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Dilma Rousseff
MINISTRO DE ESTADO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
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SUBSECRETÁRIO DE COORDENAÇÃO DAS UNIDADES DE PESQUISA
Arquimedes Diógenes Ciloni
DIRETOR DO CBPF (interino)
Ivan dos Santos Oliveira Júnior
COORDENAÇÃO do projeto DESAFIOS DA FÍSICA
João dos Anjos (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas/MCTI)
REDAÇÃO E EDIÇÃO CIENTÍFICA
Odilon A. P. Tavares (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas/MCTI)
EDIÇÃO DE TEXTO
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CENTRO BRASILEIRO DE PESQUISAS FÍSICAS
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22290-180 - Rio de Janeiro - RJ
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pelo sítio do projeto Desafios da Física (http://mesonpi.cat.cbpf.br/desafios/),
onde estão disponíveis, em formato PDF, todos os folders da série. No portal
http://www.cbpf.br/Publicacoes.html, estão disponíveis outras iniciativas de
divulgação científica do CBPF.
TAVARES, O. A. P. ‘100 anos com o núcleo atômico’. Ciência Hoje v. 47, n. 278
(2011).
SEGRÈ, E. Dos raios X aos quarks: físicos modernos e suas descobertas.
Cap. III e VI (Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1980).
PHYSICAL SCIENCE STUDY COMMITEE-PSSC Física, parte IV, cap. 32
(São Paulo: Edart Livraria Editora, 1967).
Na Internet:
Ernest Rutherford: www.nobel-winners.com/Chemistry/ernest_rutherford.html
Fontes
Sumário
esde o início dos tempos, o ser humano procura entender as leis que
regem a natureza e se pergunta de que são feitas as coisas. Já na Grécia
Antiga, por volta de 450 a.C., Demócrito propôs que a matéria não seria
divisível infinitamente e que deveria existir um constituinte fundamental
de cada tipo de matéria, que chamou de átomo.
A partir desses tijolos fundamentais, seriam formados os materiais, ideia que o
químico e físico inglês John Dalton (1766-1844) retomou por volta de 1800, associan-
do diferentes átomos a cada elemento químico.
Mas, na última década do século 19, as descobertas do elétron e do fenômeno da
radioatividade natural trouxeram de volta a pergunta: “Como será mesmo o átomo?”.
Contamos, neste folder, a história da descoberta do núcleo atômico feita pelo
físico de origem neozelandesa Ernest Rutherford (1871-1937), acontecimento que
está com­pletando cem anos este ano. Esse resultado abriu as portas para o estu-
do das partículas elementares, área que dominou a física no século passado e que
culminará – quem sabe? – com a descoberta da última peça do quebra-cabeças,
o bóson de Higgs, partícula que, tudo indica, é a responsável por dar, à matéria,
a propriedade que denominamos massa.
Mas será mesmo a última peça? Ou continuaremos a ter surpresas?
Com este folder, damos prosseguimento às atividades de divulgação científi­-
ca realizadas pelo CBPF. Esta série destina-se ao público não especializado, que en-
contrará aqui não só uma descrição fascinante da descoberta do núcleo atômico,
mas também sugestões para leituras mais aprofundadas sobre o tema.
Mais uma vez, esperamos que esta iniciativa sirva para despertar vocações, mos-
trando a jovens estudantes como a ciência pode ser interessante.
Aperte os cintos e boa viagem ao interior da matéria!
João dos Anjos
COORDENADOR DO PROJETO DESAFIOS DA FÍSICA
FEITO NOTÁVEL
Região ultraminúscula
Tudo ao nosso redor
Energia para a humanidade
RADIAÇÕES E
RADIOATIVIDADE
Perplexidade e ceticismo
Rádio e polônio
Rumo à Europa
Alfa e beta
NO CANADÁ
Teoria da transmutação
Carga positiva
Mancha mal definida
PARTÍCULAS ALFA
Contando raios alfa
Hélio sem elétrons
Bordas sem definição
Núcleoatômico
100anosdadescobertadocentrodamatéria
NÚCLEO
ATÔMICO
100 anos da descoberta
do centro da matéria
EXPERIMENTO
ENGENHOSO
Alvo de ouro
Perplexidade de todos
Pudim de passas
A DESCOBERTA
DO NÚCLEO
Minúscula região central
Sem recuo
Como lâmina transparente
Pequena chance
Um em 20 mil
O NOVO MODELO
Explicação quantitativa
Limitado, mas correto
Grande vazio
RECONHECIMENTO E FAMA
De garoto pobre a nobre
Ao lado de Newton e Darwin
Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas
2011
D
A DESCOBERTA
DO NÚCLEO
Minúscula região central • Ao final de
1910, Rutherford encontrou significado
para as deflexões em grandes ângulos e
mesmo os retroespalhamentos. Formu-
lou, então, sua teoria do espalhamento
alfa, que, em essência, considerava que
a deflexão era o resultado de uma única
interação entre a partícula alfa (com du-
pla carga elétrica positiva) e a carga posi-
tiva do átomo. Porém, esta agora estaria
concentrada em uma minúscula região
central do átomo, o núcleo atômico. Os elétrons,
por sua vez, estariam orbitando o núcleo (como um
sistema planetário), em uma região esférica de raio
comparável com o tamanho do átomo – que à época
se sabia ser aproximadamente 2 x 10-8
cm.
