1. O documento discute a atuação dos inspetores escolares em Santa Catarina entre 1900-1930 para promover cultura cívica e patriotismo nas escolas primárias.
2. A reforma do ensino de 1911 organizou um serviço de inspeção escolar em Santa Catarina seguindo o modelo de São Paulo.
3. Os inspetores fiscalizavam as escolas para garantir a implementação do método de ensino moderno e de práticas que promovessem valores republicanos e nacionalismo.
O documento discute a estrutura do sistema de ensino brasileiro nos âmbitos federal, estadual e municipal. Apresenta uma breve história da educação no Brasil desde o período colonial e destaca os principais marcos legais que estruturaram o atual sistema de ensino, como a LDB de 1996. Também aborda problemas atuais como as precárias condições de trabalho dos professores e a falta de qualificação no sistema.
O documento descreve o modelo de grupo escolar implementado no Brasil no final do século XIX como uma escola primária moderna com edifícios, livros didáticos e professores qualificados. Logo, vários estados implementaram esse modelo com o objetivo de construir uma nação civilizada através da educação universal. No entanto, a frequência irregular dos alunos das camadas mais pobres foi um problema, e os grupos escolares foram gradualmente substituídos pelo sistema de ensino de 1o grau a partir da década de 1970.
Este documento resume oito resumos de trabalhos apresentados no VIII Seminário Nacional de Estudos e Pesquisas sobre “História, Sociedade e Educação no Brasil”. Os resumos abordam temas como a historiografia da educação, a história da educação em estados brasileiros, a influência da Igreja Católica na educação pública e a produção educacional de inspiração marxista nas décadas de 1970-1980.
APONTAMENTOS SOBRE A HISTÓRIA DOS GRUPOS ESCOLARES NO BRASIL E NA PARAÍBAKivya Damasceno
Este documento descreve a história dos Grupos Escolares no Brasil e na Paraíba desde o século XIX. Apresenta o contexto político e educacional da época, como os Grupos Escolares surgiram como projeto republicano inspirado nos modelos europeus, e detalha a implantação do primeiro Grupo Escolar na Paraíba e nas cidades de João Pessoa e Campina Grande. Também inclui depoimentos e fotos de ex-professores sobre a metodologia de ensino e a organização dos primeiros Grupos Escolares.
O documento discute a história da legislação educacional no Brasil desde a década de 1930, passando pelas reformas educacionais em diferentes contextos. Também caracteriza o debate contemporâneo sobre as responsabilidades do poder público na educação e conceitos como gestão democrática e cidadania.
Este documento discute as relações entre política, planejamento e legislação educacional no Brasil. Aborda os seguintes pontos:
1) Faz uma distinção entre políticas públicas, políticas sociais e políticas educacionais e como estas se relacionam.
2) Apresenta brevemente a história do desenvolvimento do sistema educacional brasileiro desde o período jesuítico até a primeira república, destacando os principais marcos.
3) Discutem os níveis de planejamento educacional no Brasil e como estes deve
REFORMAS EDUCATIVAS NO BRASIL: uma aproximação histórica Iasmin Marinho
Este documento resume uma pesquisa sobre as principais leis de reforma educacional no Brasil desde o período imperial até 1996. Ele descreve as reformas educacionais propostas durante o Império Brasileiro e a Primeira República, analisando como essas leis refletiam as ideologias educacionais dos seus respectivos períodos históricos. O documento também discute o potencial das fontes legais para o estudo da história da política educacional brasileira.
O documento descreve a evolução histórica da educação no Brasil Colonial, Imperial e nas primeiras décadas da República, abordando: 1) O sistema educacional jesuítico e as reformas pombalinas; 2) A educação no período imperial influenciada pelas elites agrárias; 3) Os desafios da educação pública nos primeiros tempos republicanos, marcados pela exclusão e ausência de políticas nacionais.
O documento discute a estrutura do sistema de ensino brasileiro nos âmbitos federal, estadual e municipal. Apresenta uma breve história da educação no Brasil desde o período colonial e destaca os principais marcos legais que estruturaram o atual sistema de ensino, como a LDB de 1996. Também aborda problemas atuais como as precárias condições de trabalho dos professores e a falta de qualificação no sistema.
O documento descreve o modelo de grupo escolar implementado no Brasil no final do século XIX como uma escola primária moderna com edifícios, livros didáticos e professores qualificados. Logo, vários estados implementaram esse modelo com o objetivo de construir uma nação civilizada através da educação universal. No entanto, a frequência irregular dos alunos das camadas mais pobres foi um problema, e os grupos escolares foram gradualmente substituídos pelo sistema de ensino de 1o grau a partir da década de 1970.
Este documento resume oito resumos de trabalhos apresentados no VIII Seminário Nacional de Estudos e Pesquisas sobre “História, Sociedade e Educação no Brasil”. Os resumos abordam temas como a historiografia da educação, a história da educação em estados brasileiros, a influência da Igreja Católica na educação pública e a produção educacional de inspiração marxista nas décadas de 1970-1980.
APONTAMENTOS SOBRE A HISTÓRIA DOS GRUPOS ESCOLARES NO BRASIL E NA PARAÍBAKivya Damasceno
Este documento descreve a história dos Grupos Escolares no Brasil e na Paraíba desde o século XIX. Apresenta o contexto político e educacional da época, como os Grupos Escolares surgiram como projeto republicano inspirado nos modelos europeus, e detalha a implantação do primeiro Grupo Escolar na Paraíba e nas cidades de João Pessoa e Campina Grande. Também inclui depoimentos e fotos de ex-professores sobre a metodologia de ensino e a organização dos primeiros Grupos Escolares.
O documento discute a história da legislação educacional no Brasil desde a década de 1930, passando pelas reformas educacionais em diferentes contextos. Também caracteriza o debate contemporâneo sobre as responsabilidades do poder público na educação e conceitos como gestão democrática e cidadania.
Este documento discute as relações entre política, planejamento e legislação educacional no Brasil. Aborda os seguintes pontos:
1) Faz uma distinção entre políticas públicas, políticas sociais e políticas educacionais e como estas se relacionam.
2) Apresenta brevemente a história do desenvolvimento do sistema educacional brasileiro desde o período jesuítico até a primeira república, destacando os principais marcos.
3) Discutem os níveis de planejamento educacional no Brasil e como estes deve
REFORMAS EDUCATIVAS NO BRASIL: uma aproximação histórica Iasmin Marinho
Este documento resume uma pesquisa sobre as principais leis de reforma educacional no Brasil desde o período imperial até 1996. Ele descreve as reformas educacionais propostas durante o Império Brasileiro e a Primeira República, analisando como essas leis refletiam as ideologias educacionais dos seus respectivos períodos históricos. O documento também discute o potencial das fontes legais para o estudo da história da política educacional brasileira.
O documento descreve a evolução histórica da educação no Brasil Colonial, Imperial e nas primeiras décadas da República, abordando: 1) O sistema educacional jesuítico e as reformas pombalinas; 2) A educação no período imperial influenciada pelas elites agrárias; 3) Os desafios da educação pública nos primeiros tempos republicanos, marcados pela exclusão e ausência de políticas nacionais.
O documento descreve a evolução histórica da Didática no Brasil de 1549 a 1980, desde os primórdios com os jesuítas até se tornar uma disciplina nos cursos de formação de professores. A Didática foi inicialmente influenciada pelos jesuítas e seu foco na catequese, depois passou por diferentes abordagens ao longo dos séculos com ênfase variando entre aspectos práticos e teóricos. Após 1930, a Didática emergiu como disciplina nos cursos de formação de professores, mas seu enfoque mudou con
As reformas educacionais républica velhadocxMarcos Souza
O documento descreve as principais reformas educacionais no Brasil da Primeira República, incluindo as reformas de Leôncio de Carvalho (1879), Benjamim Constant (1890), Epitácio Pessoa (1901), Rivadávia Correa (1911), Carlos Maximiliano (1915) e Rocha Vaz (1925). Apesar dessas reformas, os níveis de analfabetismo permaneceram altos, indicando que as políticas educacionais não corresponderam à realidade brasileira. No entanto, as reformas também levaram a diagnóstic
A Educação no Brasil no Período da Segunda RepúblicaDonizete Soares
Este documento descreve a educação no Brasil entre 1930-1945, um período de grandes transformações políticas e sociais. O texto destaca a centralização da política educacional sob o ministro Gustavo Capanema no Estado Novo, com a reforma do ensino secundário e técnico-industrial visando formar as elites e a classe trabalhadora. Também ressalta as desigualdades educacionais geradas no período colonial que perduraram nesse período.
