo
também é uma forma de felicidade, pelo fato do prazer que pode ser proporcionado pelo exercício da
filantropia.
O RITO SCHRÖDER: A VISÃO HUMANÍSTICA
Das muitas leituras realizadas por ocasião da tarefa de realizar uma série de trabalhos
abordando os Ritos mais praticados no Brasil moderno, foi no contato com o material referente ao Rito
Schröder, que atentei para a extrema importância dada ao Humanismo nesse citado Rito. Guardei
aquelas impressões, sabendo que mais cedo ou mais tarde, teria de voltar e explorar melhor o assunto,
coisa que agora está sendo realizada. Antes, porém, vejo como necessário, para que não se tomem
conclusões apressadas transcrever as seguintes palavras do Irmão Rui Jung Neto, aliás, muito sábias,
e que deveriam estar sempre muito presentes nas memórias de todos aqueles que se dizem Maçons e
estudiosos da Maçonaria:
“Apesar de amar o Rito Schröder e trabalhar pela sua consolidação e crescimento em todas as
Potências Regulares do Brasil, devo enfatizar minha convicção de que não há e nem poderia
haver supremacia de um Rito sobre os demais. Os Ritos Maçônicos regulares devem ser
venerados e estudados por todos os maçons, pois tem suas próprias origens históricas e
filosóficas e são métodos de ensino que retratam uma época e uma ideologia. Quem considera
seu Rito, sua Grande Loja, Grande Oriente, ou sua Loja superior aos demais, ainda não
compreendeu o verdadeiro significado de ‘ser maçom’.” (Grifo meu!)
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O CONCEITO HUMANISTA DE SCHRÖDER: AS ORIGENS
Friedrich Ludwig Schröder estava convicto de que a Maçonaria alemã precisava passar
por algumas reformas urgentes. Com os ventos do Iluminismo soprando, com ideias novas aflorando à
mente, era chegado o momento propício.
O criador do Rito, que leva seu sobrenome, buscou durante a elaboração do ritual um
misto de simplicidade e de racionalidade, sem deixar de valorizar a ética, o amor fraterno e a essência
simbólica e filosófica dos três primeiros Graus Maçônicos.
As origens desse conceito de Humanismo que Schröder adotou possui as suas raízes
naquele outrora iniciado na Itália do século XIV, que teve sua difusão juntamente com o Renascimento
e que acabou se espalhando pela Europa toda. Este movimento intelectual libertou-se do teocentrismo
e da influência da Igreja, tendo dado prioridade ao homem como centro de tudo. (Rígoli, págs. 131/132,
2116)
Destaco a seguir, uma outra passagem de autoria do Irmão Rui Jung Neto, transcrita pelo
Irmão Gilson Luís Rígoli em seu livro, que diz:
“... a meu juízo a grande contribuição de Schröder foi introduzir nos seus rituais uma simbologia
racionalista e livre do misticismo e a educação humanista do maçom, como propulsora da verdadeira
Fraternidade. Nas Lojas do rito, vive-se a igualdade entre os irmãos e o resgate da verdadeira e pura
Maçonaria alicerçada nos Três Graus Simbólicos ou Azuis.”
Também acerca do humanismo que o Irmão Schröder propôs e imprimiu no seu sistema
de ensino colhemos da seguinte opinião que consta no livro do Irmão Ubyrajara de Souza Filho:
“O humanismo deverá prevalecer sobre as doutrinas religiosas, místicas, etc. no ideário maçônico, de
modo a não permitir que, ao longo dos anos, a Maçonaria se transmute em sociedade
mística/religiosa.”
COMENTÁRIOS:
Não estava contido nos planos, ou no roteiro prévio do presente trabalho, enveredar por
outros assuntos que não fossem exatamente os aspectos relativos ao Humanismo e ao Humanitarismo
nas suas ligações com a doutrina maçônica em si, e quando muito, sobre o rito que notadamente dá
ênfase ao humanismo, o que vem sendo sempre evidenciado nos livros, artigos e trabalhos
relacionados ao Rito Schröder. A partir do momento que realizei algumas leituras visando a feitura de
uma série de trabalhos sobre Ritos, e neste particular, sobre o Rito Schröder, percebi logo de imediato
o quanto era colocada em destaque a doutrina do Humanismo, e que seria a de sua vertente primeira,
digamos assim, já que a Filosofia, ou alguns filósofos, parecem ter apresentado variações ao longo do
tempo, algumas já apresentadas de forma sucinta neste trabalho. Dito isto, não haveria então, como
fugir a outros desdobramentos, o que, diga-se de passagem, poderá até enriquecer o trabalho no seu
todo.
Durante a leitura realizada anteriormente do excelente livro do Irmão Ubyrajara de Souza
Filho intitulado, “Vade-Mecum do Aprendiz – Rito Schröder”, acabei assinalando dois dos seus
parágrafos, entre alguns outros, que transcrevo na sequência:
“É comum ouvir de Irmãos não familiarizados com o Rito Schröder algumas afirmativas que contrariam
diretamente o pensamento de seu criador. A mais comum é atribuir ao Rito a condição de
‘simplificado’, por ter a sua prática litúrgica mais dinâmica que outros Ritos mais divulgados.
Outra confusão que se apresenta comumente é a insistência de se divulgar que por
ser um Rito humanista, sem instruções obrigatórias, afastado de influências esotéricas e
místicas, os seus praticantes não se aprofundam na verdadeira Maçonaria e não possuem os
‘conhecimentos esotéricos’ que se apresentam em destaque nas instruções de outros Ritos.”
(Grifo meu!)
Logo, algumas perguntas já vieram de forma natural: O viés humanista adotado pelo Rito
Schröder é mesmo capaz de gerar preconceitos? Mas, a Maçonaria em parte da sua essência, ou nas
suas descrições vistas lá no início, não deixa bastante clara sua posição humanista, ou sua influência
humanista? Essas perguntas eu já havia me feito durante aquela ocasião, mas, não poderia ficar
dormindo com elas eternamente.
Acabo sempre me surpreendendo, não com a Maçonaria em si, mas, com as reações de
alguns Maçons.
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Além do mais, essa palavra ‘preconceito’, por incrível que pareça, acaba aparecendo
seguidamente em nosso meio, quando deveria estar banida de uma Instituição onde prevalece o
ecumenismo, a tolerância, a fraternidade...
Então, diante disso tudo, há muito mesmo para se refletir sobre as palavras do sábio
Irmão Rui Jung Neto, e que fiz questão de citá-las logo acima. Principalmente, levando em
consideração que o seu objetivo maior é a fraternidade, a harmonia e o entendimento entre os diversos
Ritos que compõem o universo da Maçonaria.
Tanto que, para reforçar ainda mais tais palavras, e dentro do que está sendo focado,
aqui vai uma sobrevida, quando o preclaro Irmão Ubyrajara de Souza Filho, nos brinda com outra
grande lição sobre Maçonaria. Vejamos:
“Não existe ‘verdadeira’ ou ‘falsa’ Maçonaria; bem como não existe Rito melhor ou pior, mais
certo, ou mais errado, mais completou menos completo, etc. É o Simbolismo Maçônico bem
compreendido o único elemento que deve formar o cimento entre todas as pedras, e é por ele
que a verdadeira fraternidade universal pode e deve se estabelecer.” (Grifo meu!)
Com certeza, o estudo da Maçonaria e dos seus Ritos, assim como da interpretação do
seu Simbolismo, unidos ao exercício básico e contínuo da tolerância e da fraternidade, e à medida que
a sua essência vá sendo assimilada, farão com que nos dispamos do preconceito gratuito, e que, como
já disse, coisa que não poderia e não deveria vingar em uma Instituição que preza pela fraternidade.
O HUMANISMO ADOTADO POR SCHRÖDER, FAZ COM QUE O RITO QUE ELE CRIOU, SEJA
CLASSIFICADO COMO UM RITO DEÍSTA?
Vejamos um trecho do livro “Fragmentos da História de Friedrich Ludwig Schröder e o
Rito Schröder”, e do qual já vínhamos nos utilizando nos dois últimos parágrafos acima, que diz o
seguinte:
“A reunião dos membros de uma Loja é sempre direcionada na edificação do Templo interior de cada
um, sob a proteção do G.A.D.U. (Grande Arquiteto do Universo), mas sem esperar que este venha agir
por eles, sendo que o homem deve agir em benefício da Humanidade, tendo a Maçonaria como uma
escola de humanitarismo, lugar onde os homens de boa fé, buscam e encontram a verdade e
encontram fidelidade, unidos nos laços da fraternidade. Estes laços fraternos trabalham na construção
de uma sociedade mais justa e digna. O Humanismo nos ensina que não importa qual seja a nossa
filosofia a respeito do mundo, a responsabilidade pelo tipo de mundo que se vive caberá ao próprio
homem decidir, pois o ser humano é centro de tudo. O humanismo cultua e se propõe a por em prática
o exercício dos valores morais transcendentais inerentes ao ser humano.”
DEÍSMO: UMA DEFINIÇÃO
Do “Vade-Mécum Maçônico”, extraímos a definição que segue:
“Deísmo: 1. Definição. Denominação genérica de doutrinas filosófico-religiosas que surgiram no fim do
século XVII e primeira metade do século XVIII, e que afirmavam a existência de Deus como exigência
da razão, independente de qualquer revelação, histórica e positiva, e a partir da identificação da razão
com a natureza.”
DEÍSMO E HUMANISMO
Agora, vejamos este trecho retirado do “Vade-Mécum Maçônico”que trata sobre as
origens do deísmo:
“O deísmo surgiu dentro do contexto dos primórdios do racionalismo iluminista e sob a influência, por
um lado, do empirismo inglês de Locke e, por outro, da física matemática ou filosofia natural de
Newton, que para explicar a ideia do espaço como extensão imaterial infinita como atributo de uma
potência inteligente, o Deus Geômetra.”
E este outro trecho:
“A Maçonaria em seus primórdios era fundamentalmente deísta, como mostram os regulamentos do
inicio da Lojas dos Aceitos; houve, posteriormente, uma guinada para o teísmo, por influência,
principalmente dos maçons de York. Hoje, praticamente todos os ritos são teístas, existindo porém, os
que se dizem racionais, que rejeitam o dogmatismo e possuem feição mais agnóstica.”
COMENTÁRIOS:
Lemos no primeiro parágrafo acima, que o deísmo surgiu dentro do contexto do
racionalismo iluminista, e ainda durante o transcorrer do presente trabalho vimos também que o Irmão
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Schröder teve seu espírito contagiado pelos pensamentos dos Iluministas. Lemos sobre a
racionalidade implantada em seu Rito, e também fundamentalmente que o Rito é humanista, mas, que,
o humanismo pode ser usado para contrastar com o Teísmo...
Além do mais, até aqui vimos ainda que o Irmão Schröder suprimiu praticamente o
esoterismo e o misticismo que eram imperantes na Alemanha na época em que esteve imbuído da
confecção de seu Ritual, além de buscar promover uma verdadeira e necessária reforma na Maçonaria
alemã...
Na sua concepção humanista, no humanismo que adotou, a visão antropocêntrica é a que
prevalecia, além de haver o consentimento total num rompimento com o teocentrismo e com a
influência da Igreja...
O humanismo que lemos nas descrições mais generalizadas, digamos assim, sobre a
Maçonaria, é diferente daquele que foi adotado pelo Irmão Schröder?
*** Na próxima semana, veremos a resposta para a pergunta acima, algumas complementações
que se fazem necessárias e a análise de outras questões que acabaram surgindo em função
desse assunto tão interessante, como, por exemplo, a que se refere à supressão do esoterismo
no Rito Schröder, e nas implicações decorrentes disso tudo.
Consultas Bibliográficas:
DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO ILUSTRADO VEJA-LAROUSSE – VOLUME 12 – Editora Abril S/A –
2006
CHAMPLIN, R.N. “Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia” – Volume 3 – Editora HAGNOS – 9ª
Edição – 2008
GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e
Editora Ltda. 2ª Edição – 2008
RIGOLI, Gilson Luís. “Fragmentos da História de Friedrich Ludwig Schröder e o Rito Schröder” –
Gráfica e Editora GD – 1ª Edição -2016
SOUZA FILHO, Ubyrajara. “VADE- MECUM DO APRENDIZ – Rito Schröder” – Editora Maçônica “A
Trolha” Ltda. 1ª Edição - 2011
RITUAL E INSTRUÇÕES DO GRAU DE APRENDIZ-MAÇOM DO RITO ESCOCÊS ANTIGO E
ACEITO – GORGS – 2010/2013
VAROLI FILHO, Theobaldo. “Curso de Maçonaria Simbólica 1º Tomo (Aprendiz)” - Editora A Gazeta
Maçônica S.A. - 2ª Edição - 1977
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O Ir Hercule Spoladore –
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-
Londrina – PR – escreve aos domingos
hercule_spolad@sercomtel.com.br
SINAIS MAÇÔNICOS ANTIGOS
Este trabalho é uma homenagem prestada ao pranteado e sempre
lembrado Irmão Xico Trolha (Francisco de Assis Carvalho) que
pesquisou profundamente este tema no período de 1696 a 1730
através das atas da Loja Quatuor Coronati, n° 2076 de Londres, da
qual ele era membro correspondente cujo estudo serviu de base
para realizarmos este trabalho.
O sinal é uma das formas que os maçons utilizam para se reconhecerem mutuamente e também
para revelarem qual é a sua situação dentro da Ordem, ou seja, o seu grau. Evidentemente apenas
o sinal já é possível este reconhecimento, mas ele costuma vir acompanhado de palavras, toques e
gestos que complementam a forma já convencionada de identificação, de forma mais rápida e sem
erros, conhecida apenas por maçons. O sinal ainda é um dos segredos da Ordem.
O uso de sinais remonta ao princípio da maçonaria operativa. Estes sinais de reconhecimento dos
Irmãos entre si eram ensinados por maçons mais velhos aos mais novos na Ordem, geralmente em
recinto a coberto, pois somente os iniciados poderiam ter conhecimento dos mesmos. Cada
confraria tinha seus próprios sinais, mas existiam os sinais gerais conhecidos por todas as
corporações, especialmente quando os pedreiros habilitados viajavam de uma cidade para outra à
procura de trabalho.
Este costume é mantido pela Maçonaria, pois graças a este tipo de reconhecimento ajudou a
organização a sobreviver, em todas as perseguições que as forças contrárias sempre lhe causaram
a e ainda causam.
O sinal não é apanágio da Maçonaria. Ele é usado entre os indígenas, foi muito usado entre os
cristãos primitivos é usado em corporações policiais, religiões etc. Enfim é uma forma de um
grupo se reconhecer, se identificar, sem riscos.
Atualmente a Maçonaria tem um número incalculável de sinais. Cada grau tem vários sinais e nos
ritos em seus graus superiores chegam às dezenas que se distinguem cada qual por sua
peculiaridade. Mas um fato é verdadeiro, quase todos eles foram adaptados em a partir dos sinais
usados pelos maçons operativos.
Mas como eram os sinais primitivos, ainda usados na Maçonaria Operativa e inicio da Maçonaria
Especulativa?