Sem recuo • Rutherford supôs também que o nú-
cleo atômico não sofria recuo (ou retrocesso), em
virtude de quase toda a massa do átomo
estar nele concentrada – no caso do
ouro, a massa do núcleo chega a ser
quase 50 vezes maior que a da
partícula alfa.
Como lâmina transparente • A
hipótese de Rutherford do nú-
cleo do átomo era inteira-
mente compatível com
a observação de que a
grande maioria das par-
tículas alfa incidentes pas-
sava pela lâmina de ouro
sem sofrer desvios apre-
ciáveis, como se a lâmina
fosse transparente a elas.
Pequena chance • De fato,
para as lâminas de ouro
usadas nos experimentos,
pode se estimar em apro-
ximadamente 6 x 10-10
cm
a distância média entre
os núcleos atômicos como
visto pelas partículas alfa
incidentes. Isso significava
que a chance de uma partícula alfa passar nas pro-
ximidades de um núcleo – e, portanto, sofrer de-
flexão – era bem pequena. Mais rara ainda seria
um choque quase frontal contra o núcleo, com o
consequente retroespalhamento.
Um em 20 mil! • Embora pequenas, as chances de
deflexão a grandes ângulos ou retroespalhamento
não eram nulas, em conformidade com o
que era observado – ressalte-se que
Marsden registrou um único retroes-
palhamento em 20 mil alfas! Quan-
to mais próximo do núcleo fosse
a direção de incidência (em ou-
tras palavras, melhor ‘pontaria’),
maior seria o ângulo de defle-
xão, sendo os eventos mais ra-
ros aqueles em que a partícula
alfa seria ricocheteada pratica-
mente na direção original do feixe.
Núcleo
r
Ângulo de
deflexão
t
d
r
Fonte
radioativa
Folha
de mica
Câmara de vácuo
Orifício de
colimação
Tela decintilação
Perplexidade e ceticismo • No final do século 19,
a descoberta de novos fenômenos causou perple-
xidade (e até ceticismo) nos cientistas da época.
Uma delas foi feita, em 1896, pelo físico francês
Antoine Henri Becquerel (1852-1908), que anun-
ciou a existência de radiações emitidas pelos sais
de urânio, com características no mínimo estra-
nhas: eram invisíveis, espontâneas e de origem
desconhecida. Atravessavam corpos opacos à luz
e deixavam marcas em placas fotográficas. Eram
também encontradas no elemento químico tório
e em seus sais.
Rádio e polônio • Em Paris,
o físico francês Pierre Curie
(1859-1906) e sua mulher, a
física e química polonesa
Marie Sklodowska Curie
(1867-1934), se dedica-
ram ao estudo das radia-
ções, chegando a desco-
brir, em 1898, dois novos
elementos químicos, por eles batizados rádio e
polônio, ambos fortemente emissores de radia-
ções – daí denominados radioativos.
Rumo à Europa • Com uma bolsa de estudos, o
jovem Rutherford chegou, em 1895, à Universida-
de de Cambridge (Inglaterra), para trabalhar sob a
tutela do físico inglês Joseph John Thomson (1856-
1940), que, dois anos depois, descobriria a primeira
partícula subatômica, o elétron.
Alfa e beta • Rutherford se dedicou ao estudo
das radiações do urânio e mostrou, em 1898,
que esse elemento emitia dois tipos de
radiação, ambas de natureza corpuscu-
lar. Deu a elas o nome raios alfa (os
facilmente absorvidos) e beta (aque-
les com maior poder de penetração).
Em Paris, Becquerel, entusiasmado
com as novidades no campo das ra-
diações, conseguiu demonstrar, em
1900, que os raios beta eram, na ver-
dade, elétrons energéticos.
EXPERIMENTO ENGENHOSO
Alvo de ouro • Em 1909, Rutherford incumbiu um
jovem estudante, o físico anglo-neozelandês Ernest
Marsden (1889-1970), de procurar por partículas alfa
defletidas em ângulos bem maiores que uns 10 graus.
Marsden, no lugar da mica, usou folhas finíssimas de
ouro. Para detectar alfas, montou uma tela com sulfe-
to de zinco que podia se mover em todas as direções
em torno do centro das deflexões das partículas alfa.
