Os estudos revelaram que pessoas que gaguejam apresentam conexões de matéria branca rompidas entre áreas cerebrais envolvidas na produção da fala, além de atividade cerebral anormal nessas regiões e nos núcleos da base durante a fala. As diferenças estruturais e funcionais no cérebro podem explicar as causas da gagueira.
Neuroimagem no acidente vascular cerebral (AVC) - Liga Acadêmica de Radiologi...felipe_wlanger
Aula do dia 24/10/2016 sobre escolha de métodos de neuroimagem, indicações e suas limitações em pacientes com suspeita de acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico.
Acadêmico Felipe Welter Langer, Medicina UFSM
E-mail para contato: felipewlanger@gmail.com
Neuroimagem no acidente vascular cerebral (AVC) - Liga Acadêmica de Radiologi...felipe_wlanger
Aula do dia 24/10/2016 sobre escolha de métodos de neuroimagem, indicações e suas limitações em pacientes com suspeita de acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico.
Acadêmico Felipe Welter Langer, Medicina UFSM
E-mail para contato: felipewlanger@gmail.com
No início da década de 1960, a ideia de que neurônios poderiam ser gerados no encéfalo de mamíferos adultos foi recebida com considerável ceticismo e controvérsia.
Nos 20 anos seguintes, cada estudo relatando a neurogênese* adulta no encéfalo de mamíferos foi, da mesma forma, recebido com desconfiança.
Um dogma foi estabelecido e aceito pela comunidade científica: após o nascimento, nenhum novo neurônio poderia ser gerado. Conceitualmente, pensava-se que a composição estrutural dos neurônios dentro do encéfalo permanecia imutável após o nascimento. No entanto, a detecção da neurogênese em adultos em certas regiões encefálicas sugere que o encéfalo adulto exibe mais plasticidade do que se pensava anteriormente, e isso tem implicações para os conceitos de eu, memória e origem das doenças neurodegenerativas.
A neurogênese ocorre através da divisão de células-tronco neurais e subsequente maturação em células progenitoras neurais; esses progenitores então migram e amadurecem se tornando novos neurônios.
Acreditava-se que esse processo estava restrito ao desenvolvimento embrionário, cessando logo após o nascimento, de modo que novos neurônios não pudessem ser gerados.
Mucolipidoses Tipo II e III e Gagueira Não-Sindrômica são condições genéticas...Stuttering Media
http://gagueira.wordpress.com
Mutações homozigóticas nos genes GNPTAB e GNPTG estão classicamente associadas às mucolipidoses tipo II (ML II, alfa/beta) e tipo III (ML III, alfa/beta/gama), que são doenças raras de armazenamento lisossômico caracterizadas por múltiplas patologias. Recentemente, variantes nos genes GNPTAB, GNPTG e NAGPA (este último funcionalmente relacionado aos dois primeiros) foram associadas com a gagueira persistente não-sindrômica. Analisando uma amostra de escala mundial que abrangia 1.013 indivíduos com gagueira persistente não-sindrômica, sem relação de parentesco, encontramos 164 indivíduos que carregavam alguma rara variante não-sinônima de codificação em um destes três genes. Comparamos a frequência destas variantes com aquelas encontradas em grupos-controle nas mesmas populações e também em bancos de dados genômicos, e confrontamos a localização dessas mutações com a localização das mutações relatadas nas mucolipidoses. Descobrimos que pessoas com gagueira exibiam um excesso de variantes não-sinônimas de codificação quando comparadas a pessoas dos grupos-controle e a genomas pertencentes às bases de dados dos projetos “1000 Genomes” e “Exome Sequencing”. Ao todo, foram identificadas 81 variantes diferentes nos casos de gagueira analisados pelo nosso estudo. Praticamente todas eram substituições do tipo missense, das quais apenas uma tinha sido previamente relatada na mucolipidose, uma doença geralmente associada a mutações mais amplas, que levam a uma perda completa de função da proteína codificada. Nossa conclusão é que essas raras variantes de codificação não-sinônimas nos genes GNPTAB, GNPTG, e NAGPA podem ser responsáveis por até 16% dos casos de gagueira persistente, e que as alterações nos genes GNPTAB e GNPTG ocorrem em posições da cadeia nucleotídica que, em geral, causam efeitos menos graves na função da proteína do que aqueles vistos nas mucolipidoses tipo II e III.
No início da década de 1960, a ideia de que neurônios poderiam ser gerados no encéfalo de mamíferos adultos foi recebida com considerável ceticismo e controvérsia.
Nos 20 anos seguintes, cada estudo relatando a neurogênese* adulta no encéfalo de mamíferos foi, da mesma forma, recebido com desconfiança.
