1) O documento apresenta o resumo de uma palestra sobre a história de vida de Jean Charles de Menezes, um brasileiro que migrou de Gonzaga, Minas Gerais para Londres.
2) Jean Charles foi morto em 2005 pela polícia de Londres que o "confundiu" com um terrorista no metrô da cidade.
3) A palestra analisa como a trajetória de vida e morte dramática de Jean Charles pode ajudar a compreender os contextos de preconceito e discriminação que imigrantes enfrentam nas sociedades que
O jihadismo, os semeadores de ventos e as vítimas das tempestades 1 GRAZIA TANTA
Pode dizer-se que em 11 de setembro de 2001, a criatura mordeu a mão do criador. Abordaremos em seguida algumas situações reveladoras dos atos criadores e da inclusão das criaturas no perímetro dos interesses dos criadores.
Sumário
1 – Uma base de opressão e desigualdades
2 - Afeganistão – um primeiro capítulo
2.1 - O fortalecimento do jihadismo no Afeganistão
3 - Novos cenários para a atuação jihadista
3.1 – A estreia na Europa – A Bósnia
3.2 – Um viveiro do crime – O Kosovo
3.3 – Chechénia – ventre mole da Rússia?
Inconfidência nº 233/Edição histórica da intentona comunista de1935Lucio Borges
Aí está mais uma edição histórica do jornal Inconfidência, acerca da hedionda 'Intentona Comunista', de novembro de 1935. Este muito doloroso episódio de nossa História é relembrado, todos os anos, junto ao 'Monumento Votivo' às vítimas dos covardes comunistas, na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, no dia 27 de novembro; o dito episódio pode ser sintetizado por duas palavras apenas: traição e covardia. E, como vem iterativamente afirmando o bravo jornal, "Esquecer também é Trair!"
Recomendo, em especial aos formadores de opinião, a leitura atenta e custódia das matérias das pág 6 - 'Discurso do Deputado Federal Afonso de Carvalho' e pág 25, 'Carta da Progenitora do Capitão Benedicto Bragança aos comunistas': a primeira, pelos profundos ensinamentos históricos que contém, na severa condenação de duas ideologias que sempre nos assolaram - o positivismo e o comunismo; e a segunda, pelo pungente sentimento de revolta de uma mãe, sobre a morte traiçoeira de seu jovem filho, na Escola de Aviação Militar.
Acesse o site: www.rsnoticias.net
A crise de refugiados é o trágico resultado de uma política criminosa de guerras e de intervenções militares para mudança de regime, implementadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia no Afeganistão, no Iraque, no Sudão, na Líbia e, acima de tudo, na Síria. O que o mundo testemunha hoje, com os milhares de refugiados desesperados na tentativa de chegar à Europa, é efeito desta política, mantida desde então pelas grandes potências ocidentais. Em mais de uma década, as guerras do Afeganistão e do Iraque, travadas com o pretexto de serem "contra o terrorismo", e justificadas com mentiras infames sobre "armas iraquianas de destruição em massa", devastaram sociedades inteiras e mataram centenas de milhares de homens, mulheres e crianças. A estas guerras seguiu-se a guerra por mudança de regime – liderada pelos Estados Unidos e OTAN – que derrubou o governo de Muammar Gaddafi e transformou a Líbia em um arremedo de país, praticamente sem governo, arruinado pela luta contínua entre milícias rivais. Seguiu-se a guerra civil na Síria – alimentada, armada e financiada pelo governo norte-americano e seus aliados europeus, com o objetivo de derrubar Bashar Al-Assad e substituí-lo por um fantoche obediente às potências ocidentais.
O documento discute a independência da América Latina e as ideologias que influenciaram esse processo. Especificamente, cobre como os eventos na Europa impactaram a independência tanto da América Espanhola quanto da América Portuguesa, e como as ideias liberais influenciaram a luta por autonomia nas décadas de 1810 e 1820, levando à fragmentação dos vice-reinos hispano-americanos e disputas regionais no Brasil na década de 1820.
O documento descreve a trajetória de uma diretora de escola em Taubaté-SP que transformou a instituição de uma situação de extrema carência para um modelo de escola. A diretora Virgínia Durci começou como professora e, ao assumir a direção da escola em 2003, encontrou o prédio destruído por um vendaval e sem mobiliário ou funcionários. Ao longo de quatro anos, por meio de sua gestão competente, a escola superou as dificuldades iniciais e tornou-se um exemplo a ser seguid
1) O documento discute a narrativa de jovens sobre o desenvolvimento urbano da cidade de Santa Cruz do Sul no Rio Grande do Sul, Brasil.
2) A análise revelou um "hiato de memória" sobre o desenvolvimento urbano devido à ruptura com a tradição oral entre gerações, possivelmente ligado à migração.
3) Tanto jovens migrantes quanto de "segunda geração" tiveram dificuldades em narrar a história de suas famílias, indicando uma desconexão entre memória e hist
1) O documento discute as noções de gênero, parentesco e identidade no sertão nordestino, especificamente na região do Cariri.
2) Questiona como conceitos como "família patriarcal" e "parentesco" podem ocidentalizar as relações sociais estudadas.
3) Defende que a antropologia deve ir além dos conceitos para captar as múltiplas formas de subjetividade e relações sociais.
1) O documento discute as fronteiras culturais e etnicidades na cidade de Joinville (SC) a partir de narrativas orais.
2) A cidade é vista hoje como cosmopolita com contribuições de diferentes grupos étnicos, em contraste com visões anteriores que a enxergavam como uma pequena Alemanha.
3) As novas abordagens sobre o passado de Joinville visam legitimar as identidades étnicas que reivindicam reconhecimento.
O jihadismo, os semeadores de ventos e as vítimas das tempestades 1 GRAZIA TANTA
Pode dizer-se que em 11 de setembro de 2001, a criatura mordeu a mão do criador. Abordaremos em seguida algumas situações reveladoras dos atos criadores e da inclusão das criaturas no perímetro dos interesses dos criadores.
Sumário
1 – Uma base de opressão e desigualdades
2 - Afeganistão – um primeiro capítulo
2.1 - O fortalecimento do jihadismo no Afeganistão
3 - Novos cenários para a atuação jihadista
3.1 – A estreia na Europa – A Bósnia
3.2 – Um viveiro do crime – O Kosovo
3.3 – Chechénia – ventre mole da Rússia?
Inconfidência nº 233/Edição histórica da intentona comunista de1935Lucio Borges
Aí está mais uma edição histórica do jornal Inconfidência, acerca da hedionda 'Intentona Comunista', de novembro de 1935. Este muito doloroso episódio de nossa História é relembrado, todos os anos, junto ao 'Monumento Votivo' às vítimas dos covardes comunistas, na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, no dia 27 de novembro; o dito episódio pode ser sintetizado por duas palavras apenas: traição e covardia. E, como vem iterativamente afirmando o bravo jornal, "Esquecer também é Trair!"
Recomendo, em especial aos formadores de opinião, a leitura atenta e custódia das matérias das pág 6 - 'Discurso do Deputado Federal Afonso de Carvalho' e pág 25, 'Carta da Progenitora do Capitão Benedicto Bragança aos comunistas': a primeira, pelos profundos ensinamentos históricos que contém, na severa condenação de duas ideologias que sempre nos assolaram - o positivismo e o comunismo; e a segunda, pelo pungente sentimento de revolta de uma mãe, sobre a morte traiçoeira de seu jovem filho, na Escola de Aviação Militar.
Acesse o site: www.rsnoticias.net
A crise de refugiados é o trágico resultado de uma política criminosa de guerras e de intervenções militares para mudança de regime, implementadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia no Afeganistão, no Iraque, no Sudão, na Líbia e, acima de tudo, na Síria. O que o mundo testemunha hoje, com os milhares de refugiados desesperados na tentativa de chegar à Europa, é efeito desta política, mantida desde então pelas grandes potências ocidentais. Em mais de uma década, as guerras do Afeganistão e do Iraque, travadas com o pretexto de serem "contra o terrorismo", e justificadas com mentiras infames sobre "armas iraquianas de destruição em massa", devastaram sociedades inteiras e mataram centenas de milhares de homens, mulheres e crianças. A estas guerras seguiu-se a guerra por mudança de regime – liderada pelos Estados Unidos e OTAN – que derrubou o governo de Muammar Gaddafi e transformou a Líbia em um arremedo de país, praticamente sem governo, arruinado pela luta contínua entre milícias rivais. Seguiu-se a guerra civil na Síria – alimentada, armada e financiada pelo governo norte-americano e seus aliados europeus, com o objetivo de derrubar Bashar Al-Assad e substituí-lo por um fantoche obediente às potências ocidentais.