Região ultraminúscula • Em 7
de março de 1911, em uma reu-
nião da Sociedade Filosófica e Li-
terária de Manchester (Inglater-
ra), um anúncio feito pelo físico
neozelandês Ernest Rutherford
(1871-1937) mudaria os desti-
nos da humanidade: o átomo
é dotado de uma carga elétrica
concentrada em uma região ul-
traminúscula, envolvida por uma
distribuição esférica uniforme
de eletricidade oposta e de igual
quantidade. Dois meses depois,
o modelo do átomo nuclear esta-
va publicado com pormenores no
volume 21 do Philosophical Ma-
gazine, mostrando que o núcleo
atômico concentra toda a carga
elétrica positiva e praticamente
toda a massa do átomo.
Tudo ao nosso redor • Desde
então, esse conhecimento e as
tecnologias daí decorrentes têm
possibilitado à humanidade des-
frutar de melhor saúde, conforto
FEITO NOTÁVEL NO CANADÁ
Teoria da transmutação • Sem perspectivas de
obter colocação acadêmica em Cambridge, Ru-
therford se transferiu, em 1898, para a Universi-
dade McGill, em Montreal (Canadá), onde perma-
neceu por nove anos. Lá, descobriu um gás nobre,
radioativo, mais tarde denominado radônio. Qua-
tro anos depois, ele e o químico inglês Frederick
Soddy (1877-1956) descobriram que um elemen-
to se transforma – ou decai, ou transmuta – em
outro em decorrência da emissão espontânea de
raios alfa ou beta, teoria batizada transmutação
dos elementos radioativos.
Carga positiva • Rutherford concluiu que as par-
tículas alfa emitidas pelo rádio ou radônio tinham
carga elétrica positiva, por causa dos desvios ob-
servados quando elas passavam em regiões de
campos elétricos fortes.
Mancha mal definida • Também em Montreal,
Rutherford observou que raios alfa estavam sen-
do ligeiramente desviados de sua direção inicial
quando passavam através de folhas de mica mui-
to finas (cerca de três centésimos de milímetro),
uma vez que um feixe delas acabava por produzir
uma mancha mal definida em um filme fotográfi-
co. Essa observação ocupou a mente de Ruther-
ford por quatro anos e foi crucial para a descober-
ta do núcleo.
RECONHECIMENTO
E FAMA
De garoto pobre a nobre • Por seus feitos pio-
neiros na ciência nuclear, Rutherford – prêmio
Nobel de Química de 1908 e, mais tarde, barão
Rutherford de Nélson – se encontra, segundo o
astrofísico norte-americano Michael Hart, entre
os 60 primeiros personagens que mais exerce-
ram influência nos destinos da humanidade.
Para o jornalista de ciência norte-americano
John Simmons, ele está entre os 20 mais impor-
tantes cientistas de todas as áreas do conheci-
mento e de todos os tempos.
Ao lado de Newton e Darwin – Sem dúvida, bela
trajetória para um menino pobre que nasceu
em Spring Grove, na província rural de Nélson,
na Nova Zelândia, filho de um mecânico e uma
professora primária. Rutherford, admirado por
sua personalidade e caráter, está sepultado na
Abadia de Westminster, em Londres, ao lado de
dois gigantes da ciência britânica, o físico Isaac
Newton (1642-1727) e o naturalista Charles Da-
rwin (1809-1882).
PARTÍCULAS ALFA
Contando raios alfa • Já mundialmente famoso por
seus estudos sobre radioatividade, Rutherford vol-
ta à Inglaterra em 1907. Está agora na Universidade
de Manchester, onde se cercou de colaboradores
jovens e talentosos. Ele e seu novo assistente, o
físico alemão Hans Geiger (1882-1945), tomaram
conhecimento, em 1908, de que era possível visu-
alizar sinais luminosos (cintilações) produzidos
por raios alfa quando estes atingiam uma tela re-
vestida com sulfeto de zinco (sal luminescente).
A partir desse fenômeno, desenvolveram um mé-
todo simples e bem sucedido de contagem de par-
tículas alfa que se tornou a ferramenta principal
em experimentos que envolviam detecção desse
tipo de radiação.
Hélio sem elétrons • Em 1909, com a ajuda do físico
inglês Thomas Royds (1884-1955), Rutherford identi-
ficou definitivamente os raios alfa como sendo áto-
mos do gás hélio que perderam seus dois elétrons –
portanto, íons de carga elétrica dupla e positiva.
Bordas sem definição • Quando ainda em Montreal,
as pequenas deflexões observadas com folhas de
mica voltariam a ser tema de investigação. Ruther-
ford e seus assistentes observaram que, quando uma
folha finíssima de mica era interposta entre um feixe
de partículas alfa e uma tela de sulfeto de zinco, a
região nesta última onde ocorriam as cintilações se
tornava maior, com bordas não bem definidas, mos-
trando que parte das partículas alfa era desviada de
sua direção original. Essa deflexão era intrigante.
