Este documento analisa o uso de mão-de-obra escrava por proprietários de terras e o acesso à terra por proprietários de escravos no Paraná nas primeiras décadas do século XIX. Mostra que a maioria dos proprietários não tinha escravos, variando de acordo com a atividade econômica local. As vilas mais ligadas à pecuária tinham maior percentual de proprietários com escravos. Discute também hierarquias sociais baseadas na posse de terra e escravos.
Este documento analisa a estrutura fundiária e o uso de mão-de-obra escrava nas primeiras décadas do século XIX no Paraná. Mostra que a maioria dos proprietários de terras não possuía escravos, embora sua participação fosse maior entre os fazendeiros de gado. Discute também que muitos donos de escravos não eram proprietários de terras, o que revela padrões complexos de posse de terra e escravos na sociedade local.
Horacio Gutiérrez - Fazendas de gado no Paraná escravistahgutierrez20
Este documento descreve as fazendas de gado no Paraná no século XIX, baseado em um censo de 1825-26. A pecuária foi a atividade econômica mais importante na região nesta época. O censo fornece detalhes sobre os proprietários das fazendas, tamanho dos rebanhos, uso de mão de obra escrava e características gerais da produção pecuária. As fazendas de gado em Castro e Ponta Grossa eram representativas do padrão no Paraná, com grandes rebanhos e maior
1) O documento discute a presença de escravos africanos e seus descendentes na província do Paraná no período pós-abolição da escravatura em 1888.
2) As principais atividades econômicas que envolveram trabalho escravo no Paraná foram a produção de mate e o tropeirismo, embora em menor escala do que em outras regiões.
3) Após a abolição, os libertos enfrentaram dificuldades para se incorporar na economia do Paraná, que passava por um processo de im
O documento descreve a história da escravidão no Brasil colonial e no Rio Grande do Sul, com foco na produção de charque. Resume que a escravidão durou cerca de 300 anos no Brasil e foi abolida em 1888, mas os escravos em Pelotas tiveram que trabalhar sete anos gratuitamente após a abolição. Detalha também o intenso trabalho forçado dos escravos nas charqueadas, que eram essenciais para a economia da região.
O documento descreve a história do café no Brasil desde o século XVIII. O café foi inicialmente cultivado no Rio de Janeiro para consumo local, mas logo se expandiu para São Paulo e Minas Gerais, impulsionado pela demanda internacional e mão de obra escrava. Os barões do café se tornaram uma poderosa classe dominante. No final do século XIX, a produção cafeeira declinou no Rio de Janeiro à medida que a escravidão foi abolida.
O documento descreve a história econômica do Brasil desde o século XVI, quando a economia era baseada na extração do pau-brasil, até o século XX. Os principais ciclos econômicos incluem a cana-de-açúcar, mineração, café e borracha. A economia passou de uma base agrícola e extrativista para um modelo mais industrializado no século XIX, liderado pelo setor cafeeiro.
1) As ganhadeiras, mulheres escravas e libertas, desempenhavam um papel econômico importante no século XIX em Salvador através do pequeno comércio de rua.
2) As escravas ganhadeiras eram obrigadas a dar parte de seus ganhos aos senhores, enquanto as libertas mantinham o controle total sobre seus próprios ganhos.
3) Muitas ganhadeiras, especialmente as africanas, conseguiam prosperar através de habilidades comerciais desenvolvidas em suas sociedades
O documento descreve a árvore genealógica da família de Honório Pereira Barreto, um governador português da Guiné no século XIX. Detalha seus ancestrais maternos, os influentes Carvalho Alvarengas, e paternos, os Pereira Barretos de Cacheu. Também lista os filhos ilegítimos que Honório teve com várias mulheres na Guiné.
Este documento analisa a estrutura fundiária e o uso de mão-de-obra escrava nas primeiras décadas do século XIX no Paraná. Mostra que a maioria dos proprietários de terras não possuía escravos, embora sua participação fosse maior entre os fazendeiros de gado. Discute também que muitos donos de escravos não eram proprietários de terras, o que revela padrões complexos de posse de terra e escravos na sociedade local.
Horacio Gutiérrez - Fazendas de gado no Paraná escravistahgutierrez20
Este documento descreve as fazendas de gado no Paraná no século XIX, baseado em um censo de 1825-26. A pecuária foi a atividade econômica mais importante na região nesta época. O censo fornece detalhes sobre os proprietários das fazendas, tamanho dos rebanhos, uso de mão de obra escrava e características gerais da produção pecuária. As fazendas de gado em Castro e Ponta Grossa eram representativas do padrão no Paraná, com grandes rebanhos e maior
1) O documento discute a presença de escravos africanos e seus descendentes na província do Paraná no período pós-abolição da escravatura em 1888.
2) As principais atividades econômicas que envolveram trabalho escravo no Paraná foram a produção de mate e o tropeirismo, embora em menor escala do que em outras regiões.
3) Após a abolição, os libertos enfrentaram dificuldades para se incorporar na economia do Paraná, que passava por um processo de im
O documento descreve a história da escravidão no Brasil colonial e no Rio Grande do Sul, com foco na produção de charque. Resume que a escravidão durou cerca de 300 anos no Brasil e foi abolida em 1888, mas os escravos em Pelotas tiveram que trabalhar sete anos gratuitamente após a abolição. Detalha também o intenso trabalho forçado dos escravos nas charqueadas, que eram essenciais para a economia da região.
