SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 23
INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA
Carlos Henrique
Porque estudar
Microbiologia?
Cerca de metade da biomassa do planeta é constituída por
microrganismos, sendo os 50% restantes distribuídos entre plantas
(35%) e animais (15%).
- Importante para sobrevivência dos seres humanos, plantas e animais
- Infecções primárias e secundárias
- Reciclagem de resíduos
- Produção de antibióticos, vitaminas, outras substâncias
- Industria de alimentos e combustíveis
-Engenharia genética, etc...
O que se estuda na Microbiologia?
 Classificação
 Estrutura
 Reprodução
 Hereditariedade
 Atividades bioquímicas
 Nutrição
 Atividades e relações entre si e com outros seres vivos
 Habilidade em causar mudanças físicas e químicas no ambiente
História da Microbiologia
Maldição divina
Teoria dos miasmas (vapores ou venenos)
Mau odores
O ar como meio de transmissão
Antes do século XVIII, a que se atribuía as doenças?
As primeiras observações:
A descoberta dos microrganismos
Lentes 200 a 300 X
Antoni Van Leeuwenhoek
(1632 - 1723)
Leeuwenhoek - Fundador da microbiologia
Observações relatadas a Sociedade Real
de Londres
Observou e descreveu os microrganismos
("animáliculos“)
O MUNDO INVISÍVEL
Louis Pasteur (1822-1895)
Teoria germinal das enfermidades infecciosas
Teoria microbiana das doenças
• Robert Koch (1843-1910):
 Descobriu a etiologia do Antraz.
 Fez o primeiro isolamento bacteriano
 Descobriu e isolou o bacilo causador da tuberculose
 Desenvolveu o primeiro tratamento contra a tuberculose
 Revolucionou a medicina para diagnóstico e tratamento de doenças
e aumentou a expectativa de vida em décadas.
Teoria microbiana das doenças
POSTULADOS DE KOCH
 Os microorganismos devem estar presentes em todos os casos de doenças
 Os microorganismos devem ser isolados em cultura pura no laboratório
 Os mesmos sintomas devem surgir se o microorganismo for inoculado em
um hospedeiro saudável e susceptível
 O mesmo microorganismo deve ser re-isolado do hospedeiro inoculado
DIVERSIDADE DOS MICRORGANISMOS
● BACTÉRIAS
● FUNGOS
● VÍRUS
● PROTOZOÁRIOS
● ALGAS
Taxonomia
Sistemas de classificação dos seres vivos
Linnaeus (séc. XVIII): Reinos Animal e Vegetal
Haeckel (1866): Inclusão do reino Protista: "animais" e "vegetais“ unicelulares
Whittaker (1969): Cinco reinos - características morfólogicas e fisiológicas:
Monera: Procariotos
Protista: Eucariotos unicelulares
Fungi: Eucariotos aclorofilados
Plantae: Vegetais
Animalia: Animais
Carl Woese (1990) - O DNA poderia ser considerado um fóssil molecular.
Classificação baseada em aspectos evolutivos (filogenéticos)
Comparação das sequências de genes que codificavam o rRNA
Esta nova proposta de classificação subdivide os seres vivos em 3 domínios:
Archaea: Composto por procariotos – Ancestrais das bactérias
Bacteria: Composto por procariotos – Bactérias em geral
Eukarya: Composto por eucariotos – Animais, vegetais, algas, protozoários e
fungos
Taxonomia
 A sistemática é a ciência dedicada a inventariar e descrever a
biodiversidade e compreender as relações filogenéticas entre os
organismos.
 Taxonomia: do grego tassein = "para classificar" e nomos = lei. È a
ciência de administrar a descoberta, descrição e classificação das
espécies e grupo de espécies, com suas normas e princípios
 Filogenia: relações evolutivas entre os organismos
 Classificação definitiva: métodos fenotípicos e genotípicos
Métodos fenotípicos
1. Morfologia
Coco : De forma esférica ou subesférica (do gênero Staphylococcus)
Bacilo ou Bastonete : Em forma de bastonete (do gênero Bacillus)
Vibrião : Em forma de vírgula (do gênero Vibrio)
Espiroqueta : Em forma de espiral (do gênero Treponema e Leptospira)
Bacilos ou Bastonetes
Cocos
Vibrios Espiroqueta
2. Propriedades tintoriais
•Gram-positivas
•Gram-negativas
•Bacilos álcool ácido resistentes - BAAR
•Não se coram pelo Gram
Gram-positivas
Gram-negativas BAAR
3. Exigências nutricionais
Autotróficas x Heterotróficas
A maioria das espécies bacterianas de interesse médico
apresentam nutrição heterotrófica, ou seja, tanto a fonte de
energia quanto a de átomos são moléculas orgânicas que a
bactéria ingere como alimento.
4. Tipagem enzimática: enzimas do metabolismo
 Enzimas respiratórias
• Pesquisa da Catalase
 Metabolismo glicídico
A maioria das bactérias utiliza os hidratos de carbono hidrolizando-os
até à formação de ácidos com consequente alteração do pH do meio.
Em alguns casos essa hidrólise conduz à formação de gases.
 Pesquisa de coagulase : a presença desta enzima indica
patogenicidade; na presença de plasma, os produtores de coagulase
(como o Staphylococcus aureus) vão desencadear os mecanismos da
coagulação.
 Pesquisa de enzimas hidrolíticas: esta prova tem a sua principal
aplicação na caracterização de espécies do género Streptococcus,
alguns dos quais elaboram enzimas hemolíticas
5. Enzimas extracelulares e toxinas
6. Sorotipagem
Microrganismos inertes às provas bioquímicas
Microrganismos de cultivo difícil
Fins epidemiológicos
Métodos genotípicos
1. Tamanho do DNA
2. Índice Crioscópico
3. Índice Citosina-Guanina (C+G)
4. Hibridização de DNA
5. Sondas moleculares: 50-100pb
6. Sequenciamento de DNA
7. Ribotipagem: RNAr 16S
8. Análise plasmidial
Nomenclatura binomial
• Atribuição de nomes científicos às espécies.
• Formado por duas palavras – o nome do gênero e o restritivo
específico (adjetivo que qualifica o gênero)
Ex:
Escherichia coli ou Escherichia coli
nome homenageia Theodor Escherich,
coli: lembra que habita o cólon humano ou intestino grosso.
Staphylococcus aureus ou Staphylococcus aureus
Staphylo (tipo de agrupamento) + coccus (forma esférica)
aureus (cor de ouro).
Staphylococcus sp. X Staphylococcus spp.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a introducao a microbiologia (1).pptx