Com auxilio de uma luneta focalizada sobre a tela, era
possível observar, em uma sala escura, os pontos lumi-
nosos individualizados, resultado da colisão das partí-
culas alfa contra a tela. Com esse instrumento, Marsden
podia contar o número de alfas em determinado angulo
de desvio em relação à direção de incidência.
Perplexidade de todos • Para perplexidade de todos,
Marsden descobriu que umas poucas partículas alfa
eram lançadas para trás, atingindo a tela de cintilações
perto da região da fonte. Essas partículas estavam sen-
O NOVO MODELO
Explicação quantitativa • O que
fezomodelonucleardoátomopre-
valecer sobre o ‘pudim de passas’
de Thomson (1903) e o modelo saturniano
do físico japonês Hantaro Nagaoka (1904) – neste
último modelo, elétrons orbitavam um núcleo de
grandes proporções – foi o fato de ele ser capaz de
explicar quantitativamente o espalhamento a ân-
gulos grandes de partículas alfa por lâminas metá-
licas finíssimas.
Limitado, mas correto • Depois, se percebeu que
o modelo tinha sérias limitações, como: i) não ex-
plicava desvios em ângulos muito pequenos (meno-
res que 2 graus); ii) não levava em conta a chama-
da força forte nuclear – que mantêm as partículas
nucleares coesas –, pois esta só foi proposta bem
mais tarde; iii) e, sobretudo, o modelo
comprometia a estabilidade atômica,
pois, segundo leis da física, elétrons, ao
orbitarem o núcleo, emitiriam radiação, o
que os levaria a perder progressivamente
velocidade, seguindo então trajetória espirala-
da, até caírem definitivamente no núcleo – o que,
na realidade, não ocorre.
Grande vazio • As limitações, contudo, não diminuí-
ram o mérito da conclusão sobre a presença de um
núcleo no átomo, imagem que permanece absoluta-
mente correta até hoje. Rutherford, ao contrário de
Thomson e Nagaoka, percebeu que o átomo deveria
ser um grande vazio, com sua carga positiva e mas-
sa concentradas no núcleo – de dimensão por ele
estimada em 10-12
cm, contendo 99,97% da massa
do átomo. A densidade de matéria do núcleo atômi-
co pode ser, portanto, estimada em impressionan-
tes 100 milhões de toneladas por cm3
.
RADIAÇÕES E RADIOATIVIDADE
do desviadas por um ângulo bem maior
que 90 graus, ou seja, elas estavam sen-
do literalmente refletidas por uma finís-
sima folha de ouro.
Pudim de passas • Rutherford e Geiger con-
seguiram demonstrar que, se o modelo atômico de
Thomson (aquele do ‘pudim de passas’) estivesse
correto, o número de partículas alfa desviadas em
ângulos maiores do que cerca de 10 graus iria se
tornar nulo – o que contradizia as observações. O
modelo de Thomson implicava que uma partícula
alfa, ao atravessar uma folha finíssima de algum
material, sofreria deflexões múltiplas, isto é, vários
pequenos desvios por causa das colisões contra as
cargas positivas (no caso, o substrato do pudim)
e os elétrons dos átomos das várias camadas que
compunham a finíssima lâmina. Então, a partícula
alfa sairia, do outro lado, praticamente na direção
de incidência sobre a folha, com desvios não maio-
res do que uns 3 graus. Essa descrição não conse-
guia dar conta de explicar os grandes e raros desvios
observados por Marsden – tão pouco os raríssimos
retroespalhamentos.
cleo do átomo era inteira-
mente compatível com
a observação de que a
Rutherford e Geiger con-
e bem-estar. Essa descoberta
notável representou não só a
inauguração de uma nova ciên-
cia, a física nuclear, mas também
o fundamento e a abertura do
caminho para a compreensão da
real estrutura dos átomos, cons-
tituintes de tudo aquilo ao nosso
redor – inclusive nós mesmos.
Energia para a humanidade • A
vida em nosso planeta se susten-
ta à custa da energia que prima-
riamente foi e tem sido gerada,
em maior escala, no Sol, por meio
da chamada fusão termonuclear
(reações entre núcleos atômicos
leves) e, em escala bem menor,
na fissão nuclear (quebra de nú-
cleos pesados, como os de urâ-
nio) que ocorre nos reatores nu-
cleares das usinas de geração de
eletricidade. Mas desde quando
e como se tornaram conhecidos
os núcleos atômicos?
John Simmons, ele está entre os 20 mais impor-
tantes cientistas de todas as áreas do conheci-
mento e de todos os tempos.
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dois gigantes da ciência britânica, o físico Isaac
Newton (1642-1727) e o naturalista Charles Da-
rwin (1809-1882).
