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Índice Pags
1.INTRODUÇÃO......................................................................................................................3
2.OBJECTIVOS.........................................................................................................................4
2.1 Objectivo Geral ................................................................................................................4
2.2 Objectivos específicos......................................................................................................4
3.METODOLOGIAS DE TRABALHO....................................................................................4
4.ASPECTOS GEOGRAFICOS DAS AREAS DE ESTUDO .................................................5
5.EQUIPAMENTOS USADOS DURANTE AS AULAS DE CAMPO ..................................6
5.1 Martelo geológico ............................................................................................................6
5.2 Bússola geológica.............................................................................................................7
5.3 GPS..................................................................................................................................8
5.4 Lupa de geólogo..............................................................................................................9
5.5 Caderneta do campo ......................................................................................................9
6. PROCESSO DESCRITIVO DOS AFLORAMENTOS .................................................10
6.1 DISTRITOS DE TETE E CHANGARA 18/06/2022 ................................................10
6.2 AFLORAMENTO 1.....................................................................................................10
6.3 AFLORAMENTO 2.....................................................................................................11
6.4 AFLORAMENTO 3.....................................................................................................11
6.5 AFLORAMENTOS NOTAVEIS AO LONGO DA EN7 VIA CHANGARA.........13
6.6 AFLORAMENTO 7.......................................................................................................14
6.7 AFLORAMENTO 8.......................................................................................................16
7. DESCRIÇÃO DOS AFLORAMENTOS ............................................................................18
7.1 AFLORAMENTO 1.......................................................................................................18
7.2 AFLORAMENTO 2........................................................Erro! Marcador não definido.
7.3 AFLORAMENTO 3.......................................................................................................20
7.4 Tipos de falhas ...............................................................................................................21
2
7.5 Sistemas de falhas ..........................................................................................................21
7.6 AFLORAMENTO 4.......................................................................................................22
7.7 AFLORAMENTO 5.......................................................................................................23
7.8 AFLORAMENTO 6.....................................................................................................24
7.9 AFLORAMENTO 7.....................................................................................................24
7.9.1 OUTROS AFLORAMENTOS AO LONGO DA EN7-MOATIZE ..................25
8. DISTRITOS DE TETE, MOATIZE E CHIUTA............................................................27
8.1 AFLORAMENTO 1.....................................................................................................27
8.2 AFLORAMENTO 2.....................................................................................................28
8.3 AFLORAMENTO 3.......................................................................................................29
8.4 AFLORAMENTO 4.......................................................................................................29
8.5 AFLORAMENTO 5.......................................................................................................30
8.7 AFLORAMENTO 7.......................................................................................................31
8.8 AFLORAMENTO 8.......................................................................................................32
8.9 AFLORAMENTO 9.......................................................................................................33
8.9.1 AFLORAMENTO 10..............................................................................................34
8.9.2 AFLORAMENTO 11..............................................................................................36
10. RECOMENDAÇŌES........................................................................................................37
11. CONCLUSÃO...................................................................................................................38
12. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS...............................................................................39
3
1. INTRODUÇÃO
Durante o processo de aprendizado na área de Engenharia de Processamento Mineral, faz-se
necessário reconhecer as estruturas ou processos geológicos de rochas de acordo com a sua
exposição na superfície da terra (afloramentos), bem como a descrição e interpretação da
fácies geológica na prática da observação das rochas. Os afloramentos podem ser originados
naturalmente pela erosão do solo que cobria a rocha, ou pela acção humana como por
exemplo em corte de estradas ou em pedreiras. Afloramentos são muito importantes para
estudos geológicos, porem, permitem a observação directa das rochas e facilitam a colheita
de amostras para estudos laboratoriais. Foi neste âmbito que na companhia dos docentes
realizou-se o estudo de campo ou aulas em campo para aprender e interpretar as rochas
sedimentares, metamórficas e magmáticas assim como os seus detalhes de ocorrência ou da
constituição. Todavia, o aprendizado adquirido em campo está patente neste relatório de
forma descritiva de acordo com as visitas feitas.
4
2. OBJECTIVOS
2.1 Objectivo Geral
Desenvolver competências básicas, capacidades e habilidades dos estudantes (futuros
engenheiros) no processo de observação dos fenómenos que ocorrem na natureza.
2.2 Objectivos específicos
1) Conhecer diversos tipos de rochas existentes nos distritos de Tete, Changara, Chiúta e
Moatize;
2) Descrever as ocorrências geológicas observadas durantes as aulas de campo;
3) Recolher amostras de mão de rochas sedimentares, magmáticas e metamórficas;
4) Distinguir as rochas e conhecer o seu processo de formação.
5) Conciliar as aulas teóricas obtidas na cadeira de mineração e as aulas de campo.
6) Saber usar os equipamentos de auxílio geológico como Gps, lupa, bússola e martelo.
3. METODOLOGIAS DE TRABALHO
A metodologia utilizada para o trabalho consistiu na combinação de técnicas e métodos de
recolha de dados:
● Observação e experiência
● Visita aos locais previamente definidos e interacção com os docentes acompanhantes.
●Consulta de manuais da área durante a execução de trabalho
5
3. ASPECTOS GEOGRAFICOS DAS AREAS DE ESTUDO
As aulas práticas foram realizadas na província de Tete, especificamente nos distritos de
Tete, Changara, Moatize e Chiúta.
A província de Tete localiza-se no extremo noroeste do país e faz fronteira com três países
numa extensão de 1480km, citando:
República de Malawi 610 km, com a República de Zâmbia 420km e com a República de
Zimbabwe 450km. Zâmbia e Malawi a norte, Malawi a este, Zâmbia e Zimbabwe a oeste e a
sul com Zimbabwe e três províncias moçambicanas, Zambézia a este, Manica e Sofala a Sul e
entre as coordenadas 14⁰00ꞌ Norte, 17⁰42ꞌ01” Sul e 30⁰13ꞌ Este e 35⁰20ꞌ07” Oeste. O clima
que predomina nas áreas em que foi realizado o estudo de campo é tropical seco, com uma
vegetação arbustiva e com predominância de maçaquineiras e embondeiros. A área em
epígrafe apresenta solos fraco-argiloso arenosos.
6
5. EQUIPAMENTOS USADOS DURANTE AS AULAS DE CAMPO
5.1 Martelo geológico
Martelo geológico é um instrumento utilizado para dividir rochas ou obter ruptura. Na
geologia de campo, este é usado para obter uma superfície fresca de uma rocha para
determinar sua composição, orientação de estratificação, natureza, mineralogia , história e
estimativa de campo da resistência da rocha. Na colecta de fósseis e minerais, o martelo é
empregue para quebrar rochas com o objectivo de revelar fósseis em seu interior. Martelo de
geólogo também é usado algumas vezes para escala em uma fotografia, também serve como
uma extensão dos sentidos, permitindo ao geólogo perceber a granularidade, solidez e
resistência à fractura da rocha que podem ser relevantes para seu uso ou identificação. Na
colheita de uma amostra de mão para se analisar a posterior, deve-se tomar em consideração
o seguinte:
Tamanho da amostra (aproximadamente 10 cm * 15 cm);
 Colher a parte fresca da rocha e representativa;
 A orientação da rocha (coordenadas do local, se possível indicar topo/base)
Figura 1: Martelo geológico
Fonte: Foto tirada no campo pelo autor
7
5.2 Bússola geológica
É um aparelho de uso corriqueiro do geólogo de campo que reúne dois sistemas de medidas
angulares, um no plano horizontal, a agulha magnética, e outro no plano vertical,
o clinómetro, com objectivo de estabelecer a disposição espacial de planos e/ou lineações
geológicos, servindo, também, como ferramenta de localização em campo e de trabalhos
topográficos expeditos com a determinação de rumos e gradientes.
Através de uma agulha imantada que se alinha segundo o fluxo do campo magnético terrestre
e girando livremente no plano horizontal, a bússola permite estabelecer a orientação de uma
dada direcção com relação ao Norte magnético; a direcção pode ser de uma atitude de
camada, de falha, de xistosidade, ou definir um rumo de movimentação no campo, por
exemplo.
Através do clinómetro que mede os ângulos de inclinação a bússola permite definir os
mergulhos de camadas e outros planos ou linhas de feições geológicas, bem como a
inclinação de uma drenagem. Durante as aulas de campo usou-se bússola Silver, eis a bússola
na figura 2.
Fig 2: Bússola da marca Silver.
Fonte: Autor (foto tirada no campo).
8
5.3 GPS
GPS significa (sistema de posicionamento global) é formado por três segmentos: o espacial,
de controlo e utilizador. O espacial é composto por 24 satélites distribuídos em seis planos
orbitais. O segmento de controlo é responsável pelo monitoramento das órbitas dos satélites.
Por fim, o segmento do utilizador é o receptor GPS, responsável pela captação dos sinais
fornecidos pelos satélites. Esse sistema de navegação permite, através de satélites artificiais, a
obtenção de informações sobre a localização geográfica em qualquer lugar da superfície
terrestre e em qualquer hora do dia.
A localização geográfica ocorre em razão da emissão de rádio dos satélites, que são captadas
por receptores GPS na Terra, onde são descodificadas as informações e fornecidos a latitude,
longitude e altitude."
De acordo com a explicação do Engenheiro Bernardo Miguel Bene, durante as aulas em
campo, o Gps deve apanhar no mínimo 3 satélites. Eis a imagem do Gps na figura 03 abaixo.
Fig 3: GPS
Fonte: Foto retirada da internet
9
5.4 Lupa de geólogo
A lupa é um instrumento óptico munido de uma lente com capacidade de criar imagens
virtuais ampliadas. É utilizada para observar com mais facilidade pequenos objectos e alguns
detalhes ou superfícies. Também denominada microscópio simples, é constituída de uma
única lente convergente, o geólogo usa o instrumento para ampliar a amostrar a observar e
conseguir distinguir os minerais macroscopicamente. Eis a imagem na figura 4
Fig 4: Lupa de geólogo
Fonte: Internet
5.5 Caderneta do campo
A caderneta de campo é a planilha na qual são anotadas todas as informações referentes
ao levantamento de dados em campo. A mesma possibilita a interpretação dos trabalhos
realizados durante a obtenção de dados. Eis a imagem na figura 5
Fig 5: Caderneta de campo
Fonte: Internet (foto retirada da internet)
10
6. PROCESSO DESCRITIVO DOS AFLORAMENTOS
6.1 DISTRITOS DE TETE E CHANGARA 18/06/2022
Acompanhado por: Engenheiro Pedro Saca Francisco
6.2 AFLORAMENTO 1
Pedreira de Mafilipa
Coordenadas X: 0560189 e Y:8203620; Elevação:290 metros.
O afloramento localiza-se na cidade de Tete e distrito do mesmo nome, a acessivelmente 25
km do Instituto Superior de Tete, na EN7, em direcção ao cruzamento 18 km, bem próximo
da pedreira SINTRAPEL NOVA ERA, com 100 m de comprimento e 60 m de largura. O
afloramento referenciado apresenta uma rocha metamórfica denominada gnaisse.
