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Índice 
HISTÓRIA DE SANTA CATARINA 
INTRODUÇÃO ..........................................................................................INTRODUÇÃO ............................................................................................ 
............................ 
PPRRIIMMEEIIRROOSS 
HHAABBIITTAANNTTEESS ............................................................................................................................................................................ 
PPRRIIMMEEIIRROOSS 
PPOOVVOOAADDOORREESS ........................................................................................................................................................................ 
OO PPOOVVOOAAMMEENNTTOO 
VVIICCEENNTTIISSTTAA .............................................................................................................................................................. 
AA CCRRIIAAÇÇÃÃOO DDAA CCAAPPIITTAANNIIAA DDEE SSAANNTTAA 
CCAATTAARRIINNAA .............................................................................................. 
PPOOVVOOAAMMEENNTTOO 
AAÇÇOORRIIAANNOO ........................................................................................................................................................................ 
EECCOONNOOMMIIAA CCAATTAARRIINNEENNSSEE NNOO PPEERRÍÍOODDOO 
CCOOLLOONNIIAALL ...................................................................................... 
OOCCUUPPAAÇÇÃÃOO DDOO PPLLAANNAALLTTOO 
CCAATTAARRIINNEENNSSEE ........................................................................................................................ 
AA IINNVVAASSÃÃOO EESSPPAANNHHOOLLAA DDEE 
11777777 .................................................................................................................................................. 
AA IINNDDEEPPEENNÊÊNNCCIIAA EE OO 
IIMMPPÉÉRRIIOO ........................................................................................................................................................ 
AA CCOOLLOONNIIZZAAÇÇÃÃOO 
EEUURROOPPÉÉIIAA .................................................................................................................................................................... 
AA RREEVVOOLLUUÇÇÃÃOO FFAARRRROOUUPPIILLHHAA EE AA RREEPPÚÚBBLLIICCAA 
JJUULLIIAANNAA ............................................................................
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
A ESCRAVIDÃO EEMM SSAANNTTAA 
CCAATTAARRIINNAA .................................................................................................................................... 
AA PPAARRTTIICCIIPPAAÇÇÃÃOO DDEE SSAANNTTAA CCAATTAARRIINNAA NNAA GGUUEERRRRAA DDOO 
PPAARRAAGGUUAAII ...................................... 
EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO EEMM SSNNTTAA CCAATTAARRIINNAA AATTÉÉ OO IINNÍÍCCIIOO DDOO SSÉÉCCUULLOO 
XXIIXX .................................................. 
AA PPAARRTTIICCIIPPAAÇÇÃÃOO DDEE SSAANNTTAA CCAATTAARRIINNAA NNOO MMOOVVIIMMEENNTTOO 
RREEPPUUBBLLIICCAANNOO ...................... 
AA RREEVVOOLLUUÇÇÃÃOO 
FFEEDDEERRAALLIISSTTAA ................................................................................................................................................................ 
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CCOONNTTEESSTTAADDOO ................................................................................................................................................................ 
OO DDEESSEENNVVOOLLVVIIMMEENNTTOO DDAA EECCOONNOOMMIIAA DDEE SS..CC.. ((DDEE 11888899 AA 
11993300)) .............................................. 
AA RREEVVOOLLUUÇÇÃÃOO DDEE 11993300 EEMM SSAANNTTAA 
CCAATTAARRIINNAA ............................................................................................................ 
BBRRAASSIILL EE SSAANNTTAA CCAATTAARRIINNAA NNAA SSEEGGUUNNDDAA GGUUEERRRRAA 
MMUUNNDDIIAALL ........................................................ 
OOSS GGOOVVEERRNNAADDOORREESS DDEE SSAANNTTAA 
CCAATTAARRIINNAA ...................................................................................................................... 
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CCOOMMPPLLEEMMEENNTTAARR .......................................................................................................................................................................... 
.... 
22 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
HISTÓRIA DE SANTA 
CATARINA 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 33
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
INTRODUÇÃO 
A história de Santa Catarina está contextualizada no período da Idade Moderna, onde a Europa no 
século XV passa por profundas mudanças. 
No final do século XIV e início do século XV, a Europa vivenciou uma crise econômica, onde 
faltaram terras, produtos, metais preciosos, e os europeus enfrentaram o monopólio árabe-italiano no 
comércio das especiarias. 
Nesse contexto, os europeus buscaram a saída para a crise através das viagens marítimas, 
explorando terras em outros continentes como Ásia, África e América. 
Dentre os países europeus, destaca-se Portugal, que já possuía o poder centralizado, necessitava 
expandir seus territórios, e possuía uma burguesia ávida de lucros, que financiava as viagens. 
Várias viagens foram realizadas; entre elas, a expedição de Vasco da Gama que chegou a Calcutá, 
nas Índias, em busca de especiarias. Fernão de Magalhães, português a serviço da Espanha, chegou ao 
extremo da Patagônia, onde este caminho recebeu o nome de Estreito de Magalhães, que abriu para a 
Espanha uma grande rota comercial na América do Sul. Assim, o litoral do Atlântico passou a ser 
conhecido e atraiu vários navegadores. 
Portanto, nesse contexto está inserida a história do nosso Estado. 
44 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
PRIMEIROS HABITANTES 
Os primeiros habitantes em Santa Catarina foram os índios, náufragos, desterrados e sacerdotes. 
Era bastante expressivo o número de indígenas que habitavam Santa Catarina. No litoral estavam os 
Tupi-Guaranis que também serão denominados de Carijós. 
Os Carijós do litoral de Santa Catarina conheciam os caminhos que levavam ao interior. Foi com a 
ajuda dos índios que Aleixo Garcia (espanhol) chegou ao atual Paraguai. Uma rota principal, o chamado 
Caminho Piabiru, partia do litoral paranaense e seguia pelo planalto em direção ao Rio Iguaçu, e, daí, 
atravessava o Paraguai com destino ao Peru. 
Os Carijós eram sedentários, praticavam agricultura e a pesca; viviam semi-nus; sabiam preparar 
bebidas fermentadas, trançar cestos, redes e esteiras; viviam em tribos. 
No interior, no planalto, temos o grupo Jê, ao qual pertencem os Kaingangs e Xokleng. Os 
Kaingangs viviam no planalto, utilizavam a cultura do pinhão, a agricultura era rudimentar, 
complementada pela caça. Eram semi-nômades, faziam acampamento, caçavam, coletavam frutos, 
raízes e mel. 
Os Xoklengs eram nômades, ocupavam as florestas que ficavam entre o litoral e o planalto. Sua 
economia era baseada na caça e na coleta. 
Os europeus que chegavam ao litoral de Santa Catarina entravam em contato apenas com os 
Carijós. Em 1549, Hans Staden passou pela ilha de Santa Catarina e encontrou um espanhol vivendo 
com os Carijós. Esses também sempre se mostraram afáveis ao contato com os brancos. 
Na ilha, havia diversos aldeamentos e, no continente, fronteiriço à cabeceira da Ponte Hercílio Luz, 
vários vestígios ficaram como lembranças deste povoamento pré-histórico, dos quais os principais se 
encontram nos sítios arqueológicos denominados Sambaquis (Ponta das Almas, na Lagoa da Conceição 
e Ponta das Canas, em Canasvieiras, entre outros) ou rupestres (Santinho, Campeche etc.). 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 55
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
Antes da chegada dos europeus, os indígenas haviam dado o nome da ilha de Meiembipe (elevação 
ao longo do rio) e Jurerê-Mirim (estreito que separa o continente). 
Atualmente a população indígena não passa de 6.500 pessoas. Existe em Santa Catarina duas 
reservas: Chapecó e Ibirama. 
A Universidade Federal de Santa Catarina, através do museu de Antropologia e o Colégio 
Catarinense, através do Museu do Homem do Sambaqui, criado pelo padre Rohr (pioneiro na pesquisa 
arqueológica em Santa Catarina) procuram valorizar a cultura indígena. 
PRIMEIROS POVOADORES 
Vamos estudar como ocorreu o povoamento do nosso litoral: Náufragos, Desterrados e Sacerdotes. 
A sede de Espanha e Portugal pelas novas terras fez organizar expedições que chegaram no litoral 
Atlântico. 
No litoral catarinense não foi o espanhol nem o português, mas o francês Binot Paulnier Gronieville 
com o navio “L Espoir” que, no ano 1504 aporta no litoral, na Baía de Babitonga, em São Francisco do 
Sul. Depois de conviver com os indígenas por alguns meses, convenceu o cacique da tribo, Iça Mirim, a 
levar seu filho para a França, onde casou aos 31 anos com a filha de Palma Susana. 
Em 1515, registra-se a presença de expedições de Juan Dias Solis. Foi o primeiro a utilizar a 
denominação de Baía dos Perdidos, correspondente às águas entre ilha e continente. 
O nome do local veio do fato de que uma embarcação de sua esquadra se perdeu nessas águas 
onde só salvaram-se onze tripulantes. 
A expedição de Sebastião Caboto, italiano, a serviço da Espanha, chega ao litoral catarinense por 
volta de 1526 e publicou mapas referentes àquela expedição, denominando a ilha de Santa Catarina de 
“Porto dos Patos”. 
66 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
Alguns autores atribuem a Sebastião Caboto a denominação de Santa Catarina, em homenagem à 
sua esposa Catarina de Medrano, outros dizem que foi em homenagem à Santa Catarina de Alexandria, 
festejada pela igreja a 25 de novembro. 
Em 1541, a expedição espanhola de D. Avelar Nuñez Cabeza de Vaca, aporta no continente 
fronteira à ilha, nomeado pelo rei da Espanha para tomar posse nas terras da Coroa. Aqui chegando, 
intitula-se Governador de Santa Catarina. 
Apareceram outros desertores como o caso de elementos que abandonaram a embarcação “San 
Gabriel”, comandado por D. Rodrigo Acunã, que fazia parte de uma expedição espanhola. 
Os religiosos foram também os primeiros elementos a aqui chegar. Eram padres franciscanos, 
acompanhantes de uma expedição espanhola, em 1538, desembarcada na ilha. Eram eles o Frei 
Bernardo de Armenta e Alonso Lebrón. 
O POVOAMENTO VICENTISTA 
Com a presença das expedições espanholas, no século XVI, pelo litoral catarinense e sul do Brasil, 
e dentro da política de ampliação do território, Portugal utilizou-se do princípio jurídico do “Uti Possidetes”: 
“quem possui de fato, possui de direito”. 
Portanto, a capitania de São Vicente tem papel fundamental como centro erradiador das bandeiras 
de apresamento e prospector. 
Com esse objetivo, os bandeirantes deslocam-se para o extremo sul. Assim, provavelmente em 
1658, Manuel Lourenço de Andrade transferiu-se com sua família, agregados e escravos para São 
Francisco do Sul. Denominou o povoado de Nossa Senhora da Graça do Rio São Francisco. 
Com o objetivo de fundar uma povoação, partiu Francisco Dias Velho, de São Paulo em 1612, 
acompanhado de familiares, índios domesticados, com interesses pastoris. 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 77
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
Retornou a São Paulo e de lá mandou seu filho, José Pires Monteiro em 1673, com mais de cem 
homens, para melhor fortalecer a povoação de Nossa Senhora do Desterro. 
Em 1679 requer a doação das terras ocupadas ao governador da Capitania “duas léguas de terra 
em quadro” na ilha de Santa Catarina (localizadas em frente ao estreito). 
Durante quase 10 anos, Dias Velho formou um povoamento na ilha, baseado em trabalhos 
agrícolas, na cultura da mandioca e cana-de-açúcar. 
Em 1685, um navio pirata inglês quase encalhou em canasvieiras, e precisava de reparos, Dias 
Velho vai até o local, prende os piratas e recolhe o carregamento. 
Dois anos depois, os piratas retornaram à ilha, atacam a população local. Dias Velho morreu e, a 
partir disso, a ilha ficou completamente abandonada e com o abandono da ilha e a pretensão espanhola e 
os interesses econômicos e militares, inspiravam os portugueses a fundação da Vila de Santo Antônio 
dos Anjos de Laguna, que ocorre em virtude da necessidade de apoio à Colônia de Sacramento e de 
estabelecer ligação entre a costa e as estâncias do interior. 
Domingos Brito Peixoto, possuidor de grande fortuna, atendendo ao convite que lhe fora feito por 
Carta Régia, para explorar o extremo sul da capitania de São Vicente, apresenta-se com escravos e a 
família para fundar o nosso povoamento. 
88 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
A CRIAÇÃO DA CAPITANIA DE SANTA CATARINA 
Em 1738, a Coroa portuguesa desencorporou os territórios da ilha de Santa Catarina e do Rio 
Grande do Sul da jurisdição de São Paulo, passando para o Rio de Janeiro, ficando subordinado 
diretamente aos vice-Reis do Brasil. 
Santa Catarina constitui um posto avançado da soberania portuguesa na América do Sul. 
As razões que levaram a Coroa portuguesa a tomarem tal medida, tendo em vista a recente 
fundação da Colônia de Sacramento e a conseqüente necessidade de lhe dar cobertura estratégica 
militar, foi implantar um sistema defensivo no litoral, onde se incluía a ilha de Santa Catarina e a barra do 
Rio Grande (RS). 
Para isso ocorrer, a Coroa portuguesa só comprou a Capitania de Santo Amaro e Terras de 
Sant`Ana dos herdeiros de Pero Lopes de Souza. 
Foi o Brigadeiro José da Silva Paes que teve a incumbência de administrar a Capitania, devido a 
sua larga experiência militar como executor do plano de fortificações. Sua principal missão foi organizar a 
defesa. 
Construiu as fortalezas de São José da 
Ponta Grossa, Santa Cruz de Anhatomirim, 
Ratones e Barra do Sul. 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 99
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
Outra ação de Silva Paes foi preparar a 
chegada de casais de açorianos para ocupar o 
vazio demográfico e dar cobertura defensiva à 
doutrina da Uti Possedetis, defendida pela 
Coroa portuguesa nas relações diplomáticas 
com a Espanha nas questões de fronteiras em 
terras do Sul. 
POVOAMENTO AÇORIANO 
As fundações das povoações vicentistas no litoral catarinense não fortaleceu o surto demográfico 
em toda a sua extensão. 
Por decisão do Conselho Ultramarino, Portugal, em 1746, resolveu promover a imigração de 
açorianos para a ilha de Santa Catarina, no litoral fronteiro e Rio Grande. 
O maior contingente populacional veio do Arquipélago dos Açores e Madeira. 
As causas da emigração açoriana estão ligadas a vários fatores: 
- abalos sísmicos; 
- precário desenvolvimento econômico da região; 
- explosão demográfica; 
- falta de alimento; 
1100 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
- presença de grandes latifundiários, que negavam terra ao trabalhador e os explorava 
violentamente. 
Portanto, Portugal resolveu a densidade demográfica dos Arquipélagos e garantiu a infra-estrutura 
aos projetos de expansão no sul do Brasil. 
Foram feitas promessas de ajuda aos açorianos para sua instalação, entre elas: ferramentas, 
armas, dinheiro, farinha, isenção do serviço militar, uma porção de terras (Sesmarias). A maioria das 
promessas não foi cumprida, pois a terra era infértil; tinham que adaptar-se ao plantio de mandioca e à 
atividade pesqueira (Armação de baleias). 
Assim, os açorianos foram envolvidos na construção de fortes. A condição para vir era que os 
homens não poderiam ter mais de 40 anos e mulheres mais de 30 anos em boas condições físicas. 
Os açorianos sofreram um naufrágio próximo a Barra do Sul, com 250 açorianos, somente 77 
sobreviveram. Hoje, o local é conhecido como Ponta dos Naufragados. 
As principais fundações açorianas são: 
- Nossa Senhora da Conceição, 1750; 
- Enseada de Brito, 1750; 
- São Miguel, 1750; 
- São João Batista do Rio Vermelho, 1834; 
- Nossa Senhora da Lapa do Ribeirão, 1809; 
- São Francisco de Canasvieiras, 1835; 
- Santo Antônio de Lisboa, 1755; 
- São José, 1751. 
O LEGADO AÇORIANO 
Destacam-se: 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 1111
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
- técnicas de pesca; 
- carro-de-bois; 
- olaria; 
- renda de bilro; 
- o pão por Deus; 
- festas do Divino Espírito Santo; 
- farra do boi; 
- substrato lingüístico. 
Através dos pesquisadores catarinenses, Franklin Cascaes, defensor da cultura ilhoa, temos relatos 
sobre as Bruxas e seus encantamentos e sobre Lobisomem. 
1122 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
ECONOMIA CATARINENSE NO PERÍODO 
COLONIAL 
Santa Catarina manteve-se frágil, economicamente: a mão-de-obra que poderia ser útil na 
agricultura, foi desviada para as campanhas militares. 
A sua produção: farinha de mandioca, madeira, azeite de baleia, não gerou fortunas no território 
catarinense. Devemos destacar, porém que, em 1767, Santa Catarina era um dos maiores produtores de 
farinha do Brasil, exportando metade da produção. 
Outra atividade econômica foi a pesca da baleia, cujo óleo era destinado à iluminação. Essa 
atividade entrou em decadência quando o óleo usado para iluminação foi substituído pelo querosene e 
depois pelo petróleo. 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 1133
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
OCUPAÇÃO DO PLANALTO CATARINENSE 
O povoamento do Estado continua. Os tropeiros que viviam em Laguna, começaram a se interessar 
pelo gado que era criado solto e sem dono nos campos do Rio Grande do Sul. 
Os tropeiros saíram de Laguna e vieram, pelo litoral, em busca de animais. Eles chegaram até a 
chamada Vacaria dos Pinhais e Vacaria do Mar. Vacaria dos Pinhais era o nome dado às terras do 
planalto catarinense e sul rio-grandense. Vacaria do Mar era o nome dado às terras do litoral do Rio 
Grande do Sul. 
O gado aprisionado era levado até Laguna pelo Caminho do Mar. Os tropeiros faziam o comércio do 
gado, levando o gado de Laguna com barco até as terras do atual Estado de São Paulo. 
No ano de 1730, Francisco de Souza Faria descobriu um caminho que passava pelos Campos de 
Lages. De Lages seguia para as terras do atual Estado do Paraná. 
O Novo Caminho chamou-se Caminho do Sul. Os animais eram levados até a cidade paulista de 
Sorocaba, onde se realizava a feira de gado. Os principais compradores do gado eram os comerciantes 
de Minas Gerais. 
Em 1732, um novo caminho foi encontrado, Cristóvão Pereira de Abreu descobriu o Atalho das 
Tijucas. 
Com o comércio de gado foram surgindo locais de pouso e descanso do gado, especialmente nos 
Campos de Lages. 
Foi então que o Governador da capitania de São Paulo, determinou a fundação de uma vila junto à 
estrada das tropas. Para cumprir tal determinação, seguiu para o lugar chamado Lages, Antônio Correia 
Pinto, que fundou, em 1771, a Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Lages. 
Lages tornou-se um importante centro irradiador do planalto. 
Ao redor das fazendas surgiram povoações que mais tarde, tornaram-se importantes cidades: São 
Joaquim, Curitibanos, Lages, Campos Novos. 
1144 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
P A R A N Á 
S Ã O P A U L O 
G U A R A P U A V A 
P A L M A S 
J A G U A R IA IV A 
T IB A G I 
IM B IT U B A 
U N IÃ O D A 
V IT Ó R IA 
C A S T R O 
P. G R O S S A 
P A L M E IR A S 
ITA P E T IN IN G A S O R O C A B A 
ITA R A R É 
R IO N E G R O 
L A P A 
S A N TA C A TA R IN A 
R IO G R A N D E 
D O S U L 
P. U N IÃ O 
C U R IT IB A N O S 
V A C A R IA 
V IA M Ã O 
L A G E S 
C U R IT IB A 
M O R R E T E S 
A INVASÃO ESPANHOLA DE 1777 
Desde o início do povoamento, o litoral sul do Brasil foi alvo de disputas entre Portugal e Espanha. 
Em 1715, os dois países assinaram o Tratado de Ultrecht, onde ficava definido que a Colônia de 
Sacramento ficava para Portugal através da Uti Possedetis (quem possui de fato, possui de direito). 
Com o Tratado assinado, ocorreu a reação dos comerciantes espanhóis da região do Rio da Prata. 
Esse conflito levou à assinatura do tratado de Madri, em 1750, onde a Colônia de Sacramento ficava para 
Espanha e Sete Povos das Missões (RS) ficava para Portugal. 
Os Jesuítas espanhóis de Sete Povos das Missões reagiram, ocorrendo, então, a Guerra 
Guaranítica. 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 1155
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
Diante disso, ocorreu a anulação do Tratado de Madri, através do Tratado de Pardo, em 1761. Além 
disso, os reflexos das divergências políticas entre Portugal e Espanha, refletiu-se na América, onde parte 
de Santa Catarina foi invadida pelos espanhóis. 
Em fevereiro de 1777 a esquadra espanhola chegou a Canasvieiras na ilha de Santa Catarina e o 
exército português não resistiu. 
A população fugiu para o Continente, onde confirma que o sistema de fortificações não oferecia 
condições para uma resistência efetiva. 
Em 1777 foi assinado o Tratado de Santo Ildefonso, onde coloca fim o domínio espanhol em Santa 
Catarina e nas disputas militares no sul. Mas Portugal se achou lesado. 
Já que o Tratado de Santo Ildefonso definia que Colônia de Sacramento e Sete Povos das Missões 
seriam devolvidos para Espanha e a ilha de Santa Catarina para Portugal. 
Portanto, em 1801 assinaram o Tratado de Badajós que confirmava o Tratado de Madri de 1750. 
A INDEPENDÊNCIA E O IMPÉRIO 
A região retomou seu crescimento depois que os espanhóis se retiraram. Os portugueses não 
tinham muito interesse em desenvolver o Brasil. Era apenas mais uma colônia a ser explorada. Tudo 
andava devagar aqui. Mesmo assim, Desterro foi crescendo. 
Novas ruas foram abertas. Apareceram as primeiras lojas e armazéns. O Hospital de Caridade foi 
fundado no mesmo local onde está até hoje. No interior da Ilha e do Continente, começaram a funcionar 
os primeiros engenhos de açúcar. O movimento do porto aumentou. 
Os ilhéus receberam com alegria a notícia da Independência. O último governador nomeado pelos 
portugueses, Tomás Joaquim Valente, entregou o governo a uma junta de cidadãos locais e partiu. Santa 
Catarina foi organizada como Província do Império. No dia 20 de março de 1823, sua capital, Nossa 
Senhora do Desterro, foi elevada à categoria de cidade por Dom Pedro I. 
1166 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
Um comandante francês que aportou na Ilha em outubro de 1822, um mês após a Independência, 
registrou em livro a vibração do povo. Ele conta que os partidários da Independência estavam cheios de 
esperança e de entusiasmo barulhento. 
“No excesso de sua alegria, eles haviam coberto de luzes as vilas de Nossa Senhora do Desterro, 
de Laguna e São Francisco, cujas ruas percorriam entoando canções em honra de Dom Pedro”. Assim 
escreveu o comandante Duperrey, famoso navegador francês que explorou a Oceania, e parou aqui para 
consertar seu navio. 
O primeiro presidente da Província de Santa Catarina - assim se chamavam os governadores 
durante o Império - foi o desembargador João Antônio Rodrigues de Carvalho. E a vida continuou 
tranqüila na capital. Até a República, poucos acontecimentos notáveis quebraram a rotina dos moradores. 
Um desses acontecimentos foi a visita do imperador Dom Pedro II e sua mulher, Dona Tereza 
Cristina, em outubro de 1815. O casal foi recebido com muitas festas pelos pouco mais de cinco mil 
habitantes da cidade. Naquele tempo, Desterro tinha apenas 29 quarteirões, iluminados por 64 lampiões 
de azeite de peixe, e não chegava a contar com mil prédios, incluindo, os públicos. 
A COLONIZAÇÃO EUROPÉIA 
A colonização catarinense divide-se em três momentos: 
NO PRIMEIRO REINADO: 
Cujo objetivo era mais de defesa da terra do que povoamento, foi muito pequena a aplicação de 
recursos nesta época destaca-se a fundação de Nova Ericéia – (Ericéia região de Portugal) uma colônia 
de pescadores, hoje é a atual região de Porto Belo. 
Em 1820 – a vila de Lages que estava inicialmente ligada à Capitania de São Paulo foi 
incorporada à Capitania de Santa Catarina. 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 1177
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
Para resolver o problema do vazio demográfico entre o litoral e o planalto, a partir de 1829, os 
europeus que chegaram foram sendo colocados às margens da antiga estrada do Desterro a Lages. 