Câmara de vácuo
Blindagem
Colimador
Fonte de rádio
ou radônio
Feixe
colimado
de alfas Folha de ouro
Detector
de cintilação
Ângulo de deflexão
Feixe de alfa
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A descoberta do núcleo atômico há 100 anos

  • 1. PRESIDENTA DA REPÚBLICA Dilma Rousseff MINISTRO DE ESTADO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA Aloizio Mercadante Oliva SUBSECRETÁRIO DE COORDENAÇÃO DAS UNIDADES DE PESQUISA Arquimedes Diógenes Ciloni DIRETOR DO CBPF (interino) Ivan dos Santos Oliveira Júnior COORDENAÇÃO do projeto DESAFIOS DA FÍSICA João dos Anjos (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas/MCTI) REDAÇÃO E EDIÇÃO CIENTÍFICA Odilon A. P. Tavares (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas/MCTI) EDIÇÃO DE TEXTO Cássio Leite Vieira (Instituto Ciência Hoje) PROJETO GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO, INFOGRÁFICOS E TRATAMENTO DE IMAGEM Ampersand Comunicação Gráfica (www.amperdesign.com.br) CENTRO BRASILEIRO DE PESQUISAS FÍSICAS Rua Dr. Xavier Sigaud, 150 22290-180 - Rio de Janeiro - RJ Tel: (0xx21) 2141-7100 Fax: (0xx21) 2141-7400 Internet: http://www.cbpf.br Para receber gratuitamente pelo correio um exemplar deste folder, envie pedido pelo sítio do projeto Desafios da Física (http://mesonpi.cat.cbpf.br/desafios/), onde estão disponíveis, em formato PDF, todos os folders da série. No portal http://www.cbpf.br/Publicacoes.html, estão disponíveis outras iniciativas de divulgação científica do CBPF. TAVARES, O. A. P. ‘100 anos com o núcleo atômico’. Ciência Hoje v. 47, n. 278 (2011). SEGRÈ, E. Dos raios X aos quarks: físicos modernos e suas descobertas. Cap. III e VI (Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1980). PHYSICAL SCIENCE STUDY COMMITEE-PSSC Física, parte IV, cap. 32 (São Paulo: Edart Livraria Editora, 1967). Na Internet: Ernest Rutherford: www.nobel-winners.com/Chemistry/ernest_rutherford.html Fontes Sumário esde o início dos tempos, o ser humano procura entender as leis que regem a natureza e se pergunta de que são feitas as coisas. Já na Grécia Antiga, por volta de 450 a.C., Demócrito propôs que a matéria não seria divisível infinitamente e que deveria existir um constituinte fundamental de cada tipo de matéria, que chamou de átomo. A partir desses tijolos fundamentais, seriam formados os materiais, ideia que o químico e físico inglês John Dalton (1766-1844) retomou por volta de 1800, associan- do diferentes átomos a cada elemento químico. Mas, na última década do século 19, as descobertas do elétron e do fenômeno da radioatividade natural trouxeram de volta a pergunta: “Como será mesmo o átomo?”. Contamos, neste folder, a história da descoberta do núcleo atômico feita pelo físico de origem neozelandesa Ernest Rutherford (1871-1937), acontecimento que está com­pletando cem anos este ano. Esse resultado abriu as portas para o estu- do das partículas elementares, área que dominou a física no século passado e que culminará – quem sabe? – com a descoberta da última peça do quebra-cabeças, o bóson de Higgs, partícula que, tudo indica, é a responsável por dar, à matéria, a propriedade que denominamos massa. Mas será mesmo a última peça? Ou continuaremos a ter surpresas? Com este folder, damos prosseguimento às atividades de divulgação científi­- ca realizadas pelo CBPF. Esta série destina-se ao público não especializado, que en- contrará aqui não só uma descrição fascinante da descoberta do núcleo atômico, mas também sugestões para leituras mais aprofundadas sobre o tema. Mais uma vez, esperamos que esta iniciativa sirva para despertar vocações, mos- trando a jovens estudantes como a ciência pode ser interessante. Aperte os cintos e boa viagem ao interior da matéria! João dos Anjos COORDENADOR DO PROJETO DESAFIOS DA FÍSICA FEITO NOTÁVEL Região ultraminúscula Tudo ao nosso redor Energia para a humanidade RADIAÇÕES E RADIOATIVIDADE Perplexidade e ceticismo Rádio e polônio Rumo à Europa Alfa e beta NO CANADÁ Teoria da transmutação Carga positiva Mancha mal definida PARTÍCULAS ALFA Contando raios alfa Hélio sem elétrons Bordas sem definição Núcleoatômico 100anosdadescobertadocentrodamatéria NÚCLEO ATÔMICO 100 anos da descoberta do centro da matéria EXPERIMENTO ENGENHOSO Alvo de ouro Perplexidade de todos Pudim de passas A DESCOBERTA DO NÚCLEO Minúscula região central Sem recuo Como lâmina transparente Pequena chance Um em 20 mil O NOVO MODELO Explicação quantitativa Limitado, mas correto Grande vazio RECONHECIMENTO E FAMA De garoto pobre a nobre Ao lado de Newton e Darwin Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas 2011 D