Gnaisse é uma rocha metamórfica, resultante da deformação de granito ou arcósico, tem
composição de vários minerais, com 20% de feldspato potássico, quartzo e biotite com uma
granulação entre média e grossa. As rochas são extremamente usadas na construção civil,
principalmente na construção de estradas e pontes e é a mesma que é explorada pela empresa
SINTRAPEL NOVA ERA, na exposição superficial é notável a fragmentação da rocha
através de explosivos para posterior transformação em brita. Eis a fig. 5
Fig 05: Ilustra rocha metamórfica gneisse-migmatito e com algumas áreas detonadas através
de explosivos.
Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo)
11
6.3 AFLORAMENTO 2
Coordenadas X: 0560028; Y: 8203437; Elevação: 299 metros
É um afloramento de tipo corte de estrada, que está localizado ao longo da EN7, na zona de
Mafilipa, a 150 m do primeiro afloramento. A sua exposição superficial é notável
macrospicamente a presença de Granito-gnaisse, com seguintes atitudes: DC = 040 ou
N40E, 60 NW e Direcção de inclinação de 310, 60NW ou (60, 310). Eis a fig 06
Fig 06: Ilustra uma das margens do afloramento do tipo corte de estrada.
Fonte: Manual de apoio ISPT
6.4 AFLORAMENTO 3
Coordenadas X: 0558300; Y: 8201083; Elevação: 308 metros.
Situa-se a cerca de 200 metros do rio que separa cidade de Tete do distrito de Changara, ao
longo da EN7 em direcção a Changara. E um afloramento do tipo corte de estrada de
dimensão de cerca de 70 metros de extensão. E constituído por rochas do tipo granito-
gnaisse, apresentando três diques doloriticos com orientação aproximada de N30W, com
dimensões de 50cm, 20cm e 115cm respectivamente.
12
No complexo Granito-Gnaisse ocorrem rochas graníticas-gnáissicas de origem magmática
e/ou sedimentar de médio ou alto grau metamórfico, sendo encontradas em terrenos contendo
granitos e sequências de rochas verdes. Eis a fig. 07
Fig 07: A abertura mostra por onde atravessava um dique dolorítico, que foi removido pela
população que usou como material de construção.
Fonte: Manual ISPT
Ao longo deste afloramento, macrospicamente e possível ver algumas deformações que
ocorreram nas rochas é que podem ser resultado do arqueamento de camadas rochosas,
inicialmente planas, com comportamento dúctil, pela ação de tensões compressivas e que são
denominadas dobras. Também é visível a concentração de alguns minerais félsicos e máficos.
Minerais félsicos é um termo que resulta da combinação das palavras "feldspato" e "sílica" e
que são geralmente de cor clara e com peso específico inferior a 3. Os minerais félsicos mais
comuns são o quartzo, a moscovite, feldspatos alcalinos (por exemplo, ortoclase) e os
feldspatos da série das plagioclases. A rocha félsica mais comum é o granito.
Minerais máficos são minerais, como a biotite, as anfíbolas, as piroxenas e a olivina, que são
ricos em ferro e magnésio, e têm cor escura. São responsáveis, quando em quantidade
suficiente, pela tonalidade escura das rochas magmáticas.
13
6.5 AFLORAMENTOS NOTAVEIS AO LONGO DA EN7 VIA CHANGARA
Na zona de Mazoe com as coordenadas X: 0548110 Y: 8191456; Elevação: 312 metros, é
notável a presença de um afloramento 4 do tipo corte de estrada, bem próximo da Escola
Primária de Missawa. O afloramento é constituído por uma rocha gnaisse que por sua vez é
uma rocha de origem metamórfica, resultante da deformação de sedimentos arcósicos ou de
granitos e também o afloramento apresenta um veio de quartzo que corta discordantemente a
rocha Gnaisse.
No rio Vuzi, na margem esquerda, no povoado do mesmo nome, com as coordenadas
X:0542851; Y: 8174561, Elevação: 184 m verifica-se o afloramento 5. Este apresenta uma
estrutura sedimentar planar e cruzada, constituído por uma rocha arenito fino e grosseiro.
Arenitos são rochas lapidificadas constituídas por areias aglutinadas por um cimento natural,
que geralmente caracteriza a rocha. No mesmo afloramento, com a dissolução com água e
notável a presença de calcário que por sua vez calcário é uma rocha sedimentar que contém
minerais com quantidades acima de 30% de carbonato de cálcio (aragonita ou calcita).
Quando o mineral predominante é a dolomita (CaMg{CO3}2 ou CaCO3•MgCO3) a rocha
calcária é denominada calcário dolomítico.
Calcário serve para:
 Produção de cimento Portland.
 Produção de cal (CaO).
 Correcção do pH do solo para a agricultura.
 Fundente em metalurgia.
 Fabricação de vidro.
 Como pedra ornamental.
 Adubação química.
Ainda ao longo da EN7, no povoado de Mazoe, com as coordenadas X:0540580;
Y:8171137, Elevação: 186 metros, existe um afloramento 6, do tipo corte de estrada
com 50 metros de comprimento e 2,5 metros de altura, constituído por basalto, que é
uma rocha ígnea eruptiva (magmática) de composição máfica, por isso rica
em silicatos de magnésio e ferro e com baixo conteúdo em sílica, que constitui uma
14
das rochas mais abundantes na crosta terrestre. Rocha com estrutura amigdaloidal na base
e blocos de basalto mostrando a meteorização esferoidal no topo.
Nas coordenadas X:0536584; Y:8158134; Elevação: 263 metros, ao longo da EN7, acerca
de 3 km após o rio Mazoe para vai a vila sede de Changara, existe o afloramento 7, nota-se a
presença de basalto com uma coloração acastanhada, numa extensão de 100 metros e alturas
de 10 metros, o afloramento apresenta algumas fracturas.
6.6 AFLORAMENTO 7
Coordenadas: X:0528059; Y:8134421, Elevação: 237 metros.
Localiza-se logo no distrito de Changara junto ao rio Luenha que faz fronteira entre as
províncias de Tete e Manica, do lado direito, é um afloramento natural com a vegetação
ainda verde e solo esbranquiçado.
Direcção da camada: 280
Direcção de inclinação: 280,20SW
Neste afloramento natural, nota-se ocorrência de rochas gnaisses e que este tipo de rocha
geralmente é constituído por feldspato-potássico, quartzo, plagioclase e mica. Ao longo deste
verifica-se estruturas do tipo marmitas, que são resultantes do desgaste provocado pelo
movimento de fragmento de rochas sobre uma determinada secção.
Gnaisse é uma rocha metamórfica de médio a alto grau, portanto, foi submetida a
temperaturas e pressões elevadas, é uma das rochas metamórficas mais comum na terra.
Devido à sua grande variação mineralógica e seu grau metamórfico, é amplamente
empregada como brita na construção civil e na pavimentação, além do uso ornamental.
15
Nesse afloramento é possível ver fracturas com orientação de 280, veios de quartzo que
variam entre 1 a 13 cm, com uma orientação geral de N-S, também pode-se observar uma
falha sinistral (movimento relativo dos blocos no sentido anti-horário) com orientação E-W.
Eis a fig. 08
Fig 8 A imagem ilustra a sobreposição de rochas e estrutura do tipo marmita.
Fonte: Autor (Foto tirada durante as aulas de campo).
Nas margens do rio é possível ver alguns vestígios do processamento do ouro artesanalmente.
O material que supostamente tem o ouro é tirado do lado da província de Manica e posterior
processamento artesanal nas margens do rio Luenha.
16
Esta prática não é recomendável porque é uma prática contra o ambiente, poluindo as águas
do rio que além do seu consumo também são importantes para o bem da biodiversidade. Eis a
imagem na fig. 9
Fig 9: Imagem da planta de processamento artesanal nas margens do rio Luenha, também é a
água turva devido a essa prática não recomendável
Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo)
6.7 AFLORAMENTO 8
Coordenadas X:0529880; Y:8138560, Elevação 244 metros
Na sede do distrito de Changara, a sensivelmente 1 km do posto policial, a direita do rio
Luenha. Uma área que ocorre uma erosão com sinais visíveis de avanços na margem do rio e
que o fenómeno forçou a população a abandonar o local por ser perigoso.
De acordo com o Mundo Educação erosão é o processo de desgaste, transporte e
sedimentação do solo, dos subsolos e das rochas como efeito da ação dos agentes erosivos,
tais como a água, os ventos e os seres vivos. O processo de desagregação das partículas de
rochas (chamadas de sedimentos) é ocasionado pela ação do intemperismo (conjunto de
processos químicos, físicos e biológicos que provocam o desgaste dos solos e rochas). O
transporte desses sedimentos ocorre pela ação da gravidade e dos elementos da superfície.
17
Já a sedimentação consiste na deposição das partículas dos ambientes erodidos. Este
fenómeno ocorre em rochas sedimentares do Grés de Sena, formando taludes que atingem
cerca de 20m de altura ao longo do rio Luenha. Eis a fig. 09
Fig 10: (A foto ilustra o avanço da erosão)
Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo)
18
7. DESCRIÇÃO DOS AFLORAMENTOS
DISTRITO DE MOATIZE 16/07/2022
Acompanhado por: Engenheiro Bernardo Bene
7.1 AFLORAMENTO 1
Coordenadas: Y: 8213141; X: 0569219
O afloramento situa-se a 4 km da ponte da base Kassuende sobre o rio Revubwe
concretamente na comunidade de Benga, distrito de Moatize ao longo da EN7.
É um afloramento artificial, isto é, resulta da acção humana (afloramento do tipo corte de
estrada), acção que foi criada durante a construção da estrada nacional número 7. Nesta
exposição superficial, nota-se a ocorrência de rochas sedimentares, composta por arenito e
siltito, também é visível a sobreposição de camadas, sendo a primeira camada o siltito e a
segunda o arenito.
Princípio da sobreposição das camadas, ou Princípio da Sobreposição, é um princípio
da estratigrafia atribuído a Nicolau Steno que afirma que a deposição dos estratos
(sedimentação) ocorre sempre por ordem cronológica da base para o topo da coluna
estratigráfica. Desta forma, numa sucessão de estratos cuja ordem não foi alterada, cada
estrato é mais antigo do que aquele que o cobre e mais recente do que aquele que lhe serve de
base. Esta disposição pode ser alterada por movimentos tectónicos, de acordo com Este
princípio, embora simples, foi um avanço no pensamento geológico
O princípio de sobreposição é vital para a compreensão da geologia sendo uma das bases
da datação relativa e do estudo da geologia da Terra, de acordo com
19
Departamento de Paleontologia e Estratigrafia - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Eis a foto, na fig. 11
Fig.11 Afloramento do tipo corte de estrada, mostrando uma sequência de deposição cíclica,
argilito, siltito e arenito.
Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo).
Na imagem é possível observar com clareza o processo de sobreposição de camadas, sendo
que a primeira é siltito e a segunda é arenito.