O documento discute a independência da América Latina e as ideologias que influenciaram esse processo. Especificamente, cobre como os eventos na Europa impactaram a independência tanto da América Espanhola quanto da América Portuguesa, e como as ideias liberais influenciaram a luta por autonomia nas décadas de 1810 e 1820, levando à fragmentação dos vice-reinos hispano-americanos e disputas regionais no Brasil na década de 1820.
O documento descreve a trajetória de uma diretora de escola em Taubaté-SP que transformou a instituição de uma situação de extrema carência para um modelo de escola. A diretora Virgínia Durci começou como professora e, ao assumir a direção da escola em 2003, encontrou o prédio destruído por um vendaval e sem mobiliário ou funcionários. Ao longo de quatro anos, por meio de sua gestão competente, a escola superou as dificuldades iniciais e tornou-se um exemplo a ser seguid
1) O documento discute a narrativa de jovens sobre o desenvolvimento urbano da cidade de Santa Cruz do Sul no Rio Grande do Sul, Brasil.
2) A análise revelou um "hiato de memória" sobre o desenvolvimento urbano devido à ruptura com a tradição oral entre gerações, possivelmente ligado à migração.
3) Tanto jovens migrantes quanto de "segunda geração" tiveram dificuldades em narrar a história de suas famílias, indicando uma desconexão entre memória e hist
1) O documento discute as noções de gênero, parentesco e identidade no sertão nordestino, especificamente na região do Cariri.
2) Questiona como conceitos como "família patriarcal" e "parentesco" podem ocidentalizar as relações sociais estudadas.
3) Defende que a antropologia deve ir além dos conceitos para captar as múltiplas formas de subjetividade e relações sociais.
1) O documento discute as fronteiras culturais e etnicidades na cidade de Joinville (SC) a partir de narrativas orais.
2) A cidade é vista hoje como cosmopolita com contribuições de diferentes grupos étnicos, em contraste com visões anteriores que a enxergavam como uma pequena Alemanha.
3) As novas abordagens sobre o passado de Joinville visam legitimar as identidades étnicas que reivindicam reconhecimento.
Este documento discute a influência da militância comunista familiar na adesão de novos militantes ao Partido Comunista do Brasil (PCB) em meados do século XX. Analisa o depoimento de um ex-militante do PCB cujo pai também havia militado no partido nas décadas de 1930 e 1940. Apesar das dificuldades enfrentadas pela família devido à perseguição política, os ideais de solidariedade e igualdade transmitidos do pai influenciaram fortemente a adesão do filho ao partido, demonstrando que
Este documento resume narrativas orais e escritas de estudantes angolanos no Brasil. As memórias descrevem experiências com avós tradicionais e a importância de preservar saberes culturais do passado. Alguns sentem falta de seu país natal e buscam "encarnar o espírito patriótico" de Angola.
Este documento discute as relações entre memória, geração e sociabilidade na compreensão da juventude. Aponta que a memória se constrói nas relações sociais e intergeracionais, importantes para a elaboração da identidade dos jovens e orientação de seus projetos pessoais. Também destaca que a identificação de convergências e divergências entre a memória dos adultos e jovens pode indicar relações entre memória individual e coletiva entre gerações.
O documento discute dois momentos de eleições internas (1986 e 2006) em uma instituição de ensino pública com mais de 100 anos de história. Analisa como esses momentos contribuíram para rupturas e permanências na instituição a partir das teorias de Bourdieu e Foucault sobre poder, capital social e habitus. Também examina como o corpo docente apropriou-se do capital cultural e do habitus ao longo do tempo.
Em 3 frases ou menos:
O documento descreve os eventos do movimento estudantil brasileiro em 1968, começando com a morte do estudante Edson Luís durante um protesto em março, que levou a grandes manifestações pelo país. A narrativa continua com os confrontos violentos entre estudantes e policiais em junho, culminando na histórica "Passeata dos Cem Mil" em 26 de junho. O texto analisa esses acontecimentos através dos depoimentos de líderes estudantis da época.
1. O documento discute as relações entre juventude e escola no Brasil contemporâneo, questionando o papel da escola na socialização dos jovens, especialmente dos das camadas populares.
2. O autor argumenta que as tensões entre juventude e escola refletem mudanças profundas na sociedade ocidental que afetam os processos de socialização.
3. Ele analisa a "condição juvenil" no Brasil, caracterizando os jovens que frequentam escolas públicas e discutindo dimensões como classe social, mercado de trabalho e cult
1) O documento discute as identidades e trajetórias de jovens mulheres quilombolas da comunidade de São José da Serra.
2) A comunidade preserva a cultura do jongo e busca garantir que a tradição não se perca, permitindo a entrada de jovens na roda de jongo.
3) Ser jovem no meio rural significa lidar com a dualidade entre ficar na comunidade ou sair em busca de melhores oportunidades.
Este documento analisa as experiências de jovens do sexo masculino em Florianópolis que trabalham como jogadores de futebol ou comercializando entorpecentes entre 1980 e 2005. O primeiro trabalho é considerado legítimo e o segundo ilegítimo. As experiências desses jovens de camadas populares refletem embates entre interesses familiares, políticas estatais e empregadores.
O documento analisa depoimentos de ex-militantes da Ação Popular Marxista Leninista (APML) no Brasil sobre a história e memória da organização. A APML surgiu na década de 1960 a partir da Juventude Universitária Católica (JUC) e se voltou para o socialismo democrático e a revolução brasileira, o que gerou conflito com a hierarquia católica. Posteriormente, adotou o marxismo-leninismo. Os depoimentos abordam as alianças com outros grupos de esquerda,
1. O documento descreve a memória de militantes do movimento estudantil em Passo Fundo entre 1978-1985, analisando a reorganização do movimento no fim do regime militar e a disputa entre correntes políticas de esquerda e direita.
2. Em 1978 houve um crescimento da participação estudantil na universidade de Passo Fundo e uma difusão de conceitos políticos. Em 1979 ocorreu a primeira eleição direta para o Diretório Central dos Estudantes vencida por uma chapa de situação.
3. O texto analisa a at
Este documento resume uma pesquisa sobre as transformações ocorridas na Praça XV de Novembro, em Florianópolis, entre 1990-2006. A pesquisa identificou novas sociabilidades e sentidos construídos neste espaço público a partir de grupos diversos que o frequentam. A história oral tem sido fundamental para entender como a praça reflete a cultura urbana em transformação da cidade.
O documento discute o movimento Hip Hop e seu papel na construção da identidade negra e juvenil no Brasil. O Hip Hop surgiu como uma forma de resistência cultural que ofereceu aos jovens negros uma maneira de expressar suas experiências através da dança, música e arte, ao invés da violência entre gangues. O movimento cresceu e ajudou a empoderar a juventude negra e promover o respeito às diferenças raciais.
O evento debateu o papel da mídia independente e comunitária no combate à violência urbana no Brasil, contando com a participação de 50 profissionais do setor. Foram discutidos temas como o modelo de radiodifusão em emissoras comunitárias versus públicas, como a mídia comunitária aborda a violência nas comunidades e as possibilidades das novas tecnologias para a produção e compartilhamento de informações nesses veículos. O objetivo foi identificar formas de superar limitações e avançar no enfrentamento da
Este documento resume uma comunicação sobre experiências de jovens homossexuais em pequenas e médias cidades do Oeste do Paraná, baseada em narrativas de história oral. A comunicação analisa como os viveres destes jovens se constituíram nas dinâmicas entre o rural e o urbano, ilustrando com os relatos de Gilvan e Maicon, que mostram como valores e práticas do meio rural influenciaram suas identidades.
