2. Anamnese : idade, ocorrência ou não de traumatismo
,participação em esportes e/ou outras atividades que
envolvam movimentos rotacionais do quadril,
frequentemente associados a lesões de estruturas intra--
articulares (lesão labral).
Causas extra-articulares para a dor no quadril
como: quadril em ressalto, síndrome da dor glútea profunda,
doenças na articulação sacroilíaca
O quadril possui importância fundamental nas atividades diárias. A partir do quadril a
movimentação é iniciada e executada, sendo também o responsável pela transmissão e
distribuição do peso do corpo para os membros inferiores.
Introdução
4. Exame em pé
Inspeção
A inspeção deve ser realizada com o paciente descalço e desnudo e a maioria dos
grupamentos musculares exposta. Devemos avaliar possíveis desvios posturais,
contraturas, cicatrizes e hipotrofias
5. • Região inguinal pode ser indicativa de possíveis doenças
intra-articulares.
• Face lateral do quadril – doenças extra-articulares, como as
que compõem a chamada síndrome da dor peritrocantérica
do quadril.
• Região posterior do quadril - doenças da coluna, síndrome
da dor glútea profunda (exemplo: síndrome do músculo
piriforme).
Sinal do “C” - doenças possivelmente intra--articulares
6. • Avaliar a altura dos ombros e as das cristas ilíaca -
diferenças nos membros inferiores.
• Avaliar a lassidão ligamentar – lesões por
Microinstabilidades. Teste do dedo polegar ou da
hiperextensão dos cotovelos e joelhos
7. • Diferenciação entre escoliose estrutural versus não
estrutural – flexão da coluna para a frente e avaliando-se
o grau de flexão lombar.
8. • Observação da marcha
Pontos-chave : rotação do pé, mobilidade pélvica nos planos
coronal e transversos, fase de balanço e comprimento do
passo.
• Marcha normal exige de 6-8o de
rotação interna do quadril e 7o de rotação pélvica,
totalizando aproximadamente 15o.
• Na fase de balanço médio é normal uma rotação interna
do membro inferior de aproximadamente 10o, para o
funcionamento correto da articulação do quadril.
9. • Marcha antálgica: há diminuição da fase de apoio do lado
acometido como autoproteção pela dor
10. • Teste de Trendelenburg, que é feito em apoio
monopodálico e avaliando-se o paciente de costas.
Caracteriza-se pela queda do quadril para o lado
oposto ao que está apoiado, devido à fraqueza
da musculatura abdutora ipsilateral (glúteos)
• Sensibilização - realizá-lo em frente
à parede, mantendo o quadril em extensão e por pelo menos
6 segundos
11. Exame sentado
• Palpação dos pulsos das artérias dorsal do pé e tibial
posterior
• Exame de arco de movimento - rotações interna
(normal entre 20 e 35o) e rotação externa (normal entre 30 e
45o), testar a força muscular de flexão, abdução e adução do
quadril e, por fim, realizar o exame neurológico
12.
13. • Exame neurológico – na posição
sentada, com extensão total do joelho e
pedindo para o paciente forçar a extensão ativa
desse, o que acarretará em sensibilização das
raízes nervosas
• Sensibilidade cutânea (raízes
entre L2 e S1) e reflexos profundos como
patelar (L2-L4) e aquileu (L5-S1)
14. • Zonas sensitivas autônomas do membro inferior, que são
correspondidas por:
L3 – meio da coxa.
L4 – região patelar.
L5 – parte lateral proximal da perna e primeiro interdigital.
S1 – região posterior proximal lateral da perna e lateral da
região calcânea e pé
• Teste de contratura dos músculos
posteriores da coxa – na posição sentada pedindo, flexionar
o tronco e tentar tocar na ponta dos pés no lado a ser
examinado, e o outro lado com os quadris e joelhos fletidos e
levemente abduzidos
Decúbito dorsal – elevar o membro pelo tornozelo, com o
joelho em extensão, positivo caso o paciente sinta dor na
musculatura posterior antes de alcançar 90o de flexão do
quadril.
15. Exame em Decúbito Dorsal
• Avaliação da dismetria dos membros inferiores –em cada
lado à distância entre a espinha ilíaca anterossuperior e o
maléolo medial com o joelho e o quadril devendo ficar em
extensão total (comprimento verdadeiro) ou medindo-se da
região umbilical até o maléolo medial (comprimento aparente)
e comparando-os com o lado contralateral
16. • Palpação- avaliação do abdômen. O diagnóstico
diferencial com hérnias fasciais e/ou tendinites da
musculatura adutora.