O trabalho do instituto universitário nacional de diretos humanos madres de p...fontouramail
1) O documento discute o trabalho do Instituto Universitário Nacional de Direitos Humanos Madres de Praça de Maio (IUNMa) como política pública de educação para a América Latina.
2) O IUNMa carrega o legado da antiga Universidade das Mães da Praça de Maio, criada em 2001 para demonstrar a importância do conhecimento em suas diversidades e práticas sociais.
3) A experiência das universidades populares tem se constituído como possibilidade ante o processo do não reconhecimento do acesso da maioria da
O documento discute as políticas educacionais no contexto do neoliberalismo no Brasil. Primeiro, aborda a relação entre ideologia e educação, destacando diferentes perspectivas. Em seguida, analisa a crise do capitalismo e do pensamento liberal. Por fim, descreve as principais características da educação no contexto neoliberal brasileiro, como a ênfase na escola como meio de ascensão social dentro de um sistema que mantém a exclusão social.
RELAÇÕES ENTRE O ESTADO E A ESCOLA NO BRASIL, PARTICIPAÇÃO E POLÍTICAS EDUCAC...Paulo Lima
O documento discute as relações entre Estado e escola no Brasil, a participação nas políticas educacionais e a gestão democrática. Analisa como as políticas neoliberais a partir da década de 1990 influenciaram a educação para atender aos interesses do mercado, promovendo uma participação controlada através de conselhos escolares. Questiona se a gestão democrática idealizada nos anos 1980 se mantém ou se tornou um controle estatal sobre a sociedade civil.
O documento resume o texto "O legado educacional do “longo século XX” brasileiro" de Dermeval Saviani. Ele divide a educação no século XX em três partes: a história da escola pública no Brasil desde o século XVI, os avanços e desafios da escola pública no longo século XX, e as conclusões de Saviani sobre o sistema educacional brasileiro.
1) O documento discute a educação no Brasil Imperial e nas primeiras décadas da República, período de transformações no sistema educacional brasileiro.
2) Houve mudanças significativas na educação já no final da Monarquia, com o Estado tornando-se laico, porém a Igreja Católica ainda dominou as escolas.
3) O escolanovismo marcou o apogeu da profissão docente, porém a escola passou a ser culpabilizada pelos problemas sociais.
Reformas educacionais e ideários pedagógicos no inicio dos anos 30Jhenifer Silva
O documento descreve a reforma educacional promovida por Francisco Campos no Brasil na década de 1930 e o debate em torno da educação na Assembleia Nacional Constituinte de 1933-1934. Campos organizou a educação por meio de decretos que criaram o Conselho Nacional de Educação e regulamentaram a educação superior e secundária. O "Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova" de 1932 defendia uma pedagogia renovada, com influência de diferentes ideias liberais, católicas, integralistas e comunistas.
O documento fornece um resumo histórico do ensino médio no Brasil desde o Império até os dias atuais, destacando: 1) Sua origem no Império com a criação dos liceus provinciais e do Colégio Pedro II; 2) A manutenção da dualidade federal-estadual na República e a separação entre ensino popular e de elites; 3) A regulamentação do ensino médio nos anos 1930 com as Leis Orgânicas e a centralização no Estado Novo.
Caderno 1 - formação de professores do ensino médio - ensino médio e formação...NTE RJ14/SEEDUC RJ
1) O documento descreve a história do ensino médio no Brasil desde o Império até os dias atuais, destacando suas origens e transformações ao longo do tempo.
2) No Império, os liceus provinciais marcaram a organização do ensino médio, enquanto o Colégio Pedro II foi criado para formar as elites.
3) Na República, o ensino médio manteve caráter seletivo e dual, separando o ensino popular do ensino para as classes mais altas.
Este documento descreve uma pesquisa sobre a Escola Rural da Faxina, atual Escola Municipal Dr. Vieira da Cunha, localizada em Piratini no Rio Grande do Sul. O estudo analisa as ações do governo de Leonel Brizola entre 1959-1962 em relação à educação, incluindo a construção da escola como parte do projeto "Nenhuma criança sem escola no Rio Grande do Sul". A pesquisa utiliza fontes históricas e entrevistas para compreender as características iniciais da escola.
O documento descreve a história da reforma do ensino superior no Brasil desde o período colonial até os dias atuais. Inicialmente, apenas os jesuítas ofereciam cursos superiores de filosofia e teologia. Ao longo dos séculos, o ensino superior foi se estruturando gradualmente através de cursos isolados e da criação de instituições formais. Grandes reformas ocorreram nas décadas de 1960 e 1970 durante a ditadura militar, centralizando o controle e privatizando o sistema.
O Legado Educacional Educacional Brasileiro do Século XIXKatia Monteiro
O documento resume os principais pontos da leitura de Demerval Saviani sobre a periodização da história da educação brasileira. Saviani critica as abordagens anteriores que seguiam critérios externos como aspectos políticos ou econômicos. Ele propõe uma periodização centrada em aspectos internos ao desenvolvimento da educação no Brasil, dividida em duas etapas: 1) os antecedentes desde a pedagogia jesuítica até o início da República; 2) a escola pública propriamente dita a partir de 1890, subdiv
O documento descreve a trajetória do INEP e da CAPES durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985). O INEP, que se preocupava com educação básica, entrou em declínio após a saída de Anísio Teixeira, enquanto a CAPES, focada em ensino superior, continuou suas atividades. Isso ocorreu porque o INEP incomodava os militares ao tentar resolver problemas educacionais das classes baixas, enquanto a CAPES atendia apenas à elite.
Dissertaçao a intencionalidade formativa expressa nos projetos pedagogicos ...Lisandra Jardim
Este documento apresenta uma dissertação de mestrado que investiga a intencionalidade formativa expressa nos Projetos Pedagógicos de escolas rurais no município de Pelotas, RS. A dissertação está estruturada em três partes principais: 1) contextualização da pesquisa e conceito de emancipação marxiano; 2) método dialético marxiano e operacionalização da pesquisa; 3) análise e síntese dos Projetos Pedagógicos à luz do conceito de emancipação.
Os Pioneiros do Manifesto da Educação NovaAline Mota
O manifesto defende uma "educação nova" que se adapte à sociedade moderna e industrializante do Brasil. Ele critica a "escola tradicional" por ser elitista e passiva, defendendo em seu lugar uma "escola socializada" baseada na atividade, produção e trabalho. O manifesto também enfatiza a importância de entender o desenvolvimento natural da criança e do conhecimento do educando pelo professor.
Este documento fornece um panorama histórico da educação no campo no Brasil, discutindo como ela foi negligenciada e descontextualizada da realidade rural. Também define conceitos-chave como "campo" e "educação do campo", argumentando que esta deve levar em conta as culturas, modos de vida e saberes dos povos rurais. Por fim, destaca a importância das Diretrizes Operacionais de 2001 para começar a direcionar a educação às necessidades reais do meio rural.
This Spanish idiom "Hablar por los codos" literally translates to "Speak through your elbows" and is used to describe someone who talks nonstop or excessively without stopping to take a breath.
The document provides a summary of the applicant's work history from 2000-2011, including positions as a welder for various companies in Israel, Romania, and Italy. Some of the projects involved welding for hospitals, ships, nuclear plants, and refineries. The applicant notes no medical problems and lists languages as middle English, good Italian, and very good Romanian. Additional skills include welding under high pressures and various welding processes. The applicant has held a B+E and C+E driving license since 2000.
