Este documento analisa as relações entre o romance Bolor, de Augusto Abelaira, e a obra O eterno marido, de Dostoiévski. Discute as teorias de intertextualidade de Laurent Jenny, Julia Kristeva e Gerard Genette sobre hipertextualidade. Busca verificar se há apenas referência ao título de O eterno marido em Bolor ou outras relações como derivação entre as obras.
RELAÇÕES TRANSTEXTUAIS, SEGUNDO ENTENDIMENTO DE GÉRARD GENETTECRFROEHLICH
O documento discute os conceitos de relações transtextuais e intertextualidade. Apresenta as cinco tipos de relações transtextuais segundo Genette: intertextualidade, paratextualidade, metatextualidade, hipertextualidade e arquitextualidade. Explana sobre a intertextualidade e paratextualidade, destacando autores como Bakhtin, Kristeva e Genette.
1) O documento discute conceitos de relações transtextuais como intertextualidade e paratextualidade. 2) A intertextualidade refere-se à presença efetiva de um texto em outro através de citações e referências. 3) O paratexto inclui elementos como títulos, prefácios e notas que estabelecem uma relação entre o texto literário e seu contexto.
Relações transtextuais, segundo entendimento de Gérard GenetteCRFROEHLICH
1) O documento discute as relações transtextuais e como um texto literário se relaciona e é influenciado por outros textos.
2) A intertextualidade é definida como a presença efetiva de um texto em outro e a paratextualidade como a relação entre um texto e elementos como títulos e prefácios.
3) Elementos como epígrafes, títulos e paratextos fornecem informações importantes aos leitores e influenciam a recepção e interpretação da obra.
O documento discute a intertextualidade como um fenômeno de interação entre textos onde um texto incorpora elementos de outros textos. A intertextualidade ocorre nos níveis semântico, sintático e pragmático e depende da memória intertextual do leitor para compreender as referências. A intertextualidade confere densidade ao texto ao permitir múltiplos sentidos baseados nos textos referenciados de forma implícita ou explícita.
Conceitos nucleares da linguística textualDaiana Correia
O documento discute os conceitos de coerência e coesão em linguística textual. A coerência refere-se à ligação de sentido entre elementos de um texto, enquanto a coesão refere-se à ligação formal entre esses elementos. Existem diferentes perspectivas sobre a distinção entre essas duas operações na construção de um texto.
O documento discute as teorias de Bakhtin sobre interdiscursividade e intertextualidade. Resume que a interdiscursividade ocorre quando há relações dialógicas entre enunciados, enquanto a intertextualidade é um tipo particular de interdiscursividade que envolve duas materialidades textuais distintas dentro de um texto. Também diferencia texto de enunciado e explica como Bakhtin via a linguagem de forma dialógica.
O documento discute os conceitos de intertextualidade, interdiscursividade e paródia segundo Bakhtin. A linguagem é dialógica e os textos sempre refletem uns aos outros de forma explícita ou implícita. A paródia é um tipo de intertextualidade que critica ou distorce outros textos. A interdiscursividade é o diálogo entre discursos, onde um responde ou refere-se a outro, mostrando os elementos da situação de produção.
Intertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiáticas e literáriasEdilson A. Souza
Este documento discute a intertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiática e literária. Primeiro, apresenta definições de intertextualidade e interdiscursividade segundo autores como Charaudeau, Reyes e Fiorin. Segundo, fornece exemplos de intertextualidade explícita e implícita em textos literários e jornalísticos. Terceiro, analisa a presença de intertextualidade e interdiscursividade em charges e canções.
RELAÇÕES TRANSTEXTUAIS, SEGUNDO ENTENDIMENTO DE GÉRARD GENETTECRFROEHLICH
O documento discute os conceitos de relações transtextuais e intertextualidade. Apresenta as cinco tipos de relações transtextuais segundo Genette: intertextualidade, paratextualidade, metatextualidade, hipertextualidade e arquitextualidade. Explana sobre a intertextualidade e paratextualidade, destacando autores como Bakhtin, Kristeva e Genette.
1) O documento discute conceitos de relações transtextuais como intertextualidade e paratextualidade. 2) A intertextualidade refere-se à presença efetiva de um texto em outro através de citações e referências. 3) O paratexto inclui elementos como títulos, prefácios e notas que estabelecem uma relação entre o texto literário e seu contexto.
Relações transtextuais, segundo entendimento de Gérard GenetteCRFROEHLICH
1) O documento discute as relações transtextuais e como um texto literário se relaciona e é influenciado por outros textos.
2) A intertextualidade é definida como a presença efetiva de um texto em outro e a paratextualidade como a relação entre um texto e elementos como títulos e prefácios.
3) Elementos como epígrafes, títulos e paratextos fornecem informações importantes aos leitores e influenciam a recepção e interpretação da obra.
O documento discute a intertextualidade como um fenômeno de interação entre textos onde um texto incorpora elementos de outros textos. A intertextualidade ocorre nos níveis semântico, sintático e pragmático e depende da memória intertextual do leitor para compreender as referências. A intertextualidade confere densidade ao texto ao permitir múltiplos sentidos baseados nos textos referenciados de forma implícita ou explícita.
Conceitos nucleares da linguística textualDaiana Correia
O documento discute os conceitos de coerência e coesão em linguística textual. A coerência refere-se à ligação de sentido entre elementos de um texto, enquanto a coesão refere-se à ligação formal entre esses elementos. Existem diferentes perspectivas sobre a distinção entre essas duas operações na construção de um texto.
O documento discute as teorias de Bakhtin sobre interdiscursividade e intertextualidade. Resume que a interdiscursividade ocorre quando há relações dialógicas entre enunciados, enquanto a intertextualidade é um tipo particular de interdiscursividade que envolve duas materialidades textuais distintas dentro de um texto. Também diferencia texto de enunciado e explica como Bakhtin via a linguagem de forma dialógica.
O documento discute os conceitos de intertextualidade, interdiscursividade e paródia segundo Bakhtin. A linguagem é dialógica e os textos sempre refletem uns aos outros de forma explícita ou implícita. A paródia é um tipo de intertextualidade que critica ou distorce outros textos. A interdiscursividade é o diálogo entre discursos, onde um responde ou refere-se a outro, mostrando os elementos da situação de produção.
Intertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiáticas e literáriasEdilson A. Souza
Este documento discute a intertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiática e literária. Primeiro, apresenta definições de intertextualidade e interdiscursividade segundo autores como Charaudeau, Reyes e Fiorin. Segundo, fornece exemplos de intertextualidade explícita e implícita em textos literários e jornalísticos. Terceiro, analisa a presença de intertextualidade e interdiscursividade em charges e canções.
Este documento discute se a intertextualidade faz parte da função metalinguística. Alguns argumentam que sim, pois a intertextualidade envolve referências a outros textos e isso seria uma forma de metalinguagem. Porém, outros apontam que a intertextualidade não necessariamente foca no código linguístico, enquanto a metalinguagem sim, portanto não devem ser confundidas. Permanece em aberto se há critérios precisos para definir os limites entre esses conceitos.
Este documento discute como o discurso literário é transformado pela narrativa do leitor no contexto do hipertexto digital. Ele explora como os leitores podem reelaborar obras literárias usando recursos hipermidiáticos e como isso afeta a representação e percepção do discurso literário. O documento também analisa como as mudanças na sociedade afetam o discurso e a construção de gêneros textuais.
Este relatório descreve um projeto desenvolvido por uma aluna de Letras para a disciplina de Letras Interdisciplinar. O projeto consiste em um blog que fornece apoio conteudístico para alunos que fazem o ENADE, abordando diversos gêneros textuais como entrevistas, resumos e poemas. O relatório analisa a produção de textos dentro do projeto com base na teoria dos gêneros textuais.
a literatura como precursora dos novos "modos de escrever e de ler"AFMO35
O documento discute como a literatura antecipou as novas formas de ler e escrever resultantes da cultura digital. Obra como Ulisses, de James Joyce, e Avalovara, de Osman Lins, exemplificam como a literatura antecipou estruturas como o hipertexto e formas não lineares de narrativa. A literatura está um passo à frente das inovações tecnológicas e continua se reinventando.
1) O documento discute o conceito de intertextualidade e sua migração nos estudos literários desde sua introdução por Julia Kristeva em 1966.
2) A noção de intertextualidade tornou-se importante para a teoria literária e estudos comparativos ao mostrar como os textos se relacionam e influenciam uns aos outros através de citações, alusões e temas compartilhados.
