1) O autor argumenta que a Encarnação não foi uma profanação, mas sim o ápice da sacralização, pois foi Deus que veio ao encontro do homem e não o contrário.
2) A Encarnação marca a singularidade única de Deus se fazer homem de forma atemporal no tempo histórico para resgatar a dignidade humana.
3) Não é possível ao homem tornar Deus profano. A Encarnação elevou a dignidade humana ao resgatar o homem pelo amor manifestado em Jesus Cristo.
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14 - Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido. 15 - E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. 16 - Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, 17 - para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.
2 Timóteo 3.14-17
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O presente estudo tem por objetivo apresentar aos professores da E.B.D. um panorama geral da revelação progressiva de Deus no antigo testamento, como elemento complementar ao estudo de teologia bíblica a fim de embasar as lições da revista da escola dominical para o tema semestral dos profetas menores. De Genesis até os profetas.
Encarnação do verbo foi a maior profanação que aconteceu na história
1. Este axioma é verdadeiro?
“A Encarnação do Verbo foi a maior profanação que aconteceu na
história...”
José Fernando Vieira - 09/06/10
Antes de abarcar o fato da Encarnação temos que definir o que é o profano. Aqui
entendemos de maneira grosseira e um tanto lógica que o profano é aquilo que está fora
do sagrado. Segundo Mondin: “o termo sagrado significa aquilo que pertence a uma
ordem de coisas separada, reservada, inviolável; que deve ser objeto de respeito
religioso da parte de um grupo de crentes, é o oposto do profano”. (Mondin, Quem é
Deus? p. 31).
Outro aspecto interessante é o conceito filológico do termo que origina a palavra
sagrado. “Provém do latim sacer, que por sua vez vem do sancire, que quer dizer
conferir validade, realidade, fazer com que alguma coisa se torne real”. (Mondin, Quem
é Deus? p. 32).
Portanto a primeira objeção ao axioma é que o ato de tornar profano, como já
nos é conhecido, é a capacidade de fazer com que algo esteja, ou permaneça fora da
esfera do sagrado; assim logicamente seria impossível Deus se manter fora de si
mesmo. Se o profano é o oposto do sagrado, dizemos erroneamente com a afirmação do
axioma em questão que: a Encarnação foi à maior perda do sagrado, a maior negação do
mesmo, a mais concludente negativa da essência divina. Assim se é fácil perceber que
Deus essencialmente não profere atos profanos, pois negaria sua essência benevolente,
fazendo algo que não é próprio seu.
Agora analisemos o mistério objetivo da Encarnação:
O mistério da Encarnação é a maneira diferenciada da qual distingue e
particulariza a inversão religiosa que o cristianismo realizou. Ao afirmar que Deus
assumiu um corpo, “No princípio já existia a Palavra e a Palavra se dirigia a Deus e a
Palavra era Deus” (JO 1; 1) nós afirmamos que não é mais o esforço humano que
caminha até o Transcendente, mas é o contrário; Deus é quem vêm ao encontro do
humano. Partimos então da vontade de Deus que se faz homem, a decisão é Dele, o
mistério pertence a Ele desde todos os tempos.1 Nós enquanto humanos seríamos
incapazes de pedir ou até de imaginar tamanha façanha. Tal é a ousadia de Deus que,
por tanto tempo o Israel foi preparado de maneira pedagógica implícita na história do
Antigo Testamento; tantos profetas, tantos reis, tantas pessoas que plantaram aquilo que
foi colhido posteriormente. “Felizes vossos olhos que vêem e vossos ouvidos que
ouvem. Eu vos asseguro que muitos profetas e justos ansiaram ver o que vós vedes, e
não viram, e ouvir o que vós ouvis, e não ouviram” (MT 13; 16-17). Assim Jesus
1
O eterno Pai, por decisão inteiramente livre e insondável da sua bondade e sabedoria, criou o
universo, decretou elevar os homens à participação da sua vida divina e não nos abandonou (...). Aos
que acreditam em Cristo quis convocá-los na santa Igreja, a qual, já prefigurada desde a origem do
mundo e preparada admiravelmente na história do povo de Israel e na antiga aliança, e instituída “nos
últimos tempos”, foi manifestada pela efusão do Espírito, e será consumada em glória no fim dos
séculos. Então, como se lê nos santos Padres, todos os justos, a começar por Adão, “desde o justo Abel
até ao último eleito”, serão congregados na Igreja universal junto do Pai. (Lumen Gentium; par. 02; p.
102).
2. percebeu e colocou no coração dos seus apóstolos que eles são apenas parte da história
da salvação, a salvação não os pertence, mas eles estão inseridos nela.
O que marca o mistério da Encarnação é a singularidade única do acontecimento
atemporal investido no tempo histórico humano. “Quando, porém, chegou à plenitude
do tempo, enviou Deus o seu filho, nascido de uma mulher, nascido sob a Lei, para
remir os que estavam sob a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial” (Gl 4; 4-6).
Na descida dos céus o Verbo de maneira mistérica “abandonou” os céus, deixou
o Pai só, e assumiu a condição humana. A partir de então seu relacionamento com o Pai
é semelhante a dos homens para com Deus, tendo em vista a distinção e perfeição única
de Jesus, que em sua normalidade não teve pecado, e por isso sua intensidade como Pai
era intrínseca.
Dizer que Deus se profanou ao se permitir encarnar é uma heresia no sentido
objetivo de sacralização. Diante do sagrado e do profano que aqui está subjacente num
dualismo de ordem estrutural comparado de maneira analógica entre a criatura e o
Criador; e expresso na “ekénosen” termo grego que significa “se esvaziou” ditada na
carta aos Filipenses, capítulo 2, vers. 7.2 O apóstolo faz uma colocação que evidência a
dupla natureza do Verbo; ele divino e humano completamente, sem ser confusamente,
mas perfeitamente e totalmente em si. Se for possível a razão penetrar tamanho
mistério, sinta-se a vontade. A questão central encontra-se como evidenciamos acima,
na objetividade da sacralização; do ato de tornar sagrado.
Não é possível ao homem tornar Deus profano, pois se assim o fosse este seria
qualquer coisa, menos Deus. É Deus quem tem a força para sacralizar o nosso profano e
nos elevar a dignidade de filhos de Deus.
Assim concluímos que a atuação da Encarnação não é a atitude de fazer uma
humilhação de Deus no âmbito imanente do humano, mas essencialmente e como
finalidade, é o resgate da dignidade humana ferida pelo pecado, e resgatada pelo amor
manifestado na pessoa de Jesus Cristo, assim sendo, não é simplesmente o Verbo que
desce ao homem, pois Deus na Trindade está em todo lugar, mas sim, a metamorfose do
humano em deus e sua elevação. Eis o mistério da Ascensão! Onde os céus se abrem
para a entrada da carne humana, mas já glorificada pelo Pai, através do Espírito Santo,
na pessoa do Cristo.
Referências:
Lumen Gentium; par. 02; Documentos do concílio do Vaticano II. Paulus, SP 4° Ed. 2007.
MONDIN, Batista. Quem é Deus? Elementos de teologia filosófica. Paulus, SP. 1997.
Sagrada Escritura; Traduções: CNBB, PEREGRINO, JERUSALÉM.
2
Ele, existindo de forma divina, não se apegou ao ser igual a Deus, mas despojou-se, assumindo a forma
de escravo e tornando-se semelhante ao ser humano. (Fl 2; 6-7). A definição do termo se encontra no
rodapé explicativo da Bíblia do Peregrino.