Desta forma surge a Colônia de São Pedro de Alcântara: atendendo a política de integração entre o 
planalto e o litoral. Em 1829 chegou o primeiro grupo de alemães, vindos da região de Bremen, e foram 
instalados ali. 
Vários problemas surgiram na região; entre eles: discórdia entre os colonos com respeito à 
localização, solo impróprio para a expansão agrícola com relevo muito acidentado e inadequado para 
plantar produtos europeus, fizeram os colonos desertarem para outro local. 
NO SEGUNDO REINADO: 
Neste período surge um novo ciclo de colonização no Brasil – é o que chamamos de A Grande 
Colonização . 
É quando surge a maioria das colônias em Santa Catarina. 
Surge uma legislação brasileira que incentivou a imigração. Por exemplo o decreto de 1846 que 
concedia a naturalização aos estrangeiros e o de 1848 que destinava as terras devolutas exclusivamente 
à colonização, ocorre também a escassez de mão-de-obra escrava com o fim do tráfico negreiro. 
Além desses, a Europa também passava por algumas transformações; a revolução industrial liberou 
grande quantidade de mão-de-obra. A Itália e a Alemanha viviam um período de lutas pela unificação, 
causando intranqüilidade para o trabalho agrícola, estimulando a saída dos europeus. 
A América passou a representar a esperança em um novo mundo, visto como terra de futuro, 
riqueza e liberdade. 
Os alemães e italianos vieram em maior número. 
1188 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
A COLONIZAÇÃO ALEMÃ: 
A Criação da Colônia de Blumenau: 
Com o objetivo de formar uma companhia colonizadora, Hermann Blumenau associou-se ao 
comerciante Fernando Hackradt e decidiram que a sede do estabelecimento seria a região banhada pelo 
Itajaí-Açu. 
No final de 1850, na Europa, foi feito o recrutamento de alguns colonos, com o objetivo de 
embarcarem para o Brasil, com destino à Colônia de Blumenau. 
Os dezessete colonos que se estabeleceram na colônia, tinham como profissões: agrimensor, 
carpinteiro, marceneiro, charuteiro, funileiro, ferreiro e dois lavradores. É bom ressaltar que o Dr. 
Blumenau teve uma preocupação na seleção dos imigrantes, no tocante às qualidades pessoais e na 
diversificação profissional. 
A predominância de artesãos sobre lavradores explica a tradição industrial da região. 
O naturalista Fritz Müller chega na colônia quando nela estavam processando os trabalhos de 
medição e demarcação dos lotes. 
Em 1858 a Colônia passou a distrito, o que significou a sua incorporação à estrutura administrativo-judiciária 
da província, este fato trouxe um gradativo desenvolvimento à colônia. 
Por volta de 1859, já se tinha grande número de engenhos de açúcar, de farinha, assim como 
alambiques, moinhos de milho, serrarias, fábricas de vinagre, de cerveja e olaria. 
Em 1860, a Colônia de Blumenau deixa de ser particular e passa a pertencer ao Governo Imperial, 
sendo ainda o Dr. Blumenau diretor da colônia. É bom ressaltar que agora a colônia passa a ter recursos 
do Governo Federal. 
A partir de 1875, outro fator favoreceu o desenvolvimento da colônia, que foi a chegada de 
elementos italianos provenientes do norte da Itália, na região do Trentino. 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 1199
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CATARI NEN SE 
A colônia teve um desenvolvimento ainda maior, quando em 1877 foi criada a “Companhia de 
Navegação Fluvial Itajaí-Blumenau", facilitando o comércio exportador. 
Desde 1863, a Colônia exportava açúcar, aguardente, charutos, madeiras, couro, manteiga e 
araruta. 
Em 1880, o Governo da província de Santa Catarina criou o município de Blumenau, tendo em 1882 
a primeira eleição da sua Câmara Municipal, cujo presidente foi José Henrique Flores Filho, tendo como 
religião a luterana. 
A Formação da Colônia Dona Francisca: 
A filha de D. Pedro I, Dona Francisca, ao casar-se com o príncipe de Joinville, filho do rei da 
França, recebe como dote de casamento, as terras onde se desenvolveu esta colônia, em 1843. 
Refugiado na Inglaterra, por problemas políticos na França, o casal se vê obrigado ao 
aproveitamento econômico destas terras. 
A demarcação da colônia foi feita pelo engenheiro Jerônimo Coelho, nas proximidades do município 
de São Francisco entre 1845 a 46. 
Para alcançar seu objetivo de colonização, foram feitos contratos com a “Sociedade Colonizadora 
de Hamburgo”, cujo primeiro contrato foi assinado em 1850. O organizador desta sociedade foi o senador 
Christiano Mathias Schröeder, que se compromete a explorar a região com a introdução de um certo 
número de imigrantes. 
Os primeiros imigrantes chegaram em 1851 na colônia, provenientes da região de Hamburgo, 
através do navio “Colon”, sendo na sua maioria lavradores suíços. Chegaram também noruegueses das 
mais variadas profissões: marceneiro, padeiro, ferreiro e lavradores. 
Em 1885, o crescimento populacional da Colônia fez com que se inaugurasse uma nova frente de 
colonização, acompanhando a abertura de uma estrada em direção ao planalto norte-catarinense. Esta 
estrada denominou-se “Estrada da Serra" e, posteriormente, “Estrada Dona Francisca”, sendo fator 
2200 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
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decisivo no processo de desenvolvimento da colônia, transformando-a em entreposto do comércio de 
exportação da erva-mate, o qual gerou capital para a futura industrialização. 
Em 1866, Joinville se torna município, se separando de São Francisco. 
Contribuição Cultural dos Alemães: 
- Produção de carne defumada; 
- Cultivo da terra em família; 
- Produziam lingüiça, queijo de tipos variados; 
- Tipo de construção com tijolo à vista de telhado em ângulo agudo, com sótão e inseparáveis 
jardins (Casas em enxaimel); 
- O desenvolvimento do setor industrial com fábricas de laticínios, de curtume e as cervejarias. 
A COLONIZAÇÃO ITALIANA: 
A Itália forneceu o maior número de imigrantes. Isto ocorreu porque a Itália vivia momentos difíceis, 
como a concentração de terras nas mãos de poucos e também a instabilidade política ocasionada pela 
luta de unificação dos estados italianos. Vieram com a esperança de conseguir melhorar suas vidas. 
Diferentemente dos alemães, os colonos italianos se dispersaram, pois não havia uma estrutura 
administrativa para receber este grande número de imigrantes, isto causou um descontentamento no que 
se referia às condições de recepção e instalação dos mesmos. 
Fundaram as colônias de: Nova Trento, Rodeio, Azambuja, Urussanga, Araranguá, Ascurra, 
Apiuna, Treze de Maio, Criciúma, Pedras Grandes. 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 2211
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Contribuição Cultural dos Italianos: 
- Na Agricultura – o cultivo do milho, da uva, do arroz, da amora, do fumo e a criação do bicho da 
seda; 
- Na Alimentação – o hábito de comer o pão, a polenta, o macarrão e beber vinho; 
- Na Arquitetura – casas de madeira sem varanda, altas, com largos porões onde eram guardadas 
as carretas; 
Estes porões serviam também de adega para a conservação do vinho. 
OUTROS GRUPOS COLONIZADORES: 
Outros grupos de imigrantes também contribuíram para formar nosso mosaico étnico cultural: 
Poloneses: 
Além das razões comuns com outras nações européias acima mencionadas, a Polônia também 
sofreu processo de partilha em seu território, o que acarretou sérios problemas sociais e políticos, 
gerando motivos para emigração. Seu território foi dividido entre a Áustria, Rússia, Prússia, Alemanha, 
etc. 
Entre os Estados do Brasil Meridional, Santa Catarina foi quem recebeu o maior contingente de 
imigrantes poloneses, apesar de alemães e italianos serem os que vieram em maior número. Geralmente 
as colônias polonesas localizavam-se à periferia das de origem alemã e italiana, como Blumenau e Nova 
Trento. Segundo Maria Terezinha Sobierajski Barreto, é no norte do Estado, na Região Sul e na Bacia do 
Tijucas, onde se encontra o maior número de poloneses. 
Nas áreas ou nas colônias onde se instalaram os poloneses ou deles descendentes, deixaram sua 
presença marcada quer pela atividade agrícola desenvolvida (cultivo do trigo, cevada, centeio, aveia), 
quer por suas tradições religiosas. 
Por volta de 1871 instalou-se o primeiro grupo de poloneses, localizados em Brusque transferindo-se 
depois para o Paraná. 
2222 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
A partir de 1882 através do Contrato Caetano Pinto (Decreto autorizando o Governo Imperial a 
contratar a introdução de 100.000 imigrantes europeus num prazo de 10 anos com Joaquim Caetano 
Ponto Júnior) ocorre a fixação de poloneses em várias áreas. Desta forma foram se instalando em 
Pinheirinho (atual Jacinto Machado), Vale do Urussanga, do Tubarão, do Mãe Luzia, do Araranguá, do 
Itajaí e do Itapocu. 
Pelo Paraná o fluxo polonês atingiu o território do ex-Contestado: Mafra, Porto União, Monte 
Castelo, Canoinhas, Papanduva, a colônia Lucena (Itaiópolis) todos pertencentes à Questão de Limites 
entre os Estados do Paraná e Santa Catarina e decidida em 1916. Como refluxo das colônias polonesas 
paranaenses a partir de 1911 os poloneses e seus descendentes começam a se instalar no vale do Rio 
do Peixe (Caçador, Rio das Antas), Vale do Uruguai e afluentes catarinenses do extremo Oeste (Mondaí, 
Descanso) Rio do Oeste e outros. 
Ucranianos 
Os ucranianos também marcaram a presença de seus traços culturais na região do Norte do 
Estado ao lado dos poloneses e os municípios de Canoinhas e Papanduva têm na sua população fortes 
componentes. Tradições a registrar na culinária: com alguns pratos típicos como o Pirogue, Halusky, 
Borcht e na religião com missa executada no Rito Oriental Católico, cantada e rezada em idioma 
ucraniano. Nas festas de culto religioso, as danças típicas ucranianas também são presenças constantes. 
Árabes 
São Francisco do Sul, Florianópolis, Porto Belo, Itajaí, Laguna, Blumenau, Jaraguá do Sul, Mafra, 
Porto União, Caçador, Tubarão, Criciúma, Canoinhas e outras foram localidades onde é notável a 
presença do imigrante árabe. A alimentação tradicional e o uso da língua-pátria são características 
essenciais desse imigrante. 
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CATARI NEN SE 
Tiroleses 
Como uma iniciativa isolada entre outras, também podemos destacar a presença do imigrante 
tirolês na colônia Treze Tílias (breizentinden), no vale do Rio do Peixe, fundado pelo Ministro da 
Agricultura da Áustria - Andréas Thaller. Iniciada em 1933 a colônia trouxe um grande número de 
imigrantes e mantém hoje um município catarinense com tradições relativas à sua pátria, com destaque 
para a produção de laticínios, o folclore, a música, etc. 
Além destes, outros grupos étnicos como belgas, ingleses, franceses, irlandeses, suíços e 
ultimamente japoneses (que estão implantando áreas de fruticultura e hortigranjeiros no Estado) também 
participaram ou participam da formação de outras colônias ou simplesmente como iniciativas particulares, 
mas, em menor escala, e cuja atuação não chegou a representar um real destaque, seja porque aqui não 
se fixaram seja porque não exerceram influência no panorama político, social ou econômico do Estado de 
Santa Catarina. 
Gregos 
Chegaram por volta de 1889 e instalaram-se principalmente na Ilha, onde desenvolveram 
atividades comerciais. 
COLÔNIA MILITAR: 
Santa Catarina teve duas colônias militares: 
® Em Santa Tereza - 1853: Instalada na estrada que ligava São José a Lages com objetivo de 
evitar o ataque dos índios aos tropeiros. 
® Em Chapecó - 1880: Instalada em virtude das disputas militares entre Brasil e Argentina na 
disputa pela região do Oeste catarinense. O desenvolvimento desta colônia forneceu as bases para 
formar o município de Chapecó. 
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A COLONIZAÇÃO DO OESTE CATARINENSE: 
Os Campos de Palmas: 
Os campos de Palmas, no oeste catarinense, é povoado em decorrência das “frentes pastoris”, ou 
seja, o avanço de tropas provenientes do norte catarinense, do leste (Lages, Curitibanos e Campos 
Novos) e do sul (dos pampas gaúchos). 
Era uma região pouco povoada e com muitas fazendas, uma colonização mais efetiva só vai ocorrer 
após a questão do contestado. 
“A agricultura do milho, associada à criação de porcos abriu perspectivas para este se firmar como 
área fornecedora de alimentos. Diversos frigoríficos que hoje tem prestígio nacional tiveram suas origens 
nesta região” (COELHO, Silvio) 
A REVOLUÇÃO FARROUPILHA E A 
REPÚBLICA JULIANA 
A mais longa guerra civil brasileira foi a Revolução Farroupilha, durou 10 anos (1835-1845), ocorreu 
no Rio Grande do Sul e estendeu-se até Santa Catarina. 
O movimento foi organizado por estancieiros, criadores de gado gaúcho, que queriam se libertar da 
opressão política e econômica que os gaúchos não toleravam. 
AS CAUSAS: 
Causa Econômica: 
Pesados impostos estavam onerando os produtos gaúchos, que eram vendidos para outras 
províncias (charque e o couro) isto dificultava a concorrência com o charque que vinha do Uruguai e do 
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Argentina, que eram beneficiados com baixas taxas alfandegárias. Desta forma, o charque gaúcho 
chegava ao centro e ao nordeste brasileiro mais caro do que o charque uruguaio e argentino. 
Causa Política: 
Era a luta entre dois grupos: 
® As Farroupilhas: que defendiam maior autonomia para as províncias, chegando a defender a 
proclamação de uma república federativa, contra a política reacionária dos governos provinciais. 
® Os Chimangos: apoiavam a situação vigente. Eram representantes da aristocracia rural e 
apoiavam a Monarquia. 
- Em 1836 – Bento Gonçalves – chefe farroupilha ocupou Porto Alegre e proclamou a República 
Rio Grandense com sede na vila de Piratini . 
Os catarinenses tinham simpatias pelas idéias liberais. As investidas à Laguna levaram também em 
consideração o seu valor como centro abastecedor das tropas e por ser um porto de mar à disposição no 
momento em que estavam sem saída para o mar no Rio Grande do Sul. 
- Em 1839 – Conquistaram Laguna, onde proclamaram a República Juliana. 
Davi Canobarro por terra e Guiseppe Garibaldi por mar tomaram Laguna em 22 de julho de 1839 e 
deram-lhe o nome de “cidade Juliano de Laguna ”, instalaram o governo provisório da “República 
Catarinense ” sob a presidência de Davi Canobarro. 
Em novembro de 1839 – tropas legais (legalistas = governo) invadem Laguna por terra e por mar e 
derrotou os farroupilhas, a quem só restou a alternativa de fugir para o planalto (Lages) sob o comando 
de Garibaldi, de lá seguem para o Rio Grande do Sul. 
- Em 1840 – desapareceu a República Juliana em Santa Catarina. 
- Em 1842 – Luiz Alves de Lima e Silva (Barão de Caxias), começa a negociar com os rebeldes, 
mas somente em 1845 entraram em acordo. 
Várias concessões foram feitas aos revoltosos : 
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- Anistia aos revoltosos; 
- Os soldados revoltosos seriam incorporados ao exército imperial; 
- Foram devolvidas as terras confiscadas. 
Estas concessões consolidaram o domínio dos estancieiros no sul do país. 
LAGES E O MOVIMENTO REPUBLICANO: 
Lages também mostrou-se favorável a causa farroupilha, por isso também viveu momentos de 
tensão, chegando a declarar adesão à República Riograndense. 
Sofre a represália das tropas legalistas, representantes do governo, que proíbe qualquer atividade 
comercial com Lages. 
A região só volta a normalidade depois que as forças Farroupilhas deixam a região vencida pelas 
tropas legalistas. 
ANITA GARIBALDI: 
“A boa filha à casa retorna”. A faixa sustentada por colegiais de Laguna, no Sul de Santa Catarina, 
manifestava a emoção e o orgulho que ontem tomaram conta dos cerca de 50 mil habitantes da histórica 
cidade catarinense. Ao meio-dia de terça-feira, 11 de maio de 1999, foi emitida a certidão de nascimento 
tardia de Ana Maria de Jesus Ribeiro, a heroína Anita Garibaldi. Com isso, os lagunenses dão importante 
passo para a realização do sonho de transladar de Roma os restos mortais de Anita Garibaldi. 
Em 21 de junho, conforme confirmado pelo Itamaraty, o ministro das Relações Exteriores, Luiz 
Felipe Lampreia, estará em Laguna para buscar cópia da certidão. O documento servirá às autoridades 
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italianas para o repatriamento dos restos mortais que hoje repousam num monumento no alto da Colina 
Gianicolo. Os lagunenses querem trazer os restos da maior personalidade, nascida em 30 de agosto de 
1821. O documento de no 17514, às folhas 185 do livro no 67-A, apresenta Anita como filha de Bento 
Ribeiro da Silva, natural de São José dos Pinhais (PR), e de Maria Antonia de Jesus Antunes, nascida em 
Lages. 
Ontem foi um dia de festas em Laguna. O prefeito decretou feriado facultativo e o comércio liberou 
os funcionários para acompanhar a passeata que seguiu do Fórum, onde foi feita a entrega do termo de 
averbação da sentença judicial ao presidente da Fundação Anita Garibaldi, advogado Adílcio Cadorin. O 
ato solene contou com a presença de autoridades, como o desembargador Francisco de Oliveira Filho, e 
representantes do governo do Estado e de entidades que se engajaram na Fundação Anita Garibaldi e 
Comissão pelo Repatriamento dos Restos Mortais de Anita Garibaldi. O juiz Maurício Fabiani Mortari fez a 
entrega da ordem judicial que deu origem ao registro. O presidente da Fundação Anita Garibaldi, Adílcio 
Cadorin, destacou o ato inédito no país. “Não existe nenhum registro, do ponto de vista jurídico, que diga 
se foi requerida uma certidão de pessoa nascida há 178 anos”. 
Do Fórum, uma passeata seguiu para a Casa de Anita - tombada em 1978 -, onde foi montado em 
forma simbólica um cartório. Montados a cavalo, peões e prendas acompanharam a manifestação. Para o 
professor, historiador e biógrafo de Anita Garibaldi, Wolfgang Ludwig Rau - considerado o maior 
conhecedor da vida de Anita -, “depois de oito enterros em dois continentes, aqui em Laguna ela terá a 
merecida paz”. 
A ESCRAVIDÃO EM SANTA CATARINA 
A escravidão negra se insere no contexto brasileiro a partir do Alvará Régio de 29 de março de 
1549, que autorizava os “senhores de engenho” a importarem até 120 escravos da Guiné e da Ilha de 
São Tomé, para cada engenho em funcionamento. 
Liga-se dessa forma, inquestionavelmente, a economia da cana de açúcar ao fenômeno da 
escravidão africana. 
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A existência de escravos em Santa Catarina começou a partir de 1536 e, de ano para ano, este 
número vai crescendo, pela introdução indireta de escravos, vindos do mercado interno, ou, diretamente 
da África. Assim, tem-se o crescimento da população escrava da Província: 
ANO ESCRAVO 
S 
ESCRAVA 
S 
TOTAL DE 
ESCRAVOS 
POP. 
TOTAL 
% DOBRE 
POP. TOT 
1810 4.633 2.560 7.913 31.511 22,83 
1831 - - 11.894 49.949 23,99 
1856 10.212 7.975 18.187 111.109 16,37 
1872 8.069 6.915 14.984 159.802 9,38 
Os escravos chegavam em Santa Catarina geralmente através dos mercados de São Luís, Recife e 
Olinda, do litoral fluminense e da Bahia. O período mais intenso de desembarque de negros pelo porto de 
Desterro é entre o final do século XVIII e as primeiras décadas do século XIX. Mesmo nas curtas viagens 
pelo litoral brasileiro até o Sul do país, muitos escravos morriam durante esse trajeto. 
Como a atividade agrícola extensiva e monocultora não era muito intensa em Santa Catarina, os 
escravos eram reexportados para as províncias monocultoras, como a de São Paulo. 
As relações entre senhores e escravos em Santa Catarina se processaram como no resto do Brasil. 
Os castigos resultaram em fugas e a conseqüente organização de quilombos. Tem-se notícia de um 
quilombo na Lagoa da Conceição, na Ilha e outro na Enseada do Brito. 
O número de cativos na província, assim como a população de Santa Catarina, é pouco expressivo 
no conjunto nacional. Embora viesse crescendo desde 1840 (12.511 escravos), em 1844 (14.382 
escravos) e, em 1853 (15.023 escravos), 17 anos depois a população escrava na província não chegava 
a 1% do total de escravos do Brasil (18.187 escravos). 
Nesta época, passada mais de uma década da Lei Aberdeen e intensificada pelos fazendeiros de 
café e senhores de engenho do Sudeste, a quantidade de escravos diminuiu ainda mais. 
Somente na década de 60, saem legalmente de Santa Catarina, 1071 escravos. Em 1867, há 
14.722 escravos na província; em 1881, este número diminui para 10. 821. Na capital não chegava a mil 
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escravos. Essa sensível diminuição decorre do aumento das fugas que têm o apoio junto à opinião 
pública, sensibilizada pela propaganda abolicionista que das ruas do Desterro se espalha para toda a 
Província. 
A mobilização da sociedade do Desterro pelo fim da escravidão cresce com a formação da 
Associação Abolicionista no Clube 12 de Agosto, destacando-se a atuação de Germano Wendhausen e 
do secretário do presidente da Província de Santa Catarina, João Lopes Ferreira Filho. No mesmo ano 
surge “O Abolicionista” e entidades culturais como as carnavalescas “Diabo a Quatro” e “Tenentes do 
Diabo”, que realizaram espetáculos em benefício do Fundo de Emancipação. 
Em 24 de março de 1888, cinqüenta dias antes da assinatura da Lei Áurea, o presidente da Câmara 
Municipal do desterro oficia ao presidente da Província, comunicado que não há mais nenhum escravo 
dentro dos limites do município. Ainda que haja indícios da existência de escravos em fazendas mais 
afastadas da área urbana do Desterro. 
A PARTICIPAÇÃO DE SANTA CATARINA 
NA GUERRA DO PARAGUAI 
No período colonial, a Capitania de Santa Catarina foi, permanentemente, um quartel, onde se 
faziam presentes as tropas que defendiam a hegemonia portuguesa na parte sul da América. 
A instabilidade política nas repúblicas platinas fazia com que nossas fronteiras não fossem 
respeitadas, e por isso a preocupação do governo continuava, mesmo depois da independência, em 
proteger a parte sul. 
A Revolução Farroupilha, por sua vez, também fez com que a Província de Santa Catarina, 
notadamente a sua capital, continuasse sendo um verdadeiro aquartelamento. 
3300 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
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No momento em que foi declarada a Guerra contra o Paraguai, Desterro já estava totalmente 
aquartelado, com vários batalhões e, inclusive o famoso Batalhão de voluntários da Pátria. Chegou-se a 
formar duas Companhias compostas por imigrantes alemães. 
Cerca de 1500 catarinenses participaram do conflito, em cuja homenagem ergueu-se, mais tarde, 
uma coluna, no centro da Praça 15 de Novembro. 
Destacamos os catarinenses: Marechal Guilherme Xavier de Souza, os Brigadeiros João de Souza 
Fagundes e Jacinto Machado de Bittencourt, o Coronel Fernando Machado de Souza e do Tenente Álvaro 
de Carvalho. 
Conseqüências da Guerra do Paraguai para Santa Catarina 
Uma das evidentes conseqüentes foi no campo da comunicação. Em 1887, já são feitas as 
primeiras comunicações telegráficas entre Desterro e o Rio Grande do Sul. 
Em 1872, tem início o lançamento de um cabo submarino entre a Ilha de Santa Catarina e o litoral 
do Rio Grande do Sul pela “Brazilian Telegraph Limited”, cuja estação de despachos foi inaugurada na 
Capital, dois anos depois. 
A Guerra do Paraguai, mostrara, ainda, a necessidade do Brasil produzir combustíveis, como o 
carvão de pedra, para o desenvolvimento da navegação a vapor e o ativamento das estradas-de-ferro, 
que se construísse no país. 
Com capital inglês organizou-se a “The Tubarão Brazilian Coal Mining Co. Ltd.”, para a exploração 
do carvão, cuja autorização imperial data de 1883. 