O documento descreve a evolução histórica da Didática no Brasil de 1549 a 1980, desde os primórdios com os jesuítas até se tornar uma disciplina nos cursos de formação de professores. A Didática foi inicialmente influenciada pelos jesuítas e seu foco na catequese, depois passou por diferentes abordagens ao longo dos séculos com ênfase variando entre aspectos práticos e teóricos. Após 1930, a Didática emergiu como disciplina nos cursos de formação de professores, mas seu enfoque mudou con
As reformas educacionais républica velhadocxMarcos Souza
O documento descreve as principais reformas educacionais no Brasil da Primeira República, incluindo as reformas de Leôncio de Carvalho (1879), Benjamim Constant (1890), Epitácio Pessoa (1901), Rivadávia Correa (1911), Carlos Maximiliano (1915) e Rocha Vaz (1925). Apesar dessas reformas, os níveis de analfabetismo permaneceram altos, indicando que as políticas educacionais não corresponderam à realidade brasileira. No entanto, as reformas também levaram a diagnóstic
A Educação no Brasil no Período da Segunda RepúblicaDonizete Soares
Este documento descreve a educação no Brasil entre 1930-1945, um período de grandes transformações políticas e sociais. O texto destaca a centralização da política educacional sob o ministro Gustavo Capanema no Estado Novo, com a reforma do ensino secundário e técnico-industrial visando formar as elites e a classe trabalhadora. Também ressalta as desigualdades educacionais geradas no período colonial que perduraram nesse período.
O trabalho do instituto universitário nacional de diretos humanos madres de p...fontouramail
1) O documento discute o trabalho do Instituto Universitário Nacional de Direitos Humanos Madres de Praça de Maio (IUNMa) como política pública de educação para a América Latina.
2) O IUNMa carrega o legado da antiga Universidade das Mães da Praça de Maio, criada em 2001 para demonstrar a importância do conhecimento em suas diversidades e práticas sociais.
3) A experiência das universidades populares tem se constituído como possibilidade ante o processo do não reconhecimento do acesso da maioria da
O documento discute as políticas educacionais no contexto do neoliberalismo no Brasil. Primeiro, aborda a relação entre ideologia e educação, destacando diferentes perspectivas. Em seguida, analisa a crise do capitalismo e do pensamento liberal. Por fim, descreve as principais características da educação no contexto neoliberal brasileiro, como a ênfase na escola como meio de ascensão social dentro de um sistema que mantém a exclusão social.
RELAÇÕES ENTRE O ESTADO E A ESCOLA NO BRASIL, PARTICIPAÇÃO E POLÍTICAS EDUCAC...Paulo Lima
O documento discute as relações entre Estado e escola no Brasil, a participação nas políticas educacionais e a gestão democrática. Analisa como as políticas neoliberais a partir da década de 1990 influenciaram a educação para atender aos interesses do mercado, promovendo uma participação controlada através de conselhos escolares. Questiona se a gestão democrática idealizada nos anos 1980 se mantém ou se tornou um controle estatal sobre a sociedade civil.
O documento resume o texto "O legado educacional do “longo século XX” brasileiro" de Dermeval Saviani. Ele divide a educação no século XX em três partes: a história da escola pública no Brasil desde o século XVI, os avanços e desafios da escola pública no longo século XX, e as conclusões de Saviani sobre o sistema educacional brasileiro.
1) O documento discute a educação no Brasil Imperial e nas primeiras décadas da República, período de transformações no sistema educacional brasileiro.
2) Houve mudanças significativas na educação já no final da Monarquia, com o Estado tornando-se laico, porém a Igreja Católica ainda dominou as escolas.
3) O escolanovismo marcou o apogeu da profissão docente, porém a escola passou a ser culpabilizada pelos problemas sociais.
Reformas educacionais e ideários pedagógicos no inicio dos anos 30Jhenifer Silva
O documento descreve a reforma educacional promovida por Francisco Campos no Brasil na década de 1930 e o debate em torno da educação na Assembleia Nacional Constituinte de 1933-1934. Campos organizou a educação por meio de decretos que criaram o Conselho Nacional de Educação e regulamentaram a educação superior e secundária. O "Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova" de 1932 defendia uma pedagogia renovada, com influência de diferentes ideias liberais, católicas, integralistas e comunistas.
O documento fornece um resumo histórico do ensino médio no Brasil desde o Império até os dias atuais, destacando: 1) Sua origem no Império com a criação dos liceus provinciais e do Colégio Pedro II; 2) A manutenção da dualidade federal-estadual na República e a separação entre ensino popular e de elites; 3) A regulamentação do ensino médio nos anos 1930 com as Leis Orgânicas e a centralização no Estado Novo.
Caderno 1 - formação de professores do ensino médio - ensino médio e formação...NTE RJ14/SEEDUC RJ
1) O documento descreve a história do ensino médio no Brasil desde o Império até os dias atuais, destacando suas origens e transformações ao longo do tempo.
2) No Império, os liceus provinciais marcaram a organização do ensino médio, enquanto o Colégio Pedro II foi criado para formar as elites.
3) Na República, o ensino médio manteve caráter seletivo e dual, separando o ensino popular do ensino para as classes mais altas.
Este documento descreve uma pesquisa sobre a Escola Rural da Faxina, atual Escola Municipal Dr. Vieira da Cunha, localizada em Piratini no Rio Grande do Sul. O estudo analisa as ações do governo de Leonel Brizola entre 1959-1962 em relação à educação, incluindo a construção da escola como parte do projeto "Nenhuma criança sem escola no Rio Grande do Sul". A pesquisa utiliza fontes históricas e entrevistas para compreender as características iniciais da escola.
O documento descreve a história da reforma do ensino superior no Brasil desde o período colonial até os dias atuais. Inicialmente, apenas os jesuítas ofereciam cursos superiores de filosofia e teologia. Ao longo dos séculos, o ensino superior foi se estruturando gradualmente através de cursos isolados e da criação de instituições formais. Grandes reformas ocorreram nas décadas de 1960 e 1970 durante a ditadura militar, centralizando o controle e privatizando o sistema.
O Legado Educacional Educacional Brasileiro do Século XIXKatia Monteiro
O documento resume os principais pontos da leitura de Demerval Saviani sobre a periodização da história da educação brasileira. Saviani critica as abordagens anteriores que seguiam critérios externos como aspectos políticos ou econômicos. Ele propõe uma periodização centrada em aspectos internos ao desenvolvimento da educação no Brasil, dividida em duas etapas: 1) os antecedentes desde a pedagogia jesuítica até o início da República; 2) a escola pública propriamente dita a partir de 1890, subdiv
O documento descreve a trajetória do INEP e da CAPES durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985). O INEP, que se preocupava com educação básica, entrou em declínio após a saída de Anísio Teixeira, enquanto a CAPES, focada em ensino superior, continuou suas atividades. Isso ocorreu porque o INEP incomodava os militares ao tentar resolver problemas educacionais das classes baixas, enquanto a CAPES atendia apenas à elite.
Dissertaçao a intencionalidade formativa expressa nos projetos pedagogicos ...Lisandra Jardim
Este documento apresenta uma dissertação de mestrado que investiga a intencionalidade formativa expressa nos Projetos Pedagógicos de escolas rurais no município de Pelotas, RS. A dissertação está estruturada em três partes principais: 1) contextualização da pesquisa e conceito de emancipação marxiano; 2) método dialético marxiano e operacionalização da pesquisa; 3) análise e síntese dos Projetos Pedagógicos à luz do conceito de emancipação.
Os Pioneiros do Manifesto da Educação NovaAline Mota
O manifesto defende uma "educação nova" que se adapte à sociedade moderna e industrializante do Brasil. Ele critica a "escola tradicional" por ser elitista e passiva, defendendo em seu lugar uma "escola socializada" baseada na atividade, produção e trabalho. O manifesto também enfatiza a importância de entender o desenvolvimento natural da criança e do conhecimento do educando pelo professor.
Este documento fornece um panorama histórico da educação no campo no Brasil, discutindo como ela foi negligenciada e descontextualizada da realidade rural. Também define conceitos-chave como "campo" e "educação do campo", argumentando que esta deve levar em conta as culturas, modos de vida e saberes dos povos rurais. Por fim, destaca a importância das Diretrizes Operacionais de 2001 para começar a direcionar a educação às necessidades reais do meio rural.
This Spanish idiom "Hablar por los codos" literally translates to "Speak through your elbows" and is used to describe someone who talks nonstop or excessively without stopping to take a breath.
The document provides a summary of the applicant's work history from 2000-2011, including positions as a welder for various companies in Israel, Romania, and Italy. Some of the projects involved welding for hospitals, ships, nuclear plants, and refineries. The applicant notes no medical problems and lists languages as middle English, good Italian, and very good Romanian. Additional skills include welding under high pressures and various welding processes. The applicant has held a B+E and C+E driving license since 2000.