17. • Teste da rotação passiva (log roll) –membro inferior em
extensão e promovendo-se rotações externa
e interna, devendo ser realizada
Bilateralmente.
Avaliação de frouxidão ligamentar, sinovite, efusão ou
doença intra-articular
• Teste dial – rotação interna
passiva em extensão, o membro é então
solto e roda externamente em um ângulo
maior que 45o (frouxidão capsular)
18. • Avaliação do arco de movimento : flexão do quadril,
devendo ser realizado com a flexão bilateral
dos joelhos sobre o peito do paciente e anotados seus
valores
Valores normais de arco de movimento:
Flexão – 0-120o.
Extensão – 0-30o.
Rotação interna – 0-30o.
Rotação externa – 0-40o.
Abdução – 0-50o.
Adução – 0-30o.
19. • Teste de Thomas - quando estendemos o quadril a ser
avaliado e mantemos o outro em flexão sendo segurado
pelo paciente, evitando assim a inclinação pélvica
compensatória. O grau de contratura em flexão deve ser
anotado
Resultados falso-negativos podem ocorrer em pacientes com
hiperlassidão ou doenças do tecido conjuntivo,
cujo ponto “zero” pode ser conseguido por meio de
contração abdominal, e também em pacientes com
hiperlordose.
20. • Teste de Patrick (flexão + abdução + rotação externa) -
paciente em decúbito dorsal, membro contralateral em
extensão e o membro a ser examinado em posição de “4”,
sobre a mesa, ou sobre o joelho.
O examinador apoia a mão sobre o joelho fletido e coloca a
outra sobre o quadril oposto, verificando o
desencadeamento de dor.
Se dor referida na virilha, a doença pode ser derivada do
quadril examinado ou dor na sacroiliaca contralateral
21. • Teste de Gaenslen.- paciente em decúbito dorsal e na
beirado leito, pede-se para ele abraçar ambos os joelhos e
depois estender o quadril a ser examinado e que está
pendente da maca. Em caso de doenças dessa articulação,
o paciente sentirá dor à extensão desse quadril
22. • Teste dinâmico de impacto rotatório interno
(DIRI) – solicitar ao paciente que segure o membro
contralateral enquanto o examinador realiza uma manobra
dinâmica e rotatória de flexão do quadril até 90o ou mais,
associada a adução e rotação interna.
Dor nesse teste sugere impacto femoroacetabular anterior
e/ou lesão labral
anterior
• Teste dinâmico de impacto rotatório externo (DIRE) –
rotação externa e abdução dinâmicas.
Dor nesse teste sugere impacto predominantemente
superiores e/ou lesões labrais nessa mesma localização,
• Avaliação do impacto posterior – paciente na beira do
leito, mantendo o outro quadril abraçado no quadril
examinado realizam-se rotação externa, abdução e
extensão total do
quadril.
Dor nesse teste sugere impacto posterior
ao colo femoral contra a parede posterior do acetábulo, ou
apreensão pelo contragolpe,
23. • Teste straight leg raise contra a resistência – é feita
contra a resistência a 45o de flexão do quadril com o
joelho estendido, realizando-se uma força para baixo pelo
examinador .
Avaliação da força de flexão do quadril (iliopsoas ) em caso
apresente dor pode significar tendinite e também doença
intra-articular pela pressão sobre a cápsula
anterior e labrum.
24. • Sinal de Lasègue - descrito como sendo a presença de
dor lombar à extensãopassiva do membro inferior em
extensão do joelho e quadril.
25. • Teste da flexoadução - Normalmente, com o quadril e
joelhos fletidos 90o, consegue-se
realizar a adução do quadril, atravessando a linha média do
corpo e chegando até a linha axilar.
Caso o quadril não consiga ultrapassar em flexão a linha
média do corpo, a restrição
é graduada como +3; quando na linha média, +2; e caso nem
à linha média chegue, +1.
26. Exame em decúbito lateral
• Inspeção: a ponta do
trocanter maior deve estar na mesma linha
do tubérculo púbico e orientada lateralmente
• Ascensão superior: sequela
da doença de Legg-Calvé-Perthes e na
coxa vara
• Posteriorização : Epifisiólise
27. • Teste ativo do músculo piriforme - paciente promovendo
força contra a resistência de abdução e rotação
externa do quadril, sendo o teste positivo
quando apresente dor local e fraqueza
28. • Teste de Ober – avaliação da contratura do trato
iliotibial-
é realizado com o paciente em decúbito lateral.
