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COMUNIDADE KOLPING DE JARU/RO
CNPJ: 63.789.358/0001-65
ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL PADRE
ADOLFO KOLPING
Parecer nº. 071/17-CEE/RO/CEB – 30/10/2017, Resolução nº. 065/16/-CEE/RO
GABRIEL DE OLIVEIRA SOARES
ESTRADA DE FERRO MADEIRA-MAMORÉ
Jaru/RO
2021
2
GABRIEL DE OLIVEIRA SOARES
ESTRADA DE FERRO MADEIRA-MAMORÉ
Trabalho apresentado a Escola de Educação
Infantil e Ensino Fundamental Padre Adolfo
Kolping, como complemento avaliativo na
Disciplina de Geografia Regional, sob a
orientação da Professora Aparecida
Conceição de Moura Souza.
Jaru/RO
2021
3
SUMÁRIO
1 - Introdução ...........................................................................................................04
2 – Desenvolvimento..................................................................................................05
3 – Conclusão............................................................................................................08
4 – Referências.........................................................................................................09
4
INTRODUÇÃO
A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) é uma ferrovia no atual
estado de Rondônia, no Brasil, considerada um ícone ferroviário mundial. Foi a 15ª
ferrovia a ser construída no país, tendo as suas obras sido executadas
entre 1907 e 1912. Estende-se por 366 quilômetros na Amazônia, ligando Porto
Velho a Guajará-Mirim, cidades fundadas pela EFMM.
Neste trabalho pretende-se abordar sobre a história da Estrada de Ferro
Madeira-Mamoré, apontando sobre o seu processo de criação, dificuldades
enfrentadas pelos ferroviários e como ela se encontra hoje.
5
ESTRADA DE FERRO MADEIRA-MAMORÉ: UM BREVE HISTÓRICO
A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) é uma ferrovia no atual estado
de Rondônia, no Brasil, considerada um ícone ferroviário mundial. Foi a 15ª ferrovia a
ser construída no país, tendo as suas obras sido executadas entre 1907 e 1912.
Estende-se por 366 quilômetros na Amazônia, ligando Porto Velho a Guajará-Mirim,
cidades fundadas pela EFMM.
Após duas tentativas fracassadas para a sua construção no século XIX,
espalhou-se o mito de que, mesmo com todo o dinheiro do mundo e metade de sua
população trabalhando nas suas obras, seria impossível construí-la. O empreendedor
estadunidense Percival Farquhar aceitou o desafio e teria afirmado "(...) vai ser o meu
cartão de visitas".
A construção da E.F.M.M. foi marcada por altos custos, diversos acordos
complexos envolvendo outros países e empréstimos de capitais estrangeiros. De
acordo com o historiador Manoel Rodrigues Ferreira, desde 1867 pelo “Tratado de
Amizade, Limites, Navegação, Comércio e Extradição” entre Brasil e Bolívia, têm-se
a intenção de construir uma estrada de ferro, ou de rodagem, para superar o trecho
encachoeirado dos rios Madeira e Mamoré, obstáculos responsáveis pelo alto custo
das mercadorias de importação e exportação destes países.
Apesar de tentativas anteriores foi apenas no início do século XX que a
construção de uma ferrovia binacional foi viabilizada através do Tratado de Petrópolis,
assinado em 17 de novembro de 1903, do qual foram signatários o Brasil e a Bolívia,
e que tinha como objetivo pôr fim ao litígio originado com a luta pela posse da área do
atual estado do Acre. Como parte desta disputa territorial o governo brasileiro abriu
concorrência pública para a construção da ferrovia.
A construção da ferrovia era justificada pela necessidade de escoar a borracha,
principal produto de exportação brasileiro, sendo que o transporte era realizado por
via fluvial causando um elevado custo tributário, sacrifícios de vidas humanas –
principalmente de índios brasileiros e bolivianos – e perda de mercadorias.
Com o ciclo da borracha as empresas inglesas e estadunidenses investiram
seu capital no Brasil para o controle da extração em todo o vale amazônico, com
6
utilização de mão de obra indígena e, posteriormente, a nordestina. A economia da
borracha foi gradativamente se territorializando na região amazônica.
O empreendimento ferroviário viu-se ameaçado novamente pelas condições
sanitárias da região. Metade dos trabalhadores adoecidos morriam e os sobreviventes
tornavam-se pessoas debilitadas, e dificilmente seguiam trabalhando. No segundo
ano, o período médio de vida dos operários era de três meses. Em 1908 foi construído
o Hospital da Candelária, que impressionou o sanitarista Oswaldo Cruz em visita de
inspeção à região da obra.