3) Ao invés de "influências", a intertextualidade enfatiza como elementos de outros textos são apropriados e transformados de forma criativa em novos trabal
Vigotski e a perspectiva enunciativa da relação entre linguagem, cognição e m...Ernane Oliveira
Este documento discute a perspectiva de Vigotski sobre a relação entre linguagem, cognição e mundo social. A autora argumenta que Vigotski via a linguagem como constitutiva da cognição, em oposição à visão tradicional de que a linguagem é apenas um instrumento da cognição. Além disso, a autora busca conectar as ideias de Vigotski com teorias enunciativas e com autores como Humboldt e Bakhtin.
1) O documento analisa a obra Ohio Impromptu de Samuel Beckett, comparando as representações de espaço na obra com os conceitos de Leonardo da Vinci e Zygmunt Bauman.
2) A autora argumenta que as fronteiras entre os espaços se tornam porosas em Ohio Impromptu, permitindo vozes e memórias atravessarem.
3) Ela defende que é necessário um método interdisciplinar que reconstrua e reorganize os espaços de forma a desvendar os enigmas da obra de Beckett.
UMA ESTRATÉGIA PARA O ENSINO DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO.Helio de Sant'Anna
Este artigo analisa os recursos expressivos de humor nos textos de Verissimo, como oposição semântica. O objetivo é demonstrar uma ferramenta para análise de textos humorísticos longos e contribuir para o ensino de leitura e produção de texto. A análise se baseia na Teoria dos Scripts Semânticos do Humor e na noção de Informatividade para identificar a oposição e sobreposição de scripts como condições para construção do humor nas narrativas.
A Intertextualidade nos processos de composição e interpretação da Seresta pa...Edilson A. Souza
O artigo discute a aplicação da teoria da intertextualidade na composição e interpretação musical, analisando a Seresta para Violão de José Alberto Kaplan. Kaplan incorporou elementos rítmicos, melódicos e formais de obras de Francisco Mignone e Aylton Escobar. A interpretação e audição de uma obra também são processos intertextuais, onde intérprete e ouvinte criam seus próprios textos musicais a partir da obra.
Este documento apresenta um resumo de três frases ou menos do documento fornecido:
O documento discute a diferença entre intertextualidade e interdiscursividade segundo Bakhtin e outros autores. Intertextualidade refere-se à incorporação de um texto em outro, enquanto interdiscursividade se refere à interação com um discurso ou memória discursiva que constitui o contexto da atividade linguística. A obra de Bakhtin mostra que o dialogismo, ou relação entre enunciados, é a forma de funcionamento real da linguagem.
1) A intertextualidade foi conceituada por vários teóricos ao longo do tempo, começando por Bakthin que a definiu como a produção cultural baseada na linguagem e o caráter dialógico do discurso. Kristeva cunhou o termo e definiu texto como um "mosaico de citações".
2) Genette ampliou o conceito para "transtextualidade", definindo cinco categorias de relação entre textos. Alba Olmi destacou a absorção de textos estranhos na tessitura de novas obras.
Texto, discurso, intertextualidade e interdiscursividadeA vida
O documento discute conceitos-chave relacionados a texto, discurso, intertextualidade e interdiscursividade. Em três frases, resume:
1) Texto é uma ocorrência linguística dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal, sempre situada historicamente.
2) Intertextualidade refere-se aos modos como a produção e recepção de um texto dependem do conhecimento de outros textos com os quais se relaciona.
3) Interdiscursividade é a relação entre discursos manifestada através
O documento define citação como menção de informação extraída de outra fonte e apresenta normas para realizar citações de forma uniforme, como citações diretas, indiretas e de citação. Apresenta também regras para apresentar citações no texto e no final do parágrafo.
Este documento apresenta o conceito de intertextualidade na teoria literária e nos estudos bíblicos. Discute a definição do termo por Julia Kristeva, suas formas (interna e externa), graus (mínimo, médio e máximo) e manifestações (explícita e implícita). Também aborda teóricos que ampliaram as noções de intertextualidade, como Roland Barthes e Jacques Derrida.
Este artigo discute o conceito de intertextualidade e dialogismo, definindo-os como referências entre textos onde um autor constrói sua obra com referências a outras obras e autores. A intertextualidade surgiu nos estudos de Bakhtin e Kristeva e pode ocorrer por citação, alusão ou estilização entre diferentes mídias como literatura, artes plásticas e cinema. Exemplos de Rabelais e Cervantes ilustram como incorporaram elementos de outros textos em seus próprios trabalhos de forma dialógica.
Poesias pós-modernas: concretismo, Poesia Práxis e Poema-ProcessoDjeisci Maldaner
O documento descreve três movimentos literários brasileiros: Concretismo, Poesia Práxis e Poema Processo. O Concretismo surgiu nos anos 1950 focado em geometrismo e racionalismo nas artes. A Poesia Práxis foi proposta por Mário Chamie em 1961 como dinâmica e passível de manipulação pelo leitor. Já o Poema Processo dos anos 1960/70 rejeitava o uso de palavras e empregava símbolos visuais.
O documento discute os conceitos de metalinguagem e intertextualidade na literatura. A metalinguagem é a linguagem que explica a própria linguagem. A intertextualidade é a relação entre textos, onde um texto retoma ou se refere a outros textos, como por meio de citações, alusões ou paráfrases. São exemplos epígrafes, citações, alusões, paráfrases e paródias.
1) O documento discute o texto de Bakhtin "Para uma filosofia do ato", escrito entre 1920-1924 e publicado postumamente na Rússia em 1986.
2) O texto de Bakhtin é fundamentalmente filosófico e dialoga com diversos filósofos como Kant, enquanto busca estabelecer uma filosofia moral.
3) A especificidade do texto de Bakhtin está em seu profundo trabalho com a língua russa, realizando análises etimológicas que dão vocabulário próprio à sua
O documento discute as visões pós-estruturalistas sobre a diferença entre original e tradução. Argumenta-se que não há uma diferença clara entre os conceitos de autor e tradutor ou original e tradução, uma vez que todo texto deriva de outros textos anteriores. O autor propõe analisar uma tradução e um poema originais para tentar identificar possíveis diferenças entre a atividade de traduzir e escrever.
В сентябре - октябре 2011 года Управляющая компания "Красотель" провела цикл бесплатных семинаров для малых отелей Крыма "Стандарты обслуживания в малых отелях" для трех основных служб. В данной презентации представлен материал по тренингу "Роль администратора в работе малого отеля".
La Depo-Provera es una inyección trimestral de hormonas que previene el embarazo al detener la liberación de óvulos por los ovarios, con una efectividad del 99.7%. Tiene beneficios como no interrumpir la actividad sexual y no requerir atención regular, pero también riesgos como cambios en los períodos menstruales y falta de protección contra infecciones de transmisión sexual. Su uso requiere inyecciones cada tres meses aplicadas por un profesional de la salud.
Este documento discute se a intertextualidade faz parte da função metalinguística. Alguns argumentam que sim, pois a intertextualidade envolve referências a outros textos e isso seria uma forma de metalinguagem. Porém, outros apontam que a intertextualidade não necessariamente foca no código linguístico, enquanto a metalinguagem sim, portanto não devem ser confundidas. Permanece em aberto se há critérios precisos para definir os limites entre esses conceitos.
Este documento discute como o discurso literário é transformado pela narrativa do leitor no contexto do hipertexto digital. Ele explora como os leitores podem reelaborar obras literárias usando recursos hipermidiáticos e como isso afeta a representação e percepção do discurso literário. O documento também analisa como as mudanças na sociedade afetam o discurso e a construção de gêneros textuais.
Este relatório descreve um projeto desenvolvido por uma aluna de Letras para a disciplina de Letras Interdisciplinar. O projeto consiste em um blog que fornece apoio conteudístico para alunos que fazem o ENADE, abordando diversos gêneros textuais como entrevistas, resumos e poemas. O relatório analisa a produção de textos dentro do projeto com base na teoria dos gêneros textuais.
a literatura como precursora dos novos "modos de escrever e de ler"AFMO35
O documento discute como a literatura antecipou as novas formas de ler e escrever resultantes da cultura digital. Obra como Ulisses, de James Joyce, e Avalovara, de Osman Lins, exemplificam como a literatura antecipou estruturas como o hipertexto e formas não lineares de narrativa. A literatura está um passo à frente das inovações tecnológicas e continua se reinventando.
1) O documento discute o conceito de intertextualidade e sua migração nos estudos literários desde sua introdução por Julia Kristeva em 1966.