Um dogma foi estabelecido e aceito pela comunidade científica: após o nascimento, nenhum novo neurônio poderia ser gerado. Conceitualmente, pensava-se que a composição estrutural dos neurônios dentro do encéfalo permanecia imutável após o nascimento. No entanto, a detecção da neurogênese em adultos em certas regiões encefálicas sugere que o encéfalo adulto exibe mais plasticidade do que se pensava anteriormente, e isso tem implicações para os conceitos de eu, memória e origem das doenças neurodegenerativas.
A neurogênese ocorre através da divisão de células-tronco neurais e subsequente maturação em células progenitoras neurais; esses progenitores então migram e amadurecem se tornando novos neurônios.
Acreditava-se que esse processo estava restrito ao desenvolvimento embrionário, cessando logo após o nascimento, de modo que novos neurônios não pudessem ser gerados.
Mucolipidoses Tipo II e III e Gagueira Não-Sindrômica são condições genéticas...Stuttering Media
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Mutações homozigóticas nos genes GNPTAB e GNPTG estão classicamente associadas às mucolipidoses tipo II (ML II, alfa/beta) e tipo III (ML III, alfa/beta/gama), que são doenças raras de armazenamento lisossômico caracterizadas por múltiplas patologias. Recentemente, variantes nos genes GNPTAB, GNPTG e NAGPA (este último funcionalmente relacionado aos dois primeiros) foram associadas com a gagueira persistente não-sindrômica. Analisando uma amostra de escala mundial que abrangia 1.013 indivíduos com gagueira persistente não-sindrômica, sem relação de parentesco, encontramos 164 indivíduos que carregavam alguma rara variante não-sinônima de codificação em um destes três genes. Comparamos a frequência destas variantes com aquelas encontradas em grupos-controle nas mesmas populações e também em bancos de dados genômicos, e confrontamos a localização dessas mutações com a localização das mutações relatadas nas mucolipidoses. Descobrimos que pessoas com gagueira exibiam um excesso de variantes não-sinônimas de codificação quando comparadas a pessoas dos grupos-controle e a genomas pertencentes às bases de dados dos projetos “1000 Genomes” e “Exome Sequencing”. Ao todo, foram identificadas 81 variantes diferentes nos casos de gagueira analisados pelo nosso estudo. Praticamente todas eram substituições do tipo missense, das quais apenas uma tinha sido previamente relatada na mucolipidose, uma doença geralmente associada a mutações mais amplas, que levam a uma perda completa de função da proteína codificada. Nossa conclusão é que essas raras variantes de codificação não-sinônimas nos genes GNPTAB, GNPTG, e NAGPA podem ser responsáveis por até 16% dos casos de gagueira persistente, e que as alterações nos genes GNPTAB e GNPTG ocorrem em posições da cadeia nucleotídica que, em geral, causam efeitos menos graves na função da proteína do que aqueles vistos nas mucolipidoses tipo II e III.
Não é emocional. Discretas mutações em genes que regulam um processo celular básico estão por trás de mais de 3 milhões de casos de gagueira em todo o mundo. Com a identificação dos primeiros genes associados à gagueira, os cientistas estão tendo a possibilidade inédita de compreender os fundamentos bioquímicos do distúrbio e de descobrir grupos de neurônios especialmente sensíveis ao defeito metabólico causado pelas alterações genéticas. Saiba mais: http://gagueira.wordpress.com
Genética da gagueira - Via metabólica afetada pelas primeiras mutações associ...Stuttering Media
Representação esquemáticas da via metabólica afetada pelas primeiras mutações associadas à gagueira — via da qual participa a enzima UCE (uncovering enzyme ou enzima de "descobertura"). Ela catalisa o segundo passo da via, a remoção de um grupamento GlcNAc (N-acetil-D-glicosamina) para expor o sinalizador manose-6-fosfato (M6P), que atua como uma espécie de etiqueta de transporte para a enzima que precisa ser encaminha ao lisossomo.
Gagueira induzida por teofilina - Relato de caso pioneiro (1981)Stuttering Media
Este arquivo pdf contém um relato pioneiro. Trata-se do primeiro caso documentado em literatura científica de gagueira induzida por medicação. O caso envolveu uma criança de 4 anos que apresentava uma única mudança comportamental ao receber o medicamento broncodilatador teofilina.
Além de gagueira, a clozapina também pode induzir transtornos de fala bastante similares, como a palilalia, conforme demonstra este relato feito em 2011 por médicos do Hospital São João, em Porto, Portugal.