5 – Sinais Maçônicos Antigos
Hercule Spoladore
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Se tomarmos como base a publicação feita por Samuel Prichard em um jornal profano em 1730,
quando ele revelou ao público todos os segredos da Ordem veremos no diálogo do catecismo
(ritual) as seguintes perguntas:
P. Quantos são os sinais Principais?
R. Quatro
P. Quais são eles?
R. Gutural (garganta), Peitoral (peito), Manual (mãos) e Pedestal (pés).
Os Manuscritos “The Grand Mistery of Free-mason Discovered” (1724) e ”Institution of Free-
mason” (1725) também estabelecem estes quatro sinais como sinais principais da Maçonaria, pelo
menos naquela época.
Em realidade estes quatro sinais funcionam um como complemento do outro, pois se o
aprendiz estiver em pé e à ordem ele estará usando o sinal gutural, e também o manual, pois se
não usar a mão direita não conseguirá ficar à ordem bem como o pedestal e seus pés estarão em
esquadria. Os sinais são consequências destas várias combinações, exceto em alguns exemplos
muito específicos. Por ex. quando se toca somente a mão do Irmão, dando-se o sinal do grau,
quando se bate os pés em sinal de aprovação, ou quando se aplaude através de batidas de mãos,
fazendo-se uma bateria de palmas.
SINAL GUTURAL
O sinal Gutural que praticamos hoje teve como origem segundo autores americanos e ingleses no
DUE GUARD, que era a forma primitiva de juramento durante a iniciação. Consistia durante o
compromisso do candidato, ele segurar o Livro das Sagradas Escrituras (Bíblia) com a mão direita
espalmada por cima e a mão esquerda espalmada segurando o livro por baixo à altura dos quadris,
terminando seu juramento com a expressão DUE GUARD. Nesta época ainda não existia o
terceiro grau, então existia o DUE GUARD para o primeiro e segundo graus. Posteriormente
criaram ao DUE GUARD também para o terceiro grau quando este passou a fazer parte dos
catecismos(rituais) simbólicos a partir de 1738. Durante o juramento o venerável proferia as
explicações sobre O DUE GARD. Esta expressão, não existe na língua inglesa, mas admite-se que
ele a tenha origem na primitiva maçonaria irlandesa e escocesa cuja tradução seria “Deus me
guarde”. O maçom depois em sessão maçônica comum fazia o sinal em pé sem a Bíblia, mas com
as mãos em posição como se estivesse segurando uma Bíblia imaginária. Posteriormente com a
evolução dos costumes e práticas ritualísticas e segundo o “Manuscrito de Sloane” (1710) o sinal
era feito levando a mão direita através do peito até o lado esquerdo ficando com as pontas dos
dedos a três ou quatro polegadas, abaixo do queixo O sinal evoluiu para o que hoje conhecemos
no grau de Aprendiz, ou seja, a mão direita corre do ombro esquerdo para o direito em esquadria
quando em pé e à ordem à altura do pescoço, dependendo do Rito o polegar fica na base da orelha
esquerda e em outros ritos o polegar fica postado junto á cartilagem cricóide (pomo de Adão). Foi
a partir do DUE GUARD que apareceram posteriormente as expressões “ter a garganta cortada”,
ou “arrancar a língua por baixo do queixo” nos juramentos, quando o profano é iniciado.
Evidentemente estas expressões sempre foram simbólicas, porque não se tem noticia que
arrancaram ou cortaram a língua de algum maçom em toda a história da Ordem, especialmente
dos traidores.
Mas o DUE GUARD tal qual era feito em tempos de dantes, sobreviveu é usado hoje como parte
das cerimônias dos rituais do Rito de York Americano nos três graus simbólicos, em sua forma
original. Existe um DUE GUARDE para cada grau. Logo ele não desapareceu. Ele existe ainda.
Os Manuscritos de “Edinburg Register Hause” (1696), o “The Chetwood Crawley” (1700) e o
“The Kevan” (1714) todos eles mencionam se colocar a mão sob o queixo, ao longo da garganta
isto quando o Irmão estava sendo telhado, em lugar seguro, longe dos cowans (bisbilhoteiros ou
goteiras).
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Para identificar algum Irmão fora dos templos havia outros sinais ou toques e até palavras de
reconhecimento.
SINAL PEITORAL
No “Manuscrito de Sloane” (1710) referia um sinal dobrando o braço direito em forma de
esquadria levando a palma da mão esquerda sobre o coração. Os sinais peitorais são muito
numerosos, mas a maior parte é usada nos graus superiores dos ritos. Graças ao grande número de
graus que existem nos ritos que adotam os graus superiores, os sinais antigos foram a maior parte
absorvidos, modificados e adaptados por estes.
Na abertura e fechamento dos trabalhos em Loja, hoje os Veneráveis e Vigilantes colocam o
malhete em cima do peito, mas antigamente ao invés dos malhetes era usada a mão direita sobre o
peito e o malhete ficava em cima das mesa ou altar ou pedestal das luzes.
SINAL MANUAL
Para se completar os sinais guturais e peitorais é necessário o uso das mãos. E mais para uma série
de sinais são necessários o uso das mãos para completa-los. Analisando melhor o uso das mãos
sem elas não seria possível executar os sinais gutural, peitoral e o próprio manual. Este sinal
manual está mencionado em três Manuscritos onde estão citadas informações sobre o sinal em
estudo. Tratam-se dos Manuscritos “A Masons Examination” (1723), “The Grand Mistery
Discovered” (1724) e o “Institution of Free-Masons”(1725).
O “Manuscrito The Grand Mistery Discovered” (1724) cita: “bater com a mão direita no lado
interno do dedo mínimo da mão esquerda por três vezes”
Segundo este Manuscrito, em outro trecho, ele menciona: “tomar as mãos com os polegares
direito e esquerdo e tocar os pulsos com os dedos indicadores”
O “Manuscrito Institution of Free-Masons” (1725) refere “tomar as mãos e tocar cinco vezes com
força o dedo indicador no pulso”
Estes eram alguns dos sinais manuais da maçonaria primitiva. Outros existiam mas que não foram
adotados pela Maçonaria Simbólica atual.
Hoje se usam sinais manuais de reconhecimento e exame de irmãos, durante e fora de uma sessão
ritualística cada qual especial para os graus de aprendiz, companheiro e mestre, mas nunca é um
procedimento só. Ele sempre vem acompanhado de palavras e certos toques que constituem o
sinal em si.
SINAL PEDESTAL
É um sinal realizado pelos pés. Alguns ritos começam a marcha pelo pé direito e outros pelo pé
esquerdo. Mas como já se frisou anteriormente, nenhum destes quatro sinais tidos no inicio nos
alvores da Maçonaria Operativa e inicio da Especulativa eram sinais isolados. Eles sempre faziam
parte complementar de uma sequência onde além dos sinais manuais, guturais, peitorais e
pedestais, talvez o elemento mais importante fossem as mãos, pois elas realizam praticamente
tudo à exceção dos pés.
Nos Manuscrito “AThe Grand Mistery of Free-masons” (1724 e no “Institution of Free-masons”
(1725) está citado:
“Sinais para reconhecer um verdadeiro maçom”
“Faz-se um esquadro, colocando seus calcanhares juntos, unidos em Esquadria com os dedos
de ambos os pés, abertos a uma distancia, ou por outro meio triangular”.
Este texto apesar de nos parecer estranho está citado em ambos os Manuscritos. Estes documentos
também mencionam em seus catecismos, mas não entram em detalhes sobre os três passos do
verdadeiro maçom.
No “Manuscrito A Masons Examination” (1723) está assim grafado:
“Para reconhecer um Irmão, você dá o primeiro passo com o pé direito, o segundo com o pé
esquerdo e o terceiro passo, você avança o calcanhar direito até o lado interno do pé de seu
Irmão” (Não menciona qual pé).
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Naquela época de transição da Maçonaria Operativa para a Especulativa ou Moderna, havia
somente três passos.
OUTROS SINAIS ANTIGOS E CURIOSOS USADOS NA MAÇONARIA OPERATIVA, A
MAIORIA DE RECONHECIMENTO.
Os Manuscritos ainda faziam-se referências a outros sinais. No “Manuscrito de Wilkinson” está
citada a seguinte pergunta.
“P. Quais são os sinais? R. Todos os esquadros, Níveis e Perpendiculares”.
Já na “Masonry Dissected” de Prichard a mesma pergunta era respondida: Todos os esquadros,
ângulos e Perpendiculares.
No “Manuscrito The Whole Institution of Masonry” (1724) a pergunta era:
“P. Quais são os sinais? R. Todas as esquadrias são sinais, de acordo com o objeto que se tem
às mãos”.
Ressalte-se que na Maçonaria Operativa que os esquadros, níveis, perpendiculares ou desenho dos
mesmos eram considerados sinais de reconhecimento.
No “Manuscrito de Sloane” (1710) tem as seguintes citações:
“se ele pegar uma ferramenta ou seu próprio Bastão e bater na parede e dizer: ESTA É A
BASE. ESTE É O BURACO. Se houver por perto um Irmão livre para o trabalho ele
responderá: ESTAS PAREDES SÃO SÓLIDAS”.
“E se fosse à noite no escuro eles dariam duas pequenas pancadas, uma delas grande, como se
fossem feitas com um osso ou pequeno cacete”.
Um outro sinal “é pegar o lenço com a mão direita e leva-lo até a frente do nariz, aí prendendo
com dois dedos dando duas sacudidelas pequenas e uma forte”.
Sloane continua citando outro sinal quando um maçom vai à casa de um Irmão “um outro sinal é
bater na porta com duas pequenas pancadas e uma terceira mais forte”.
O “Manuscrito de Sloane” traz outras curiosidades:
“Um sinal gutural é feito com um copo”. Pega-se o copo com a mão direita leva-o à altura do
ombro esquerdo, depois traz o mesmo ao ombro direito.
“Um maçom para mostrar que está necessitado pega uma pequena pedra de ardósia
arredondada e jogando-a em sobre um balcão ou uma mesa .E aí diz: VOCÊ PODERÁ
TROCAR ESTA MOEDA? E o outro se for maçom responde: T ROCAREI”
“Para fazer com que você perceba que ele está sem dinheiro, o Irmão pega um pedacinho de
cano ou algo parecido e pergunta se ele quer compra-lo por... Ele dirá só se for por um valor
bem pequeno”.
“Para chamar um Irmão entre os companheiros deve tossir três vezes ou bater contra alguma
coisa por três vezes”.
“Quando você chegar numa Loja você deve bater três vezes, então eles chamarão você”.
“Com a sua mão direita pega um dos seus lenços por um dos cantos e, displicentemente joga-o
sobre o ombro esquerdo deixando-o pendurado nas costas”.
“Se o Irmão estiver precisando de dinheiro, ele puxava a sua faca para fora da bainha e dava-a
ao Irmão a quem desejava socorro. Se o Irmão estivesse em condições de socorrê-lo pegava a
faca e a recolocava na bainha, do contrário, deixava–a desembainhada em cima de qualquer
móvel ou mesmo no chão”.
No livro “Dissected Masonry” (1730) de Samuel Prichard existe a seguinte citação:
“Indo para casa onde mora um Maçom você dará três batidas na porta: Uma pancada fraca,
seguida de uma pancada mais forte e uma terceira bem forte”.
No mais antigo documento utilizado para este estudo, o “Edinburg Register Hause” (1696)
segundo o estudioso Henry Carr da Loja Quatuor Coronati de Londres consta:
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“Pega-se o chapéu e faz um circulo no espaço com o mesmo”
Ressalte-se que nesta época era comum o uso do chapéu por qualquer cidadão, em toda a Europa.
No “Manuscrito The Grand Mistery” cita:
“Tirar o chapéu com os dois dedos médio e indicador e mais o polegar”
No “ Manuscrito A Masons Confession” (1727) existem a descrição de sinais bem interessantes,
no mínimo estranhos para os maçons modernos.
“Para cumprimentar um Irmão, você coloca sua mão direita sobre o lado direito do chapéu e,
baixando-o coloca sob o queixo. O Irmão cumprimentado coloca sua mão direita sobre o lado
esquerdo do chapéu trazendo-o até seu coração”.
“O cavalo de um maçom é reconhecido entre outras coisas pelo fato de se jogar o estribo
esquerdo sobre o arreio”
“Se ele estiver a cavalo, deverá chicoteá-lo com a mão direita sobre a paleta esquerda”.
“Quando um maçom apeia de seu cavalo joga o estribo sobre o pescoço do mesmo”
“quando enviar alguma carta desenhe em um dos cantos da mesma, um pequeno esquadro”.
“Se enviar–lhe suas Luvas, que elas tenham desenhado na primeira junta do segundo dedo um
pequeno esquadro”.
Os “Manuscritos de Dunfreis” (1710) descrevem um sinal oral, o qual foi modificado, mas é
usado até a presente data.
“quando você entrar numa sala, faça perguntas: Esta casa é coberta? Se alguém disser que a
casa tem GOTEIRAS ou é COBERTA DE SAPÊ, fique em silêncio”.
No “Manuscrito de Wilkinson” (1727) cita:
Quando uma ou mais pessoas estão em sua companhia é bom usar a expressão CHOVE
GOTEIRA quando um Irmão se aproxima”.
Quando alguma coisa lhe é dada por um maçom e ele faz a pergunta: QUE CHEIRO É
ESSE? “Você deverá responder: UM MAÇOM”
Os sinais em Maçonaria são inúmeros, se a considerarmos em toda a sua história. Muitos sinais
foram abandonados, foram substituídos e outros modificados e adaptados às circunstancias da
época e do rito, porem uma grande maioria deles foi absorvida pelos graus superiores.
Os sinais mais conhecidos pela Maçonaria considerando-se todos os Ritos que existem e
que existiram que somam a um número perto de 250 ou mais são:
Aclamação, admiração, aflição, amizade, angustia, aprovação, apuro, ar, bom pastor, capital,
caráter, característico, colar, contestação, demonstração, desaprovação, desesperação, dor,
entrada, equidade, êxtase, exterior, extremo, fogo, geral, gutural, hieróglifo, Heredom, horror,
identificação, igualdade, inteligência, intrepidez, interrogação, instrução invocação, juramento, lei,
manual, mestre, obrigação, ordem, pasmo, passagem, passe, paz, pedestal, pedestre, peitoral,
penalidade, próprio, reconhecimento, reflexão, saudação, secreto, silêncio, socorro, sol, surpresa,
terra, torre, vocal.
Só para citar alguns exemplos:
Existe o sinal com armas nos banquetes ritualísticos segurando o copo com a mão direita para
brindar.
O sinal complementar é um sinal ou uma série de sinais que precedem o ou seguem algum sinal
maior da cerimônia que está se realizando.
No REAA nos 4º e 14º graus existem os sinais do silêncio e da virtude.
No 18°grau tem o sinal do Bom Pastor.
Existe ainda o sinal de socorro e sua variação que o mestre maçom executa quando está em
perigo.
JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 22/31
Enfim a Maçonaria adota uma série de sinais, quase todos pelos menos em grande parte foram
originados da Maçonaria Operativa, sendo que muitos foram colocados em desuso, ou então
modificados e adaptados ao tempo atual ou ao rito segundo a conveniência deste. Mas alguns
foram conservados em sua forma original como DUE GUARD no Rito de York (americano).
ACOLADA MAÇÔNICA
A acolada é um sinal de amizade fraterna, feito pelo Venerável, quando da recepção de um novo
membro da Ordem, na hora do tríplice abraço, isto nos Ritos em que há este procedimento. A
acolada é um ósculo e é dada na face direita, na face esquerda e novamente na face direita e seria
precedida de três batidas dadas com a mão direita no ombro esquerdo do candidato. Mas também
conforme o rito são dadas três batidas com o malhete sobre a espada, uma sobre o ombro direito,
uma sobre esquerdo e a terceira em cima da cabeça. Depois vem o tríplice abraço e ato continuo é
realizada a acolada. É um sinal muito antigo na Maçonaria. Esta cerimônia tem lugar na admissão,
recepção e constituição de um novo maçom, ou até na sua elevação a um grau superior. É o ósculo
da fraternidade. A acolada seria uma adaptação dos ritos da antiga Cavalaria e também encontrada
entre os primitivos cristãos como o ósculo da paz. O beijo fraterno entre maçons é o sinal exterior
da amizade e amor fraternal que os une. O sinal é feito através de um tríplice abraço e o Venerável
oscula as faces do recém-iniciado. Segundo alguns autores, o Venerável osculará a face direita,
depois à esquerda em seguida a testa, mas o mais comum é oscular a face direita, depois à
esquerda e novamente a direita. Este sinal caiu em desuso na Maçonaria atual, mas ainda assim ele
é usado por algumas lojas.
Referências
BARBOSA, Antônio Carlos Tavares DUE GUARD – Um primitivo modo de reconhecimento
Trabalho apresentado no I Encontro de Membros Correspondentes da Loja de Pesquisas Maçônicas
“Brasil”- LONDRINA- PR, 1989
CARVALHO, Francisco de Assis SINAIS TOQUE E PALAVRAS.
Trabalho apresentado no III Encontro de Membros Correspondentes da Loja de Pesquisas Maçônicas
“Brasil”-LONDRIN PR- 1991
CARVALHO, Francisco de Assis SÍMBOLOS MAÇÔNICOS E SUAS ORIGENS.
Cadernos de Estudos Maçônicos nº 8 Editora “A Trolha” - Londrina PR, 1990
FIGUEIREDO, Joaquim Gervasio de DICIONÁRIO DE MAÇONARIA.
Seus mistérios, seus ritos, sua filosofia sua história Editora Pensamento - São Paulo, 1974
JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 23/31
O Irmão João Anatalino Rodrigues
escreve aos domingos
jjnatal@gmail.com -
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
MAÇONS E PROTESTANTES-
A NOVUM ORDO SECLORUM
Foi o filósofo Max Weber que melhor descreveu a relação
existente entre crença religiosa e o tipo de atividade
econômica. Ele observou que os proprietários do capital,
empresários e maioria dos trabalhadores com qualificação
profissional de maior grau, professavam algum credo de
origem protestante. Enquanto os católicos preferiam seguir
uma orientação humanística no campo da educação, os
protestantes optavam por uma educação de tipo técnico. Esse
tipo de orientação acabava gerando, como ele constatou na
Alemanha, uma concentração de renda nas mãos dos
protestantes. Situação que até há bem pouco ainda era razão
para muitos conflitos, especialmente na Irlanda, onde
católicos e protestantes se matavam uns aos outros nas ruas.
Max Weber se perguntava a razão dessa tendência dos protestantes para o racionalismo
econômico e chegou à conclusão de que essa orientação provinha daquilo que ele chamou de ética
protestante em relação à forma de ganhar a vida. Um exemplo dessa ética estava nas máximas de
Benjamin Franklin com relação ao dinheiro: tempo é dinheiro, quem tem crédito tem dinheiro,
dinheiro é produtivo, o bom pagador sempre terá crédito, o comportamento pessoal afeta o
crédito, etc. Essa é uma clara definição do credo capitalista liberal. Nestas regras ele via a
manifestação de certo espírito moral ou uma ética particular, no sentido de se ter uma ideia da
profissão como dever e da necessidade do indivíduo de se dedicar ao trabalho produtivo como fim
em si mesmo. Algo diferente da velha tradição bíblica, adotada pela Igreja de Roma, que via o
trabalho como castigo dado por Deus ao homem em razão do chamado pecado original. E da
equivocada interpretação da teologia católica que via na ambição um pecado capital, embora
nunca a proibisse nem criticasse quando se tratava de seus papas, bispos e prelados.
6 – Maçons e Protestantes – Novum Ordo Seclorum
João Anatalino Rodrigues
JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 24/31
A riqueza do Vaticano e a hipocrisia do clero católico foi causa de Reforma Protestante. Isso
explica, por exemplo, o fato de povos como o da Inglaterra, Alemanha, Holanda, Suiça, etc,
nações que ostentam uma maioria protestante, terem construído países de economia forte,
alicerçadas no sistema capitalista e outras, como Espanha, Portugal, Itália, estarem patinando em
termos econômicos até hoje, embora também tenham adotado, em algum momento de suas
histórias, um sistema capitlista ainda mais selvagem e predador do que o adotado pelas nações
anglo-saxônicas. E explica também porque Estados Unidos e Canadá são o que são e a nossa
pobre América Latina ser o que é.
Os Estados Unidos da América, país capitalista por excelência, foi construído em cima da
chamada ética protestante (especialmente a chamada ética calvinista), aliada ao pensamento
maçônico. Este último, se analisado exclusivamente do ponto de vista histórico-filosófico, nada
mais é que uma inspiração calvinista enxertada de gnosticismo e pragmatismo judeu. Percebe-se
isso claramente quando Weber analisa as raízes religiosas da forma de pensar e agir dos povos que
adotaram a religião protestante, especialmente as populações que imigraram para a América do
Norte. Essas raízes, Weber as identifica no "conceito de vocação” desenvolvido por Lutero,
conceito esse ele extraiu da tradução que fez da Bíblia e do termo "profissão" ou "vocação" (em
alemão Beruf) que ele definiu como sendo a de uma missão dada por Deus a cada homem.
Conceito que a Maçonaria moderna apropriou, diga-se de passagem, quando fez do maçom o
“obreiro construtor do mundo moderno”, ideia que se traduz na metáfora “construir templos á
virtude e cavar masmorras ao vício”, que constitui a divisa mais significativa da Ordem.
Não é segredo para ninguém que Lutero, históricamente um místico que flertou com o movimento
Rosa-Cruz, teve um papel fundamental na origem do espírito do capitalismo. Fez isso ao dar uma
nova interpretação ao conceito do trabalho. Com isso ele trouxe a prática ascética dos monges,
antes dirigida para uma vida contemplativa e puramente espiritual, para a lida cotidiana, na qual a
preocupação com a economia e o bem estar social passaram a ser tão importantes quanto a própria
questão espiritual. E os mosteiros, as igrejas, os conventos e demais unidades que sediavam o
exercício da religião passaram a desenvolver atividades produtivas, tornando-se importantes
núcleos de desenvolvimento de tecnologia e fomento das atividades econômicas. Dessa forma
Lutero conferiu um valor religioso ao trabalho, ideia que, a priori, já se cultivava na antiga
Maçonaria operativa, que via no exerrcicio da profissão de pedreiro uma forma de ascese que,
mais que uma maneira de ganhar a vida, era uma atividade que elevava o espirito do seu praticante
ao território da dividade. Assim, a disciplina que o monge praticava fora do mundo (ascese
extramundana) passou a ser exigida de todo e qualquer leigo cristão dentro do mundo (ascese
intramundana), pois segundo o próprio evangelho “todo operário era digno do seu salário”. Isso
quer dizer que mais do que a conquista, pura e simples de um lugar no mundo das coisas divinas,
objeto da prática gnóstica e ideal ascético dos monges católicos, o homem devia, em primeiro
lugar, construir o próprio mundo em que ele vivia com seu trabalho. O anjo com asas e harpas, da
tradição escolática e agostiniana, foi substituido pelo operário com suas mãos e ferramentas de
trabalho.
É nesse sentido que a Reforma protestante passa pela Maçonaria e desemboca no espirito do
capitalismo, embora Lutero ainda visse o tipo de profissão exercido pelo indivíduo sob uma ótica
bem tradicionalista. Com efeito, não era seu objetivo dar sustentação ideológica ao capitalismo
nascente, pois a influência de suas ideias sobre o valor do trabalho e do capital é concebida por
Weber como uma consequência não premeditada por ele, ou melhor, ele não previu as
consequências que elas teriam sobre a ética que os seus seguidores viriam a desenvolver nesse
sentido. Não obstante, Weber enxerga uma sensível "afinidade eletiva" entre a moral protestante e
JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 25/31
a conduta capitalista. Essa ”afinidade” seria observada de uma forma bastante visível na teoria do
“destino manifesto” com a qual os líderes da nação americana forjaram a filosofia de vida dos
americanos. Líderes esses, que como é de domínio público, eram, em sua maioria, membros da
Maçonaria e estamparam em seus símbolos nacionais vários ícones adotados pela Ordem. E
também pode ser observada com bastante ênfase nas teorias que fundamentam o liberalismo
econômico, consubstanciadas principalmente nas teses de Adam Smith, que ao justificar a riqueza
das nações, sustentou que ela está fundamentada na liberdade que as pessoas têm para executar o
seu trabalho e aplicar os seus capitais. Nesse sentido, a chamada “mão invisível” que Smith define
como uma espécie de lei natural organizando o fluxo de capitais e a produção mundial nada mais
é do que uma adaptação do conceito de “vocação” de Lutero, pois nessa ótica cada nação e cada
indivíduo tem uma “vocação” particular e é com o exercício e a aplicação eficiente deles que a
riqueza é construída.
Há muita verdade nas teses weberianas, embora algumas constestações possam ser levantadas. É
claro que não são apenas as raízes protestantes e católicas das nações da Europa e da América que
podem ser invocadas para justificar o desenvolvimento econômico de umas e o atraso de outras.
Há questões históricas, sociológicas e principalmente politicas, que talvez sejam mais importantes
que essa.
Mas o tema merece reflexão. Principalmente em uma época em que parece, pelo menos no Brasil,
que a palavra ética, moral, decência, comportamento, fidúcia, elementos que fizeram a espinha
dorsal da chamada “Novus Ordo Seclorum”, construída em cima da ética calvinista e da utopia
maçônica perderam o verdadeiro sentido. Vemos isso principalmente no nosso meio político onde
a bancada evangélica e vários parla-mentares maçons comungam com a indecência, a corrupção, o
crime e a imoralidade. Principalmente o chamado grupo do deputado Eduardo Cunha, composto,
em sua maioria, por pastores evangélicos, que com a iniquidade do seu comportamento devem
estar fazendo Calvino e Lutero se remexerem no túmulo. É mais do que tempo de os tempos se
reencontrarem. Maçons e protestantes têm uma História e um passado a honrar. Seria bom não se
esquecerem disso.
 Visando explicar a razão desse fenômeno, no capítulo seguinte, Weber apresenta sua definição de
"Espírito do capitalismo"
JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 26/31
(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Loja Oriente
01.06.1998 Fritz Alt - 3194 Joinville
01.06.1993 Acquarivs - 2768 Florianópolis
03.06.1996 Luz Esotérica - 3050 Porto União
05.06.2001 Vigilantes da Verdade - 3398 Tubarão
08.06.1984 União E Trab. do Iguaçu-2243 Porto União
08.06.1987 União Mística - 2440 Videira
10.06.1910 Aurora Joinvilense - 4043 Joinville
14.06.1909 Renascer do Vale - 4007 Penha
20.06.2005 Luz de Correia Pinto - 3687 Lages
21.06.2010 Cavaleiros da Paz - 3948 São José
23/06/1930 Luz e Verdade Iii- 1066 Joinville
24.06.1997 São João Batista - 3061 São João Batista
24.06.2004 Acácia do Oriente - 3596 Joaçaba
29.06.2010 Ouroboros - 4093 Florianópolis
30.06.2003 Acácia de Imbituba 3506 Imbituba
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
Data Nome Oriente
03.06.2009 Elimar Baumgarten nr. 101 Timbó
06.06.1984 Obreiros de Salomão nr. 39 Blumenau
06.06.1985 República Juliana nr. 40 Laguna
21.06.1994 Harmonia Brusquense nr. 61 Brusque
24.06.1911 Acácia Itajaiense nr. 01 Itajaí
24.06.1999 Luz nr. 72 Jaraguá do Sul
24.06.2002 Elos da Fraternidade nr. 84 Concórdia
24.06.2005 Amizade ao Cruzeiro do Sul II nr. 90 Joinville
24.06.2005 Cinzel nr. 89 Curitibanos
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de junho
7 – Destaques (Resenha Final)
JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 27/31
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome da Loja Oriente
03/06/1985 Obreiros da Luz Lages
06/06/2003 Livres Pensadores Joaquim José Rodrigues Lages
07/06/2010 Livres Telúricos Maravilha
09/06/1975 Ordem e Progresso Brusque
14/06/1993 Tordesilhas Laguna
20/06/1979 Luz do Oriente Itajaí
21/06/1999 João de Deus São Francisco Do Sul
26/06/2001 Jacques DeMolay Itajaí
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Loja Maçônica Brasil Central nr. 10 – Araguari - MG
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Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News.
1 –
Você Vai Se Perguntar Se Essas Imagens São
Mesmo Pinturas!
2 –
Caso você tenha perdido Os Belos Sons e
Incríveis Paisagens da Floresta Amazônica
3 –
Você Já Ouviu Esta? A Pior Forma de Ganhar
4 –
Cuidado! Vitaminas Em Excesso Podem Fazer
Mal à Saúde!
5 –
É Por Isso Que Os Gatos São Tão Especiais Em
Nossas Vidas!
6 – Futebol Comédia
https://www.youtube.com/watch?v=xF12zQhZ7ec
7 – Filme do dia: “Aviso de Tempestade – (dublado)
https://www.youtube.com/watch?v=f18UKL2rlus
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O Irmão e poeta Sinval Santos
da Silveira *
escreve aos domingos no
“Fechando a Cortina”
Salvei a sua vida, quando ainda
era muito pequenino, com
os olhinhos fechados...
Caiu do ninho, para ser amparado no meu
coração.
Comida no biquinho, a cada hora, lhe dei.
Era o meu filhotinho.
O tempo foi passando e ele desabrochou
num lindo passarinho, o meu querido
SANHAÇU !
JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 31/31
Depois de adulto, bonito e sedutor, tentei
introduzi-lo à natureza, mas preferiu ficar
comigo.
Fazia-me cafuné e cantava baixinho, só para
mim.
Creio que era um anjinho e não, apenas, um
passarinho.
Não sei porque, Deus precisou da sua alma,
lá no Céu...
Era tão pequenino e eu o amava tanto !
Pode ser que seja para voar e brincar com os
anjinhos.
Cuida bem dele, meu Deus, por favor !
Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG:
http://poesiasinval.blogspot.com
* Sinval Santos da Silveira -
MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 – Florianópolis

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  • 1. JB NEWS Filiado à ABIM sob nr. 007/JV Editoria: Ir Jeronimo Borges Academia Catarinense Maçônica de Letras Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente Nesta edição: Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e www.google.com.br Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores. Saudações, Prezado Irmão! Índice do JB News nr. 2.073 – Melbourne (Vic) - domingo, 5 de junho de 2016 Bloco 1 -Almanaque Bloco 2 -IrNewton Agrella – A Partir do Oriente (Editorial de Domingo) Bloco 3 -IrJoão Ivo Girardi – Os Autores mais Criativos da História (2ª parte) Bloco 4 -IrJosé Ronaldo Viega Alves – Humanismo, Humanitarismo e Maçonaria: Valorizando o ... Bloco 5 -IrHercule Spoladore – Sinais Maçônicos Antigos Bloco 6 -IrJoão Anatalino Rodrigues – Maçons e Protestantes – Novum Ordo Seclorum Bloco 7 - Destaques JB – Hoje com versos do Irmão e Poeta Sinval Santos da Silveira
  • 2. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 2/31 Livros de artigos nos Graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre Publicados na Revista O PRUMO. Durante o período de 1970 a 2015. Pedidos: site http://www.gosc.org.br Ou pelo telefone: (48) 3952-3300   1 – ALMANAQUE Hoje é o 156º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Quarto Minguante) Faltam 210 para terminar este ano bissexto Dia Mundial da Ecologia e do Meio Ambiente o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado. Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária. LIVROS
  • 3. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 3/31  1805: Estabelecida por Napoleão Bonaparte a Fundação da Ordem da Coroa de Ferro  1805 - Fundação da Ordem da Coroa de Ferro por Napoleão Bonaparte.  1915 - Dinamarca altera sua constituição para permitir o sufrágio feminino.  1933 - Fundação de Brazlândia, no Distrito Federal.  1944 - Segunda Guerra Mundial: Mais de mil bombardeiros britânicos largam 5000 toneladas de bombas nas baterias costeiras alemãs na Normandia, em preparação para o Dia D.  1947 - Na Universidade de Harvard, George Marshall apresenta o "Plano Marshall" de ajuda aos países europeus afectados pelaSegunda Guerra Mundial.  1958 - Fundação de Taguatinga, no Distrito Federal.  1967  Início da Guerra dos Seis Dias entre Israel e os estados árabes do Egito, Síria e Jordânia.  1975 - O Canal de Suez reabre pela primeira vez desde a Guerra dos Seis Dias.  1981 - 1º diagnóstico de casos de AIDS, nos Estados Unidos.  1983 - Vai ao ar pela primeira vez a Rede Manchete de Televisão.  1989 - Um jovem desarmado desafiou o poderio chinês barrando a passagem de vários tanques de guerra durante o Protesto na Praça da Paz Celestial (Tiananmen).  1995 - Primeira obtenção do condensado de Bose-Einstein.  2003 - Dissolução da República Federal da Iugoslávia.  2006  O Parlamento da Sérvia proclama a independência, dissolvendo a Sérvia e Montenegro.  A União dos Tribunais Islâmicos assume o poder na Somália.  É inaugurada a emissora brasileira de televisão por assinatura PlayTV.  2007 - Rihanna lança seu terceiro álbum de estúdio, Good Girl Gone Bad.  2009  O candidato a presidência de Guiné-Bissau, Baciro Dabó, é morto em sua residência por forças de segurança, supostamente porque estaria envolvido numa tentativa degolpe de Estado.  Lançamento do The Sims 3 (no Brasil).  2011  Realizam-se eleições legislativas em Portugal, sendo o PSD o partido com maior número de deputados eleitos para a Assembleia da República.  Ollanta Humala conquista a presidência do Peru. EVENTOS HISTÓRICOS (fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
  • 4. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 4/31 1775 Patente régia, desta data, nomeou o coronel Pedro Antônio da Gama Freitas, governador da capitania de Santa Catarina, para substituir Francisco de Souza Menezes. 1791 Morre, na capital de Santa Catarina, o Dr. Luiz Carlos Muniz Barreto. Foi o primeiro catarinense formado pela Universidade de Coimbra, sendo que exerceu o cargo de Ouvidor na Capitania. 1880 Morre, no Rio de Janeiro, Antônio Pereira Pinto. Foi o 10º Presidente efetivo da Província de Santa Catarina, em 1849. 1898 Circula, em Florianópolis, o primeiro número do jornal intitulado “O Bilontra”. 1904 Circula, em Itajaí, o primeiro número do jornal intitulado “Novidades”, dirigido por Tibúrcio de Freitase, depois, pelos irmãos Konder, tendo subsistido até 1917. 1832 Regularizada no Grande Oriente do Brasil a Loja Amizade Fraternal, de Praia Grande, Niterói 1865 O Grande Oriente de França confirma a invocação ao Grande Arquiteto do Universo, mas suprime-a em 1877. 1953 Fundado o Grande Oriente Estadual “Tiradentes” de Minas Gerais, federado ao GOB. 1999 A Loja Gralha Azul, de Londrina, pertencente ao GOB/PR foi fundada no dia 22 de maio daquele ano. 2001 Fundação da Loja União e Luz, de Londrina, que trabalha no REAA, que no dia 2 de junho completou dez anos de atividades dedicada à Arte Real. Fatos maçônicos do dia Fonte: O Livro dos Dias 20ª edição (Ir João Guilherme) e acervo pessoal históricos de santa Catarina Extraído de “Datas Históricas de Santa Catarina” do Jornalista Jali Meirinho e acervo pessoal
  • 5. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 5/31 TELEFONES: 31 974001117 - 31 3386-3487 E-MAIL: lewar.reboque@gmail.com De Irmão para Irmão As publicidades veiculadas nas edições do JB News são cortesia deste informativo, como apoio aos irmãos em suas atividades profissionais. Valorize-os, caro leitor, preferindo o que está sendo anunciado.
  • 6. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 6/31 Ir Newton Agrella - Cim 199172 M I Gr 33 membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464 e Loja Estrela do Brasil nr. 3214 REAA - GOSP - GOB newagrella@gmail.com "A PARTIR DO ORIENTE" Há um Oriente dentro de nós que nos norteia e nos remete ao início e fim de cada dia de nossas vidas. Cabe lembrar que a palavra "Oriente" advém do Latim Orior / Orire que signfica "surgir", revelar, e por conseguinte "Origem". É o que nos torna visíveis diante do Universo. Ao findar de cada dia, deparamo-nos por outro lado com o "Ocidente" , igualmente um termo advindo do Latim que significa Occ Cidens ou seja: "Sol Poente" de oc cadere = aquilo que cai - ou seja, o término da mais uma missão. Tal qual o Sol que surge a cada dia dando Vida e Origem a mais um novo Ciclo, a Maçonaria através de seus Simbolismos revela-se como fonte inspiradora para que o Homem consiga desenvolver seu intelecto na busca do Bem e do Aprimoramento - a partir da Luz da Sabedoria que emana do Oriente. Quem sabe não seja essa, uma das razões do fato do "Oriente" constituir-se no local mais importante para a Simbologia Maçônica, tendo em vista que é de lá que nasce e se propaga a Luz Astronômica, Esotérica e Espiritual e igualmente de lá que o Venerável Mestre instalado em seu trono comanda o andamento dos Trabalhos em Oficina para o desbaste da Pedra Bruta e a busca constante da lapidação da Pedra Cúbica numa posição "orientadora". Observe-se quão interessantes são essas palavras que a partir de ORIENTE, se derivam , ou seja: "Origem" e "Orientação" , cujas características levaram o Maçom a obedecer um caráter inicialmente Operativo e posteriormente Especulativo, como um verdadeiro construtor social, tornando a Sublime Ordem uma instituição mormente preocupada em desenvolver um trabalho árduo e constante em prol do Conhecimento e do crescimento interior e pelo combate inequívoco a Ignorância. Do "Oriente" se pronuncia e se revela a Luz da Sabedoria dando instrumentos a que o Maçom possa responder aos desafios de sua existência e transpor seus melhores valores renovando o seu interior na prática do bem e extraindo Criatividade de sua inércia e Vida de sua agonia. Trata-se em suma, de um processo contínuo de provações e evolução cuja temática maçônica se consubstancia no próprio exercício de galgar paulatinamente a notória Escada de Jacó, cuja escalada requer persistência, denodo, altruísmo e muito estudo e dedicação por parte de seus obreiros. 2 – Editorial de domingo – A partir do Oriente - Newton Agrella
  • 7. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 7/31 O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja “Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite” Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico “Aquiles Garcia” 2016 da GLSC. Escreve dominicalmente neste 3º. Bloco. Os Autores Mais Criativos da História – 2ª Parte Texto extraído e condensado do livro: Gênio, de Harold Bloom. Editora: Objetiva. Ed. 2002. Sobre a Organização do Livro: O autor dividiu a centena de gênios da linguagem em conjuntos, denominados Lustros, nesse sentido, refere-se ao brilho decorrente da luz refletida, o lustre, o esplendor de um gênio refletido em outro. Lustro 6 Moliére: (1622-1673): Depois de Shakespeare, os maiores dramaturgos ocidentais são Moliére e Ibsen. Em 30 anos de teatro, Moliére compôs apenas sete peças dignas de seu gênio: A Escola de Mulheres, As Preciosas Ridículas, O Avarento, O Burguês Fidalgo e a grande tríade - Tartufo, Dom Juan e O Misantropo, que é a joia de Moliére, a demonstração mais pura do seu gênio cômico. Henrik Ibsen: (1828-1906): O único dramaturgo pós-shakesperiano capaz de inovar, criando o seu próprio método trágico. Suas principais obras são: Quando Nós Mortos Ressurgirmos, As Feiticeiras de Salém e Todos Eram Meus Filhos. Anton Tchekhov: (1860-194): A bondade de Tchekhov sempre mitiga a ironia. Assim como Samuel Beckett, Tchekov é um dos poucos santos da literatura. Ambos são escritores insubstituíveis, e suas biografias foram ainda mais impressionantes que suas obras. A Gaivota e As Três Irmãs são suas obras primas. Oscar Wilde: (1854-1900): Wilde, exato em suas profecias, mais de um século após a sua morte, não tem rival, ao descrever nossa condição literária: Antigamente, livros eram escritos por homens de letras e lidos pelo público. Hoje em dias, livros são escritos pelo público e lidos por ninguém. Wilde ilustra os dois principais sentidos da noção do gênio: uma força geradora inata, e um outro eu, que busca e encontra a destruição daquilo que é inato. Um século mais tarde, quando o homossexualismo já não provoca imolação social, Wilde seria obrigado a encontrar algum outro modo de sucumbir, algo além da imaginação. Principal obra: A Importância de Ser Prudente. Frase de Oscar Wilde: O homem é menos ele mesmo quando fala na sua própria pessoa. Dê-lhe uma máscara e ele dirá a verdade. 3 – Os Autores Mais Criativos da História (2ª. parte) João Ivo Girardi
  • 8. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 8/31 Luigi Pirandello: (1867-1936): Somente duas peças justificam a classificação de Pirandello como gênio dramático: Seis Personagens à Procura de um Autor e Henrique IV. Todos os demais trabalhos de sua autoria são secundários, marcantes apenas em determinados momentos. Prêmio Nobel de Literatura em 1934. Lustro 7 John Donne: (1572-1631): Nascido oito anos depois de Shakespeare, em 1621 foi nomeado decano da Catedral de São Paulo. Canções e Sonetos é o que há de mais popular na arte de Donne. Poema famoso: Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti. (John Donne, Meditações VII). Alexander Pope: (1688-1744): Pope, no Ensaio sobre a Crítica, seu primeiro poema importante, adverte os truques praticados pelos falsos poetas. Nanico, e com o corpo deformado em consequência de tuberculose infantil, Pope seria candidato improvável ao posto de grande poeta inglês do Iluminismo europeu. Jonathan Swift: (1667-1745): Aos 75 anos, Swift foi declarado insano. É importante estabelecer uma distinção entre este fato e a eminência do escritor, o gênio da ironia, pois no exercício dessa ironia, não há loucura alguma. Sua mais famosa obra é Viagens de Gulliver, mas sua obra mais importante é A História de um Tonel. Jane Austen: (1775-1817): Austen é filha de Shakespeare: as heroínas de Austen desafiam as contingências da historicização, e constam das nossas mais raras imagens de liberdade interior. Principais obras: Orgulho e Preconceito, e Clarissa. Lady Murasaki: (978-1026): A autora de A História de Genji é a única representante da Ásia neste livro, mas o extenso romance por ela descrito faz parte da cultura literária da língua inglesa desde que Arthur Waley concluiu sua versão em 1933. Lustro 8 Nathaniel Hawthorne: (1804-1864): Wakefield é a história predileta de Jorge Luis Borges. O gênio contista de Nathaniel não é bom, nem melancólico; é tão surpreendentes quanto Kafka, Borges e Calvino. Sua obra A Letra Escarlate é considerada uma das grandes obras da ficção norte-americana, junto com Moby Dick (1851), de Hermann Melville, As Aventuras de Huckleberry Finn (1884), de Mark Twain, O Sol Também se Levanta (1926), de Ernest Hemingway. Hermann Melville: (1819-1891): O Capitão Ahab de Moby Dick trata-se, certamente, da visão mais extraordinária até hoje criada da figura do norte-americano heróico. Melville teve em Hawthorne seu amigo e mentor. Quando a obra prima foi publicada, em 1851, Melville tinha apenas 32 anos e já era autor de cinco romances. O livro não foi apreciado - foram vendidos apenas alguns exemplares. Muito depois da morte do autor, Moby Dick foi redescoberto e se converteu no alicerce de sua carreira e da própria literatura americana. Especialistas classificam
  • 9. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 9/31 Moby Dick como o livro mais profundo sobre os Estados Unidos, a caça de baleias e o mundo. Não há nada melhor do que o mar para nos instruir sobre a ilusão do domínio. Charlotte Brontë: (1816-1855): Virginia Woolf saudou com grande entusiasmo o romance Jane Eyre em um ensaio sobre as irmãs Brontë: Devoramos o romance, sem ter tempo para pensar, sem tirar os olhos da página. É tamanha a absorção que, se alguém se mexer na sala, o movimento parece ter ocorrido em Yorkshire. A autora leva-nos pela mão, faz com que vejamos aquilo que ela vê, jamais nos abandona, nem por um instante, tampouco permite que dela nos esqueçamos. Ao final, estamos encharcados da genialidade, da veemência, da indignação de Charlotte Brontë. Emily Brontë: (1818-1848): O Morro dos Ventos Uivantes é uma grandiosidade solitária, surgidos de uma experiência de vida que nos deixa perplexos. È um romance ferino que ainda hoje choca os leitores. Emily é visionária, que invoca o próprio gênio como divindade, com grande firmeza e extrema eloquência. Virginia Woolf: (1882-1941): Woolf, como ficcionista, não possuía a profundidade e a universalidade de seus maiores contemporâneos, Joyce e Proust, mas as suas extraordinárias percepções da consciência e das trevas que a circundam caracterizam-lhe o gênio, marcantemente individual. O Farol, As Ondas e Entre os Atos estão entre os romances mais originais da tradição ocidental. Lustro 9 Ralph Waldo Emerson: (1803-1882): O gênio de Emerson é sempre o gênio dos Estados Unidos: foi ele que estabeleceu a nossa religião autêntica, com efeito, pós-protestante, embora tente parecer o contrário. Autoconfiança não é doutrina consoladora, pois nos adverte sobre a necessidade de recorrer ao nosso próprio gênio, ou então entraremos em declínio total. Destino, Poder e Riqueza, além de Ilusões, são os grandes ensaios de A Conduta da Vida, sua maior obra. Emily Dickinson: (1830-1886): Poetisa norte-americana, autora de uma obra poética original caracterizada pelo misticismo e a introspecção. Escreveu continuamente, porém só publicou em vida sete poemas. Ao tomar conhecimento da sua obra, quando sua irmã publicou uma antologia com o título de Poems by Emily Dickson (1890), a crítica passou a ver nela uma das mais puras vozes líricas em língua inglesa do século XIX. Dickson ensina a angústia da elevação sublime através da dor. Dickson é a mestra dos sentimentos negativos: a fúria, a carência erótica, o conhecimento do exílio de Deus com relação a si mesmo. È autora de mais de 1789 poesias e fragmentos de poesias. Robert Frost: (1874-1963): Frost é confrade de Wallace Stevens, T. S. Eliot e Hart Crane, os principais poetas dos Estados Unidos no século passado. Nitidamente, Frost, que se tornou instituição nacional, destaca-se dos demais. Wallace Stevens: (1879-1955): O mais sutil dos poetas americanos. A força poética de Stevens era sobrenatural, dotada de uma linguagem exuberante ao ponto de fazer lembrar Shakespeare, em Trabalhos de Amor Perdido. T. S. Eliot: (1888-1965): Thomas Stearns Eliot é sem dúvida, um dos grandes poetas americanos. Cinquenta anos atrás, Eliot era o vigário do neocristianismo, e A Terra Devastada era um hino de