7.2 AFLORAMENTO 2
Coordenadas: Y: 8213355; X: 0569382
Este afloramento está localizado a 200m do primeiro ainda no povoado de Benga, distrito de
Moatize na EN7, neste afloramento do tipo corte de estrada, ocorrem rochas sedimentares,
nomeadamente arenito grosseiro no topo e siltito meteorizado na base, com direcção da
camada 120,12SW ou N60W, 12SW, direcção de inclinação da camada 210,12 e são mais
grossas do que as do primeiro afloramento. Eis a imagem na fig. 12
Fig 12: Afloramento do tipo corte de estrada, mostrando sequência de deposição, arenito
grosseiro no topo e argilito na base
Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo)
20
7.3 AFLORAMENTO 3
Coordenadas Y: 8213466; X: 0569440
O afloramento localiza-se a 100 metros do segundo, na EN7, povoado de Benga, distrito de
Moatize. No afloramento em epígrafe nota-se ocorrência de rochas sedimentares constituídas
por carvão mineral intercalado por siltito e enxofre espalhado. E possível ver a presença de
uma fractura que criou deslocamento e que o mais provável é que existiu um plano de falha.
A atitude da camada de siltito é de 118, 6SW ou N62W,06SW de direcção, e direcção de
inclinação 208, 08 ou (08, 208), enquanto a atitude da camada de carvão mineral é de 136,
08SW ou N44,08SW, e direcção de inclinação 226, 08SW ou (08, 226). Eis a figura 13
Fig 13. Apresenta camada de carvão intercalado por siltito e enxofre disseminado
Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo)
Neste afloramento possui um plano de falha que por sua vez define-se como uma superfície
não necessariamente plana, definida pela fractura e pelo movimento dos blocos. A sua
inclinação pode variar entre 0o
e 90o
. Quando o plano, devido à deslocação dos blocos, se
apresenta polido, denomina-se espelho de falha. Nas camadas de carvão mineral há presença
de enxofre (cor amarela). O plano de falha tem a seguinte atitude da direcção do plano de
falha N70W,50⁰SW direcção do plano de falha ou 110, 50SW e direcção de inclinação do
plano de falha 210,50. A falha apresenta um rejeito de 30 cm.
21
7.4 Tipos de falhas
As falhas podem ser:
Falha Inversa ou compressiva – manifesta-se de forma oposta ao tipo de falha normal,
com o bloco deslocado movimentando-se acima do plano original. Ela ocorre quando o
tectonismo exerce pressões positivas sobre o bloco rochoso em questão.
A falha horizontal ou transcorrente – acontece quando há deslocamento no plano
horizontal entre os dois blocos, sendo mais comum em zonas de encontro entre duas placas
tectónicas, quando essas também se movimentam horizontalmente. Assim, cada bloco sofre
com um tipo de força diferente e apresenta deslocamentos distintos. Neste tipo de falha
podemos encontrar dois tipos a saber:
Sinistral- quando movimenta-se a esquerda
Destral-quando desloca-se para direita
A falha normal ou distensiva – ocorre quando o bloco deslocado posiciona-se abaixo do
plano da falha. Conforme podemos observar no esquema a seguir, o bloco deslocado “desce”
em relação ao plano original, o que é causado pela tensão negativa provocada pelas forças
internas de transformação do relevo.
7.5 Sistemas de falhas
As falhas quanto ao sistema podem ser:
Graben- também conhecido como fossa tectónica ou vale tectónico, é a designação dada
em geologia estrutural a uma depressão de origem tectónica, geralmente com a forma de
um vale alongado com fundo plano, formada quando um bloco de território fica afundado em
relação ao território circundante em resultado dos movimentos combinados de falhas
geológicas paralelas ou quase paralelas, isto é, quando as partes inferiores (lapa ou muro)
sobem e as superiores (kappa ou tecto) descem.
Horst- quando acontece movimento ao contrário de Graben.
22
7.6 AFLORAMENTO 4
Coordenadas Y: 8220229; X: 0576770.
O afloramento localiza-se no distrito de Moatize, bairro 25 de Setembro, rio Moatize, nas
cascatas de Ntchintchi. O afloramento apresenta rochas sedimentares em que a prior ocorreu
deposição e formação de carvão, em seguida ocorre a deposição de arenito e depois uma
intrusão do dolorito com uma direcção de 140 e espessura de 20. Verifica-se também o
metamorfismo devido as altas temperaturas, o dolorito intrusivo sofre fracturas ligeiramente
verticais com uma tendência de 170 de direcção, devidas as altas temperaturas da sua
proveniência e ao chegar na face da terra ganha outras temperaturas atmosféricas.
Na camada de arenito há presença de duas famílias de fracturas, onde a 1ª tem direcção 150 e
a 2ª tem direcção 220.
A atitude da camada de arenito é de 086, 08SE ou N86E, 08SE de direcção da camada, e 176,
08 ou (08, 176) de direcção de inclinação da camada. Eis a fig.14
Fig.14: Apresenta intrusão da camada dolorito
Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo)
Rochas intrusivas ou rochas plutónicas são as designações dadas
em geologia e petrologia às rochas ígneas que se formaram pelo arrefecimento lento
do magma, em geral a grandes profundidades e em grandes massas. Este grupo de rochas
constitui a quase totalidade do manto e a maior parte da crosta, formando a maioria do
volume da Terra.
23
7.7 AFLORAMENTO 5
Coordenadas Y: 0579057; X: 8216689; Elevação: 209 m
Localiza-se no bairro 6 bem ao lado dos tanques da FIPAG, no Monte Cruz, Padroeira Santa
Bárbara na Cidade de Moatize.
Nesse afloramento apresenta um filão de calcite com uma direcção N74E e uma espessura
que varia entre 3 a 4 metros.
Por sua vez calcite, é um mineral com composição química CaCO3, com clivagem perfeita
e romboédrica.
Cristaliza em uma grande variedade de formas. É fonte de cálcio e cal, sendo importante
também como pedra decorativa (mármore-ônix) e em instrumentos óticos (quando límpida e
incolor). É o principal constituinte dos calcários e mármores, ocorrendo também em conchas,
bem como cimento em rochas sedimentares e em carbonatos.
Tem o cálcio como principal elemento formador.
A calcita ou a calcite é um mineral constituinte do calcário. Normalmente nas grutas de
calcário as estalagmites e estalactites são feitas de calcita.
A chamada água dura, é uma água encontrada em regiões ricas em calcita contendo uma alta
concentração de cálcio. Se a concentração for muito alta, a água não faz espuma em contacto
com o sabão. Quando a calcite se dissolve, os seus sais escorrem pelas grutas e formam as
estalactites e as estalagmites. Eis a fig. 15 abaixo.
Fig.15: A imagem, retrata a ocorrência de calcite no afloramento.
Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo)
24
7.8 AFLORAMENTO 6
Coordenadas Y: 0578992; X: 8217011;
Elevação: 233 m
O afloramento constituído por rochas metamórficas e com uma visão macroscópica de
dolorito disseminado em blocos com uma atitude de 330, localiza-se no ponto mais alto do
distrito de Moatize, bairro 1⁰ de Maio, unidade 7, denominada Santa Bárbara ou cruzeiro da
Santa Bárbara. A partir do mesmo ponto, é possível ver boa parte da cidade de Moatize bem
como a bacia carbonífera de Moatize-Minjova assim como as leiras e bancos da secção (área
explorada pela empresa Vulcan Minerals).Eis a fig.16
Fig 16: A imagem apresenta a visão geral da cidade de Moatize e alguns blocos de dolorito
espalhados.
Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo).
7.9 AFLORAMENTO 7
Coordenadas Y: 0581739; X: 8218503; elevação: 190 metros.
O afloramento localiza-se ao longo da EN7, no distrito de Moatize, junto a boca da antiga
mina Carbomoc, concretamente na camada de carvão André da bacia carbonífera de Moatize.
25
Nesse afloramento predomina apresenta rochas do tipo gneisses com uma orientação N-S,
com a direcção de 112 e inclinação de 4 para nordeste. Este foi o último afloramento visitado
no distrito de Moatize, pese embora que ao longo da EN7 existem mais ocorrências de
afloramentos. O mesmo é de carvão mineral e arenito. Eis a fig17
Fig 17: A imagem retrata a ocorrência de arenito no topo e carvão na base (bocal da entrada
da antiga mina carbonífera de Moatize).
Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo).
7.9.1 OUTROS AFLORAMENTOS AO LONGO DA EN7-MOATIZE
Acessivelmente 200 metros do afloramento 7 com as coordenadas Y: 0581946; X: 8218859;
elevação: 219 metros, apresenta rochas do tipo migmatitos, com zonas de cisalhamento com
orientação N-S, pode-se observar fracturas preenchidas por veios de quartzo com uma
orientação de 310.
Nas coordenadas Y: 0582999; X: 8219983; Elevação: 266 metros, junto a EN7,
acessivelmente 100 m do posto de controlo policial, verifica-se um afloramento do tipo corte
de estrada, do lado direito da estrada principal, uma rocha gneissica e que observa-se algumas
fracturas preenchidas por quartzito com uma orientação 220.
26
Nota-se eventualmente a presença intercalada de gneisse com cerca de 40 cm e quartzito de
90 cm, nota-se também o preenchimento por aragonite.
Eventualmente nas coordenadas Y: 0598245; X: 8224300; elevação: 349 metros
Nas proximidades da linha férrea da Vale Moçambique que actualmente é Vulcan Minerals,
que interliga a cidade de Moatize e província de Nampula passando pela República de
Malawi, concretamente no povoado de Inhangoma, junto ao desvio da mina HELIN
MINING, o afloramento é do tipo corte da ponte da linha férrea apresentando rochas do tipo
gabro-anortosito (ladraborite). Gabro é uma rocha plutónica intrusiva de cor escura com
textura fanerítica e granulação média a grossa. E uma rocha composta essencialmente por
plagioclases (labradorite a anortite), piroxenas e titanomagnetite. A olivina magnesiana
(forsterite) pode ocorrer como um mineral acessório bem como magnitite, sulfetos, apatite,
espinela (verde ou castanha), titanite e rutilo. O gabro é o equivalente plutónico do basalto,
formando-se pelo arrefecimento lento de magmas de composição basáltica. Comercialmente
os gabros são vendidos como granito negro.
Nas coordenadas Y: 0598504; X: 8224548; elevação: 351 metros, ainda na EN7, junto a
linha férrea da Vale Moçambique/Vulcan Minerals, apresenta um afloramento do tipo corte
da linha férrea, tendo uma rocha anortosito e com diques de dolorito com uma espessura que
varia de 15 a 60 cm, com uma direcção N45E.
Nas coordenadas Y: 0598741; X: 8224455; elevação: 355 metros, observa-se um
afloramento constituído por rochas gabro e anortosito da Suíte de Tete, concretamente no
povoado de Inhangoma, distrito de Moatize. O recurso é explorado pela Helin Mining, para
ornamentação depois do seu devido processamento (lapidação).
27
8. DISTRITOS DE TETE, MOATIZE E CHIUTA
Acompanhado por: Engenheiro Gilberto Goba Sabonete
8.1 AFLORAMENTO 1
Coordenadas X:0565851; Y:8217939; Elevação: 43 metros.