El documento describe la configuración de una computadora con un procesador Intel Core 2 Duo E4600 de 2.40 GHz, 3 GB de memoria RAM y un disco duro de 300 GB.
El documento describe la configuración de una computadora con un procesador Intel Core 2 Duo E4600 de 2.40 GHz, 3 GB de memoria RAM y un disco duro de 300 GB.
El documento describe la función SI en Excel, la cual devuelve un valor condicionado a si una expresión lógica es verdadera o falsa. La función SI requiere tres argumentos: una prueba lógica, un valor si la prueba es verdadera, y un valor si la prueba es falsa. La función evalúa la prueba lógica y devuelve el valor correspondiente.
Tutorial earth escobar pintor juan daviddavidpintor13
El documento proporciona instrucciones en 6 pasos para usar Google Earth: 1) descargar Google Earth gratis si no está instalado, 2) buscar lugares deseados, 3) añadir marcas de posición para lugares específicos, 4) añadir rutas entre posiciones, 5) nombrar las rutas, 6) guardar las ubicaciones y rutas creadas.
O documento discute os principais argumentos que sustentam aspectos do evolucionismo, incluindo: (1) a anatomia comparada e os argumentos de órgãos homólogos, análogos e vestigiais, (2) a paleontologia e evidências de formas extintas e de transição, e (3) a embriologia e semelhanças no desenvolvimento embrionário entre espécies.
O documento convoca membros do Partido Socialista para apoiar a candidatura do autor à presidência da Federação Distrital do PS de Santarém nas eleições internas de 16 de Junho. O autor destaca sua longa militância no PS e experiência em cargos políticos e públicos. Pede apoio para que seu projeto vença e reforce a união da Federação em prol de ganhar mais câmaras municipais nas eleições autárquicas de 2013.
The weekly report submitted by Nuttapong Hansiriwattanakit on April 4, 2012 provides an update on work developing an omnidirectional wheeled platform. The platform uses Mecanum wheels controlled by a motor driver receiving commands from a controller. A drive circuit connects the controller to the Mecanum wheel motors. The report is submitted for the INC 281 Multidisciplinary Workshop course at King Mongkut's University of Technology Thonburi.
O documento descreve o contexto histórico e ideológico da educação no Brasil entre 1930-1945, quando houve debates entre os que defendiam a educação religiosa privada e os renovadores que defendiam a educação pública, laica e gratuita. O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova de 1932 propôs um plano de reconstrução educacional com novas diretrizes nacionais para a educação.
1) O documento descreve a história da educação de adultos no Brasil desde o período colonial até a década de 1960.
2) Nos anos 1950 e 1960, houve um período de renovação com diversos programas e movimentos de educação de adultos.
3) A partir de 1964, com o golpe militar, muitos desses programas foram reprimidos, embora algumas práticas tenham continuado de forma dispersa.
A EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL AO LONGO DA HISTÓRIA E OS REQUISITOS PARA SE...Faga1939
Este artigo tem por objetivo apresentar a evolução da educação do Brasil ao longo da história e os requisitos para seu futuro desenvolvimento. De 1500 até o século XIX, a educação brasileira voltou-se exclusivamente à formação das camadas superiores, no intuito de prepará-las para as atividades político-burocráticas e das profissões liberais quase sempre a cargo ou sob a influência da iniciativa privada religiosa. A relação umbilical entre a Igreja Católica e o poder colonial português foi mantido no Brasil mesmo após sua independência ocorrida em 1822 durante o período imperial e chegou ao fim com a Proclamação da República quando houve o divórcio oficial entre Igreja e Estado. Ao nível das políticas públicas, houve várias tentativas de reforma educacional por parte do governo central republicano que acabaram por perpetuar o modelo educacional herdado do período colonial. A primeira LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira) da história da educação brasileira não rompeu o binômio do elitismo e da exclusão que se manifestava na educação brasileira desde o período colonial. A LDB de 1961 possibilitou a coabitação da escola pública e da particular. Esta situação educacional vigente no Brasil da segunda metade do século XX teve em Paulo Freire um crítico contundente. Em 1982, surgiram projetos educacionais alternativos ao ensino tecnicista imposto pela ditadura militar, como o que ocorreu no Rio de Janeiro durante o governo de Leonel Brizola que implementou os chamados CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública) que eram escolas de período integral. Mas essas experiências educacionais adotadas de forma autônoma e de acordo com as correlações de forças que se estabeleciam entre as tendências pedagógicas existentes estavam fadadas a ter vida curta como de fato aconteceu. Com o fim da ditadura militar no Brasil, a última década do século XX ficou marcada pela adoção do modelo econômico neoliberal que prejudicou as políticas públicas, em particular a educação, pois permitiu o crescimento do setor privado, principalmente no âmbito do ensino superior, enquanto na escola pública o ensino ficou ainda mais ineficiente, situação esta que se mantem até hoje. Agora, porém, a exclusão das classes populares se realizava porque a escola de Estado não garante a aprendizagem efetiva dos conhecimentos essenciais exigidos pela sociedade brasileira. Pelo exposto, conclui-se que ainda existe uma grande tarefa a ser resolvida pela sociedade brasileira contemporânea: a efetiva consolidação da escola de Estado, pública, laica e de qualidade para todos. Na era contemporânea, urge promover uma revolução no sistema de educação do Brasil, que se tornou necessária porque o péssimo desempenho do sistema de educação do Brasil resulta, entre outros fatores, sobretudo da insuficiência de investimentos na educação brasileira quando comparado com os investimentos em educação dos melhores sistemas de educação do mundo.
O documento discute a qualidade da educação nas escolas públicas do Brasil a partir de uma perspectiva popular e democrática. Primeiro, analisa as iniciativas educacionais desde o período colonial até hoje para mostrar que a expansão do acesso à educação representou uma conquista para a maioria da população. Em seguida, argumenta que a qualidade da educação deve ser interpretada levando em conta os interesses populares e a luta histórica por acesso à escola.
Caderno1- Ensino Médio e Formação Humana IntegralDillzzaa
1) O documento apresenta um resumo histórico do ensino médio no Brasil, desde o período imperial até os dias atuais.
2) Durante o império, o ensino médio esteve sob controle do poder central, com a criação de liceus provinciais e do Colégio Pedro II.
3) Na república, a educação foi laicizada e organizada de forma dualista, com ensino popular para o povo e ensino seletivo para as elites nas escolas secundárias.
1) O documento descreve a história do ensino médio no Brasil desde o Império até os dias atuais, destacando suas origens e transformações ao longo do tempo.
2) Inicialmente, o ensino médio era oferecido de forma fragmentada nas províncias do Império, mas passou a ser organizado em liceus a partir de 1835.
3) Na República, a educação passou a ser dividida entre esferas federal e estadual, mantendo-se o dualismo entre ensino popular e seletivo para elite.
1) O documento apresenta um resumo histórico do ensino médio no Brasil, desde o período imperial até os dias atuais.
2) Durante o império, o ensino médio foi organizado pelas províncias através dos liceus provinciais, com exceção do Colégio Pedro II no Rio de Janeiro.
3) Na república, a constituição de 1891 transferiu o ensino primário para os estados, mantendo a dualidade entre ensino federal e estadual. O ensino médio continuou seletivo e destinado às el
O documento discute a história e origens da escola pública, desde Comênio e Rousseau até a implementação no Brasil no século XIX. Apresenta as características da escola de massas com turmas seriadas e currículo padronizado. Também aborda a expansão da escola pública no Brasil da República, visando educar os cidadãos, embora o país ainda tivesse estrutura agrário-exportadora diferente dos países industrializados.
Centralização e descentralização no sistema educativoPedro Barreiros
1. A centralização e descentralização não são virtudes ou defeitos em si mesmas, mas devem ser compreendidas no seu contexto histórico e social. Ambas podem contribuir para a democracia ou oligarquia.
2. No século XVIII surgiu a ideia de que o Estado deveria zelar pela instrução pública. Isto levou a uma tendência para a criação de sistemas educativos integrados, nacionais, homogéneos e controlados centralmente nos séculos XIX e XX.
