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ECONOMIA PARALELA: O EMPODERAMENTO DA 
MULHER RURAL PARA A REDUÇÃO DA FOME E 
POBREZA EM ANGOLA. 
17/11/2014 
Jonísio C. Salomão1 
kams_9@hotmail.com 
Entendemos falar sobre a Mulher rural pois grande parte da 
actividade por ela desenvolvida encontra – se relacionada com a 
economia paralela mormente a informal, esta que tem servido 
como pilar e uma fonte de obtenção de receita, permitindo 
destarte, satisfazer as necessidades mais prementes com as quais 
ela se depara. 
1 
Conceito de economia paralela 
O termo economia paralela ganhou destaque depois da 2ª guerra 
mundial na década dos anos 70 nos Estados Unidos da América 
(EUA), que mais tarde veio a despontar o interesse dos sociólogos 
e economistas, embora já desde a muito que se verifica tais 
actividades. 
No entanto, vários são os autores que apresentam o conceito 
sobre economia paralela. 
Smith2, define economia paralela como a produção de bens e 
serviços existentes nos mercados legais e ilegais que não são 
contabilizadas no Produto Interno Bruto (PIB); 
1 Mestre em Administração de Empresas; Consultor Empresarial e Técnico Oficial de 
2 Smith, P. (1994), “Assessing the Size of Underground Economy: The Statistics Canada 
Perspective”, Statistics Canada, catalogue No. 13-604-MIB.
Já Schneider3 , define-a como actividades legais que agregam 
valor acrescentado mais que não pagam taxas nem impostos, não 
se encontram registadas, onde a maior parte pode ser classificada 
“black” ou de trabalho clandestino. Isto quer dizer que exclui os 
trabalhos não remunerados, produção doméstica ”pura”, serviços 
sociais sem fins lucrativos e outras actividades. 
Em Angola as actividades informais ganham um destaque com a 
transição da economia de Direcção Central ou Planificada para 
uma economia de mercado por volta de 1990, situação que veio 
agudizar –se depois do conflito armado que o país viveu aonde a 
maioria das famílias foram obrigados a abandonar os seus locais 
de cultivo, pequenas lavras e migrar para os centros urbanos a 
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desenvolverem actividades de índole diversa como forma de 
sobreviver e sustentar os seus. 
2 
Causas do aumento da Economia Paralela em Angola 
Tal conforme apontou o Ministério do Planeamento (MINPLAN), 
“o prolongado e intenso conflito armado registado em Angola 
provocou uma grave situação humanitária. Estima-se que quase 
um terço da população angolana tenha sido directamente 
afectada pela guerra e uma parte substancial da população viu-se 
mesmo obrigada a deixar as suas áreas de residência em busca 
de um local seguro e de melhores condições de vida”4. 
Com o aumento do fluxo migratório e concentração populacional 
nos grandes centros urbanos surgem as actividades consideradas 
de informais sendo as de maior realce as seguintes: zungueiras, 
roboteiros, kinguilas, motoqueiros, taxistas, mixeiros, etc... 
3 
Schneider, Friederich, and Dominik H. Enste (2000), “Shadow economies: size, causes and 
consequences”, Journal of Economic Literature, 38. 
4 
ANGOLA. Ministério do Planeamento. Estratégia de Combate à Pobreza, 2005.
A actividade de zungueira ou vendedoras ambulantes são 
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Importância da mulher rural na redução da fome e 
pobreza. 
De acordo estudos realizados pelo Banco Mundial sobre o peso 
da economia paralela, conclui que em Angola a mesma 
representa cerca de 43,6% do PIB, embora a mesma taxa 
conheceu alguma retração fruto das reformas fiscais que vêm 
sendo efectuadas no país desde a década de 905. 
Em Angola a mulher rural tem exercido grande influência na 
redução da fome e da pobreza pois, no campo ante aos parcos 
recursos existentes, ela é obrigada a exercer a agricultura como 
uma forma de produzir alguns bens que sirvam para o seu 
sustento e de seus filhos. 
Tal conforme apontou Salomão 6 , “a mulher rural em Angola 
desempenha um papel fundamental no seio familiar, sendo a 
principal dinamizadora e provedora dos principais alimentos de 
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as responsabilidades acrescidas de ter que cuidar da saúde em 
localidades aonde os serviços medico-sanitários são diminutos ou 
não existem”. 
Nas diversas ruas das cidades de Angola podemos observar e 
ouvir o ecoar das vozes das mulheres que deambulam em muitos 
casos com crianças nas costas, anunciando os seus diversos 
5 Cf. informação disponível em: 
http://portugueseindependentnews.com/2013/05/10/economia-paralela-em-angola-pesa- 
436-do-pib/. 
6 
Salomão, Janísio C. Mulher Rural Angolana: O novo desafio do Estado Angolano, 2014. Cf. 
informação disponível em: http://www.verangola.net/Artigos/Mulher-Rural-Angolana-O-novo- 
3 
desafio-do-Estado-angolano=004629.
produtos. Em muito dos casos conseguem vender e regressar em 
casa com alguns dividendos e outros casos não. E grande parte 
do lucro, que não é tanto, é canalizado para a compra de material 
escolar para os filhos, e sobretudo para alimentação básica. 
São esforços ingentes, que indubitavelmente não passam a num 
olhar despercebido, no entanto a mulher angolana pela coragem 
que lhe é peculiar é sem sombra de dúvidas uma ferramenta 
eficaz para o combate a fome a pobreza que ainda assola o país. 
Logo, tal conforme o autor7, sendo a mulher rural a principal 
geradora e a quem recai sobretudo o sustento dos seus filhos, é 
perentório dota – lá de ferramentas e meios que ajudem a reduzir 
as principais necessidades com as quais ela se depara no seu dia 
–dia. 