Paralelamente, o Governo Provincial de santa Catarina autorizou a construção da ferrovia na região 
carbonífera. 
Em 1881 foi concluído o primeiro trecho, correspondente ao trajeto Imbituba-Laguna. 
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Quanto à cidade do desterro, se de um lado, teve-se uma intensa movimentação de tropas fazendo 
do seu porto um ponto de apoio no tráfego marítimo do sul do país, com a recepção e encaminhamento 
de soldados e até de prisioneiros de guerra, por outro lado, o término da guerra trouxe conseqüências de 
ordem tecnológica. Desterro vê diminuir a importância do porto a partir do desenvolvimento da navegação 
a vapor, cujas embarcações de grande porte não tinham condições de ali ancorar. 
EDUCAÇÃO EM SANTA CATARINA 
ATÉ O INÍCIO DO SÉCULO XIX 
Houve um esforço comunitário desenvolvido pelo clero secular que, nos séculos XVIII e início do 
XIX, atendeu a população, oferecendo-lhe aulas nas sacristias, como fez o Padre Lourenço Rodrigues de 
Andrade. 
Durante o governo de Feliciano Nunes Pires (1833), a Província de Santa Catarina contava com 419 
meninos e meninas matriculados nas escolas públicas. 
Em 1850, as unidades escolares alcançaram o número de 79, das quais 46 eram públicas. 
Em 1856 foi nomeado o primeiro Diretor Geral da Instrução Provincial, o Dr. Sérgio Lopes Falcão. 
A partir de 1874, o ensino ficou a cargo do Ateneu Provincial. Entretanto, a freqüência era baixa, isto 
é, o número de alunos não correspondia ao crescimento populacional e às necessidades da sociedade 
catarinense. 
Os Jornais em Santa Catarina no Passado: 
A imprensa catarinense surgiu da ação de Jerônimo Francisco Coelho, com o Jornal “O 
Catarinense”, editado na cidade do Desterro, a partir de 1831. Outros jornais como “O Expositor”, “O 
Bem-fazejo” e “O conciliador Catarinense” servem como prova da intelectualidade catarinense. 
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Na década de 50 em diante, outros jornais irão surgir como “O Novo Íris”, “Correio Catarinense” e a 
“revelação”, em 1852. Ainda mais: “O Conservador”, “O Mensageiro” e “O Argos”, em 1855. 
O açoriano Francisco Manoel Raposo d’Almeida o responsável pela fundação de outros jornais em 
Santa Catarina: “O Cruzeiro do Sul” em 1858, “A Estrela” em 1861 e “O Mercantil” em 1862. 
Em Joinville, na área de colonização alemã, surgiu um jornal graças ao intelectual Dr. Ottokar 
Doerffel, tratava-se do “Kolonie-Zeitung”, em 1864. 
A PARTICIPAÇÃO DE SANTA CATARINA 
NO MOVIMENTO REPUBLICANO 
A propaganda republicana e os movimentos em Santa Catarina se deram somente através de 
Clubes e Jornais. 
É bom lembrar, que Santa Catarina ficou fora dos dois grandes temas da época, abolição da 
escravatura e idéias republicanas, manifestando-se apenas em âmbito regional. 
Fundaram-se o Clube de Camboriú, sob a presidência de Manoel Antônio Pereira em 1887, o Clube 
Republicano Federalista de Joinville, o Clube Republicano Esteves Júnior, no Desterro, sob a presidência 
de Raulino Júlio Adolfo Oto Horn, e tendo como vice-presidente Gustavo Richard. 
O catarinense estes Jr. participou do primeiro Congresso Republicano do Rio de Janeiro, cujo 
prestígio entre os republicanos de sua terra, tornou-se tão grande, a ponto de ter sido dado o seu nome 
ao Clube Republicano fundado no Desterro. 
Entre outros catarinenses participantes dos clubes republicanos destacamos: Emílio Blum, Carlos 
Guilherme Schmidt, José Joaquim da Veiga, Lídio Martins Barbosa e Luís Nunes Pires. 
Os jornais que divulgaram as idéias republicanas foram: a “Voz do Povo” que, inclusive, se 
considerava órgão do Partido Republicano, sob a responsabilidade de José Araújo Coutinho, em 1885. 
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Em 1886, surgiu “O Independente” em Tijucas, cuja redação coube inicialmente a João Barthem Jr. 
e depois ao Padre Manoel Miranda Cruz: “A Folha Livre” foi o jornal republicano de Joinville, fundado por 
Manoel Corrêa de Freitas. 
Reflexos da proclamação da República em Santa Catarina: 
Após o recebimento da notícia da proclamação, os associados do Clube Republicano do Desterro e 
os oficiais da Guarnição militar aclamam um triunvirato destinado a assumir o Governo Catarinense. Esta 
Junta Governativa foi composta por Raulino Horn, pelo Coronel João Batista Barros e pelo Dr. Alexandre 
Marcelino Bayma. 
A substituição do presidente da província, Dr. Luís Alves Leite de Oliveira Bello, pelo novo governo, 
foi feita de forma pacífica, com adesão dos deputados monarquistas presentes. 
Ao proclamar a República já existia, em território catarinense, uma Câmara Municipal, totalmente 
republicana: a de S. Bento do Sul. 
O Primeiro Governo Republicano em Santa Catarina: 
Para o Governo de Santa Catarina foi escolhido o Tenente Lauro Severiano Müller que chegou ao 
Desterro ainda em 1889. Lauro Müller percorre a vários municípios catarinenses tentando fazer o 
congraçamento da população catarinense. Ele criou as Intendências Municipais, quando foram 
dissolvidas as Câmaras Municipais. 
Em 1890 foram realizadas eleições e, foram eleitos em Santa Catarina para o Senado, Luiz Delfino, 
Esteves Júnior e Raulino Horn e, para a Câmara dos Deputados saíram vitoriosos o próprio Lauro Müller, 
Felipe Schmidt, Carlos Augusto de Campos e José Cândido Lacerda Coutinho. 
Com a saída de Lauro Müller, o Governo foi entregue a Gustavo Richard que era o segundo Vice- 
Governador. 
Para criar a primeira Constituição para Santa Catarina, a Constituinte se reuniu a 28 de abril de 
1891 e no mês seguinte elegia para Governador o mesmo Lauro Müller. 
3344 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
A REVOLUÇÃO FEDERALISTA 
Iniciada em 1893, em oposição ao governo de Floriano Peixoto, no Rio Grande do Sul. Pretendem 
obrigar o governo federal a cumprir as determinações da Constituição e exigir a saída do governo 
estadual. 
Os federalistas ocuparam os estados de Rio Grande do Sul e Paraná. O Paraná Federalista 
fundado no Rio grande do Sul estendeu sua influência até Santa Catarina, com fraca oposição ao 
autoritarismo de Floriano Peixoto. Por este fato, houve uma série de conflitos entre os Federalistas e os 
republicanos que apoiavam Floriano Peixoto. 
A figura de Floriano Peixoto tinha na pessoa de Hercílio Luz, um ardente defensor, onde em 1893 
fez com que a Câmara Municipal de Blumenau o declarasse governador e, a cidade como capital 
provisória do Estado. 
Como os Federalistas tomaram o poder na capital, o grupo de Hercílio Luz chegou a atacar o 
Palácio do Governo, onde se travou um sangrento combate com os soldados da força policial do Coronel 
Eliseu Guilherme. 
Os combates em Santa Catarina se estendem até abril de 1894, onde as forças do governo 
assumem o governo da capital colocando no governo o Coronel Moreira César. 
Estabeleceu uma perseguição na capital e no interior do Estado, condenando sumariamente os 
inimigos do regime. 
O fuzilamento na Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim foi praticado como forma punitiva e, na 
maioria das vezes sem defesa. Foram vítimas figuras da sociedade catarinense tais como: Marechal 
Manoel de Almeida Gama D’Eça, o Capitão de Mar-e-Guerra Frederico Guilherme de Lorena e muitos 
outros. 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 3355
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
A economia do Estado ficou arrasada, as finanças desorganizadas e a sociedade abalada com os 
horrores do fuzilamento. Moreira César restaura a Constituição de 1891 e marca eleições para o 
legislativo e o executivo. 
Hercílio Luz se lança candidato pelo Partido Republicano catarinense, onde é eleito Governador e 
empossado em setembro de 1894. 
A GUERRA DO CONTESTADO 
Denomina-se Questão do Contestado, o conflito travado entre as províncias do Paraná e Santa 
catarina pela área localizada no planalto entre os rios do Paixe e Peperiguaçu, estendendo-se até 
Curitibanos e Campos Novos. 
A Província do Paraná foi criada em 1853 e, desde o início a região era disputada. Dois anos 
depois, o Governo do Paraná defende a tese que seus domínios se estendem até o planalto meridional. 
A luta tornou-se mais intensa quando o Governo Imperial decretou, em 1865, os limites “pelo rio 
Saí-guaçu, Serra do mar, rio Marombas desde sua vertente até o das Canoas e por este até o rio 
Uruguai”. Era um verdadeiro desrespeito aos direitos catarinenses efetuado por um Gabinete ligado aos 
interesses dos pecuaristas. 
A “Estrada da Serra” partindo da Colônia Dona Francisca em direção ao planalto e na direção do rio 
negro, vai interessar ao Governo do Paraná, pelo fato de que os ervateiros e exportadores de erva mate 
tinham nela a única saída de seus produtos para serem exportados. 
Em 1869, o Governo de Santa Catarina criou um novo município, desmembrado de Lages, na 
mesma área disputada e que corresponde aos limites da freguesia dos Curitibanos, de São João de 
Campos Novos e dos Campos de Palmas. 
Hercílio Luz entregou a defesa dos interesses catarinenses, em 1896, ao jurista Manoel da Silva 
Mafra - Conselheiro Mafra. Neste momento em diante, a disputa passa a ser no campo jurídico. 
3366 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
O ganho de causa foi dado a Santa Catarina em 1904 pelo Supremo Tribunal Federal, embora o 
Paraná se recusasse a cumprir a sentença. Em 1909 e 1910, novos recursos foram impetrados pelo 
Paraná e, mais uma vez foi dado ganho de causa a Santa Catarina. 
Inicia-se no Paraná, uma campanha contra a decisão do Supremo, visando o não cumprimento, 
com possibilidades de chegar até a luta armada. 
A área contestada era ocupada por “posseiros” que sem nenhuma oportunidade de ascensão social 
ou econômica, procuravam novas terras para tentar nova vida. 
Este povo tinha uma filosofia religiosa baseada no cristianismo ortodoxo, onde irão se unir aos 
operários da construção da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande. 
Cabe ressaltar, a existência ainda de “monges”, agindo como elementos psicoreligiosos. 
O primeiro identificado foi João Maria de Agostini o “João Maria”, proveniente de São Paulo e que 
transitou pelas regiões de Rio Negro e Lages. 
O segundo apareceu após 1893, atuando entre os rios Iguaçu e Uruguai, Em 1897, aparece em 
Lages mais um monge, reunindo em torno de si, grande quantidade de seguidores. 
Após 1912, surge em Campos Novos o “monge José Maria”, ex-soldado do exército, chamado 
Miguel Lucena de Boaventura. Curandeiro que perambulava pela região atendendo grande número de 
pessoas que o procuravam e das quais nada aceitava em troca. 
Após peregrinar pelo planalto, se estabelece nos Campos de Irani, cujo acampamento chama de 
“Quadro Santo”. 
A Estrada de ferro “Brazil Railway Co.”: 
O direito de concessão da Estrada de ferro São Paulo-Rio Grande, estabelecido pelo contrato com a 
“Brazil Raiway Co.”, abrange enormes áreas ocupando os vales do rio negro, Iguaçu, Peixe e Uruguai. 
Desta empresa vão surgir outras para a colonização e, para exploração de reservas florestais e 
exportação de madeira. 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 3377
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CATARI NEN SE 
Desta mesma maneira, irão surgir nesta região (área do Contestado), dois problemas, a saber: 
Vai se reunir na região, um grupo humano das mais variadas camadas sociais, por causa das obras 
da estrada de ferro. esta diferença social, vai contribuir para que na região se forme uma sociedade 
desnivelada e marginalizada. São estas pessoas, que de certo modo irão pertencer a população do 
Contestado. 
O segundo problema é mais grave que o primeiro, onde a companhia estrangeira, onde para que 
possa ocupar as terras, é necessário expulsar os posseiros. 
As Ações Militares da Guerra do Contestado: 
Por não aceitar os problemas sociais que alcançava a população sertaneja do planalto, o monge 
José Maria forma em torno de si, um agrupamento de caboclos vindos de Curitibanos, onde irão se 
instalar na região de Irani. 
A área do Irani estava sob o controle do Paraná e, temendo os invasores catarinenses destaca o 
seu Regimento de Segurança. 
Os posseiros invadem, pelo fato de que as terras deles haviam sido tomadas primeiramente pelo 
Paraná e, agora pelas companhias subsidiárias da “Brazil Railway”. 
Em 1912, o agrupamento de Irani é atacado pelas forças policiais do Paraná, travando-se ali um 
sangrento combate, morrendo muitos homens, inclusive José Maria e o comandante paranaense. 
As relações entre Santa Catarina e Paraná ficam mais estremecidas depois deste combate. 
Em 1913, na cidade de Taquaruçu houve uma grande concentração humana, com grande 
religiosidade. 
Vários ataques vão ser empreendidos a Taquaruçu, diminuindo a capacidade de reação dos “irmãos 
de Taquaruçu”. O último desses ataques, vai encontrar já uma população reduzida composta 
basicamente por mulheres e crianças, pois os homens já tinham se afastado para outro reduto (Perdizes 
Grandes), atendendo a outro apelo místico, agora de um monge mulher, “Maria Rosa”. 
3388 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
COL ÉG I O 
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Dando seqüência, outros redutos irão se formar, forçando o Governo do Paraná acreditar que isto é 
obra do Governo Catarinense. 
É bom ressaltar, que estes posseiros defendiam a Monarquia, pelo fato de que na época da 
Monarquia, estas terras passaram a pertencer ao governo. 
A força da fé nestes redutos provocou o fracasso, por diversas vezes, das investidas militares do 
Governo Federal. 
Em 1915, depois de várias tentativas, uma ação militar muito mais bem coordenada, provoca a 
queda e a destruição dos redutos dos caboclos. 
Os Interesses Econômicos da Questão: 
A fundamentação econômica da região do Contestado, isto é, a pecuária, o extrativismo e a erva-mate 
fizeram com que realmente o Paraná se interessasse pela região. 
De um lado estavam as famílias dedicadas à criação de gado, dos “Campos de Palmas”, do outro 
lado estava a população que plantavam erva-mate, espalhados entre o rio Iguaçu e Uruguai. 
Em 1873, com a abertura da estrada “Dona Francisca”, ligando o planalto ao litoral catarinense, 
tendo como suporte a colônia Dona Francisca e, como porto exportador São Francisco, vai se ter uma 
modificação de rota de comercialização deste produto. 
As pessoas que beneficiavam a erva-mate, por pagarem pesados tributos ao Governo do Paraná, 
resolvem procurar nova rota comercial e, o faziam pela estrada Dona Francisca, transferindo para 
Joinville seus engenhos. Este fato vai trazer como conseqüência, a queda da receita do Governo do 
Paraná, uma valorização da região Contestado. 
Finalmente o Acordo de 1916 chegou: 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 3399
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Santa Catarina venceu a questão jurídica e, sentiu-se a necessidade de se efetuar de uma vez, um 
acordo entre os dois estados. 
O Presidente Wenceslau Braz teve um papel mediador, junto aos governos de Santa Catarina 
(Felipe Schmidt) e do Paraná (Carlos Cavalcanti). 
Em 1916, foi assinado o acordo, onde foram estabelecidos os limites entre os dois estados. 
Após a aprovação pela Assembléia Legislativa de cada estado, teve início a demarcação da região. 
A nova definição fez com que Santa Catarina criasse novos municípios, entre eles: Mafra (em 
homenagem ao Conselheiro Mafra), Porto União, Chapecó e Cruzeiro - hoje Joaçaba. 
4400 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
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O DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA 
DE SANTA CATARINA (DE 1889 A 1930) 
A partir da segunda metade do século XIX, a economia catarinense teve uma verdadeira explosão 
agrícola. 
Destacam-se produtos como o arroz, a erva-mate, a madeira, a farinha de mandioca, o açúcar, o 
fumo, a banana e outros, a saber: 
Arroz; A área de colonização italiana foi a responsável por boa parte da produção de arroz, 
principalmente na região que circunda Blumenau, a qual se torna responsável pela exportação do 
produto. 
Erva-mate: Representou um crescente valor comercial na exportação, principalmente nos 
primeiros anos de República, como já vimos anteriormente. 
Madeira: A partir do momento em que o extremo-Oeste se incorpora a Santa Catarina e, começa a 
contribuir para a exportação catarinense deste produto, ela passa a ser considerada importante para a 
economia do Estado. 
Farinha de Mandioca: Embora tenha sido um produto de expressão para a economia 
catarinense, é bom ressaltar que sempre o litoral manteve a supremacia de exportação sobre o produto. 
Açúcar: a partir de 1900, este produto foi decaindo, ao ponto de, somente participar do mercado 
interno. 
Fumo: Era exportado preferencialmente para a Alemanha, onde, em folha, ia para as fábricas de 
charutos. 
É bom verificar, como conseqüência da nossa pauta de exportação, o caráter totalmente agrícola da 
economia catarinense do início do século. 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 4411
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A Indústria 
Quando a energia elétrica foi utilizada no início do século em nosso estado, foi possível a criação de 
pequenas usinas hidráulicas, na indústria catarinense. 
Devido a desorganização do sistema de produção carbonífera na Europa, durante a 1 Guerra 
Mundial, Santa Catarina vê sua produção de carvão mineral, crescer muito. 
O desenvolvimento industrial vai atingindo a metalurgia, o ramo têxtil, mobiliário e assim, no início 
do século XX, Joinville já era conhecida como a “Manchester Catarinense”. 
No início da república, Blumenau já apresentava 50 indústrias de lacticínios, com a industrialização 
do leite, manteiga, nata e outros, exportados para vários Estados. 
Além de vinte e três fábricas de cigarros, Santa Catarina já conta no início do século com indústrias 
de banha e de conservas. 
Santa Catarina na Primeira Guerra Mundial: 
No período de início da Primeira Guerra Mundial, Santa Catarina estava aumentando a capacidade 
industrial, devido à presença dos imigrantes, contribuindo para a consolidação da nossa estrutura social. 
O posicionamento do Brasil ao lado dos aliados fez com que se formasse um clima desagradável 
entre os imigrantes de língua alemã e, os brasileiros mais exaltados. 
Este tipo de atitude vai gerar reações de ambos os lados. Os brasileiros começavam a questionar a 
brasilidade dos descendentes de alemães e, estes por sua vez se sentiam restringidos em sua liberdade. 
No que diz respeito a economia catarinense, ela vai sentir também os reflexos da Primeira Guerra 
Mundial, ao ponto em que o carvão vai ser mais explorado, sendo considerado vital para o 
desenvolvimento do país. 
A erva-mate exportada por Joinville, vai tendo consideráveis diminuições, até que a região resolve 
se industrializar e, pouco a pouco diminui a produção da erva-mate. 
4422 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
O extremo-oeste catarinense, vai pouco a pouco se desenvolvendo com a área de produção 
agrícola e de suinocultura, à medida que grupos de alemães e de italianos, oriundos do Rio Grande do 
Sul. ali se estabelecem. 
A REVOLUÇÃO DE 1930 EM SANTA CATARINA 
Quando iniciou-se a Revolução em 3 de outubro de 1930, o Governador de Santa Catarina, Fúlvio 
Aducci, manteve-se fiel ao Presidente Washington Luís. Por este motivo, o seu território foi invadido por 
forças do Rio Grande do Sul, onde o movimento estourou. 
Os revoltosos invadiram a capital de Florianópolis, por três frentes: pelo litoral, pelo vale do rio do 
peixe e pelo planalto norte. 
A população da capital durante a invasão, procurou retirar-se para o interior da Ilha, apesar da 
tentativa do Governador de contornar a situação. 
Depois que Washington Luís caiu como presidente, aqui em Santa Catarina, o Governador também 
cai pelos esforços empreendidos pelo General Ptolomeu de Assis Brasil, inaugurando assim, um governo 
provisório, tendo como um de seus auxiliares, o professor Barreiros Filho. 
No planalto catarinense a responsabilidade de estruturar a revolução ficou a cargo do coronel 
Aristiliano Ramos. Foi sob sua chefia que as forças revolucionárias do litoral vão se encontrar com as do 
interior. 
A Intervenção em Santa Catarina: 
Teve início na capital, a substituição de prefeitos, delegados de polícia e outros setores, indicados 
pelo Governo Provisório. 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 4433
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Para não ter a imagem da revolução desgastada e, conseqüentemente enfraquecida, Getúlio 
Vargas dissolve as Comissões de Sindicância espalhadas pelo Estado e, pelo Brasil inteiro, com o 
objetivo de apurar culpados. 
O interventor em Santa Catarina, Assis Brasil, aplicou da mesma maneira, uma política de 
conciliação para o Estado. Assim, visitou Blumenau, maior reduto de oposição à Revolução, tendo como 
líder Victor Konder, ministro da viação do Governo de Washington Luís. 
Assis Brasil renunciou em 1932, sob a alegação de problemas de saúde e também problemas 
íntimos. Sabe-se que governava sem o apoio dos políticos catarinenses, já que era gaúcho. 
O município de Ouro Verde passa a se chamar Canoinhas no governo dele. 
A nomeação de mais um gaúcho para o governo catarinense, Rui Zobaram, mexeu com os brios 
dos políticos catarinenses, fazendo com que a administração de Zobaram no governo seja rápida. Depois 
de muita reivindicações, assume o governo catarinense um interventor catarinense, Aristiliano Ramos, 
fazendo crescer as lutas internas entre os líderes políticos. 
As vagas para a Constituinte Nacional gerara, disputas no estado, sendo eleitos: Nereu Ramos, 
Carlos Gomes de Oliveira e Arão Rebelo pelo Partido Liberal Catarinense, enquanto que a coligação “Por 
Santa Catarina” elegeu Adolfo Konder. 
A Ação Integralista Brasileira aparece em santa Catarina em 1934, nas regiões de colonização 
européia, fazendo com que a versão do “nazi-fascismo” no Brasil, também chegue aos estados do Sul. 
Simultaneamente, são realizadas eleições para a Assembléia Legislativa Estadual e para o Governo 
do estado. 
Nereu Ramos e Aristiliano Ramos se candidataram para o Governo, promovendo um “racha” dentro 
do Partido Liberal. Nereu Ramos é eleito Governador, depois de muita disputa nos bastidores políticos. 
Nereu Ramos - O Maior Político Catarinense: 
Foi eleito Governador em 1935, mas devido ao golpe de 1937, é indicado como interventor em 
Santa Catarina, permanecendo até o final do Estado Novo, em 1945. 
4444 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
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Como interventor, ampliou o setor educacional em Santa Catarina, e melhorou a saúde pública. 
A saúde pública teve uma preocupação especial dele, reorganizando todo o sistema ao criar o 
departamento Estadual de Saúde Pública, além de criar a “Colônia Santa Teresa” para hansenianos e a 
“Colônia Sant`Ana” para doentes mentais. 
Resultados da revolução de 1930 para o Estado: 
É de se admitir que a Revolução de 1930, transformou a realidade do Brasil e, conseqüentemente, a 
realidade catarinense. 
O Brasil sai de sua visão agrária e, finalmente ingressa na industrialização, é instituído o voto 
secreto, o operariado é moldado pelo governo, as Forças Armadas começam a ter força no governo, a 
Igreja Católica começa a participar ativamente da vida do brasileiro. 
Estes resultados vão ser observados com uma certa desconfiança por santa Catarina, já que era um 
gaúcho que estava promovendo. Esta desconfiança vem desde a época dos primeiros interventores. 
portanto, desde o início existiu os vários chefes da Aliança Liberal catarinense uma certa oposição a 
ofensiva gaúcha, era o “catarinensismo”. 
É bom observar que, na época da “República Velha”, vários políticos catarinenses despontaram no 
cenário político nacional ocupando ministérios, tais como: Lauro Müller, José Pinto da Luz, Arnaldo Pinto 
da Luz e Victor Konder. Porém, após a Revolução de 1930, isto quase não aconteceu, pelo simples fato 
que Santa Catarina passou a estar subjugada aos interesses dos gaúchos. 