  • 10. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 10/31 salvação para os discípulos acadêmicos do poeta. Naqueles dias, Eliot era aclamado autoridade moral, um verdadeiro sábio. Eu não saberia prever a reputação do poeta daqui a 50 anos, mas a sua eloquência demoníaca não terá desaparecido. Prêmio Nobel de Literatura de 1948. Lustro 10 William Wordsworth: (1770-1850): Poeta inglês. Em parceria com Coleridge, publicou Lyricall Ballads, um dos marcos iniciais do romantismo inglês. Apegado à natureza, à linguagem coloquial e aos temas simples, entre seus livros importantes citam-se: Poems, The Exursion, Ecclesiastical Sonnets. Sua geração foi logo obscurecida pela seguinte a de Shelley e Keats. Percy Bysshe Shelley: (1792-1822): Os grandes temas de Shelley são a morte do amor e a destruição da integridade, ambas vistas por ele como morte figurada, à qual a morte literal era preferível. O epítome do gênero lírico de Shelley é o poema Quando a Lâmpada se Estilhaça. John Keats: (1795-1821): Keats em vários aspectos tornou-se, universalmente, o poeta inglês mais admirado desde Shakespeare. Suas principais obras são: Sobre o Grilo e O Gafanhoto e A Queda de Híperon. Giacomo Leopardi: (1798-1837): O Conde Giacomo Leopardi, maior poeta lírico da Itália desde Petrarca, teve uma vida desesperada, e morreu aos 39 anos. Dotado de visão lucreciana, Leopardi escreveu com espantosa exuberância negativa, proclamando a má notícia da nossa existência, em poemas de forma, tonalidade e música cognitiva perfeita. O maior poema de Leopardi é o sublime La ginestra ou A Flor do Deserto, cuja ação se passa no Vesúvio, no último ano de sua vida. Lorde Alfred Tennyson: (1809-1892): Poeta inglês da era vitoriana. Desenvolveu um estilo tradicionalista e conservador, perturbado por dúvidas religiosas, mas imbuído de profunda melancolia pelo ocaso de seu mundo, meio burguês e meio aristocrático. Tennyson foi sempre o poeta da elegias, sempre lamentoso, bastante no estilo de Virgílio, o poeta clássico que ele mais apreciava, assim com Keats foi seu crucial predecessor moderno. Seu maior poema, Maud ou Desvario é a história de uma alma mórbida e poética sob a influência de uma era especulativa. -------------------------------------- 1ª Parte pode ser vista em: http://www.jbnews33.com.br/informativos/JB_News-Informativo_nr_2066.pdf Finalizando: Em pesquisa recente, da nossa indiada pátria, 30% nunca compraram um único livro na vida. Considerando sermos 105 milhões do que se convencionou chamar de leitores, o estrago bate nos 30 milhões de indivíduos sem assunto. Os entrevistadores foram além, perguntaram aos compatriotas o porquê do pouco apego a brochuras. E, vejam só, quase metade alegou não ter tempo (hmm...). Então com o quê o(a) senhor(a) ocupa seu tempo? Bingo! 42% estão metidos nas redes sociais. (Fonte: JSC, 03/06/2016, Cao Hering). Brasil, pátria educadora! (sem comentários).
  • 11. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 11/31 O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves* escreve aos domingos. HUMANISMO, HUMANITARISMO E MAÇONARIA: VALORIZANDO O SER HUMANO. O ESPÍRITO HUMANÍSTICO NA PROPOSTA DE ENSINO DE SCHRÖDER. HUMANISMO E O RITO SCHRÖDER: OUTROS ASPECTOS. (PARTE UM) *Irmão José Ronaldo Viega Alves ronaldoviega@hotmail.com Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna” Oriente de S. do Livramento – RS. “Doutrinariamente, a Maçonaria, corporação de construtores sociais, pratica o culto ao Grande Arquiteto do Universo (nos ritos chamados universais) e o amor à humanidade, erguendo templos à Virtude e oficinas dedicadas ao trabalho de conseguir a futura sociedade humana fundada no amor, na justiça e na paz. O humanismo, para os maçons, é a terceira fase de todas as místicas e cultos e a síntese de todas as finalidades a que se dedicaram os templos desde as primeiras civilizações. Por conseguinte, cumpre ao maçom relevar que sem humanismo não há Maçonaria.” (Trecho do livro “Curso de Maçonaria Simbólica 1º Tomo (Aprendiz)” de autoria do Irmão Theobaldo Varoli Filho) INTRODUÇÃO São muitas as definições com as quais nos deparamos a respeito da Maçonaria, entre as quais, poderíamos citar: “A Maçonaria, no sentido mais amplo e abrangente, é um sistema de moral e ética social, uma religião primitiva e uma filosofia de vida, incorporando um largo humanitarismo; é uma religião sem credo, sendo de nenhuma facção religiosa, mas encontrando a verdade em todas; busca a verdade, mas não a define”, ou, “A Maçonaria é e sempre foi uma Fraternidade Universal, um movimento do Espírito Humano, dentro do qual tiveram e tem guarida as tendências favoráveis ao Aperfeiçoamento Moral e Material do gênero humano; ela não se faz órgão de nenhuma orientação Política ou Social.”, ou ainda, “A Maçonaria é um propósito, e a partir deste, uma ação que habilita homens livres e de bons costumes a ser, conforme a vontade do Grande Arquiteto do Universo, um membro digno e útil ao todo ontológico, contribuindo para o aperfeiçoamento da humanidade.” O que haveria em comum, direta ou indiretamente, em todos os pensamentos que foram expostos acima, com relação aos objetivos da Maçonaria? Sem sombra de dúvidas, as palavras humanidade, humanismo e humanitarismo, estão, de certa forma, alinhadas e marcando presença nas definições do tipo acima. Ainda, em nosso Ritual do Aprendiz-Maçom, em seu “Preâmbulo da Maçonaria”, depararemo-nos também com diversas frases como esta que vem logo em seguida e onde ficam explícitos os reais objetivos da Maçonaria em prol da humanidade: “Irmãos livres, ligados por deveres 4 – HUMANISMO, HUMANITARISMO E MAÇONARIA: VALORIZANDO O SER HUMANO. O ESPÍRITO HUMANÍSTICO NA PROPOSTA DE ENSINO DE SCHRÖDER. HUMANISMO E O RITO SCHRÖDER: OUTROS ASPECTOS. (PARTE UM) José Ronaldo Viega Alves
  • 12. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 12/31 de fraternidade, que concorrem, pelo exemplo e pela prática da virtude, para esclarecer os homens e prepará-los para a emancipação progressiva e pacífica da Humanidade.” O intuito maior, ao desenvolver este trabalho, é o de mostrar que o Humanismo, o Humanitarismo, onde há uma sutil diferença, mas, que não parece ser muito percebida em determinados textos de autores maçônicos. A impressão que se tem, em primeira instância, é que o humanismo seja, de longe, mais amplo naquilo que poderá abarcar, e o humanitarismo bem mais específico. Ambas as doutrinas foram absorvidas pela Maçonaria em suas essências, e podemos dizer, que um Maçom independente de qualquer pequena confusão em vê-las como sinônimos, deverá cultivá-las e preservá-las durante toda a sua caminhada, pois, as mesmas são parte do ideário maçônico. HUMANISMO E HUMANITARISMO: TEM DIFERENÇA? As palavras Humanismo e Humanitarismo são as que inauguram o título deste trabalho. Então, é justo que comecemos com o significado da primeira palavra, retirado de um dicionário comum: “HUMANISMO s.m. 1. Movimento intelectual e literário ligado ao Renascimento, que valorizava um saber voltado para o conhecimento do homem e para a cultura que desenvolvia a condição humana. 2. Corrente filosófica que coloca o homem e os valores humanos acima de todos os outros valores. 3. Método de formação intelectual que abrange o conhecimento das obras clássicas e o saber científico.” COMENTÁRIOS Evidentemente, no caso acima, em se tratado de um dicionário comum, as definições apresentadas são um tanto limitadas. Temos então, essas três ideias principais sobre o mesmo assunto: um movimento intelectual, uma corrente filosófica e um método de formação intelectual. Com certeza, há ainda outras nuances ou outros aspectos. Um deles tem consonância com o fato da palavra Humanismo ser usada para contrastar com outra palavra, Teísmo, ou se quisermos, com outra corrente filosófica. O Teísmo, como sabemos, é um termo que já apareceu muito em vários dos trabalhos anteriores, e sempre vem à baila, exatamente pelo motivo de que a grande maioria dos Ritos maçônicos são considerados teístas, e no caso do REAA, este começou deísta e hoje é classificado como teísta. Rito teísta é aquele onde existe a crença na existência de um Deus infinitamente perfeito, que age todo o tempo providencialmente e que é transcendente ao Universo. Para os teístas, esse Deus, é o Grande Arquiteto do Universo. (Girardi, pág. 590, 2008) Há uma frase que diz que mesmo havendo alguns autores que queiram defender o pensamento sobre a existência de alguns ritos deístas, a verdade é que a prática difere da teoria. OUTRAS FORMAS DE HUMANISMO ou NEO-HUMANISMO Algumas vertentes do Humanismo Moderno, do ponto de vista filosófico apostaram nessa linha de oposição. Se no sistema teísta, Deus aparece como o centro, o criador e o alvo de toda a existência, neste novo tipo de Humanismo, o homem é que passa a ser o alvo de toda a existência, ou em outras palavras, é aquilo que se chama de perspectiva antropocêntrica, o homem no centro de tudo. O filósofo e maçom Augusto Comte foi um dos grandes defensores dessa forma de humanismo, onde o mesmo é posto em contradição ao Teísmo e onde o culto que existe é voltado à ciência. Walter Lippmann, foi bem mais direto, introduziu aquilo que chamou de Humanismo Científico, onde a divindade é a ciência, até coincidindo em parte com Comte. Nem é preciso dizer que há um tanto de ateísmo embutido nestas correntes filosóficas, ou no mínimo uma rejeição à fé cristã. Ainda nessa corrente vista como a do Humanismo Moderno, podem ser inseridos também o filósofo Jean Paul Sartre, ainda que o seu humanismo se misture com o Comunismo, e C.W. Waddington que intentou demonstrar que a ética pode ser baseada na ciência, daí o humanismo ético. (Champlin, pág. 178, 2008) Até aqui tivemos, portanto, uma noção geral sobre o humanismo e algumas das suas muitas variações. SOBRE O HUMANITARISMO Vejamos agora, duas definições de Humanitarismo, em primeiro lugar a do dicionário comum:
  • 13. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 13/31 “HUMANITARISMO s.m. 1. Conjunto de concepções humanitárias. 2. Convicção de que a função do homem é a de trabalhar na promoção do bem-estar da humanidade.” Na descrição acima, podemos perceber que o item 2 tem uma definição que mais parece uma daquelas sobre a própria Maçonaria. E agora a que consta na Enciclopédia de Champlin: “HUMANITARISMO 1. Essa é a doutrina que diz que cada um deve fomentar o bem-estar da humanidade, suavizando as dores, promovendo o bem-estar geral e encorajando a prosperidade e o progresso. Isso inclui qualquer tipo de ato, caridade, melhoria industrial, obras científicas, e também as contribuições de todos os campos de estudo e atividade, incluindo o campo religioso. 2. Em um sentido negativo, o humanitarismo é a prática dos ricos que, a fim de aliviarem a própria consciência, dão algo aos pobres, sem importar os meios usados para isso.(...)” Ainda que existam diferenças facilmente detectáveis entre uma e outra definição, Humanismo e Humanitarismo, em função da semelhança existentes em suas grafias ou no que seria essa relação direta com a humanidade em seus objetivos finais, em algumas definições, elas podem ser vistas já praticamente em total consonância, a exemplo da que consta sobre o verbete Humanismo no “Vade-Mécum Maçônico”, em seu itens 4 e 5, tal como veremos na sequência: ‘‘4. A Maçonaria é fundamentalmente humanista, em sua doutrina e em suas finalidades, tomando o humanismo como o sistema filosófico-social, que centraliza sua preocupação nos problemas humanos, buscando libertar o homem das forças que impedem a sua realização e a concretização de suas potencialidades, principalmente daquelas forças encarceradoras da consciência. 5. Se o maçom adquiriu o Conhecimento dos Mestres por meio da lealdade, da Coragem, da Paciência, da Tolerância, da Prudência, do Amor e do Silêncio, ele é um humanista. Sua meta é a Felicidade; sua Ética, a Fraternidade. Nicola Aslan cita: ‘Subtraída da tutela do cristianismo, laicizada a cultura ocidental, o termo humanismo passou a ser utilizado para designar todas as filosofias empenhadas em encontrar na própria experiência humana, os critérios de uma nova moral’. Esse pensamento está ajustado ao momento presente, sem se confundir, necessariamente, com outro importante aspecto da nossa Fraternidade: o humanitarismo. Este procura eliminar as injustiças, buscando a Felicidade pela Filantropia, sem divisões de credo ou de raças. A Maçonaria respeita o homem em seus valores essenciais, seja ele um deísta, um teísta ou um neutro prudente. Tendo como meta o aperfeiçoamento da Humanidade, cultiva a fraternidade através da liberdade e da Igualdade. Assim, combateremos qualquer agressão à vida e à dignidade de qualquer partícipe da Grande Sociedade deste nosso diferenciado mundo.” COMENTÁRIOS: Como pudemos captar, tanto o humanismo como o humanitarismo possuem características que se coadunam com os propósitos dos maçons, por isso, talvez o pensamento do Irmão Theobaldo Varoli Filho no extrato que foi apresentado lá no começo ter se voltado para dizer aos maçons relevarem sobre “que sem humanismo não há Maçonaria.” Além do mais, pudemos ver que é dada ênfase à qualidade do humanista, para quem a meta é a felicidade, mas, que o humanitarismo também é uma forma de felicidade, pelo fato do prazer que pode ser proporcionado pelo exercício da filantropia. O RITO SCHRÖDER: A VISÃO HUMANÍSTICA Das muitas leituras realizadas por ocasião da tarefa de realizar uma série de trabalhos abordando os Ritos mais praticados no Brasil moderno, foi no contato com o material referente ao Rito Schröder, que atentei para a extrema importância dada ao Humanismo nesse citado Rito. Guardei aquelas impressões, sabendo que mais cedo ou mais tarde, teria de voltar e explorar melhor o assunto, coisa que agora está sendo realizada. Antes, porém, vejo como necessário, para que não se tomem conclusões apressadas transcrever as seguintes palavras do Irmão Rui Jung Neto, aliás, muito sábias, e que deveriam estar sempre muito presentes nas memórias de todos aqueles que se dizem Maçons e estudiosos da Maçonaria: “Apesar de amar o Rito Schröder e trabalhar pela sua consolidação e crescimento em todas as Potências Regulares do Brasil, devo enfatizar minha convicção de que não há e nem poderia haver supremacia de um Rito sobre os demais. Os Ritos Maçônicos regulares devem ser venerados e estudados por todos os maçons, pois tem suas próprias origens históricas e filosóficas e são métodos de ensino que retratam uma época e uma ideologia. Quem considera seu Rito, sua Grande Loja, Grande Oriente, ou sua Loja superior aos demais, ainda não compreendeu o verdadeiro significado de ‘ser maçom’.” (Grifo meu!)