O documento discute os tipos de migrações ao longo da história mundial, incluindo migrações forçadas como o tráfico de escravos e migrações voluntárias para trabalho. Também aborda a migração moderna iniciada com a Revolução Industrial e as migrações em massa atuais de refugiados da Ásia e África fugindo de conflitos e em busca de melhores condições de vida.
O documento discute as perspectivas para os refugiados no século XXI. Ele traça brevemente a história dos refugiados ao longo dos séculos, desde a expulsão dos judeus da Espanha no século XV até os mais recentes conflitos na Iugoslávia e no Kosovo. O documento também descreve como a linguagem em torno dos refugiados mudou de uma ênfase na proteção para uma ênfase na "segurança", permitindo que os estados restrinjam o acolhimento de refugiados.
AngelaGomes_A_pequena Italia em Niterói.pdfcchinelli
Este documento resume uma pesquisa sobre a história de famílias de imigrantes italianos que se instalaram em Niterói, Rio de Janeiro, após a Segunda Guerra Mundial. A pesquisa entrevistou membros de oito famílias italianas e analisou suas trajetórias de imigração para o Brasil, os desafios de estabelecimento em Niterói e as atividades econômicas nas quais se envolveram, principalmente no comércio. A pesquisa contribuiu para preencher uma
O artigo analisa os processos de expulsão de imigrantes do Rio de Janeiro durante a Primeira República para estudar as formas de imposição da disciplina no espaço urbano. O autor apresenta o caso de um imigrante português expulso por ser considerado mendigo incorrigível, demonstrando como a prática de expulsão representou uma face da exclusão implantada pelo regime republicano, atingindo os estrangeiros pobres. A expulsão é vista como instrumento de controle social e disciplinamento da população imigrante na cidade.
1) O documento discute o profetismo tupi-guarani no Brasil colonial e as diferentes interpretações sobre suas motivações e relação com o colonialismo.
2) Alguns estudiosos enfatizam as raízes culturais indígenas, negando influência cristã ou impacto do colonialismo, enquanto outros argumentam que os movimentos absorveram elementos ocidentais e tinham motivações anticristãs e anticolonialistas.
3) Há debate sobre se a busca da "Terra sem Mal" era puramente religiosa ou também respondia a fat
Ricardo Cesar Costa - Pensam social brasileiro e questão racial - Rev África ...Ricardo Costa
1) No século XIX, as elites brasileiras defendiam políticas de "branqueamento" da população através da imigração européia, com o objetivo de construir uma nação desenvolvida segundo padrões civilizatórios europeus, considerados superiores.
2) Intelectuais brasileiros como Silvio Romero defendiam a tese de que a mestiçagem resultaria no predomínio do "branco", mas visões variavam entre a vitória do branco e uma mistura de raças.
3) Tanto abolicionistas quant
O documento descreve como as crônicas de João do Rio (1881-1921) retrataram as transformações sociais na cidade do Rio de Janeiro durante a Primeira República brasileira. João do Rio usou suas crônicas para descrever como a elite adotou um estilo de vida européia enquanto a camada popular vivia em condições precárias, relatando aspectos do cotidiano dos pobres e criticando o descaso com a miséria. Suas crônicas humanizaram as ruas e destacaram a importância da cultura e religi
O documento descreve vários movimentos messiânicos e conflitos sociais no Brasil, incluindo:
1) A Guerra de Canudos (1896-1897) entre camponeses liderados por Antônio Conselheiro e expedições militares do governo republicano.
2) A Guerra do Contestado (1912-1916) entre posseiros e empresas madeireiras na região entre SC e PR.
3) O cangaço, bandos armados que atuavam no Nordeste entre 1890-1940 sobrevivendo de delitos.
Este documento discute a influência da militância comunista familiar na adesão de novos militantes ao Partido Comunista do Brasil (PCB) em meados do século XX. Analisa o depoimento de um ex-militante do PCB cujo pai também havia militado no partido nas décadas de 1930 e 1940. Apesar das dificuldades enfrentadas pela família devido à perseguição política, os ideais de solidariedade e igualdade transmitidos do pai influenciaram fortemente a adesão do filho ao partido, demonstrando que
Este documento resume narrativas orais e escritas de estudantes angolanos no Brasil. As memórias descrevem experiências com avós tradicionais e a importância de preservar saberes culturais do passado. Alguns sentem falta de seu país natal e buscam "encarnar o espírito patriótico" de Angola.
Este documento discute as relações entre memória, geração e sociabilidade na compreensão da juventude. Aponta que a memória se constrói nas relações sociais e intergeracionais, importantes para a elaboração da identidade dos jovens e orientação de seus projetos pessoais. Também destaca que a identificação de convergências e divergências entre a memória dos adultos e jovens pode indicar relações entre memória individual e coletiva entre gerações.
O documento discute dois momentos de eleições internas (1986 e 2006) em uma instituição de ensino pública com mais de 100 anos de história. Analisa como esses momentos contribuíram para rupturas e permanências na instituição a partir das teorias de Bourdieu e Foucault sobre poder, capital social e habitus. Também examina como o corpo docente apropriou-se do capital cultural e do habitus ao longo do tempo.
Em 3 frases ou menos:
O documento descreve os eventos do movimento estudantil brasileiro em 1968, começando com a morte do estudante Edson Luís durante um protesto em março, que levou a grandes manifestações pelo país. A narrativa continua com os confrontos violentos entre estudantes e policiais em junho, culminando na histórica "Passeata dos Cem Mil" em 26 de junho. O texto analisa esses acontecimentos através dos depoimentos de líderes estudantis da época.
1. O documento discute as relações entre juventude e escola no Brasil contemporâneo, questionando o papel da escola na socialização dos jovens, especialmente dos das camadas populares.
2. O autor argumenta que as tensões entre juventude e escola refletem mudanças profundas na sociedade ocidental que afetam os processos de socialização.
3. Ele analisa a "condição juvenil" no Brasil, caracterizando os jovens que frequentam escolas públicas e discutindo dimensões como classe social, mercado de trabalho e cult
1) O documento discute as identidades e trajetórias de jovens mulheres quilombolas da comunidade de São José da Serra.
2) A comunidade preserva a cultura do jongo e busca garantir que a tradição não se perca, permitindo a entrada de jovens na roda de jongo.
3) Ser jovem no meio rural significa lidar com a dualidade entre ficar na comunidade ou sair em busca de melhores oportunidades.
Este documento analisa as experiências de jovens do sexo masculino em Florianópolis que trabalham como jogadores de futebol ou comercializando entorpecentes entre 1980 e 2005. O primeiro trabalho é considerado legítimo e o segundo ilegítimo. As experiências desses jovens de camadas populares refletem embates entre interesses familiares, políticas estatais e empregadores.
O documento analisa depoimentos de ex-militantes da Ação Popular Marxista Leninista (APML) no Brasil sobre a história e memória da organização. A APML surgiu na década de 1960 a partir da Juventude Universitária Católica (JUC) e se voltou para o socialismo democrático e a revolução brasileira, o que gerou conflito com a hierarquia católica. Posteriormente, adotou o marxismo-leninismo. Os depoimentos abordam as alianças com outros grupos de esquerda,
1. O documento descreve a memória de militantes do movimento estudantil em Passo Fundo entre 1978-1985, analisando a reorganização do movimento no fim do regime militar e a disputa entre correntes políticas de esquerda e direita.
2. Em 1978 houve um crescimento da participação estudantil na universidade de Passo Fundo e uma difusão de conceitos políticos. Em 1979 ocorreu a primeira eleição direta para o Diretório Central dos Estudantes vencida por uma chapa de situação.
3. O texto analisa a at
Este documento resume uma pesquisa sobre as transformações ocorridas na Praça XV de Novembro, em Florianópolis, entre 1990-2006. A pesquisa identificou novas sociabilidades e sentidos construídos neste espaço público a partir de grupos diversos que o frequentam. A história oral tem sido fundamental para entender como a praça reflete a cultura urbana em transformação da cidade.
