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EDUCAÇÃO
Disciplina
Positiva
Educar sem gritos
nem castigos:épossível?
C
omo é que se educa uma criança
sem gritos nem castigos?”, per-
guntou-me uma mãe depois de
eu lhe explicar o que é a Discipli-
na Positiva. Desenvolvido por Jane
Nelsen, psicóloga norte-americana,
em conjunto com a colega e amiga
Lynn Lott, na década de 1980, este
modelo educativo assenta sobretudo
no respeito pela individualidade de
cada criança, no foco nas soluções,
no procurar as razões por detrás do
comportamento, para depois atuar
sobre ele de uma forma positiva e
efetiva, e também no estímulo con-
tínuo, propondo uma atuação por
parte de pais e educadores, que de-
ve incluir sempre firmeza e carinho
ao mesmo tempo.
Objetivo: ajudar os mais novos a
resolver problemas e a desenvolver
habilidades para a vida, tais como
responsabilidade, autonomia, coope-
ração e autoestima. Mas, afinal, é ou
não possível educar sem gritos nem
castigos? “As crianças portam-se
melhor quando se sentem melhor”,
começaria por responder, provavel-
mente, Jane Nelsen, cuja frase tem
corrido mundo e dá que pensar. No
quotidiano frenético que a maioria
de nós, pais, temos não há tempo (e,
sobretudo, disponibilidade mental)
para educar no final do dia.
Quando chegamos a casa, temos de
“
Disciplina Positiva surge como uma opção no meio
do caos que existe em muitas casas, porque permite às famílias
e aos educadores encontrarem um equilíbrio, um terreno
intermédio, que não é nem punitivo nem permissivo
❝
No quotidiano frenético que
a maioria de nós, pais, temos
não há tempo (e, sobretudo,
disponibilidade mental) para
educar no final do dia
CRSE_008a009_sem gritar.indd 8 12-12-2017 15:45:35
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Por: Dr. Nuno Pinto Martins
Fundador da Academia Educar pela Positiva
e coautor do site de parentalidade chupetavip.pt
TEXTO E AGRADECIMENTOS: Dr. Nuno Pinto Martins, pai de duas crianças (de sete e três anos), educador parental e em sala de aula com certificações internacionais em Disciplina Positiva
(pela Positive Discipline Association, EUA), fundador da Academia Educar pela Positiva (www.educarpelapositiva.pt) e coautor do site de parentalidade chupetavip.pt (www.chupetavip.pt)
ter tudo sob controlo e ser autoritári-
os, na base do “fazer porque eu que-
ro, quando eu quero e como eu que-
ro”.Até que chegamos a um ponto em
que nos sentimos culpados por termos
sido demasiado duros e exigentes. E
“saltamos” para o outro extremo, o da
permissividade,abrindo exceções e fe-
chando os olhos ao que habitualmen-
te estabelecemos como regras. Porém,
voltamos ao autoritarismo quando já
não nos suportamos por termos sido
tão permissivos e por vermos os nos-
sos filhos serem tão insolentes.Entra-
mos numa luta de poderes que, inva-
riavelmente, não tem vencedor.
A Disciplina Positiva como
modelo alternativo
A Disciplina Positiva surge como
uma opção no meio do caos que exis-
te em muitas casas, porque permi-
te às famílias e aos educadores en-
contrarem um equilíbrio, um terreno
intermédio, que não é nem punitivo
nem permissivo, e que se baseia na
tal ideia da firmeza e amabilidade
ao mesmo tempo. Se é fácil pô-la em
prática? Não. Mas ninguém disse que
educar era fácil. É necessário tempo,
paciência e alguma criatividade. No
entanto, é algo que requer uma mu-
dança de consciência.É preciso que os
pais se consciencializem, em primei-
ro lugar, de que são a principal refe-
rência dos filhos. E que eles são es-
pelhos, absorvem e reproduzem tudo
o que veem e ouvem. Tendo isto pre-
sente, é necessário haver coerência.
Não podemos dizer-lhes hoje uma coi-
sa e amanhã outra. Também é preci-
so reservar tempo de qualidade para
eles (às vezes, cinco minutos de con-
versa entre mãe e filho fazem mila-
gres...), saber escutar ativamente em
vez de ouvir, dialogar, dar importân-
cia ao que pensam e sentem. Envol-
ver as crianças em atividades úteis
e permitir que participem nas solu-
ções para os seus próprios problemas
faz com que se sintam importantes e,
consequentemente, diminui os focos
de tensão entre pais e filhos. Funda-
mental é também evitar superprote-
gê-los – em minha casa, por exemplo,
não faço nada pelos meus filhos que
eles consigam fazer sozinhos. E não
ter medo de pedir desculpa quando
erramos, porque isso não nos fragili-
za, pelo contrário, aproxima-nos e re-
força a relação, a conexão.