  • 2. A DESCOBERTA DO NÚCLEO Minúscula região central • Ao final de 1910, Rutherford encontrou significado para as deflexões em grandes ângulos e mesmo os retroespalhamentos. Formu- lou, então, sua teoria do espalhamento alfa, que, em essência, considerava que a deflexão era o resultado de uma única interação entre a partícula alfa (com du- pla carga elétrica positiva) e a carga posi- tiva do átomo. Porém, esta agora estaria concentrada em uma minúscula região central do átomo, o núcleo atômico. Os elétrons, por sua vez, estariam orbitando o núcleo (como um sistema planetário), em uma região esférica de raio comparável com o tamanho do átomo – que à época se sabia ser aproximadamente 2 x 10-8 cm. Sem recuo • Rutherford supôs também que o nú- cleo atômico não sofria recuo (ou retrocesso), em virtude de quase toda a massa do átomo estar nele concentrada – no caso do ouro, a massa do núcleo chega a ser quase 50 vezes maior que a da partícula alfa. Como lâmina transparente • A hipótese de Rutherford do nú- cleo do átomo era inteira- mente compatível com a observação de que a grande maioria das par- tículas alfa incidentes pas- sava pela lâmina de ouro sem sofrer desvios apre- ciáveis, como se a lâmina fosse transparente a elas. Pequena chance • De fato, para as lâminas de ouro usadas nos experimentos, pode se estimar em apro- ximadamente 6 x 10-10 cm a distância média entre os núcleos atômicos como visto pelas partículas alfa incidentes. Isso significava que a chance de uma partícula alfa passar nas pro- ximidades de um núcleo – e, portanto, sofrer de- flexão – era bem pequena. Mais rara ainda seria um choque quase frontal contra o núcleo, com o consequente retroespalhamento. Um em 20 mil! • Embora pequenas, as chances de deflexão a grandes ângulos ou retroespalhamento não eram nulas, em conformidade com o que era observado – ressalte-se que Marsden registrou um único retroes- palhamento em 20 mil alfas! Quan- to mais próximo do núcleo fosse a direção de incidência (em ou- tras palavras, melhor ‘pontaria’), maior seria o ângulo de defle- xão, sendo os eventos mais ra- ros aqueles em que a partícula alfa seria ricocheteada pratica- mente na direção original do feixe. Núcleo r Ângulo de deflexão t d r Fonte radioativa Folha de mica Câmara de vácuo Orifício de colimação Tela decintilação Perplexidade e ceticismo • No final do século 19, a descoberta de novos fenômenos causou perple- xidade (e até ceticismo) nos cientistas da época. Uma delas foi feita, em 1896, pelo físico francês Antoine Henri Becquerel (1852-1908), que anun- ciou a existência de radiações emitidas pelos sais de urânio, com características no mínimo estra- nhas: eram invisíveis, espontâneas e de origem desconhecida. Atravessavam corpos opacos à luz e deixavam marcas em placas fotográficas. Eram também encontradas no elemento químico tório e em seus sais. Rádio e polônio • Em Paris, o físico francês Pierre Curie (1859-1906) e sua mulher, a física e química polonesa Marie Sklodowska Curie (1867-1934), se dedica- ram ao estudo das radia- ções, chegando a desco- brir, em 1898, dois novos elementos químicos, por eles batizados rádio e polônio, ambos fortemente emissores de radia- ções – daí denominados radioativos. Rumo à Europa • Com uma bolsa de estudos, o jovem Rutherford chegou, em 1895, à Universida- de de Cambridge (Inglaterra), para trabalhar sob a tutela do físico inglês Joseph John Thomson (1856- 1940), que, dois anos depois, descobriria a primeira partícula subatômica, o elétron. Alfa e beta • Rutherford se dedicou ao estudo das radiações do urânio e mostrou, em 1898, que esse elemento emitia dois tipos de radiação, ambas de natureza corpuscu- lar. Deu a elas o nome raios alfa (os facilmente absorvidos) e beta (aque- les com maior poder de penetração). Em Paris, Becquerel, entusiasmado com as novidades no campo das ra- diações, conseguiu demonstrar, em 1900, que os raios beta eram, na ver- dade, elétrons energéticos. EXPERIMENTO ENGENHOSO Alvo de ouro • Em 1909, Rutherford incumbiu um jovem estudante, o físico anglo-neozelandês Ernest Marsden (1889-1970), de procurar por partículas alfa defletidas em ângulos bem maiores que uns 10 graus. Marsden, no lugar da mica, usou folhas finíssimas de ouro. Para detectar alfas, montou uma tela com sulfe- to de zinco que podia se mover em todas as direções em torno do centro das deflexões das partículas alfa. Região ultraminúscula • Em 7 de março de 1911, em uma reu- nião da Sociedade Filosófica e Li- terária de Manchester (Inglater- ra), um anúncio feito pelo físico neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937) mudaria os desti- nos da humanidade: o átomo é dotado de uma carga elétrica concentrada em uma região ul- traminúscula, envolvida por uma distribuição esférica uniforme de eletricidade oposta e de igual quantidade. Dois meses depois, o modelo do átomo nuclear esta- va publicado com pormenores no volume 21 do Philosophical Ma- gazine, mostrando que o núcleo atômico concentra toda a carga elétrica positiva e praticamente toda a massa do átomo. Tudo ao nosso redor • Desde então, esse conhecimento e as tecnologias daí decorrentes têm possibilitado à humanidade des- frutar de melhor saúde, conforto FEITO NOTÁVEL NO CANADÁ Teoria da transmutação • Sem perspectivas de obter colocação acadêmica em Cambridge, Ru- therford se transferiu, em 1898, para a Universi- dade McGill, em Montreal (Canadá), onde perma- neceu por nove anos. Lá, descobriu um gás nobre, radioativo, mais tarde denominado radônio. Qua- tro anos depois, ele e o químico inglês Frederick Soddy (1877-1956) descobriram que um elemen- to se transforma – ou decai, ou transmuta – em outro em decorrência da emissão espontânea de raios alfa ou beta, teoria batizada transmutação dos elementos radioativos. Carga positiva • Rutherford concluiu que as par- tículas alfa emitidas pelo rádio ou radônio tinham carga elétrica positiva, por causa dos desvios ob- servados quando elas passavam em regiões de campos elétricos fortes. Mancha mal definida • Também em Montreal, Rutherford observou que raios alfa estavam sen- do ligeiramente desviados de sua direção inicial quando passavam através de folhas de mica mui- to finas (cerca de três centésimos de milímetro), uma vez que um feixe delas acabava por produzir uma mancha mal definida em um filme fotográfi- co. Essa observação ocupou a mente de Ruther- ford por quatro anos e foi crucial para a descober- ta do núcleo. RECONHECIMENTO E FAMA De garoto pobre a nobre • Por seus feitos pio- neiros na ciência nuclear, Rutherford – prêmio Nobel de Química de 1908 e, mais tarde, barão Rutherford de Nélson – se encontra, segundo o astrofísico norte-americano Michael Hart, entre os 60 primeiros personagens que mais exerce- ram influência nos destinos da humanidade. Para o jornalista de ciência norte-americano John Simmons, ele está entre os 20 mais impor- tantes cientistas de todas as áreas do conheci- mento e de todos os tempos. Ao lado de Newton e Darwin – Sem dúvida, bela trajetória para um menino pobre que nasceu em Spring Grove, na província rural de Nélson, na Nova Zelândia, filho de um mecânico e uma professora primária. Rutherford, admirado por sua personalidade e caráter, está sepultado na Abadia de Westminster, em Londres, ao lado de dois gigantes da ciência britânica, o físico Isaac Newton (1642-1727) e o naturalista Charles Da- rwin (1809-1882). PARTÍCULAS ALFA Contando raios alfa • Já mundialmente famoso por seus estudos sobre radioatividade, Rutherford vol- ta à Inglaterra em 1907. Está agora na Universidade de Manchester, onde se cercou de colaboradores jovens e talentosos. Ele e seu novo assistente, o físico alemão Hans Geiger (1882-1945), tomaram conhecimento, em 1908, de que era possível visu- alizar sinais luminosos (cintilações) produzidos por raios alfa quando estes atingiam uma tela re- vestida com sulfeto de zinco (sal luminescente). A partir desse fenômeno, desenvolveram um mé- todo simples e bem sucedido de contagem de par- tículas alfa que se tornou a ferramenta principal em experimentos que envolviam detecção desse tipo de radiação. Hélio sem elétrons • Em 1909, com a ajuda do físico inglês Thomas Royds (1884-1955), Rutherford identi- ficou definitivamente os raios alfa como sendo áto- mos do gás hélio que perderam seus dois elétrons – portanto, íons de carga elétrica dupla e positiva. Bordas sem definição • Quando ainda em Montreal, as pequenas deflexões observadas com folhas de mica voltariam a ser tema de investigação. Ruther- ford e seus assistentes observaram que, quando uma folha finíssima de mica era interposta entre um feixe de partículas alfa e uma tela de sulfeto de zinco, a região nesta última onde ocorriam as cintilações se tornava maior, com bordas não bem definidas, mos- trando que parte das partículas alfa era desviada de sua direção original. Essa deflexão era intrigante. Com auxilio de uma luneta focalizada sobre a tela, era possível observar, em uma sala escura, os pontos lumi- nosos individualizados, resultado da colisão das partí- culas alfa contra a tela. Com esse instrumento, Marsden podia contar o número de alfas em determinado angulo