O documento descreve a história do café no Brasil desde o século XVIII. O café foi inicialmente cultivado no Rio de Janeiro para consumo local, mas logo se expandiu para São Paulo e Minas Gerais, impulsionado pela demanda internacional e mão de obra escrava. Os barões do café se tornaram uma poderosa classe dominante. No final do século XIX, a produção cafeeira declinou no Rio de Janeiro à medida que a escravidão foi abolida.
O documento descreve a história econômica do Brasil desde o século XVI, quando a economia era baseada na extração do pau-brasil, até o século XX. Os principais ciclos econômicos incluem a cana-de-açúcar, mineração, café e borracha. A economia passou de uma base agrícola e extrativista para um modelo mais industrializado no século XIX, liderado pelo setor cafeeiro.
1) As ganhadeiras, mulheres escravas e libertas, desempenhavam um papel econômico importante no século XIX em Salvador através do pequeno comércio de rua.
2) As escravas ganhadeiras eram obrigadas a dar parte de seus ganhos aos senhores, enquanto as libertas mantinham o controle total sobre seus próprios ganhos.
3) Muitas ganhadeiras, especialmente as africanas, conseguiam prosperar através de habilidades comerciais desenvolvidas em suas sociedades
O documento descreve a árvore genealógica da família de Honório Pereira Barreto, um governador português da Guiné no século XIX. Detalha seus ancestrais maternos, os influentes Carvalho Alvarengas, e paternos, os Pereira Barretos de Cacheu. Também lista os filhos ilegítimos que Honório teve com várias mulheres na Guiné.
Apresentação "Rio Grande do Sul" realizada por Paula Costa na Sessão IX do projecto Cooltiva-te.
Para mais informações visite:
http://cooltivate.wordpress.com/
1) Ziguinchor foi fundada pelos portugueses em 1645 como um depósito de alimentos no local chamado Ezeguichor pertencente aos banhuns.
2) No século XIX, Ziguinchor era uma grande tabanca de palhotas cercada por uma paliçada, com pouca higiene e infraestrutura.
3) No final do século XIX, os portugueses tentaram reivindicar o território da Casamansa para Portugal, incluindo intrigas em Ziguinchor, mas os franceses já estavam fir
A sociedade colonial de Mato Grosso era dividida em camadas sociais. No topo estavam os fazendeiros, grandes comerciantes e burocratas do Estado. Abaixo deles estavam os homens livres pobres como pequenos agricultores e mineiros, e no nível mais baixo os escravos, que eram indígenas ou negros. A maioria da população vivia na pobreza, especialmente nas áreas mineiras.
O documento descreve a presença negra e o patrimônio cultural negro na cidade de Campinas, Brasil. Ele discute a chegada dos africanos como escravos para trabalhar nas lavouras de cana-de-açúcar e café no final do século XVIII e início do século XIX. Também destaca as muitas associações e clubes formados pela população negra entre 1880-1920 para promover a cultura e entretenimento, como bailes e festas semanais. A despeito disso, o racismo ainda era
O documento discute a história colonial de Mato Grosso, incluindo a fundação de povoados e arraiais, a exploração de ouro, e a resistência escrava através de quilombos como o de Piolho liderado por Rainha Teresa.
1. O documento descreve a história do estado de Mato Grosso no Brasil, desde o período colonial até a independência, cobrindo temas como a exploração do ouro, tensões de fronteira com a Espanha, e a participação na Guerra do Paraguai.
2. Mato Grosso foi inicialmente explorado por bandeirantes paulistas em busca de ouro nos séculos XVII-XVIII, resultando no estabelecimento de Cuiabá como principal centro urbano.
3. Tensões de fronteira com a Espanha mot
FamíLia E Trabalho Escravo Sociedade E Poder Em SãO José Dos Pinhaisguest5eb864
1) O documento discute a presença de escravos em São José dos Pinhais no século XIX, quando a economia local era baseada na erva-mate e agricultura de subsistência.
2) Havia poucos escravos na região, com a maioria dos proprietários tendo 5 ou menos cativos. Isso levou a uma sociedade mais hierarquizada entre os livres.
3) O valor médio dos escravos aumentou ao longo do século XIX, refletindo o fim do tráfico negreiro e a expansão da produção agrí
Familia Escrava Em Fazendas AbsenteíStas Prguest5eb864
1) O documento analisa as famílias escravas em fazendas de proprietários ausentes em Curitiba (1797) e Castro (1835), onde os escravos administravam as fazendas sem a supervisão dos senhores.
2) Essas fazendas diferiam do modelo caribenho, com os escravos tendo mais controle sobre suas vidas do que em fazendas administradas por brancos.
3) Um exemplo mostra como a distância dos senhores permitiu que um oficial tomasse posse de uma fazenda da Ordem do Carmo sem permissão.
O documento descreve a Guerra dos Farrapos (1835-1845) no Rio Grande do Sul, com foco na participação de escravos negros. Relata-se que escravos considerados problemáticos eram enviados para o Rio Grande como punição e que as charqueadas funcionavam como estabelecimentos penitenciários. Também aborda a controvérsia sobre o Massacre de Porongos em 1844, quando tropas imperiais atacaram escravos que lutavam pelos farrapos sob promessa de liberdade.
1. O documento descreve a história do estado de Mato Grosso desde a chegada dos bandeirantes no século XVII até a divisão do estado em 1979. Aborda temas como a escravidão indígena e negra, a exploração de ouro, a fundação de Cuiabá, a Guerra do Paraguai e os movimentos separatistas no sul do estado.