O documento discute o movimento Hip Hop e seu papel na construção da identidade negra e juvenil no Brasil. O Hip Hop surgiu como uma forma de resistência cultural que ofereceu aos jovens negros uma maneira de expressar suas experiências através da dança, música e arte, ao invés da violência entre gangues. O movimento cresceu e ajudou a empoderar a juventude negra e promover o respeito às diferenças raciais.
O evento debateu o papel da mídia independente e comunitária no combate à violência urbana no Brasil, contando com a participação de 50 profissionais do setor. Foram discutidos temas como o modelo de radiodifusão em emissoras comunitárias versus públicas, como a mídia comunitária aborda a violência nas comunidades e as possibilidades das novas tecnologias para a produção e compartilhamento de informações nesses veículos. O objetivo foi identificar formas de superar limitações e avançar no enfrentamento da
Este documento resume uma comunicação sobre experiências de jovens homossexuais em pequenas e médias cidades do Oeste do Paraná, baseada em narrativas de história oral. A comunicação analisa como os viveres destes jovens se constituíram nas dinâmicas entre o rural e o urbano, ilustrando com os relatos de Gilvan e Maicon, que mostram como valores e práticas do meio rural influenciaram suas identidades.
O documento discute os tipos de migrações ao longo da história mundial, incluindo migrações forçadas como o tráfico de escravos e migrações voluntárias para trabalho. Também aborda a migração moderna iniciada com a Revolução Industrial e as migrações em massa atuais de refugiados da Ásia e África fugindo de conflitos e em busca de melhores condições de vida.
O documento discute as perspectivas para os refugiados no século XXI. Ele traça brevemente a história dos refugiados ao longo dos séculos, desde a expulsão dos judeus da Espanha no século XV até os mais recentes conflitos na Iugoslávia e no Kosovo. O documento também descreve como a linguagem em torno dos refugiados mudou de uma ênfase na proteção para uma ênfase na "segurança", permitindo que os estados restrinjam o acolhimento de refugiados.
AngelaGomes_A_pequena Italia em Niterói.pdfcchinelli
Este documento resume uma pesquisa sobre a história de famílias de imigrantes italianos que se instalaram em Niterói, Rio de Janeiro, após a Segunda Guerra Mundial. A pesquisa entrevistou membros de oito famílias italianas e analisou suas trajetórias de imigração para o Brasil, os desafios de estabelecimento em Niterói e as atividades econômicas nas quais se envolveram, principalmente no comércio. A pesquisa contribuiu para preencher uma
O artigo analisa os processos de expulsão de imigrantes do Rio de Janeiro durante a Primeira República para estudar as formas de imposição da disciplina no espaço urbano. O autor apresenta o caso de um imigrante português expulso por ser considerado mendigo incorrigível, demonstrando como a prática de expulsão representou uma face da exclusão implantada pelo regime republicano, atingindo os estrangeiros pobres. A expulsão é vista como instrumento de controle social e disciplinamento da população imigrante na cidade.
1) O documento discute o profetismo tupi-guarani no Brasil colonial e as diferentes interpretações sobre suas motivações e relação com o colonialismo.
2) Alguns estudiosos enfatizam as raízes culturais indígenas, negando influência cristã ou impacto do colonialismo, enquanto outros argumentam que os movimentos absorveram elementos ocidentais e tinham motivações anticristãs e anticolonialistas.
3) Há debate sobre se a busca da "Terra sem Mal" era puramente religiosa ou também respondia a fat
Ricardo Cesar Costa - Pensam social brasileiro e questão racial - Rev África ...Ricardo Costa
1) No século XIX, as elites brasileiras defendiam políticas de "branqueamento" da população através da imigração européia, com o objetivo de construir uma nação desenvolvida segundo padrões civilizatórios europeus, considerados superiores.
2) Intelectuais brasileiros como Silvio Romero defendiam a tese de que a mestiçagem resultaria no predomínio do "branco", mas visões variavam entre a vitória do branco e uma mistura de raças.
3) Tanto abolicionistas quant
O documento descreve como as crônicas de João do Rio (1881-1921) retrataram as transformações sociais na cidade do Rio de Janeiro durante a Primeira República brasileira. João do Rio usou suas crônicas para descrever como a elite adotou um estilo de vida européia enquanto a camada popular vivia em condições precárias, relatando aspectos do cotidiano dos pobres e criticando o descaso com a miséria. Suas crônicas humanizaram as ruas e destacaram a importância da cultura e religi
O documento descreve vários movimentos messiânicos e conflitos sociais no Brasil, incluindo:
1) A Guerra de Canudos (1896-1897) entre camponeses liderados por Antônio Conselheiro e expedições militares do governo republicano.
2) A Guerra do Contestado (1912-1916) entre posseiros e empresas madeireiras na região entre SC e PR.
3) O cangaço, bandos armados que atuavam no Nordeste entre 1890-1940 sobrevivendo de delitos.
Folhetim do Estudante - Ano VIII - Núm. 62Valter Gomes
O documento discute a situação dos refugiados e imigrantes no Brasil e em São Paulo, destacando: 1) O Brasil recebeu mais de 126 mil pedidos de refúgio entre 2010-2017, porém reconheceu apenas 10 mil; 2) Venezuelanos são atualmente o maior grupo de solicitantes de refúgio; 3) Imigrantes enfrentam dificuldades como trabalho precário e racismo.
O documento é uma lista de exercícios sobre história e atualidades para o Enem 2017. Inclui questões sobre imperialismo inglês no século XIX, o Iluminismo e a Segunda Guerra Mundial, entre outros assuntos históricos. O autor disponibiliza a lista semanalmente e oferece gabarito por mensagem direta no Instagram.
I. O documento apresenta um caderno de prova para o processo de ingresso na UPE, contendo questões de História, Química, Física e Sociologia.
II. Nas questões de História, abordam-se temas como fontes históricas, Guerras Médicas, cristianismo na Idade Média, Renascimento, Reforma Religiosa e povos indígenas nas Américas.
III. Há também questões sobre Liberalismo, imperialismo e a realidade dos africanos no Brasil colonial.
O documento fornece informações sobre um caderno de prova para o processo de ingresso na UPE, contendo questões de História, Química, Física e Sociologia. Também inclui instruções para preenchimento de dados de identificação do candidato.
O documento fornece informações sobre um caderno de prova para o processo de ingresso na UPE, contendo questões de História, Química, Física e Sociologia. Também inclui instruções para preenchimento de dados de identificação do candidato.
Cobertura Total - Vestibular UPE 2013 - Provas do 3º diaIsaquel Silva
O documento fornece informações sobre um caderno de prova para o processo de ingresso na UPE, contendo questões de História, Química, Física e Sociologia. Também inclui instruções para preenchimento de dados de identificação do candidato.
A Sociedade e Cultura do Brasil no Século XIX.pptWilianeBarbosa2
O documento descreve a sociedade e cultura do Brasil no século XIX. A sociedade era desigual e hierárquica, com a elite branca adotando os padrões culturais europeus. As artes como a pintura e literatura começaram a explorar temas nacionais. A fotografia, incentivada por D. Pedro II, retratou tanto os aspectos idealizados quanto os reais e contraditórios da sociedade brasileira da época.
COMO SEPULTAR O ANTISSEMITISMO NO MUNDO.pdfFaga1939
O documento discute as origens e evolução do antissemitismo ao longo da história, desde os primórdios do cristianismo até o Holocausto nazista. Também aborda as causas contemporâneas ligadas ao conflito Israel-Palestina, que teve início com a criação do Estado de Israel após a Segunda Guerra Mundial.
Historia da america, josé miguel arias netoVlademir Luft
1. O texto descreve como Garcilaso de La Vega, um mestiço espanhol-índio, relatou as formas de repartição de terras entre os Incas no século XVI.
2. Os Incas dividiam as terras de acordo com o tamanho das famílias, dando mais terra para famílias maiores e menos para as menores.
3. Ao morrer, a terra voltava para o domínio do Imperador Inca e era redistribuída entre os cidadãos.
1) No século XIX, as cidades se expandiram rapidamente devido ao crescimento populacional e à industrialização.
2) A população cresceu muito na segunda metade do século XIX por causa de melhorias na alimentação e higiene.
3) As pessoas migraram das áreas rurais para as cidades em busca de trabalho nas fábricas, colocando pressão sobre a infraestrutura urbana.