O afloramento localiza-se na cidade de Tete, distrito do mesmo nome, ao longo da EN9
acessivelmente 500 metros dos escritórios da International Coal Venture Limited (ICVL),
com atitudes (DC=183; DI=298 e I=06NW) ou N003E, 06NW e (DC=180; DI=270 e I=10W)
ou NS, 10W. Neste afloramento do tipo corte de estrada, observa-se a ocorrência de arenito
com a granulometria médio a grosseiro. Eis a fig.18
Fig.18: Afloramento de rocha sedimentar (arenito) mostrando estruturas cruzadas.
Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo).
28
8.2 AFLORAMENTO 2
Coordenadas X:0563203; Y:8227160; Elevação: 254 metros.
Acerca de 200 metros, depois do posto policial de Kaunge na EN9, observa-se um
afloramento do tipo montanha, logo do lado esquerdo para quem vai a vila de Sede de Chiúta
(Manje), o afloramento é constituído por uma rocha chamada gabro, com uma orientação de
160 e espessura de 75 cm. Na base da montanha observa-se filão de quartzo composto por
(quartzo,feldspato e ortoclasse). Por sua vez ortoclasse, é um mineral do grupo
tectossicalicatos, importante na formação de rochas ígneas, conhecido por feldspato alcalino,
também chamado ortosio ou ainda ortoclasio. E importante referenciar que o afloramento em
epígrafe é dividido por 2 tipos:
Afloramento principal, é na sua totalidade natural e é constituído por uma rocha dolorítica,
caracterizado por vários blocos soltos, arrolados. O afloramento secundário é artificial, isto é,
o mesmo aparece devido a acção humana. Direcção do afloramento quartzo é 150 e do
afloramento principal é de N200. Nota-se eventualmente a presença da rocha magnitite. Eis a
fig.19
Fig.19: A imagem, ilustra a rocha magnitite, com a presença de ortoclase.
Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo).
29
8.3 AFLORAMENTO 3
Coordenadas X:0560403; Y:8227958; Elevação: 256 metros
Afloramento do tipo corte de estrada, localiza-se acerca de 700 metros da chapa que indica o
povoado de Chimambe na EN9. O mesmo é do tipo corte de estrada, que é atravessado por
vários diques doloriticos de extensão de 100 metros e com alguns veios de quartzo. Existe
eventualmente um contacto litológico de rochas gabro e quartzo.
8.4 AFLORAMENTO 4
Coordenadas X: 055763; Y: 8237262; Elevação: 356 metros
O afloramento localiza-se no povoado de Catipo, a 400 metros do aviário, é constituído por
bloco carbonatito nas 2 margens da estrada nacional número 9 (EN9) e com algumas
impregnações de calcite. Carbonatito é uma rocha ígnea ultrabásica com mais de 50% de
minerais carbonaticos (calcita, dolomita e sederita).
Eis a fig.20
Fig.20: Demonstra o bloco carbonatito, com impregnações de calcite.
Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo)
30
8.5 AFLORAMENTO 5
Coordenadas X: 0557396; Y: 8237548; Elevação: 363 metros.
O afloramento localiza-se no povoado de Catipo, ao longo da EN9, a 150 m do afloramento
anterior. O mesmo é do tipo corte de estrada e que é apresenta uma rocha do tipo carbonatito.
O carbonatito é cortado por uma rocha gneisse, com uma orientação de N205 e extensão de
300 m e altura de 1,5 m, importa referenciar que é a mesma rocha que ocorre na região da
pedreira Mafilipa. Carbonatito é uma rocha ígnea intrusiva ou extrusiva, rara, composta por
mais de 50% de minerais carbonáticos, como calcita e dolomita. Atitude de orientação
preferencial de minerais com direcção de 260, 40SE ou N80E, 40 SE, direcção de inclinação
de 170,40 ou (40, 170). Eis a fig.21
Fig.21: A imagem ilustra a rocha gnaisse com impregnações de calcite.
Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo).
31
8.6 AFLORAMENTO 6
Coordenadas X: 0557396; Y: 8237548; Elevação: 363 metros.
O afloramento localiza-se no povoado de Catipo, ao longo da EN9, a 70 m da chapa que
indica a entrada do povoado Mphanzo. O afloramento nota-se a ocorrência de carbonatito em
forma de blocos (rochas metamórficas). Eis a fig. 22
Fig.22: A imagem ilustra blocos de carbonatito
Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo)
8.7 AFLORAMENTO 7
Coordenadas X: 0556826; Y:8338903, Elevação: 354 metros.
O afloramento localiza-se ao longo da EN9, acessivelmente 150 m do anterior. O mesmo é
composto por rochas de tipo ganaisse-migmatitico, observa-se macrospicamente a acção de
metamorfismo devido a alta intensidade que sofreu durante a formação das rochas
metamórficas. As rochas são as mesmas que ocorrem no afloramento 5.
32
Tem a direcção de orientação de 035, 30SE ou N35, 30SE e direcção de inclinação 118, 30
ou (30, 118). Eis a fig. 23
Fig.23: Rochas do complexo gnaisse-migmatitico com orientação preferencial de minerais.
Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo)
8.8 AFLORAMENTO 8
Coordenadas X:0555585; Y: 8242350, Elevação: 401 metros
O afloramento localiza-se a 200 metros do anterior, ao longo da EN9 em direcção a
Cassacatiza. Esse é do tipo corte de estrada, apresentando rochas metamórficas do tipo
granito gnaisse, atravessado por um veio de quartzo de 30 cm de espessura e orientação
N30W, O granito é um tipo comum de rocha magmática, intrusiva ou plutónica de textura
fina não metamórfica, media ou grosseira, composta essencialmente pelos minerais: quartzo,
mica e feldspato, tendo como minerais acessórios mica, horneblenda, zircão e outros
minerais. Os granitos são formados pelo resfriamento do magma em profundidade, por isso
que ganham o nome rochas plutónicas ou intrusivas.
33
O magma que que origina os granitos é um produto directo da fusão parcial da crosta
terrestre, em zonas tectonicamente activas, promovendo assim a sua reciclagem. Eis a fig.24
A fig.24. Ilustra a rocha metamórfica do tipo granito-gnaisse, atravessado por um veio de
quartzo.
Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo).
8.9 AFLORAMENTO 9
Coordenadas X:0550157; Y:8251549; Elevação: 123 metros.
O afloramento está sobre rio Mavudze, limite do distrito de Moatize e Chiúta, constituído por
uma rocha granitoide com algumas fracturas e apresenta uma inclinação 060. No rio verifica-
se vários blocos rolados que subentende-se como fragmentos de rochas graníticas do rio
Mavudze.
34
Granitoide é uma rocha ígnea ácida plutónica de composição quartzo-feldspática,
reconhecido pelo seu alto grau de dureza e altamente usada para ornamentação. Eis a fig.25
Fig.25: Ilustra rochas do tipo granitóides com fracturas.
Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo)
8.9.1 AFLORAMENTO 10
Coordenadas X:0549875; Y: 8253497; Elevação: 241 metros.
O afloramento localiza-se ao longo do rio Chipata, acessivelmente 500 m da ponteca do
povoado de Mavudze. Apresenta uma rocha metamórfica do tipo graníticas instruídas por
rochas basálticas, nota-se eventualmente no segundo ponto do mesmo afloramento
fragmentos de rochas cimentadas por matriz carbonático. Pode-se dizer que são rochas
vulcânicas ou extrusivas ou mesmo plutónicas intrusivas. Nesse afloramento ocorre
princípios de inclusão, intersecção de rochas e é importante citar que:
Princípio da inclusão diz que os fragmentos de rochas incorporados ou incluídos num dado
estrato são mais antigos do que o estrato que os engloba, isto é, o estrato que apresenta a
inclusão é mais recente do que os fragmentos do estrato incluído.
Princípio de Intersecção diz que qualquer estrutura que intersecta vários estratos, se formou
depois deles, logo é mais recente.
35
Nesse afloramento foi intensamente afectada pelos movimentos tectónicos, a presença de
ganisse que é rocha metamórfica, inclui processos de metamorfismo. A presença dos corpos
intrusivos assume-se que eram fracturas, formou-se gnaisse, ocorreu movimento tectónico,
fracturou-se e no final o corpo apareceu como uma intrusão resultante de movimentos
tectónicos. Eis as figs.26 e 27
Fig.26: Ilustra a inclusão do basalto.
Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo).
Fig.27: Ilustra a intersecção de rochas, no ponto 2 do afloramento 10.
Fonte: Autor (durante as aulas de campo)
36
8.9.2 AFLORAMENTO 11
Coordenadas X: 0545271; Y: 8260424; Elevação: 404 metros
O afloramento do tipo corte de estrada, localiza-se na entrada do povoado de Nhansato, em
direcção a vila de Manje. Nesse afloramento ocorre uma rocha metamórfica caracterizada
pela xistosidade, isto é, trata-se de um elemento estrutural da rocha, evidenciado pela
existência de planos paralelos (foliação), resultantes da existência de uma forte recristalização
dos minerais que a constituem. Como resultado a rocha divide-se em finas lâminas paralelas.
As rochas que possuem esta característica estrutural denominam-se vulgarmente por xistos. O
afloramento tem uma extensão de 200 m nas 2 margens, com uma orientação notável de
minerais. Xisto está exposto nas margens da estrada e explorado pelos artesões para sua
comercialização e o seu devido uso na construção civil. Eis a fig. 28
Fig.28: Ilustra a rocha metamórfica caracterizada por xistosidade
Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo)
37
10. RECOMENDAÇŌES
Recomenda-se que o Instituto Superior Politécnico de Tete redobre aspectos de higiene e
segurança no trabalho e que durante as aulas de campo se elegesse um técnico de segurança
na turma para ajudar em aspectos de segurança colectiva, visto que a maioria dos
afloramentos estão a beira da estrada em que se nota fluxo de veículos.
Recomendar-se-ia também que os estudantes durante as actividades em campo, prestassem
mais atenção ao uso de equipamentos de protecção individual, assim como saber usar e
conservar todos materiais que nos auxilia no trabalho (bússola, Gps, lupa, cadernetas e
martelos geológicos) para evitar perdas dos materiais e o líder da turma ou do grupo deve
fazer uma verificação minuciosa dos materiais.
38
11. CONCLUSÃO
Durante as aulas de campo, concluiu-se que é extremamente importante visitar os
afloramentos rochosos de campo para que haja conciliação do aprendizado adquirido na sala
de aula e a prática. Contudo, as aulas de campo ajudam os estudantes a perceberem na íntegra
acerca dos tipos de rochas e suas ocorrências, assim como as suas maiores características.
Nas visitas feitas nos distritos de Changara, Moatize e Chiúta, vivenciou-se a ocorrência de
rochas sedimentares, metamórficas e ígneas tanto como a sua constituição (dolorito, arenito,
siltito, xisto), foi tão bom viver e ver as rochas estudadas na sala de aula.