O documento descreve a história dos quilombos em Mato Grosso durante o período colonial brasileiro. Resume que quilombos eram esconderijos onde escravos fugidos, brancos pobres e indígenas viviam. Detalha o tratamento violento de escravos nas plantações e minas de Mato Grosso e a localização comum de quilombos ao longo dos rios da região. Fornece detalhes sobre o Quilombo do Piolho, incluindo sua destruição e o tratamento cruel de seus membros depois de capturados.
Este documento apresenta 11 questões sobre a história de Mato Grosso, abordando tópicos como a ocupação inicial da região pelos bandeirantes, a fundação de Cuiabá, a criação da Capitania de Mato Grosso e a economia colonial baseada na extração de ouro.
I. O documento discute o período colonial de Mato Grosso e atividades de fixação sobre o tema.
II. Inclui perguntas sobre as monções, a mineração em Mato Grosso, e a relação entre colonizadores e indígenas.
III. Fornece contexto histórico sobre o abastecimento da região das minas de Cuiabá e a expansão territorial durante o período colonial.
Contribuição dos Negros na Cultura do Rio Grande do Sul (Brasil)claudioknierim
1. O documento discute a historiografia do Rio Grande do Sul e a invisibilidade do negro nessa narrativa.
2. Pesquisas acadêmicas recentes, como as de Fernando Henrique Cardoso e Mário Maestri, procuraram analisar a importância do negro na história da região.
3. Fatores como o positivismo, a Revolução de 1930 e a construção do mito do gaúcho contribuíram para minimizar o papel do negro na formação da identidade gaúcha.
Os aldeamentos indigenas no rio branco eletiva de históriathunderbold
O documento descreve a colonização portuguesa na região do Rio Branco no século XVIII, incluindo a construção de fortalezas e aldeamentos indígenas. Os portugueses enfrentaram resistência dos povos indígenas, que frequentemente fugiam da mão-de-obra forçada e condições precárias. A política portuguesa de controle dos indígenas por meio da violência e prisões provou ser ineficaz, resultando em fome, doenças e mortes.
O documento descreve a história da escravidão no Brasil, desde a chegada dos negros africanos nos porões de navios negreiros até a abolição final em 1888. Ele destaca como a economia brasileira dependia do trabalho escravo por quase 300 anos e as etapas graduais para a libertação, culminando na Lei Áurea de 1888.
- O documento discute o período do Brasil Imperial entre 1840 e 1889, focando no crescimento da cafeicultura e da imigração européia. A produção de café se expandiu principalmente para as regiões do Vale do Paraíba, Oeste Paulista e Sudeste. Dois sistemas de trabalho imigrantes foram usados: o sistema de parceria e o sistema de colonato. O documento também discute o processo de abolição da escravidão no Brasil.
1) No século XVII, expedições portuguesas exploraram a região do Rio Branco e construíram fortes para defender o território de outros europeus.
2) O Tratado de Madri de 1750 reconheceu a posse portuguesa sobre a região do Rio Branco.
3) No século XVIII, os portugueses iniciaram a ocupação efetiva do Rio Branco, fundando o Forte de São Joaquim em 1775.
Este documento presenta una introducción a 50+1 efectos ópticos y curiosidades visuales. Explica que los griegos antiguos ya conocían los efectos ópticos y cómo Fidias los tuvo en cuenta al diseñar el Partenón. También describe brevemente cómo la perspectiva renacentista fue considerada casi mágica aunque ahora parece obvia, y cómo hay tres tipos de efectos ópticos: los fisiológicos humanos, los relacionados con la luz y los producidos por lentes. El resto del documento presenta varios ejemplos visual
MBS is an experienced company that has been providing antibody development services for over 25 years. They offer comprehensive project management and development strategies to meet customers' goals. Their services include antigen analysis, recombinant production, immunization protocols, clone selection, screening, production, and purification. MBS works with customers at every phase of development and has experience developing monoclonal and polyclonal antibodies for research, diagnostic, and therapeutic applications.
Apresentação "Rio Grande do Sul" realizada por Paula Costa na Sessão IX do projecto Cooltiva-te.
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1) Ziguinchor foi fundada pelos portugueses em 1645 como um depósito de alimentos no local chamado Ezeguichor pertencente aos banhuns.
2) No século XIX, Ziguinchor era uma grande tabanca de palhotas cercada por uma paliçada, com pouca higiene e infraestrutura.
3) No final do século XIX, os portugueses tentaram reivindicar o território da Casamansa para Portugal, incluindo intrigas em Ziguinchor, mas os franceses já estavam fir
A sociedade colonial de Mato Grosso era dividida em camadas sociais. No topo estavam os fazendeiros, grandes comerciantes e burocratas do Estado. Abaixo deles estavam os homens livres pobres como pequenos agricultores e mineiros, e no nível mais baixo os escravos, que eram indígenas ou negros. A maioria da população vivia na pobreza, especialmente nas áreas mineiras.
O documento descreve a presença negra e o patrimônio cultural negro na cidade de Campinas, Brasil. Ele discute a chegada dos africanos como escravos para trabalhar nas lavouras de cana-de-açúcar e café no final do século XVIII e início do século XIX. Também destaca as muitas associações e clubes formados pela população negra entre 1880-1920 para promover a cultura e entretenimento, como bailes e festas semanais. A despeito disso, o racismo ainda era
O documento discute a história colonial de Mato Grosso, incluindo a fundação de povoados e arraiais, a exploração de ouro, e a resistência escrava através de quilombos como o de Piolho liderado por Rainha Teresa.