BRASIL E SANTA CATARINA NA 
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 4455
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
A declaração de guerra do Brasil à Alemanha, fez com que houvesse um desequilíbrio na economia 
brasileira e, por conseqüência, a de Santa Catarina. A Guerra trouxe o fechamento do comércio com a 
Alemanha. A interrupção na compra de matérias-primas e máquinas prejudicou o desenvolvimento do 
parque industrial, que contava, na época, com mais ou menos, oito mil estabelecimentos. 
A madeira e o carvão representavam quase 40% do valor total das exportações catarinenses, por 
volta de 1943. 
Com o início da guerra houve um sensível aumento da exportação da madeira para o Rio da Prata e 
Estados Unidos, houve também o crescimento e o cultivo da mandioca, fazendo desenvolver a indústria 
de “fécula”, para atender o mercado norte-americano. 
Por outro lado, após o término da Segunda Guerra, o mercado internacional se reestabeleceu e, 
Santa Catarina entrou na década de 50, sem oferecer grandes concorrências neste mercado, pelo fato de 
que os nossos produtos não conseguiam mais enfrentar a concorrência tanto em quantidade quanto em 
preço com os produtos estrangeiros. 
Com medo da expansão das idéias nazi-fascistas, Getúlio determina o fechamento de escolas 
(emigrantes alemães e italianos) que ensinassem na língua alemã e italiana. Somente poderia lecionar 
em português. 
OS GOVERNADORES DE SANTA CATARINA 
República Velha 
Lauro Müller - 1889, 1891, 1902-1906 e 1918-1923 
Manoel Joaquim Machado - 1892-1893 
Hercílio Luz - 1894-1898, 1918-1922 e 1923-1924 
Felipe Schmidt - 1898-1902 e 1914-1918 
Gustavo Richard - 1906-1910 
Vidal Ramos - 1910-1914 
Adolpho Konder - 1926-1930 
4466 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
Fúlvio Aducci - 1930 
Os Federalistas (1930-1935) 
Ptolomeu de Assis Brasil - 1930 a outubro de 1932 
Rui Zaboran - Outubro de 1932 a abril de 1933 
Aristiliano Ramos - 1933 a 1935 
Nova República 
Nereu Ramos - 1935-1937 e 1937-1945 
Aderbal ramos da Silva - 1947-1951 
Irineu Bornhausen - 1951-1955 
Jorge Lacerda - 1955-1958 
Heriberto Hülse - 1958-1961 
Celso Ramos - 1961-1966 
Ivo Silveira - 1966-1971 
Colombo Salles - 1971-1975 
Antônio Carlos Konder Reis - 1975-1979 
Jorge Konder Bornhausen - 1979-1983 
Henrique Córdova - 1983 
Esperidião Amim - 1983-1986 e 1998-2002 
Pedro Ivo Campos - 1987-1990 
Casildo Maldaner - 1990 
Vilson Kleinubing - 1991-1994 
Paulo Afonso - 1995-1998 
Luís Henrique da Silveira - 2002-2006 / 2006-2010 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 4477
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
Lauro Müller 
Raposa de espada. Era assim que Rui Barbosa chamava o adversário Lauro Müller. Político hábil, 
considerado um dos melhores que Santa Catarina já deu ao país, foi quatro vezes governador do Estado, 
senador, deputado federal, embaixador, ministro da Viação e das Relações Exteriores. Republicano 
histórico, fundou o PRC (Partido Republicano Catarinense). 
Assumiu como Vice-presidente no governo de Hercílio Luz. 
Natural de Itajaí, governou o estado quatro vezes. Na área federal demonstrou amadurecimento, 
respeito, perspicácia, e quase chegou à Presidência da República. Morreu no Rio de Janeiro dia 30 de 
julho de 1926. 
Manoel Joaquim Machado 
Manoel Joaquim Machado assumiu o governo do Estado de santa Catarina em março de 1892 e 
ficou no cargo por nomeação de Floriano Peixoto – apenas até 1893, pouco mais de um ano. 
Foi deposto do governo pelas tropas legalistas e então fugiu para Buenos Aires, na Argentina, de 
onde voltou durante a anistia geral patrocinada por Campos Sales. 
No seu governo, as maiores obras foram a criação da Escola Normal, hoje Instituto Estadual de 
Educação, em Florianópolis, e a Junta Comercial de Santa Catarina. 
Felipe Schmidt 
O lageano Felipe Schmidt dedicou sua vida ao Exército e à política. Chegou a general e, em 1890, 
representou Santa Catarina na primeira Constituinte Nacional. Governou o Estado duas vezes. 
Na primeira recebeu o cargo de Hercílio Luz e passou-o a Lauro Müller, seu primo. Depois, em 
substituição a Vidal Ramos. Entregou seu segundo mandato ao vice Hercílio Luz, pois o eleito Lauro 
Müller não assumiu. Investiu em educação, estradas e saneamento. Eu seu governo, foi assinado o 
acordo estabelecendo as divisas entre Paraná e Santa Catarina, em 20 de outubro de 1916. 
Instalou a rede de esgoto da capital. 
4488 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
Hercílio Luz 
Um dos atos mais marcantes na biografia do ilhéu Hercílio Luz foi a invasão do Palácio do Governo 
em nome da legalidade e do republicanismo, em 1893. Governou por três períodos e não presenciou a 
inauguração da sua grande obra, a primeira ligação Ilha-Continente. 
Em 1924, seguiu doente para a Europa e faleceu em outubro do mesmo ano. Já havia preparado as 
bases para o surgimento posterior de uma das oligarquias mais poderosas, a dos Konder, desdobrada em 
Konder-Bornhausen, que dividiram com a dos Ramos durante muito tempo o poder em SC. Mudar o 
nome de Desterro para Florianópolis. Completou o seu mandato Antônio Pereira da Silva e Oliveira. 
Gustavo Richard 
No Museu Histórico de Santa Catarina, está exposta a primeira lâmpada acesa nas ruas da Capital. 
Ela é de janeiro de 1908, ano em que os ilhéus aposentaram os lampiões. Era metade do governo 
Gustavo Richard, considerado administrador íntegro e voltado ao bem público. 
Carioca, filho de franceses, foi responsável pela instalação dos sistemas telefônico e de 
abastecimento de água. Intelectual, amante da música, das artes plásticas, da poesia e do magistério, 
colocou Santa Catarina numa posição de destaque dentre os estados brasileiros no início da República. 
Instalou o serviço telefônico, abastecimento público de água. 
Vidal Ramos 
Começa com Vidal a mais poderosa oligarquia na política catarinense. Verdadeiro patriarca, fez 
governantes dois de seus filhos (Nereu e Celso), dois sobrinhos (Aristiliano e Cândido) e um neto 
(Aderbal). Lages ganhou, então, o título de Capital Política. Depois de haver governado o Estado, voltou 
ao poder pelo voto, em 1910. 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 4499
COL ÉG I O 
CATARI NEN SE 
Seus períodos no governo foram marcados pelo término da Guerra do Contestado e pela reforma 
no ensino que ele promoveu, com a abertura de escolas por todo o Estado. Não aceitou ser interventor 
em 1930. 
Reformou o ensino primário estadual e instalou a rede de esgoto na Capital. 
Adolpho Konder 
Ao chegar ao governo do Estado, em 1925, Adolpho Konder aparecia como o primeiro governador 
não participante do movimento republicano de 1889. Nascido em Itajaí, investiu em estradas e educação. 
Desbravou o interior e abriu rotas para o Oeste, sendo o primeiro governador a visitar o Contestado. 
Florianópolis mereceu sua atenção. Construiu o Mercado Público, um dos cartões-postais da Ilha, a 
penitenciária, apoiou as obras da maternidade local, depois denominada Carlos Correia, melhorou os 
portos e criou uma legislação de reflorestamento. 
Remodelou a polícia militar. 
Fúlvio Aducci 
O florianopolitano Fúlvio Aducci, último governador da República Velha, foi obrigado a renunciar e 
entregar o cargo a uma junta militar que no mesmo dia passou-o ao interventor revolucionário gaúcho 
Ptolomeu de Assis Brasil. 
Era a vitoriosa Revolução Liberal de 1930 chegando ao Estado, Aducci detém o recorde de passar 
menos dias na administração do Estado: assumiu em 29 de setembro e saiu em 25 de outubro. Santa 
Catarina manteve-se fiel ao presidente Washington Luís, foi invadido e o governador fugiu em 
embarcação que partiu da Praia do Forte, hoje Beira-Mar Norte. 
Ptolomeu de Assis Brasil 
Durante a Primeira República – de 1889 a 1930 – e principalmente no final dos anos 20, os 
governadores pertenciam aos Partidos Republicanos de cada Estado, representando o sistema 
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oligárquico. Com a vitória da Revolução Liberal, em 1930, caberia aos novos governos substituírem os 
governadores por interventores que comungassem das idéias do movimento. 
Santa Catarina foi o último a entregar a administração, que ficou a cargo do governador gaúcho 
Ptolomeu de Assis Brasil. Tentou uma política de conciliação, governou sem as lideranças catarinenses e, 
em 1932, renunciou. 
Rui Zaboran 
O major Rui Zaboran ficou apenas seis meses como interventor. Não suportou a pressão dos 
políticos catarinenses, foi obrigado a deixar a interventoria e retornar para o Rio Grande do Sul. Nascido 
em São Gabriel e representante do esquecido movimento tenentista, Zaboran governou Santa Catarina 
de 26 de outubro de 1932 a 19 de abril de 1933. 
Foi nomeado interventor pelo seu meio-irmão e antecessor, Ptolomeu de Assis Brasil, e substituído 
pelo catarinense Aristiliano Ramos. Em 1953, foi promovido a coronel e morreu no Rio de Janeiro em 
outubro de 1954. 
Aristiliano Ramos 
Primeiro catarinense no poder revolucionário, sem tirar os seus méritos, o líder da Serra conseguiu 
o líder da Serra conseguiu o posto em conseqüência de sua amizade com Getúlio Vargas. 
Tomou posse dia 19 de abril de 1933. De 1906 a 1916, foi vereador em Lages, e de 1918 a 1922, 
substituiu seu pai na prefeitura. Deputado estadual, foi um dos líderes do movimento revolucionário de 
1930, apoiando as forças liberais que invadiram o estado pelo Planalto. 
Convocadas eleições diretas para governador do Estado; candidatou-se e foi derrotado pelo primo e 
adversário Nereu Ramos. 
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Nereu Ramos 
Terceiro filho de Vidal Ramos, Nereu Ramos chegou ao governo de Santa Catarina após disputa 
com o primo Aristiliano Ramos, que dividiu o Partido Liberal. Tomou posse em 1º de maio de 1935 e 
combateu o nazismo. Fundou jornal em defesa de Felipe Schmidt e para ver o Brasil declarar guerra ‘a 
Alemanha. 
Voltou ao poder em 1937, como interventor. Após conduzir os trabalhos da Constituinte que fez a 
nova Carta, foi eleito, em 1946, vice-presidente da República. Exerceu a presidência de 13 a 30 de maio 
de 1949, na viagem de Eurico Gaspar Dutra aos Estados Unidos. 
Deu prioridade à Saúde, Educação Primária. Criou o Departamento de Saúde Pública, construiu a 
Colônia Santa Teresa, para Hanseníase, e a Colônia Sant’Ana para doentes mentais. 
Aderbal Ramos da Silva 
Aderbal tinha muito orgulho de pertencer à terceira geração de políticos da família Ramos. Definia 
como “feliz coincidência” ter nascido no Palácio do Governo, e não em Blumenau, onde seus pais viviam. 
Isso graças à enchente de 1911, que praticamente destruiu o Vale do Itajaí, e por ser governador seu avô 
Vidal Ramos. 
Em 1945, com a volta da democracia, elegeu-se deputado federal. Aprendeu muito com o tio, ex-governador 
Nereu Ramos, tornando-se um político carismático. Assumiu o governo em março de 1947 e 
menos de um ano após, licenciou-se, voltando em 1950. 
Assumiu o governo pelo Presidente da Assembléia Legislativa foi Boabaid. 
Irineu Bornhausen 
Três vezes prefeito de Itajaí, suo terra natal, candidatou-se ao governo do Estado pela UDN e 
elegeu-se em 1951. Pagou as dívidas do antecessor e respondeu às críticas com obras. Em duas 
gestões, duas importantes rodovias foram remodeladas: a que ligo Blumenau a Jaraguá do Sul e a de 
ligação entre Joinville e São Francisco do Sul. 
5522 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
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O PDS era maioria no Assembléia Legislativa e o udenista Irineu teve dificuldades para aprovar 
seus projetos de obras paro o Estado. Fez muitas pontes, escolas, a agricultura teve produção recorde e 
criou vários municípios. 
Incentivou a energia elétrica, agricultura, saúde, educação. Elaborou o Plano POE (Plano de Obras 
e Equipamentos). Criou o Celesc e o Tribunal de Contas. 
Jorge Lacerda 
A mais rápido carreira do história republicana de Santa Catarina foi de Jorge Lacerda. Filho de 
imigrantes gregos, nasceu no Paraná e, cinco anos após disputar o primeiro pleito eleitoral, conquistou o 
governo do Estado pelo Partido de Representação Popular, com apoio do UDN. 
Seu governo foi breve, mas marcado por duas grandes obras: a primeira rodovia asfaltada com 
recursos estaduais (ligando Itajaí e Blumenau) e a Sociedade Termo-Elétrica de Capivari (hoje Usina 
Jorge Locerda). Morreu num acidente aéreo com Nereu Ramos e Leoberto Leal, em 1958, na metade do 
mandato. 
Heriberto Hülse 
Com a morte de Jorge Lacerda no desastre aéreo próximo a Curitiba, que vitimou também Nereu 
Ramos e Leoberto Leal, Heriberto Hülse assumiu o governo paro concluir a administração. 
Natural de Tubarão, conduziu com objetividade e austeridade a segunda metade do mandato de 
Jorge Lacerda. Conseguiu, em dois anos, que o Estado desse a grande arrancado desenvolvimentista 
que Celso Ramos consolidou. Investiu em estradas, inaugurou o segundo etapa da Usina Jorge Lacerda, 
ampliou e construiu outras usinas no estado e concluiu a estrada da Serro do Rio do Rastro. 
Incentivou financiamentos para instalar e funcionamento da faculdade de Medicina e Compus da 
UFSC. 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 5533
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Celso Ramos 
Celso Ramos mandou gravar suas promessas para que pudesse ser fiel a elas. Eleito em 1960, 
conseguiu cumprir seu programa e se destaca no da Ramos, que inclui outros cinco governadores -Vidal, 
Nereu, Aderbal, Aristiliano e Cândido -, por ser considerado o mais marcante dos governadores de SC. 
Lima das heranças é a Universidade para o desenvolvimento do Estado (UDESC). Fez colégios, 
inaugurou torres de eletricidade e fundou a Federação das Indústrias (FIESC). Suas ações foram 
traçadas no Seminário Sócio-econômico de SC, idealizado por ele, em 1960. 
Criou o BESC. Criou a Caixa Econômica do Estado de Santa Catarina. Criou a Acaresc. Elaborou o 
Plano de Metas para o governo “Plameg”, dividindo em 3 blocos: “o homem, o meio e a expansão 
econômica”. 
Ivo Silveira 
Ivo Silveira governou Santo Catarina no final de uma época de lideranças partidárias, populares e o 
início de outra, autoritárias. Seu sucessor foi indicado pelo poder central e não pelo voto. 
Ajudou a fundar o Partido Social Democrático, foi prefeito de sua cidade, Palhoça, e eleito quatro 
vezes à Assembléia Legislativa. Fez o Estado servir de exemplo ao país. Deu início às obras do segunda 
ponte, aumentou em 4820/o o salário dos professores e implantou o Plano Estadual de Educação, 
pioneiro no Brasil, que resultou na construção de cerca de 100 escolas, e criou a Avenida Beira-Mar 
Norte. Elaborou o Planej II. Criou a Cotesc; a Telesc: o Cohab. Avanço Progressivo (que elimina a 
reprovação). 
Colombo Machado Salles 
Natural de Laguna, Colombo Machado Salles foi secretário executivo do Plano de Metas do 
Governo (Plameg) durante a administração de Ivo Silveira e o sucedeu na época em que a eleição para 
governador era indireta e a escolha se processava entre a direção nacional do partido (Arena) e o 
presidente da República. 
5544 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
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Seu governo fundamentou-se no projeto catarinense de desenvolvimento, transformando em Ação 
Catarinense de desenvolvimento. A ponte que leva seu nome foi o grande legado da administração. Para 
ele, a implantação de 85 mil novos telefones foi mais importante. 
Antônio Carlos Konder Reis 
Começou a carreira aos 21 anos, em 1947, em Itajaí, sua ferra natal, com a forte influencia da 
família Konder Reis na política catarinense. Foi deputado federal, senador e, em 1975, eleito de forma 
indireta governador de Santa Catarina, com o lema governar é encurtar distâncias. 
Foi candidato ao governo antes disso. Na primeira vez, em 1965, perdeu para Ivo Silveira. Ocupou a 
vice-presidência do Senado, em 1973, presidiu o Senado na posse dos senadores, em 1975, deputado 
federal constituinte, em 1987, e vice-governador na gestão de Vilson Kleinubing. Depois, foi deputado 
federal. 
Criou a Fucaben; a Fucat; a Empasc; o Badesc. Criou o Parque da Serra do Tabuleiro; a Secretaria 
de Tecnologia e do meio Ambiente e a Secretaria da Indústria e do Comércio. 
Jorge Konder Bornhausen 
Dos três filhos de Irineu Bornhausen, o mais velho, Paulo, era o indicado para as disputas políticas, 
mas foi Jorge quem começou na política e nunca mais parou. Reconhecido como hábil articulador, 
passou pelo UDN, Arena (foi vice de Ivo Silveira, em 1967), PDS e criou o PFL para apoiar a candidatura 
de Tancredo neves. 
Governar o Estado considera o maior desafio na vida política. Foi responsável pela criação do 
Centro Integrado de Cultura (CIC), o terminal Rita Maria, a nova pista da Beira-Mar Norte e asfaltou os 
caminhos da Lagoa da Conceição, Sambaqui e Pântano, na Capital. 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 5555
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Fundou a Fundação catarinense de Cultura. Elaborou o Plano Estadual de Educação (1980/1983). 
Em 1979 ocorreu no seu governo a Novembrada. Em 1983 é empossado Senador da República. Em 
1986 assume o cargo de Ministro da Educação. 
Henrique Córdava 
O talento para a oratória, treinado na faculdade de Direito e aprimorado nos tribunais do Planalto 
Serrano, impulsionou a carreira de Henrique Córdova. Nascido em São Joaquim, foi deputado estadual e 
federal, assumiu o governo quando Jorge Bornhausen, de quem era vice, licenciou-se para concorrer ao 
Senado. 
Governou por 10 meses. Em as realizações, privilegiou o programa social: concedeu reposição 
salarial aos servidores, equiparou os vencimentos dos funcionários inativos com as ativos, criou a Polícia 
Feminina e concedeu pensão aos excepcionais de famílias carentes. 
Esperidião Amin Helou Filha 
Esperidiao Amin Helou Filho tenta chegar ao terceiro mandato no Palácio Santa Catarina. professor 
universitário, aos 27 anos aceitou o convite do governador Antônio Carlos Konder Reis, em 1975, para 
assumir a prefeitura da Capital. 
Candidatou-se a deputado federal pela Arena, em 1978, e, em 1979, licenciou-se da Câmara para 
ser secretário dos Transportes e Obras do governo Jorge Bornhausen. Em 1982, foi eleito governador 
com 838. 250 votos, contra 825,5 mil de Jaison Barreto (PMDB). Nesse período, Amin destaca a 
pavimentação de 1.111 quilômetros de rodovias. 
Sua proposta: “A Carta aos catarinenses. Em 1983 até 1985 seu governo sofreu duas enchentes no 
Vale do Itajaí. Criou programas como: Sacolão-escola e Troca-Troca (pagamento de máquinas agrícolas 
e de insumo agrícola com o fruto do trabalho do produtor). Criou ainda feiras comunitárias e o “Olha o 
Peixe" e açougues, reguladores de preço. Plano Estadual de Educação (1985/1988) elimina o avanço 
5566 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
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progressivo. Cria eleições diretas para diretor de escolas. Em 1999-2002 iniciou o seu mandato como 
governador, passando para Luís Henrique da Silveira. 
Pedro Ivo Campos 
Pedro Ivo Campos deixou a farda do Exército aos 35 anos, por ter contraído tuberculose. Em 1966, 
elegeu-se deputado estadual. Fundou o MDB em SC, foi deputado federal, em 1971, e, no ano seguinte, 
realizou o sonho de administrar Joinville. Saiu da prefeitura para a Câmara dos deputados. Em 1986, sua 
chegada ao governo de SC marcou a vitória do PMDB sobre as lideranças políticas tradicionais - derrotou 
o PFL de Vilson Kleinubing. Seis meses após assumir; em setembro de 1987, começou a sentir os 
primeiros sintomas do câncer que provocou sua morte, em 27 de fevereiro de 1990. 
Seu compromisso de governo era centrado: melhor qualidade de vida; maiores oportunidades de 
trabalho. Austeridade administrativa. Em 1991 inaugurou a Ponte Pedro Ivo Campos. Com sua morte, 
assumiu o vice Cassildo Maldaner. 
Casildo Maldaner 
Casildo Maldaner foi um dos mais folclóricos governadores. Assumiu com a morte do líder e amigo. 
Pedro Ivo Campos, dia 28 de fevereiro de 1990. Gaúcho de Carazinho, migrou para o oeste. Foi 
caminhoneiro e deputado estadual. Em 1986, foi candidato a vice-governador na chapa encabeçada por 
Pedro Ivo, por representar o oeste. A dobradinha Interior-Litoral derrotou o PFL e o PDS. 
Ficou no governo até março de 1991, e sua maior satisfação foi a inauguração da Ponte Pedro Ivo 
Campos, terceira ligação Ilha-Continente. Elegeu-se senador em 1994. 
Vilson Pedro Kleinubing 
O cinema era a paixão de Vilson Pedro Kleinubing gaúcho de Montenegro que migrou para Videira 
aos cinco anos. Formou-se em Engenharia e considerava-se um administrador. 
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Em 1981, elegeu-se deputado federal com a maior votação no estado (108,6 mil votos) e, 15 dias 
após a posse, foi convidado para ser secretário da Agricultura e Abastecimento. 
Foi prefeito de Blumenau e deixou o cargo para concorrer e eleger-se ao governo, em 1990. Foi 
substituído por Antônio Carlos Konder Reis para concorrer ao Senado. Morreu de câncer, em 1998, na 
metade do seu mandato. 
Paulo Afonso Vieira 
Eleito aos 36 anos, no final de 1994, o governador mais Jovem do país, Paulo Afonso Evangelista 
Vieira tentou a reeleição para o Palácio Santa Catarina em 1998. 
Perdeu a disputa para Esperidião Amin no primeiro turno e ficou fora da vida política por quatro 
anos. Formado em Administração e Direito, com mestrado em Ciência Política, em Massachussets (EUA), 
foi fiscal de tributos estaduais e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Antes de 
eleger-se governador, ocupou uma cadeira na Assembléia Legislativa. No dia 6 de outubro se elegeu 
deputado federal. 
LEITURA COMPLEMENTAR 
Nossas festas religiosas: 
Festa do Divino em homenagem ao Divino Espírito Santo. 
5588 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
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Nossa Senhora dos Navegantes, comemorada em várias cidades. 
Nossa Senhora do Caravaggio, em Brusque. 
Nossa Senhora da Conceição, em Videira. 
Santo Antônio dos Anjos, em Laguna. 
São Francisco Xavier, em Joinville. 
Nosso Senhor dos Passos, em Florianópolis, Cricit5ma e Tubarão. 
Corpus Cristi. 
Festas Natalinas e Festas Juninas. 
Nossas festas e danças folclóricas: 
Festa da Laranja, em Florianópolis. 
Festa da Tainha, em Florianópolis. 
Festa da Maça, em Fraiburgo e São Joaquim. 
Oktoberfest, em Blumenau. 
Fenarreco, em Brusque. 
Exposição de orquídeas, em Blumenau, 
Festa das Flores, em Joinville, sendo uma das mais antigas (61 festas). 
Festa do Vinho, em Rodeio, Urussanga e Videira. 
Festa da Uva, em Videira. 
Festa do Pinhão, em Lages. 
Festa dos Atiradores, em Blumenau. 
Festa da Maça e da Pecuária, em São Joaquim. 
Carnaval, em Florianópolis, Lages e Criciúma. 