Sistema de Bibliotecas UCS - Seção de Obras Raras - Eça de Queiroz e o século...Biblioteca UCS
Este documento resume duas edições raras de 1938 e 1939 da biografia sobre Eça de Queiroz escrita por Vianna Moog e encontradas na Biblioteca Central. As edições contêm dedicatórias manuscritas do autor e apresentam encadernações diferentes. A biografia conta a vida de Eça e o século XIX, com citações do escritor no início de cada capítulo.
O documento discute a formação do povo brasileiro através da miscigenação, movimentos migratórios internos e externos ao longo da história. Destaca os principais períodos de imigração para o Brasil entre os séculos XVI-XX, com ênfase na chegada de portugueses, africanos, alemães, italianos e japoneses. Também aborda os fluxos migratórios brasileiros para a Europa, EUA e países da América do Sul nas décadas recentes.
Este documento discute a relação entre jovens e consumo na construção de identidade. Analisa como jovens de uma área pobre do Distrito Federal lidam com sua vulnerabilidade social através do estilo de vida e comportamentos no dia a dia. A pesquisa mostra como o consumo é essencial na identidade juvenil e como jovens de baixa renda resistem por meio da cultura.
Este artigo analisa os pressupostos de programas sociais brasileiros que transferem renda para jovens pobres e exigem contrapartidas. Os autores discutem como esses programas buscam oferecer renda diretamente a jovens e promover sua inclusão social e produtiva, levantando questões sobre seus efeitos reais.
O documento discute o caso de um jovem psicótico que passou por um longo período de institucionalização psiquiátrica desnecessária. Após isso, ele começou um tratamento em um Centro de Reabilitação Psicossocial que oferecia atendimento diário. O artigo relata momentos desse novo tratamento e as falas do jovem, ilustrando a riqueza de seu quadro clínico e como a abordagem do centro foi mais benéfica do que a institucionalização anterior.
O documento descreve o 8o número do Cadernos de Sociologia e Política publicado pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ) em novembro de 2005. O número contém o Fórum dos Alunos do IUPERJ e informações sobre a equipe editorial e gráfica responsável pela publicação.
Este documento resume um estudo sobre as experimentações sexuais de jovens que participaram de uma ação de saúde sobre DST/AIDS coordenada por uma ONG de defesa dos direitos humanos e livre expressão sexual. O estudo analisou como esses jovens lidam com a sexualidade diante da homofobia na sociedade brasileira e foi orientado por pesquisa-intervenção, com resultados mostrando os desafios enfrentados na saída do armário.
Este estudio examinó un modelo ecológico para predecir la conducta antisocial en jóvenes mexicanos, considerando factores como la violencia familiar, el consumo de alcohol de las madres y el apoyo de los amigos. 204 adolescentes completaron cuestionarios sobre estos temas. Los resultados sugirieron que la violencia familiar y la falta de apoyo de amigos aumentan el riesgo de comportamiento antisocial, mientras que el consumo moderado de alcohol materno no tuvo un efecto significativo.
O documento discute como a sociedade mudou a visão de futuro entre os jovens, com menos foco no adiamento de recompensas e mais no presente. Tradicionalmente, as pessoas adiavam a satisfação para o futuro, mas hoje em dia os jovens valorizam mais experiências no momento.
O documento discute como negros criaram ativamente culturas e identidades próprias no Novo Mundo apesar da deportação atlântica e escravidão. Essas novas culturas negros tiveram que se desenvolver rapidamente sob pressão para significar algo para os próprios negros de origens diversas e também para os brancos, embora de forma diferente.
El documento analiza el papel que juega la juventud como generación en el contexto del aumento de las acciones colectivas y la convivencia de movimientos sociales de múltiples orientaciones. Discute dos dimensiones: su importancia dentro de movimientos que involucran a diferentes sujetos y cuyas demandas tienen un alcance más general, y en qué medida los jóvenes se convierten en actores sociales específicos reconocidos como sujetos en sí mismos. Concluye que los jóvenes no han constituido movimientos sociales con un mar
O artigo discute como a idade moderna começou sob o signo do risco, com as descobertas territoriais e científicas que desafiaram os limites culturais da época. O risco se tornou um tema central da cultura moderna à medida que as pessoas estavam dispostas a arriscar recursos e suas próprias vidas para demonstrar novas representações do mundo.
O documento discute como o rap e o funk influenciam a socialização de jovens pobres nas periferias de Belo Horizonte, Brasil, analisando como pertencer a grupos musicais afeta suas vidas e como essas práticas culturais se relacionam com seus processos sociais.
La violencia juvenil es un problema en las sociedades posindustriales debido a las condiciones de pobreza y falta de oportunidades que enfrentan muchos jóvenes. Las grandes ciudades modernas ocultan barrios pobres donde los niños carecen de nutrición, higiene e educación, lo que los hace propensos a la delincuencia. La sociedad intenta corregir este problema, pero tiene poco éxito. Solo en el futuro podrían garantizarse plenamente los derechos de los niños y adolescentes para que puedan desarrollarse de
Mais de Observatório Juvenil do Vale UNISINOS (12)
As classes de modelagem podem ser comparadas a moldes ou
formas que definem as características e os comportamentos dos
objetos criados a partir delas. Vale traçar um paralelo com o projeto de
um automóvel. Os engenheiros definem as medidas, a quantidade de
portas, a potência do motor, a localização do estepe, dentre outras
descrições necessárias para a fabricação de um veículo
A linguagem C# aproveita conceitos de muitas outras linguagens,
mas especialmente de C++ e Java. Sua sintaxe é relativamente fácil, o que
diminui o tempo de aprendizado. Todos os programas desenvolvidos devem
ser compilados, gerando um arquivo com a extensão DLL ou EXE. Isso torna a
execução dos programas mais rápida se comparados com as linguagens de
script (VBScript , JavaScript) que atualmente utilizamos na internet
1. Anais do IX Encontro Nacional de História Oral - 22 a 25/04/2008 - UNISINOS
DE GONZAGA PARA LONDRES: ETNICIDADE E PRECONCEITO NA HISTÓRIA DE
JEAN CHARLES DE MENEZES
Gláucia de Oliveira Assis 1
Resumo
Nesse início de século XXI milhares de brasileiros rumam para os Estados Unidos, Japão e
Europa. Esses emigrantes que partem com o sonho de uma vida melhor convivem num contexto
mundial de maior criminalização da migração, pós atentados de 11 de setembro e medidas mais
restritivas a entrada de imigrantes, particularmente nos Estados Unidos, mas também na Europa.
Assim, nesse mundo de intensa movimentação, os trabalhadores imigrantes são os que mais têm
dificuldade de circular. Nesse cenário que essa apresentação pretende reconstruir essa experiência
a partir da história de Jean Charles de Menezes, natural de Gonzaga, Minas Gerais, que migrou
para Londres e morreu em 22 de julho de 2005, “confundido” com um terrorista. Este artigo
pretende reconstruir sua trajetória de vida a partir de relatos dos familiares e relatos na imprensa
nacional de internacional procurando discutir como a trajetória de vida e morte dramática pode
nos ajudar a compreender as trajetórias de vários emigrantes e dos contextos de preconceito,
discriminação nas sociedades de acolhimento. As fontes serão as matérias veiculadas na imprensa
nacional e internacional e relatos dos familiares.
Palavras-chave: migração internacional, etnicidade, história de vida
Title: From Gonzaga to London: ethnics and prejudice in Jean Charles de Menezes’ life
history
In the beginning of the 21st century thousands of Brazilians moved to the United States of
America, Japan and Europe. The migrants who leave dreaming of a better life have to cope with a
global context post September 11th event of higher criminalization of the migration and more
strict measures in relation to the entrance of immigrants, not particularly in the USA, but also in
Europe. So, in a world that spreads images of intense tourists, businesspeople and athletes’
movement, the immigrant workers are the ones who suffer higher circulation restrictions. This
work aims to reconstruct the migratory experience through the history of Jean Charles de
Menezes, born in Gonzaga, Minas Gerais, who migrated to London and died on 22 July 2005,
“mistaken” by the police as a terrorist. As we reconstruct his life history from family and national
and international recounts, we will analyze how the life trajectory and dramatic death can help us
understand the trajectories of several immigrants and the prejudice and discrimination contexts in
the target society.