39
12. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
Aulas da cadeira de mineração monitoradas pelo Engenheiro Neves Jemuce
Aulas de campo monitoradas pelos Engenheiros Bernardo Bene,Gilberto Goba Sabonete e
Pedro Francisco Saca
MANUAL DE AULAS DE CAMPO-ISPT
https://www.dicio.com.br ›
http://sigep.cprm.gov.br ›

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  • 1. 1 Índice Pags 1.INTRODUÇÃO......................................................................................................................3 2.OBJECTIVOS.........................................................................................................................4 2.1 Objectivo Geral ................................................................................................................4 2.2 Objectivos específicos......................................................................................................4 3.METODOLOGIAS DE TRABALHO....................................................................................4 4.ASPECTOS GEOGRAFICOS DAS AREAS DE ESTUDO .................................................5 5.EQUIPAMENTOS USADOS DURANTE AS AULAS DE CAMPO ..................................6 5.1 Martelo geológico ............................................................................................................6 5.2 Bússola geológica.............................................................................................................7 5.3 GPS..................................................................................................................................8 5.4 Lupa de geólogo..............................................................................................................9 5.5 Caderneta do campo ......................................................................................................9 6. PROCESSO DESCRITIVO DOS AFLORAMENTOS .................................................10 6.1 DISTRITOS DE TETE E CHANGARA 18/06/2022 ................................................10 6.2 AFLORAMENTO 1.....................................................................................................10 6.3 AFLORAMENTO 2.....................................................................................................11 6.4 AFLORAMENTO 3.....................................................................................................11 6.5 AFLORAMENTOS NOTAVEIS AO LONGO DA EN7 VIA CHANGARA.........13 6.6 AFLORAMENTO 7.......................................................................................................14 6.7 AFLORAMENTO 8.......................................................................................................16 7. DESCRIÇÃO DOS AFLORAMENTOS ............................................................................18 7.1 AFLORAMENTO 1.......................................................................................................18 7.2 AFLORAMENTO 2........................................................Erro! Marcador não definido. 7.3 AFLORAMENTO 3.......................................................................................................20 7.4 Tipos de falhas ...............................................................................................................21
  • 2. 2 7.5 Sistemas de falhas ..........................................................................................................21 7.6 AFLORAMENTO 4.......................................................................................................22 7.7 AFLORAMENTO 5.......................................................................................................23 7.8 AFLORAMENTO 6.....................................................................................................24 7.9 AFLORAMENTO 7.....................................................................................................24 7.9.1 OUTROS AFLORAMENTOS AO LONGO DA EN7-MOATIZE ..................25 8. DISTRITOS DE TETE, MOATIZE E CHIUTA............................................................27 8.1 AFLORAMENTO 1.....................................................................................................27 8.2 AFLORAMENTO 2.....................................................................................................28 8.3 AFLORAMENTO 3.......................................................................................................29 8.4 AFLORAMENTO 4.......................................................................................................29 8.5 AFLORAMENTO 5.......................................................................................................30 8.7 AFLORAMENTO 7.......................................................................................................31 8.8 AFLORAMENTO 8.......................................................................................................32 8.9 AFLORAMENTO 9.......................................................................................................33 8.9.1 AFLORAMENTO 10..............................................................................................34 8.9.2 AFLORAMENTO 11..............................................................................................36 10. RECOMENDAÇŌES........................................................................................................37 11. CONCLUSÃO...................................................................................................................38 12. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS...............................................................................39
  • 3. 3 1. INTRODUÇÃO Durante o processo de aprendizado na área de Engenharia de Processamento Mineral, faz-se necessário reconhecer as estruturas ou processos geológicos de rochas de acordo com a sua exposição na superfície da terra (afloramentos), bem como a descrição e interpretação da fácies geológica na prática da observação das rochas. Os afloramentos podem ser originados naturalmente pela erosão do solo que cobria a rocha, ou pela acção humana como por exemplo em corte de estradas ou em pedreiras. Afloramentos são muito importantes para estudos geológicos, porem, permitem a observação directa das rochas e facilitam a colheita de amostras para estudos laboratoriais. Foi neste âmbito que na companhia dos docentes realizou-se o estudo de campo ou aulas em campo para aprender e interpretar as rochas sedimentares, metamórficas e magmáticas assim como os seus detalhes de ocorrência ou da constituição. Todavia, o aprendizado adquirido em campo está patente neste relatório de forma descritiva de acordo com as visitas feitas.
  • 4. 4 2. OBJECTIVOS 2.1 Objectivo Geral Desenvolver competências básicas, capacidades e habilidades dos estudantes (futuros engenheiros) no processo de observação dos fenómenos que ocorrem na natureza. 2.2 Objectivos específicos 1) Conhecer diversos tipos de rochas existentes nos distritos de Tete, Changara, Chiúta e Moatize; 2) Descrever as ocorrências geológicas observadas durantes as aulas de campo; 3) Recolher amostras de mão de rochas sedimentares, magmáticas e metamórficas; 4) Distinguir as rochas e conhecer o seu processo de formação. 5) Conciliar as aulas teóricas obtidas na cadeira de mineração e as aulas de campo. 6) Saber usar os equipamentos de auxílio geológico como Gps, lupa, bússola e martelo. 3. METODOLOGIAS DE TRABALHO A metodologia utilizada para o trabalho consistiu na combinação de técnicas e métodos de recolha de dados: ● Observação e experiência ● Visita aos locais previamente definidos e interacção com os docentes acompanhantes. ●Consulta de manuais da área durante a execução de trabalho
  • 5. 5 3. ASPECTOS GEOGRAFICOS DAS AREAS DE ESTUDO As aulas práticas foram realizadas na província de Tete, especificamente nos distritos de Tete, Changara, Moatize e Chiúta. A província de Tete localiza-se no extremo noroeste do país e faz fronteira com três países numa extensão de 1480km, citando: República de Malawi 610 km, com a República de Zâmbia 420km e com a República de Zimbabwe 450km. Zâmbia e Malawi a norte, Malawi a este, Zâmbia e Zimbabwe a oeste e a sul com Zimbabwe e três províncias moçambicanas, Zambézia a este, Manica e Sofala a Sul e entre as coordenadas 14⁰00ꞌ Norte, 17⁰42ꞌ01” Sul e 30⁰13ꞌ Este e 35⁰20ꞌ07” Oeste. O clima que predomina nas áreas em que foi realizado o estudo de campo é tropical seco, com uma vegetação arbustiva e com predominância de maçaquineiras e embondeiros. A área em epígrafe apresenta solos fraco-argiloso arenosos.
  • 6. 6 5. EQUIPAMENTOS USADOS DURANTE AS AULAS DE CAMPO 5.1 Martelo geológico Martelo geológico é um instrumento utilizado para dividir rochas ou obter ruptura. Na geologia de campo, este é usado para obter uma superfície fresca de uma rocha para determinar sua composição, orientação de estratificação, natureza, mineralogia , história e estimativa de campo da resistência da rocha. Na colecta de fósseis e minerais, o martelo é empregue para quebrar rochas com o objectivo de revelar fósseis em seu interior. Martelo de geólogo também é usado algumas vezes para escala em uma fotografia, também serve como uma extensão dos sentidos, permitindo ao geólogo perceber a granularidade, solidez e resistência à fractura da rocha que podem ser relevantes para seu uso ou identificação. Na colheita de uma amostra de mão para se analisar a posterior, deve-se tomar em consideração o seguinte: Tamanho da amostra (aproximadamente 10 cm * 15 cm);  Colher a parte fresca da rocha e representativa;  A orientação da rocha (coordenadas do local, se possível indicar topo/base) Figura 1: Martelo geológico Fonte: Foto tirada no campo pelo autor
  • 7. 7 5.2 Bússola geológica É um aparelho de uso corriqueiro do geólogo de campo que reúne dois sistemas de medidas angulares, um no plano horizontal, a agulha magnética, e outro no plano vertical, o clinómetro, com objectivo de estabelecer a disposição espacial de planos e/ou lineações geológicos, servindo, também, como ferramenta de localização em campo e de trabalhos topográficos expeditos com a determinação de rumos e gradientes. Através de uma agulha imantada que se alinha segundo o fluxo do campo magnético terrestre e girando livremente no plano horizontal, a bússola permite estabelecer a orientação de uma dada direcção com relação ao Norte magnético; a direcção pode ser de uma atitude de camada, de falha, de xistosidade, ou definir um rumo de movimentação no campo, por exemplo. Através do clinómetro que mede os ângulos de inclinação a bússola permite definir os mergulhos de camadas e outros planos ou linhas de feições geológicas, bem como a inclinação de uma drenagem. Durante as aulas de campo usou-se bússola Silver, eis a bússola na figura 2. Fig 2: Bússola da marca Silver. Fonte: Autor (foto tirada no campo).
  • 8. 8 5.3 GPS GPS significa (sistema de posicionamento global) é formado por três segmentos: o espacial, de controlo e utilizador. O espacial é composto por 24 satélites distribuídos em seis planos orbitais. O segmento de controlo é responsável pelo monitoramento das órbitas dos satélites. Por fim, o segmento do utilizador é o receptor GPS, responsável pela captação dos sinais fornecidos pelos satélites. Esse sistema de navegação permite, através de satélites artificiais, a obtenção de informações sobre a localização geográfica em qualquer lugar da superfície terrestre e em qualquer hora do dia. A localização geográfica ocorre em razão da emissão de rádio dos satélites, que são captadas por receptores GPS na Terra, onde são descodificadas as informações e fornecidos a latitude, longitude e altitude." De acordo com a explicação do Engenheiro Bernardo Miguel Bene, durante as aulas em campo, o Gps deve apanhar no mínimo 3 satélites. Eis a imagem do Gps na figura 03 abaixo. Fig 3: GPS Fonte: Foto retirada da internet
  • 9. 9 5.4 Lupa de geólogo A lupa é um instrumento óptico munido de uma lente com capacidade de criar imagens virtuais ampliadas. É utilizada para observar com mais facilidade pequenos objectos e alguns detalhes ou superfícies. Também denominada microscópio simples, é constituída de uma única lente convergente, o geólogo usa o instrumento para ampliar a amostrar a observar e conseguir distinguir os minerais macroscopicamente. Eis a imagem na figura 4 Fig 4: Lupa de geólogo Fonte: Internet 5.5 Caderneta do campo A caderneta de campo é a planilha na qual são anotadas todas as informações referentes ao levantamento de dados em campo. A mesma possibilita a interpretação dos trabalhos realizados durante a obtenção de dados. Eis a imagem na figura 5 Fig 5: Caderneta de campo Fonte: Internet (foto retirada da internet)
  • 10. 10 6. PROCESSO DESCRITIVO DOS AFLORAMENTOS 6.1 DISTRITOS DE TETE E CHANGARA 18/06/2022 Acompanhado por: Engenheiro Pedro Saca Francisco 6.2 AFLORAMENTO 1 Pedreira de Mafilipa Coordenadas X: 0560189 e Y:8203620; Elevação:290 metros. O afloramento localiza-se na cidade de Tete e distrito do mesmo nome, a acessivelmente 25 km do Instituto Superior de Tete, na EN7, em direcção ao cruzamento 18 km, bem próximo da pedreira SINTRAPEL NOVA ERA, com 100 m de comprimento e 60 m de largura. O afloramento referenciado apresenta uma rocha metamórfica denominada gnaisse. Gnaisse é uma rocha metamórfica, resultante da deformação de granito ou arcósico, tem composição de vários minerais, com 20% de feldspato potássico, quartzo e biotite com uma granulação entre média e grossa. As rochas são extremamente usadas na construção civil, principalmente na construção de estradas e pontes e é a mesma que é explorada pela empresa SINTRAPEL NOVA ERA, na exposição superficial é notável a fragmentação da rocha através de explosivos para posterior transformação em brita. Eis a fig. 5 Fig 05: Ilustra rocha metamórfica gneisse-migmatito e com algumas áreas detonadas através de explosivos. Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo)
  • 11. 11 6.3 AFLORAMENTO 2 Coordenadas X: 0560028; Y: 8203437; Elevação: 299 metros É um afloramento de tipo corte de estrada, que está localizado ao longo da EN7, na zona de Mafilipa, a 150 m do primeiro afloramento. A sua exposição superficial é notável macrospicamente a presença de Granito-gnaisse, com seguintes atitudes: DC = 040 ou N40E, 60 NW e Direcção de inclinação de 310, 60NW ou (60, 310). Eis a fig 06 Fig 06: Ilustra uma das margens do afloramento do tipo corte de estrada. Fonte: Manual de apoio ISPT 6.4 AFLORAMENTO 3 Coordenadas X: 0558300; Y: 8201083; Elevação: 308 metros. Situa-se a cerca de 200 metros do rio que separa cidade de Tete do distrito de Changara, ao longo da EN7 em direcção a Changara. E um afloramento do tipo corte de estrada de dimensão de cerca de 70 metros de extensão. E constituído por rochas do tipo granito- gnaisse, apresentando três diques doloriticos com orientação aproximada de N30W, com dimensões de 50cm, 20cm e 115cm respectivamente.