2) A noção de intertextualidade tornou-se importante para a teoria literária e estudos comparativos ao mostrar como os textos se relacionam e influenciam uns aos outros através de citações, alusões e temas compartilhados.
3) Ao invés de "influências", a intertextualidade enfatiza como elementos de outros textos são apropriados e transformados de forma criativa em novos trabal
Vigotski e a perspectiva enunciativa da relação entre linguagem, cognição e m...Ernane Oliveira
Este documento discute a perspectiva de Vigotski sobre a relação entre linguagem, cognição e mundo social. A autora argumenta que Vigotski via a linguagem como constitutiva da cognição, em oposição à visão tradicional de que a linguagem é apenas um instrumento da cognição. Além disso, a autora busca conectar as ideias de Vigotski com teorias enunciativas e com autores como Humboldt e Bakhtin.
1) O documento analisa a obra Ohio Impromptu de Samuel Beckett, comparando as representações de espaço na obra com os conceitos de Leonardo da Vinci e Zygmunt Bauman.
2) A autora argumenta que as fronteiras entre os espaços se tornam porosas em Ohio Impromptu, permitindo vozes e memórias atravessarem.
3) Ela defende que é necessário um método interdisciplinar que reconstrua e reorganize os espaços de forma a desvendar os enigmas da obra de Beckett.
UMA ESTRATÉGIA PARA O ENSINO DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO.Helio de Sant'Anna
Este artigo analisa os recursos expressivos de humor nos textos de Verissimo, como oposição semântica. O objetivo é demonstrar uma ferramenta para análise de textos humorísticos longos e contribuir para o ensino de leitura e produção de texto. A análise se baseia na Teoria dos Scripts Semânticos do Humor e na noção de Informatividade para identificar a oposição e sobreposição de scripts como condições para construção do humor nas narrativas.
A Intertextualidade nos processos de composição e interpretação da Seresta pa...Edilson A. Souza
O artigo discute a aplicação da teoria da intertextualidade na composição e interpretação musical, analisando a Seresta para Violão de José Alberto Kaplan. Kaplan incorporou elementos rítmicos, melódicos e formais de obras de Francisco Mignone e Aylton Escobar. A interpretação e audição de uma obra também são processos intertextuais, onde intérprete e ouvinte criam seus próprios textos musicais a partir da obra.
Este documento apresenta um resumo de três frases ou menos do documento fornecido:
O documento discute a diferença entre intertextualidade e interdiscursividade segundo Bakhtin e outros autores. Intertextualidade refere-se à incorporação de um texto em outro, enquanto interdiscursividade se refere à interação com um discurso ou memória discursiva que constitui o contexto da atividade linguística. A obra de Bakhtin mostra que o dialogismo, ou relação entre enunciados, é a forma de funcionamento real da linguagem.
1) A intertextualidade foi conceituada por vários teóricos ao longo do tempo, começando por Bakthin que a definiu como a produção cultural baseada na linguagem e o caráter dialógico do discurso. Kristeva cunhou o termo e definiu texto como um "mosaico de citações".
2) Genette ampliou o conceito para "transtextualidade", definindo cinco categorias de relação entre textos. Alba Olmi destacou a absorção de textos estranhos na tessitura de novas obras.
Texto, discurso, intertextualidade e interdiscursividadeA vida
O documento discute conceitos-chave relacionados a texto, discurso, intertextualidade e interdiscursividade. Em três frases, resume:
1) Texto é uma ocorrência linguística dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal, sempre situada historicamente.
2) Intertextualidade refere-se aos modos como a produção e recepção de um texto dependem do conhecimento de outros textos com os quais se relaciona.
3) Interdiscursividade é a relação entre discursos manifestada através
O documento define citação como menção de informação extraída de outra fonte e apresenta normas para realizar citações de forma uniforme, como citações diretas, indiretas e de citação. Apresenta também regras para apresentar citações no texto e no final do parágrafo.
Este documento apresenta o conceito de intertextualidade na teoria literária e nos estudos bíblicos. Discute a definição do termo por Julia Kristeva, suas formas (interna e externa), graus (mínimo, médio e máximo) e manifestações (explícita e implícita). Também aborda teóricos que ampliaram as noções de intertextualidade, como Roland Barthes e Jacques Derrida.
Este artigo discute o conceito de intertextualidade e dialogismo, definindo-os como referências entre textos onde um autor constrói sua obra com referências a outras obras e autores. A intertextualidade surgiu nos estudos de Bakhtin e Kristeva e pode ocorrer por citação, alusão ou estilização entre diferentes mídias como literatura, artes plásticas e cinema. Exemplos de Rabelais e Cervantes ilustram como incorporaram elementos de outros textos em seus próprios trabalhos de forma dialógica.
Poesias pós-modernas: concretismo, Poesia Práxis e Poema-ProcessoDjeisci Maldaner
O documento descreve três movimentos literários brasileiros: Concretismo, Poesia Práxis e Poema Processo. O Concretismo surgiu nos anos 1950 focado em geometrismo e racionalismo nas artes. A Poesia Práxis foi proposta por Mário Chamie em 1961 como dinâmica e passível de manipulação pelo leitor. Já o Poema Processo dos anos 1960/70 rejeitava o uso de palavras e empregava símbolos visuais.
O documento discute os conceitos de metalinguagem e intertextualidade na literatura. A metalinguagem é a linguagem que explica a própria linguagem. A intertextualidade é a relação entre textos, onde um texto retoma ou se refere a outros textos, como por meio de citações, alusões ou paráfrases. São exemplos epígrafes, citações, alusões, paráfrases e paródias.
1) O documento discute o texto de Bakhtin "Para uma filosofia do ato", escrito entre 1920-1924 e publicado postumamente na Rússia em 1986.
2) O texto de Bakhtin é fundamentalmente filosófico e dialoga com diversos filósofos como Kant, enquanto busca estabelecer uma filosofia moral.
3) A especificidade do texto de Bakhtin está em seu profundo trabalho com a língua russa, realizando análises etimológicas que dão vocabulário próprio à sua
O documento discute as visões pós-estruturalistas sobre a diferença entre original e tradução. Argumenta-se que não há uma diferença clara entre os conceitos de autor e tradutor ou original e tradução, uma vez que todo texto deriva de outros textos anteriores. O autor propõe analisar uma tradução e um poema originais para tentar identificar possíveis diferenças entre a atividade de traduzir e escrever.
В сентябре - октябре 2011 года Управляющая компания "Красотель" провела цикл бесплатных семинаров для малых отелей Крыма "Стандарты обслуживания в малых отелях" для трех основных служб. В данной презентации представлен материал по тренингу "Роль администратора в работе малого отеля".
La Depo-Provera es una inyección trimestral de hormonas que previene el embarazo al detener la liberación de óvulos por los ovarios, con una efectividad del 99.7%. Tiene beneficios como no interrumpir la actividad sexual y no requerir atención regular, pero también riesgos como cambios en los períodos menstruales y falta de protección contra infecciones de transmisión sexual. Su uso requiere inyecciones cada tres meses aplicadas por un profesional de la salud.
O documento descreve as opções de processamento de packs promocionais por uma fábrica e a Charme Comunicação. A Charme pode realizar o manuseio operacional do pack ou entregá-lo diretamente ao cliente. Os diferenciais da Charme incluem flexibilidade, equipe treinada e foco em resultados.
O documento descreve os objetivos, serviços e clientes de uma empresa de marketing e comunicação. O objetivo da empresa é entender os problemas dos clientes e solucioná-los com inteligência, transparência e cumplicidade. A empresa oferece ferramentas e parcerias para gestão empresarial, incluindo eventos, mídias, promoção, tecnologia, estratégia e capacitação.
An organization is considering adopting a learning management system (LMS) to provide online training to employees. An LMS would allow the organization to deliver, track, and manage training programs for staff. It could help improve and standardize training across different departments through a centralized system.
Presentatie Brabantse beleidsmedewerkers VVE 18-10-2011KPC Groep
Presentatie van Ineke Sagasser en Anneke Elenbaas van KPC Groep voor Brabantse beleidsmedewerkers VVE. Op de agenda stonden actuele ontwikkelingen in relatie tot jonge kinderen en actuele vraagstukken bij implementatie Wet OKE.
A Revolução de 1930 trouxe mudanças para o Espírito Santo, incluindo a ocupação do norte do estado e um capitão do exército assumindo como interventor. A Aliança Liberal realizou uma comissão no Colégio do Carmo que resultou em tumulto e mortes, enfraquecendo o governador Aristeu Borges. João Purano Bley, como governador, investiu na infraestrutura e diversificou a economia capixaba.