  • 14. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 14/31 O CONCEITO HUMANISTA DE SCHRÖDER: AS ORIGENS Friedrich Ludwig Schröder estava convicto de que a Maçonaria alemã precisava passar por algumas reformas urgentes. Com os ventos do Iluminismo soprando, com ideias novas aflorando à mente, era chegado o momento propício. O criador do Rito, que leva seu sobrenome, buscou durante a elaboração do ritual um misto de simplicidade e de racionalidade, sem deixar de valorizar a ética, o amor fraterno e a essência simbólica e filosófica dos três primeiros Graus Maçônicos. As origens desse conceito de Humanismo que Schröder adotou possui as suas raízes naquele outrora iniciado na Itália do século XIV, que teve sua difusão juntamente com o Renascimento e que acabou se espalhando pela Europa toda. Este movimento intelectual libertou-se do teocentrismo e da influência da Igreja, tendo dado prioridade ao homem como centro de tudo. (Rígoli, págs. 131/132, 2116) Destaco a seguir, uma outra passagem de autoria do Irmão Rui Jung Neto, transcrita pelo Irmão Gilson Luís Rígoli em seu livro, que diz: “... a meu juízo a grande contribuição de Schröder foi introduzir nos seus rituais uma simbologia racionalista e livre do misticismo e a educação humanista do maçom, como propulsora da verdadeira Fraternidade. Nas Lojas do rito, vive-se a igualdade entre os irmãos e o resgate da verdadeira e pura Maçonaria alicerçada nos Três Graus Simbólicos ou Azuis.” Também acerca do humanismo que o Irmão Schröder propôs e imprimiu no seu sistema de ensino colhemos da seguinte opinião que consta no livro do Irmão Ubyrajara de Souza Filho: “O humanismo deverá prevalecer sobre as doutrinas religiosas, místicas, etc. no ideário maçônico, de modo a não permitir que, ao longo dos anos, a Maçonaria se transmute em sociedade mística/religiosa.” COMENTÁRIOS: Não estava contido nos planos, ou no roteiro prévio do presente trabalho, enveredar por outros assuntos que não fossem exatamente os aspectos relativos ao Humanismo e ao Humanitarismo nas suas ligações com a doutrina maçônica em si, e quando muito, sobre o rito que notadamente dá ênfase ao humanismo, o que vem sendo sempre evidenciado nos livros, artigos e trabalhos relacionados ao Rito Schröder. A partir do momento que realizei algumas leituras visando a feitura de uma série de trabalhos sobre Ritos, e neste particular, sobre o Rito Schröder, percebi logo de imediato o quanto era colocada em destaque a doutrina do Humanismo, e que seria a de sua vertente primeira, digamos assim, já que a Filosofia, ou alguns filósofos, parecem ter apresentado variações ao longo do tempo, algumas já apresentadas de forma sucinta neste trabalho. Dito isto, não haveria então, como fugir a outros desdobramentos, o que, diga-se de passagem, poderá até enriquecer o trabalho no seu todo. Durante a leitura realizada anteriormente do excelente livro do Irmão Ubyrajara de Souza Filho intitulado, “Vade-Mecum do Aprendiz – Rito Schröder”, acabei assinalando dois dos seus parágrafos, entre alguns outros, que transcrevo na sequência: “É comum ouvir de Irmãos não familiarizados com o Rito Schröder algumas afirmativas que contrariam diretamente o pensamento de seu criador. A mais comum é atribuir ao Rito a condição de ‘simplificado’, por ter a sua prática litúrgica mais dinâmica que outros Ritos mais divulgados. Outra confusão que se apresenta comumente é a insistência de se divulgar que por ser um Rito humanista, sem instruções obrigatórias, afastado de influências esotéricas e místicas, os seus praticantes não se aprofundam na verdadeira Maçonaria e não possuem os ‘conhecimentos esotéricos’ que se apresentam em destaque nas instruções de outros Ritos.” (Grifo meu!) Logo, algumas perguntas já vieram de forma natural: O viés humanista adotado pelo Rito Schröder é mesmo capaz de gerar preconceitos? Mas, a Maçonaria em parte da sua essência, ou nas suas descrições vistas lá no início, não deixa bastante clara sua posição humanista, ou sua influência humanista? Essas perguntas eu já havia me feito durante aquela ocasião, mas, não poderia ficar dormindo com elas eternamente. Acabo sempre me surpreendendo, não com a Maçonaria em si, mas, com as reações de alguns Maçons.
  • 15. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 15/31 Além do mais, essa palavra ‘preconceito’, por incrível que pareça, acaba aparecendo seguidamente em nosso meio, quando deveria estar banida de uma Instituição onde prevalece o ecumenismo, a tolerância, a fraternidade... Então, diante disso tudo, há muito mesmo para se refletir sobre as palavras do sábio Irmão Rui Jung Neto, e que fiz questão de citá-las logo acima. Principalmente, levando em consideração que o seu objetivo maior é a fraternidade, a harmonia e o entendimento entre os diversos Ritos que compõem o universo da Maçonaria. Tanto que, para reforçar ainda mais tais palavras, e dentro do que está sendo focado, aqui vai uma sobrevida, quando o preclaro Irmão Ubyrajara de Souza Filho, nos brinda com outra grande lição sobre Maçonaria. Vejamos: “Não existe ‘verdadeira’ ou ‘falsa’ Maçonaria; bem como não existe Rito melhor ou pior, mais certo, ou mais errado, mais completou menos completo, etc. É o Simbolismo Maçônico bem compreendido o único elemento que deve formar o cimento entre todas as pedras, e é por ele que a verdadeira fraternidade universal pode e deve se estabelecer.” (Grifo meu!) Com certeza, o estudo da Maçonaria e dos seus Ritos, assim como da interpretação do seu Simbolismo, unidos ao exercício básico e contínuo da tolerância e da fraternidade, e à medida que a sua essência vá sendo assimilada, farão com que nos dispamos do preconceito gratuito, e que, como já disse, coisa que não poderia e não deveria vingar em uma Instituição que preza pela fraternidade. O HUMANISMO ADOTADO POR SCHRÖDER, FAZ COM QUE O RITO QUE ELE CRIOU, SEJA CLASSIFICADO COMO UM RITO DEÍSTA? Vejamos um trecho do livro “Fragmentos da História de Friedrich Ludwig Schröder e o Rito Schröder”, e do qual já vínhamos nos utilizando nos dois últimos parágrafos acima, que diz o seguinte: “A reunião dos membros de uma Loja é sempre direcionada na edificação do Templo interior de cada um, sob a proteção do G.A.D.U. (Grande Arquiteto do Universo), mas sem esperar que este venha agir por eles, sendo que o homem deve agir em benefício da Humanidade, tendo a Maçonaria como uma escola de humanitarismo, lugar onde os homens de boa fé, buscam e encontram a verdade e encontram fidelidade, unidos nos laços da fraternidade. Estes laços fraternos trabalham na construção de uma sociedade mais justa e digna. O Humanismo nos ensina que não importa qual seja a nossa filosofia a respeito do mundo, a responsabilidade pelo tipo de mundo que se vive caberá ao próprio homem decidir, pois o ser humano é centro de tudo. O humanismo cultua e se propõe a por em prática o exercício dos valores morais transcendentais inerentes ao ser humano.” DEÍSMO: UMA DEFINIÇÃO Do “Vade-Mécum Maçônico”, extraímos a definição que segue: “Deísmo: 1. Definição. Denominação genérica de doutrinas filosófico-religiosas que surgiram no fim do século XVII e primeira metade do século XVIII, e que afirmavam a existência de Deus como exigência da razão, independente de qualquer revelação, histórica e positiva, e a partir da identificação da razão com a natureza.” DEÍSMO E HUMANISMO Agora, vejamos este trecho retirado do “Vade-Mécum Maçônico”que trata sobre as origens do deísmo: “O deísmo surgiu dentro do contexto dos primórdios do racionalismo iluminista e sob a influência, por um lado, do empirismo inglês de Locke e, por outro, da física matemática ou filosofia natural de Newton, que para explicar a ideia do espaço como extensão imaterial infinita como atributo de uma potência inteligente, o Deus Geômetra.” E este outro trecho: “A Maçonaria em seus primórdios era fundamentalmente deísta, como mostram os regulamentos do inicio da Lojas dos Aceitos; houve, posteriormente, uma guinada para o teísmo, por influência, principalmente dos maçons de York. Hoje, praticamente todos os ritos são teístas, existindo porém, os que se dizem racionais, que rejeitam o dogmatismo e possuem feição mais agnóstica.” COMENTÁRIOS: Lemos no primeiro parágrafo acima, que o deísmo surgiu dentro do contexto do racionalismo iluminista, e ainda durante o transcorrer do presente trabalho vimos também que o Irmão
  • 16. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 16/31 Schröder teve seu espírito contagiado pelos pensamentos dos Iluministas. Lemos sobre a racionalidade implantada em seu Rito, e também fundamentalmente que o Rito é humanista, mas, que, o humanismo pode ser usado para contrastar com o Teísmo... Além do mais, até aqui vimos ainda que o Irmão Schröder suprimiu praticamente o esoterismo e o misticismo que eram imperantes na Alemanha na época em que esteve imbuído da confecção de seu Ritual, além de buscar promover uma verdadeira e necessária reforma na Maçonaria alemã... Na sua concepção humanista, no humanismo que adotou, a visão antropocêntrica é a que prevalecia, além de haver o consentimento total num rompimento com o teocentrismo e com a influência da Igreja... O humanismo que lemos nas descrições mais generalizadas, digamos assim, sobre a Maçonaria, é diferente daquele que foi adotado pelo Irmão Schröder? *** Na próxima semana, veremos a resposta para a pergunta acima, algumas complementações que se fazem necessárias e a análise de outras questões que acabaram surgindo em função desse assunto tão interessante, como, por exemplo, a que se refere à supressão do esoterismo no Rito Schröder, e nas implicações decorrentes disso tudo. Consultas Bibliográficas: DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO ILUSTRADO VEJA-LAROUSSE – VOLUME 12 – Editora Abril S/A – 2006 CHAMPLIN, R.N. “Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia” – Volume 3 – Editora HAGNOS – 9ª Edição – 2008 GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e Editora Ltda. 2ª Edição – 2008 RIGOLI, Gilson Luís. “Fragmentos da História de Friedrich Ludwig Schröder e o Rito Schröder” – Gráfica e Editora GD – 1ª Edição -2016 SOUZA FILHO, Ubyrajara. “VADE- MECUM DO APRENDIZ – Rito Schröder” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1ª Edição - 2011 RITUAL E INSTRUÇÕES DO GRAU DE APRENDIZ-MAÇOM DO RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO – GORGS – 2010/2013 VAROLI FILHO, Theobaldo. “Curso de Maçonaria Simbólica 1º Tomo (Aprendiz)” - Editora A Gazeta Maçônica S.A. - 2ª Edição - 1977
  • 17. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 17/31 O Ir Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”- Londrina – PR – escreve aos domingos hercule_spolad@sercomtel.com.br SINAIS MAÇÔNICOS ANTIGOS Este trabalho é uma homenagem prestada ao pranteado e sempre lembrado Irmão Xico Trolha (Francisco de Assis Carvalho) que pesquisou profundamente este tema no período de 1696 a 1730 através das atas da Loja Quatuor Coronati, n° 2076 de Londres, da qual ele era membro correspondente cujo estudo serviu de base para realizarmos este trabalho. O sinal é uma das formas que os maçons utilizam para se reconhecerem mutuamente e também para revelarem qual é a sua situação dentro da Ordem, ou seja, o seu grau. Evidentemente apenas o sinal já é possível este reconhecimento, mas ele costuma vir acompanhado de palavras, toques e gestos que complementam a forma já convencionada de identificação, de forma mais rápida e sem erros, conhecida apenas por maçons. O sinal ainda é um dos segredos da Ordem. O uso de sinais remonta ao princípio da maçonaria operativa. Estes sinais de reconhecimento dos Irmãos entre si eram ensinados por maçons mais velhos aos mais novos na Ordem, geralmente em recinto a coberto, pois somente os iniciados poderiam ter conhecimento dos mesmos. Cada confraria tinha seus próprios sinais, mas existiam os sinais gerais conhecidos por todas as corporações, especialmente quando os pedreiros habilitados viajavam de uma cidade para outra à procura de trabalho. Este costume é mantido pela Maçonaria, pois graças a este tipo de reconhecimento ajudou a organização a sobreviver, em todas as perseguições que as forças contrárias sempre lhe causaram a e ainda causam. O sinal não é apanágio da Maçonaria. Ele é usado entre os indígenas, foi muito usado entre os cristãos primitivos é usado em corporações policiais, religiões etc. Enfim é uma forma de um grupo se reconhecer, se identificar, sem riscos. Atualmente a Maçonaria tem um número incalculável de sinais. Cada grau tem vários sinais e nos ritos em seus graus superiores chegam às dezenas que se distinguem cada qual por sua peculiaridade. Mas um fato é verdadeiro, quase todos eles foram adaptados em a partir dos sinais usados pelos maçons operativos. Mas como eram os sinais primitivos, ainda usados na Maçonaria Operativa e inicio da Maçonaria Especulativa? 5 – Sinais Maçônicos Antigos Hercule Spoladore
  • 18. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 18/31 Se tomarmos como base a publicação feita por Samuel Prichard em um jornal profano em 1730, quando ele revelou ao público todos os segredos da Ordem veremos no diálogo do catecismo (ritual) as seguintes perguntas: P. Quantos são os sinais Principais? R. Quatro P. Quais são eles? R. Gutural (garganta), Peitoral (peito), Manual (mãos) e Pedestal (pés). Os Manuscritos “The Grand Mistery of Free-mason Discovered” (1724) e ”Institution of Free- mason” (1725) também estabelecem estes quatro sinais como sinais principais da Maçonaria, pelo menos naquela época. Em realidade estes quatro sinais funcionam um como complemento do outro, pois se o aprendiz estiver em pé e à ordem ele estará usando o sinal gutural, e também o manual, pois se não usar a mão direita não conseguirá ficar à ordem bem como o pedestal e seus pés estarão em esquadria. Os sinais são consequências destas várias combinações, exceto em alguns exemplos muito específicos. Por ex. quando se toca somente a mão do Irmão, dando-se o sinal do grau, quando se bate os pés em sinal de aprovação, ou quando se aplaude através de batidas de mãos, fazendo-se uma bateria de palmas. SINAL GUTURAL O sinal Gutural que praticamos hoje teve como origem segundo autores americanos e ingleses no DUE GUARD, que era a forma primitiva de juramento durante a iniciação. Consistia durante o compromisso do candidato, ele segurar o Livro das Sagradas Escrituras (Bíblia) com a mão direita espalmada por cima e a mão esquerda espalmada segurando o livro por baixo à altura dos quadris, terminando seu juramento com a expressão DUE GUARD. Nesta época ainda não existia o terceiro grau, então existia o DUE GUARD para o primeiro e segundo graus. Posteriormente criaram ao DUE GUARD também para o terceiro grau quando este passou a fazer parte dos catecismos(rituais) simbólicos a partir de 1738. Durante o juramento o venerável proferia as explicações sobre O DUE GARD. Esta expressão, não existe na língua inglesa, mas admite-se que ele a tenha origem na primitiva maçonaria irlandesa e escocesa cuja tradução seria “Deus me guarde”. O maçom depois em sessão maçônica comum fazia o sinal em pé sem a Bíblia, mas com as mãos em posição como se estivesse segurando uma Bíblia imaginária. Posteriormente com a evolução dos costumes e práticas ritualísticas e segundo o “Manuscrito de Sloane” (1710) o sinal era feito levando a mão direita através do peito até o lado esquerdo ficando com as pontas dos dedos a três ou quatro polegadas, abaixo do queixo O sinal evoluiu para o que hoje conhecemos no grau de Aprendiz, ou seja, a mão direita corre do ombro esquerdo para o direito em esquadria quando em pé e à ordem à altura do pescoço, dependendo do Rito o polegar fica na base da orelha esquerda e em outros ritos o polegar fica postado junto á cartilagem cricóide (pomo de Adão). Foi a partir do DUE GUARD que apareceram posteriormente as expressões “ter a garganta cortada”, ou “arrancar a língua por baixo do queixo” nos juramentos, quando o profano é iniciado. Evidentemente estas expressões sempre foram simbólicas, porque não se tem noticia que arrancaram ou cortaram a língua de algum maçom em toda a história da Ordem, especialmente dos traidores. Mas o DUE GUARD tal qual era feito em tempos de dantes, sobreviveu é usado hoje como parte das cerimônias dos rituais do Rito de York Americano nos três graus simbólicos, em sua forma original. Existe um DUE GUARDE para cada grau. Logo ele não desapareceu. Ele existe ainda. Os Manuscritos de “Edinburg Register Hause” (1696), o “The Chetwood Crawley” (1700) e o “The Kevan” (1714) todos eles mencionam se colocar a mão sob o queixo, ao longo da garganta isto quando o Irmão estava sendo telhado, em lugar seguro, longe dos cowans (bisbilhoteiros ou goteiras).