  • 12. 12 No complexo Granito-Gnaisse ocorrem rochas graníticas-gnáissicas de origem magmática e/ou sedimentar de médio ou alto grau metamórfico, sendo encontradas em terrenos contendo granitos e sequências de rochas verdes. Eis a fig. 07 Fig 07: A abertura mostra por onde atravessava um dique dolorítico, que foi removido pela população que usou como material de construção. Fonte: Manual ISPT Ao longo deste afloramento, macrospicamente e possível ver algumas deformações que ocorreram nas rochas é que podem ser resultado do arqueamento de camadas rochosas, inicialmente planas, com comportamento dúctil, pela ação de tensões compressivas e que são denominadas dobras. Também é visível a concentração de alguns minerais félsicos e máficos. Minerais félsicos é um termo que resulta da combinação das palavras "feldspato" e "sílica" e que são geralmente de cor clara e com peso específico inferior a 3. Os minerais félsicos mais comuns são o quartzo, a moscovite, feldspatos alcalinos (por exemplo, ortoclase) e os feldspatos da série das plagioclases. A rocha félsica mais comum é o granito. Minerais máficos são minerais, como a biotite, as anfíbolas, as piroxenas e a olivina, que são ricos em ferro e magnésio, e têm cor escura. São responsáveis, quando em quantidade suficiente, pela tonalidade escura das rochas magmáticas.
  • 13. 13 6.5 AFLORAMENTOS NOTAVEIS AO LONGO DA EN7 VIA CHANGARA Na zona de Mazoe com as coordenadas X: 0548110 Y: 8191456; Elevação: 312 metros, é notável a presença de um afloramento 4 do tipo corte de estrada, bem próximo da Escola Primária de Missawa. O afloramento é constituído por uma rocha gnaisse que por sua vez é uma rocha de origem metamórfica, resultante da deformação de sedimentos arcósicos ou de granitos e também o afloramento apresenta um veio de quartzo que corta discordantemente a rocha Gnaisse. No rio Vuzi, na margem esquerda, no povoado do mesmo nome, com as coordenadas X:0542851; Y: 8174561, Elevação: 184 m verifica-se o afloramento 5. Este apresenta uma estrutura sedimentar planar e cruzada, constituído por uma rocha arenito fino e grosseiro. Arenitos são rochas lapidificadas constituídas por areias aglutinadas por um cimento natural, que geralmente caracteriza a rocha. No mesmo afloramento, com a dissolução com água e notável a presença de calcário que por sua vez calcário é uma rocha sedimentar que contém minerais com quantidades acima de 30% de carbonato de cálcio (aragonita ou calcita). Quando o mineral predominante é a dolomita (CaMg{CO3}2 ou CaCO3•MgCO3) a rocha calcária é denominada calcário dolomítico. Calcário serve para:  Produção de cimento Portland.  Produção de cal (CaO).  Correcção do pH do solo para a agricultura.  Fundente em metalurgia.  Fabricação de vidro.  Como pedra ornamental.  Adubação química. Ainda ao longo da EN7, no povoado de Mazoe, com as coordenadas X:0540580; Y:8171137, Elevação: 186 metros, existe um afloramento 6, do tipo corte de estrada com 50 metros de comprimento e 2,5 metros de altura, constituído por basalto, que é uma rocha ígnea eruptiva (magmática) de composição máfica, por isso rica em silicatos de magnésio e ferro e com baixo conteúdo em sílica, que constitui uma
  • 14. 14 das rochas mais abundantes na crosta terrestre. Rocha com estrutura amigdaloidal na base e blocos de basalto mostrando a meteorização esferoidal no topo. Nas coordenadas X:0536584; Y:8158134; Elevação: 263 metros, ao longo da EN7, acerca de 3 km após o rio Mazoe para vai a vila sede de Changara, existe o afloramento 7, nota-se a presença de basalto com uma coloração acastanhada, numa extensão de 100 metros e alturas de 10 metros, o afloramento apresenta algumas fracturas. 6.6 AFLORAMENTO 7 Coordenadas: X:0528059; Y:8134421, Elevação: 237 metros. Localiza-se logo no distrito de Changara junto ao rio Luenha que faz fronteira entre as províncias de Tete e Manica, do lado direito, é um afloramento natural com a vegetação ainda verde e solo esbranquiçado. Direcção da camada: 280 Direcção de inclinação: 280,20SW Neste afloramento natural, nota-se ocorrência de rochas gnaisses e que este tipo de rocha geralmente é constituído por feldspato-potássico, quartzo, plagioclase e mica. Ao longo deste verifica-se estruturas do tipo marmitas, que são resultantes do desgaste provocado pelo movimento de fragmento de rochas sobre uma determinada secção. Gnaisse é uma rocha metamórfica de médio a alto grau, portanto, foi submetida a temperaturas e pressões elevadas, é uma das rochas metamórficas mais comum na terra. Devido à sua grande variação mineralógica e seu grau metamórfico, é amplamente empregada como brita na construção civil e na pavimentação, além do uso ornamental.
  • 15. 15 Nesse afloramento é possível ver fracturas com orientação de 280, veios de quartzo que variam entre 1 a 13 cm, com uma orientação geral de N-S, também pode-se observar uma falha sinistral (movimento relativo dos blocos no sentido anti-horário) com orientação E-W. Eis a fig. 08 Fig 8 A imagem ilustra a sobreposição de rochas e estrutura do tipo marmita. Fonte: Autor (Foto tirada durante as aulas de campo). Nas margens do rio é possível ver alguns vestígios do processamento do ouro artesanalmente. O material que supostamente tem o ouro é tirado do lado da província de Manica e posterior processamento artesanal nas margens do rio Luenha.
  • 16. 16 Esta prática não é recomendável porque é uma prática contra o ambiente, poluindo as águas do rio que além do seu consumo também são importantes para o bem da biodiversidade. Eis a imagem na fig. 9 Fig 9: Imagem da planta de processamento artesanal nas margens do rio Luenha, também é a água turva devido a essa prática não recomendável Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo) 6.7 AFLORAMENTO 8 Coordenadas X:0529880; Y:8138560, Elevação 244 metros Na sede do distrito de Changara, a sensivelmente 1 km do posto policial, a direita do rio Luenha. Uma área que ocorre uma erosão com sinais visíveis de avanços na margem do rio e que o fenómeno forçou a população a abandonar o local por ser perigoso. De acordo com o Mundo Educação erosão é o processo de desgaste, transporte e sedimentação do solo, dos subsolos e das rochas como efeito da ação dos agentes erosivos, tais como a água, os ventos e os seres vivos. O processo de desagregação das partículas de rochas (chamadas de sedimentos) é ocasionado pela ação do intemperismo (conjunto de processos químicos, físicos e biológicos que provocam o desgaste dos solos e rochas). O transporte desses sedimentos ocorre pela ação da gravidade e dos elementos da superfície.
  • 17. 17 Já a sedimentação consiste na deposição das partículas dos ambientes erodidos. Este fenómeno ocorre em rochas sedimentares do Grés de Sena, formando taludes que atingem cerca de 20m de altura ao longo do rio Luenha. Eis a fig. 09 Fig 10: (A foto ilustra o avanço da erosão) Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo)
  • 18. 18 7. DESCRIÇÃO DOS AFLORAMENTOS DISTRITO DE MOATIZE 16/07/2022 Acompanhado por: Engenheiro Bernardo Bene 7.1 AFLORAMENTO 1 Coordenadas: Y: 8213141; X: 0569219 O afloramento situa-se a 4 km da ponte da base Kassuende sobre o rio Revubwe concretamente na comunidade de Benga, distrito de Moatize ao longo da EN7. É um afloramento artificial, isto é, resulta da acção humana (afloramento do tipo corte de estrada), acção que foi criada durante a construção da estrada nacional número 7. Nesta exposição superficial, nota-se a ocorrência de rochas sedimentares, composta por arenito e siltito, também é visível a sobreposição de camadas, sendo a primeira camada o siltito e a segunda o arenito. Princípio da sobreposição das camadas, ou Princípio da Sobreposição, é um princípio da estratigrafia atribuído a Nicolau Steno que afirma que a deposição dos estratos (sedimentação) ocorre sempre por ordem cronológica da base para o topo da coluna estratigráfica. Desta forma, numa sucessão de estratos cuja ordem não foi alterada, cada estrato é mais antigo do que aquele que o cobre e mais recente do que aquele que lhe serve de base. Esta disposição pode ser alterada por movimentos tectónicos, de acordo com Este princípio, embora simples, foi um avanço no pensamento geológico O princípio de sobreposição é vital para a compreensão da geologia sendo uma das bases da datação relativa e do estudo da geologia da Terra, de acordo com
  • 19. 19 Departamento de Paleontologia e Estratigrafia - Universidade Federal do Rio Grande do Sul Eis a foto, na fig. 11 Fig.11 Afloramento do tipo corte de estrada, mostrando uma sequência de deposição cíclica, argilito, siltito e arenito. Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo). Na imagem é possível observar com clareza o processo de sobreposição de camadas, sendo que a primeira é siltito e a segunda é arenito. 7.2 AFLORAMENTO 2 Coordenadas: Y: 8213355; X: 0569382 Este afloramento está localizado a 200m do primeiro ainda no povoado de Benga, distrito de Moatize na EN7, neste afloramento do tipo corte de estrada, ocorrem rochas sedimentares, nomeadamente arenito grosseiro no topo e siltito meteorizado na base, com direcção da camada 120,12SW ou N60W, 12SW, direcção de inclinação da camada 210,12 e são mais grossas do que as do primeiro afloramento. Eis a imagem na fig. 12 Fig 12: Afloramento do tipo corte de estrada, mostrando sequência de deposição, arenito grosseiro no topo e argilito na base Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo)
  • 20. 20 7.3 AFLORAMENTO 3 Coordenadas Y: 8213466; X: 0569440 O afloramento localiza-se a 100 metros do segundo, na EN7, povoado de Benga, distrito de Moatize. No afloramento em epígrafe nota-se ocorrência de rochas sedimentares constituídas por carvão mineral intercalado por siltito e enxofre espalhado. E possível ver a presença de uma fractura que criou deslocamento e que o mais provável é que existiu um plano de falha. A atitude da camada de siltito é de 118, 6SW ou N62W,06SW de direcção, e direcção de inclinação 208, 08 ou (08, 208), enquanto a atitude da camada de carvão mineral é de 136, 08SW ou N44,08SW, e direcção de inclinação 226, 08SW ou (08, 226). Eis a figura 13 Fig 13. Apresenta camada de carvão intercalado por siltito e enxofre disseminado Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo) Neste afloramento possui um plano de falha que por sua vez define-se como uma superfície não necessariamente plana, definida pela fractura e pelo movimento dos blocos. A sua inclinação pode variar entre 0o e 90o . Quando o plano, devido à deslocação dos blocos, se apresenta polido, denomina-se espelho de falha. Nas camadas de carvão mineral há presença de enxofre (cor amarela). O plano de falha tem a seguinte atitude da direcção do plano de falha N70W,50⁰SW direcção do plano de falha ou 110, 50SW e direcção de inclinação do plano de falha 210,50. A falha apresenta um rejeito de 30 cm.