Este artigo analisa como a obra "Nas tuas mãos", da escritora portuguesa Inês Pedrosa, quebra o "pacto autobiográfico" através da criação de autobiografias fictícias de personagens que não correspondem à identidade real da autora. O artigo discute como a noção de verdade literária é complexa e como a autobiografia constrói uma "imagem do real" ao invés do real em si. A quebra do pacto autobiográfico é examinada principalmente através da autobiografia fictícia
O documento discute os diferentes tipos de intertextualidade que podem ocorrer em uma nova produção textual, como citações, paródias, paráfrases e epígrafes. A intertextualidade pode ser explícita, quando há referências diretas ao texto original, ou implícita, quando o leitor precisa conhecer a referência para identificar a relação entre os textos. A intertextualidade permite ampliar os sentidos de um texto ao criar novas possibilidades através da relação com produções textuais anteriores.
Este documento analisa a intertextualidade em anúncios publicitários impressos por meio da perspectiva bakhtiniana. Discute como a intertextualidade é uma ferramenta criativa na publicidade ao permitir a incorporação de significados de outros textos no processo de criação publicitária. Identifica diferentes formas de intertextualidade como citação, alusão e estilização em anúncios que fazem referência a contos de fadas e a histórias bíblicas.
Este documento analisa a intertextualidade em anúncios publicitários impressos a partir da perspectiva bakhtiniana. Discute como a intertextualidade se manifesta por meio da citação, alusão e estilização e serve como ferramenta criativa na publicidade. Apresenta exemplos de anúncios que incorporam outros textos como contos de fadas e a Bíblia, reinterpretando seus sentidos para fins persuasivos.
O documento discute a intertextualidade na canção e poesia. Analisa a música "Monte Castelo", de Renato Russo, mostrando como ela interliga trechos do Soneto 11 de Camões e da Epístola aos Coríntios de Paulo. Também examina como a canção cria um novo significado a partir desses textos originais, explorando o tema do amor de formas contraditórias.
1) O documento discute a relação entre as definições de história em quadrinhos e tiras, considerando se ambos são gêneros ou se um é segmento do outro.
2) Apresenta o conceito de hipergênero para explicar como as tiras, embora apresentem gêneros distintos, compartilham características agregadas pelo hipergênero quadrinhos.
3) Discutem os conceitos de gênero de Bakhtin e Maingueneau, incluindo a noção de que os gêneros são dinâmicos e
1. O documento discute a análise literária, definindo-a como uma disciplina auxiliar da teoria da literatura que analisa e avalia o texto literário usando métodos como história literária e crítica psicanalítica.
2. A revisão de literatura explica conceitos como literatura, obra e análise literária, destacando elementos como enredo, personagens, tempo e espaço na análise.
3. A semiótica é apresentada como tendo aplicação ao texto literário, agindo na sensibilidade e cognição do leitor para a concret
Este documento discute as noções de texto e intertextualidade. Primeiramente, define texto como qualquer coisa capaz de gerar significado através da interação entre leitor e obra, em vez de ser limitado a um sistema semiótico específico. Segundo, critica a noção de signo como unidade básica de análise textual, argumentando que o signo é na verdade um texto truncado. Por fim, discute três premissas comuns na leitura de textos que limitam suas possibilidades de significado.
1) O documento apresenta uma resenha sobre o livro "Semântica" de Rodolfo Ilari e João Wanderley Geraldi, que discute conceitos centrais da semântica de forma acessível sem excesso de tecnicismos;
2) O livro aborda temas como a estrutura da oração, operações semânticas como negação e advérbios, significado de palavras através de sinonímia e paráfrase, e outros fenômenos semânticos;
3) A resenha elogia a ab
Este documento apresenta o conceito de intertextualidade na teoria literária e nos estudos bíblicos. Discute a definição do termo por Julia Kristeva, suas formas (interna e externa), graus (mínimo, médio e máximo) e manifestações (explícita e implícita). Também aborda autores que ampliaram as noções de intertextualidade.
Este artigo analisa a relação entre textos, géneros de texto e tipos de discurso de três perspectivas: 1) Entendendo textos como objetos empíricos complexos, em vez de objetos abstratos; 2) Discutindo como géneros de texto regulam as interações entre elementos textuais; 3) Mostrando algumas convergências e divergências entre propostas conceituais sobre géneros de texto e tipos de discurso.
Ensino medio livre_edicao_2012_unidade_01_literaturanewtonbonfim
O documento apresenta um resumo sobre a literatura medieval, em especial sobre o trovadorismo. Aborda os gêneros literários das cantigas de amor, amigo e escárnio produzidas pelos trovadores provençais, assim como temáticas como o amor cortês e a religiosidade na época.
Intertextualidade e a importância da leitura valdiceEdilson A. Souza
O documento discute a intertextualidade e a importância da leitura polifônica, analisando o poema 'Para cantar com o saltério'. Apresenta conceitos como coerência textual, intertextualidade e leitura polissêmica. Analisa como o poema estabelece diálogos implícitos com textos bíblicos sobre espera, fé e o retorno de Jesus."
A teoria literária entre práticas e saberes novas estratégias, múltiplos ob...Edilson A. Souza
O documento discute o lugar da teoria nos programas de pós-graduação em literatura. A autora defende a importância da teoria literária para abordar novos objetos e interlocuções entre a literatura e outras áreas, mesmo em meio à crise dos paradigmas teóricos. A desconstrução crítica dos paradigmas não deve levar à renúncia da teoria, mas sim a um pensamento rigoroso capaz de se sustentar sobre os impasses críticos e qualificar a natureza construída do objeto literário.
O documento discute os conceitos de literariedade, mundo real versus mundo ficcional e como esses mundos são interpretados pelo escritor e leitor de forma subjetiva. Explica também como a recepção de uma obra pode ser diferente da intenção do autor e apresenta exemplos de intertextualidade e metalinguagem em obras literárias.
(RE)ATUALIZAÇÃO MITOLÓGICA EM “COM SUA VOZ DE MULHER”, DE MARINA COLASANTI - ...Edilson A. Souza
Este documento analisa o conto "Com sua voz de mulher", de Marina Colasanti. O conto apresenta uma narrativa mítica na qual um deus assume a forma de uma mulher para entender porque os habitantes de sua cidade estavam tristes. Ao contar histórias, o deus-mulher transforma a realidade das pessoas. O documento discute como o conto retoma temas e elementos de mitologias como a grega e a judaico-cristã.
Livro - literatura infantil construção, recepção e descobertasEdilson A. Souza
Este capítulo discute como a literatura infantil é utilizada nos espaços da creche segundo a perspectiva de educadores. A autora realizou rodas de conversa em duas creches de Sergipe para compreender como os educadores aproximam as crianças da literatura infantil e quais são seus objetivos e práticas pedagógicas. A literatura infantil é essencial para o desenvolvimento do imaginário e da reflexão das crianças. Os educadores devem ter uma escuta sensível ao mediar a experiência literária para que ela se torne educativa e prazerosa
Discutindo raça/racismo na sala de aula de língua Inglesa - Revista SUPERUni,...Edilson A. Souza
Este trabalho tem objetivo de mostrar uma experiência
de Letramento Crítico na sala de aula de língua
inglesa, considerando-a como um espaço
questionador das relações de poder e das ideologias
disfarçadas sobre raça e racismo. Para tanto, foram
feitas análises dos resultados de discussões e de questionários aplicados no 8º Ano de uma escola municipal
de Senador Canedo-GO.
Intertextualidades - "Vou-me embora pra pasárgada"Edilson A. Souza
Este texto fala sobre a intertextualidade. Na verdade, é uma análise através do viés da intertextualidade. É ótimo para se aprender sobre como ocorre o intertexto dentro de um texto. É de leitura fácil.
Breve reflexão sobre o fenômeno da intertextualidade - nº 43 espéculo (ucm),...Edilson A. Souza
O documento discute os conceitos de intertextualidade, polifonia e citação de vozes. Apresenta as visões de Bakhtin e Ducrot sobre polifonia, onde várias vozes coexistem em um texto. Também explica as formas de citação de vozes segundo a gramática normativa: discurso direto, indireto e indireto livre.
O documento discute o princípio da intertextualidade como fator de textualidade em textos orais e escritos. Apresenta as definições de interdiscursividade e intertextualidade e classifica as formas mais utilizadas da intertextualidade, como citação, alusão e estilização.