1. O documento descreve a história do estado de Mato Grosso no Brasil, desde o período colonial até a independência, cobrindo temas como a exploração do ouro, tensões de fronteira com a Espanha, e a participação na Guerra do Paraguai.
2. Mato Grosso foi inicialmente explorado por bandeirantes paulistas em busca de ouro nos séculos XVII-XVIII, resultando no estabelecimento de Cuiabá como principal centro urbano.
3. Tensões de fronteira com a Espanha mot
FamíLia E Trabalho Escravo Sociedade E Poder Em SãO José Dos Pinhaisguest5eb864
1) O documento discute a presença de escravos em São José dos Pinhais no século XIX, quando a economia local era baseada na erva-mate e agricultura de subsistência.
2) Havia poucos escravos na região, com a maioria dos proprietários tendo 5 ou menos cativos. Isso levou a uma sociedade mais hierarquizada entre os livres.
3) O valor médio dos escravos aumentou ao longo do século XIX, refletindo o fim do tráfico negreiro e a expansão da produção agrí
Familia Escrava Em Fazendas AbsenteíStas Prguest5eb864
1) O documento analisa as famílias escravas em fazendas de proprietários ausentes em Curitiba (1797) e Castro (1835), onde os escravos administravam as fazendas sem a supervisão dos senhores.
2) Essas fazendas diferiam do modelo caribenho, com os escravos tendo mais controle sobre suas vidas do que em fazendas administradas por brancos.
3) Um exemplo mostra como a distância dos senhores permitiu que um oficial tomasse posse de uma fazenda da Ordem do Carmo sem permissão.
O documento descreve a Guerra dos Farrapos (1835-1845) no Rio Grande do Sul, com foco na participação de escravos negros. Relata-se que escravos considerados problemáticos eram enviados para o Rio Grande como punição e que as charqueadas funcionavam como estabelecimentos penitenciários. Também aborda a controvérsia sobre o Massacre de Porongos em 1844, quando tropas imperiais atacaram escravos que lutavam pelos farrapos sob promessa de liberdade.
1. O documento descreve a história do estado de Mato Grosso desde a chegada dos bandeirantes no século XVII até a divisão do estado em 1979. Aborda temas como a escravidão indígena e negra, a exploração de ouro, a fundação de Cuiabá, a Guerra do Paraguai e os movimentos separatistas no sul do estado.
O documento descreve a história dos quilombos em Mato Grosso durante o período colonial brasileiro. Resume que quilombos eram esconderijos onde escravos fugidos, brancos pobres e indígenas viviam. Detalha o tratamento violento de escravos nas plantações e minas de Mato Grosso e a localização comum de quilombos ao longo dos rios da região. Fornece detalhes sobre o Quilombo do Piolho, incluindo sua destruição e o tratamento cruel de seus membros depois de capturados.
Este documento apresenta 11 questões sobre a história de Mato Grosso, abordando tópicos como a ocupação inicial da região pelos bandeirantes, a fundação de Cuiabá, a criação da Capitania de Mato Grosso e a economia colonial baseada na extração de ouro.
I. O documento discute o período colonial de Mato Grosso e atividades de fixação sobre o tema.
II. Inclui perguntas sobre as monções, a mineração em Mato Grosso, e a relação entre colonizadores e indígenas.
III. Fornece contexto histórico sobre o abastecimento da região das minas de Cuiabá e a expansão territorial durante o período colonial.
Contribuição dos Negros na Cultura do Rio Grande do Sul (Brasil)claudioknierim
1. O documento discute a historiografia do Rio Grande do Sul e a invisibilidade do negro nessa narrativa.
2. Pesquisas acadêmicas recentes, como as de Fernando Henrique Cardoso e Mário Maestri, procuraram analisar a importância do negro na história da região.
3. Fatores como o positivismo, a Revolução de 1930 e a construção do mito do gaúcho contribuíram para minimizar o papel do negro na formação da identidade gaúcha.
Os aldeamentos indigenas no rio branco eletiva de históriathunderbold
O documento descreve a colonização portuguesa na região do Rio Branco no século XVIII, incluindo a construção de fortalezas e aldeamentos indígenas. Os portugueses enfrentaram resistência dos povos indígenas, que frequentemente fugiam da mão-de-obra forçada e condições precárias. A política portuguesa de controle dos indígenas por meio da violência e prisões provou ser ineficaz, resultando em fome, doenças e mortes.
O documento descreve a história da escravidão no Brasil, desde a chegada dos negros africanos nos porões de navios negreiros até a abolição final em 1888. Ele destaca como a economia brasileira dependia do trabalho escravo por quase 300 anos e as etapas graduais para a libertação, culminando na Lei Áurea de 1888.
- O documento discute o período do Brasil Imperial entre 1840 e 1889, focando no crescimento da cafeicultura e da imigração européia. A produção de café se expandiu principalmente para as regiões do Vale do Paraíba, Oeste Paulista e Sudeste. Dois sistemas de trabalho imigrantes foram usados: o sistema de parceria e o sistema de colonato. O documento também discute o processo de abolição da escravidão no Brasil.
1) No século XVII, expedições portuguesas exploraram a região do Rio Branco e construíram fortes para defender o território de outros europeus.