A principal moléstia era a malária, mas também havia casos de beribéri,
sarampo, pneumonia, disenteria, leishmaniose visceral, ancilostomíase,
hemoglobinúria, febre amarela, etc. Segundo os registros oficiais do Hospital da
Candelária, na época a melhor referência no tratamento de doenças tropicais na
região e no país.
Em 01 de agosto de 1912 foi
inaugurado o último trecho dos 364
quilômetros de estrada de ferro, com
trajeto possibilitando assim o tráfego
entre Porto Velho e Guajará-Mirim
(cidade de fronteira com a Bolívia),
dando-se a obra por encerrada.
Logo, este grandioso
empreendimento ferroviário
construído com a principal finalidade
de viabilizar o escoamento da
borracha e de outros produtos da
região amazônica, para os portos do
Atlântico, acompanhou o declínio do
preço do látex no mercado mundial, como também o deslocamento do transporte de
outros produtos para outras duas estradas de ferro, 21 uma no Chile e outra na
Argentina, e para o Canal do Panamá, que entrou em atividade em 15 de agosto de
1914.
7
Devido aos seguidos prejuízos, em 1919, Percival Farqhuar passa suas ações
para investidores ingleses, os quais por força do contrato de concessão firmado com
o governo brasileiro foram obrigados a assumir a administração da ferrovia, o que
fizeram durante doze anos.
Em junho de 1931 os ingleses paralisam o tráfego entre Porto Velho e Guajará-
Mirim, alegando prejuízos resultantes do declínio do comércio da borracha com os
produtores da Amazônia, descumprindo o contrato. Transcorridos dez dias de prazo
contratual sem que a empresa retomasse as operações, em 10 de julho de 1931, a
Estrada de Ferro Madeira-Mamoré foi nacionalizada com a assinatura do Decreto Lei
nº 20.200, no qual o Governo Federal assumiu o controle total da ferrovia, passando
a administrá-la com a nomeação do capitão Aluízio Pinheiro Ferreira como o primeiro
diretor brasileiro da ferrovia. A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, agora empresa
brasileira, ficou sob a jurisdição do Ministério da Justiça, operando com prejuízos nos
anos seguintes.
Em 1957, a ferrovia passou a integrar a Rede Ferroviária Federal, tornando-se
uma das dezoito empresas formadoras da mesma, com o objetivo de promover o
desenvolvimento socioeconômico através da exploração do transporte ferroviário. Ela
atuou por pouco mais de 40 anos, até suas ferrovias serem desestatizadas pelo
governo Fernando Henrique Cardoso, em 1998, ano de sua liquidação.
Porém, foi apenas em 01 de julho de 1972, durante o governo do general Emílio
Garrastazu Médici, que a ferrovia foi definitivamente desativada, com seu tráfego
totalmente paralisado. Assim, iniciou-se a construção da rodovia BR-364 com o intuito
de substituir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, passando a pertencer ao Ministério
da Guerra.
Com sua desativação, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré passa a constituir
um cenário de sucateamento e destruição do seu acervo; agora o discurso pautado
no ideal de “progresso” e “modernidade” fora deslocado para as rodovias, restando às
ferrovias os sinônimos de atraso. Junto a esta realidade vieram as transformações
sociais na população mais intimamente ligada ao “passado do trem”, configurando
assim um novo quadro marcado por reivindicações contra o esfacelamento dos ramais
ferroviários e a luta pela preservação do que ainda não havia se extinguido,
principalmente por parte dos trabalhadores ferroviários.
8
CONCLUSÃO
Este trabalho foi importante porque ampliei meus conhecimentos sobre a
Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, grande obra que garantiu para o Brasil a posse da
fronteira com a Bolívia e permitiu a colonização de vastas extensões do território
amazônico, a partir da cidade de Porto Velho, fundada em 4 de julho de 1907.
A história da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré é repleta de
situações problemáticas, marcada pela presença do capital estrangeiro e as
oscilações em suas administrações.
Atualmente, o complexo ferroviário tombado da Estrada de Ferro Madeira-
Mamoré representa nos dias atuais um espaço público que recebe investimentos
advindos de medidas compensatórias dos empreendimentos hidrelétricos no rio
Madeira.
9
REFERÊNCIAS
ALENCAR, Carolina Pena de. Disponível em:
http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/estrada_de_ferro.pdf Acesso em: 24 de
agosto de 2021.
Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estrada_de_Ferro_Madeira-Mamor%C3%A9. Acesso em: 24 de
agosto de 2021.

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  • 1. COMUNIDADE KOLPING DE JARU/RO CNPJ: 63.789.358/0001-65 ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL PADRE ADOLFO KOLPING Parecer nº. 071/17-CEE/RO/CEB – 30/10/2017, Resolução nº. 065/16/-CEE/RO GABRIEL DE OLIVEIRA SOARES ESTRADA DE FERRO MADEIRA-MAMORÉ Jaru/RO 2021
  • 2. 2 GABRIEL DE OLIVEIRA SOARES ESTRADA DE FERRO MADEIRA-MAMORÉ Trabalho apresentado a Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental Padre Adolfo Kolping, como complemento avaliativo na Disciplina de Geografia Regional, sob a orientação da Professora Aparecida Conceição de Moura Souza. Jaru/RO 2021
  • 3. 3 SUMÁRIO 1 - Introdução ...........................................................................................................04 2 – Desenvolvimento..................................................................................................05 3 – Conclusão............................................................................................................08 4 – Referências.........................................................................................................09
  • 4. 4 INTRODUÇÃO A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) é uma ferrovia no atual estado de Rondônia, no Brasil, considerada um ícone ferroviário mundial. Foi a 15ª ferrovia a ser construída no país, tendo as suas obras sido executadas entre 1907 e 1912. Estende-se por 366 quilômetros na Amazônia, ligando Porto Velho a Guajará-Mirim, cidades fundadas pela EFMM. Neste trabalho pretende-se abordar sobre a história da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, apontando sobre o seu processo de criação, dificuldades enfrentadas pelos ferroviários e como ela se encontra hoje.
  • 5. 5 ESTRADA DE FERRO MADEIRA-MAMORÉ: UM BREVE HISTÓRICO A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) é uma ferrovia no atual estado de Rondônia, no Brasil, considerada um ícone ferroviário mundial. Foi a 15ª ferrovia a ser construída no país, tendo as suas obras sido executadas entre 1907 e 1912. Estende-se por 366 quilômetros na Amazônia, ligando Porto Velho a Guajará-Mirim, cidades fundadas pela EFMM. Após duas tentativas fracassadas para a sua construção no século XIX, espalhou-se o mito de que, mesmo com todo o dinheiro do mundo e metade de sua população trabalhando nas suas obras, seria impossível construí-la. O empreendedor estadunidense Percival Farquhar aceitou o desafio e teria afirmado "(...) vai ser o meu cartão de visitas". A construção da E.F.M.M. foi marcada por altos custos, diversos acordos complexos envolvendo outros países e empréstimos de capitais estrangeiros. De acordo com o historiador Manoel Rodrigues Ferreira, desde 1867 pelo “Tratado de Amizade, Limites, Navegação, Comércio e Extradição” entre Brasil e Bolívia, têm-se a intenção de construir uma estrada de ferro, ou de rodagem, para superar o trecho encachoeirado dos rios Madeira e Mamoré, obstáculos responsáveis pelo alto custo das mercadorias de importação e exportação destes países. Apesar de tentativas anteriores foi apenas no início do século XX que a construção de uma ferrovia binacional foi viabilizada através do Tratado de Petrópolis, assinado em 17 de novembro de 1903, do qual foram signatários o Brasil e a Bolívia, e que tinha como objetivo pôr fim ao litígio originado com a luta pela posse da área do atual estado do Acre. Como parte desta disputa territorial o governo brasileiro abriu concorrência pública para a construção da ferrovia. A construção da ferrovia era justificada pela necessidade de escoar a borracha, principal produto de exportação brasileiro, sendo que o transporte era realizado por via fluvial causando um elevado custo tributário, sacrifícios de vidas humanas – principalmente de índios brasileiros e bolivianos – e perda de mercadorias. Com o ciclo da borracha as empresas inglesas e estadunidenses investiram seu capital no Brasil para o controle da extração em todo o vale amazônico, com
  • 6. 6 utilização de mão de obra indígena e, posteriormente, a nordestina. A economia da borracha foi gradativamente se territorializando na região amazônica. O empreendimento ferroviário viu-se ameaçado novamente pelas condições sanitárias da região. Metade dos trabalhadores adoecidos morriam e os sobreviventes tornavam-se pessoas debilitadas, e dificilmente seguiam trabalhando. No segundo ano, o período médio de vida dos operários era de três meses. Em 1908 foi construído o Hospital da Candelária, que impressionou o sanitarista Oswaldo Cruz em visita de inspeção à região da obra. A principal moléstia era a malária, mas também havia casos de beribéri, sarampo, pneumonia, disenteria, leishmaniose visceral, ancilostomíase, hemoglobinúria, febre amarela, etc. Segundo os registros oficiais do Hospital da Candelária, na época a melhor referência no tratamento de doenças tropicais na região e no país. Em 01 de agosto de 1912 foi inaugurado o último trecho dos 364 quilômetros de estrada de ferro, com trajeto possibilitando assim o tráfego entre Porto Velho e Guajará-Mirim (cidade de fronteira com a Bolívia), dando-se a obra por encerrada. Logo, este grandioso empreendimento ferroviário construído com a principal finalidade de viabilizar o escoamento da borracha e de outros produtos da região amazônica, para os portos do Atlântico, acompanhou o declínio do preço do látex no mercado mundial, como também o deslocamento do transporte de outros produtos para outras duas estradas de ferro, 21 uma no Chile e outra na Argentina, e para o Canal do Panamá, que entrou em atividade em 15 de agosto de 1914.