Este artigo discute três pontos principais: 1) A intertextualidade como um fator importante de textualidade que determina a influência de textos anteriores nos atuais; 2) As teorias de interdiscursividade e intertextualidade e como um discurso sempre se refere a outros discursos; 3) As diferentes formas de intertextualidade, incluindo citação, alusão e estilização.
Intertextualidade um dialogo entre a ficcão e a históriaEdilson A. Souza
Este documento compara como Alexandre Herculano e Fernão Lopes abordam o episódio do Castelo de Faria em suas obras. Fernão Lopes relata o episódio de forma objetiva em sua crônica histórica, enquanto Herculano recria o episódio de forma subjetiva em seu conto, aliando ficção e história. Ambos os autores buscam retratar eventos do passado de Portugal de forma fiel, porém com estilos diferentes.
Intertextualidades no processo de reconstrução de textos de escóliosEdilson A. Souza
1) O documento discute as relações intertextuais encontradas nos escólios, comentários sobre a obra de Hermógenes de Tarso.
2) Estes escólios citam, parafraseiam e debatem outros comentários e teorias de retóricos como Hermagoras de Temnos e Sópatro.
3) O autor propõe categorias para distinguir os diferentes tipos de intertextos encontrados nos escólios, como fontes teóricas e referências literárias usadas como exemplos.
Este documento apresenta uma tese de doutorado sobre o fenômeno da intertextualidade em uma perspectiva cognitiva. A pesquisa analisa a intertextualidade como uma manifestação do princípio dialógico da linguagem e da cognição humana e como uma manifestação do processo cognitivo de integração conceptual. Os dados analisados consistem em textos de publicidade, literatura e jornalismo representativos da sociedade brasileira contemporânea. A pesquisa utiliza uma metodologia qualitativa baseada na análise introspectiva dos dados e sug
Este documento apresenta uma tese de doutorado sobre o fenômeno da intertextualidade em uma perspectiva cognitiva. A pesquisa analisa a intertextualidade como uma manifestação do princípio dialógico da linguagem e da cognição humana e como uma manifestação do processo cognitivo de integração conceptual. Os dados analisados consistem em textos de publicidade, literatura e jornalismo representativos da sociedade brasileira contemporânea. A pesquisa utiliza uma metodologia qualitativa baseada na análise introspectiva dos dados e sug
Intertextualidade a construcao_de_sentido_na_stefaniaEdilson A. Souza
Este documento discute a intertextualidade na publicidade veiculada em outdoors. Apresenta conceitos de intertextualidade e seus tipos, como explícita e implícita. Também aborda o détournement e como a memória coletiva é importante para a construção de sentido na intertextualidade implícita. Por fim, define outdoor como suporte do gênero publicidade.
1. Este resumo descreve a origem do estudo da peça O plantador de naus a haver no curso "A literatura portuguesa em cena" da USP e o contato inicial com a autora Júlia Nery. Também apresenta os projetos brasileiro "Autor por Autor" e português "EXDRA", que compartilham os objetivos de analisar obras literárias sob a perspectiva da intertextualidade e do ensino da literatura.
2. A biobibliografia de Júlia Nery é apresentada, incluindo de
O documento discute a dificuldade de compreensão do texto bíblico devido à sua natureza intertextual e à variedade de gêneros literários presentes. Aponta que o conceito de intertextualidade é fundamental para entender como cada parte da Bíblia só faz sentido em relação aos demais textos, já que é constituída por diversos gêneros literários ao longo do Antigo e Novo Testamento. Argumenta que uma leitura que considere a intertextualidade é essencial para uma compreensão adequada do texto bíblico.
Este artigo analisa a presença de intertextualidade entre as obras "Boca de Chafariz", de Rui Mourão, e "Cidade do Sonho e da Melancolia", de Gilberto de Alencar. Ambas as obras descrevem a cidade de Ouro Preto e valorizam a Escola de Minas localizada nela. Trechos dos livros sobre a Escola de Minas e sobre a casa do poeta Tomaz Gonzaga em Ouro Preto demonstram exemplos de diálogo e influência entre as obras.
Intertextualidade interdiscursividade 121022125333-phpapp02Edilson A. Souza
O documento discute os conceitos de intertextualidade e interdiscursividade a partir da obra de Bakhtin e de outros autores. Segundo Fiorin, interdiscursividade refere-se a qualquer relação dialógica entre enunciados, enquanto intertextualidade é um tipo particular onde há incorporação de materialidade textual de um texto em outro. Kristeva define intertextualidade como a noção de que todo texto é construído a partir de citações de outros textos.
O documento discute a diferença entre gêneros textuais e tipos de texto. Apresenta a noção bakhtiniana de gênero, que inclui textos de comunicação cotidiana, e não apenas literários. Também explica que tipos de texto são categorias teóricas limitadas, enquanto gêneros textuais são realizações sociais ilimitadas. Finalmente, destaca que livros didáticos comumente confundem esses conceitos.
Intertextualidade e suas origens, de luciano corralesEdilson A. Souza
O documento discute a origem e evolução da intertextualidade e da literatura comparada. Apresenta exemplos de Aristóteles, Platão e outros que já discutiam influências entre textos na antiguidade. Também descreve o desenvolvimento da literatura comparada entre os séculos XVIII e XIX na França e como passou a analisar relações de forma mais crítica do que apenas identificar semelhanças.
O documento discute a intertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiática e literária. Aborda como esses conceitos estão presentes em diferentes textos literários e midiáticos, citando exemplos de Chico Buarque, Manuel Bandeira e outros. Também distingue entre intertextualidade interna, entre um autor e seu próprio trabalho, e externa, entre autores diferentes.
1. 125
INTERTEXTO OU HIPERTEXTO:
AS RELAÇÕES ENTRE BOLOR E O ETERNO MARIDO
Kellen Millene Camargos Resende1
RESUMO: No romance Bolor, de Augusto Abelaira, são mencionados romances, músicas e
pinturas. Este trabalho analisará um dos romances citados, O eterno marido, de Dostoiévski,
para confirmar se a relação intertextual se limita apenas à referência ao título da obra ou se há
outras relações entre elas, como a hipertextualidade. Serão estudadas as teorias de Laurent
Jenny (1979), sobre intertextualidade, com contribuições de Julia Kristeva (1974) e a teoria de
Gerard Genette (2006), sobre hipertextualidade. O objetivo será verificar se uma teoria exclui a
outra ou se elas se complementam.
PALAVRAS-CHAVE: Referência; intertextualidade; hipertextualidade.
ABSTRACT: In the novel Bolor (Mold), by Augusto Abelaira, are mentioned novels,
songs and paintings titles. This work will examine one of the novels cited, O Eterno
Marido (The Eternal Husband) by Dostoiévski, to verify if the intertextual relationship
is confined only to the title of the work or whether there are other relationships between
them, such as hypertextuality. We will study the theories of Laurent Jenny (1979), about
intertextuality, with contributions by Julia Kristeva (1974) and the theory of Gerard
Genette (2006) about hypertextuality. The purpose is to verifiy if one theory excludes
the other or if they complement each other.
Key-words: reference; intertextuality; hypertextuality.
INTRODUÇÃO
Na história narrada em Bolor, romance em forma de diário, de Augusto
Abelaira, publicado em 1980, há, entre outras, a referência ao título do romance O
eterno marido, de Dostoiévski. A personagem Maria dos Remédios é mencionada cinco
vezes lendo-o. Este trabalho buscará analisar se há outras relações intertextuais, além da
referência ao título do romance, entre as duas obras.
Segundo Laurent Jenny (1979, p. 6), “a intertextualidade não só condiciona
o uso do código, como também está explicitamente presente ao nível do conteúdo
formal da obra” que deixa “transparecer a sua relação com outros textos: imitação,
paródia, citação, montagem, plágio, etc”. O autor considera, contudo, um fator
problemático nesse tipo de relação, o grau de explicitação da intertextualidade.
O problema citado por Jenny motiva a reflexão para a elaboração deste
trabalho. A referência ao título do romance O eterno marido é explícito em Bolor, o que
já estabelece uma relação intertextual. Alguns questionamentos, porém, motivam a
1
Doutoranda em Estudos Literários pelo Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da
Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás - UFG.
2. 126
análise: a intertextualidade entre as duas obras consiste apenas na referência? Há outras
relações entre os dois textos, como a derivação, própria da relação hipertextual? Para
refletir sobre essas questões, é preciso conhecer um pouco sobre os dois conceitos, uma
vez que, para Genette, a transformação, a imitação, a paródia, o travestimento e o
pastiche são relações hipertextuais, cabendo à intertextualidade apenas a copresença, de
fato, de um texto em outro, como é o caso da citação, alusão e plágio.