3. Esta tendência não foi resultado
EDUCAÇÃO POPULAR: ANÁLISE DA PRÁTICA BRASILEIRA DURANTE A DÉCADA DE 1970Janaina Silveira
Este documento analisa as relações entre educação popular e escola no Brasil durante a década de 1970, tomando como base as contribuições de Louis Althusser e Antonio Gramsci. Discutem-se as concepções de escola como aparelho de reprodução da ideologia dominante segundo Althusser versus como instrumento de transformação social segundo Gramsci. Também se apresenta um panorama da educação popular brasileira na década de 1970 e como ela se diferenciava da educação veiculada pela escola.
O documento discute a história da educação no Brasil desde os jesuítas no século XVI até as leis recentes, como a LDB de 1996. Ele destaca alguns marcos importantes como a primeira lei nacional de educação de 1827, a Constituição de 1988 que tornou o ensino fundamental obrigatório e gratuito, e a implantação do ensino fundamental de 9 anos a partir da década de 1990.
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1) O documento descreve a história do ensino médio no Brasil desde o período imperial até os dias atuais, destacando suas origens e transformações ao longo do tempo.
2) No império, o ensino médio esteve sob controle centralizado e o Colégio Pedro II foi criado para formar as elites, enquanto os liceus provinciais tiveram menos importância.
3) Na república, a educação ficou sob responsabilidade dos estados, mas o ensino médio continuou seletivo e destinado às classes mais altas.
Este artigo discute a situação atual da Educação de Jovens e Adultos no Brasil, fazendo uma análise retrospectiva das políticas educacionais ao longo do século XX. A educação de adultos se tornou objeto de políticas educacionais nos anos 1940, com iniciativas como a Campanha Nacional de Educação de Adultos de 1947. Nos anos 1960, experiências como as de Paulo Freire introduziram um paradigma de educação popular e conscientizadora. Nos anos 1970, o programa Mobral promoveu a alfabetização em massa, porém de forma centralizada.
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O documento faz um balanço histórico do ensino médio no Brasil, desde o Império até os dias atuais. Apresenta como o ensino médio era organizado durante o Império e a Primeira República, com uma separação clara entre o ensino popular e o ensino das elites. Também discute os desafios atuais do ensino médio brasileiro, como a necessidade de assegurar o direito à educação de qualidade para todos.
1. INSPEÇÃO ESCOLAR, PATRIOTISMO E ESCOLA: ORGANIZAÇÃO DA INSPEÇÃO
ESCOLAR E CULTURA CÍVICA NAS ESCOLAS PRIMÁRIAS DE SANTA CATARINA
(1900 – 1930)1
Dorval do Nascimento – PPGE/UNESC
Agência Financiadora: CNPq e FAPESC
RESUMO
Busca-se refletir sobre a atuação dos inspetores escolares em relação à promoção de uma cultura
cívica nas escolas primárias de Santa Catarina durante os últimos trinta anos da Primeira
República. A organização de um efetivo serviço de inspeção escolar deu-se a partir da reforma do
ensino no governo Vidal Ramos, em 1911, a partir da qual os inspetores atuaram no sentido de
implementar nas escolas o moderno método de ensino que então se impulsionava e, ao mesmo
tempo, garantiam práticas de patriotismo articulando elementos de uma cultura cívica que era
pensada no sentido de revitalizar as instituições republicanas. As exigências de incorporação das
populações de origem estrangeira presentes no Estado adicionaram uma dimensão ainda mais
relevante à inspeção, do ponto de vista do Estado. O acompanhamento da atuação dos inspetores
escolares permite descortinar aspectos do projeto republicano de constituição da nação a partir da
formação cívica da população, que teve a escola como local estratégico.
PALAVRAS-CHAVE: Inspeção escolar; cultura cívica, patriotismo, Santa Catarina.
1. Introdução
Refletir sobre a atuação dos inspetores escolares no Estado de Santa Catarina em razão de
um projeto de Estado que articulava as escolas primárias como locais fundamentais da formação
do cidadão republicano em um período histórico de desencantamento com o regime implantado
em fins do século XIX é o escopo deste texto. Os inspetores representaram a solução, existente
no país desde o Império, para a fiscalização do ensino e a consecução dos objetivos do Estado,
especialmente após a reforma de 1911 no caso de Santa Catarina, onde confluíam interesses de
difundir o ensino “moderno” e impulsionar uma cultura cívica assentada sobre a promoção do
patriotismo e do nacionalismo. O conceito de cultura cívica permite caracterizar o trabalho dos
inspetores na medida em que por este termo se entende as “maneiras de inscrever nos corpos (e
mentes) o sentimento de pertencimento a uma Nação, a transfiguração da Pátria em corpo”
(VAGO, 2002, p. 125).
1
O presente trabalho foi realizado com apoio do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico, e da FAPESC, Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina.
2. No âmbito do projeto de modernização do ensino no Estado, as escolas primárias
assumiram uma dimensão cultural fundamental para os interesses estatais, como um local de
inculcação de idéias e exaltação do Estado-nação, vinculando-se este a República recém
implantada. As soluções baseadas no patriotismo buscaram redimensionar o papel da escola e das
professoras, em uma missão que afetava diretamente a formação dos cidadãos republicanos,
pensada a partir dos interesses das elites ocupantes do Estado. Os inspetores escolares foram
articulados como agentes do Estado com poder para fazer cumprir o programa de transformações
pensado para as escolas primárias.
As questões relacionadas à atuação dos inspetores escolares articulada a promoção de
valores patrióticos foram pensadas a partir de um conjunto de fontes primárias levantado por
pesquisa documental no decorrer dos dois últimos anos, constituído por regulamentos de
instrução pública, mensagens e relatórios governamentais, relatórios de inspetores escolares,
correspondências, legislação educacional e termos de visitas de escolas isoladas do Estado.
Busca-se inicialmente situar a implementação do serviço de inspeção escolar em Santa Catarina
e, em um segundo momento, discutir o cotidiano do inspetor escolar em relação, principalmente,
a promoção do civismo e de uma cultura cívica.
2. Reforma de 1911 e o serviço de inspeção escolar
O serviço de inspeção escolar do ensino público no Estado foi efetivamente organizado a
partir da reforma do ensino em 1911, no governo de Vidal Ramos. A reforma significou a adoção
por parte das elites republicanas catarinenses, do modelo implementado na província de São
Paulo a partir de 1893 com o governo Bernardino de Campos (FIORI, 1975, p. 92 – 94;
NÓBREGA, 2000). Desde a implantação da República no país, os governantes paulistas
investiram em um sistema de ensino modelar, através do qual definiam a escola como sinônimo
de progresso e modernidade republicanos, e fortaleciam e ampliavam sua hegemonia na
federação, tornando o ensino paulista em modelo para a instauração de reformas do ensino
público em várias unidades da União (CARVALHO, 2000, p. 225). A disponibilidade do
3. professor paulista Oestes Guimarães2, mentor, organizador e executor da reforma, colocado à
disposição do governo catarinense pelo Estado de São Paulo, vinculou explicitamente a reforma
do ensino catarinense com as concepções que se colocavam em prática no estado paulista. A
reforma tratava da escola normal e do ensino primário, em vista de que a constituição republicana
de 1891, ainda que determinasse a competência concomitante do governo federal e estadual em
matéria de educação, prevalecia a interpretação de acordo com a qual cabia a União
responsabilizar-se pela escola secundária e superior, enquanto aos Estados competia a
administração e ampliação da escola primária e técnico-profissional (NAGLE, 1997, p. 266).
Em sua exposição de motivos referente à reforma estabelecida por lei em ano anterior,
Vidal Ramos vincula a reforma do ensino diretamente aos ideais da República e representa a
reforma como capaz de completar a obra que havia sido iniciada pelo movimento de 1889,
principalmente em vista do analfabetismo que impedia o povo de “se governar a si mesmo”:
A mudança radical da forma de governo não foi bastante à definitiva consagração dos
direitos que as novas instituições nos apontavam e pelos quaes de há muito anceava a
consciência nacional. É que ao povo não se deu a instrucção indispensável ao exercício
integral dos direitos que são a belleza e o alicerce do regimen democrático. Sem o ensino
largamente diffundido em todas as camadas sociaes, a jornada de 89 não ficará completa.
Velha aspiração, necessidade tantas vezes proclamada a da republicanização da
República...”(MENSAGEM..., 1911, p. 4).