Gagueira dose-dependente induzida neuroquimicamente por clozapinaStuttering Media
Mulher jovem, de 33 anos, em tratamento psiquiátrico para depressão maior no Hospital Mount Sinai, em Nova Iorque (EUA), desenvolve gagueira ao receber uma dose diária de 400mg ou mais de clozapina. Mas quando a dose é reduzida para menos de 400mg diários, a gagueira melhora e, por fim, desaparece.
Relato de caso sugerindo que a gagueira pode surgir como sintoma associado a uma desordem autoimune do tipo PANDAS*.
*O termo PANDAS é o acrônimo em inglês para Pediatric Autoimmune Neuropsychiatric Disorders Associated with Streptococcal infections (Distúrbios Neuropsiquiátricos Autoimunes da Infância Associados à Infecção por Estreptococos).
Não é emocional. Discretas mutações em genes que regulam um processo celular básico estão por trás de mais de 3 milhões de casos de gagueira em todo o mundo. Com a identificação dos primeiros genes associados à gagueira, os cientistas estão tendo a possibilidade inédita de compreender os fundamentos bioquímicos do distúrbio e de descobrir grupos de neurônios especialmente sensíveis ao defeito metabólico causado pelas alterações genéticas. Saiba mais: http://gagueira.wordpress.com
Estadão - Crianças com gagueira são prejudicadas nas escolasStuttering Media
A gagueira é um dos distúrbios da fala mais comuns e afeta 5 em cada 100 crianças. Mas apesar da prevalência significativa, pesquisas realizadas pelo Centro Michael Palin para Crianças com Gagueira, na Grã-Bretanha, mostraram que muitos professores não recebem informações corretas sobre gagueira. Como consequência, eles não sabem identificar nem lidar corretamente com o problema em sala de aula.
José Saramago, falando sobre a dificuldade de conviver com a gagueira em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo: "O meu problema foi, e continua a ser, o tartamudeio, a gagueira. Aqueles que gozam da sorte de uma palavra solta, de uma frase fluida, não podem imaginar o sofrimento dos outros, esses que no mesmo instante em que abrem a boca para falar já sabem que irão ser objeto da estranheza ou, pior ainda, do riso do interlocutor."
Texto muito esclarecedor sobre as pesquisas pouco cuidadosas que mistificaram o estudo da gagueira e levaram sua origem a ser equivocadamente atribuída a razões socioculturais.
Dr. Gerald Maguire - Rompendo o silêncio da medicina em torno da gagueiraStuttering Media
Dr. Gerald Maguire tem razões pessoais para devotar sua vida à pesquisa e ao tratamento da gagueira. Seus estudos no departamento de neuropsiquiatria da Universidade da Califórnia (UCI) têm mostrado que a desordem é parcialmente causada por um defeito na parte do cérebro que controla a temporalização e o sequenciamento da fala espontânea.
Os Genes da Gagueira - Entrevista com Dr. Dennis DraynaStuttering Media
Nesta entrevista, o Dr. Dennis Drayna, pesquisador chefe do estudo do NIH que revelou os primeiros genes associados à gagueira, explica a importância da descoberta para o desenvolvimento de formas mais eficazes de tratamento da desordem, bem como para o entendimento dos ainda misteriosos mecanismos envolvidos na produção de fala e linguagem no cérebro humano.
Crianças fluentes adquirem gagueira quando são rotuladas de gagas? Em 1939, uma fracassada tentativa de comprovar esta hipótese acabou produzindo um dos estudos mais antiéticos da história da ciência.
Descubra neste artigo por que o idealizador do estudo, o aclamado fonoaudiólogo norte-americano Wendell Johnson, decidiu esconder até o fim da vida as evidências que invalidavam sua teoria sobre a origem da gagueira.
Dados independentes de diversos grupos de pesquisa espalhados pelo mundo provaram que a gagueira persistente é resultado de uma comunicação ineficaz em algumas redes neurais no hemisfério esquerdo do cérebro. As falhas de conectividade nestas redes constituem a assinatura neurológica da gagueira. Mas como conciliar estes dados com os demais aspectos da desordem?