O castigo resulta?
As respostas vão variando: há
quem ache que sim e que não, e
quem tenha dúvidas. A maioria dos
pais castigam porque é mais fácil e
rápido “resolver” os conflitos, e por-
que não conhecem alternativas, agin-
do muitas vezes por instinto e con-
dicionados por aquela que foi a sua
própria educação. O castigo resulta,
de facto, mas apenas no curto prazo,
porque põe fim ao “mau” comporta-
mento no imediato. Porém, quais se-
rão os resultados a longo prazo? Ima-
gine que o seu superior hierárquico a
coloca “de castigo” porque fez algo de
errado. Teria vontade de melhorar?
Os castigos resultam habitualmen-
te em rebeldia ou submissão, porque
quem é sistematicamente castigado
não terá vontade de melhorar a con-
duta nem estará a desenvolver sen-
tido de responsabilidade, mas sim
medo de ser ele próprio. E no futu-
ro, provavelmente, irá repetir aque-
le “mau” comportamento ou um ou-
tro qualquer igualmente desafiante.
Acalmar antes de (re)agir
Para educar de uma forma positiva
é essencial que os pais tenham a ca-
pacidade de se acalmar nos momen-
tos de conflito, para poderem depois
agir em vez de reagir, sem entrarem
numa luta de poderes, que não leva
a lado nenhum. Nas situações de ten-
são, não conseguimos aceder ao nos-
so córtex pré-frontal, zona do cérebro
que regula,designadamente,as nossas
emoções e as relações com os outros, o
que faz com que atuemos de forma ir-
racional, em linguagem comum. Daí a
importância de nos acalmarmos antes
de atuar. Às vezes, basta respirarmos
fundo...Depois,é necessário agir com a
tal firmeza e carinho ao mesmo tempo,
passando a mensagem de forma posi-
tiva e sempre com o amor incondicio-
nal presente.O simples tom de voz faz
toda a diferença.
Envolver as crianças
em atividades úteis e
permitir que participem
nas soluções para os seus
próprios problemas faz com
que se sintam importantes
e, consequentemente,
diminui os focos de tensão
entre pais e filhos
❝
Para educar de uma forma mais positiva e efetiva
é essencial que os pais tenham a capacidade
de se acalmar nos momentos de conflito, para
poderem depois agir em vez de reagir, sem entrarem
numa luta de poderes, que não leva a lado nenhum.
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Educar sem gritos nuno pinto martins

  • 1. 8 EDUCAÇÃO Disciplina Positiva Educar sem gritos nem castigos:épossível? C omo é que se educa uma criança sem gritos nem castigos?”, per- guntou-me uma mãe depois de eu lhe explicar o que é a Discipli- na Positiva. Desenvolvido por Jane Nelsen, psicóloga norte-americana, em conjunto com a colega e amiga Lynn Lott, na década de 1980, este modelo educativo assenta sobretudo no respeito pela individualidade de cada criança, no foco nas soluções, no procurar as razões por detrás do comportamento, para depois atuar sobre ele de uma forma positiva e efetiva, e também no estímulo con- tínuo, propondo uma atuação por parte de pais e educadores, que de- ve incluir sempre firmeza e carinho ao mesmo tempo. Objetivo: ajudar os mais novos a resolver problemas e a desenvolver habilidades para a vida, tais como responsabilidade, autonomia, coope- ração e autoestima. Mas, afinal, é ou não possível educar sem gritos nem castigos? “As crianças portam-se melhor quando se sentem melhor”, começaria por responder, provavel- mente, Jane Nelsen, cuja frase tem corrido mundo e dá que pensar. No quotidiano frenético que a maioria de nós, pais, temos não há tempo (e, sobretudo, disponibilidade mental) para educar no final do dia. Quando chegamos a casa, temos de “ Disciplina Positiva surge como uma opção no meio do caos que existe em muitas casas, porque permite às famílias e aos educadores encontrarem um equilíbrio, um terreno intermédio, que não é nem punitivo nem permissivo ❝ No quotidiano frenético que a maioria de nós, pais, temos não há tempo (e, sobretudo, disponibilidade mental) para educar no final do dia CRSE_008a009_sem gritar.indd 8 12-12-2017 15:45:35