A reforma situa-se naquele movimento que Nagle denominou “entusiasmo pela educação”
como “uma resposta à desilusão sobre as virtudes do Estado republicano para educar a
população” (NAGLE, 1997, p. 265). Pensada como capaz de republicanizar o regime, passadas
duas décadas de sua proclamação, a reforma expressava também um desejo de regenerar a
população já que “as influencias geographicas e históricas e os poderosos factores ethnicos
geraram a apathia, a falta de iniciativa e o desânimo que são, na phrase de um escriptor pátrio, as
características do povo brazileiro, considerado como typo sociológico”. Assim, caberia a
educação a “tarefa de attenuar e eliminar aquellas taras que tanto amolleceram e entibiaram o
caracter nacional, cuja pior feição, um sábio filho da Allemanha apontou na ‘negação ao trabalho
regular’” (MENSAGEM..., 1911, p. 7). Produzir uma população ordeira e disposta ao trabalho,
imbuída de valores patrióticos que a impelissem a participação política disciplinada era o
propósito final que pretendiam alcançar os governantes estaduais.
2
Orestes de Oliveira Guimarães nasceu em Taubaté em 1871. Formou-se professor pela Escola Normal de São Paulo
e foi diretor de grupos escolares naquele Estado. Dirigiu o Colégio Municipal de Joinville entre 1907 e 1908. Foi
contratado pelo governo de Santa Catarina e assumiu o cargo de Inspetor Geral da Instrução no Estado a partir de
1911 (SCHEIBE; DARÓS, 2002, p. 123).
4. A reforma criou efetivamente um sistema de ensino no Estado. A direção superior do
sistema era constituída pelo secretário geral do Estado, na condição de supervisor e auxiliar direto
do governador, e do diretor de instrução pública, a quem cabia a direção imediata de todo o
sistema (REGULAMENTO..., 1911). Reservou-se a função de inspetor geral do ensino a Orestes
Guimarães enquanto durasse seu contrato, a quem cabia “dirigir a parte technica do ensino”, a
“inspecção e fiscalização superior de todas as escolas do município em que se achar”, opinar
sobre obras didáticas, emitir parecer quando solicitado pelo governo e “exercer por si e por
intermédio de seus immediatos auxiliares, os inspetores escolares, a inspecção e fiscalização do
ensino” (REGULAMENTO..., 1911, artigos 4, 6 e 7 das Disposições Transitórias). Inspetores
escolares e chefes escolares completavam o quadro de funções de direção da instrução pública no
Estado. Os últimos exerciam funções mais administrativas, especialmente o controle da
freqüência das professoras.
A rede de escolas primárias que a reforma organizou era constituída pelo grupo escolar
como instituição modelo do ensino moderno que então se almejava fosse disseminado pelo
Estado, e um conjunto de estabelecimentos, em maior número e que atendiam a população no
meio rural e nas proximidades dos poucos núcleos urbanos, constituídos por escolas
complementares e isoladas, as últimas classificadas em categorias de acordo com a titulação do
docente, como preliminares, no caso de normalistas, intermédias as “regidas por professores
vitalícios ou effectivos” não normalistas, e provisórias no caso de professores nomeados
(REGULAMENTO..., 1911, Capítulo I).A reforma aprovou também a obrigatoriedade do ensino
dos sete aos quatorze anos, estabelecendo multas aos pais que descumprissem a determinação
legal.
Ao expor os objetivos finais da reforma, o governo Vidal Ramos afirmou que pretendia,
além da fundação “de um novo typo de escola [referindo-se aos grupos escolares]” e de “dar à
mocidade um professorado cheio de emulação”, também “estabelecer uma fiscalização technica e
administrativa real e constante” do ensino (MENSAGEM..., 1911, p. 28). Grupos escolares,
formação dos professores no “método intuitivo” e fiscalização rigorosa das atividades desses
professores, se constituíam nos mecanismos através dos quais o Estado pretendia alcançar os
objetivos políticos estabelecidos para a educação. O ensino foi pensado pelos reformadores a
partir da eficácia do novo método de aprendizagem promovido na escola normal e nos grupos
escolares, cabendo aos inspetores a garantia de que o método fosse aplicado naqueles
5. estabelecimentos como também, e ao que parece principalmente, nas escolas estaduais isoladas e
municipais. Concomitante a preocupação com o método, no sistema de ensino implantado cabia
aos inspetores também, e não menos importante, garantir a função cívico-patriótica da escola,
através da vigilância sobre a atuação das professoras, especialmente nas atividades de história,
geografia, educação cívica e canto, como ver-se-á mais à frente.
Ainda que com características um pouco diferentes daquelas atribuídas aos inspetores por
ocasião da reforma de 1911, a inspeção escolar era organizada no período anterior através de
chefes de distrito e delegados escolares, articulados a partir do nível municipal, sem uma
articulação mais próxima ao poder estadual, o que impedia ao governo do Estado exercer uma
fiscalização conveniente a seus interesses.
A fiscalisação do ensino é completamente nulla. Os chefes de districtos e delegados
escolares – quase sempre homens sem a necessária instrucção – não sendo remunerados,
limitam, em regra, as suas funções a attestação, muitas vezes falsa, do exercício dos
professores e da freqüência da escola – que nunca visitaram e que talvez nem saibam
onde funcciona” (MENSAGEM..., 1903, p. 21).
Sem remuneração e leais às autoridades municipais que os haviam indicado à função, os
chefes e delegados não atendiam aos interesses do governo estadual, mas eram tolerados em vista
das dificuldades financeiras e da letargia a que era submetido o ensino primário. Entretanto, na
primeira década do século XX a necessidade de uma reforma do ensino era constantemente
reafirmada nos documentos oficiais, quase sempre associada à precária formação dos professores
e a falta de uma fiscalização eficaz. No que tange a inspeção do ensino, a mensagem apresentada
ao Congresso Representativo em 1905 propõe dividir o “Estado em três circumscripções, pelo
menos, e nomear para cada uma um Inspector de Ensino, que poderá ser tirado do quadro do
professorado público, arbitrando-se-lhe uma gratificação razoável” (MENSAGEM..., 1905, p.
12). Apesar da afirmada necessidade de inspeção, apenas a partir de 1908 houve inspetores
remunerados, não se sabe em que quantidade, para inspecionar as escolas (MENSAGEM... 1908,
p. 14). No ano seguinte, relata-se a existência de “um só empregado, que no referido anno [1908]
inspeccionou as escolas públicas de 14 municípios” (MENSAGEM..., 1909, p. 12). Na mesma
mensagem se retoma a proposta de dividir o Estado em três áreas de fiscalização, implementada
efetivamente a partir da reforma de 1911.
Com a efetivação, ainda que precária e incipiente, da inspeção escolar a partir de 1908,
faz-se referência, na mesma Mensagem, ao recenseamento escolar anual como base para a
6. criação de categorias de escolas conforme a necessidade e de garantia da obrigatoriedade do
ensino primário no Estado (MENSAGEM..., 1908, p. 14). A estatística aplicada ao ensino
começou a ser pensada no Estado como um instrumento de controle das atividades escolares e
fiscalização do ensino, ao lado e auxiliar ao trabalho dos inspetores. Em 1915, passado o governo
Vidal Ramos, mas mantido o sistema de ensino que sua reforma inaugurou, o secretário geral dos
negócios do Estado, em relatório ao governo, reafirmou a importância da estatística escolar como
instrumento de fiscalização.
Infelizmente, a estatística referente às escolas isoladas é, entre nós, muito defeituosa. A
Directoria de Instrucção, dispondo apenas de 2 empregados não poude, até 1914,
organisar um trabalho exacto da estatística escolar. Os boletins mensaes eram guardados
taes como vinham e aos professores que não os remettiam nunca se lhes exigia o
cumprimento dessa obrigação. Convencido de que uma rigorosa organisação, tendente a
verificar e confrontar os boletins mensalmente enviados pelas escolas, será um forte
elemento de fiscalisação e que sem a estatística resultante desse trabalho não poderá
nunca, nem o Governo nem o povo, estar a par da situação, do progresso, das falhas e
das incoveniências do ensino, tenho dado, no corrente anno, constantes e rigorosas
ordens à Directoria para regularisar esse serviço (...)” (RELATÓRIO..., 1915, p. 64).