2) O Tratado de Madri de 1750 reconheceu a posse portuguesa sobre a região do Rio Branco.
3) No século XVIII, os portugueses iniciaram a ocupação efetiva do Rio Branco, fundando o Forte de São Joaquim em 1775.
Este documento presenta una introducción a 50+1 efectos ópticos y curiosidades visuales. Explica que los griegos antiguos ya conocían los efectos ópticos y cómo Fidias los tuvo en cuenta al diseñar el Partenón. También describe brevemente cómo la perspectiva renacentista fue considerada casi mágica aunque ahora parece obvia, y cómo hay tres tipos de efectos ópticos: los fisiológicos humanos, los relacionados con la luz y los producidos por lentes. El resto del documento presenta varios ejemplos visual
MBS is an experienced company that has been providing antibody development services for over 25 years. They offer comprehensive project management and development strategies to meet customers' goals. Their services include antigen analysis, recombinant production, immunization protocols, clone selection, screening, production, and purification. MBS works with customers at every phase of development and has experience developing monoclonal and polyclonal antibodies for research, diagnostic, and therapeutic applications.
Este documento trata sobre los riesgos informáticos. Explica que es importante para las organizaciones contar con herramientas que garanticen y vigilen el buen funcionamiento de sus sistemas informáticos. Una de las principales causas de problemas en entornos informáticos es la mala administración de riesgos. Luego describe diferentes tipos de riesgos informáticos como riesgos de relación, de infraestructura, de seguridad general, de acceso y de utilidad. También explica daños lógicos que pueden ocurrir a
La conspiración de Gual y España tenía como objetivo destituir a las autoridades españolas e independizar las provincias de Venezuela, basándose en los principios de igualdad, libertad y propiedad de la Revolución Francesa. Fueron delatados antes de lograr su objetivo y condenados a muerte, aunque luego se les conmutó la pena por el encierro en presidios. La Audiencia analizó las causas de la conspiración y dictó medidas para detener a los culpables.
El documento presenta una tabla con 21 preguntas relacionadas con temas de tecnología, innovación, medio ambiente y sostenibilidad. Cada pregunta evalúa cinco categorías (factibilidad, costo, tiempo, innovación y solución total) con valores numéricos que van de 1 a 20.
El documento proporciona información sobre varios portales y sitios web de universidades y bibliotecas en Colombia. Menciona portales como Konrad Lorenz, la Universidad Nacional, la Universidad Católica de Colombia y la Universidad Distrital, así como bibliotecas como la Biblioteca Nacional de Colombia y la Red Nacional de Bibliotecas Públicas. Explica brevemente los servicios y objetivos de estas instituciones educativas y de información.
Este documento discute o uso da geolocalização digital no marketing político. Ele aborda o cenário atual, serviços e possibilidades de geolocalização, exemplos de casos de uso em campanhas eleitorais entre 2008-2010, e possibilidades de uso em serviços públicos como a abertura de dados governamentais.
Novos Horizontes Profissionais em Comunicação SocialNosdaComunicacao
O documento descreve a evolução da internet e das mídias sociais desde a sua criação até os dias atuais. Aponta que as pessoas passam mais tempo online do que assistindo TV e usam as redes sociais principalmente para entretenimento e criação de conteúdo. Também discute o papel dos profissionais de comunicação de filtrar e dar sentido à abundância de informações na era digital, construindo fortes relacionamentos com o público.
4º B O dia em que a escola desapareceucriscouceiro
Apresentação em Power Point com os textos e ilustrações criados pelos alunos do 4º B da EB1 de Miranda do Corvo, após a abordagem da obra "O dia em que a mata ardeu" de José Fanha.
El documento habla sobre Nicolás, el perrito labrador del autor. Nicolás fue un regalo de su tía cuando el autor tenía 3 años. Los labradores son muy cariñosos, sociables y les gusta estar con humanos y niños. Aunque Nicolás es muy sociable y le gusta salir a pasear, también se comporta como un hermano mayor protector con el autor.
A história conta que uma formiga quase se afogou em um riacho, mas foi salva por uma pomba que jogou um fio de grama para que ela subisse. Dias depois, a formiga viu um caçador mirando a pomba e picou o pé dele para alertá-la, salvando-a em retribuição ao seu ato de bondade anterior.
El documento describe el acoso psicológico laboral que sufre el personal de salud en el Hospital Obrero No 2 y los servicios ambulatorios de la CNS en Cochabamba, Bolivia. La administración del hospital presenta las situaciones más desfavorables, mientras que en los servicios ambulatorios son los residentes y auxiliares de enfermería quienes enfrentan situaciones muy desfavorables. En general, el personal administrativo es el más afectado por el acoso, seguido del personal médico y auxiliares de enfermería.
The document announces that Bikle Manufacturing, Inc. has received a Small Business Week Award from the U.S. Small Business Administration's Baltimore District office. Bikle Manufacturing president Joanie Cooper-Gerber expresses gratitude for the recognition and says it will help the company achieve its goals of expanding government contracting, offering manufacturing internships, and supporting the local community. The article provides background on Bikle Manufacturing and its history of operating in Washington County since 1971.
La nueva Chevrolet D-MAX es una camioneta de alto desempeño con un moderno y aerodinámico diseño que puede recorrer todo tipo de terrenos. Cuenta con un potente motor diésel, tracción 4x4, y características de seguridad y confort para aventuras extremas. General Motors Chile ofrece servicio de post venta las 24 horas en todo Chile para respaldar a la D-MAX.