Reino Monera
Reino MoneraReino Monera
Reino MoneraURCA
 
Ppt -os_reinos_da_vida
Ppt  -os_reinos_da_vidaPpt  -os_reinos_da_vida
Ppt -os_reinos_da_vidasilvia_lfr
 
Classificação dos seres vivos em reinos e dominios
Classificação dos seres vivos em reinos e dominiosClassificação dos seres vivos em reinos e dominios
Classificação dos seres vivos em reinos e dominiosJose PR Fonseca « FBO »
 
aaa OOOOaula 1 e 2 microb. geral 2019.ppt
aaa OOOOaula 1 e 2 microb. geral 2019.pptaaa OOOOaula 1 e 2 microb. geral 2019.ppt
aaa OOOOaula 1 e 2 microb. geral 2019.pptpamelacastro71
 
AULAS DE MICROBIOLOGIA APLICADA A TECNICOS DE ENFERMAGEM
AULAS DE MICROBIOLOGIA APLICADA A TECNICOS DE ENFERMAGEMAULAS DE MICROBIOLOGIA APLICADA A TECNICOS DE ENFERMAGEM
AULAS DE MICROBIOLOGIA APLICADA A TECNICOS DE ENFERMAGEMMarceloCorrea844135
 
Av1 de biologia,química e física
Av1 de biologia,química e física Av1 de biologia,química e física
Av1 de biologia,química e física emanuel
 
AULA 01 - INTRODUÇÃO A MICRORGANISMOS.pdf
AULA 01 - INTRODUÇÃO A MICRORGANISMOS.pdfAULA 01 - INTRODUÇÃO A MICRORGANISMOS.pdf
AULA 01 - INTRODUÇÃO A MICRORGANISMOS.pdfArmstrongMelo
 
1._Protista.pptx.material completo,detra
1._Protista.pptx.material completo,detra1._Protista.pptx.material completo,detra
1._Protista.pptx.material completo,detraEricaLima176269
 
Resumo teórico de taxonomia
Resumo teórico de taxonomiaResumo teórico de taxonomia
Resumo teórico de taxonomiaemanuel
 

Semelhante a introducao a microbiologia (1).pptx (20)

Reino Monera
Reino MoneraReino Monera
Reino Monera
 
Ppt -os_reinos_da_vida
Ppt  -os_reinos_da_vidaPpt  -os_reinos_da_vida
Ppt -os_reinos_da_vida
 
Microbiologia Agrícola UFMT - Aula 001
Microbiologia Agrícola UFMT - Aula 001Microbiologia Agrícola UFMT - Aula 001
Microbiologia Agrícola UFMT - Aula 001
 