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educação inclusiva na atualidade como ela se estabelece atualmente
Gagueira: o segredo que se esconde na matéria branca
1. O segredo que
se esconde na
matéria branca
Exames modernos de neuroimagem
estão permitindo decifrar um dos
mais antigos mistérios da
humanidade: a gagueira
Por Kate Watkins *
Nos últimos anos, com o aperfeiçoamento dos méto- da gagueira, e apontaram dife-
dos de neuroimageamento, cada vez mais estudos ci- renças em relação ao cérebro de
entíficos começaram a descobrir diferenças físicas na adultos que gaguejam.
organização do cérebro de pessoas que gaguejam. Até Imagens obtidas pelo estudo de Watkins. A imagem à es-
pouco tempo atrás, a grande dúvida era saber se es- Conexões partidas querda mostra o padrão de atividade durante a produção de fa- zenta. Na superfície do foi que pessoas que gaguejam apresentam uma ati- de uma outra função para controlar a fala, ou que
sas diferenças eram resultado do convívio com a ga- Esses estudos usaram aparelhos la no grupo-controle fluente (laranja) e no grupo de pessoas jo- cérebro, a matéria cin- vidade reduzida em uma parte importante do sis- usam regiões do cérebro fora do sistema desconec-
gueira ou se elas já estavam presentes desde a infân- modernos de ressonância mag- vens que gaguejam (azul). A imagem à direita mostra as regiões zenta forma uma estrei- tema normal de produção de fala. Esta região – o tado pelos feixes rompidos de matéria branca, e
cia. Dois estudos recentes ofereceram respostas a esta nética, que fornecem imagens subjacentes de matéria branca (em laranja) na qual pessoas que ta camada de cerca de córtex pré-motor ventral – fica imediatamente aci- que não são normalmente usadas no cérebro de
gaguejam apresentam uma ruptura nos tratos de fibras nervo-
dúvida. A pesquisadora Kate Watkins, autora do tex- mais detalhadas da estrutura do sas logo abaixo das áreas corticais que não estão ativadas. meio centímetro de es- ma da área em que fibras de matéria branca estão pessoas fluentes. Esta idéia é apoiada pelas desco-
to abaixo, é a líder de um desses estudos. cérebro com base no movimento pessura chamada cór- rompidas, conforme revelado pelo estudo de difu- bertas sobre o volume da matéria cinzenta, no es-
dos átomos de hidrogênio das moléculas de água. tex. Mais profundamente no cérebro, também en- são. É provável que a atividade na região esteja re- tudo de Chang. Por outro lado, algumas diferenças
N
o começo de 2008, dois grupos de pes- Tanto em nosso estudo quanto no de Chang, utili- contramos matéria cinzenta em regiões chamadas duzida devido a um rompimento da conectividade poderiam ser de fato a causa fundamental da ga-
quisa sobre gagueira publicaram estudos zou-se um novo tipo de ressonância, conhecido “núcleos”, como nos núcleos da base. Em nosso es- normal e da comunicação eficiente com outras re- gueira e podem estar relacionadas a variações ge-
de neuroimagem em jovens adultos, como imageamento por tensor de difusão (DTI res- tudo, além de um exame de ressonância para ava- giões do cérebro que são importantes para a pro- néticas ou incidentes ao longo do desenvolvimen-
adolescentes e crianças que gaguejam. sonance), para investigar a organização das cone- liar a estrutura do cérebro (DTI ressonance), usa- dução de fala fluente. to.
Esses estudos revelaram anormalidades funcionais xões de matéria branca no cérebro. A matéria mos também outro tipo de ressonância, a fMRI Pesquisas adicionais, particularmente estudos lon-
e estruturais no cérebro dessas pessoas. O objetivo branca é responsável pela conexão entre as diver- (ressonância magnética funcional), para investigar Matéria cinzenta gitudinais, começando nos primeiros anos de vida,
deles era fornecer um melhor entendimento das sas áreas do sistema nervoso central. Ela é chama- a atividade no cérebro enquanto as pessoas produ- Chang e seus parceiros de pesquisa também encon- podem ajudar a lançar luz sobre essas questões.
causas da gagueira e ajudar a explicar por que al- da de branca porque é constituída principalmente ziam fala. Este tipo de exame de imagem detecta traram diferenças no volume da matéria cinzenta
gumas crianças recuperam-se da gagueira, enquan- por um tecido gorduroso conhecido como mielina. mudanças na quantidade de oxigênio transportado em partes do córtex envolvidas na produção e per- * Kate Watkins é professora de psicologia experimental na
to outras continuam a gaguejar. Considerando o Este revestimento gorduroso fornece isolamento no sangue para o cérebro. Quando uma área do cé- cepção da fala em crianças que gaguejam. Eles en- Universidade de Oxford e pesquisadora do Centre for Func-
resultado dos dois estudos em conjunto, estamos para as fibras que conectam as diferentes regiões rebro está ativa, ela precisa de mais oxigênio e contraram menos matéria cinzenta perto do córtex tional Magnetic Imaging of the Brain (FMRIB).