Terno de Reis, representando a vinda dos Reis Magos ao menino Jesus. 
HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 5599
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Musikfest, em São Bento do Sul (poloneses, alemães e italianos). 
Schützenfest, em Jaraguá do Sul (tiro ao alvo). 
Kegelfest em Rio do Sul 
Fenaostra em Florianópolis. 
Nossas catarinenses ilustres: 
Ana de Jesus Ribeiro (N. 1821, em Moinhos (Tubarão) - M. 1849, em Ravina (Itália). 
Victor Meirelles de Lima (N. 1831 - M. 1903) 
João da Cruz e Souza (N. 1961 - M. 1898) 
Lauro Müller (N. 1860 - M. 1924) 
Nereu ramos (N. 1888 - M. 1958) 
Cardeal bom Jaime de Barros Câmara (N. 1894 - M. 1971) 
Brasão de Armas de nosso Estado contém: 
Uma estrela de prata com uma água de asas abertas, segurando, com as garras, uma chave e 
uma âncora dourada, 
No peito da água aparece a data - 17 de novembro de 1889 - data da implantação do Regime 
Republicano em Santa Catarina. 
No alto da estrela, um barrete vermelho. 
Em volta da estrela aparecem um ramo de trigo e um de café enlaçados por uma fita vermelha 
onde se lê: Estado de Santa Catarina. 
Significado destes símbolos que formam nossa armas: 
Estrela Branca: representa o estado com todos os seus Municípios. 
Águia: representa as forças produtoras do Estado. 
Ancora: mostra que Santa Catarina é um Estado Marítimo. 
6600 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
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  • 1. Índice HISTÓRIA DE SANTA CATARINA INTRODUÇÃO ..........................................................................................INTRODUÇÃO ............................................................................................ ............................ PPRRIIMMEEIIRROOSS HHAABBIITTAANNTTEESS ............................................................................................................................................................................ PPRRIIMMEEIIRROOSS PPOOVVOOAADDOORREESS ........................................................................................................................................................................ OO PPOOVVOOAAMMEENNTTOO VVIICCEENNTTIISSTTAA .............................................................................................................................................................. AA CCRRIIAAÇÇÃÃOO DDAA CCAAPPIITTAANNIIAA DDEE SSAANNTTAA CCAATTAARRIINNAA .............................................................................................. PPOOVVOOAAMMEENNTTOO AAÇÇOORRIIAANNOO ........................................................................................................................................................................ EECCOONNOOMMIIAA CCAATTAARRIINNEENNSSEE NNOO PPEERRÍÍOODDOO CCOOLLOONNIIAALL ...................................................................................... OOCCUUPPAAÇÇÃÃOO DDOO PPLLAANNAALLTTOO CCAATTAARRIINNEENNSSEE ........................................................................................................................ AA IINNVVAASSÃÃOO EESSPPAANNHHOOLLAA DDEE 11777777 .................................................................................................................................................. AA IINNDDEEPPEENNÊÊNNCCIIAA EE OO IIMMPPÉÉRRIIOO ........................................................................................................................................................ AA CCOOLLOONNIIZZAAÇÇÃÃOO EEUURROOPPÉÉIIAA .................................................................................................................................................................... AA RREEVVOOLLUUÇÇÃÃOO FFAARRRROOUUPPIILLHHAA EE AA RREEPPÚÚBBLLIICCAA JJUULLIIAANNAA ............................................................................
  • 2. COL ÉG I O CATARI NEN SE A ESCRAVIDÃO EEMM SSAANNTTAA CCAATTAARRIINNAA .................................................................................................................................... AA PPAARRTTIICCIIPPAAÇÇÃÃOO DDEE SSAANNTTAA CCAATTAARRIINNAA NNAA GGUUEERRRRAA DDOO PPAARRAAGGUUAAII ...................................... EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO EEMM SSNNTTAA CCAATTAARRIINNAA AATTÉÉ OO IINNÍÍCCIIOO DDOO SSÉÉCCUULLOO XXIIXX .................................................. AA PPAARRTTIICCIIPPAAÇÇÃÃOO DDEE SSAANNTTAA CCAATTAARRIINNAA NNOO MMOOVVIIMMEENNTTOO RREEPPUUBBLLIICCAANNOO ...................... AA RREEVVOOLLUUÇÇÃÃOO FFEEDDEERRAALLIISSTTAA ................................................................................................................................................................ AA GGUUEERRRRAA DDOO CCOONNTTEESSTTAADDOO ................................................................................................................................................................ OO DDEESSEENNVVOOLLVVIIMMEENNTTOO DDAA EECCOONNOOMMIIAA DDEE SS..CC.. ((DDEE 11888899 AA 11993300)) .............................................. AA RREEVVOOLLUUÇÇÃÃOO DDEE 11993300 EEMM SSAANNTTAA CCAATTAARRIINNAA ............................................................................................................ BBRRAASSIILL EE SSAANNTTAA CCAATTAARRIINNAA NNAA SSEEGGUUNNDDAA GGUUEERRRRAA MMUUNNDDIIAALL ........................................................ OOSS GGOOVVEERRNNAADDOORREESS DDEE SSAANNTTAA CCAATTAARRIINNAA ...................................................................................................................... LLEEIITTUURRAA CCOOMMPPLLEEMMEENNTTAARR .......................................................................................................................................................................... .... 22 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 3. COL ÉG I O CATARI NEN SE HISTÓRIA DE SANTA CATARINA HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 33
  • 4. COL ÉG I O CATARI NEN SE INTRODUÇÃO A história de Santa Catarina está contextualizada no período da Idade Moderna, onde a Europa no século XV passa por profundas mudanças. No final do século XIV e início do século XV, a Europa vivenciou uma crise econômica, onde faltaram terras, produtos, metais preciosos, e os europeus enfrentaram o monopólio árabe-italiano no comércio das especiarias. Nesse contexto, os europeus buscaram a saída para a crise através das viagens marítimas, explorando terras em outros continentes como Ásia, África e América. Dentre os países europeus, destaca-se Portugal, que já possuía o poder centralizado, necessitava expandir seus territórios, e possuía uma burguesia ávida de lucros, que financiava as viagens. Várias viagens foram realizadas; entre elas, a expedição de Vasco da Gama que chegou a Calcutá, nas Índias, em busca de especiarias. Fernão de Magalhães, português a serviço da Espanha, chegou ao extremo da Patagônia, onde este caminho recebeu o nome de Estreito de Magalhães, que abriu para a Espanha uma grande rota comercial na América do Sul. Assim, o litoral do Atlântico passou a ser conhecido e atraiu vários navegadores. Portanto, nesse contexto está inserida a história do nosso Estado. 44 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 5. COL ÉG I O CATARI NEN SE PRIMEIROS HABITANTES Os primeiros habitantes em Santa Catarina foram os índios, náufragos, desterrados e sacerdotes. Era bastante expressivo o número de indígenas que habitavam Santa Catarina. No litoral estavam os Tupi-Guaranis que também serão denominados de Carijós. Os Carijós do litoral de Santa Catarina conheciam os caminhos que levavam ao interior. Foi com a ajuda dos índios que Aleixo Garcia (espanhol) chegou ao atual Paraguai. Uma rota principal, o chamado Caminho Piabiru, partia do litoral paranaense e seguia pelo planalto em direção ao Rio Iguaçu, e, daí, atravessava o Paraguai com destino ao Peru. Os Carijós eram sedentários, praticavam agricultura e a pesca; viviam semi-nus; sabiam preparar bebidas fermentadas, trançar cestos, redes e esteiras; viviam em tribos. No interior, no planalto, temos o grupo Jê, ao qual pertencem os Kaingangs e Xokleng. Os Kaingangs viviam no planalto, utilizavam a cultura do pinhão, a agricultura era rudimentar, complementada pela caça. Eram semi-nômades, faziam acampamento, caçavam, coletavam frutos, raízes e mel. Os Xoklengs eram nômades, ocupavam as florestas que ficavam entre o litoral e o planalto. Sua economia era baseada na caça e na coleta. Os europeus que chegavam ao litoral de Santa Catarina entravam em contato apenas com os Carijós. Em 1549, Hans Staden passou pela ilha de Santa Catarina e encontrou um espanhol vivendo com os Carijós. Esses também sempre se mostraram afáveis ao contato com os brancos. Na ilha, havia diversos aldeamentos e, no continente, fronteiriço à cabeceira da Ponte Hercílio Luz, vários vestígios ficaram como lembranças deste povoamento pré-histórico, dos quais os principais se encontram nos sítios arqueológicos denominados Sambaquis (Ponta das Almas, na Lagoa da Conceição e Ponta das Canas, em Canasvieiras, entre outros) ou rupestres (Santinho, Campeche etc.). HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 55
  • 6. COL ÉG I O CATARI NEN SE Antes da chegada dos europeus, os indígenas haviam dado o nome da ilha de Meiembipe (elevação ao longo do rio) e Jurerê-Mirim (estreito que separa o continente). Atualmente a população indígena não passa de 6.500 pessoas. Existe em Santa Catarina duas reservas: Chapecó e Ibirama. A Universidade Federal de Santa Catarina, através do museu de Antropologia e o Colégio Catarinense, através do Museu do Homem do Sambaqui, criado pelo padre Rohr (pioneiro na pesquisa arqueológica em Santa Catarina) procuram valorizar a cultura indígena. PRIMEIROS POVOADORES Vamos estudar como ocorreu o povoamento do nosso litoral: Náufragos, Desterrados e Sacerdotes. A sede de Espanha e Portugal pelas novas terras fez organizar expedições que chegaram no litoral Atlântico. No litoral catarinense não foi o espanhol nem o português, mas o francês Binot Paulnier Gronieville com o navio “L Espoir” que, no ano 1504 aporta no litoral, na Baía de Babitonga, em São Francisco do Sul. Depois de conviver com os indígenas por alguns meses, convenceu o cacique da tribo, Iça Mirim, a levar seu filho para a França, onde casou aos 31 anos com a filha de Palma Susana. Em 1515, registra-se a presença de expedições de Juan Dias Solis. Foi o primeiro a utilizar a denominação de Baía dos Perdidos, correspondente às águas entre ilha e continente. O nome do local veio do fato de que uma embarcação de sua esquadra se perdeu nessas águas onde só salvaram-se onze tripulantes. A expedição de Sebastião Caboto, italiano, a serviço da Espanha, chega ao litoral catarinense por volta de 1526 e publicou mapas referentes àquela expedição, denominando a ilha de Santa Catarina de “Porto dos Patos”. 66 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 7. COL ÉG I O CATARI NEN SE Alguns autores atribuem a Sebastião Caboto a denominação de Santa Catarina, em homenagem à sua esposa Catarina de Medrano, outros dizem que foi em homenagem à Santa Catarina de Alexandria, festejada pela igreja a 25 de novembro. Em 1541, a expedição espanhola de D. Avelar Nuñez Cabeza de Vaca, aporta no continente fronteira à ilha, nomeado pelo rei da Espanha para tomar posse nas terras da Coroa. Aqui chegando, intitula-se Governador de Santa Catarina. Apareceram outros desertores como o caso de elementos que abandonaram a embarcação “San Gabriel”, comandado por D. Rodrigo Acunã, que fazia parte de uma expedição espanhola. Os religiosos foram também os primeiros elementos a aqui chegar. Eram padres franciscanos, acompanhantes de uma expedição espanhola, em 1538, desembarcada na ilha. Eram eles o Frei Bernardo de Armenta e Alonso Lebrón. O POVOAMENTO VICENTISTA Com a presença das expedições espanholas, no século XVI, pelo litoral catarinense e sul do Brasil, e dentro da política de ampliação do território, Portugal utilizou-se do princípio jurídico do “Uti Possidetes”: “quem possui de fato, possui de direito”. Portanto, a capitania de São Vicente tem papel fundamental como centro erradiador das bandeiras de apresamento e prospector. Com esse objetivo, os bandeirantes deslocam-se para o extremo sul. Assim, provavelmente em 1658, Manuel Lourenço de Andrade transferiu-se com sua família, agregados e escravos para São Francisco do Sul. Denominou o povoado de Nossa Senhora da Graça do Rio São Francisco. Com o objetivo de fundar uma povoação, partiu Francisco Dias Velho, de São Paulo em 1612, acompanhado de familiares, índios domesticados, com interesses pastoris. HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 77
  • 8. COL ÉG I O CATARI NEN SE Retornou a São Paulo e de lá mandou seu filho, José Pires Monteiro em 1673, com mais de cem homens, para melhor fortalecer a povoação de Nossa Senhora do Desterro. Em 1679 requer a doação das terras ocupadas ao governador da Capitania “duas léguas de terra em quadro” na ilha de Santa Catarina (localizadas em frente ao estreito). Durante quase 10 anos, Dias Velho formou um povoamento na ilha, baseado em trabalhos agrícolas, na cultura da mandioca e cana-de-açúcar. Em 1685, um navio pirata inglês quase encalhou em canasvieiras, e precisava de reparos, Dias Velho vai até o local, prende os piratas e recolhe o carregamento. Dois anos depois, os piratas retornaram à ilha, atacam a população local. Dias Velho morreu e, a partir disso, a ilha ficou completamente abandonada e com o abandono da ilha e a pretensão espanhola e os interesses econômicos e militares, inspiravam os portugueses a fundação da Vila de Santo Antônio dos Anjos de Laguna, que ocorre em virtude da necessidade de apoio à Colônia de Sacramento e de estabelecer ligação entre a costa e as estâncias do interior. Domingos Brito Peixoto, possuidor de grande fortuna, atendendo ao convite que lhe fora feito por Carta Régia, para explorar o extremo sul da capitania de São Vicente, apresenta-se com escravos e a família para fundar o nosso povoamento. 88 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 9. COL ÉG I O CATARI NEN SE A CRIAÇÃO DA CAPITANIA DE SANTA CATARINA Em 1738, a Coroa portuguesa desencorporou os territórios da ilha de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul da jurisdição de São Paulo, passando para o Rio de Janeiro, ficando subordinado diretamente aos vice-Reis do Brasil. Santa Catarina constitui um posto avançado da soberania portuguesa na América do Sul. As razões que levaram a Coroa portuguesa a tomarem tal medida, tendo em vista a recente fundação da Colônia de Sacramento e a conseqüente necessidade de lhe dar cobertura estratégica militar, foi implantar um sistema defensivo no litoral, onde se incluía a ilha de Santa Catarina e a barra do Rio Grande (RS). Para isso ocorrer, a Coroa portuguesa só comprou a Capitania de Santo Amaro e Terras de Sant`Ana dos herdeiros de Pero Lopes de Souza. Foi o Brigadeiro José da Silva Paes que teve a incumbência de administrar a Capitania, devido a sua larga experiência militar como executor do plano de fortificações. Sua principal missão foi organizar a defesa. Construiu as fortalezas de São José da Ponta Grossa, Santa Cruz de Anhatomirim, Ratones e Barra do Sul. HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 99
  • 10. COL ÉG I O CATARI NEN SE Outra ação de Silva Paes foi preparar a chegada de casais de açorianos para ocupar o vazio demográfico e dar cobertura defensiva à doutrina da Uti Possedetis, defendida pela Coroa portuguesa nas relações diplomáticas com a Espanha nas questões de fronteiras em terras do Sul. POVOAMENTO AÇORIANO As fundações das povoações vicentistas no litoral catarinense não fortaleceu o surto demográfico em toda a sua extensão. Por decisão do Conselho Ultramarino, Portugal, em 1746, resolveu promover a imigração de açorianos para a ilha de Santa Catarina, no litoral fronteiro e Rio Grande. O maior contingente populacional veio do Arquipélago dos Açores e Madeira. As causas da emigração açoriana estão ligadas a vários fatores: - abalos sísmicos; - precário desenvolvimento econômico da região; - explosão demográfica; - falta de alimento; 1100 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 11. COL ÉG I O CATARI NEN SE - presença de grandes latifundiários, que negavam terra ao trabalhador e os explorava violentamente. Portanto, Portugal resolveu a densidade demográfica dos Arquipélagos e garantiu a infra-estrutura aos projetos de expansão no sul do Brasil. Foram feitas promessas de ajuda aos açorianos para sua instalação, entre elas: ferramentas, armas, dinheiro, farinha, isenção do serviço militar, uma porção de terras (Sesmarias). A maioria das promessas não foi cumprida, pois a terra era infértil; tinham que adaptar-se ao plantio de mandioca e à atividade pesqueira (Armação de baleias). Assim, os açorianos foram envolvidos na construção de fortes. A condição para vir era que os homens não poderiam ter mais de 40 anos e mulheres mais de 30 anos em boas condições físicas. Os açorianos sofreram um naufrágio próximo a Barra do Sul, com 250 açorianos, somente 77 sobreviveram. Hoje, o local é conhecido como Ponta dos Naufragados. As principais fundações açorianas são: - Nossa Senhora da Conceição, 1750; - Enseada de Brito, 1750; - São Miguel, 1750; - São João Batista do Rio Vermelho, 1834; - Nossa Senhora da Lapa do Ribeirão, 1809; - São Francisco de Canasvieiras, 1835; - Santo Antônio de Lisboa, 1755; - São José, 1751. O LEGADO AÇORIANO Destacam-se: HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 1111
  • 12. COL ÉG I O CATARI NEN SE - técnicas de pesca; - carro-de-bois; - olaria; - renda de bilro; - o pão por Deus; - festas do Divino Espírito Santo; - farra do boi; - substrato lingüístico. Através dos pesquisadores catarinenses, Franklin Cascaes, defensor da cultura ilhoa, temos relatos sobre as Bruxas e seus encantamentos e sobre Lobisomem. 1122 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 13. COL ÉG I O CATARI NEN SE ECONOMIA CATARINENSE NO PERÍODO COLONIAL Santa Catarina manteve-se frágil, economicamente: a mão-de-obra que poderia ser útil na agricultura, foi desviada para as campanhas militares. A sua produção: farinha de mandioca, madeira, azeite de baleia, não gerou fortunas no território catarinense. Devemos destacar, porém que, em 1767, Santa Catarina era um dos maiores produtores de farinha do Brasil, exportando metade da produção. Outra atividade econômica foi a pesca da baleia, cujo óleo era destinado à iluminação. Essa atividade entrou em decadência quando o óleo usado para iluminação foi substituído pelo querosene e depois pelo petróleo. HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 1133
  • 14. COL ÉG I O CATARI NEN SE OCUPAÇÃO DO PLANALTO CATARINENSE O povoamento do Estado continua. Os tropeiros que viviam em Laguna, começaram a se interessar pelo gado que era criado solto e sem dono nos campos do Rio Grande do Sul. Os tropeiros saíram de Laguna e vieram, pelo litoral, em busca de animais. Eles chegaram até a chamada Vacaria dos Pinhais e Vacaria do Mar. Vacaria dos Pinhais era o nome dado às terras do planalto catarinense e sul rio-grandense. Vacaria do Mar era o nome dado às terras do litoral do Rio Grande do Sul. O gado aprisionado era levado até Laguna pelo Caminho do Mar. Os tropeiros faziam o comércio do gado, levando o gado de Laguna com barco até as terras do atual Estado de São Paulo. No ano de 1730, Francisco de Souza Faria descobriu um caminho que passava pelos Campos de Lages. De Lages seguia para as terras do atual Estado do Paraná. O Novo Caminho chamou-se Caminho do Sul. Os animais eram levados até a cidade paulista de Sorocaba, onde se realizava a feira de gado. Os principais compradores do gado eram os comerciantes de Minas Gerais. Em 1732, um novo caminho foi encontrado, Cristóvão Pereira de Abreu descobriu o Atalho das Tijucas. Com o comércio de gado foram surgindo locais de pouso e descanso do gado, especialmente nos Campos de Lages. Foi então que o Governador da capitania de São Paulo, determinou a fundação de uma vila junto à estrada das tropas. Para cumprir tal determinação, seguiu para o lugar chamado Lages, Antônio Correia Pinto, que fundou, em 1771, a Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Lages. Lages tornou-se um importante centro irradiador do planalto. Ao redor das fazendas surgiram povoações que mais tarde, tornaram-se importantes cidades: São Joaquim, Curitibanos, Lages, Campos Novos. 1144 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 15. COL ÉG I O CATARI NEN SE P A R A N Á S Ã O P A U L O G U A R A P U A V A P A L M A S J A G U A R IA IV A T IB A G I IM B IT U B A U N IÃ O D A V IT Ó R IA C A S T R O P. G R O S S A P A L M E IR A S ITA P E T IN IN G A S O R O C A B A ITA R A R É R IO N E G R O L A P A S A N TA C A TA R IN A R IO G R A N D E D O S U L P. U N IÃ O C U R IT IB A N O S V A C A R IA V IA M Ã O L A G E S C U R IT IB A M O R R E T E S A INVASÃO ESPANHOLA DE 1777 Desde o início do povoamento, o litoral sul do Brasil foi alvo de disputas entre Portugal e Espanha. Em 1715, os dois países assinaram o Tratado de Ultrecht, onde ficava definido que a Colônia de Sacramento ficava para Portugal através da Uti Possedetis (quem possui de fato, possui de direito). Com o Tratado assinado, ocorreu a reação dos comerciantes espanhóis da região do Rio da Prata. Esse conflito levou à assinatura do tratado de Madri, em 1750, onde a Colônia de Sacramento ficava para Espanha e Sete Povos das Missões (RS) ficava para Portugal. Os Jesuítas espanhóis de Sete Povos das Missões reagiram, ocorrendo, então, a Guerra Guaranítica. HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 1155
  • 16. COL ÉG I O CATARI NEN SE Diante disso, ocorreu a anulação do Tratado de Madri, através do Tratado de Pardo, em 1761. Além disso, os reflexos das divergências políticas entre Portugal e Espanha, refletiu-se na América, onde parte de Santa Catarina foi invadida pelos espanhóis. Em fevereiro de 1777 a esquadra espanhola chegou a Canasvieiras na ilha de Santa Catarina e o exército português não resistiu. A população fugiu para o Continente, onde confirma que o sistema de fortificações não oferecia condições para uma resistência efetiva. Em 1777 foi assinado o Tratado de Santo Ildefonso, onde coloca fim o domínio espanhol em Santa Catarina e nas disputas militares no sul. Mas Portugal se achou lesado. Já que o Tratado de Santo Ildefonso definia que Colônia de Sacramento e Sete Povos das Missões seriam devolvidos para Espanha e a ilha de Santa Catarina para Portugal. Portanto, em 1801 assinaram o Tratado de Badajós que confirmava o Tratado de Madri de 1750. A INDEPENDÊNCIA E O IMPÉRIO A região retomou seu crescimento depois que os espanhóis se retiraram. Os portugueses não tinham muito interesse em desenvolver o Brasil. Era apenas mais uma colônia a ser explorada. Tudo andava devagar aqui. Mesmo assim, Desterro foi crescendo. Novas ruas foram abertas. Apareceram as primeiras lojas e armazéns. O Hospital de Caridade foi fundado no mesmo local onde está até hoje. No interior da Ilha e do Continente, começaram a funcionar os primeiros engenhos de açúcar. O movimento do porto aumentou. Os ilhéus receberam com alegria a notícia da Independência. O último governador nomeado pelos portugueses, Tomás Joaquim Valente, entregou o governo a uma junta de cidadãos locais e partiu. Santa Catarina foi organizada como Província do Império. No dia 20 de março de 1823, sua capital, Nossa Senhora do Desterro, foi elevada à categoria de cidade por Dom Pedro I. 1166 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 17. COL ÉG I O CATARI NEN SE Um comandante francês que aportou na Ilha em outubro de 1822, um mês após a Independência, registrou em livro a vibração do povo. Ele conta que os partidários da Independência estavam cheios de esperança e de entusiasmo barulhento. “No excesso de sua alegria, eles haviam coberto de luzes as vilas de Nossa Senhora do Desterro, de Laguna e São Francisco, cujas ruas percorriam entoando canções em honra de Dom Pedro”. Assim escreveu o comandante Duperrey, famoso navegador francês que explorou a Oceania, e parou aqui para consertar seu navio. O primeiro presidente da Província de Santa Catarina - assim se chamavam os governadores durante o Império - foi o desembargador João Antônio Rodrigues de Carvalho. E a vida continuou tranqüila na capital. Até a República, poucos acontecimentos notáveis quebraram a rotina dos moradores. Um desses acontecimentos foi a visita do imperador Dom Pedro II e sua mulher, Dona Tereza Cristina, em outubro de 1815. O casal foi recebido com muitas festas pelos pouco mais de cinco mil habitantes da cidade. Naquele tempo, Desterro tinha apenas 29 quarteirões, iluminados por 64 lampiões de azeite de peixe, e não chegava a contar com mil prédios, incluindo, os públicos. A COLONIZAÇÃO EUROPÉIA A colonização catarinense divide-se em três momentos: NO PRIMEIRO REINADO: Cujo objetivo era mais de defesa da terra do que povoamento, foi muito pequena a aplicação de recursos nesta época destaca-se a fundação de Nova Ericéia – (Ericéia região de Portugal) uma colônia de pescadores, hoje é a atual região de Porto Belo. Em 1820 – a vila de Lages que estava inicialmente ligada à Capitania de São Paulo foi incorporada à Capitania de Santa Catarina. HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 1177