Classificação dos seres vivos em reinos e dominios
Classificação dos seres vivos em reinos e dominiosClassificação dos seres vivos em reinos e dominios
Classificação dos seres vivos em reinos e dominios
 
aaa OOOOaula 1 e 2 microb. geral 2019.ppt
aaa OOOOaula 1 e 2 microb. geral 2019.pptaaa OOOOaula 1 e 2 microb. geral 2019.ppt
aaa OOOOaula 1 e 2 microb. geral 2019.ppt
 
AULAS DE MICROBIOLOGIA APLICADA A TECNICOS DE ENFERMAGEM
AULAS DE MICROBIOLOGIA APLICADA A TECNICOS DE ENFERMAGEMAULAS DE MICROBIOLOGIA APLICADA A TECNICOS DE ENFERMAGEM
AULAS DE MICROBIOLOGIA APLICADA A TECNICOS DE ENFERMAGEM
 
introdução a microbiologia.pdf
introdução a microbiologia.pdfintrodução a microbiologia.pdf
introdução a microbiologia.pdf
 
Reino fungi (1)
Reino fungi (1)Reino fungi (1)
Reino fungi (1)
 
Av1 de biologia,química e física
Av1 de biologia,química e física Av1 de biologia,química e física
Av1 de biologia,química e física
 
AULA 01 - INTRODUÇÃO A MICRORGANISMOS.pdf
AULA 01 - INTRODUÇÃO A MICRORGANISMOS.pdfAULA 01 - INTRODUÇÃO A MICRORGANISMOS.pdf
AULA 01 - INTRODUÇÃO A MICRORGANISMOS.pdf
 
texto e micro e parasito
texto e micro e parasito texto e micro e parasito
texto e micro e parasito
 
1._Protista.pptx.material completo,detra
1._Protista.pptx.material completo,detra1._Protista.pptx.material completo,detra
1._Protista.pptx.material completo,detra
 
Introdmicolmarise1
Introdmicolmarise1Introdmicolmarise1
Introdmicolmarise1
 
ecologia
ecologiaecologia
ecologia
 
4 monera
4   monera4   monera
4 monera
 
Resumo teórico de taxonomia
Resumo teórico de taxonomiaResumo teórico de taxonomia
Resumo teórico de taxonomia
 
Microbiologia
MicrobiologiaMicrobiologia
Microbiologia
 
MICROBIOLOGIA.pdf
MICROBIOLOGIA.pdfMICROBIOLOGIA.pdf
MICROBIOLOGIA.pdf
 
Revisão 3 ano .pptx
Revisão 3 ano .pptxRevisão 3 ano .pptx
Revisão 3 ano .pptx
 
Aula1 classificacaodosseresvivos
Aula1 classificacaodosseresvivosAula1 classificacaodosseresvivos
Aula1 classificacaodosseresvivos
 