  • 19. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 19/31 Para identificar algum Irmão fora dos templos havia outros sinais ou toques e até palavras de reconhecimento. SINAL PEITORAL No “Manuscrito de Sloane” (1710) referia um sinal dobrando o braço direito em forma de esquadria levando a palma da mão esquerda sobre o coração. Os sinais peitorais são muito numerosos, mas a maior parte é usada nos graus superiores dos ritos. Graças ao grande número de graus que existem nos ritos que adotam os graus superiores, os sinais antigos foram a maior parte absorvidos, modificados e adaptados por estes. Na abertura e fechamento dos trabalhos em Loja, hoje os Veneráveis e Vigilantes colocam o malhete em cima do peito, mas antigamente ao invés dos malhetes era usada a mão direita sobre o peito e o malhete ficava em cima das mesa ou altar ou pedestal das luzes. SINAL MANUAL Para se completar os sinais guturais e peitorais é necessário o uso das mãos. E mais para uma série de sinais são necessários o uso das mãos para completa-los. Analisando melhor o uso das mãos sem elas não seria possível executar os sinais gutural, peitoral e o próprio manual. Este sinal manual está mencionado em três Manuscritos onde estão citadas informações sobre o sinal em estudo. Tratam-se dos Manuscritos “A Masons Examination” (1723), “The Grand Mistery Discovered” (1724) e o “Institution of Free-Masons”(1725). O “Manuscrito The Grand Mistery Discovered” (1724) cita: “bater com a mão direita no lado interno do dedo mínimo da mão esquerda por três vezes” Segundo este Manuscrito, em outro trecho, ele menciona: “tomar as mãos com os polegares direito e esquerdo e tocar os pulsos com os dedos indicadores” O “Manuscrito Institution of Free-Masons” (1725) refere “tomar as mãos e tocar cinco vezes com força o dedo indicador no pulso” Estes eram alguns dos sinais manuais da maçonaria primitiva. Outros existiam mas que não foram adotados pela Maçonaria Simbólica atual. Hoje se usam sinais manuais de reconhecimento e exame de irmãos, durante e fora de uma sessão ritualística cada qual especial para os graus de aprendiz, companheiro e mestre, mas nunca é um procedimento só. Ele sempre vem acompanhado de palavras e certos toques que constituem o sinal em si. SINAL PEDESTAL É um sinal realizado pelos pés. Alguns ritos começam a marcha pelo pé direito e outros pelo pé esquerdo. Mas como já se frisou anteriormente, nenhum destes quatro sinais tidos no inicio nos alvores da Maçonaria Operativa e inicio da Especulativa eram sinais isolados. Eles sempre faziam parte complementar de uma sequência onde além dos sinais manuais, guturais, peitorais e pedestais, talvez o elemento mais importante fossem as mãos, pois elas realizam praticamente tudo à exceção dos pés. Nos Manuscrito “AThe Grand Mistery of Free-masons” (1724 e no “Institution of Free-masons” (1725) está citado: “Sinais para reconhecer um verdadeiro maçom” “Faz-se um esquadro, colocando seus calcanhares juntos, unidos em Esquadria com os dedos de ambos os pés, abertos a uma distancia, ou por outro meio triangular”. Este texto apesar de nos parecer estranho está citado em ambos os Manuscritos. Estes documentos também mencionam em seus catecismos, mas não entram em detalhes sobre os três passos do verdadeiro maçom. No “Manuscrito A Masons Examination” (1723) está assim grafado: “Para reconhecer um Irmão, você dá o primeiro passo com o pé direito, o segundo com o pé esquerdo e o terceiro passo, você avança o calcanhar direito até o lado interno do pé de seu Irmão” (Não menciona qual pé).
  • 20. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 20/31 Naquela época de transição da Maçonaria Operativa para a Especulativa ou Moderna, havia somente três passos. OUTROS SINAIS ANTIGOS E CURIOSOS USADOS NA MAÇONARIA OPERATIVA, A MAIORIA DE RECONHECIMENTO. Os Manuscritos ainda faziam-se referências a outros sinais. No “Manuscrito de Wilkinson” está citada a seguinte pergunta. “P. Quais são os sinais? R. Todos os esquadros, Níveis e Perpendiculares”. Já na “Masonry Dissected” de Prichard a mesma pergunta era respondida: Todos os esquadros, ângulos e Perpendiculares. No “Manuscrito The Whole Institution of Masonry” (1724) a pergunta era: “P. Quais são os sinais? R. Todas as esquadrias são sinais, de acordo com o objeto que se tem às mãos”. Ressalte-se que na Maçonaria Operativa que os esquadros, níveis, perpendiculares ou desenho dos mesmos eram considerados sinais de reconhecimento. No “Manuscrito de Sloane” (1710) tem as seguintes citações: “se ele pegar uma ferramenta ou seu próprio Bastão e bater na parede e dizer: ESTA É A BASE. ESTE É O BURACO. Se houver por perto um Irmão livre para o trabalho ele responderá: ESTAS PAREDES SÃO SÓLIDAS”. “E se fosse à noite no escuro eles dariam duas pequenas pancadas, uma delas grande, como se fossem feitas com um osso ou pequeno cacete”. Um outro sinal “é pegar o lenço com a mão direita e leva-lo até a frente do nariz, aí prendendo com dois dedos dando duas sacudidelas pequenas e uma forte”. Sloane continua citando outro sinal quando um maçom vai à casa de um Irmão “um outro sinal é bater na porta com duas pequenas pancadas e uma terceira mais forte”. O “Manuscrito de Sloane” traz outras curiosidades: “Um sinal gutural é feito com um copo”. Pega-se o copo com a mão direita leva-o à altura do ombro esquerdo, depois traz o mesmo ao ombro direito. “Um maçom para mostrar que está necessitado pega uma pequena pedra de ardósia arredondada e jogando-a em sobre um balcão ou uma mesa .E aí diz: VOCÊ PODERÁ TROCAR ESTA MOEDA? E o outro se for maçom responde: T ROCAREI” “Para fazer com que você perceba que ele está sem dinheiro, o Irmão pega um pedacinho de cano ou algo parecido e pergunta se ele quer compra-lo por... Ele dirá só se for por um valor bem pequeno”. “Para chamar um Irmão entre os companheiros deve tossir três vezes ou bater contra alguma coisa por três vezes”. “Quando você chegar numa Loja você deve bater três vezes, então eles chamarão você”. “Com a sua mão direita pega um dos seus lenços por um dos cantos e, displicentemente joga-o sobre o ombro esquerdo deixando-o pendurado nas costas”. “Se o Irmão estiver precisando de dinheiro, ele puxava a sua faca para fora da bainha e dava-a ao Irmão a quem desejava socorro. Se o Irmão estivesse em condições de socorrê-lo pegava a faca e a recolocava na bainha, do contrário, deixava–a desembainhada em cima de qualquer móvel ou mesmo no chão”. No livro “Dissected Masonry” (1730) de Samuel Prichard existe a seguinte citação: “Indo para casa onde mora um Maçom você dará três batidas na porta: Uma pancada fraca, seguida de uma pancada mais forte e uma terceira bem forte”. No mais antigo documento utilizado para este estudo, o “Edinburg Register Hause” (1696) segundo o estudioso Henry Carr da Loja Quatuor Coronati de Londres consta:
  • 21. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 21/31 “Pega-se o chapéu e faz um circulo no espaço com o mesmo” Ressalte-se que nesta época era comum o uso do chapéu por qualquer cidadão, em toda a Europa. No “Manuscrito The Grand Mistery” cita: “Tirar o chapéu com os dois dedos médio e indicador e mais o polegar” No “ Manuscrito A Masons Confession” (1727) existem a descrição de sinais bem interessantes, no mínimo estranhos para os maçons modernos. “Para cumprimentar um Irmão, você coloca sua mão direita sobre o lado direito do chapéu e, baixando-o coloca sob o queixo. O Irmão cumprimentado coloca sua mão direita sobre o lado esquerdo do chapéu trazendo-o até seu coração”. “O cavalo de um maçom é reconhecido entre outras coisas pelo fato de se jogar o estribo esquerdo sobre o arreio” “Se ele estiver a cavalo, deverá chicoteá-lo com a mão direita sobre a paleta esquerda”. “Quando um maçom apeia de seu cavalo joga o estribo sobre o pescoço do mesmo” “quando enviar alguma carta desenhe em um dos cantos da mesma, um pequeno esquadro”. “Se enviar–lhe suas Luvas, que elas tenham desenhado na primeira junta do segundo dedo um pequeno esquadro”. Os “Manuscritos de Dunfreis” (1710) descrevem um sinal oral, o qual foi modificado, mas é usado até a presente data. “quando você entrar numa sala, faça perguntas: Esta casa é coberta? Se alguém disser que a casa tem GOTEIRAS ou é COBERTA DE SAPÊ, fique em silêncio”. No “Manuscrito de Wilkinson” (1727) cita: Quando uma ou mais pessoas estão em sua companhia é bom usar a expressão CHOVE GOTEIRA quando um Irmão se aproxima”. Quando alguma coisa lhe é dada por um maçom e ele faz a pergunta: QUE CHEIRO É ESSE? “Você deverá responder: UM MAÇOM” Os sinais em Maçonaria são inúmeros, se a considerarmos em toda a sua história. Muitos sinais foram abandonados, foram substituídos e outros modificados e adaptados às circunstancias da época e do rito, porem uma grande maioria deles foi absorvida pelos graus superiores. Os sinais mais conhecidos pela Maçonaria considerando-se todos os Ritos que existem e que existiram que somam a um número perto de 250 ou mais são: Aclamação, admiração, aflição, amizade, angustia, aprovação, apuro, ar, bom pastor, capital, caráter, característico, colar, contestação, demonstração, desaprovação, desesperação, dor, entrada, equidade, êxtase, exterior, extremo, fogo, geral, gutural, hieróglifo, Heredom, horror, identificação, igualdade, inteligência, intrepidez, interrogação, instrução invocação, juramento, lei, manual, mestre, obrigação, ordem, pasmo, passagem, passe, paz, pedestal, pedestre, peitoral, penalidade, próprio, reconhecimento, reflexão, saudação, secreto, silêncio, socorro, sol, surpresa, terra, torre, vocal. Só para citar alguns exemplos: Existe o sinal com armas nos banquetes ritualísticos segurando o copo com a mão direita para brindar. O sinal complementar é um sinal ou uma série de sinais que precedem o ou seguem algum sinal maior da cerimônia que está se realizando. No REAA nos 4º e 14º graus existem os sinais do silêncio e da virtude. No 18°grau tem o sinal do Bom Pastor. Existe ainda o sinal de socorro e sua variação que o mestre maçom executa quando está em perigo.