4 
7 
Op.cit, 2014.

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Economia paralela: O empoderamento da mulher rural para a redução da fome e pobreza em Angola.

  • 1. ECONOMIA PARALELA: O EMPODERAMENTO DA MULHER RURAL PARA A REDUÇÃO DA FOME E POBREZA EM ANGOLA. 17/11/2014 Jonísio C. Salomão1 kams_9@hotmail.com Entendemos falar sobre a Mulher rural pois grande parte da actividade por ela desenvolvida encontra – se relacionada com a economia paralela mormente a informal, esta que tem servido como pilar e uma fonte de obtenção de receita, permitindo destarte, satisfazer as necessidades mais prementes com as quais ela se depara. 1 Conceito de economia paralela O termo economia paralela ganhou destaque depois da 2ª guerra mundial na década dos anos 70 nos Estados Unidos da América (EUA), que mais tarde veio a despontar o interesse dos sociólogos e economistas, embora já desde a muito que se verifica tais actividades. No entanto, vários são os autores que apresentam o conceito sobre economia paralela. Smith2, define economia paralela como a produção de bens e serviços existentes nos mercados legais e ilegais que não são contabilizadas no Produto Interno Bruto (PIB); 1 Mestre em Administração de Empresas; Consultor Empresarial e Técnico Oficial de 2 Smith, P. (1994), “Assessing the Size of Underground Economy: The Statistics Canada Perspective”, Statistics Canada, catalogue No. 13-604-MIB.
  • 2. Já Schneider3 , define-a como actividades legais que agregam valor acrescentado mais que não pagam taxas nem impostos, não se encontram registadas, onde a maior parte pode ser classificada “black” ou de trabalho clandestino. Isto quer dizer que exclui os trabalhos não remunerados, produção doméstica ”pura”, serviços sociais sem fins lucrativos e outras actividades. Em Angola as actividades informais ganham um destaque com a transição da economia de Direcção Central ou Planificada para uma economia de mercado por volta de 1990, situação que veio agudizar –se depois do conflito armado que o país viveu aonde a maioria das famílias foram obrigados a abandonar os seus locais de cultivo, pequenas lavras e migrar para os centros urbanos a procura de segurança sendo impelidos pelas necessidades a desenvolverem actividades de índole diversa como forma de sobreviver e sustentar os seus. 2 Causas do aumento da Economia Paralela em Angola Tal conforme apontou o Ministério do Planeamento (MINPLAN), “o prolongado e intenso conflito armado registado em Angola provocou uma grave situação humanitária. Estima-se que quase um terço da população angolana tenha sido directamente afectada pela guerra e uma parte substancial da população viu-se mesmo obrigada a deixar as suas áreas de residência em busca de um local seguro e de melhores condições de vida”4. Com o aumento do fluxo migratório e concentração populacional nos grandes centros urbanos surgem as actividades consideradas de informais sendo as de maior realce as seguintes: zungueiras, roboteiros, kinguilas, motoqueiros, taxistas, mixeiros, etc... 3 Schneider, Friederich, and Dominik H. Enste (2000), “Shadow economies: size, causes and consequences”, Journal of Economic Literature, 38. 4 ANGOLA. Ministério do Planeamento. Estratégia de Combate à Pobreza, 2005.
  • 3. A actividade de zungueira ou vendedoras ambulantes são desenvolvidas potencialmente por mulheres. Importância da mulher rural na redução da fome e pobreza. De acordo estudos realizados pelo Banco Mundial sobre o peso da economia paralela, conclui que em Angola a mesma representa cerca de 43,6% do PIB, embora a mesma taxa conheceu alguma retração fruto das reformas fiscais que vêm sendo efectuadas no país desde a década de 905. Em Angola a mulher rural tem exercido grande influência na redução da fome e da pobreza pois, no campo ante aos parcos recursos existentes, ela é obrigada a exercer a agricultura como uma forma de produzir alguns bens que sirvam para o seu sustento e de seus filhos. Tal conforme apontou Salomão 6 , “a mulher rural em Angola desempenha um papel fundamental no seio familiar, sendo a principal dinamizadora e provedora dos principais alimentos de sustento, e a fomentadora da educação dos filhos, cabendo ainda as responsabilidades acrescidas de ter que cuidar da saúde em localidades aonde os serviços medico-sanitários são diminutos ou não existem”. Nas diversas ruas das cidades de Angola podemos observar e ouvir o ecoar das vozes das mulheres que deambulam em muitos casos com crianças nas costas, anunciando os seus diversos 5 Cf. informação disponível em: http://portugueseindependentnews.com/2013/05/10/economia-paralela-em-angola-pesa- 436-do-pib/. 6 Salomão, Janísio C. Mulher Rural Angolana: O novo desafio do Estado Angolano, 2014. Cf. informação disponível em: http://www.verangola.net/Artigos/Mulher-Rural-Angolana-O-novo- 3 desafio-do-Estado-angolano=004629.
  • 4. produtos. Em muito dos casos conseguem vender e regressar em casa com alguns dividendos e outros casos não. E grande parte do lucro, que não é tanto, é canalizado para a compra de material escolar para os filhos, e sobretudo para alimentação básica. São esforços ingentes, que indubitavelmente não passam a num olhar despercebido, no entanto a mulher angolana pela coragem que lhe é peculiar é sem sombra de dúvidas uma ferramenta eficaz para o combate a fome a pobreza que ainda assola o país. Logo, tal conforme o autor7, sendo a mulher rural a principal geradora e a quem recai sobretudo o sustento dos seus filhos, é perentório dota – lá de ferramentas e meios que ajudem a reduzir as principais necessidades com as quais ela se depara no seu dia –dia. 4 7 Op.cit, 2014.