Este documento apresenta quatro exercícios de revisão estatística para a segunda aula prática da turma B da Licenciatura em Sociologia sobre métodos e técnicas de investigação: amostragem e inquérito.
Horacio Gutiérrez - Donos de terras e escravos no Paraná: padrões e hierarqui...hgutierrez20
O documento discute o uso de mão-de-obra escrava por proprietários de terras no Paraná no início do século XIX, comparando cadastros de terras e recenseamentos populacionais. A maioria dos proprietários não tinha escravos, variando de 7% a 52% conforme a localidade. Havia discrepâncias entre o número de escravos nos cadastros e recenseamentos, sugerindo que muitos donos de escravos não eram proprietários de terras.
A Propriedade De Escravos Em Guarapuavaguest5eb864
Este documento analisa a propriedade de escravos em Guarapuava no século XIX utilizando dados demográficos de 1828, 1835 e 1840. Em 1828, 16 propriedades (29,1% do total) tinham escravos. Em 1835, esse número aumentou para 30 propriedades (20,3%) e em 1840 caiu para 26 propriedades (18,2%), indicando movimento migratório contínuo para a região. A maioria dos proprietários eram homens brancos casados, refletindo o perfil da fronteira agrícol
A Propriedade De Escravos Em Guarapuavaculturaafro
Este documento analisa a propriedade de escravos em Guarapuava no século XIX utilizando dados de censos de 1828, 1835 e 1840. Em 1828, 16 propriedades (29,1% do total) tinham escravos. Em 1835, esse número aumentou para 30 propriedades (20,3%) e em 1840 reduziu para 26 propriedades (18,2%), indicando movimento de entrada e saída de proprietários. A maioria dos proprietários eram homens brancos e casados, refletindo o perfil demográfico da região na
1) O documento descreve a história da ocupação do espaço geográfico do Paraná, desde a mineração no século XVII até a expansão da pecuária e agricultura nos séculos posteriores.
2) Inicialmente, a mineração do ouro no litoral e primeiro planalto levou ao surgimento das primeiras vilas paranaenses como Paranaguá e Curitiba. No século XVIII, a economia passou a ser baseada na pecuária e na erva-mate, expandindo o povoamento para os Campos Gerais.
3
O documento descreve a resistência dos povos indígenas Tarairiús à expansão da pecuária e da colonização portuguesa no Rio Grande do Norte entre os séculos XVII e XVIII. Detalha as estratégias utilizadas pelos colonizadores para expulsar os Tarairiús de suas terras ancestrais através da violência, escravidão e assimilação cultural forçada. Também discute como a "Guerra dos Bárbaros" reforçou a lógica colonial de obter terras e mão-de-obra indígen
O documento resume a história do estado do Paraná no Brasil. Começa com a pré-história dos povos indígenas que habitaram a região, como os Tupi-Guarani e Jê. Depois aborda a chegada dos europeus no século XVI, principalmente os espanhóis e portugueses, e a fundação das primeiras vilas. O documento também descreve os principais ciclos econômicos do Paraná, como o do mate, madeira e café, além de conflitos como a Revolução Federalista e a Guerra do
O documento descreve a história do estado de Mato Grosso desde sua descoberta no século XVIII até o período colonial, abordando: 1) A descoberta de ouro na região e o estabelecimento dos primeiros povoados; 2) A fundação da Vila Real de Cuiabá e da Capitania de Mato Grosso no século XVIII; 3) As novas atividades econômicas e o povoamento do estado entre os séculos XIX-XX, como a erva-mate, a poaia e a borracha.
1) No final do século XVII, os bandeirantes começaram a encontrar minas de ouro em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, o que trouxe uma nova fonte de renda para Portugal.
2) O Quilombo dos Palmares foi um importante reduto de resistência à escravidão formado por negros fugidos, localizado na Serra da Barriga entre os séculos XVI e XVII.
3) Ouro Preto se desenvolveu como um importante centro urbano e cultural no século XVIII devido à riqueza proporcionada
O documento descreve a história do Brasil colonial e do processo de independência, mencionando:
1) A sociedade colonial portuguesa, revoltas anti-coloniais e o processo de independência do Brasil no século XIX.
2) Os primeiros reinados e regências no Brasil após a independência.
3) A proclamação da República brasileira no final do século XIX.
Geografia de Mato Grosso.
Um Estado imenso e com características únicas.
Atualmente Mato Grosso possui 68
terras indígenas e 23 unidades de
conservação federais, 44 estaduais
e 38 municipais distribuídas entre
reservas, parques, bosques,
estações ecológicas e RPPN (Reserva
Particular do Patrimônio Nacional).
1. O território do Paraná é habitado há cerca de 10 mil anos por diversas etnias indígenas.
2. No século XVI, os primeiros assentamentos europeus foram estabelecidos por portugueses no litoral e espanhóis no interior.
3. No século XVII, o ouro atraiu bandeirantes e levou ao surgimento de povoados, porém a atividade mais importante passou a ser o tropeirismo no século XVIII.
O latifúndio e a hegemonia do capital no contexto da história agrária da regi...Silvânio Barcelos
1. O documento discute a história da posse de terras no Brasil desde o período colonial, incluindo o sistema de sesmarias e a formação do latifúndio.