  • 18. COL ÉG I O CATARI NEN SE Para resolver o problema do vazio demográfico entre o litoral e o planalto, a partir de 1829, os europeus que chegaram foram sendo colocados às margens da antiga estrada do Desterro a Lages. Desta forma surge a Colônia de São Pedro de Alcântara: atendendo a política de integração entre o planalto e o litoral. Em 1829 chegou o primeiro grupo de alemães, vindos da região de Bremen, e foram instalados ali. Vários problemas surgiram na região; entre eles: discórdia entre os colonos com respeito à localização, solo impróprio para a expansão agrícola com relevo muito acidentado e inadequado para plantar produtos europeus, fizeram os colonos desertarem para outro local. NO SEGUNDO REINADO: Neste período surge um novo ciclo de colonização no Brasil – é o que chamamos de A Grande Colonização . É quando surge a maioria das colônias em Santa Catarina. Surge uma legislação brasileira que incentivou a imigração. Por exemplo o decreto de 1846 que concedia a naturalização aos estrangeiros e o de 1848 que destinava as terras devolutas exclusivamente à colonização, ocorre também a escassez de mão-de-obra escrava com o fim do tráfico negreiro. Além desses, a Europa também passava por algumas transformações; a revolução industrial liberou grande quantidade de mão-de-obra. A Itália e a Alemanha viviam um período de lutas pela unificação, causando intranqüilidade para o trabalho agrícola, estimulando a saída dos europeus. A América passou a representar a esperança em um novo mundo, visto como terra de futuro, riqueza e liberdade. Os alemães e italianos vieram em maior número. 1188 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 19. COL ÉG I O CATARI NEN SE A COLONIZAÇÃO ALEMÃ: A Criação da Colônia de Blumenau: Com o objetivo de formar uma companhia colonizadora, Hermann Blumenau associou-se ao comerciante Fernando Hackradt e decidiram que a sede do estabelecimento seria a região banhada pelo Itajaí-Açu. No final de 1850, na Europa, foi feito o recrutamento de alguns colonos, com o objetivo de embarcarem para o Brasil, com destino à Colônia de Blumenau. Os dezessete colonos que se estabeleceram na colônia, tinham como profissões: agrimensor, carpinteiro, marceneiro, charuteiro, funileiro, ferreiro e dois lavradores. É bom ressaltar que o Dr. Blumenau teve uma preocupação na seleção dos imigrantes, no tocante às qualidades pessoais e na diversificação profissional. A predominância de artesãos sobre lavradores explica a tradição industrial da região. O naturalista Fritz Müller chega na colônia quando nela estavam processando os trabalhos de medição e demarcação dos lotes. Em 1858 a Colônia passou a distrito, o que significou a sua incorporação à estrutura administrativo-judiciária da província, este fato trouxe um gradativo desenvolvimento à colônia. Por volta de 1859, já se tinha grande número de engenhos de açúcar, de farinha, assim como alambiques, moinhos de milho, serrarias, fábricas de vinagre, de cerveja e olaria. Em 1860, a Colônia de Blumenau deixa de ser particular e passa a pertencer ao Governo Imperial, sendo ainda o Dr. Blumenau diretor da colônia. É bom ressaltar que agora a colônia passa a ter recursos do Governo Federal. A partir de 1875, outro fator favoreceu o desenvolvimento da colônia, que foi a chegada de elementos italianos provenientes do norte da Itália, na região do Trentino. HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 1199
  • 20. COL ÉG I O CATARI NEN SE A colônia teve um desenvolvimento ainda maior, quando em 1877 foi criada a “Companhia de Navegação Fluvial Itajaí-Blumenau", facilitando o comércio exportador. Desde 1863, a Colônia exportava açúcar, aguardente, charutos, madeiras, couro, manteiga e araruta. Em 1880, o Governo da província de Santa Catarina criou o município de Blumenau, tendo em 1882 a primeira eleição da sua Câmara Municipal, cujo presidente foi José Henrique Flores Filho, tendo como religião a luterana. A Formação da Colônia Dona Francisca: A filha de D. Pedro I, Dona Francisca, ao casar-se com o príncipe de Joinville, filho do rei da França, recebe como dote de casamento, as terras onde se desenvolveu esta colônia, em 1843. Refugiado na Inglaterra, por problemas políticos na França, o casal se vê obrigado ao aproveitamento econômico destas terras. A demarcação da colônia foi feita pelo engenheiro Jerônimo Coelho, nas proximidades do município de São Francisco entre 1845 a 46. Para alcançar seu objetivo de colonização, foram feitos contratos com a “Sociedade Colonizadora de Hamburgo”, cujo primeiro contrato foi assinado em 1850. O organizador desta sociedade foi o senador Christiano Mathias Schröeder, que se compromete a explorar a região com a introdução de um certo número de imigrantes. Os primeiros imigrantes chegaram em 1851 na colônia, provenientes da região de Hamburgo, através do navio “Colon”, sendo na sua maioria lavradores suíços. Chegaram também noruegueses das mais variadas profissões: marceneiro, padeiro, ferreiro e lavradores. Em 1885, o crescimento populacional da Colônia fez com que se inaugurasse uma nova frente de colonização, acompanhando a abertura de uma estrada em direção ao planalto norte-catarinense. Esta estrada denominou-se “Estrada da Serra" e, posteriormente, “Estrada Dona Francisca”, sendo fator 2200 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 21. COL ÉG I O CATARI NEN SE decisivo no processo de desenvolvimento da colônia, transformando-a em entreposto do comércio de exportação da erva-mate, o qual gerou capital para a futura industrialização. Em 1866, Joinville se torna município, se separando de São Francisco. Contribuição Cultural dos Alemães: - Produção de carne defumada; - Cultivo da terra em família; - Produziam lingüiça, queijo de tipos variados; - Tipo de construção com tijolo à vista de telhado em ângulo agudo, com sótão e inseparáveis jardins (Casas em enxaimel); - O desenvolvimento do setor industrial com fábricas de laticínios, de curtume e as cervejarias. A COLONIZAÇÃO ITALIANA: A Itália forneceu o maior número de imigrantes. Isto ocorreu porque a Itália vivia momentos difíceis, como a concentração de terras nas mãos de poucos e também a instabilidade política ocasionada pela luta de unificação dos estados italianos. Vieram com a esperança de conseguir melhorar suas vidas. Diferentemente dos alemães, os colonos italianos se dispersaram, pois não havia uma estrutura administrativa para receber este grande número de imigrantes, isto causou um descontentamento no que se referia às condições de recepção e instalação dos mesmos. Fundaram as colônias de: Nova Trento, Rodeio, Azambuja, Urussanga, Araranguá, Ascurra, Apiuna, Treze de Maio, Criciúma, Pedras Grandes. HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 2211
  • 22. COL ÉG I O CATARI NEN SE Contribuição Cultural dos Italianos: - Na Agricultura – o cultivo do milho, da uva, do arroz, da amora, do fumo e a criação do bicho da seda; - Na Alimentação – o hábito de comer o pão, a polenta, o macarrão e beber vinho; - Na Arquitetura – casas de madeira sem varanda, altas, com largos porões onde eram guardadas as carretas; Estes porões serviam também de adega para a conservação do vinho. OUTROS GRUPOS COLONIZADORES: Outros grupos de imigrantes também contribuíram para formar nosso mosaico étnico cultural: Poloneses: Além das razões comuns com outras nações européias acima mencionadas, a Polônia também sofreu processo de partilha em seu território, o que acarretou sérios problemas sociais e políticos, gerando motivos para emigração. Seu território foi dividido entre a Áustria, Rússia, Prússia, Alemanha, etc. Entre os Estados do Brasil Meridional, Santa Catarina foi quem recebeu o maior contingente de imigrantes poloneses, apesar de alemães e italianos serem os que vieram em maior número. Geralmente as colônias polonesas localizavam-se à periferia das de origem alemã e italiana, como Blumenau e Nova Trento. Segundo Maria Terezinha Sobierajski Barreto, é no norte do Estado, na Região Sul e na Bacia do Tijucas, onde se encontra o maior número de poloneses. Nas áreas ou nas colônias onde se instalaram os poloneses ou deles descendentes, deixaram sua presença marcada quer pela atividade agrícola desenvolvida (cultivo do trigo, cevada, centeio, aveia), quer por suas tradições religiosas. Por volta de 1871 instalou-se o primeiro grupo de poloneses, localizados em Brusque transferindo-se depois para o Paraná. 2222 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 23. COL ÉG I O CATARI NEN SE A partir de 1882 através do Contrato Caetano Pinto (Decreto autorizando o Governo Imperial a contratar a introdução de 100.000 imigrantes europeus num prazo de 10 anos com Joaquim Caetano Ponto Júnior) ocorre a fixação de poloneses em várias áreas. Desta forma foram se instalando em Pinheirinho (atual Jacinto Machado), Vale do Urussanga, do Tubarão, do Mãe Luzia, do Araranguá, do Itajaí e do Itapocu. Pelo Paraná o fluxo polonês atingiu o território do ex-Contestado: Mafra, Porto União, Monte Castelo, Canoinhas, Papanduva, a colônia Lucena (Itaiópolis) todos pertencentes à Questão de Limites entre os Estados do Paraná e Santa Catarina e decidida em 1916. Como refluxo das colônias polonesas paranaenses a partir de 1911 os poloneses e seus descendentes começam a se instalar no vale do Rio do Peixe (Caçador, Rio das Antas), Vale do Uruguai e afluentes catarinenses do extremo Oeste (Mondaí, Descanso) Rio do Oeste e outros. Ucranianos Os ucranianos também marcaram a presença de seus traços culturais na região do Norte do Estado ao lado dos poloneses e os municípios de Canoinhas e Papanduva têm na sua população fortes componentes. Tradições a registrar na culinária: com alguns pratos típicos como o Pirogue, Halusky, Borcht e na religião com missa executada no Rito Oriental Católico, cantada e rezada em idioma ucraniano. Nas festas de culto religioso, as danças típicas ucranianas também são presenças constantes. Árabes São Francisco do Sul, Florianópolis, Porto Belo, Itajaí, Laguna, Blumenau, Jaraguá do Sul, Mafra, Porto União, Caçador, Tubarão, Criciúma, Canoinhas e outras foram localidades onde é notável a presença do imigrante árabe. A alimentação tradicional e o uso da língua-pátria são características essenciais desse imigrante. HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 2233
  • 24. COL ÉG I O CATARI NEN SE Tiroleses Como uma iniciativa isolada entre outras, também podemos destacar a presença do imigrante tirolês na colônia Treze Tílias (breizentinden), no vale do Rio do Peixe, fundado pelo Ministro da Agricultura da Áustria - Andréas Thaller. Iniciada em 1933 a colônia trouxe um grande número de imigrantes e mantém hoje um município catarinense com tradições relativas à sua pátria, com destaque para a produção de laticínios, o folclore, a música, etc. Além destes, outros grupos étnicos como belgas, ingleses, franceses, irlandeses, suíços e ultimamente japoneses (que estão implantando áreas de fruticultura e hortigranjeiros no Estado) também participaram ou participam da formação de outras colônias ou simplesmente como iniciativas particulares, mas, em menor escala, e cuja atuação não chegou a representar um real destaque, seja porque aqui não se fixaram seja porque não exerceram influência no panorama político, social ou econômico do Estado de Santa Catarina. Gregos Chegaram por volta de 1889 e instalaram-se principalmente na Ilha, onde desenvolveram atividades comerciais. COLÔNIA MILITAR: Santa Catarina teve duas colônias militares: ® Em Santa Tereza - 1853: Instalada na estrada que ligava São José a Lages com objetivo de evitar o ataque dos índios aos tropeiros. ® Em Chapecó - 1880: Instalada em virtude das disputas militares entre Brasil e Argentina na disputa pela região do Oeste catarinense. O desenvolvimento desta colônia forneceu as bases para formar o município de Chapecó. 2244 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 25. COL ÉG I O CATARI NEN SE A COLONIZAÇÃO DO OESTE CATARINENSE: Os Campos de Palmas: Os campos de Palmas, no oeste catarinense, é povoado em decorrência das “frentes pastoris”, ou seja, o avanço de tropas provenientes do norte catarinense, do leste (Lages, Curitibanos e Campos Novos) e do sul (dos pampas gaúchos). Era uma região pouco povoada e com muitas fazendas, uma colonização mais efetiva só vai ocorrer após a questão do contestado. “A agricultura do milho, associada à criação de porcos abriu perspectivas para este se firmar como área fornecedora de alimentos. Diversos frigoríficos que hoje tem prestígio nacional tiveram suas origens nesta região” (COELHO, Silvio) A REVOLUÇÃO FARROUPILHA E A REPÚBLICA JULIANA A mais longa guerra civil brasileira foi a Revolução Farroupilha, durou 10 anos (1835-1845), ocorreu no Rio Grande do Sul e estendeu-se até Santa Catarina. O movimento foi organizado por estancieiros, criadores de gado gaúcho, que queriam se libertar da opressão política e econômica que os gaúchos não toleravam. AS CAUSAS: Causa Econômica: Pesados impostos estavam onerando os produtos gaúchos, que eram vendidos para outras províncias (charque e o couro) isto dificultava a concorrência com o charque que vinha do Uruguai e do HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 2255
  • 26. COL ÉG I O CATARI NEN SE Argentina, que eram beneficiados com baixas taxas alfandegárias. Desta forma, o charque gaúcho chegava ao centro e ao nordeste brasileiro mais caro do que o charque uruguaio e argentino. Causa Política: Era a luta entre dois grupos: ® As Farroupilhas: que defendiam maior autonomia para as províncias, chegando a defender a proclamação de uma república federativa, contra a política reacionária dos governos provinciais. ® Os Chimangos: apoiavam a situação vigente. Eram representantes da aristocracia rural e apoiavam a Monarquia. - Em 1836 – Bento Gonçalves – chefe farroupilha ocupou Porto Alegre e proclamou a República Rio Grandense com sede na vila de Piratini . Os catarinenses tinham simpatias pelas idéias liberais. As investidas à Laguna levaram também em consideração o seu valor como centro abastecedor das tropas e por ser um porto de mar à disposição no momento em que estavam sem saída para o mar no Rio Grande do Sul. - Em 1839 – Conquistaram Laguna, onde proclamaram a República Juliana. Davi Canobarro por terra e Guiseppe Garibaldi por mar tomaram Laguna em 22 de julho de 1839 e deram-lhe o nome de “cidade Juliano de Laguna ”, instalaram o governo provisório da “República Catarinense ” sob a presidência de Davi Canobarro. Em novembro de 1839 – tropas legais (legalistas = governo) invadem Laguna por terra e por mar e derrotou os farroupilhas, a quem só restou a alternativa de fugir para o planalto (Lages) sob o comando de Garibaldi, de lá seguem para o Rio Grande do Sul. - Em 1840 – desapareceu a República Juliana em Santa Catarina. - Em 1842 – Luiz Alves de Lima e Silva (Barão de Caxias), começa a negociar com os rebeldes, mas somente em 1845 entraram em acordo. Várias concessões foram feitas aos revoltosos : 2266 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 27. COL ÉG I O CATARI NEN SE - Anistia aos revoltosos; - Os soldados revoltosos seriam incorporados ao exército imperial; - Foram devolvidas as terras confiscadas. Estas concessões consolidaram o domínio dos estancieiros no sul do país. LAGES E O MOVIMENTO REPUBLICANO: Lages também mostrou-se favorável a causa farroupilha, por isso também viveu momentos de tensão, chegando a declarar adesão à República Riograndense. Sofre a represália das tropas legalistas, representantes do governo, que proíbe qualquer atividade comercial com Lages. A região só volta a normalidade depois que as forças Farroupilhas deixam a região vencida pelas tropas legalistas. ANITA GARIBALDI: “A boa filha à casa retorna”. A faixa sustentada por colegiais de Laguna, no Sul de Santa Catarina, manifestava a emoção e o orgulho que ontem tomaram conta dos cerca de 50 mil habitantes da histórica cidade catarinense. Ao meio-dia de terça-feira, 11 de maio de 1999, foi emitida a certidão de nascimento tardia de Ana Maria de Jesus Ribeiro, a heroína Anita Garibaldi. Com isso, os lagunenses dão importante passo para a realização do sonho de transladar de Roma os restos mortais de Anita Garibaldi. Em 21 de junho, conforme confirmado pelo Itamaraty, o ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia, estará em Laguna para buscar cópia da certidão. O documento servirá às autoridades HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 2277
  • 28. COL ÉG I O CATARI NEN SE italianas para o repatriamento dos restos mortais que hoje repousam num monumento no alto da Colina Gianicolo. Os lagunenses querem trazer os restos da maior personalidade, nascida em 30 de agosto de 1821. O documento de no 17514, às folhas 185 do livro no 67-A, apresenta Anita como filha de Bento Ribeiro da Silva, natural de São José dos Pinhais (PR), e de Maria Antonia de Jesus Antunes, nascida em Lages. Ontem foi um dia de festas em Laguna. O prefeito decretou feriado facultativo e o comércio liberou os funcionários para acompanhar a passeata que seguiu do Fórum, onde foi feita a entrega do termo de averbação da sentença judicial ao presidente da Fundação Anita Garibaldi, advogado Adílcio Cadorin. O ato solene contou com a presença de autoridades, como o desembargador Francisco de Oliveira Filho, e representantes do governo do Estado e de entidades que se engajaram na Fundação Anita Garibaldi e Comissão pelo Repatriamento dos Restos Mortais de Anita Garibaldi. O juiz Maurício Fabiani Mortari fez a entrega da ordem judicial que deu origem ao registro. O presidente da Fundação Anita Garibaldi, Adílcio Cadorin, destacou o ato inédito no país. “Não existe nenhum registro, do ponto de vista jurídico, que diga se foi requerida uma certidão de pessoa nascida há 178 anos”. Do Fórum, uma passeata seguiu para a Casa de Anita - tombada em 1978 -, onde foi montado em forma simbólica um cartório. Montados a cavalo, peões e prendas acompanharam a manifestação. Para o professor, historiador e biógrafo de Anita Garibaldi, Wolfgang Ludwig Rau - considerado o maior conhecedor da vida de Anita -, “depois de oito enterros em dois continentes, aqui em Laguna ela terá a merecida paz”. A ESCRAVIDÃO EM SANTA CATARINA A escravidão negra se insere no contexto brasileiro a partir do Alvará Régio de 29 de março de 1549, que autorizava os “senhores de engenho” a importarem até 120 escravos da Guiné e da Ilha de São Tomé, para cada engenho em funcionamento. Liga-se dessa forma, inquestionavelmente, a economia da cana de açúcar ao fenômeno da escravidão africana. 2288 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 29. COL ÉG I O CATARI NEN SE A existência de escravos em Santa Catarina começou a partir de 1536 e, de ano para ano, este número vai crescendo, pela introdução indireta de escravos, vindos do mercado interno, ou, diretamente da África. Assim, tem-se o crescimento da população escrava da Província: ANO ESCRAVO S ESCRAVA S TOTAL DE ESCRAVOS POP. TOTAL % DOBRE POP. TOT 1810 4.633 2.560 7.913 31.511 22,83 1831 - - 11.894 49.949 23,99 1856 10.212 7.975 18.187 111.109 16,37 1872 8.069 6.915 14.984 159.802 9,38 Os escravos chegavam em Santa Catarina geralmente através dos mercados de São Luís, Recife e Olinda, do litoral fluminense e da Bahia. O período mais intenso de desembarque de negros pelo porto de Desterro é entre o final do século XVIII e as primeiras décadas do século XIX. Mesmo nas curtas viagens pelo litoral brasileiro até o Sul do país, muitos escravos morriam durante esse trajeto. Como a atividade agrícola extensiva e monocultora não era muito intensa em Santa Catarina, os escravos eram reexportados para as províncias monocultoras, como a de São Paulo. As relações entre senhores e escravos em Santa Catarina se processaram como no resto do Brasil. Os castigos resultaram em fugas e a conseqüente organização de quilombos. Tem-se notícia de um quilombo na Lagoa da Conceição, na Ilha e outro na Enseada do Brito. O número de cativos na província, assim como a população de Santa Catarina, é pouco expressivo no conjunto nacional. Embora viesse crescendo desde 1840 (12.511 escravos), em 1844 (14.382 escravos) e, em 1853 (15.023 escravos), 17 anos depois a população escrava na província não chegava a 1% do total de escravos do Brasil (18.187 escravos). Nesta época, passada mais de uma década da Lei Aberdeen e intensificada pelos fazendeiros de café e senhores de engenho do Sudeste, a quantidade de escravos diminuiu ainda mais. Somente na década de 60, saem legalmente de Santa Catarina, 1071 escravos. Em 1867, há 14.722 escravos na província; em 1881, este número diminui para 10. 821. Na capital não chegava a mil HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 2299
  • 30. COL ÉG I O CATARI NEN SE escravos. Essa sensível diminuição decorre do aumento das fugas que têm o apoio junto à opinião pública, sensibilizada pela propaganda abolicionista que das ruas do Desterro se espalha para toda a Província. A mobilização da sociedade do Desterro pelo fim da escravidão cresce com a formação da Associação Abolicionista no Clube 12 de Agosto, destacando-se a atuação de Germano Wendhausen e do secretário do presidente da Província de Santa Catarina, João Lopes Ferreira Filho. No mesmo ano surge “O Abolicionista” e entidades culturais como as carnavalescas “Diabo a Quatro” e “Tenentes do Diabo”, que realizaram espetáculos em benefício do Fundo de Emancipação. Em 24 de março de 1888, cinqüenta dias antes da assinatura da Lei Áurea, o presidente da Câmara Municipal do desterro oficia ao presidente da Província, comunicado que não há mais nenhum escravo dentro dos limites do município. Ainda que haja indícios da existência de escravos em fazendas mais afastadas da área urbana do Desterro. A PARTICIPAÇÃO DE SANTA CATARINA NA GUERRA DO PARAGUAI No período colonial, a Capitania de Santa Catarina foi, permanentemente, um quartel, onde se faziam presentes as tropas que defendiam a hegemonia portuguesa na parte sul da América. A instabilidade política nas repúblicas platinas fazia com que nossas fronteiras não fossem respeitadas, e por isso a preocupação do governo continuava, mesmo depois da independência, em proteger a parte sul. A Revolução Farroupilha, por sua vez, também fez com que a Província de Santa Catarina, notadamente a sua capital, continuasse sendo um verdadeiro aquartelamento. 3300 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 31. COL ÉG I O CATARI NEN SE No momento em que foi declarada a Guerra contra o Paraguai, Desterro já estava totalmente aquartelado, com vários batalhões e, inclusive o famoso Batalhão de voluntários da Pátria. Chegou-se a formar duas Companhias compostas por imigrantes alemães. Cerca de 1500 catarinenses participaram do conflito, em cuja homenagem ergueu-se, mais tarde, uma coluna, no centro da Praça 15 de Novembro. Destacamos os catarinenses: Marechal Guilherme Xavier de Souza, os Brigadeiros João de Souza Fagundes e Jacinto Machado de Bittencourt, o Coronel Fernando Machado de Souza e do Tenente Álvaro de Carvalho. Conseqüências da Guerra do Paraguai para Santa Catarina Uma das evidentes conseqüentes foi no campo da comunicação. Em 1887, já são feitas as primeiras comunicações telegráficas entre Desterro e o Rio Grande do Sul. Em 1872, tem início o lançamento de um cabo submarino entre a Ilha de Santa Catarina e o litoral do Rio Grande do Sul pela “Brazilian Telegraph Limited”, cuja estação de despachos foi inaugurada na Capital, dois anos depois. A Guerra do Paraguai, mostrara, ainda, a necessidade do Brasil produzir combustíveis, como o carvão de pedra, para o desenvolvimento da navegação a vapor e o ativamento das estradas-de-ferro, que se construísse no país. Com capital inglês organizou-se a “The Tubarão Brazilian Coal Mining Co. Ltd.”, para a exploração do carvão, cuja autorização imperial data de 1883. Paralelamente, o Governo Provincial de santa Catarina autorizou a construção da ferrovia na região carbonífera. Em 1881 foi concluído o primeiro trecho, correspondente ao trajeto Imbituba-Laguna. HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 3311