introducao a microbiologia (1).pptx

  • 3. Cerca de metade da biomassa do planeta é constituída por microrganismos, sendo os 50% restantes distribuídos entre plantas (35%) e animais (15%). - Importante para sobrevivência dos seres humanos, plantas e animais - Infecções primárias e secundárias - Reciclagem de resíduos - Produção de antibióticos, vitaminas, outras substâncias - Industria de alimentos e combustíveis -Engenharia genética, etc...
  • 4.
  • 5. O que se estuda na Microbiologia?  Classificação  Estrutura  Reprodução  Hereditariedade  Atividades bioquímicas  Nutrição  Atividades e relações entre si e com outros seres vivos  Habilidade em causar mudanças físicas e químicas no ambiente
  • 6. História da Microbiologia Maldição divina Teoria dos miasmas (vapores ou venenos) Mau odores O ar como meio de transmissão Antes do século XVIII, a que se atribuía as doenças?
  • 7. As primeiras observações: A descoberta dos microrganismos Lentes 200 a 300 X Antoni Van Leeuwenhoek (1632 - 1723)
  • 8. Leeuwenhoek - Fundador da microbiologia Observações relatadas a Sociedade Real de Londres Observou e descreveu os microrganismos ("animáliculos“) O MUNDO INVISÍVEL
  • 9. Louis Pasteur (1822-1895) Teoria germinal das enfermidades infecciosas
  • 10. Teoria microbiana das doenças • Robert Koch (1843-1910):  Descobriu a etiologia do Antraz.  Fez o primeiro isolamento bacteriano  Descobriu e isolou o bacilo causador da tuberculose  Desenvolveu o primeiro tratamento contra a tuberculose  Revolucionou a medicina para diagnóstico e tratamento de doenças e aumentou a expectativa de vida em décadas.
  • 11. Teoria microbiana das doenças POSTULADOS DE KOCH  Os microorganismos devem estar presentes em todos os casos de doenças  Os microorganismos devem ser isolados em cultura pura no laboratório  Os mesmos sintomas devem surgir se o microorganismo for inoculado em um hospedeiro saudável e susceptível  O mesmo microorganismo deve ser re-isolado do hospedeiro inoculado
  • 12. DIVERSIDADE DOS MICRORGANISMOS ● BACTÉRIAS ● FUNGOS ● VÍRUS ● PROTOZOÁRIOS ● ALGAS
  • 13. Taxonomia Sistemas de classificação dos seres vivos Linnaeus (séc. XVIII): Reinos Animal e Vegetal Haeckel (1866): Inclusão do reino Protista: "animais" e "vegetais“ unicelulares Whittaker (1969): Cinco reinos - características morfólogicas e fisiológicas: Monera: Procariotos Protista: Eucariotos unicelulares Fungi: Eucariotos aclorofilados Plantae: Vegetais Animalia: Animais
  • 14. Carl Woese (1990) - O DNA poderia ser considerado um fóssil molecular. Classificação baseada em aspectos evolutivos (filogenéticos) Comparação das sequências de genes que codificavam o rRNA Esta nova proposta de classificação subdivide os seres vivos em 3 domínios: Archaea: Composto por procariotos – Ancestrais das bactérias Bacteria: Composto por procariotos – Bactérias em geral Eukarya: Composto por eucariotos – Animais, vegetais, algas, protozoários e fungos Taxonomia
  • 15.  A sistemática é a ciência dedicada a inventariar e descrever a biodiversidade e compreender as relações filogenéticas entre os organismos.  Taxonomia: do grego tassein = "para classificar" e nomos = lei. È a ciência de administrar a descoberta, descrição e classificação das espécies e grupo de espécies, com suas normas e princípios  Filogenia: relações evolutivas entre os organismos  Classificação definitiva: métodos fenotípicos e genotípicos
  • 16. Métodos fenotípicos 1. Morfologia Coco : De forma esférica ou subesférica (do gênero Staphylococcus) Bacilo ou Bastonete : Em forma de bastonete (do gênero Bacillus) Vibrião : Em forma de vírgula (do gênero Vibrio) Espiroqueta : Em forma de espiral (do gênero Treponema e Leptospira) Bacilos ou Bastonetes Cocos Vibrios Espiroqueta
  • 17. 2. Propriedades tintoriais •Gram-positivas •Gram-negativas •Bacilos álcool ácido resistentes - BAAR •Não se coram pelo Gram Gram-positivas Gram-negativas BAAR
  • 18. 3. Exigências nutricionais Autotróficas x Heterotróficas A maioria das espécies bacterianas de interesse médico apresentam nutrição heterotrófica, ou seja, tanto a fonte de energia quanto a de átomos são moléculas orgânicas que a bactéria ingere como alimento.
  • 19. 4. Tipagem enzimática: enzimas do metabolismo  Enzimas respiratórias • Pesquisa da Catalase  Metabolismo glicídico A maioria das bactérias utiliza os hidratos de carbono hidrolizando-os até à formação de ácidos com consequente alteração do pH do meio. Em alguns casos essa hidrólise conduz à formação de gases.
  • 20.  Pesquisa de coagulase : a presença desta enzima indica patogenicidade; na presença de plasma, os produtores de coagulase (como o Staphylococcus aureus) vão desencadear os mecanismos da coagulação.  Pesquisa de enzimas hidrolíticas: esta prova tem a sua principal aplicação na caracterização de espécies do género Streptococcus, alguns dos quais elaboram enzimas hemolíticas 5. Enzimas extracelulares e toxinas
  • 21. 6. Sorotipagem Microrganismos inertes às provas bioquímicas Microrganismos de cultivo difícil Fins epidemiológicos
  • 22. Métodos genotípicos 1. Tamanho do DNA 2. Índice Crioscópico 3. Índice Citosina-Guanina (C+G) 4. Hibridização de DNA 5. Sondas moleculares: 50-100pb 6. Sequenciamento de DNA 7. Ribotipagem: RNAr 16S 8. Análise plasmidial
  • 23. Nomenclatura binomial • Atribuição de nomes científicos às espécies. • Formado por duas palavras – o nome do gênero e o restritivo específico (adjetivo que qualifica o gênero) Ex: Escherichia coli ou Escherichia coli nome homenageia Theodor Escherich, coli: lembra que habita o cólon humano ou intestino grosso. Staphylococcus aureus ou Staphylococcus aureus Staphylo (tipo de agrupamento) + coccus (forma esférica) aureus (cor de ouro). Staphylococcus sp. X Staphylococcus spp.