  • 7. 7 Devido aos seguidos prejuízos, em 1919, Percival Farqhuar passa suas ações para investidores ingleses, os quais por força do contrato de concessão firmado com o governo brasileiro foram obrigados a assumir a administração da ferrovia, o que fizeram durante doze anos. Em junho de 1931 os ingleses paralisam o tráfego entre Porto Velho e Guajará- Mirim, alegando prejuízos resultantes do declínio do comércio da borracha com os produtores da Amazônia, descumprindo o contrato. Transcorridos dez dias de prazo contratual sem que a empresa retomasse as operações, em 10 de julho de 1931, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré foi nacionalizada com a assinatura do Decreto Lei nº 20.200, no qual o Governo Federal assumiu o controle total da ferrovia, passando a administrá-la com a nomeação do capitão Aluízio Pinheiro Ferreira como o primeiro diretor brasileiro da ferrovia. A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, agora empresa brasileira, ficou sob a jurisdição do Ministério da Justiça, operando com prejuízos nos anos seguintes. Em 1957, a ferrovia passou a integrar a Rede Ferroviária Federal, tornando-se uma das dezoito empresas formadoras da mesma, com o objetivo de promover o desenvolvimento socioeconômico através da exploração do transporte ferroviário. Ela atuou por pouco mais de 40 anos, até suas ferrovias serem desestatizadas pelo governo Fernando Henrique Cardoso, em 1998, ano de sua liquidação. Porém, foi apenas em 01 de julho de 1972, durante o governo do general Emílio Garrastazu Médici, que a ferrovia foi definitivamente desativada, com seu tráfego totalmente paralisado. Assim, iniciou-se a construção da rodovia BR-364 com o intuito de substituir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, passando a pertencer ao Ministério da Guerra. Com sua desativação, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré passa a constituir um cenário de sucateamento e destruição do seu acervo; agora o discurso pautado no ideal de “progresso” e “modernidade” fora deslocado para as rodovias, restando às ferrovias os sinônimos de atraso. Junto a esta realidade vieram as transformações sociais na população mais intimamente ligada ao “passado do trem”, configurando assim um novo quadro marcado por reivindicações contra o esfacelamento dos ramais ferroviários e a luta pela preservação do que ainda não havia se extinguido, principalmente por parte dos trabalhadores ferroviários.
  • 8. 8 CONCLUSÃO Este trabalho foi importante porque ampliei meus conhecimentos sobre a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, grande obra que garantiu para o Brasil a posse da fronteira com a Bolívia e permitiu a colonização de vastas extensões do território amazônico, a partir da cidade de Porto Velho, fundada em 4 de julho de 1907. A história da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré é repleta de situações problemáticas, marcada pela presença do capital estrangeiro e as oscilações em suas administrações. Atualmente, o complexo ferroviário tombado da Estrada de Ferro Madeira- Mamoré representa nos dias atuais um espaço público que recebe investimentos advindos de medidas compensatórias dos empreendimentos hidrelétricos no rio Madeira.
  • 9. 9 REFERÊNCIAS ALENCAR, Carolina Pena de. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/estrada_de_ferro.pdf Acesso em: 24 de agosto de 2021. Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Estrada_de_Ferro_Madeira-Mamor%C3%A9. Acesso em: 24 de agosto de 2021.