  • 32. COL ÉG I O CATARI NEN SE Quanto à cidade do desterro, se de um lado, teve-se uma intensa movimentação de tropas fazendo do seu porto um ponto de apoio no tráfego marítimo do sul do país, com a recepção e encaminhamento de soldados e até de prisioneiros de guerra, por outro lado, o término da guerra trouxe conseqüências de ordem tecnológica. Desterro vê diminuir a importância do porto a partir do desenvolvimento da navegação a vapor, cujas embarcações de grande porte não tinham condições de ali ancorar. EDUCAÇÃO EM SANTA CATARINA ATÉ O INÍCIO DO SÉCULO XIX Houve um esforço comunitário desenvolvido pelo clero secular que, nos séculos XVIII e início do XIX, atendeu a população, oferecendo-lhe aulas nas sacristias, como fez o Padre Lourenço Rodrigues de Andrade. Durante o governo de Feliciano Nunes Pires (1833), a Província de Santa Catarina contava com 419 meninos e meninas matriculados nas escolas públicas. Em 1850, as unidades escolares alcançaram o número de 79, das quais 46 eram públicas. Em 1856 foi nomeado o primeiro Diretor Geral da Instrução Provincial, o Dr. Sérgio Lopes Falcão. A partir de 1874, o ensino ficou a cargo do Ateneu Provincial. Entretanto, a freqüência era baixa, isto é, o número de alunos não correspondia ao crescimento populacional e às necessidades da sociedade catarinense. Os Jornais em Santa Catarina no Passado: A imprensa catarinense surgiu da ação de Jerônimo Francisco Coelho, com o Jornal “O Catarinense”, editado na cidade do Desterro, a partir de 1831. Outros jornais como “O Expositor”, “O Bem-fazejo” e “O conciliador Catarinense” servem como prova da intelectualidade catarinense. 3322 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 33. COL ÉG I O CATARI NEN SE Na década de 50 em diante, outros jornais irão surgir como “O Novo Íris”, “Correio Catarinense” e a “revelação”, em 1852. Ainda mais: “O Conservador”, “O Mensageiro” e “O Argos”, em 1855. O açoriano Francisco Manoel Raposo d’Almeida o responsável pela fundação de outros jornais em Santa Catarina: “O Cruzeiro do Sul” em 1858, “A Estrela” em 1861 e “O Mercantil” em 1862. Em Joinville, na área de colonização alemã, surgiu um jornal graças ao intelectual Dr. Ottokar Doerffel, tratava-se do “Kolonie-Zeitung”, em 1864. A PARTICIPAÇÃO DE SANTA CATARINA NO MOVIMENTO REPUBLICANO A propaganda republicana e os movimentos em Santa Catarina se deram somente através de Clubes e Jornais. É bom lembrar, que Santa Catarina ficou fora dos dois grandes temas da época, abolição da escravatura e idéias republicanas, manifestando-se apenas em âmbito regional. Fundaram-se o Clube de Camboriú, sob a presidência de Manoel Antônio Pereira em 1887, o Clube Republicano Federalista de Joinville, o Clube Republicano Esteves Júnior, no Desterro, sob a presidência de Raulino Júlio Adolfo Oto Horn, e tendo como vice-presidente Gustavo Richard. O catarinense estes Jr. participou do primeiro Congresso Republicano do Rio de Janeiro, cujo prestígio entre os republicanos de sua terra, tornou-se tão grande, a ponto de ter sido dado o seu nome ao Clube Republicano fundado no Desterro. Entre outros catarinenses participantes dos clubes republicanos destacamos: Emílio Blum, Carlos Guilherme Schmidt, José Joaquim da Veiga, Lídio Martins Barbosa e Luís Nunes Pires. Os jornais que divulgaram as idéias republicanas foram: a “Voz do Povo” que, inclusive, se considerava órgão do Partido Republicano, sob a responsabilidade de José Araújo Coutinho, em 1885. HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 3333
  • 34. COL ÉG I O CATARI NEN SE Em 1886, surgiu “O Independente” em Tijucas, cuja redação coube inicialmente a João Barthem Jr. e depois ao Padre Manoel Miranda Cruz: “A Folha Livre” foi o jornal republicano de Joinville, fundado por Manoel Corrêa de Freitas. Reflexos da proclamação da República em Santa Catarina: Após o recebimento da notícia da proclamação, os associados do Clube Republicano do Desterro e os oficiais da Guarnição militar aclamam um triunvirato destinado a assumir o Governo Catarinense. Esta Junta Governativa foi composta por Raulino Horn, pelo Coronel João Batista Barros e pelo Dr. Alexandre Marcelino Bayma. A substituição do presidente da província, Dr. Luís Alves Leite de Oliveira Bello, pelo novo governo, foi feita de forma pacífica, com adesão dos deputados monarquistas presentes. Ao proclamar a República já existia, em território catarinense, uma Câmara Municipal, totalmente republicana: a de S. Bento do Sul. O Primeiro Governo Republicano em Santa Catarina: Para o Governo de Santa Catarina foi escolhido o Tenente Lauro Severiano Müller que chegou ao Desterro ainda em 1889. Lauro Müller percorre a vários municípios catarinenses tentando fazer o congraçamento da população catarinense. Ele criou as Intendências Municipais, quando foram dissolvidas as Câmaras Municipais. Em 1890 foram realizadas eleições e, foram eleitos em Santa Catarina para o Senado, Luiz Delfino, Esteves Júnior e Raulino Horn e, para a Câmara dos Deputados saíram vitoriosos o próprio Lauro Müller, Felipe Schmidt, Carlos Augusto de Campos e José Cândido Lacerda Coutinho. Com a saída de Lauro Müller, o Governo foi entregue a Gustavo Richard que era o segundo Vice- Governador. Para criar a primeira Constituição para Santa Catarina, a Constituinte se reuniu a 28 de abril de 1891 e no mês seguinte elegia para Governador o mesmo Lauro Müller. 3344 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 35. COL ÉG I O CATARI NEN SE A REVOLUÇÃO FEDERALISTA Iniciada em 1893, em oposição ao governo de Floriano Peixoto, no Rio Grande do Sul. Pretendem obrigar o governo federal a cumprir as determinações da Constituição e exigir a saída do governo estadual. Os federalistas ocuparam os estados de Rio Grande do Sul e Paraná. O Paraná Federalista fundado no Rio grande do Sul estendeu sua influência até Santa Catarina, com fraca oposição ao autoritarismo de Floriano Peixoto. Por este fato, houve uma série de conflitos entre os Federalistas e os republicanos que apoiavam Floriano Peixoto. A figura de Floriano Peixoto tinha na pessoa de Hercílio Luz, um ardente defensor, onde em 1893 fez com que a Câmara Municipal de Blumenau o declarasse governador e, a cidade como capital provisória do Estado. Como os Federalistas tomaram o poder na capital, o grupo de Hercílio Luz chegou a atacar o Palácio do Governo, onde se travou um sangrento combate com os soldados da força policial do Coronel Eliseu Guilherme. Os combates em Santa Catarina se estendem até abril de 1894, onde as forças do governo assumem o governo da capital colocando no governo o Coronel Moreira César. Estabeleceu uma perseguição na capital e no interior do Estado, condenando sumariamente os inimigos do regime. O fuzilamento na Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim foi praticado como forma punitiva e, na maioria das vezes sem defesa. Foram vítimas figuras da sociedade catarinense tais como: Marechal Manoel de Almeida Gama D’Eça, o Capitão de Mar-e-Guerra Frederico Guilherme de Lorena e muitos outros. HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 3355
  • 36. COL ÉG I O CATARI NEN SE A economia do Estado ficou arrasada, as finanças desorganizadas e a sociedade abalada com os horrores do fuzilamento. Moreira César restaura a Constituição de 1891 e marca eleições para o legislativo e o executivo. Hercílio Luz se lança candidato pelo Partido Republicano catarinense, onde é eleito Governador e empossado em setembro de 1894. A GUERRA DO CONTESTADO Denomina-se Questão do Contestado, o conflito travado entre as províncias do Paraná e Santa catarina pela área localizada no planalto entre os rios do Paixe e Peperiguaçu, estendendo-se até Curitibanos e Campos Novos. A Província do Paraná foi criada em 1853 e, desde o início a região era disputada. Dois anos depois, o Governo do Paraná defende a tese que seus domínios se estendem até o planalto meridional. A luta tornou-se mais intensa quando o Governo Imperial decretou, em 1865, os limites “pelo rio Saí-guaçu, Serra do mar, rio Marombas desde sua vertente até o das Canoas e por este até o rio Uruguai”. Era um verdadeiro desrespeito aos direitos catarinenses efetuado por um Gabinete ligado aos interesses dos pecuaristas. A “Estrada da Serra” partindo da Colônia Dona Francisca em direção ao planalto e na direção do rio negro, vai interessar ao Governo do Paraná, pelo fato de que os ervateiros e exportadores de erva mate tinham nela a única saída de seus produtos para serem exportados. Em 1869, o Governo de Santa Catarina criou um novo município, desmembrado de Lages, na mesma área disputada e que corresponde aos limites da freguesia dos Curitibanos, de São João de Campos Novos e dos Campos de Palmas. Hercílio Luz entregou a defesa dos interesses catarinenses, em 1896, ao jurista Manoel da Silva Mafra - Conselheiro Mafra. Neste momento em diante, a disputa passa a ser no campo jurídico. 3366 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 37. COL ÉG I O CATARI NEN SE O ganho de causa foi dado a Santa Catarina em 1904 pelo Supremo Tribunal Federal, embora o Paraná se recusasse a cumprir a sentença. Em 1909 e 1910, novos recursos foram impetrados pelo Paraná e, mais uma vez foi dado ganho de causa a Santa Catarina. Inicia-se no Paraná, uma campanha contra a decisão do Supremo, visando o não cumprimento, com possibilidades de chegar até a luta armada. A área contestada era ocupada por “posseiros” que sem nenhuma oportunidade de ascensão social ou econômica, procuravam novas terras para tentar nova vida. Este povo tinha uma filosofia religiosa baseada no cristianismo ortodoxo, onde irão se unir aos operários da construção da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande. Cabe ressaltar, a existência ainda de “monges”, agindo como elementos psicoreligiosos. O primeiro identificado foi João Maria de Agostini o “João Maria”, proveniente de São Paulo e que transitou pelas regiões de Rio Negro e Lages. O segundo apareceu após 1893, atuando entre os rios Iguaçu e Uruguai, Em 1897, aparece em Lages mais um monge, reunindo em torno de si, grande quantidade de seguidores. Após 1912, surge em Campos Novos o “monge José Maria”, ex-soldado do exército, chamado Miguel Lucena de Boaventura. Curandeiro que perambulava pela região atendendo grande número de pessoas que o procuravam e das quais nada aceitava em troca. Após peregrinar pelo planalto, se estabelece nos Campos de Irani, cujo acampamento chama de “Quadro Santo”. A Estrada de ferro “Brazil Railway Co.”: O direito de concessão da Estrada de ferro São Paulo-Rio Grande, estabelecido pelo contrato com a “Brazil Raiway Co.”, abrange enormes áreas ocupando os vales do rio negro, Iguaçu, Peixe e Uruguai. Desta empresa vão surgir outras para a colonização e, para exploração de reservas florestais e exportação de madeira. HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 3377
  • 38. COL ÉG I O CATARI NEN SE Desta mesma maneira, irão surgir nesta região (área do Contestado), dois problemas, a saber: Vai se reunir na região, um grupo humano das mais variadas camadas sociais, por causa das obras da estrada de ferro. esta diferença social, vai contribuir para que na região se forme uma sociedade desnivelada e marginalizada. São estas pessoas, que de certo modo irão pertencer a população do Contestado. O segundo problema é mais grave que o primeiro, onde a companhia estrangeira, onde para que possa ocupar as terras, é necessário expulsar os posseiros. As Ações Militares da Guerra do Contestado: Por não aceitar os problemas sociais que alcançava a população sertaneja do planalto, o monge José Maria forma em torno de si, um agrupamento de caboclos vindos de Curitibanos, onde irão se instalar na região de Irani. A área do Irani estava sob o controle do Paraná e, temendo os invasores catarinenses destaca o seu Regimento de Segurança. Os posseiros invadem, pelo fato de que as terras deles haviam sido tomadas primeiramente pelo Paraná e, agora pelas companhias subsidiárias da “Brazil Railway”. Em 1912, o agrupamento de Irani é atacado pelas forças policiais do Paraná, travando-se ali um sangrento combate, morrendo muitos homens, inclusive José Maria e o comandante paranaense. As relações entre Santa Catarina e Paraná ficam mais estremecidas depois deste combate. Em 1913, na cidade de Taquaruçu houve uma grande concentração humana, com grande religiosidade. Vários ataques vão ser empreendidos a Taquaruçu, diminuindo a capacidade de reação dos “irmãos de Taquaruçu”. O último desses ataques, vai encontrar já uma população reduzida composta basicamente por mulheres e crianças, pois os homens já tinham se afastado para outro reduto (Perdizes Grandes), atendendo a outro apelo místico, agora de um monge mulher, “Maria Rosa”. 3388 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 39. COL ÉG I O CATARI NEN SE Dando seqüência, outros redutos irão se formar, forçando o Governo do Paraná acreditar que isto é obra do Governo Catarinense. É bom ressaltar, que estes posseiros defendiam a Monarquia, pelo fato de que na época da Monarquia, estas terras passaram a pertencer ao governo. A força da fé nestes redutos provocou o fracasso, por diversas vezes, das investidas militares do Governo Federal. Em 1915, depois de várias tentativas, uma ação militar muito mais bem coordenada, provoca a queda e a destruição dos redutos dos caboclos. Os Interesses Econômicos da Questão: A fundamentação econômica da região do Contestado, isto é, a pecuária, o extrativismo e a erva-mate fizeram com que realmente o Paraná se interessasse pela região. De um lado estavam as famílias dedicadas à criação de gado, dos “Campos de Palmas”, do outro lado estava a população que plantavam erva-mate, espalhados entre o rio Iguaçu e Uruguai. Em 1873, com a abertura da estrada “Dona Francisca”, ligando o planalto ao litoral catarinense, tendo como suporte a colônia Dona Francisca e, como porto exportador São Francisco, vai se ter uma modificação de rota de comercialização deste produto. As pessoas que beneficiavam a erva-mate, por pagarem pesados tributos ao Governo do Paraná, resolvem procurar nova rota comercial e, o faziam pela estrada Dona Francisca, transferindo para Joinville seus engenhos. Este fato vai trazer como conseqüência, a queda da receita do Governo do Paraná, uma valorização da região Contestado. Finalmente o Acordo de 1916 chegou: HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 3399
  • 40. COL ÉG I O CATARI NEN SE Santa Catarina venceu a questão jurídica e, sentiu-se a necessidade de se efetuar de uma vez, um acordo entre os dois estados. O Presidente Wenceslau Braz teve um papel mediador, junto aos governos de Santa Catarina (Felipe Schmidt) e do Paraná (Carlos Cavalcanti). Em 1916, foi assinado o acordo, onde foram estabelecidos os limites entre os dois estados. Após a aprovação pela Assembléia Legislativa de cada estado, teve início a demarcação da região. A nova definição fez com que Santa Catarina criasse novos municípios, entre eles: Mafra (em homenagem ao Conselheiro Mafra), Porto União, Chapecó e Cruzeiro - hoje Joaçaba. 4400 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 41. COL ÉG I O CATARI NEN SE O DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA DE SANTA CATARINA (DE 1889 A 1930) A partir da segunda metade do século XIX, a economia catarinense teve uma verdadeira explosão agrícola. Destacam-se produtos como o arroz, a erva-mate, a madeira, a farinha de mandioca, o açúcar, o fumo, a banana e outros, a saber: Arroz; A área de colonização italiana foi a responsável por boa parte da produção de arroz, principalmente na região que circunda Blumenau, a qual se torna responsável pela exportação do produto. Erva-mate: Representou um crescente valor comercial na exportação, principalmente nos primeiros anos de República, como já vimos anteriormente. Madeira: A partir do momento em que o extremo-Oeste se incorpora a Santa Catarina e, começa a contribuir para a exportação catarinense deste produto, ela passa a ser considerada importante para a economia do Estado. Farinha de Mandioca: Embora tenha sido um produto de expressão para a economia catarinense, é bom ressaltar que sempre o litoral manteve a supremacia de exportação sobre o produto. Açúcar: a partir de 1900, este produto foi decaindo, ao ponto de, somente participar do mercado interno. Fumo: Era exportado preferencialmente para a Alemanha, onde, em folha, ia para as fábricas de charutos. É bom verificar, como conseqüência da nossa pauta de exportação, o caráter totalmente agrícola da economia catarinense do início do século. HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 4411
  • 42. COL ÉG I O CATARI NEN SE A Indústria Quando a energia elétrica foi utilizada no início do século em nosso estado, foi possível a criação de pequenas usinas hidráulicas, na indústria catarinense. Devido a desorganização do sistema de produção carbonífera na Europa, durante a 1 Guerra Mundial, Santa Catarina vê sua produção de carvão mineral, crescer muito. O desenvolvimento industrial vai atingindo a metalurgia, o ramo têxtil, mobiliário e assim, no início do século XX, Joinville já era conhecida como a “Manchester Catarinense”. No início da república, Blumenau já apresentava 50 indústrias de lacticínios, com a industrialização do leite, manteiga, nata e outros, exportados para vários Estados. Além de vinte e três fábricas de cigarros, Santa Catarina já conta no início do século com indústrias de banha e de conservas. Santa Catarina na Primeira Guerra Mundial: No período de início da Primeira Guerra Mundial, Santa Catarina estava aumentando a capacidade industrial, devido à presença dos imigrantes, contribuindo para a consolidação da nossa estrutura social. O posicionamento do Brasil ao lado dos aliados fez com que se formasse um clima desagradável entre os imigrantes de língua alemã e, os brasileiros mais exaltados. Este tipo de atitude vai gerar reações de ambos os lados. Os brasileiros começavam a questionar a brasilidade dos descendentes de alemães e, estes por sua vez se sentiam restringidos em sua liberdade. No que diz respeito a economia catarinense, ela vai sentir também os reflexos da Primeira Guerra Mundial, ao ponto em que o carvão vai ser mais explorado, sendo considerado vital para o desenvolvimento do país. A erva-mate exportada por Joinville, vai tendo consideráveis diminuições, até que a região resolve se industrializar e, pouco a pouco diminui a produção da erva-mate. 4422 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 43. COL ÉG I O CATARI NEN SE O extremo-oeste catarinense, vai pouco a pouco se desenvolvendo com a área de produção agrícola e de suinocultura, à medida que grupos de alemães e de italianos, oriundos do Rio Grande do Sul. ali se estabelecem. A REVOLUÇÃO DE 1930 EM SANTA CATARINA Quando iniciou-se a Revolução em 3 de outubro de 1930, o Governador de Santa Catarina, Fúlvio Aducci, manteve-se fiel ao Presidente Washington Luís. Por este motivo, o seu território foi invadido por forças do Rio Grande do Sul, onde o movimento estourou. Os revoltosos invadiram a capital de Florianópolis, por três frentes: pelo litoral, pelo vale do rio do peixe e pelo planalto norte. A população da capital durante a invasão, procurou retirar-se para o interior da Ilha, apesar da tentativa do Governador de contornar a situação. Depois que Washington Luís caiu como presidente, aqui em Santa Catarina, o Governador também cai pelos esforços empreendidos pelo General Ptolomeu de Assis Brasil, inaugurando assim, um governo provisório, tendo como um de seus auxiliares, o professor Barreiros Filho. No planalto catarinense a responsabilidade de estruturar a revolução ficou a cargo do coronel Aristiliano Ramos. Foi sob sua chefia que as forças revolucionárias do litoral vão se encontrar com as do interior. A Intervenção em Santa Catarina: Teve início na capital, a substituição de prefeitos, delegados de polícia e outros setores, indicados pelo Governo Provisório. HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 4433
  • 44. COL ÉG I O CATARI NEN SE Para não ter a imagem da revolução desgastada e, conseqüentemente enfraquecida, Getúlio Vargas dissolve as Comissões de Sindicância espalhadas pelo Estado e, pelo Brasil inteiro, com o objetivo de apurar culpados. O interventor em Santa Catarina, Assis Brasil, aplicou da mesma maneira, uma política de conciliação para o Estado. Assim, visitou Blumenau, maior reduto de oposição à Revolução, tendo como líder Victor Konder, ministro da viação do Governo de Washington Luís. Assis Brasil renunciou em 1932, sob a alegação de problemas de saúde e também problemas íntimos. Sabe-se que governava sem o apoio dos políticos catarinenses, já que era gaúcho. O município de Ouro Verde passa a se chamar Canoinhas no governo dele. A nomeação de mais um gaúcho para o governo catarinense, Rui Zobaram, mexeu com os brios dos políticos catarinenses, fazendo com que a administração de Zobaram no governo seja rápida. Depois de muita reivindicações, assume o governo catarinense um interventor catarinense, Aristiliano Ramos, fazendo crescer as lutas internas entre os líderes políticos. As vagas para a Constituinte Nacional gerara, disputas no estado, sendo eleitos: Nereu Ramos, Carlos Gomes de Oliveira e Arão Rebelo pelo Partido Liberal Catarinense, enquanto que a coligação “Por Santa Catarina” elegeu Adolfo Konder. A Ação Integralista Brasileira aparece em santa Catarina em 1934, nas regiões de colonização européia, fazendo com que a versão do “nazi-fascismo” no Brasil, também chegue aos estados do Sul. Simultaneamente, são realizadas eleições para a Assembléia Legislativa Estadual e para o Governo do estado. Nereu Ramos e Aristiliano Ramos se candidataram para o Governo, promovendo um “racha” dentro do Partido Liberal. Nereu Ramos é eleito Governador, depois de muita disputa nos bastidores políticos. Nereu Ramos - O Maior Político Catarinense: Foi eleito Governador em 1935, mas devido ao golpe de 1937, é indicado como interventor em Santa Catarina, permanecendo até o final do Estado Novo, em 1945. 4444 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 45. COL ÉG I O CATARI NEN SE Como interventor, ampliou o setor educacional em Santa Catarina, e melhorou a saúde pública. A saúde pública teve uma preocupação especial dele, reorganizando todo o sistema ao criar o departamento Estadual de Saúde Pública, além de criar a “Colônia Santa Teresa” para hansenianos e a “Colônia Sant`Ana” para doentes mentais. Resultados da revolução de 1930 para o Estado: É de se admitir que a Revolução de 1930, transformou a realidade do Brasil e, conseqüentemente, a realidade catarinense. O Brasil sai de sua visão agrária e, finalmente ingressa na industrialização, é instituído o voto secreto, o operariado é moldado pelo governo, as Forças Armadas começam a ter força no governo, a Igreja Católica começa a participar ativamente da vida do brasileiro. Estes resultados vão ser observados com uma certa desconfiança por santa Catarina, já que era um gaúcho que estava promovendo. Esta desconfiança vem desde a época dos primeiros interventores. portanto, desde o início existiu os vários chefes da Aliança Liberal catarinense uma certa oposição a ofensiva gaúcha, era o “catarinensismo”. É bom observar que, na época da “República Velha”, vários políticos catarinenses despontaram no cenário político nacional ocupando ministérios, tais como: Lauro Müller, José Pinto da Luz, Arnaldo Pinto da Luz e Victor Konder. Porém, após a Revolução de 1930, isto quase não aconteceu, pelo simples fato que Santa Catarina passou a estar subjugada aos interesses dos gaúchos. BRASIL E SANTA CATARINA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 4455