O lado a ser examinado deve estar para
cima e o outro com quadril e joelho semifletidos para
corrigir a lordose lombar.
O teste inicia-se partindo da flexão e adução do quadril a ser
examinado, depois abdução, e por
fim extensão sustentada pelo examinador, com o joelho em
flexão.
29. • Teste de impacto lateral - realizado com o quadril
passivamente abduzido e em rotação externa, realizando
uma variação do arco de movimento da flexão para
extensão
• Sinal do câmbio (gearstick sign) avalia o
bloqueio em relação à abertura do quadril,
como no teste de impacto lateral, mas, com
a flexão do quadril e posteriorização
do trocanter, o impacto pode desaparecer,
conseguindo-se assim aumentar o grau de
abdução.
30. • Teste de Ely (contratura do retofemoral)- é avaliado
realizando-se a flexão do joelho em direção ao glúteo
máximo e qualquer elevação da pelve é indicativa de
contratura
• Teste Phelps (contratura do grácil) - quadril a ser
examinado em abdução, o teste inicia-se com o joelho
partindo da flexão para a extensão passivamente.
Se contratura adução involuntária do quadril
31. Testes específicos
Teste de McCarthy
Realizado com a perna contralateral mantida em flexão.
O quadril examinado é fletido a 90o e então abduzido, rodado
externamente e estendido. Em seguida, o quadril é levado
à posição de flexão em 90o, aduzido, rodado internamente e
estendido.
A presença de um clique é o sinal de McCarthy, utilizado
para detectar impacto femoroacetabular anterior ou ruptura
labral
32. Teste da escora
Realizado da mesma forma que o teste dinâmico de impacto
rotatório interno, porém
com a aplicação de pressão no joelho, aumentando, portanto, a
pressão sobre a articulação
do quadril e avaliando a congruência articular.
Teste da distração da fóvea
O paciente apresenta alívio da dor pela tração da perna devido à
diminuição da pressão
intra-articular nessa manobra, caracterizando doença intra-
articular.
Teste da bicicleta
Com o paciente em decúbito lateral, ele é orientado a recriar o
movimento de pedalar
no quadril elevado. Se cansaço em pouco tempo podemos pensar
em fraqueza de musculatura glútea
Caso ocorra ressalto, devemos pensar em coxa saltans.
33. Teste de apreensão
Também relacionado à displasia do quadril, quando o
paciente em decúbito dorsal
refere insegurança na manobra passiva de abdução, rotação
externa em extensão do
quadril examinado
34. Teste de Pace
Para avaliação de dor ao estiramento ativo do músculo
piriforme em decúbito dorsal, quando o paciente apresenta
dor à abdução ativa com o quadril em flexão de 90o.
35. Teste de Freiberg
Também para a pesquisa de dor ao estiramento do músculo
piriforme, porém de forma
passiva. O paciente em posição sentada e joelho em
extensão, quando o examinador
realiza rotação interna do quadril palpando
simultaneamente a topografia desse músculo
36. Teste da integridade da cápsula posterior – teste do end-
point em rotação interna
Manobra descrita por Ranawat para avaliar a cicatrização da
cápsula posterior do quadril
após artroplastias realizadas com via de acesso
posterolateral, diminuindo assim o risco de luxação.
Após 4 a 6 semanas da cirurgia.
O exame é feito com o paciente em decúbito dorsal e com o
joelho e o quadril ipsilateral
a ser testado em flexão de 90o. A partir daí, faz-se a manobra
de rotação interna
até 15o, na tentativa de sentir o end-point característico de
integridade capsular posterior.
Caso positivo, maiores arcos de movimento em flexão e
rotação do quadril podem
ser permitidos sem o temor da luxação e, nos casos em que
forem utilizados, pode-se
retirar o triângulo abdutor para dormir (Figura 10.30).
37. Teste de sentar-se contra a resistência
Teste realizado em decúbito dorsal, em que o paciente refere
dor ao sentar-se, contra a resistência à flexão do quadril e
também alteração da sensibilidade e dilatação do anel
superficial.
38. BIBLIOGRAFIA
Exame físico em ortopedia / [organização] Tarcisio E. P. de Barros Filho , Osvandré Lech ;
coordenador Alexandre Fogaça Cristante. -- 3. ed. -- São Paulo : Sarvier, 2017.
Vários colaboradores.