Key words: international migration; ethnicity; life history
Introdução
As imagens e notícias, muitas vezes dramáticas, sobre os migrantes internacionais nesta
virada para o século XXI, revelaram o crescimento das migrações, demonstrando diferentes
2. Anais do IX Encontro Nacional de História Oral - 22 a 25/04/2008 - UNISINOS
facetas desse fenômeno. As imagens de albaneses chegando em barcos na Itália, de vietnamitas à
deriva no mar da China, de chineses viajando em porões de navios para os EUA, de imigrantes
ilegais atravessando a fronteira dos EUA com o México, indicaram um “Planeta em
Movimento”2. Essas imagens revelaram também um novo fluxo da população brasileira – a
emigração de brasileiros para o exterior. As primeiras notícias retratavam as histórias dos
emigrantes brasileiros que, em meados dos anos 80, foram deportados por tentarem entrar
ilegalmente nos EUA.
A emigração de brasileiros nas últimas décadas do século XX inseriu o Brasil nos novos
fluxos internacionais de mão-de-obra. Ao longo da década de 1990, esse fluxo torna-se continuo
e várias comunidades brasileiras se espalham pelo mundo, os migrantes partem de cidades como
Governador Valadares (MG), Criciúma (SC), Londrina (PR), Maringá (PR) e de seus municípios
vizinhos criando pólos de migração nessas regiões e rumam para alguns pontos específicos no
destino rumo a região de Boston, cidades no Japão, a cidade do Porto e Londres para citar alguns
dos locais onde se concentram os emigrantes brasileiros. (Martes, 1999, Sales, 1999, Assis, 2004,
Fusco 2005, Siqueira, 2006). No entanto, o que nos interessa problematizar é como a partir dessas
redes um mineiro saiu do interior de Minas foi para Londres e se sentiu em casa, até ser
brutalmente assassinado num metrô em Londres.
A breve história de vida de Jean Charles de Menezes que saiu de Gonzaga rumo a
Londres para “Fazer Londres”, revela como a maior vigilância na fronteira do México, aliada à
dificuldade de conseguir visto de entrada nos Estados Unidos tem levado os brasileiros a
procurarem novas rotas de migração, novas oportunidade e trabalho no mundo globalizado. No
entanto, esses migrantes são vistos como perigosos e, em contexto de guerra contra o terror,
ameaçadores, principalmente se forem homens, jovens e tiverem “aparência” suspeita.
Da história de vida de Jean Charles temos apenas fragmentos coletados em jornais,
revistas e sites de internet, mas procuraremos demonstrar como sua biografia é reconstruída pelos
jornais por seus familiares e pela policia, quais as memórias são acionadas, procurando discutir
como a trajetória de vida e morte dramática pode nos ajudar a compreender os contextos de
preconceito, discriminação nas sociedades de acolhimento.
Assim sua biografia é reconstruída a partir de diferentes vozes e perspectivas, e pensando
como Bourdieu, em a ilusão biográfica, que as biografias são reconstruções, que selecionamos
elementos para recompor relatos orais, nesse caso particularmente estamos procurando
2
3. Anais do IX Encontro Nacional de História Oral - 22 a 25/04/2008 - UNISINOS
compreender quais as memórias são selecionadas para reconstruir a história de vida de Jean
Charles e quem aciona essas imagens. Para tanto, na primeira parte da comunicação3
apresentamos algumas das representações sobre os emigrantes brasileiros na imprensa e nos itens
subseqüentes apresentaremos as histórias de Jean Charles, situando-a no contexto do maior rigor
nas fronteiras e de criminalização da migração, pós atentados de 11 de setembro de 2001 e os
atentados em Madri e na Inglaterra.
Os emigrantes brasileiros na Imprensa
Na mídia, as primeiras notícias sobre os emigrantes brasileiros retratavam os imigrantes
como “exilados da crise”, em alusão aos exilados políticos dos anos 1970. Analisando
reportagens com relação os emigrantes na imprensa no início dos anos 1990, Assis (1995)
observou que a imprensa nacional inicialmente enfocou a emigração de brasileiros como
fenômeno exótico, pois o país não tinha tradição de emigração. As notícias relatavam as
aventuras e desventuras de brasileiros nos EUA. As reportagens enfatizavam as estratégias de
migração, as deportações, os relatos das viagens clandestinas, o sucesso daqueles que chegaram
na “América”, construindo representações sobre os emigrantes. Dessa forma, as matérias da
imprensa não apenas revelaram o fenômeno, mas também ajudaram a construí-lo, destacando-se
nesse cenário os relatos e imagens produzidos sobre a cidade de Governador Valadares (MG),
como ponto de partida desse movimento. As reportagens sobre os imigrantes para o Brasil
revelam, em grande parte, a situação de clandestinidade e o preconceito com que os imigrantes,
principalmente os latino-americanos, são recebidos no Brasil e apontam para os problemas que
esses migrantes enfrentam no Brasil4 como as dificuldades de acesso a serviços como a escola
para seus filhos.
Os atentados de 11 de setembro de 2001 causaram a morte de quase 3.000 pessoas e a
queda das Torres do World Trad Center, tudo isso transmitido ao vivo pela TV – dentro do vem
sendo analisado com a sociedade do espetáculo. Os atentados tiveram ampla cobertura pela
imprensa escrita e televisionada. Nos meses que se seguiram, a invasão do Afeganistão e do
Iraque no que vem sendo chamado de “Guerra contra o terror” significou o massacre de
população civil e uma grande instabilidade no Oriente Médio. No entanto, para os milhares de
imigrantes que circulam no mundo contemporâneo, em condições precárias de trabalho e
documentação, significou também uma maior vigilância nas fronteiras norte-americanas e nos
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4. Anais do IX Encontro Nacional de História Oral - 22 a 25/04/2008 - UNISINOS
principais países de entrada de emigrantes na Europa. A migração internacional passa a ser vista
como uma ameaça a segurança nacional e torna-se cada vez mais criminalizada com o aumento
de prisões e deportações de migrantes considerados “indesejados”. Assim no início do século
XXI as reportagens sobre os migrantes indicam brasileiros presos, deportados, ou mortos
tentando cruzar a fronteira do Brasil com o México.
A morte de Jean Charles vai receber ampla cobertura pela imprensa, pois num momento
no qual a travessia era num certo sentido glamourizada pelas lindas imagens da telenovela
“América5” exibida pela rede Globo de televisão no ano de 2005, e suscita novos sonhos de fazer
a “América”, essa morte trágica trouxe de volta “a vida real”, a condição de migrante
indocumentado e os seus limites.
A trajetória de vida de Jean Charles
Jean Charles de Menezes, nasceu em Gonzaga no dia 7 de janeiro de 1978 e se criou na
área rural, interior do município. Sai de casa cedo, aos catorze anos, para morar com seu tio em
São Paulo para continuar seus estudos e aos 19 anos recebe diploma técnico em Eletrônica da
Escola Estadual São Sebastião. Assim como muitos outros jovens, não só de Minas Gerais, mas
de várias regiões do Brasil, parte em busca de melhores possibilidades de emprego ou qualidade
de vida. Entra no Reino Unido em 2002 com um visto de estudante e cerca de 3 anos depois é
assassinado com 8 tiros por agentes da polícia ao ser confundido com Hussain Osman, procurado
por suspeita de envolvimento com ataques terroristas.
Os relatos da familia de Jean Charles
Os relatos dos familiares, veiculados por meio da imprensa, blogs, fóruns on-line e outras
páginas da Internet que tratam da questão, trazem a idéia de um jovem pacato, bem intencionado
e trabalhador.