  • 46. COL ÉG I O CATARI NEN SE A declaração de guerra do Brasil à Alemanha, fez com que houvesse um desequilíbrio na economia brasileira e, por conseqüência, a de Santa Catarina. A Guerra trouxe o fechamento do comércio com a Alemanha. A interrupção na compra de matérias-primas e máquinas prejudicou o desenvolvimento do parque industrial, que contava, na época, com mais ou menos, oito mil estabelecimentos. A madeira e o carvão representavam quase 40% do valor total das exportações catarinenses, por volta de 1943. Com o início da guerra houve um sensível aumento da exportação da madeira para o Rio da Prata e Estados Unidos, houve também o crescimento e o cultivo da mandioca, fazendo desenvolver a indústria de “fécula”, para atender o mercado norte-americano. Por outro lado, após o término da Segunda Guerra, o mercado internacional se reestabeleceu e, Santa Catarina entrou na década de 50, sem oferecer grandes concorrências neste mercado, pelo fato de que os nossos produtos não conseguiam mais enfrentar a concorrência tanto em quantidade quanto em preço com os produtos estrangeiros. Com medo da expansão das idéias nazi-fascistas, Getúlio determina o fechamento de escolas (emigrantes alemães e italianos) que ensinassem na língua alemã e italiana. Somente poderia lecionar em português. OS GOVERNADORES DE SANTA CATARINA República Velha Lauro Müller - 1889, 1891, 1902-1906 e 1918-1923 Manoel Joaquim Machado - 1892-1893 Hercílio Luz - 1894-1898, 1918-1922 e 1923-1924 Felipe Schmidt - 1898-1902 e 1914-1918 Gustavo Richard - 1906-1910 Vidal Ramos - 1910-1914 Adolpho Konder - 1926-1930 4466 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 47. COL ÉG I O CATARI NEN SE Fúlvio Aducci - 1930 Os Federalistas (1930-1935) Ptolomeu de Assis Brasil - 1930 a outubro de 1932 Rui Zaboran - Outubro de 1932 a abril de 1933 Aristiliano Ramos - 1933 a 1935 Nova República Nereu Ramos - 1935-1937 e 1937-1945 Aderbal ramos da Silva - 1947-1951 Irineu Bornhausen - 1951-1955 Jorge Lacerda - 1955-1958 Heriberto Hülse - 1958-1961 Celso Ramos - 1961-1966 Ivo Silveira - 1966-1971 Colombo Salles - 1971-1975 Antônio Carlos Konder Reis - 1975-1979 Jorge Konder Bornhausen - 1979-1983 Henrique Córdova - 1983 Esperidião Amim - 1983-1986 e 1998-2002 Pedro Ivo Campos - 1987-1990 Casildo Maldaner - 1990 Vilson Kleinubing - 1991-1994 Paulo Afonso - 1995-1998 Luís Henrique da Silveira - 2002-2006 / 2006-2010 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 4477
  • 48. COL ÉG I O CATARI NEN SE Lauro Müller Raposa de espada. Era assim que Rui Barbosa chamava o adversário Lauro Müller. Político hábil, considerado um dos melhores que Santa Catarina já deu ao país, foi quatro vezes governador do Estado, senador, deputado federal, embaixador, ministro da Viação e das Relações Exteriores. Republicano histórico, fundou o PRC (Partido Republicano Catarinense). Assumiu como Vice-presidente no governo de Hercílio Luz. Natural de Itajaí, governou o estado quatro vezes. Na área federal demonstrou amadurecimento, respeito, perspicácia, e quase chegou à Presidência da República. Morreu no Rio de Janeiro dia 30 de julho de 1926. Manoel Joaquim Machado Manoel Joaquim Machado assumiu o governo do Estado de santa Catarina em março de 1892 e ficou no cargo por nomeação de Floriano Peixoto – apenas até 1893, pouco mais de um ano. Foi deposto do governo pelas tropas legalistas e então fugiu para Buenos Aires, na Argentina, de onde voltou durante a anistia geral patrocinada por Campos Sales. No seu governo, as maiores obras foram a criação da Escola Normal, hoje Instituto Estadual de Educação, em Florianópolis, e a Junta Comercial de Santa Catarina. Felipe Schmidt O lageano Felipe Schmidt dedicou sua vida ao Exército e à política. Chegou a general e, em 1890, representou Santa Catarina na primeira Constituinte Nacional. Governou o Estado duas vezes. Na primeira recebeu o cargo de Hercílio Luz e passou-o a Lauro Müller, seu primo. Depois, em substituição a Vidal Ramos. Entregou seu segundo mandato ao vice Hercílio Luz, pois o eleito Lauro Müller não assumiu. Investiu em educação, estradas e saneamento. Eu seu governo, foi assinado o acordo estabelecendo as divisas entre Paraná e Santa Catarina, em 20 de outubro de 1916. Instalou a rede de esgoto da capital. 4488 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 49. COL ÉG I O CATARI NEN SE Hercílio Luz Um dos atos mais marcantes na biografia do ilhéu Hercílio Luz foi a invasão do Palácio do Governo em nome da legalidade e do republicanismo, em 1893. Governou por três períodos e não presenciou a inauguração da sua grande obra, a primeira ligação Ilha-Continente. Em 1924, seguiu doente para a Europa e faleceu em outubro do mesmo ano. Já havia preparado as bases para o surgimento posterior de uma das oligarquias mais poderosas, a dos Konder, desdobrada em Konder-Bornhausen, que dividiram com a dos Ramos durante muito tempo o poder em SC. Mudar o nome de Desterro para Florianópolis. Completou o seu mandato Antônio Pereira da Silva e Oliveira. Gustavo Richard No Museu Histórico de Santa Catarina, está exposta a primeira lâmpada acesa nas ruas da Capital. Ela é de janeiro de 1908, ano em que os ilhéus aposentaram os lampiões. Era metade do governo Gustavo Richard, considerado administrador íntegro e voltado ao bem público. Carioca, filho de franceses, foi responsável pela instalação dos sistemas telefônico e de abastecimento de água. Intelectual, amante da música, das artes plásticas, da poesia e do magistério, colocou Santa Catarina numa posição de destaque dentre os estados brasileiros no início da República. Instalou o serviço telefônico, abastecimento público de água. Vidal Ramos Começa com Vidal a mais poderosa oligarquia na política catarinense. Verdadeiro patriarca, fez governantes dois de seus filhos (Nereu e Celso), dois sobrinhos (Aristiliano e Cândido) e um neto (Aderbal). Lages ganhou, então, o título de Capital Política. Depois de haver governado o Estado, voltou ao poder pelo voto, em 1910. HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 4499
  • 50. COL ÉG I O CATARI NEN SE Seus períodos no governo foram marcados pelo término da Guerra do Contestado e pela reforma no ensino que ele promoveu, com a abertura de escolas por todo o Estado. Não aceitou ser interventor em 1930. Reformou o ensino primário estadual e instalou a rede de esgoto na Capital. Adolpho Konder Ao chegar ao governo do Estado, em 1925, Adolpho Konder aparecia como o primeiro governador não participante do movimento republicano de 1889. Nascido em Itajaí, investiu em estradas e educação. Desbravou o interior e abriu rotas para o Oeste, sendo o primeiro governador a visitar o Contestado. Florianópolis mereceu sua atenção. Construiu o Mercado Público, um dos cartões-postais da Ilha, a penitenciária, apoiou as obras da maternidade local, depois denominada Carlos Correia, melhorou os portos e criou uma legislação de reflorestamento. Remodelou a polícia militar. Fúlvio Aducci O florianopolitano Fúlvio Aducci, último governador da República Velha, foi obrigado a renunciar e entregar o cargo a uma junta militar que no mesmo dia passou-o ao interventor revolucionário gaúcho Ptolomeu de Assis Brasil. Era a vitoriosa Revolução Liberal de 1930 chegando ao Estado, Aducci detém o recorde de passar menos dias na administração do Estado: assumiu em 29 de setembro e saiu em 25 de outubro. Santa Catarina manteve-se fiel ao presidente Washington Luís, foi invadido e o governador fugiu em embarcação que partiu da Praia do Forte, hoje Beira-Mar Norte. Ptolomeu de Assis Brasil Durante a Primeira República – de 1889 a 1930 – e principalmente no final dos anos 20, os governadores pertenciam aos Partidos Republicanos de cada Estado, representando o sistema 5500 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 51. COL ÉG I O CATARI NEN SE oligárquico. Com a vitória da Revolução Liberal, em 1930, caberia aos novos governos substituírem os governadores por interventores que comungassem das idéias do movimento. Santa Catarina foi o último a entregar a administração, que ficou a cargo do governador gaúcho Ptolomeu de Assis Brasil. Tentou uma política de conciliação, governou sem as lideranças catarinenses e, em 1932, renunciou. Rui Zaboran O major Rui Zaboran ficou apenas seis meses como interventor. Não suportou a pressão dos políticos catarinenses, foi obrigado a deixar a interventoria e retornar para o Rio Grande do Sul. Nascido em São Gabriel e representante do esquecido movimento tenentista, Zaboran governou Santa Catarina de 26 de outubro de 1932 a 19 de abril de 1933. Foi nomeado interventor pelo seu meio-irmão e antecessor, Ptolomeu de Assis Brasil, e substituído pelo catarinense Aristiliano Ramos. Em 1953, foi promovido a coronel e morreu no Rio de Janeiro em outubro de 1954. Aristiliano Ramos Primeiro catarinense no poder revolucionário, sem tirar os seus méritos, o líder da Serra conseguiu o líder da Serra conseguiu o posto em conseqüência de sua amizade com Getúlio Vargas. Tomou posse dia 19 de abril de 1933. De 1906 a 1916, foi vereador em Lages, e de 1918 a 1922, substituiu seu pai na prefeitura. Deputado estadual, foi um dos líderes do movimento revolucionário de 1930, apoiando as forças liberais que invadiram o estado pelo Planalto. Convocadas eleições diretas para governador do Estado; candidatou-se e foi derrotado pelo primo e adversário Nereu Ramos. HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 5511
  • 52. COL ÉG I O CATARI NEN SE Nereu Ramos Terceiro filho de Vidal Ramos, Nereu Ramos chegou ao governo de Santa Catarina após disputa com o primo Aristiliano Ramos, que dividiu o Partido Liberal. Tomou posse em 1º de maio de 1935 e combateu o nazismo. Fundou jornal em defesa de Felipe Schmidt e para ver o Brasil declarar guerra ‘a Alemanha. Voltou ao poder em 1937, como interventor. Após conduzir os trabalhos da Constituinte que fez a nova Carta, foi eleito, em 1946, vice-presidente da República. Exerceu a presidência de 13 a 30 de maio de 1949, na viagem de Eurico Gaspar Dutra aos Estados Unidos. Deu prioridade à Saúde, Educação Primária. Criou o Departamento de Saúde Pública, construiu a Colônia Santa Teresa, para Hanseníase, e a Colônia Sant’Ana para doentes mentais. Aderbal Ramos da Silva Aderbal tinha muito orgulho de pertencer à terceira geração de políticos da família Ramos. Definia como “feliz coincidência” ter nascido no Palácio do Governo, e não em Blumenau, onde seus pais viviam. Isso graças à enchente de 1911, que praticamente destruiu o Vale do Itajaí, e por ser governador seu avô Vidal Ramos. Em 1945, com a volta da democracia, elegeu-se deputado federal. Aprendeu muito com o tio, ex-governador Nereu Ramos, tornando-se um político carismático. Assumiu o governo em março de 1947 e menos de um ano após, licenciou-se, voltando em 1950. Assumiu o governo pelo Presidente da Assembléia Legislativa foi Boabaid. Irineu Bornhausen Três vezes prefeito de Itajaí, suo terra natal, candidatou-se ao governo do Estado pela UDN e elegeu-se em 1951. Pagou as dívidas do antecessor e respondeu às críticas com obras. Em duas gestões, duas importantes rodovias foram remodeladas: a que ligo Blumenau a Jaraguá do Sul e a de ligação entre Joinville e São Francisco do Sul. 5522 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 53. COL ÉG I O CATARI NEN SE O PDS era maioria no Assembléia Legislativa e o udenista Irineu teve dificuldades para aprovar seus projetos de obras paro o Estado. Fez muitas pontes, escolas, a agricultura teve produção recorde e criou vários municípios. Incentivou a energia elétrica, agricultura, saúde, educação. Elaborou o Plano POE (Plano de Obras e Equipamentos). Criou o Celesc e o Tribunal de Contas. Jorge Lacerda A mais rápido carreira do história republicana de Santa Catarina foi de Jorge Lacerda. Filho de imigrantes gregos, nasceu no Paraná e, cinco anos após disputar o primeiro pleito eleitoral, conquistou o governo do Estado pelo Partido de Representação Popular, com apoio do UDN. Seu governo foi breve, mas marcado por duas grandes obras: a primeira rodovia asfaltada com recursos estaduais (ligando Itajaí e Blumenau) e a Sociedade Termo-Elétrica de Capivari (hoje Usina Jorge Locerda). Morreu num acidente aéreo com Nereu Ramos e Leoberto Leal, em 1958, na metade do mandato. Heriberto Hülse Com a morte de Jorge Lacerda no desastre aéreo próximo a Curitiba, que vitimou também Nereu Ramos e Leoberto Leal, Heriberto Hülse assumiu o governo paro concluir a administração. Natural de Tubarão, conduziu com objetividade e austeridade a segunda metade do mandato de Jorge Lacerda. Conseguiu, em dois anos, que o Estado desse a grande arrancado desenvolvimentista que Celso Ramos consolidou. Investiu em estradas, inaugurou o segundo etapa da Usina Jorge Lacerda, ampliou e construiu outras usinas no estado e concluiu a estrada da Serro do Rio do Rastro. Incentivou financiamentos para instalar e funcionamento da faculdade de Medicina e Compus da UFSC. HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 5533
  • 54. COL ÉG I O CATARI NEN SE Celso Ramos Celso Ramos mandou gravar suas promessas para que pudesse ser fiel a elas. Eleito em 1960, conseguiu cumprir seu programa e se destaca no da Ramos, que inclui outros cinco governadores -Vidal, Nereu, Aderbal, Aristiliano e Cândido -, por ser considerado o mais marcante dos governadores de SC. Lima das heranças é a Universidade para o desenvolvimento do Estado (UDESC). Fez colégios, inaugurou torres de eletricidade e fundou a Federação das Indústrias (FIESC). Suas ações foram traçadas no Seminário Sócio-econômico de SC, idealizado por ele, em 1960. Criou o BESC. Criou a Caixa Econômica do Estado de Santa Catarina. Criou a Acaresc. Elaborou o Plano de Metas para o governo “Plameg”, dividindo em 3 blocos: “o homem, o meio e a expansão econômica”. Ivo Silveira Ivo Silveira governou Santo Catarina no final de uma época de lideranças partidárias, populares e o início de outra, autoritárias. Seu sucessor foi indicado pelo poder central e não pelo voto. Ajudou a fundar o Partido Social Democrático, foi prefeito de sua cidade, Palhoça, e eleito quatro vezes à Assembléia Legislativa. Fez o Estado servir de exemplo ao país. Deu início às obras do segunda ponte, aumentou em 4820/o o salário dos professores e implantou o Plano Estadual de Educação, pioneiro no Brasil, que resultou na construção de cerca de 100 escolas, e criou a Avenida Beira-Mar Norte. Elaborou o Planej II. Criou a Cotesc; a Telesc: o Cohab. Avanço Progressivo (que elimina a reprovação). Colombo Machado Salles Natural de Laguna, Colombo Machado Salles foi secretário executivo do Plano de Metas do Governo (Plameg) durante a administração de Ivo Silveira e o sucedeu na época em que a eleição para governador era indireta e a escolha se processava entre a direção nacional do partido (Arena) e o presidente da República. 5544 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 55. COL ÉG I O CATARI NEN SE Seu governo fundamentou-se no projeto catarinense de desenvolvimento, transformando em Ação Catarinense de desenvolvimento. A ponte que leva seu nome foi o grande legado da administração. Para ele, a implantação de 85 mil novos telefones foi mais importante. Antônio Carlos Konder Reis Começou a carreira aos 21 anos, em 1947, em Itajaí, sua ferra natal, com a forte influencia da família Konder Reis na política catarinense. Foi deputado federal, senador e, em 1975, eleito de forma indireta governador de Santa Catarina, com o lema governar é encurtar distâncias. Foi candidato ao governo antes disso. Na primeira vez, em 1965, perdeu para Ivo Silveira. Ocupou a vice-presidência do Senado, em 1973, presidiu o Senado na posse dos senadores, em 1975, deputado federal constituinte, em 1987, e vice-governador na gestão de Vilson Kleinubing. Depois, foi deputado federal. Criou a Fucaben; a Fucat; a Empasc; o Badesc. Criou o Parque da Serra do Tabuleiro; a Secretaria de Tecnologia e do meio Ambiente e a Secretaria da Indústria e do Comércio. Jorge Konder Bornhausen Dos três filhos de Irineu Bornhausen, o mais velho, Paulo, era o indicado para as disputas políticas, mas foi Jorge quem começou na política e nunca mais parou. Reconhecido como hábil articulador, passou pelo UDN, Arena (foi vice de Ivo Silveira, em 1967), PDS e criou o PFL para apoiar a candidatura de Tancredo neves. Governar o Estado considera o maior desafio na vida política. Foi responsável pela criação do Centro Integrado de Cultura (CIC), o terminal Rita Maria, a nova pista da Beira-Mar Norte e asfaltou os caminhos da Lagoa da Conceição, Sambaqui e Pântano, na Capital. HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 5555
  • 56. COL ÉG I O CATARI NEN SE Fundou a Fundação catarinense de Cultura. Elaborou o Plano Estadual de Educação (1980/1983). Em 1979 ocorreu no seu governo a Novembrada. Em 1983 é empossado Senador da República. Em 1986 assume o cargo de Ministro da Educação. Henrique Córdava O talento para a oratória, treinado na faculdade de Direito e aprimorado nos tribunais do Planalto Serrano, impulsionou a carreira de Henrique Córdova. Nascido em São Joaquim, foi deputado estadual e federal, assumiu o governo quando Jorge Bornhausen, de quem era vice, licenciou-se para concorrer ao Senado. Governou por 10 meses. Em as realizações, privilegiou o programa social: concedeu reposição salarial aos servidores, equiparou os vencimentos dos funcionários inativos com as ativos, criou a Polícia Feminina e concedeu pensão aos excepcionais de famílias carentes. Esperidião Amin Helou Filha Esperidiao Amin Helou Filho tenta chegar ao terceiro mandato no Palácio Santa Catarina. professor universitário, aos 27 anos aceitou o convite do governador Antônio Carlos Konder Reis, em 1975, para assumir a prefeitura da Capital. Candidatou-se a deputado federal pela Arena, em 1978, e, em 1979, licenciou-se da Câmara para ser secretário dos Transportes e Obras do governo Jorge Bornhausen. Em 1982, foi eleito governador com 838. 250 votos, contra 825,5 mil de Jaison Barreto (PMDB). Nesse período, Amin destaca a pavimentação de 1.111 quilômetros de rodovias. Sua proposta: “A Carta aos catarinenses. Em 1983 até 1985 seu governo sofreu duas enchentes no Vale do Itajaí. Criou programas como: Sacolão-escola e Troca-Troca (pagamento de máquinas agrícolas e de insumo agrícola com o fruto do trabalho do produtor). Criou ainda feiras comunitárias e o “Olha o Peixe" e açougues, reguladores de preço. Plano Estadual de Educação (1985/1988) elimina o avanço 5566 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 57. COL ÉG I O CATARI NEN SE progressivo. Cria eleições diretas para diretor de escolas. Em 1999-2002 iniciou o seu mandato como governador, passando para Luís Henrique da Silveira. Pedro Ivo Campos Pedro Ivo Campos deixou a farda do Exército aos 35 anos, por ter contraído tuberculose. Em 1966, elegeu-se deputado estadual. Fundou o MDB em SC, foi deputado federal, em 1971, e, no ano seguinte, realizou o sonho de administrar Joinville. Saiu da prefeitura para a Câmara dos deputados. Em 1986, sua chegada ao governo de SC marcou a vitória do PMDB sobre as lideranças políticas tradicionais - derrotou o PFL de Vilson Kleinubing. Seis meses após assumir; em setembro de 1987, começou a sentir os primeiros sintomas do câncer que provocou sua morte, em 27 de fevereiro de 1990. Seu compromisso de governo era centrado: melhor qualidade de vida; maiores oportunidades de trabalho. Austeridade administrativa. Em 1991 inaugurou a Ponte Pedro Ivo Campos. Com sua morte, assumiu o vice Cassildo Maldaner. Casildo Maldaner Casildo Maldaner foi um dos mais folclóricos governadores. Assumiu com a morte do líder e amigo. Pedro Ivo Campos, dia 28 de fevereiro de 1990. Gaúcho de Carazinho, migrou para o oeste. Foi caminhoneiro e deputado estadual. Em 1986, foi candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Pedro Ivo, por representar o oeste. A dobradinha Interior-Litoral derrotou o PFL e o PDS. Ficou no governo até março de 1991, e sua maior satisfação foi a inauguração da Ponte Pedro Ivo Campos, terceira ligação Ilha-Continente. Elegeu-se senador em 1994. Vilson Pedro Kleinubing O cinema era a paixão de Vilson Pedro Kleinubing gaúcho de Montenegro que migrou para Videira aos cinco anos. Formou-se em Engenharia e considerava-se um administrador. HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 5577
  • 58. COL ÉG I O CATARI NEN SE Em 1981, elegeu-se deputado federal com a maior votação no estado (108,6 mil votos) e, 15 dias após a posse, foi convidado para ser secretário da Agricultura e Abastecimento. Foi prefeito de Blumenau e deixou o cargo para concorrer e eleger-se ao governo, em 1990. Foi substituído por Antônio Carlos Konder Reis para concorrer ao Senado. Morreu de câncer, em 1998, na metade do seu mandato. Paulo Afonso Vieira Eleito aos 36 anos, no final de 1994, o governador mais Jovem do país, Paulo Afonso Evangelista Vieira tentou a reeleição para o Palácio Santa Catarina em 1998. Perdeu a disputa para Esperidião Amin no primeiro turno e ficou fora da vida política por quatro anos. Formado em Administração e Direito, com mestrado em Ciência Política, em Massachussets (EUA), foi fiscal de tributos estaduais e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Antes de eleger-se governador, ocupou uma cadeira na Assembléia Legislativa. No dia 6 de outubro se elegeu deputado federal. LEITURA COMPLEMENTAR Nossas festas religiosas: Festa do Divino em homenagem ao Divino Espírito Santo. 5588 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo
  • 59. COL ÉG I O CATARI NEN SE Nossa Senhora dos Navegantes, comemorada em várias cidades. Nossa Senhora do Caravaggio, em Brusque. Nossa Senhora da Conceição, em Videira. Santo Antônio dos Anjos, em Laguna. São Francisco Xavier, em Joinville. Nosso Senhor dos Passos, em Florianópolis, Cricit5ma e Tubarão. Corpus Cristi. Festas Natalinas e Festas Juninas. Nossas festas e danças folclóricas: Festa da Laranja, em Florianópolis. Festa da Tainha, em Florianópolis. Festa da Maça, em Fraiburgo e São Joaquim. Oktoberfest, em Blumenau. Fenarreco, em Brusque. Exposição de orquídeas, em Blumenau, Festa das Flores, em Joinville, sendo uma das mais antigas (61 festas). Festa do Vinho, em Rodeio, Urussanga e Videira. Festa da Uva, em Videira. Festa do Pinhão, em Lages. Festa dos Atiradores, em Blumenau. Festa da Maça e da Pecuária, em São Joaquim. Carnaval, em Florianópolis, Lages e Criciúma. Terno de Reis, representando a vinda dos Reis Magos ao menino Jesus. HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo 5599
  • 60. COL ÉG I O CATARI NEN SE Musikfest, em São Bento do Sul (poloneses, alemães e italianos). Schützenfest, em Jaraguá do Sul (tiro ao alvo). Kegelfest em Rio do Sul Fenaostra em Florianópolis. Nossas catarinenses ilustres: Ana de Jesus Ribeiro (N. 1821, em Moinhos (Tubarão) - M. 1849, em Ravina (Itália). Victor Meirelles de Lima (N. 1831 - M. 1903) João da Cruz e Souza (N. 1961 - M. 1898) Lauro Müller (N. 1860 - M. 1924) Nereu ramos (N. 1888 - M. 1958) Cardeal bom Jaime de Barros Câmara (N. 1894 - M. 1971) Brasão de Armas de nosso Estado contém: Uma estrela de prata com uma água de asas abertas, segurando, com as garras, uma chave e uma âncora dourada, No peito da água aparece a data - 17 de novembro de 1889 - data da implantação do Regime Republicano em Santa Catarina. No alto da estrela, um barrete vermelho. Em volta da estrela aparecem um ramo de trigo e um de café enlaçados por uma fita vermelha onde se lê: Estado de Santa Catarina. Significado destes símbolos que formam nossa armas: Estrela Branca: representa o estado com todos os seus Municípios. Águia: representa as forças produtoras do Estado. Ancora: mostra que Santa Catarina é um Estado Marítimo. 6600 HHiissttóórriiaa -- PPrrooffª JJaannee LLúúcciiaa PPeeddrroo