  • 21. 21 7.4 Tipos de falhas As falhas podem ser: Falha Inversa ou compressiva – manifesta-se de forma oposta ao tipo de falha normal, com o bloco deslocado movimentando-se acima do plano original. Ela ocorre quando o tectonismo exerce pressões positivas sobre o bloco rochoso em questão. A falha horizontal ou transcorrente – acontece quando há deslocamento no plano horizontal entre os dois blocos, sendo mais comum em zonas de encontro entre duas placas tectónicas, quando essas também se movimentam horizontalmente. Assim, cada bloco sofre com um tipo de força diferente e apresenta deslocamentos distintos. Neste tipo de falha podemos encontrar dois tipos a saber: Sinistral- quando movimenta-se a esquerda Destral-quando desloca-se para direita A falha normal ou distensiva – ocorre quando o bloco deslocado posiciona-se abaixo do plano da falha. Conforme podemos observar no esquema a seguir, o bloco deslocado “desce” em relação ao plano original, o que é causado pela tensão negativa provocada pelas forças internas de transformação do relevo. 7.5 Sistemas de falhas As falhas quanto ao sistema podem ser: Graben- também conhecido como fossa tectónica ou vale tectónico, é a designação dada em geologia estrutural a uma depressão de origem tectónica, geralmente com a forma de um vale alongado com fundo plano, formada quando um bloco de território fica afundado em relação ao território circundante em resultado dos movimentos combinados de falhas geológicas paralelas ou quase paralelas, isto é, quando as partes inferiores (lapa ou muro) sobem e as superiores (kappa ou tecto) descem. Horst- quando acontece movimento ao contrário de Graben.
  • 22. 22 7.6 AFLORAMENTO 4 Coordenadas Y: 8220229; X: 0576770. O afloramento localiza-se no distrito de Moatize, bairro 25 de Setembro, rio Moatize, nas cascatas de Ntchintchi. O afloramento apresenta rochas sedimentares em que a prior ocorreu deposição e formação de carvão, em seguida ocorre a deposição de arenito e depois uma intrusão do dolorito com uma direcção de 140 e espessura de 20. Verifica-se também o metamorfismo devido as altas temperaturas, o dolorito intrusivo sofre fracturas ligeiramente verticais com uma tendência de 170 de direcção, devidas as altas temperaturas da sua proveniência e ao chegar na face da terra ganha outras temperaturas atmosféricas. Na camada de arenito há presença de duas famílias de fracturas, onde a 1ª tem direcção 150 e a 2ª tem direcção 220. A atitude da camada de arenito é de 086, 08SE ou N86E, 08SE de direcção da camada, e 176, 08 ou (08, 176) de direcção de inclinação da camada. Eis a fig.14 Fig.14: Apresenta intrusão da camada dolorito Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo) Rochas intrusivas ou rochas plutónicas são as designações dadas em geologia e petrologia às rochas ígneas que se formaram pelo arrefecimento lento do magma, em geral a grandes profundidades e em grandes massas. Este grupo de rochas constitui a quase totalidade do manto e a maior parte da crosta, formando a maioria do volume da Terra.
  • 23. 23 7.7 AFLORAMENTO 5 Coordenadas Y: 0579057; X: 8216689; Elevação: 209 m Localiza-se no bairro 6 bem ao lado dos tanques da FIPAG, no Monte Cruz, Padroeira Santa Bárbara na Cidade de Moatize. Nesse afloramento apresenta um filão de calcite com uma direcção N74E e uma espessura que varia entre 3 a 4 metros. Por sua vez calcite, é um mineral com composição química CaCO3, com clivagem perfeita e romboédrica. Cristaliza em uma grande variedade de formas. É fonte de cálcio e cal, sendo importante também como pedra decorativa (mármore-ônix) e em instrumentos óticos (quando límpida e incolor). É o principal constituinte dos calcários e mármores, ocorrendo também em conchas, bem como cimento em rochas sedimentares e em carbonatos. Tem o cálcio como principal elemento formador. A calcita ou a calcite é um mineral constituinte do calcário. Normalmente nas grutas de calcário as estalagmites e estalactites são feitas de calcita. A chamada água dura, é uma água encontrada em regiões ricas em calcita contendo uma alta concentração de cálcio. Se a concentração for muito alta, a água não faz espuma em contacto com o sabão. Quando a calcite se dissolve, os seus sais escorrem pelas grutas e formam as estalactites e as estalagmites. Eis a fig. 15 abaixo. Fig.15: A imagem, retrata a ocorrência de calcite no afloramento. Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo)
  • 24. 24 7.8 AFLORAMENTO 6 Coordenadas Y: 0578992; X: 8217011; Elevação: 233 m O afloramento constituído por rochas metamórficas e com uma visão macroscópica de dolorito disseminado em blocos com uma atitude de 330, localiza-se no ponto mais alto do distrito de Moatize, bairro 1⁰ de Maio, unidade 7, denominada Santa Bárbara ou cruzeiro da Santa Bárbara. A partir do mesmo ponto, é possível ver boa parte da cidade de Moatize bem como a bacia carbonífera de Moatize-Minjova assim como as leiras e bancos da secção (área explorada pela empresa Vulcan Minerals).Eis a fig.16 Fig 16: A imagem apresenta a visão geral da cidade de Moatize e alguns blocos de dolorito espalhados. Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo). 7.9 AFLORAMENTO 7 Coordenadas Y: 0581739; X: 8218503; elevação: 190 metros. O afloramento localiza-se ao longo da EN7, no distrito de Moatize, junto a boca da antiga mina Carbomoc, concretamente na camada de carvão André da bacia carbonífera de Moatize.
  • 25. 25 Nesse afloramento predomina apresenta rochas do tipo gneisses com uma orientação N-S, com a direcção de 112 e inclinação de 4 para nordeste. Este foi o último afloramento visitado no distrito de Moatize, pese embora que ao longo da EN7 existem mais ocorrências de afloramentos. O mesmo é de carvão mineral e arenito. Eis a fig17 Fig 17: A imagem retrata a ocorrência de arenito no topo e carvão na base (bocal da entrada da antiga mina carbonífera de Moatize). Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo). 7.9.1 OUTROS AFLORAMENTOS AO LONGO DA EN7-MOATIZE Acessivelmente 200 metros do afloramento 7 com as coordenadas Y: 0581946; X: 8218859; elevação: 219 metros, apresenta rochas do tipo migmatitos, com zonas de cisalhamento com orientação N-S, pode-se observar fracturas preenchidas por veios de quartzo com uma orientação de 310. Nas coordenadas Y: 0582999; X: 8219983; Elevação: 266 metros, junto a EN7, acessivelmente 100 m do posto de controlo policial, verifica-se um afloramento do tipo corte de estrada, do lado direito da estrada principal, uma rocha gneissica e que observa-se algumas fracturas preenchidas por quartzito com uma orientação 220.
  • 26. 26 Nota-se eventualmente a presença intercalada de gneisse com cerca de 40 cm e quartzito de 90 cm, nota-se também o preenchimento por aragonite. Eventualmente nas coordenadas Y: 0598245; X: 8224300; elevação: 349 metros Nas proximidades da linha férrea da Vale Moçambique que actualmente é Vulcan Minerals, que interliga a cidade de Moatize e província de Nampula passando pela República de Malawi, concretamente no povoado de Inhangoma, junto ao desvio da mina HELIN MINING, o afloramento é do tipo corte da ponte da linha férrea apresentando rochas do tipo gabro-anortosito (ladraborite). Gabro é uma rocha plutónica intrusiva de cor escura com textura fanerítica e granulação média a grossa. E uma rocha composta essencialmente por plagioclases (labradorite a anortite), piroxenas e titanomagnetite. A olivina magnesiana (forsterite) pode ocorrer como um mineral acessório bem como magnitite, sulfetos, apatite, espinela (verde ou castanha), titanite e rutilo. O gabro é o equivalente plutónico do basalto, formando-se pelo arrefecimento lento de magmas de composição basáltica. Comercialmente os gabros são vendidos como granito negro. Nas coordenadas Y: 0598504; X: 8224548; elevação: 351 metros, ainda na EN7, junto a linha férrea da Vale Moçambique/Vulcan Minerals, apresenta um afloramento do tipo corte da linha férrea, tendo uma rocha anortosito e com diques de dolorito com uma espessura que varia de 15 a 60 cm, com uma direcção N45E. Nas coordenadas Y: 0598741; X: 8224455; elevação: 355 metros, observa-se um afloramento constituído por rochas gabro e anortosito da Suíte de Tete, concretamente no povoado de Inhangoma, distrito de Moatize. O recurso é explorado pela Helin Mining, para ornamentação depois do seu devido processamento (lapidação).
  • 27. 27 8. DISTRITOS DE TETE, MOATIZE E CHIUTA Acompanhado por: Engenheiro Gilberto Goba Sabonete 8.1 AFLORAMENTO 1 Coordenadas X:0565851; Y:8217939; Elevação: 43 metros. O afloramento localiza-se na cidade de Tete, distrito do mesmo nome, ao longo da EN9 acessivelmente 500 metros dos escritórios da International Coal Venture Limited (ICVL), com atitudes (DC=183; DI=298 e I=06NW) ou N003E, 06NW e (DC=180; DI=270 e I=10W) ou NS, 10W. Neste afloramento do tipo corte de estrada, observa-se a ocorrência de arenito com a granulometria médio a grosseiro. Eis a fig.18 Fig.18: Afloramento de rocha sedimentar (arenito) mostrando estruturas cruzadas. Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo).