de desvio em relação à direção de incidência. Perplexidade de todos • Para perplexidade de todos, Marsden descobriu que umas poucas partículas alfa eram lançadas para trás, atingindo a tela de cintilações perto da região da fonte. Essas partículas estavam sen- O NOVO MODELO Explicação quantitativa • O que fezomodelonucleardoátomopre- valecer sobre o ‘pudim de passas’ de Thomson (1903) e o modelo saturniano do físico japonês Hantaro Nagaoka (1904) – neste último modelo, elétrons orbitavam um núcleo de grandes proporções – foi o fato de ele ser capaz de explicar quantitativamente o espalhamento a ân- gulos grandes de partículas alfa por lâminas metá- licas finíssimas. Limitado, mas correto • Depois, se percebeu que o modelo tinha sérias limitações, como: i) não ex- plicava desvios em ângulos muito pequenos (meno- res que 2 graus); ii) não levava em conta a chama- da força forte nuclear – que mantêm as partículas nucleares coesas –, pois esta só foi proposta bem mais tarde; iii) e, sobretudo, o modelo comprometia a estabilidade atômica, pois, segundo leis da física, elétrons, ao orbitarem o núcleo, emitiriam radiação, o que os levaria a perder progressivamente velocidade, seguindo então trajetória espirala- da, até caírem definitivamente no núcleo – o que, na realidade, não ocorre. Grande vazio • As limitações, contudo, não diminuí- ram o mérito da conclusão sobre a presença de um núcleo no átomo, imagem que permanece absoluta- mente correta até hoje. Rutherford, ao contrário de Thomson e Nagaoka, percebeu que o átomo deveria ser um grande vazio, com sua carga positiva e mas- sa concentradas no núcleo – de dimensão por ele estimada em 10-12 cm, contendo 99,97% da massa do átomo. A densidade de matéria do núcleo atômi- co pode ser, portanto, estimada em impressionan- tes 100 milhões de toneladas por cm3 . RADIAÇÕES E RADIOATIVIDADE do desviadas por um ângulo bem maior que 90 graus, ou seja, elas estavam sen- do literalmente refletidas por uma finís- sima folha de ouro. Pudim de passas • Rutherford e Geiger con- seguiram demonstrar que, se o modelo atômico de Thomson (aquele do ‘pudim de passas’) estivesse correto, o número de partículas alfa desviadas em ângulos maiores do que cerca de 10 graus iria se tornar nulo – o que contradizia as observações. O modelo de Thomson implicava que uma partícula alfa, ao atravessar uma folha finíssima de algum material, sofreria deflexões múltiplas, isto é, vários pequenos desvios por causa das colisões contra as cargas positivas (no caso, o substrato do pudim) e os elétrons dos átomos das várias camadas que compunham a finíssima lâmina. Então, a partícula alfa sairia, do outro lado, praticamente na direção de incidência sobre a folha, com desvios não maio- res do que uns 3 graus. Essa descrição não conse- guia dar conta de explicar os grandes e raros desvios observados por Marsden – tão pouco os raríssimos retroespalhamentos. cleo do átomo era inteira- mente compatível com a observação de que a Rutherford e Geiger con- e bem-estar. Essa descoberta notável representou não só a inauguração de uma nova ciên- cia, a física nuclear, mas também o fundamento e a abertura do caminho para a compreensão da real estrutura dos átomos, cons- tituintes de tudo aquilo ao nosso redor – inclusive nós mesmos. Energia para a humanidade • A vida em nosso planeta se susten- ta à custa da energia que prima- riamente foi e tem sido gerada, em maior escala, no Sol, por meio da chamada fusão termonuclear (reações entre núcleos atômicos leves) e, em escala bem menor, na fissão nuclear (quebra de nú- cleos pesados, como os de urâ- nio) que ocorre nos reatores nu- cleares das usinas de geração de eletricidade. Mas desde quando e como se tornaram conhecidos os núcleos atômicos? John Simmons, ele está entre os 20 mais impor- tantes cientistas de todas as áreas do conheci- mento e de todos os tempos. Ao lado de Newton e Darwin – Sem dúvida, belaAo lado de Newton e Darwin – Sem dúvida, belaAo lado de Newton e Darwin – trajetória para um menino pobre que nasceu em Spring Grove, na província rural de Nélson, na Nova Zelândia, filho de um mecânico e uma professora primária. Rutherford, admirado por sua personalidade e caráter, está sepultado na Abadia de Westminster, em Londres, ao lado de dois gigantes da ciência britânica, o físico Isaac Newton (1642-1727) e o naturalista Charles Da- rwin (1809-1882). Câmara de vácuo Blindagem Colimador Fonte de rádio ou radônio Feixe colimado de alfas Folha de ouro Detector de cintilação Ângulo de deflexão Feixe de alfa não defletido Saída para vácuo Luneta para observação