No dia 23 de julho de 2005, um dia após a morte de Jean, a Rede Globo foi a casa dele em
Gonzaga, a cerca de 300km de Belo Horizonte, entrevistar a família. Um amigo pessoal, Romir
Nascimento, declarou: quot;Ele era amigo pra jogar bola, sair pra apanhar passarinho pelos mato
afora. Por que nós foi criado no município, no interior de Gonzaga... Sei lá, não gosto nem de
lembrar, recordar daqueles momento, por que é dificil perder um amigo como o Jean.quot; A avó de
Jean, com saúde frágil e a quem ele havia visitado meses antes no Brasil, lamenta: quot;Esse neto pra
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5. Anais do IX Encontro Nacional de História Oral - 22 a 25/04/2008 - UNISINOS
mim era um neto do meu coração, um menino muito inteligente, muito trabalhador, muito
educado. Então era um neto que eu podia dizer que eu trazia no meu coração. E tive grande
sentimento de ter acontecido o que aconteceu... Meu Deus do céu...quot;
No dia seguinte, 24 de julho, o primo de Jean, Alex Alves Pereira, descreveu seu primo à BBC de
Londres como sendo “amigável, trabalhador e alguém que gostava de curtir a vida.” Ele ainda
acrescentou que seu primo nunca correria da polícia pois “Ele nunca teve nenhum problema com
a polícia. A polícia já o abordou antes e ele nunca fugiu.”
Alex, que mora em Londres e desde morte do primo tem sido o principal representante da
família na busca por justiça para o caso.
Imprensa Britânica
A imprensa britânica ressalta a condição de Jean como inocente e da família como
injustiçada, principalmente à medida que mais e mais fatos são revelados mostrando como a
polícia mentiu. Nas primeiras notícias veiculadas logo após a morte de Jean Charles foi
informado pela polícia britânica, o jovem teria agido de forma suspeita e fugido da polícia. O
fato, no entanto, foi rapidamente desmentido pelas imagens que veicularam sobre seus últimos
momentos de vida e que mostram o jovem entrando no metrô caminhando demonstrando, que
Jean não agiu de forma suspeita, não correu da polícia e não usava jaqueta volumosa (como
alegaram os policiais).
Os jornais britânicos parecem evitar discutir a sua condição imigrante com um visto de
permanência falsificado, assim como milhares de outros migrantes em Londres, e de que Jean
provavelmente não teria morrido, não fosse ele classificado como parecido com um grupo étnico
que se assemelha ao daqueles de que são classificados uma ameaça à nação. Percebe-se nelas um
tom burocrático e um enfoque exacerbado sobre o aspecto criminal do acidente. Abordam-se,
assim, as revelações recentes das investigações, as novidades do processo criminal aberto pela
família e quais têm sido as declarações mais recentes por parte dos envolvidos: governantes,
representantes da polícia, advogados e familiares.
Imprensa Brasileira
A imprensa Brasileira em geral reproduz as reportagens britânicas e por conta disso as
reportagens são menos numerosas e complexas. Percebem-se por vezes declarações mal
traduzidas ou notícias distorcidas. No entanto o enfoque é, também, burocrático e ressalta que a
justiça ainda não foi feita. Abordam o acidente como “Erro fatal da policia britânica” (Jornal
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6. Anais do IX Encontro Nacional de História Oral - 22 a 25/04/2008 - UNISINOS
Nacional, 23/7/2005) e Jean como um jovem inocente, morto por policiais que ainda não foram
punidos. As reportagens do Diário de Rio Doce (proveniente da região de Governador Valadares
e Gonzaga) abordam a figura de Jean com um tom mais pessoal, enaltecem a
comoção/repercussão local e a dor da família, mas não deixam de reproduzir as mesmas
informações e discussões presentes no restante dos veículos nacionais.
As reações de apoio à causa da família
As inúmeras reportagens que surgiram nestes mais de dois anos da morte de Jean
receberam muito retorno do público. Sendo, sobretudo, comentadas na própria página da Internet
da agência de origem ou em páginas independentes. Partindo da análise de centenas de
comentários em relação às reportagens de grandes agências (a maior parte delas britânicas),
podemos perceber um forte tom de apoio à causa da família, explicitando a inocência de Jean e
clamando por justiça. Ficou muito explicitado o repúdio às práticas da polícia no caso, em
especial a certas pessoas que tiveram papel chave nas decisões que levaram ao assassinato, o
principal sendo o comissário Ian Blair. As reações de apoio, de um modo geral, também evito o
elemento ligado a imigração presente, o que é as vezes trazido à tona por algum dos
“comentantes”, por vezes com tons racistas, mas é logo rechaçado pela maioria que o segue.
Mas será que esta a voz predominante nos espaços de sociabilidade virtual dos grandes
meios da mídia são a voz da maioria Londrina, ou mesmo Inglesa, ou mesmo a voz de boa parte
dos europeus que vivem nos países onde nasceram e enfrentam atualmente o dilema da imigração
crescente?
Os atentados de 7 de Julho de 2005 em Londres tiveram como resultado, é claro, um
aumento significativo da xenofobia na Inglaterra e uma injeção de adrenalina e insensatez na
discussão tão atual sobre a presença dos imigrantes em Londres como acontece em todo o Oeste
Europeu. A opinião pública Inglesa, no entanto, parece ter se controlado e minimizado em muito
o aumento que esse incidente poderia ter gerado no conflito social gerado pela migração, como o
foi em Paris, Estados Unidos, etc.
As reações xenófobas
A Internet, cada vez mais, tem sido um meio sem igual para aqueles que querem praticar a
liberdade de expressão. No caso de Jean Charles a imprensa de grande porte teve papel
determinante junto da opinião pública ao evitar a discussão quanto a situação de Jean como
imigrante em Londres.
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7. Anais do IX Encontro Nacional de História Oral - 22 a 25/04/2008 - UNISINOS
No caso de Jean os blogs, em especial, tiveram uma tendência a dar mais atenção ao fato
dele ser um imigrante do que a mídia em geral, e sendo ele indocumentado discutiam qual seria a
ligação do status dele como imigrante com sua morte e as medidas que deveriam ser tomadas. Ao
contrário da mídia, no entanto, os blogs não são profissionais e, quem sabe por isso, não
investigam as questões muito a fundo, não se preocupam com as repercussões de um texto muito
sincero ou muito espontâneo. Assim tendem a especular livremente baseados em fatos pouco
claros.
Por outro lado grupos de direita, conservadores, críticos ou contrários à presença de
imigrantes, sobretudo a dos indocumentados, utilizaram a morte de Jean como um ícone do
“problema”.
Mesmo assim vimos a repetição de um discurso. Muitos blogs e páginas independentes
abordam o acidente como um erro da polícia, sim, mas não como a morte de um inocente.
Existe, aliás, o blog (demenezeswasanillegal.blogspot.com ou “Menezes era um ilegal” que tem
como título “Não deve se buscar nenhuma compensação pelo caso de Jean Charles– Pois ele era
um criminoso”. O blog foi criado logo após o acidente e é inteiramente dedicado a idéia de que
Jean não morreu por cometer um crime, mas morreu na época em que cometia um crime. O crime
de estar “ilegal” em Londres, atentando, dessa forma segundo o autor, contra a economia e a
qualidade de vida londrina. Dessa forma se buscarem punir oficiais e principalmente indenizar a
família, o contribuinte inglês estaria sendo lesado ainda mais por alguém que “tanto atentou
contra o nosso bem estar”.
Nove dias depois da morte de Jean, quando ainda se pensava que ele havia corrido da
polícia, um outro site de pequeno porte (rottypup.com ou “Filhote de Rottweiler”) publicou um
artigo intitulado “Jean Charles: de meliante a mártir em oito tiros” (Jean Charles de Menezes:
From Crook To Martyr In Eight Shots) comenta uma reportagem da BBC. O autor afirma que
“Jean Charles era um imigrante ilegal, um mentiroso, um forjador, um fraudante e um fugitivo da
justiça”. O autor segue com eloqüência: “Bem, vamos direto ao ponto: Londres é uma capital
menos rica do que poderia ser se parasitas como Jean Charles não nos estivessem sugando do
jeito que centenas de milhares o fazem.” Chris Wood comenta o texto dez meses após sua
publicação: “Fico contente em ter achado esse comentário e eu senti o mesmo quando eu vi isso
na BBC. Esse cavalheiro tem sido descrito pela mídia, pelo governo, pelo sistema judicial…
advogados etc… e pela polícia com um homem totalmente inocente… […] Nosso país parece
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8. Anais do IX Encontro Nacional de História Oral - 22 a 25/04/2008 - UNISINOS
sempre ficar a favor do lado do criminoso e não ajudar a vítima… aqui sendo o público inglês
que obedece a lei.”