  • 22. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 22/31 Enfim a Maçonaria adota uma série de sinais, quase todos pelos menos em grande parte foram originados da Maçonaria Operativa, sendo que muitos foram colocados em desuso, ou então modificados e adaptados ao tempo atual ou ao rito segundo a conveniência deste. Mas alguns foram conservados em sua forma original como DUE GUARD no Rito de York (americano). ACOLADA MAÇÔNICA A acolada é um sinal de amizade fraterna, feito pelo Venerável, quando da recepção de um novo membro da Ordem, na hora do tríplice abraço, isto nos Ritos em que há este procedimento. A acolada é um ósculo e é dada na face direita, na face esquerda e novamente na face direita e seria precedida de três batidas dadas com a mão direita no ombro esquerdo do candidato. Mas também conforme o rito são dadas três batidas com o malhete sobre a espada, uma sobre o ombro direito, uma sobre esquerdo e a terceira em cima da cabeça. Depois vem o tríplice abraço e ato continuo é realizada a acolada. É um sinal muito antigo na Maçonaria. Esta cerimônia tem lugar na admissão, recepção e constituição de um novo maçom, ou até na sua elevação a um grau superior. É o ósculo da fraternidade. A acolada seria uma adaptação dos ritos da antiga Cavalaria e também encontrada entre os primitivos cristãos como o ósculo da paz. O beijo fraterno entre maçons é o sinal exterior da amizade e amor fraternal que os une. O sinal é feito através de um tríplice abraço e o Venerável oscula as faces do recém-iniciado. Segundo alguns autores, o Venerável osculará a face direita, depois à esquerda em seguida a testa, mas o mais comum é oscular a face direita, depois à esquerda e novamente a direita. Este sinal caiu em desuso na Maçonaria atual, mas ainda assim ele é usado por algumas lojas. Referências BARBOSA, Antônio Carlos Tavares DUE GUARD – Um primitivo modo de reconhecimento Trabalho apresentado no I Encontro de Membros Correspondentes da Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”- LONDRINA- PR, 1989 CARVALHO, Francisco de Assis SINAIS TOQUE E PALAVRAS. Trabalho apresentado no III Encontro de Membros Correspondentes da Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-LONDRIN PR- 1991 CARVALHO, Francisco de Assis SÍMBOLOS MAÇÔNICOS E SUAS ORIGENS. Cadernos de Estudos Maçônicos nº 8 Editora “A Trolha” - Londrina PR, 1990 FIGUEIREDO, Joaquim Gervasio de DICIONÁRIO DE MAÇONARIA. Seus mistérios, seus ritos, sua filosofia sua história Editora Pensamento - São Paulo, 1974
  • 23. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 23/31 O Irmão João Anatalino Rodrigues escreve aos domingos jjnatal@gmail.com - www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br MAÇONS E PROTESTANTES- A NOVUM ORDO SECLORUM Foi o filósofo Max Weber que melhor descreveu a relação existente entre crença religiosa e o tipo de atividade econômica. Ele observou que os proprietários do capital, empresários e maioria dos trabalhadores com qualificação profissional de maior grau, professavam algum credo de origem protestante. Enquanto os católicos preferiam seguir uma orientação humanística no campo da educação, os protestantes optavam por uma educação de tipo técnico. Esse tipo de orientação acabava gerando, como ele constatou na Alemanha, uma concentração de renda nas mãos dos protestantes. Situação que até há bem pouco ainda era razão para muitos conflitos, especialmente na Irlanda, onde católicos e protestantes se matavam uns aos outros nas ruas. Max Weber se perguntava a razão dessa tendência dos protestantes para o racionalismo econômico e chegou à conclusão de que essa orientação provinha daquilo que ele chamou de ética protestante em relação à forma de ganhar a vida. Um exemplo dessa ética estava nas máximas de Benjamin Franklin com relação ao dinheiro: tempo é dinheiro, quem tem crédito tem dinheiro, dinheiro é produtivo, o bom pagador sempre terá crédito, o comportamento pessoal afeta o crédito, etc. Essa é uma clara definição do credo capitalista liberal. Nestas regras ele via a manifestação de certo espírito moral ou uma ética particular, no sentido de se ter uma ideia da profissão como dever e da necessidade do indivíduo de se dedicar ao trabalho produtivo como fim em si mesmo. Algo diferente da velha tradição bíblica, adotada pela Igreja de Roma, que via o trabalho como castigo dado por Deus ao homem em razão do chamado pecado original. E da equivocada interpretação da teologia católica que via na ambição um pecado capital, embora nunca a proibisse nem criticasse quando se tratava de seus papas, bispos e prelados. 6 – Maçons e Protestantes – Novum Ordo Seclorum João Anatalino Rodrigues
  • 24. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 24/31 A riqueza do Vaticano e a hipocrisia do clero católico foi causa de Reforma Protestante. Isso explica, por exemplo, o fato de povos como o da Inglaterra, Alemanha, Holanda, Suiça, etc, nações que ostentam uma maioria protestante, terem construído países de economia forte, alicerçadas no sistema capitalista e outras, como Espanha, Portugal, Itália, estarem patinando em termos econômicos até hoje, embora também tenham adotado, em algum momento de suas histórias, um sistema capitlista ainda mais selvagem e predador do que o adotado pelas nações anglo-saxônicas. E explica também porque Estados Unidos e Canadá são o que são e a nossa pobre América Latina ser o que é. Os Estados Unidos da América, país capitalista por excelência, foi construído em cima da chamada ética protestante (especialmente a chamada ética calvinista), aliada ao pensamento maçônico. Este último, se analisado exclusivamente do ponto de vista histórico-filosófico, nada mais é que uma inspiração calvinista enxertada de gnosticismo e pragmatismo judeu. Percebe-se isso claramente quando Weber analisa as raízes religiosas da forma de pensar e agir dos povos que adotaram a religião protestante, especialmente as populações que imigraram para a América do Norte. Essas raízes, Weber as identifica no "conceito de vocação” desenvolvido por Lutero, conceito esse ele extraiu da tradução que fez da Bíblia e do termo "profissão" ou "vocação" (em alemão Beruf) que ele definiu como sendo a de uma missão dada por Deus a cada homem. Conceito que a Maçonaria moderna apropriou, diga-se de passagem, quando fez do maçom o “obreiro construtor do mundo moderno”, ideia que se traduz na metáfora “construir templos á virtude e cavar masmorras ao vício”, que constitui a divisa mais significativa da Ordem. Não é segredo para ninguém que Lutero, históricamente um místico que flertou com o movimento Rosa-Cruz, teve um papel fundamental na origem do espírito do capitalismo. Fez isso ao dar uma nova interpretação ao conceito do trabalho. Com isso ele trouxe a prática ascética dos monges, antes dirigida para uma vida contemplativa e puramente espiritual, para a lida cotidiana, na qual a preocupação com a economia e o bem estar social passaram a ser tão importantes quanto a própria questão espiritual. E os mosteiros, as igrejas, os conventos e demais unidades que sediavam o exercício da religião passaram a desenvolver atividades produtivas, tornando-se importantes núcleos de desenvolvimento de tecnologia e fomento das atividades econômicas. Dessa forma Lutero conferiu um valor religioso ao trabalho, ideia que, a priori, já se cultivava na antiga Maçonaria operativa, que via no exerrcicio da profissão de pedreiro uma forma de ascese que, mais que uma maneira de ganhar a vida, era uma atividade que elevava o espirito do seu praticante ao território da dividade. Assim, a disciplina que o monge praticava fora do mundo (ascese extramundana) passou a ser exigida de todo e qualquer leigo cristão dentro do mundo (ascese intramundana), pois segundo o próprio evangelho “todo operário era digno do seu salário”. Isso quer dizer que mais do que a conquista, pura e simples de um lugar no mundo das coisas divinas, objeto da prática gnóstica e ideal ascético dos monges católicos, o homem devia, em primeiro lugar, construir o próprio mundo em que ele vivia com seu trabalho. O anjo com asas e harpas, da tradição escolática e agostiniana, foi substituido pelo operário com suas mãos e ferramentas de trabalho. É nesse sentido que a Reforma protestante passa pela Maçonaria e desemboca no espirito do capitalismo, embora Lutero ainda visse o tipo de profissão exercido pelo indivíduo sob uma ótica bem tradicionalista. Com efeito, não era seu objetivo dar sustentação ideológica ao capitalismo nascente, pois a influência de suas ideias sobre o valor do trabalho e do capital é concebida por Weber como uma consequência não premeditada por ele, ou melhor, ele não previu as consequências que elas teriam sobre a ética que os seus seguidores viriam a desenvolver nesse sentido. Não obstante, Weber enxerga uma sensível "afinidade eletiva" entre a moral protestante e
  • 25. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 25/31 a conduta capitalista. Essa ”afinidade” seria observada de uma forma bastante visível na teoria do “destino manifesto” com a qual os líderes da nação americana forjaram a filosofia de vida dos americanos. Líderes esses, que como é de domínio público, eram, em sua maioria, membros da Maçonaria e estamparam em seus símbolos nacionais vários ícones adotados pela Ordem. E também pode ser observada com bastante ênfase nas teorias que fundamentam o liberalismo econômico, consubstanciadas principalmente nas teses de Adam Smith, que ao justificar a riqueza das nações, sustentou que ela está fundamentada na liberdade que as pessoas têm para executar o seu trabalho e aplicar os seus capitais. Nesse sentido, a chamada “mão invisível” que Smith define como uma espécie de lei natural organizando o fluxo de capitais e a produção mundial nada mais é do que uma adaptação do conceito de “vocação” de Lutero, pois nessa ótica cada nação e cada indivíduo tem uma “vocação” particular e é com o exercício e a aplicação eficiente deles que a riqueza é construída. Há muita verdade nas teses weberianas, embora algumas constestações possam ser levantadas. É claro que não são apenas as raízes protestantes e católicas das nações da Europa e da América que podem ser invocadas para justificar o desenvolvimento econômico de umas e o atraso de outras. Há questões históricas, sociológicas e principalmente politicas, que talvez sejam mais importantes que essa. Mas o tema merece reflexão. Principalmente em uma época em que parece, pelo menos no Brasil, que a palavra ética, moral, decência, comportamento, fidúcia, elementos que fizeram a espinha dorsal da chamada “Novus Ordo Seclorum”, construída em cima da ética calvinista e da utopia maçônica perderam o verdadeiro sentido. Vemos isso principalmente no nosso meio político onde a bancada evangélica e vários parla-mentares maçons comungam com a indecência, a corrupção, o crime e a imoralidade. Principalmente o chamado grupo do deputado Eduardo Cunha, composto, em sua maioria, por pastores evangélicos, que com a iniquidade do seu comportamento devem estar fazendo Calvino e Lutero se remexerem no túmulo. É mais do que tempo de os tempos se reencontrarem. Maçons e protestantes têm uma História e um passado a honrar. Seria bom não se esquecerem disso.  Visando explicar a razão desse fenômeno, no capítulo seguinte, Weber apresenta sua definição de "Espírito do capitalismo"
  • 26. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 26/31 (as letras em vermelho significam que a Loja completou ou está completando aniversário) GOB/SC – http://www.gob-sc.org.br/gobsc Data Loja Oriente 01.06.1998 Fritz Alt - 3194 Joinville 01.06.1993 Acquarivs - 2768 Florianópolis 03.06.1996 Luz Esotérica - 3050 Porto União 05.06.2001 Vigilantes da Verdade - 3398 Tubarão 08.06.1984 União E Trab. do Iguaçu-2243 Porto União 08.06.1987 União Mística - 2440 Videira 10.06.1910 Aurora Joinvilense - 4043 Joinville 14.06.1909 Renascer do Vale - 4007 Penha 20.06.2005 Luz de Correia Pinto - 3687 Lages 21.06.2010 Cavaleiros da Paz - 3948 São José 23/06/1930 Luz e Verdade Iii- 1066 Joinville 24.06.1997 São João Batista - 3061 São João Batista 24.06.2004 Acácia do Oriente - 3596 Joaçaba 29.06.2010 Ouroboros - 4093 Florianópolis 30.06.2003 Acácia de Imbituba 3506 Imbituba GLSC - http://www.mrglsc.org.br Data Nome Oriente 03.06.2009 Elimar Baumgarten nr. 101 Timbó 06.06.1984 Obreiros de Salomão nr. 39 Blumenau 06.06.1985 República Juliana nr. 40 Laguna 21.06.1994 Harmonia Brusquense nr. 61 Brusque 24.06.1911 Acácia Itajaiense nr. 01 Itajaí 24.06.1999 Luz nr. 72 Jaraguá do Sul 24.06.2002 Elos da Fraternidade nr. 84 Concórdia 24.06.2005 Amizade ao Cruzeiro do Sul II nr. 90 Joinville 24.06.2005 Cinzel nr. 89 Curitibanos Lojas Aniversariantes de Santa Catarina Mês de junho 7 – Destaques (Resenha Final)
  • 27. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 27/31 GOSC https://www.gosc.org.br Data Nome da Loja Oriente 03/06/1985 Obreiros da Luz Lages 06/06/2003 Livres Pensadores Joaquim José Rodrigues Lages 07/06/2010 Livres Telúricos Maravilha 09/06/1975 Ordem e Progresso Brusque 14/06/1993 Tordesilhas Laguna 20/06/1979 Luz do Oriente Itajaí 21/06/1999 João de Deus São Francisco Do Sul 26/06/2001 Jacques DeMolay Itajaí
  • 28. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 28/31 Loja Maçônica Brasil Central nr. 10 – Araguari - MG
  • 29. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 29/31 Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News. 1 – Você Vai Se Perguntar Se Essas Imagens São Mesmo Pinturas! 2 – Caso você tenha perdido Os Belos Sons e Incríveis Paisagens da Floresta Amazônica 3 – Você Já Ouviu Esta? A Pior Forma de Ganhar 4 – Cuidado! Vitaminas Em Excesso Podem Fazer Mal à Saúde! 5 – É Por Isso Que Os Gatos São Tão Especiais Em Nossas Vidas! 6 – Futebol Comédia https://www.youtube.com/watch?v=xF12zQhZ7ec 7 – Filme do dia: “Aviso de Tempestade – (dublado) https://www.youtube.com/watch?v=f18UKL2rlus
  • 30. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 30/31 O Irmão e poeta Sinval Santos da Silveira * escreve aos domingos no “Fechando a Cortina” Salvei a sua vida, quando ainda era muito pequenino, com os olhinhos fechados... Caiu do ninho, para ser amparado no meu coração. Comida no biquinho, a cada hora, lhe dei. Era o meu filhotinho. O tempo foi passando e ele desabrochou num lindo passarinho, o meu querido SANHAÇU !
  • 31. JB News – Informativo nr. 2.073 – Melbourne (Vic.) domingo, 5 de junho de 2016 Pág. 31/31 Depois de adulto, bonito e sedutor, tentei introduzi-lo à natureza, mas preferiu ficar comigo. Fazia-me cafuné e cantava baixinho, só para mim. Creio que era um anjinho e não, apenas, um passarinho. Não sei porque, Deus precisou da sua alma, lá no Céu... Era tão pequenino e eu o amava tanto ! Pode ser que seja para voar e brincar com os anjinhos. Cuida bem dele, meu Deus, por favor ! Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG: http://poesiasinval.blogspot.com * Sinval Santos da Silveira - MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 – Florianópolis