  • 28. 28 8.2 AFLORAMENTO 2 Coordenadas X:0563203; Y:8227160; Elevação: 254 metros. Acerca de 200 metros, depois do posto policial de Kaunge na EN9, observa-se um afloramento do tipo montanha, logo do lado esquerdo para quem vai a vila de Sede de Chiúta (Manje), o afloramento é constituído por uma rocha chamada gabro, com uma orientação de 160 e espessura de 75 cm. Na base da montanha observa-se filão de quartzo composto por (quartzo,feldspato e ortoclasse). Por sua vez ortoclasse, é um mineral do grupo tectossicalicatos, importante na formação de rochas ígneas, conhecido por feldspato alcalino, também chamado ortosio ou ainda ortoclasio. E importante referenciar que o afloramento em epígrafe é dividido por 2 tipos: Afloramento principal, é na sua totalidade natural e é constituído por uma rocha dolorítica, caracterizado por vários blocos soltos, arrolados. O afloramento secundário é artificial, isto é, o mesmo aparece devido a acção humana. Direcção do afloramento quartzo é 150 e do afloramento principal é de N200. Nota-se eventualmente a presença da rocha magnitite. Eis a fig.19 Fig.19: A imagem, ilustra a rocha magnitite, com a presença de ortoclase. Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo).
  • 29. 29 8.3 AFLORAMENTO 3 Coordenadas X:0560403; Y:8227958; Elevação: 256 metros Afloramento do tipo corte de estrada, localiza-se acerca de 700 metros da chapa que indica o povoado de Chimambe na EN9. O mesmo é do tipo corte de estrada, que é atravessado por vários diques doloriticos de extensão de 100 metros e com alguns veios de quartzo. Existe eventualmente um contacto litológico de rochas gabro e quartzo. 8.4 AFLORAMENTO 4 Coordenadas X: 055763; Y: 8237262; Elevação: 356 metros O afloramento localiza-se no povoado de Catipo, a 400 metros do aviário, é constituído por bloco carbonatito nas 2 margens da estrada nacional número 9 (EN9) e com algumas impregnações de calcite. Carbonatito é uma rocha ígnea ultrabásica com mais de 50% de minerais carbonaticos (calcita, dolomita e sederita). Eis a fig.20 Fig.20: Demonstra o bloco carbonatito, com impregnações de calcite. Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo)
  • 30. 30 8.5 AFLORAMENTO 5 Coordenadas X: 0557396; Y: 8237548; Elevação: 363 metros. O afloramento localiza-se no povoado de Catipo, ao longo da EN9, a 150 m do afloramento anterior. O mesmo é do tipo corte de estrada e que é apresenta uma rocha do tipo carbonatito. O carbonatito é cortado por uma rocha gneisse, com uma orientação de N205 e extensão de 300 m e altura de 1,5 m, importa referenciar que é a mesma rocha que ocorre na região da pedreira Mafilipa. Carbonatito é uma rocha ígnea intrusiva ou extrusiva, rara, composta por mais de 50% de minerais carbonáticos, como calcita e dolomita. Atitude de orientação preferencial de minerais com direcção de 260, 40SE ou N80E, 40 SE, direcção de inclinação de 170,40 ou (40, 170). Eis a fig.21 Fig.21: A imagem ilustra a rocha gnaisse com impregnações de calcite. Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo).
  • 31. 31 8.6 AFLORAMENTO 6 Coordenadas X: 0557396; Y: 8237548; Elevação: 363 metros. O afloramento localiza-se no povoado de Catipo, ao longo da EN9, a 70 m da chapa que indica a entrada do povoado Mphanzo. O afloramento nota-se a ocorrência de carbonatito em forma de blocos (rochas metamórficas). Eis a fig. 22 Fig.22: A imagem ilustra blocos de carbonatito Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo) 8.7 AFLORAMENTO 7 Coordenadas X: 0556826; Y:8338903, Elevação: 354 metros. O afloramento localiza-se ao longo da EN9, acessivelmente 150 m do anterior. O mesmo é composto por rochas de tipo ganaisse-migmatitico, observa-se macrospicamente a acção de metamorfismo devido a alta intensidade que sofreu durante a formação das rochas metamórficas. As rochas são as mesmas que ocorrem no afloramento 5.
  • 32. 32 Tem a direcção de orientação de 035, 30SE ou N35, 30SE e direcção de inclinação 118, 30 ou (30, 118). Eis a fig. 23 Fig.23: Rochas do complexo gnaisse-migmatitico com orientação preferencial de minerais. Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo) 8.8 AFLORAMENTO 8 Coordenadas X:0555585; Y: 8242350, Elevação: 401 metros O afloramento localiza-se a 200 metros do anterior, ao longo da EN9 em direcção a Cassacatiza. Esse é do tipo corte de estrada, apresentando rochas metamórficas do tipo granito gnaisse, atravessado por um veio de quartzo de 30 cm de espessura e orientação N30W, O granito é um tipo comum de rocha magmática, intrusiva ou plutónica de textura fina não metamórfica, media ou grosseira, composta essencialmente pelos minerais: quartzo, mica e feldspato, tendo como minerais acessórios mica, horneblenda, zircão e outros minerais. Os granitos são formados pelo resfriamento do magma em profundidade, por isso que ganham o nome rochas plutónicas ou intrusivas.
  • 33. 33 O magma que que origina os granitos é um produto directo da fusão parcial da crosta terrestre, em zonas tectonicamente activas, promovendo assim a sua reciclagem. Eis a fig.24 A fig.24. Ilustra a rocha metamórfica do tipo granito-gnaisse, atravessado por um veio de quartzo. Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo). 8.9 AFLORAMENTO 9 Coordenadas X:0550157; Y:8251549; Elevação: 123 metros. O afloramento está sobre rio Mavudze, limite do distrito de Moatize e Chiúta, constituído por uma rocha granitoide com algumas fracturas e apresenta uma inclinação 060. No rio verifica- se vários blocos rolados que subentende-se como fragmentos de rochas graníticas do rio Mavudze.
  • 34. 34 Granitoide é uma rocha ígnea ácida plutónica de composição quartzo-feldspática, reconhecido pelo seu alto grau de dureza e altamente usada para ornamentação. Eis a fig.25 Fig.25: Ilustra rochas do tipo granitóides com fracturas. Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo) 8.9.1 AFLORAMENTO 10 Coordenadas X:0549875; Y: 8253497; Elevação: 241 metros. O afloramento localiza-se ao longo do rio Chipata, acessivelmente 500 m da ponteca do povoado de Mavudze. Apresenta uma rocha metamórfica do tipo graníticas instruídas por rochas basálticas, nota-se eventualmente no segundo ponto do mesmo afloramento fragmentos de rochas cimentadas por matriz carbonático. Pode-se dizer que são rochas vulcânicas ou extrusivas ou mesmo plutónicas intrusivas. Nesse afloramento ocorre princípios de inclusão, intersecção de rochas e é importante citar que: Princípio da inclusão diz que os fragmentos de rochas incorporados ou incluídos num dado estrato são mais antigos do que o estrato que os engloba, isto é, o estrato que apresenta a inclusão é mais recente do que os fragmentos do estrato incluído. Princípio de Intersecção diz que qualquer estrutura que intersecta vários estratos, se formou depois deles, logo é mais recente.
  • 35. 35 Nesse afloramento foi intensamente afectada pelos movimentos tectónicos, a presença de ganisse que é rocha metamórfica, inclui processos de metamorfismo. A presença dos corpos intrusivos assume-se que eram fracturas, formou-se gnaisse, ocorreu movimento tectónico, fracturou-se e no final o corpo apareceu como uma intrusão resultante de movimentos tectónicos. Eis as figs.26 e 27 Fig.26: Ilustra a inclusão do basalto. Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo). Fig.27: Ilustra a intersecção de rochas, no ponto 2 do afloramento 10. Fonte: Autor (durante as aulas de campo)
  • 36. 36 8.9.2 AFLORAMENTO 11 Coordenadas X: 0545271; Y: 8260424; Elevação: 404 metros O afloramento do tipo corte de estrada, localiza-se na entrada do povoado de Nhansato, em direcção a vila de Manje. Nesse afloramento ocorre uma rocha metamórfica caracterizada pela xistosidade, isto é, trata-se de um elemento estrutural da rocha, evidenciado pela existência de planos paralelos (foliação), resultantes da existência de uma forte recristalização dos minerais que a constituem. Como resultado a rocha divide-se em finas lâminas paralelas. As rochas que possuem esta característica estrutural denominam-se vulgarmente por xistos. O afloramento tem uma extensão de 200 m nas 2 margens, com uma orientação notável de minerais. Xisto está exposto nas margens da estrada e explorado pelos artesões para sua comercialização e o seu devido uso na construção civil. Eis a fig. 28 Fig.28: Ilustra a rocha metamórfica caracterizada por xistosidade Fonte: Autor (foto tirada durante as aulas de campo)
  • 37. 37 10. RECOMENDAÇŌES Recomenda-se que o Instituto Superior Politécnico de Tete redobre aspectos de higiene e segurança no trabalho e que durante as aulas de campo se elegesse um técnico de segurança na turma para ajudar em aspectos de segurança colectiva, visto que a maioria dos afloramentos estão a beira da estrada em que se nota fluxo de veículos. Recomendar-se-ia também que os estudantes durante as actividades em campo, prestassem mais atenção ao uso de equipamentos de protecção individual, assim como saber usar e conservar todos materiais que nos auxilia no trabalho (bússola, Gps, lupa, cadernetas e martelos geológicos) para evitar perdas dos materiais e o líder da turma ou do grupo deve fazer uma verificação minuciosa dos materiais.
  • 38. 38 11. CONCLUSÃO Durante as aulas de campo, concluiu-se que é extremamente importante visitar os afloramentos rochosos de campo para que haja conciliação do aprendizado adquirido na sala de aula e a prática. Contudo, as aulas de campo ajudam os estudantes a perceberem na íntegra acerca dos tipos de rochas e suas ocorrências, assim como as suas maiores características. Nas visitas feitas nos distritos de Changara, Moatize e Chiúta, vivenciou-se a ocorrência de rochas sedimentares, metamórficas e ígneas tanto como a sua constituição (dolorito, arenito, siltito, xisto), foi tão bom viver e ver as rochas estudadas na sala de aula.
  • 39. 39 12. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS Aulas da cadeira de mineração monitoradas pelo Engenheiro Neves Jemuce Aulas de campo monitoradas pelos Engenheiros Bernardo Bene,Gilberto Goba Sabonete e Pedro Francisco Saca MANUAL DE AULAS DE CAMPO-ISPT https://www.dicio.com.br › http://sigep.cprm.gov.br ›