2. Grandes propriedades rurais, como os latifúndios, contribuíram para o êxodo rural e a migração para as cidades no século XX, levando a problemas urbanos.
3. Movimentos sociais rurais nas décadas de 1930-1950 lutaram por uma reforma agrária, mas não conseguiram superar a hegemonia do capital
O documento descreve a Guerra do Paraguai (1864-1870), um conflito entre o Paraguai e os países da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai). A guerra teve início após o Paraguai se intrometer em disputas políticas no Uruguai e declarar guerra ao Brasil, resultando na formação da Tríplice Aliança contra o Paraguai. O conflito causou grandes perdas territoriais e populacionais para o Paraguai e levou o Brasil a se endividar e modernizar seu exército.
Apogeu de desagregação do sistema colonial (Mineração)isameucci
Entre 1693 e 1760, bandeirantes paulistas descobriram grandes jazidas de ouro nas regiões que hoje compõem os estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Isso desencadeou uma corrida ao ouro que transformou a economia brasileira e aumentou drasticamente a população, porém a produção entrou em declínio no final do século XVIII devido ao esgotamento das minas.
Trabalho temático desenvolvido com base no livro "Fogo Morto" de José Lins do Rego no 1º semestre de 2010 sob a orientação do Profº Drº Ivan Russeff. Autoria de Cristiane Laudemar Rodrigues Assis e Thalita Doretto Brito
O documento discute o espaço fronteiriço entre o Rio Grande do Sul e países vizinhos como Uruguai e Argentina. A fronteira é vista não apenas como uma linha divisória, mas como uma área de interação e complementaridade econômica e cultural. Historicamente, a região foi palco de disputas políticas entre Portugal, Espanha e o Império do Brasil, e desenvolveu uma economia baseada no comércio de gado e seus derivados. Sua população compartilha traços culturais comunitários derivados de sua localização na fronteira.
A revolução Praieira ocorreu em Pernambuco na década de 1840. Ela foi impulsionada pela insatisfação das massas com a dominação da oligarquia rural representada pela família Rego Barros-Cavalcanti e pela situação econômica desfavorável onde poucos possuíam a terra e a maioria da população estava excluída da agricultura e do comércio controlados pelos grandes proprietários e estrangeiros. A revolta visava derrubar o "castelo gótico" de poder da oligarquia.
1. No século XVII, o açúcar foi o principal estímulo para a importação de escravos angolanos para o Brasil. As feiras de escravos em Angola, chamadas "pumbos", eram importantes pontos de aquisição de escravos, embora instáveis.
2. Os governadores portugueses às vezes abusavam das feiras, cobrando impostos excessivos sobre os escravos, o que desestabilizava o sistema. Fernão de Sousa tentou incentivar as feiras de forma pacífica para fortalecer a pre
O documento descreve a desigualdade social e a estrutura hierárquica da sociedade colonial brasileira. No topo estavam os senhores de engenho, donos de grandes fazendas de açúcar, seguidos por uma pequena elite urbana. Na base da pirâmide social estavam os escravos africanos e indígenas, que eram a principal força de trabalho agrícola e mineradora. A sociedade colonial era agrária, escravista e altamente desigual.
Semelhante a Donos De Terras E Escravos No Paraná (20)
O documento descreve a evolução histórica das ciências e as principais descobertas que influenciaram o desenvolvimento tecnológico, como a invenção da bússola, da pólvora e da imprensa. O texto também discute figuras importantes do Renascimento como Leonardo da Vinci, Galileu Galilei e Isaac Newton e como suas ideias revolucionaram a compreensão do mundo.
Este documento descreve um curso de formação de professores sobre o uso de mídias na educação. O curso será realizado na plataforma Moodle e discutirá como as tecnologias de informação e comunicação podem ser usadas para ensinar a história e cultura afro-brasileira e africana de acordo com a lei 10.639/2003. O curso começará em 22 de setembro de 2011 e incluirá discussões, atividades no fórum e diário sobre como incorporar as culturas étnicas no aprendizado e combater
O documento descreve o sistema de tutoria a distância do Laboratório de Novas Tecnologias de Ensino (LANTE) da Universidade Federal Fluminense. O sistema é composto por três equipes: tutores a distância, tutores presenciais e coordenadores de tutoria. Os tutores a distância estabelecem comunicação entre alunos, coordenadores e tutores presenciais para promover a autonomia de estudos de forma colaborativa. O documento também discute o papel dos coordenadores de tutoria em resolver conflitos e combater a evasão
Este documento fornece um guia sobre como usar ferramentas na plataforma Moodle para apoiar professores em suas disciplinas, incluindo wikis, diários, fóruns e textos on-line. Ele explica como cada ferramenta pode ser usada para envolver alunos através de atividades colaborativas e reflexivas.
EXPERIÊNCIAS NEGATIVAS NA MODALIDADE DE EADculturaafro
O documento discute experiências negativas na modalidade de educação a distância (EAD). As principais experiências negativas citadas são: 1) problemas na relação entre professores-tutores e alunos, como ausência e falta de interação; 2) uso de materiais de baixa qualidade, como textos complexos e extensos; 3) questões relacionadas ao plágio, como a necessidade de diversificar atividades para evitá-lo.
Situações problema que fazem parte do cotidiano de um tutor.culturaafro
O documento discute 3 situações-problema comuns em cursos a distância: 1) mensagens padronizadas que podem gerar discriminação; 2) alunos que não participam ativamente nos fóruns, mas ainda assim podem estar aprendendo; 3) o plágio e como abordá-lo de forma construtiva com os alunos.