começando a responder estas perguntas. do cérebro e também aumenta a velocidade de mais fluxo sanguíneo. A ressonância magnética pré-motor ventral, onde havíamos detectado uma
Em nosso artigo, publicado na revista Brain, des- transmissão dos sinais elétricos entre essas regiões. funcional mostra como esses padrões de atividade atividade reduzida. Além disso, também encontra-
crevemos diferenças na organização física das co- Em razão de o tecido ser gorduroso, as moléculas cerebral mudam enquanto a pessoa está falando. ram menos matéria cinzenta em regiões que são
nexões entre algumas áreas do cérebro em um de água não têm liberdade total de movimento na Nosso estudo descobriu que, durante a produção normalmente ativadas quando se escuta a fala (os
grupo de adolescentes e pessoas jovens que gague- matéria branca. A restrição para a mobilidade das de fala, as pessoas que gaguejam mostraram ativi- lobos temporais). Essas diferenças em volume de
jam (com idade variando de 14 a 27 anos). Essas moléculas ocorre principalmente na direção per- dade aumentada em áreas do cérebro que não são matéria cinzenta estavam presentes até mesmo em Referências
diferenças explicaram por que este grupo de pes- pendicular ao feixe de fibras, e menos na direção tipicamente usadas pelo grupo-controle formado crianças que tinham se recuperado da gagueira.
soas exibia uma atividade reduzida em algumas longitudinal (ao longo do comprimento do feixe). por pessoas fluentes. Algumas dessas regiões esta- [N.T.: ou seja, ao contrário das diferenças na ma-
regiões do córtex cerebral durante a produção de Assim, ao medir os diminutos movimentos das mo- vam no hemisfério direito, e outros estudos suge- téria branca, que são diacríticas para a gagueira
Chang, SE et al (2008). Brain anatomy differences in
fala. léculas de água, podemos obter imagens que mos- rem que esta atividade reflete um processo de persistente, as diferenças no volume de matéria
childhood stuttering, NeuroImage 39(3):1333-44. [Link]
Outro grupo de pesquisadores (Chang et al.) pu- tram como as fibras estão orientadas. compensação da gagueira. Também encontramos cinzenta não são um bom prognosticador para a
blicou descobertas muito similares na revista Neu- Ambos os estudos descobriram que os feixes de atividade aumentada em pessoas que gaguejam persistência ou remissão da gagueira em crianças]. Watkins, KE et al (2008). Structural and functional ab-
normalities of the motor system in developmental
roImage. Estudando crianças na faixa etária de 9 a fibras normalmente bem alinhados que conectam numa região do mesencéfalo, na altura da substân- Ao contrário dos estudos feitos em adultos que stuttering. Brain 131(Pt 1):50-9. [Link]
12 anos, eles descobriram que, no grupo com ga- as áreas do cérebro envolvidas na produção de fala cia negra. Os núcleos de massa cinzenta nesta re- gaguejam, nenhum aumento na matéria cinzenta
foi encontrado no hemisfério direito das crianças. Sobre núcleos da base e dopamina, veja p.ex.
gueira persistente, as conexões de matéria branca estavam rompidos em pessoas jovens que gague- gião profunda são parte dos núcleos da base, um
http://www.gagueira.org.br/nucleosdabase.pdf
estavam rompidas na mesma região identificada jam. Esta ruptura provavelmente reduz a eficiência conjunto de estruturas envolvidas no controle e na Isso sugere que, em adultos que gaguejam, algu-
em nosso estudo. Já no grupo constituído por cri- da comunicação entre as áreas envolvidas no pro- iniciação do movimento. A atividade extra nesta mas das diferenças verificadas podem ser conse-
anças que tinham se recuperado da gagueira, a cessamento da fala. região em pessoas que gaguejam é consistente com qüência do longo convívio com a gagueira.
Traduzido por Hugo Silva para o Instituto Brasileiro de
matéria branca estava íntegra. Eles também encon- as sugestões de estudos anteriores de que a ga- É importante entender mais sobre as causas das Fluência (www.gagueira.org.br). O artigo original, em
traram mudanças no volume da matéria cinzenta Medindo a atividade gueira se deve a uma função anormal dos núcleos diferenças na estrutura e função cerebral associa- inglês, pode ser encontrado na edição de março de
cortical, tanto em crianças com gagueira persisten- A atividade no cérebro ocorre junto aos corpos ce- da base ou a quantidades anormais de dopamina. das à gagueira. Algumas dessas diferenças podem 2008 da revista Speaking Out, publicação da British
Stammering Association (p. 14-15).
te quanto em crianças que tinham se recuperado lulares dos neurônios, localizados na matéria cin- Outra descoberta interessante em nosso estudo refletir estratégias compensatórias que fazem uso
www.gagueira.org.br