INTERTEXTUALIDADE E HIPERTEXTUALIDADE
Jenny estabelece duas possibilidades para se realizar a comprovação da
intertextualidade, o que ele chama de fato intertextual:
Para provar um facto intertextual podem servir critérios estruturais;
mas já se torna mais difícil determinar se o facto intertextual deriva do
uso do código ou é a própria matéria da obra. De facto, adivinha-se
que nada haverá de incompatível nestas “posições” do facto
intertextual, se a obra possuir uma forte coloração de metalinguagem.
O que pode variar também, a sensibilidade dos leitores à repetição.
(JENNY, 1979, p. 6-7, grifo do autor).
Jenny percebe que critérios estruturais podem servir para provar um fato
intertextual. Mas há um problema a ser resolvido, confirmar se o fato intertextual deriva
do uso do código ou se ele é a própria matéria da obra, como ocorre em narrativas
metalinguística em que o tema principal do enredo é a própria construção do romance.
No caso de Bolor, a explicitação da intertextualidade é um aspecto que não é criado
inocentemente no romance.
Ao considerar todas as possibilidades de compreensão intertextual, em que
ela é tomada como assimilação, transformação, tipo determinado de formas, textos
estrita ou exageradamente codificados que dão azo à repetição, aproxima-se, assim, à
definição de Julia Kristeva. Para a autora, uma definição clara sobre o fenômeno,
estudada por ela nas teorias de Mikhail Bakhtin, e denominada de intertextualidade, é a
de que “todo texto é absorção e transformação de um outro texto. Em lugar da noção de
intersubjetividade, instala-se a de intertextualidade e a linguagem poética lê-se pelo
menos como dupla.” (KRISTEVA, 1974, p. 64, grifo da autora).
Assim, o que caracteriza os estudos intertextuais é a introdução de um novo
modo de leitura. O leitor pode considerar o fragmento em que há uma relação
3. 127
intertextual como outro qualquer e prosseguir a leitura, ou voltar ao texto-origem, “em
que a referência intertextual aparece como um elemento paradigmático „deslocado‟ e
originário duma sintagmática esquecida”. Nesse sentido, têm-se duas possibilidades,
duas leituras que terão significações diferenciadas. (JENNY, 1979, p. 21, grifo do
autor).
Em uma relação intertextual, nenhum texto permanece o mesmo ao ser
usado em outra obra. Um texto literário pode ser transformado conforme o novo
significado que assume:
É, com efeito, bastante raro um texto literário ser recuperado e citado
tal e qual. O novo contexto procura, em geral, uma apropriação
triunfante do texto pressuposto. Ou essa finalidade permanece
escondida, e o trabalho intertextual equivale a uma maquilhagem,
tanto mais eficaz quanto o texto aproveitado tiver sido mais
sabiamente transformado. Ou então o novo contexto confessa operar
uma reescrita crítica, e dá em espetáculo o refazer dum texto.
(JENNY, 1999, p. 43-44).
Genette, por sua vez, também considera que a transposição de um texto ao
outro o torna diferente do original. Ao estudar as relações entre textos, o autor definiu
cinco tipos, aos quais ele chamou de transtextualidades: paratextualidade,
arquitextualidade, intertextualidade, metatextualidade e hipertextualidade (GENETTE,
2006).
A teoria de Genette foi importante para a compreensão do fenômeno das
relações que um texto mantém com outro. Como expõe Samoyault (2008, p.28), a partir
dessa teoria não será possível usar o termo intertextualidade de forma geral, uma vez
que ele definiu categorias que classificam cada uso.
Para o autor, em toda relação que une um texto B (hipertexto) a um texto A
(hipotexto), sobre o qual ele se enxerta, de um modo que não é o do comentário, ocorre
a hipertextualidade (GENETTE, 2006, p. 12). Não é uma obra que fala da outra para
comentá-la, criticamente, como ocorre entre a Poética de Aristóteles e Édipo rei. A
hipertextualidade foi definida como uma operação transformativa. Para exemplificar
esse processo, Genette usa as obras Odisséia, de Homero (como hipotexto), Eneida, de
Virgílio, e Ulisses, de James Joyce (como hipertexto). As relações entre elas são
descritas da seguinte forma:
A transformação que conduz da Odisséia a Ulisses pode ser descrita
(muito grosseiramente) como uma transformação simples, ou direta:
4. 128
aquela que consiste em transportar a ação da Odisséia para Dublin do
século XX. A transformação que conduz da Odisséia a Eneida é mais
complexa e mais indireta, apesar das aparências (e da maior
proximidade histórica), pois Virgílio não transpõe, de Ogígia a
Cartago e de Ítaca ao Lácio, a ação da Odisséia: ele conta uma outra
história completamente diferente (as aventuras de Enéias e não mais
de Ulisses), mas, para fazê-lo, se inspirando no tipo (genérico, quer
dizer, ao mesmo tempo formal e temático). (GENETTE, 2006, p. 13).
Como foi exposto, ele distingue duas formas, a transformação simples, o
que ele chama apenas de transformação, e a indireta, denominada de imitação.
As obras derivadas sofrem transformações diferentes:
Joyce dela [da Odisséia] extrai um esquema de ação e de relação entre
personagens, que ele trata em outro estilo completamente diferente,
Virgílio extrai um certo estilo que aplica a uma outra ação. Ou mais
grosseiramente: Joyce conta a história de Ulisses de maneira diferente
de Homero, Virgílio conta a história de Enéias à maneira de Homero;
transformações simétricas e inversas. (GENETTE, 2006, p. 14).
Genette estabelece dois tipos de operações: dizer a mesma coisa de modo
diferente; dizer outra coisa da mesma maneira. Um imita as ações e o outro o gênero,
aspecto formal e temático.
A diferença proposta por Genette entre a intertextualidade e a
hipertextualidade, parece, em alguns momentos, bem sutil, quase imperceptível,
podendo, mesmo, não conseguir separá-las. Ele toma da intertextualidade, conforme a
define Julia Kristeva em Semeiotiké (1969 apud GENETTE, 2006, p. 8), o seu
paradigma terminológico para os tipos de transtextualidade e o entende como uma
relação de copresença entre dois ou vários textos, que pode ser explícita, como a
citação, menos explícita, o plágio, e menos explícita ainda, a da alusão. (GENETTE,
2006, p. 8).
Por outro lado, Genette cita Michael Riffattere para contrapor que a
definição de intertextualidade deste autor é mais ampla que a sua e aparenta a tudo o
que ele chama de transtextualidade, pois intertextualidade é a percepção realizada pelo
leitor das relações entre uma obra e outras que a antecederam ou sucederam.
(RIFFATTERE, 1980, p. 4). Os dois veem um e outro tipo como um aspecto da própria
literariedade do texto. A diferença é que Riffattere aplica sua teoria a “micro-estruturas
semântico-estilísticas, no nível da frase, do fragmeno ou do texto breve, geralmente
poético”. (GENETTE, 2006, p. 9).
5. 129
De uma forma geral, os dois conceitos, intertexto e hipertexto, são muito
próximos. Segundo Genette, no hipertexto, um texto deriva do outro; no intertexto, há
uma relação de presença de fato entre dois ou vários textos.
Genette, ao definir a derivação de uma obra pela imitação, pela identidade
do gênero, aproxima-se da definição de Jenny ao dizer que “só se apreende o sentido e a
estrutura duma obra literária se a relacionarmos com seus arquétipos” (JENNY, 1979, p.
5). Jenny, por sua vez, concorda com a teoria de Riffattere (1980) ao dizer que fora “da
intertextualidade, a obra literária seria muito simplesmente incompreensível”. (JENNY,
1979, p. 5). Os três autores aproximam-se ao exporem que há modelos que compõem a
literariedade de uma obra, formas que são seguidas, mas também transformadas. Jenny
expõe, ainda, que diante dos “modelos arquetípicos, a obra literária entra sempre numa
relação de realização, de transformação ou de transgressão.” (JENNY, 1979, p. 5).
Assim, mesmo quando uma obra não se aproxima de outra pela relação de semelhança,
ela a confessa pela negação.
Conforme as definições brevemente expostas, as obras Bolor e O eterno
marido serão analisadas para se compreender qual a relação que elas mantêm uma com
a outra.