  • 2. 9 Por: Dr. Nuno Pinto Martins Fundador da Academia Educar pela Positiva e coautor do site de parentalidade chupetavip.pt TEXTO E AGRADECIMENTOS: Dr. Nuno Pinto Martins, pai de duas crianças (de sete e três anos), educador parental e em sala de aula com certificações internacionais em Disciplina Positiva (pela Positive Discipline Association, EUA), fundador da Academia Educar pela Positiva (www.educarpelapositiva.pt) e coautor do site de parentalidade chupetavip.pt (www.chupetavip.pt) ter tudo sob controlo e ser autoritári- os, na base do “fazer porque eu que- ro, quando eu quero e como eu que- ro”.Até que chegamos a um ponto em que nos sentimos culpados por termos sido demasiado duros e exigentes. E “saltamos” para o outro extremo, o da permissividade,abrindo exceções e fe- chando os olhos ao que habitualmen- te estabelecemos como regras. Porém, voltamos ao autoritarismo quando já não nos suportamos por termos sido tão permissivos e por vermos os nos- sos filhos serem tão insolentes.Entra- mos numa luta de poderes que, inva- riavelmente, não tem vencedor. A Disciplina Positiva como modelo alternativo A Disciplina Positiva surge como uma opção no meio do caos que exis- te em muitas casas, porque permi- te às famílias e aos educadores en- contrarem um equilíbrio, um terreno intermédio, que não é nem punitivo nem permissivo, e que se baseia na tal ideia da firmeza e amabilidade ao mesmo tempo. Se é fácil pô-la em prática? Não. Mas ninguém disse que educar era fácil. É necessário tempo, paciência e alguma criatividade. No entanto, é algo que requer uma mu- dança de consciência.É preciso que os pais se consciencializem, em primei- ro lugar, de que são a principal refe- rência dos filhos. E que eles são es- pelhos, absorvem e reproduzem tudo o que veem e ouvem. Tendo isto pre- sente, é necessário haver coerência. Não podemos dizer-lhes hoje uma coi- sa e amanhã outra. Também é preci- so reservar tempo de qualidade para eles (às vezes, cinco minutos de con- versa entre mãe e filho fazem mila- gres...), saber escutar ativamente em vez de ouvir, dialogar, dar importân- cia ao que pensam e sentem. Envol- ver as crianças em atividades úteis e permitir que participem nas solu- ções para os seus próprios problemas faz com que se sintam importantes e, consequentemente, diminui os focos de tensão entre pais e filhos. Funda- mental é também evitar superprote- gê-los – em minha casa, por exemplo, não faço nada pelos meus filhos que eles consigam fazer sozinhos. E não ter medo de pedir desculpa quando erramos, porque isso não nos fragili- za, pelo contrário, aproxima-nos e re- força a relação, a conexão. O castigo resulta? As respostas vão variando: há quem ache que sim e que não, e quem tenha dúvidas. A maioria dos pais castigam porque é mais fácil e rápido “resolver” os conflitos, e por- que não conhecem alternativas, agin- do muitas vezes por instinto e con- dicionados por aquela que foi a sua própria educação. O castigo resulta, de facto, mas apenas no curto prazo, porque põe fim ao “mau” comporta- mento no imediato. Porém, quais se- rão os resultados a longo prazo? Ima- gine que o seu superior hierárquico a coloca “de castigo” porque fez algo de errado. Teria vontade de melhorar? Os castigos resultam habitualmen- te em rebeldia ou submissão, porque quem é sistematicamente castigado não terá vontade de melhorar a con- duta nem estará a desenvolver sen- tido de responsabilidade, mas sim medo de ser ele próprio. E no futu- ro, provavelmente, irá repetir aque- le “mau” comportamento ou um ou- tro qualquer igualmente desafiante. Acalmar antes de (re)agir Para educar de uma forma positiva é essencial que os pais tenham a ca- pacidade de se acalmar nos momen- tos de conflito, para poderem depois agir em vez de reagir, sem entrarem numa luta de poderes, que não leva a lado nenhum. Nas situações de ten- são, não conseguimos aceder ao nos- so córtex pré-frontal, zona do cérebro que regula,designadamente,as nossas emoções e as relações com os outros, o que faz com que atuemos de forma ir- racional, em linguagem comum. Daí a importância de nos acalmarmos antes de atuar. Às vezes, basta respirarmos fundo...Depois,é necessário agir com a tal firmeza e carinho ao mesmo tempo, passando a mensagem de forma posi- tiva e sempre com o amor incondicio- nal presente.O simples tom de voz faz toda a diferença. Envolver as crianças em atividades úteis e permitir que participem nas soluções para os seus próprios problemas faz com que se sintam importantes e, consequentemente, diminui os focos de tensão entre pais e filhos ❝ Para educar de uma forma mais positiva e efetiva é essencial que os pais tenham a capacidade de se acalmar nos momentos de conflito, para poderem depois agir em vez de reagir, sem entrarem numa luta de poderes, que não leva a lado nenhum. CRSE_008a009_sem gritar.indd 9 12-12-2017 15:45:43