Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Influenza humana
1. Influenza Humana
O que é influenza?
Também conhecida como gripe, à influenza é uma infecção do sistema
respiratório cuja principal complicação são as pneumonias, que são
responsáveis por um grande número de internações hospitalares no País. A
doença inicia-se com febre alta, em geral acima de 38ºC, seguida de dor
muscular, dor de garganta, dor de cabeça e tosse seca. A febre é o sintoma
mais importante e dura em torno de três dias. Os sintomas respiratórios como a
tosse e outros, tornam-se mais evidentes com a progressão da doença e
mantêm-se em geral por três a quatro dias após o desaparecimento da febre.
É uma doença muito comum em todo o mundo, sendo possível uma pessoa
adquirir influenza várias vezes ao longo de sua vida. É também freqüentemente
confundida com outras viroses respiratórias, por isso o seu diagnóstico de
certeza só é feito mediante exame laboratorial específico.
Resfriado e influenza (gripe) são a mesma coisa?
Não. O resfriado geralmente é mais brando que a gripe e pode durar de 2 a 4
dias. Também apresenta sintomas relacionados ao comprometimento das vias
aéreas superiores, como congestão nasal, secreção nasal (rinorréia), tosse e
rouquidão. A febre é menos comum e, quando presente, é de baixa
intensidade. Outros sintomas também podem estar presentes, como mal-estar,
dores musculares (mialgia) e dor de cabeça (cefaléia). Assim como na
influenza, no esfriado comum também podem ocorrer complicações como
otites, sinusites, bronquites e até mesmo quadros mais graves, dependendo do
agente etiológico que está provocando a infecção. Os principais agentes
infecciosos do resfriada comum são os Rhinovírus (com mais de 100
sorotipos), os Coronavírus, os vírus Parainfluenza (principalmente o tipo 3), o
Vírus Sincicial Respiratório, os Entero-vírus e o Adenovírus.
Existem outras doenças que podem ser confundidas com a influenza?
Sim, além do resfriado comum, a rinite alérgica é uma das doenças que mais
se confundem com a gripe. Na rinite alérgica ocorrem sintomas como espirros,
congestão e corrimento nasal. Existem duas formas de rinite alérgica: uma
sazonal (em determinadas épocas do ano) e uma que dura o ano todo,
podendo ser contínua ou intermitente. A rinite alérgica não é acompanhada de
febre. Porém, isso pode acontecer quando ela estiver associada a uma
infecção.
Qual o agente causador da influenza humana?
Um vírus. São conhecidos 3 tipos de vírus da influenza: A, B e C. Esses vírus
são altamente transmissíveis e podem sofrer mutações (transformações em
sua estrutura genética), sendo que o tipo A é mais mutável que o B e este mais
mutável que o tipo C. Os tipos A e B causam maior morbidade (doença) e
mortalidade (mortes) que o tipo C. Geralmente as epidemias e pandemias
(epidemia em vários países) estão associadas ao vírus do tipo A. O tipo C não
tem importância clínica nem epidemiológica.
Como a influenza humana é transmitida?
2. A influenza humana pode ser transmitida:
de forma direta: através das secreções das vias respiratórias de uma pessoa
contaminada ao falar, espirrar, ou tossir;
de forma indireta: por meio das mãos que, após contato com superfícies
recentemente contaminadas por secreções respiratórias de um indivíduo
infectado, podem carrear o agente infeccioso diretamente para a boca, nariz e
olhos.
A transmissão direta inter-humana (ou seja, de pessoa-a-pessoa), é a mais
comum, mas já foi documentada a transmissão direta do vírus de aves e suínos
para o homem.
O período que uma pessoa pode transmitir a doença (transmissibilidade)
é de 2 dias antes até 5 dias após o início dos sintomas.
Quais são os sintomas da influenza humana?
Os primeiros sintomas costumam aparecer cerca de 24 horas depois do
contágio, e podem ser:
febre geralmente (>38ºC);
dor de cabeça;
dor nos músculos;
calafrios;
prostração (fraqueza);
tosse seca;
dor de garganta;
espirros e coriza
podem apresentar ainda pele quente e úmida, olhos hiperemiados
(avermelhados) e lacrimejantes.
As crianças podem apresentar também febre mais alta, aumento de linfonodos
cervicais (gânglios no pescoço), diarréia e vômitos.
Existe vacina para prevenir a influenza humana ou suas complicações?
Sim. O Ministério da Saúde do Brasil, a partir de 1999, vem realizando
campanhas anuais de vacinação contra a influenza para os idosos com idade
de 60 anos ou mais, geralmente no mês de abril. Esta vacina faz parte do
calendário de vacinação da população indígena e também é disponibilizada
nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE) de cada
Estado, para uso dos indivíduos que pertencem aos grupos de risco acima
apontados.
A composição da vacina varia a cada ano, de acordo com os tipos de vírus
da influenza que estão circulando de forma predominante em ambos nos
hemisférios Norte e Sul.
Qual a duração da proteção conferida pela vacina contra a influenza?
A vacina protege por um ano. Entretanto o vírus da gripe é capaz de mudar
suas características com muita freqüência, por isso a cada ano é necessário
3. que se tome uma nova vacina.
Pode-se ter gripe mesmo estando vacinada contra influenza?
Sim, porque a vacina protege contra os três tipos de vírus que anualmente
fazem parte da sua composição e porque, entre os idosos, sua proteção não é
de 100%. Mesmo assim, a vacinação diminui a gravidade da gripe e,
portanto, as chances de complicações e óbitos.
Existem medicamentos disponíveis para prevenção e tratamento da
influenza humana?
Sim. Apesar de o tratamento da influenza não complicada ser realizado com
medicações sintomáticas, repouso, hidratação e alimentação leve, nas
situações em que há indicação médica podem ser utilizadas duas classes de
drogas, os bloqueadores do canal M2 de envelope viral (amantadina e
rimantadina) ou os inibidores da neuraminidase (oseltamivir e zanimivir). Há
vantagens e desvantagens no uso de ambos os grupos de drogas, que devem
ser avaliados pelo médico que fará as prescrições, quando necessário.
OBS: devido ao risco do aparecimento de algumas reações graves, é
importante evitar o uso de ácido acetilsalisílico na vigência de quadros de
influenza.