BOLOR E O ETERNO MARIDO: INTERTEXTO OU HIPERTEXTO
Em O eterno marido, a narração da história é verossímil, os fatos são
possíveis de acontecer. Em Bolor, inicialmente, cria-se este aspecto, contudo, há outros
elementos, ao longo da narrativa, que fogem à simples narração da trama e passa-se a
uma reflexão sobre o fazer literário e à problematização de aspectos que questionam a
verossimilhança.
A ação do triângulo amoroso, em que o marido, por um tempo, é enganado,
mas descobre o fato e vive um jogo de insinuações entre os envolvidos, relaciona os
dois romances, não de forma imitativa, mas transformativa.
Em Dostoiévski, a descoberta da traição ocorre após a morte da mulher
traidora, Natalia Vassilievna. O jogo discursivo acontece entre o marido traído, Pavel
Pavlovitch Trussotzki, e o amante da mulher, Alexei Ivanovitch Veltchaninov.
6. 130
Estabelece-se, assim, uma relação, entre os dois, de desconfiança, medo, amor, ódio,
admiração. Sentimentos expostos de forma confusa.
Em Abelaira, o jogo se faz por meio da escrita de diários das personagens
envolvidas, o marido, Humberto, a mulher, Maria dos Remédios, e o amante da mulher
e melhor amigo do marido traído, Aleixo.
Em O eterno marido, a personagem Pavel só se sentia inserido socialmente
com a presença de sua mulher, não de Natalia propriamente, mas da figura da esposa,
razão por que gostava que outros homens a admirassem e abusassem do seu convívio.
Após a morte de Natalia, Pavel procura se casar novamente para retornar à vida de
eterno marido, como justificou para Alexei: “Sou um „eterno marido‟, disse Pavel
Pavlovitch com um sorriso humilde e resignado.” (DOSTOIÉVSKI, 1944, p. 219).
No livro de Dostoiévski, o conceito de eterno marido refere-se ao homem
que se sente submisso à sua mulher, admira-a pela sua forma sociável, e admira também
o seu amante (mesmo sem saber ou querer confessar que o amigo é amante de sua
mulher). Faz-se de inocente em relação ao triângulo amoroso. A mulher, por sua vez,
apesar de seu adultério, ama, cuida e defende o marido e o lar.
Em Bolor, ocorre o contrário. Humberto sente-se bem com os amigos e
incompleto com sua mulher: “Por que razão o convívio com os meus amigos me dá uma
plenitude que tu não me dás, por que razão ao conviver com eles me sinto feliz – e
quando olho para ti, imediatamente sinto incompleta a minha vida?” (ABELAIRA,
1999, p. 89); “Se falo aqui da Maria dos Remédios e da minha vida com ela é porque
algo em nós ficou incompleto, é porque não achamos em nós esse absoluto, essa
perfeição que a si mesma se basta. Se escrevo, pois, sobre ela é porque preciso não sei
de quê, é porque.” (ABELAIRA, 1999, p. 46). Humberto não conclui sua explicação.
Talvez nem ele saiba e entenda o que sente e o que supõe faltar em sua relação com
Maria dos Remédios, pois o casamento para ele era uma necessidade, como era para
Pavel.
Humberto conheceu Catarina e Maria dos Remédios em um trote telefônico
que elas lhe passaram. Ele passou a encontrar com as duas, que se revezavam em um
jogo em que se passavam pela mesma pessoa. O rapaz, depois de um certo tempo,
decidiu se casar com Catarina, o que deixou Maria dos Remédios enciumada. Após a
morte da mulher, casou-se com sua amiga. Depois de seis anos do segundo casamento,
7. 131
soube do envolvimento de Aleixo com a mulher de um amigo. Imediatamente, sentiu-se
o marido traído. Humberto desconfiou que Aleixo se referia a Catarina, mas não
demonstrou nenhuma reação. A relação de Humberto com as duas mulheres, mais a de
Aleixo, que entrara depois de o triângulo ter-se formado, ainda na época do namoro,
remete à idéia de “eterno marido”, criada por Dostoiévski.
No primeiro dia descrito no diário, esboça-se a relação dos três envolvidos,
para já apresentar a condição de Humberto: amar mulheres que o dividiam e que,
depois, passaram a se dividir com seu amigo. No segundo dia, menciona-se o livro de
Dostoiévski. A leitura desse romance define o conceito do termo que não é dado no
livro de Abelaira, a não ser de forma prática. Sem a leitura, essa noção passa
desapercebida.
No segundo fragmento do diário (13 de dezembro), há uma ênfase em
relação ao romance de Dostoiévski, que Maria dos Remédios lê: “Dividido entre o
Eterno Marido e o rádio” (ABELAIRA, 1999, p. 19); “inútil seguir o teu gesto de
afastar o Eterno Marido para melhor ouvires o Lopes Graça, Canto de Amor e de
Morte” (ibidem, p. 21); “Esquecendo o Dostoiévski sobre os joelhos” (ibidem, p. 21);
“Ela poisa o Eterno Marido” (ibidem, p. 23). São cinco referências ao livro. Maria dos
Remédios aparece ora atenta à leitura, ora desatenta, distraída com alguma outra coisa:
“lendo sem ler” (ibidem, p. 19). Todas as menções ao livro mostram que ela não se
dedica exclusivamente a ele, referência ao próprio marido, pois o divide com várias
ações que remetem à traição ou ao ciúme: joelhos (Aleixo); amor e morte (Catarina).
Humberto tenta ler Maria dos Remédios, por isso a observa e registra o que
percebe em um diário que criou exclusivamente para esse fim: “observá-la, embora não
com os olhos, mas com uma esferográfica, esferográfica azul, cilíndrica, macia, a
observá-la e a procurar adivinhar quem ela é (ela, mulher subitamente desconhecida,
letra a letra se esclarecendo enquanto estas páginas se escurecem).” (ABELAIRA, 1999,
p. 19). Mas se Maria dos Remédios fosse o que Humberto tenta passar, algo sem
importância para ele, com quem ele não gosta de conversar (não gosta ou tem medo),
ele se daria ao trabalho de desvendar o mistério que é esta mulher? Na verdade, ela
parece intimidá-lo.
Primeiro, casou-se com sua amiga, ao invés de escolhê-la, apesar de as duas
saírem ao mesmo tempo com ele. A outra não parece atraí-lo tanto, ainda que Humberto
8. 132
não tenha esta noção. Ele se deixou levar no jogo das mulheres, fingindo-se de inocente,
o que o liga ao conceito de eterno marido. Não consegue viver sem uma mulher que se
envolve com outros homens, discretamente. Ele se fazia de inocente, mas no fundo
sabia o que se passava e gostava da situação.
Outra ação, na trama, aproxima as duas obras, mas com transformação, é a
descoberta da traição das mulheres. Em O eterno marido, foram cartas de Natália para
seus amantes que fizeram Pavel descobrir quem de fato era sua mulher. Em Bolor, é
uma declaração indireta de Aleixo que faz Humberto desconfiar, não de Maria dos
Remédios, mas de sua ex-mulher, Catarina. Um eterno marido precisa de evidências
explícitas para desconfiar de sua mulher. Natalia escrevia cartas para seus amantes e as
escondia em um cofrezinho (DOSTOIÉVSKI, 1944, p. 271). Somente após sua morte
seu marido as viu e descobriu o óbvio, por que sua casa era tão frequentada por rapazes.
Descobriu que sua única filha era de outro homem, o rapaz ao qual tratou como
verdadeiro amigo, Alexei (ibidem, p. 108-109).
Humberto tenta esconder que ama Maria dos Remédios, mas também tem
uma aproximação forte com o melhor amigo: “Acho-me inteiramente satisfeito depois
de uma hora de conversa com o Aleixo” (ABELAIRA, 1999, p. 46).
Depois de desconfiar da ex-mulher Catarina, o diário faz Humberto refletir
sobre quem foi o traidor:
“Quem foi o culpado? Tu [Aleixo] ou ela [Catarina]?” Subitamente,
agarrava-me à esperança de haver um culpado – um só – e que o
culpado fosse ela, não aquele homem ali na minha frente, aquele meu
amigo, amigo já antes de eu conhecer a Catarina, meu amigo tantos
anos passados. (ABELAIRA, 1999, p. 63, grifo do autor).
Nessa parte, é evidente que ele nunca amou Catarina. Após sua morte, ele
não demorou muito para se casar com Maria dos Remédios, para, depois de alguns anos
juntos também desejar sua morte. Há um contraste entre os dois livros. Em Bolor, é o
marido quem quer que Maria dos Remédios morra, para que a vida dele recomece. A
morte de Natalia para Pavel foi a sua ruína pessoal.