Apesar das dificuldades orçamentárias e carências de pessoal para o trabalho, a reforma
de 1911 articulou um importante serviço de inspeção do ensino primário tendo como
instrumentos a estatística escolar, os chefes escolares e, principalmente, os inspetores. A reforma
dividiu o Estado em três distritos escolares: Vale do Itajaí e norte do Estado; Arredores da capital
(Biguaçu, São José e Palhoça) e planalto serrano; sul do Estado (REGULAMENTO..., 1911,
artigo 15)3. As escolas da capital ficavam a cargo do diretor de instrução pública (artigo 17). Os
inspetores, residentes na capital, não tinham distrito fixo a fiscalizar, mas o faziam de acordo com
a determinação do inspetor geral ou diretor de instrução pública (artigo 16). A função de inspetor
era de nomeação do governador do Estado, recaindo sobre diplomados pelas escolas superiores,
ginásios ou escolas normais do país (artigo 14). Seus vencimentos eram do mesmo nível que dos
diretores de Grupo Escolar, abaixo apenas do diretor de instrução pública4. Sua familiaridade
com os princípios da reforma dar-se-ia pela obrigatoriedade de freqüentar, por dois meses após a
nomeação, as aulas do primeiro grupo escolar da capital “acompanhando sua organização,
méthodo e processo de ensino” (artigo 21). Além disso, e de freqüentarem o máximo possível “o
ensino ministrado nos grupos escolares” quando de sua estada na capital, deveriam também
3
O oeste catarinense passou a ser integrado ao Estado apenas em 1916, quando a questão da disputa territorial com o
Paraná teve um início de solução. Em 1924 a disputa foi definitivamente resolvida.
4
O inspetor geral, Orestes Guimarães, possuía contrato específico com o Governo do Estado.
7. “acompanhar o inspector geral das escolas isoladas da capital, afim de observarem a reforma do
ensino nas mesmas” (artigo 22). Em vista de sua função de garantir a aplicação dos princípios da
reforma nos grupos escolares e, principalmente, escolas isoladas, recaia sobre os inspetores a
obrigação de conhecerem com profundidade a reforma e o método de ensino que implementava.
3. Patriotismo e Nação: a atuação do inspetor escolar
De acordo com o Regulamento da Instrução Pública de 1911, incumbia aos inspetores
verificarem a escrituração da escola visitada, materiais escolares e, principalmente, o ensino
ministrado pelos professores, se conforme as determinações das autoridades estaduais. O inspetor
deveria permanecer na escola durante todo o dia verificando o seu funcionamento, observando as
aulas e, se necessário, ministrando aulas práticas para instruir os professores. Os principais
instrumentos de controle e exercício do poder que possuíam os inspetores eram os termos de
visita, lavrados ao final da inspeção escolar, e os relatórios que faziam ao diretor de instrução
pública ao final da inspeção de um conjunto de escolas e grupos escolares. Através deles os
inspetores relatavam suas impressões e recomendações, principalmente referentes ao trabalho dos
professores. O regulamento estabelecia que era da competência dos inspetores admoestar e
repreender diretores de grupos escolares e professores de escolas isoladas, podendo inclusive
propor ao diretor de instrução pública a suspensão ou demissão de diretores e professores ou, por
outro lado, sua inclusão no livro de honra da diretoria (REGULAMENTO..., 1911, artigo 30).
O Regulamento Geral da Instrução Pública, aprovado em 1914, manteve praticamente
intocada a competência dos inspetores escolares. Apenas algumas atribuições como a eliminação
dos alunos de escolas isoladas chamados “incorrigíveis” e a presidência de concursos e exames
de professores passaram à competência do diretor de instrução pública (REGULAMENTO...,
1914, artigos 64 e 103). Entretanto, manteve-se a estrutura do serviço de inspeção escolar tal
como havia sido estabelecida pela reforma. Pelo conjunto de suas competências e instrumentos
de que dispunham para fazer cumprir suas recomendações, os inspetores escolares exerciam um
papel fundamental no sistema de ensino implementado pela reforma de 1911, aquele de garantir o
controle dos processos pedagógicos existentes nas inúmeras escolas de cidades e localidades do
Estado.
8. O trabalho do inspetor escolar neste período organizava-se a partir de um roteiro de
escolas a visitar, determinado pelo inspetor geral ou pelo secretário geral de governo, ao fim do
qual deveria o inspetor elaborar relatório com a situação em que havia encontrado as escolas e
suas respectivas recomendações. Relatório do inspetor escolar José Duarte de Magalhães mostra
seu périplo pelas escolas do sul de Santa Catarina, iniciado em 17/10/1916 na escola mista da
Barra, em Laguna, retomado em 25/10/1916 com a escola mista de Mirim, também em Laguna,
estendendo-se até 10/11/1916, tendo realizado inspeção nas escolas de Araçatuba e Vila Nova em
Laguna; São Martinho, Baixo Capivari e Gravatá em Tubarão; Orleans, Jaguaruna e Sangão;
Urussanga Velha e Cangicas em Araranguá (RELATÓRIO..., 1916). Seu deslocamento era feito
em condições difíceis, dadas a precariedade das estradas e meios de transportes da época.
Não me foi possível informar-me do adiantamento dos alunnos, por ter chegado aquella
localidade as 2 ½ horas da tarde apezar de eu ter empregado todos os esforços para
chegar à hora do expediente, após longas horas de sol abrazador por caminhos arenosos
e defficeis. (RELATÓRIO..., 1916, p. 26).
A localidade era Urussanga Velha, no litoral sul do Estado. Ao chegar na escola, o
inspetor possuía um roteiro de inspeção e um rol de preocupações a partir dos quais organizava
sua visita. O Regulamento de 1911 estabelecia, dentre as atribuições do inspetor, verificar as
matrículas e freqüência de professoras e alunos, bem como a escrituração, permanecendo
preferencialmente todo o dia na escola para observar as aulas e corrigir o que julgasse necessário
(REGULAMENTO..., 1911, artigo 30). Uma nota de recomendação de um relatório de inspeção
ilustra bem o conjunto de elementos que o inspetor deveria verificar.
Submettidas estas últimas [classes de alunos do 2º e 3º anos] a exame de leitura, dictado,
contas e hygiene rural, notei algum aproveitamento, excepto nas duas últimas
disciplinas, devido a falta de preparo da referida professora, que ainda adopta os
processos antigos de ensino, hoje condemnados pela pedagogia moderna. Pelo que,
recommendei-lhe que preparasse em casa as noções de hygiene rural, que ministrasse
com mais interesse as aulas de educação cívica, que zelasse pela hygiene da sala de aula
(...). (RELATÓRIO..., 1916, p. 20 e 21).
Promover a aplicação dos modernos métodos de ensino, cuidar das condições de
funcionamento da sala de aula, observar os conteúdos que eram ministrados pela professora e
suas habilidades em ministrá-los e zelar pela educação cívica dos alunos relacionavam-se às
atribuições do inspetor como aquele que era uma espécie de guardião dos objetivos que a reforma
do ensino propugnava.
9. No programa das escolas isoladas, estabelecido pelo regulamento de 1911, destacava-se
que as disciplinas de geografia, história e educação cívica “serão dadas mais do ponto de vista
educativo do que, propriamente, instructivo” (REGULAMENTO..., 1911, artigo 75). Essa
diferenciação entre disciplinas instrutivas como leitura, caligrafia, linguagem e contas, e as
disciplinas educativas como as referidas acima, denota um espaço claramente formulado para
essas no sentido de promoverem a cultura cívica na escola.
Além dessas disciplinas referidas, tinha também grande importância na promoção do
patriotismo na escola a disciplina de canto, pois através dela eram preparados e entoados os hinos
patrióticos, fundamentais como símbolos da nação e na formação de cidadãos desde um ponto de
vista republicano. O ensino de canto e a observação de sua execução pelos alunos são uma
constante nos relatórios dos inspetores e termos de visita.
Recommendei-lhe portanto, mais amor ao estudo, mais methodo e mais dedicação aos
alunnos, esforçando-se pelo aproveitamento delles, obrigando-os a executar os hymnos
nacionaes, em cuja escola são mal cantados. (RELATÓRIO..., 1916, p. 13).