Os relatos acima descritos são coletados em blogs que a maioria dos brasileiros não
acessa, por não ler, nem escrever em inglês. Os seus relatos, expressam como a xenofobia e
sentimentos anti-imigrante tem aumentado nos últimos anos e revelam como a criminalização
constante da migração e dos emigrantes acabam por justificar para esse grupo a ação da polícia,
pois afinal ele “não era inocente”, conforme procuram frisar no relato, e seu “crime” era ser
imigrante ilegal e sobrecarregar o estado britânico por não pagar impostos.
Os defensores dos direitos dos imigrantes
Inicialmente esperávamos encontrar, em meio à tamanha repercussão do caso em questão,
muitas declarações por parte dos grupos defensores dos direitos dos imigrantes se apoiando no
exemplo da morte de Jean para argumentar contra a criminalização da imigração, da
discriminação étnica e as ofensas aos direitos humanos. Deparamos-nos, de fato, com várias
declarações nesse sentido, mas elas são ínfimas se comparadas ao número de discursos que
evitam mencionar o fator imigração e àqueles que falam contra os imigrantes. No entanto, nos
relatos Jean Charles é descrito a partir de sua “assinatura corporal” identificado como muçulmano
por sua aparência ou como negro, em ambos os casos é no corpo, nos traços fenotípicos que
aparecem as marcas que os distinguem dos ingleses que o tornaram não-branco e, portanto,
suspeito.
O artigo “Crescente onda de xenofobia: o multiculturalismo precário da Austrália” de
Ghali Hassan (“Rising Tide of Xenophobia: Australia’s Shallow Multiculturalism”:
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=1011) comenta o artigo de Richard
Drayton (The Guardian) e afirma:
“O senhor Menezes não era um “terrorista” muçulmano, mas sabemos que ele se parecia
como um muçulmano e a carregava a “assinatura no corpo” de muçulmano. O jovem brasileiro se
parecia como um muçulmano comum, e por isso ele era um alvo. Com as novas leis draconianas
anti-terrorismo, execuções semelhantes a esta de pessoas inocentes poderiam facilmente ocorrer
na Austrália.”
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9. Anais do IX Encontro Nacional de História Oral - 22 a 25/04/2008 - UNISINOS
Richard Drayton segue uma linha de argumentação semelhante ao escrever o artigo “A
prosperidade do Ocidente foi obtida com a exploração da África” (“The wealth of the west was
built on Africa's exploitation”) para o The Guardian:
“Se a “assinatura Africana” não fosse visível no corpo do brasileiro Jean Charles de
Menezes, teria ele sido morto com tiros em um metrô em Stockwell? O cabelo levemente crespo,
sua pele bege claro, transmitiram algo que foi erroneamente interpretado pela polícia como
perigo estrangeiro6”.
Uma brasileira também usa o caso de Jean como ícone da violência contra imigrantes:
“Os brasileiros não podem ser assassinados pelos policiais a todo o momento e ficarem
impunes”, afirmou ela se referindo ao caso de Jean Charles, que havia morrido há pouco mais de
um ano. Ela é irmã de um brasileiro de Minas Gerais, mineiro como Jean, que entrou nos EUA
atravessando o deserto pelo México, trabalhou lá poreserto ando ilegalmente construihe
Guardianenezes ra um alvo.cente..ulou as a e produtiva do
desejos por 3 anos e acabou sendo morto pela
polícia em condições suspeitas, aparentemente sem motivo7.
Considerações Finais
Voltando ao início de nosso relato, Jean Charles de Menezes, de Minas Gerais, morava
em Londres há 3 anos quando, em 22 de Julho de 2005, foi confundido com um terrorista e
alvejado 7 vezes no rosto e uma vez no ombro. Saiu de Gonzaga para Londres para se encontrar
com amigos e parentes que já residiam na região, as redes sociais explicam porque um mineiro de
uma cidade pequena e aparentemente distante se conectou com a global Londres. A tragédia
ocorreu duas semanas após os atentados a bomba que vitimaram 52 pessoas (é relevante ressaltar
que 24 destas eram imigrantes estabelecidos em Londres), e no dia seguinte em que novas
tentativas de atentado ocorreram. A polícia comprovadamente mentiu de várias formas para
tentar justificar a ação, mas tem ficado claro que o maior, se não único, indício contra Menezes
foi sua aparência, sua identidade como estrangeiro, como alguém estranho e assim perigoso à
sociedade. Durante as semanas seguintes aos atentados de Londres, as atitudes e os sentimentos
xenofóbicos foram elevados aos extremos em todo o país. Sendo assim, a morte de um imigrante
virou o ícone de um problema gigantesco, histórico e complexo que é o da crescente xenofobia.
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10. Anais do IX Encontro Nacional de História Oral - 22 a 25/04/2008 - UNISINOS
Como a vida, ou nesse caso a morte, de uma pessoa passa a ser compartilhada por vários como
ícone e material de argumentação, seja de um ponto de vista favorável ou desfavorável à
imigração.
A migração internacional talvez seja uma das facetas mais complexas do mundo globalizado.
Nesse mundo de intensa movimentação, no entanto, os trabalhadores imigrantes são os que mais
têm dificuldade de circular. A migração contemporânea tem colocado questões significativas para
a cidadania em um mundo que aparentemente aboliu as fronteiras nacionais, mas onde nunca foi
tão difícil cruzar as fronteiras, a história de vida de Jean Charles, ou seus fragmentos aqui
apresentados demonstram que para os imigrantes internacionais a circulação é restrita, vigiada e
tratada cada vez mais como uma questão de segurança nacional que coloca os imigrantes como
suspeitos e não com sujeitos, a história de Jean infelizmente demonstra como a luta contra o
terror tem ocasionado medo, perseguição, preconceito e morte entre os imigrantes. ”
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modernidade anômala. São Paulo: HUCITEC, 2000.
SALES, Teresa. Brasileiros longe de casa. São Paulo: Cortez, 1999.
SALES, Teresa. Identidade étnica entre imigrantes brasileiros na região de Boston. In: REIS,
Rossana. & SALES, Teresa. (Org.). Cenas do Brasil Migrante. São Paulo. Boitempo, 1999. p.17-
44.
SIQUEIRA, Sueli. Migrantes e empreendedorismo na Microrregião de Governador Valadares –
Sonhos e frustrações no retorno. 2006. 200f. Tese (Doutorado em Ciências Humanas –
Sociologia e Política) – Faculdade de filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de
Minas Gerais, Belo Horizonte, 2006.
1
Professora Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc)
2
“Planeta em Movimento”, tema do caderno especial procurando discutir como a trajetória de vida e morte
dramática pode nos ajudar a compreender as trajetórias de vários emigrantes e dos contextos de preconceito,
discriminação nas sociedades de acolhimento “World Mídia” da Folha de São Paulo, 18, 29 e 20 de julho de 1991.
3
Este trabalho é uma versão do artigo apresentado no Simpósio Estadual de História Oral em co-autoria com Tiago
Welter Martins (bolsista PROBIC-UDESC) e faz parte do projeto de pesquisa “As representações sobre os novos
migrantes brasileiros rumo a Europa: gênero, etnicidade e preconceito” financiado pelo PAP.
4
“Clandestinos do Brasil” (Isto É, 2/09/1998); “O eldorado boliviano” (Veja, 25/08/1999); “Xenofobia na América”
(matéria especial, Caderno Geral do Jornal Zero Hora, 28/08/2994).
5
Assis e Siqueira (2007) analisam a novela América e as representações que constroem sobre os emigrantes
brasileiros.
6
“Had Africa's signature not been visible on the body of the Brazilian Jean Charles de Menezes, would he have been
gunned down on a tube at Stockwell? The slight kink of the hair, his pale beige skin, broadcast something misread by
police as foreign danger.” http://www.guardian.co.uk/comment/story/0,,1552921,00.html)
7
Fonte: http://braziliantimes.com/14.03.07/comunidade/3.htm
11