Assim como em O eterno marido, em Bolor há um jogo de palavras alusivas
entre as personagens. Maria dos Remédios provoca Humberto com diversas declarações
que escreve em um diário que fez para imitar o marido, que quase sempre fica exposto
9. 133
para que ele leia, e também no diário dele. Contudo, ele finge não ver, ou não o vê de
verdade. Nos diálogos face a face, às vezes, criam-se as mesmas insinuações, mas, no
geral, não há tanta provocação em relação à traição como ocorre de forma escrita.
As personagens envolvidas na traição, nos dois romances, não se falam
abertamente. Insinuam apenas. Em Bolor, sempre que são mostrados, nos diários, os
diálogos entre Humberto e Maria dos Remédios e Humberto e Aleixo, o discurso é
velado, com duplo sentido, ou enigmático. Nunca se sabe ao certo se o texto é confiável.
Nada é declarado abertamente. Não se pode confiar, inclusive, se as personagens
realmente são os narradores que declaram ser. Pode ser Humberto que finge ser Maria
dos Remédios e Aleixo, ou é ela quem finge ser os dois. Há várias declarações que
colocam em xeque se as personagens realmente existem.
Em O eterno marido, por sua vez, não resta dúvida sobre o narrador
onisciente, mas fica, assim como em Bolor, uma dúvida sobre o que as personagens
sabem ou não, aspecto que mantém uma tensão nos romances, porque a dúvida se
arrasta, não é esclarecida. No romance de Abelaira, nada se esclarece. Mas no final do
romance de Dostoiévski, revelam-se as dúvidas.
Uma outra relação que há entre os dois romances refere-se a um aspecto
estrutural, analisado por Bakhtin no conjunto da obra de Dostoiévski, o dialogismo.
Assim como ocorre na obra do romancista russo, em Bolor, também, as palavras são
bivocais. Nos romances dialógicos, a voz do autor se faz ouvir em pé de igualdade com
as vozes das personagens. A condensação dos diálogos, na composição do romance, é
denominada por Bakhtin de grande diálogo. É possível ouvir as vozes das personagens
entrecruzarem-se nos discursos de cada uma:
No interior desse grande diálogo ecoam, iluminando-o e condensando-
o, os diálogos composicionalmente expressos das personagens; por
último, o diálogo se adentra no interior, em cada palavra do romance,
tornando-o bivocal, penetrando em cada gesto, em cada movimento
mímico da face do herói, tornando-o intermitente e convulso
(BAKHTIN, 1981, p. 64, grifos do autor).
Os diálogos e gestos carregados de insinuações e provocações em O eterno
marido torturam personagens e leitor. A palavra bivocal, em que o outro está presente,
citando-o verbalmente, ou só deduzindo o que ele está pensando, é uma constante no
romance de Dostoiévski:
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Pavel Pavlovitch apertou a testa entre as mãos e assim ficou durante
alguns instantes. Pareceu a Veltchaninov que ele ia imediatamente
pronunciar a palavra definitiva. Mas Pavel Pavlovitch não disse nada;
olhou-o e deu um amplo sorriso silencioso, o sorriso de ainda há
pouco, malicioso e cheio de subentendidos. (DOSTOIÉVSKI, 1944, p.
127).
Havia também um discurso provocador por parte de Alexei: “E quando você
viajava para Petersburgo? não pôde impedir-se de perguntar Veltchaninov, embora
compreendendo perfeitamente que sua curiosidade era monstruosa.” (Ibidem, p. 222).
Como ocorre com Aleixo, que também provocava Humberto: “Beijei-lhe os joelhos, um
dia destes...” (ABELAIRA, 1999, p. 66).
Alguns detalhes demonstram claramente a relação das duas obras, como os
nomes dos amantes. Abelaira cria uma espécie de anagrama com o nome Alexei ao criar
Aleixo. Outro aspecto é a coincidência de uso do “T”. Em Dostoiévski, refere-se à
cidade onde morava Pavel e Natalia, nomeada apenas com a inicial: “Estimava-o muito,
Alexei Ivanovitch, declarou Pavel Pavlovitch, como se bruscamente se decidisse. Todo
aquele ano em T..., dediquei-lhe minha afeição.” (DOSTOIÉVSKI, 1944, p. 222). Em
Abelaira, a obra finaliza-se com um “T” maiúsculo, em um diálogo, como se fosse o
início de uma palavra que ficou incompleta, e que pode se referir a um “tudo” exposto,
anteriormente, no diálogo:
― Porque casaste comigo em vez de casar com outra? Porque me
escolheste a mim como imagem da vida quotidiana, ponto de
referência em relação ao qual uma diferente vida é possível – Vida,
parêntesis, na realidade inútil de todos os dias? [...] Embora, bem sei,
nada disso tivesse importância, embora “tudo” continuasse igualmente
errado?
― T
Outra característica que aproxima os romances é a referência a títulos de
obras literárias, as quais podem colaborar para a compreensão. O discurso carregado de
insinuações, na primeira conversa efetuada por Pavel e Alexei, faz entender que Pavel
sabia do envolvimento do amigo com sua mulher. O romance A provinciana, de
Turgueniev, é citado na obra como parte da trama, como ocorre em Bolor ao citar O
eterno marido. O romance citado é fundamental para se compreender a situação de
traição ali velada, uma vez que nesta parte o leitor ainda não sabe sobre o envolvimento
de Alexei e Natalia.
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Como foi visto, algumas ações assemelham-se, mas com transformação,
como é o caso do triângulo amoroso. Em Bolor, não é mais um triângulo comum, pois
foram quatro envolvidos. O relacionamento do casal é frio e desgastado, como sugere a
epígrafe do romance: “Os versos/ que te digam/ a pobreza que somos/ o bolor/ nas
paredes/ deste quarto deserto/ os rostos a apagar-se/ num frêmito do espelho/ e o leito
desmanchado/ o peito aberto/ a que chamaste/ amor.” (OLIVEIRA, 1999, p. 13). Assim
como os versos de Carlos de Oliveira, os quais mesclam metalinguagem e exposição de
uma relação amorosa, Bolor também descreve e critica a banalização do amor e a
desconstrução dos elementos da narrativa. Diferente de O eterno marido, pois Natalia
exigia dos amantes que respeitassem Pavel, ela não deixava que ninguém o criticasse.
Compreende-se que não é contraditório usar as teorias da intertextualidade e
da hipertextualidade para explicar a relação entre os dois textos, pois afirmar apenas que
Bolor deriva de O eterno marido, porque se aproximam pela ação, não abarcaria os
outros elementos, os fatos intertextuais, como o anagrama dos nomes dos amantes, o
uso da letra “T” e a negação da forma tradicional romanesca.
O que Genette chama de hipertextualidade é muito semelhante ao que Jenny
considera como intertextualidade. No entanto, as classificações que Jenny e Riffattere
fazem são melhor aplicáveis a textos poéticos, enquanto a de Genette à narrativa em
prosa. Os conceitos de intertextualidade e hipertextualidade, conforme foi brevemente
visto neste trabalho, em vez de se excluírem, complementam-se. O estudo de ambos
torna-se fundamental para a compreensão das relações explícitas e implícitas entre
textos.
REFERÊNCIAS
ABELAIRA, Augusto. Bolor. Rio de Janeiro: Lacerda, 1999.
BAKHTIN, Mikhail. Problemas da poética de Dostoievski. Tradução de Paulo Bezerra.
Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1981. Título original: Problémi poétiki
Dostoiévskovo.
DOSTOIÉVSKI, Feôdor Mikhailovich. O eterno marido. Tradução de Costa Neves.
Rio de Janeiro: 1944.
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GENETTE, Gerard. Palimpsestos: a literatura de segunda mão. Tradução de Luciene
Guimarães e Maria Antônia Ramos Coutinho. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2006.
JENNY, Laurent; et all. Intertextualidades. Poétique 27. Coimbra: Almedina, 1979.
KRISTEVA, Julia. Introdução à semanálise. Tradução de Lúcia Helena França Ferraz.
São Paulo: Perspectiva, 1974.
OLIVEIRA, Carlos de. Bolor. In: ABELAIRA, Augusto. Bolor. Rio de Janeiro:
Lacerda, 1999.
RIFFATTERE, Michael. La trace de l‟intertexte. In: La pensée, n. 215, 1980, p. 4-10.
SAMOYAULT, Tiphaine. A intertextualidade. Tradução de Sandra Nitrini. São Paulo:
Hucitec, 2008.