Em um termo de visita à escola de São Martinho, Urussanga, o inspetor escolar observou
que os “alunnos só cantam os hymnos nacional e bandeira” (TERMO..., 1924). Cantar
corretamente os diferentes hinos patrióticos na sala de aula e nas cerimônias cívicas da escola era
fundamental para inculcar nos alunos o amor à pátria através da reverência a seus símbolos,
dentre os quais se destacam os hinos, a bandeira e os heróis e datas nacionais homenageados por
ocasião de feriados.
O entoar os hinos patrióticos é considerado como parte essencial do programa que o
governo estadual havia estabelecido para a escola, como instituição capaz de revitalizar a vida
republicana, em um período em que a frustração com o programa não realizado pelo regime
republicano era comum entre os próprios republicanos.
São desconhecidos pela professora [cantos nacionais] que allega não ter a respectiva
música; por isso esta parte essencial do programma, onde a creança começa a sentir as
primeiras vibrações da nossa nacionalidade, é infelizmente, como em muitas outras
escolas, relegada ao ostracismo. (RELATÓRIO..., 1916, p. 22 e 23).
Em outra parte do relatório o inspetor registra a má execução dos cantos e reclama que o
“professor parece ligar pouca importância a esta matéria, que julgo de grande alcance e vantagem
para a formação cívica da creança” (p. 19).
10. Da mesma forma, o ensino de português comparecia com destaque no programa das
escolas isoladas e grupos escolares através das matérias de leitura, caligrafia e linguagem,
colocadas em primeiro lugar nos programas citados e consideradas matérias instrutivas, ao lado
de contas. Aprender a ler, escrever e contar eram as habilidades consideradas mais importantes na
formação que a escola poderia fornecer aos alunos5, ao lado da formação cívica ministrada
através das disciplinas consideradas educativas. No entanto, o ensino da língua pátria e a
exigência de manusear corretamente o português culto não havia ainda, no período anterior a
primeira guerra mundial, assumido o papel definidor da nacionalidade e instrumento de combate
à “influência estrangeira” nas áreas de imigração do Estado como seria o caso do período
histórico posterior ao conflito. É verdade que os regulamentos de 1911 e 1914 faziam alusão ao
problema da incorporação de populações de origem estrangeira ao Estado nacional. O
regulamento de 1911, por exemplo, permitia que os estabelecimentos que não fossem subsidiados
pelo Estado ou municípios pudessem ministrar as aulas na língua de origem dos alunos (artigo
132), exigindo-lhes, no entanto, que observassem o ensino de português como uma das matérias
do currículo (§ 10, artigo 30). No caso do regulamento de 1914, além de manter o dispositivo
anterior, previa a possibilidade de nomeação de professoras que conhecessem a língua de origem
dos alunos para as localidades em que as circunstâncias os exigissem (artigo 163).
A deflagração da primeira grande guerra e a presença de populações de origem estrangeira
no Estado, em especial alemães e italianos, alterou a relação que o governo estadual – e o federal
– vinha mantendo com essas populações. Esses grupos étnicos haviam construído, desde sua
chegada, uma rede de escolas extremamente diversificada quanto a sua origem e manutenção –
mantidas pelos próprios imigrantes; paroquiais evangélicas ou católicas; subvencionadas pelos
governos alemães, italianos ou poloneses –que tinham em comum o ensino na língua de origem
dos alunos e a aprendizagem de aspectos geográficos, históricos e cívicos dos países de origem
(KREUTZ, 2000; DALLABRIDA, 2003; DALLABRIDA, 2005; OTTO, 2006). Além disso, as
próprias escolas isoladas e municipais das áreas de imigração assumiram, na maior parte dos
casos, conteúdos étnicos em sua atuação. A presença de populações de origem estrangeira no
Estado tornou-se um problema político nacional e levou as autoridades estaduais e federais a
tomarem uma série de medidas visando a sua incorporação ao Estado nacional, tendo a escola
5
“Nesse horário [das aulas] devem ter preferência os exercícios de cálculo, leitura e linguagem, os quaes, por
exigirem maior esforço intellectual, devem occupar o primeiro período de trabalho” (REGULAMENTO..., 1911,
artigo 112).
11. como centro estratégico de ação e a afirmação da língua portuguesa como instrumento
fundamental de nacionalização. Diante desse quadro o governo estadual interfere nas escolas
“que não se ensinasse a língua portugueza”, em geral fechando-as.
Cumprindo essa determinação, providenciei para que fossem fechadas, não só aquellas
escolas onde não se ensinasse a língua nacional, como todas aquellas em que o ensino de
nossa língua não fosse feito de modo efficiente. Em virtude dessa interpretação foram
fechadas cerca de 200 escolas particulares, que existiam nos municípios de S. Bento,
Joinville, Blumenau, Itajahy, Brusque, Palhoça, Tubarão e Imaruhy, a maioria das quaes
entretanto, ensinava o portuguez, mas não de modo efficiente. (MENSAGEM..., 1918, p.
40).
Além disso, foi necessário, desde a ótica do poder estadual, combater a presença
estrangeira nas próprias escolas públicas em áreas de imigração, tarefa que recaia sobre os
inspetores escolares, tornando a vigilância sobre as funções cívicas da escola ainda mais intensa.
A partir disso, as atividades de promoção do patriotismo, que eram importantes no rol de
preocupações dos inspetores no período pré-guerra, foram colocadas como prementes e itens
obrigatórios a serem observados nas visitas, já que o programa de nacionalização das populações
de origem estrangeira o exigia. Além disso, toda influência de origem estrangeira deveria ser
combatida, como no caso de uma inspeção em área de imigração italiana, quando o inspetor
afirma que “o material escolar está bem cuidado e a sala de aula é espaçosa, havendo porém
necessidade da senhora professora retirar da mesma os retratos do rei e da rainha da Itália”. E
acrescenta, em relação aos livros escolares, que “a senhora professora deve logo que receba os
livros de leitura da Diretoria de Instrucção, prohibir o uso dos livros ítalo-brasileiros que vi em
mãos de alguns alunnos” (TERMO..., 1924).
A atuação dos inspetores escolares na promoção do patriotismo e de uma cultura cívica
desde um ponto de vista do Estado republicano foi fundamental em todo o período histórico que
estamos analisando, com especial relevância no período posterior a primeira grande guerra em
vista do projeto de nacionalização levado a cabo pelas autoridades estaduais e federais.
4. Considerações Finais
12. Acompanhar a atuação dos inspetores escolares em Santa Catarina na Primeira República
nos permitiu descortinar aspectos do projeto republicano de constituição da nação a partir da
formação cívica da população. Neste projeto, a escola adquiriu um papel estratégico particular
como local de inculcação de noções de civismo e patriotismo, que permitiam ao Estado formar
um povo ordeiro, disciplinado e patriótico. Os inspetores escolares tiveram uma função central
neste processo, na medida em que garantiam que as escolas adotassem as determinações das
autoridades estaduais quanto ao método e organização do ensino, por um lado, enquanto
obrigavam os agentes escolares a exercitarem e fazerem exercitar o amor à pátria por meio das
disciplinas cívicas, festas escolares e respeito aos símbolos nacionais.
A atuação dos inspetores escolares tornou-se relevante a partir da organização, em 1911,
de um efetivo serviço de inspeção escolar. Essa atuação deu-se, em um primeiro momento, em
uma conjuntura de desilusão dos republicanos em relação às virtudes do regime implantado no
país e a um conseqüente projeto de republicanizar a República. A deflagração da primeira grande
guerra e a presença de populações de origem estrangeira no Estado criou as condições para a
primeira campanha de nacionalização, a partir da qual a atuação dos inspetores adquiriu a tarefa
da incorporação dessas populações ao Estado nacional. Diante disso, as exigências de práticas e
pedagogias patrióticas tornaram-se ainda mais importante na atuação desses inspetores escolares,
o que se intensificaria na segunda campanha de nacionalização com o governo Nereu Ramos
durante o Estado Novo.
Ao conjugar inspetores escolares e civismo buscou-se pensar a função da escola e do
sistema de ensino em um importante momento de constituição do Estado nacional brasileiro. A
atuação dos inspetores de alguma forma articulava as populações escolares citadinas e
interioranas aos preceitos que as elites republicanas propugnavam para o Estado. Sua presença
ameaçadora na escola representava o poder do Estado para elogiar, punir e, no fim das contas,
modificar hábitos em proveito de seus próprios interesses.
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