O documento discute o uso da internet para apoiar o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana no contexto da Educação de Jovens e Adultos. Ele explora como essas temáticas podem ser trabalhadas em diferentes disciplinas e problematiza as atitudes em relação à discriminação racial na escola. O objetivo é promover a reflexão sobre educação das relações étnico-raciais mediada por tecnologias como a internet.
Sistemas de avaliação na educação presencial e a distânciaculturaafro
O documento discute sistemas de avaliação na educação presencial e a distância, argumentando que a avaliação deve ir além de notas e se concentrar na construção coletiva de novos saberes. Também defende que na educação a distância os instrumentos de avaliação devem considerar o novo contexto digital e promover a autonomia, participação e colaboração dos alunos.
Produção pedagógica sobre a internet e o ensino da história e cultura afr...culturaafro
Este documento apresenta uma unidade didática sobre o uso da internet no ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. A unidade discute como as tecnologias podem ser usadas como ferramentas de apoio no processo de ensino e aprendizagem, e propõe atividades que utilizam a internet para explorar fontes históricas e construir conhecimentos sobre a história e cultura afro. A unidade também fornece sugestões de sites, vídeos e leituras sobre o tema.
A internet e o ensino da história e cultura afro-brasileira e africanaculturaafro
1) O documento discute a importância do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana na educação e a necessidade de qualificar os professores nesta temática.
2) A autora propõe investigar como as tecnologias de informação e comunicação, especialmente a Internet, podem contribuir para o processo de ensino-aprendizagem destes conteúdos com jovens e adultos.
3) O projeto visa estudar e trocar experiências com os alunos sobre a diversidade étnico-racial brasileira, auxili
Formação do professor em relação a lei 10639culturaafro
O documento discute estratégias para incluir educação sobre relações étnico-raciais nos currículos escolares, como a formação de equipes multidisciplinares para apoiar professores e qualificar educadores com cursos sobre o tema. Também reflete sobre desafios como a falta de conhecimento sobre a África e a comunidade negra no Brasil e a necessidade de movimento coletivo das escolas para tratar a diversidade como um direito de todos.
Orientações curriculares expectativas de aprendizagem educação étnico racial[1]culturaafro
Este documento estabelece orientações curriculares e expectativas de aprendizagem para a educação étnico-racial na educação infantil, ensino fundamental e médio da rede municipal de São Paulo. Ele apresenta diretrizes para incluir a perspectiva étnico-racial nos currículos escolares e discute como abordar a diversidade cultural brasileira e a história e cultura afro-brasileira e indígena.
Este documento discute a importância de se abordar temas raciais e de diversidade étnica e cultural na educação infantil. Apresenta estratégias pedagógicas para lidar com a diferenciação e a discriminação entre crianças de diferentes raças e etnias de maneira positiva e inclusiva.
Este documento fornece informações sobre a produção do Caderno de Atividades "Saberes e Fazeres - Modos de Interagir". O caderno apresenta propostas de atividades pedagógicas para discutir temas relacionados à cultura afro-brasileira e africana, como experiências, heróis, música e religião, a partir dos materiais do projeto "A Cor da Cultura". O objetivo é valorizar a história e a cultura afro-brasileira em consonância com a Lei 10.639/2003.
Este documento apresenta os fundamentos e princípios da metodologia do projeto "A Cor da Cultura", que tem como objetivo valorizar e preservar as culturas afro-brasileiras e a presença africana na história do Brasil. A metodologia propõe o diálogo e a escuta dos grupos afro-descendentes, o combate ao racismo, e a valorização das diferenças culturais. Os programas do projeto visam desenvolver atitudes de abertura ao pluralismo, questionamento do senso comum, e aprofundamento
Este documento apresenta informações sobre um caderno de textos sobre diversidade cultural e educação antirracista no Brasil. O caderno inclui textos de diversos autores abordando tópicos como desigualdade racial, história da África, patrimônio cultural africano e relações raciais na escola. O documento também lista as instituições e pessoas envolvidas na produção do caderno.
história e cultura afro brasileira e africanaculturaafro
Este capítulo apresenta uma história sobre uma velha contadora de histórias que vivia em uma comunidade africana no século XVI. A contadora de histórias viajava de cidade em cidade ensinando as pessoas por meio de cantigas, rimas e danças. Ela conhecia as histórias das famílias locais, dos heróis, reis e rainhas, assim como lendas, mitos e ensinamentos sobre plantio, colheita e cura. Quando alguém morria, ela rezava para guiar a alma até os ancestrais
história e cultura afro brasileira e africanaculturaafro
Muitas pessoas riem da África por desconhecimento. O continente africano foi o berço da humanidade e abrigou grandes reinos antes das invasões européias, com conhecimentos milenares e filosofias próprias. No entanto, a história foi contada de forma distorcida na Europa, gerando preconceitos que persistem.
história e cultura afro brasileira e africanaculturaafro
Este livro discute como o cabelo das crianças negras é frequentemente alvo de discriminação na escola. A autora apresenta histórias de professoras, gestoras e mães que ilustram como o cabelo é usado para diferenciar de forma negativa as crianças, e sugere formas de lidar com essas situações de modo a promover o respeito à diversidade étnica e cultural.
história e cultura afro brasileira e africanaculturaafro
Este documento apresenta uma coleção de livros sobre percepções da diferença entre negros e brancos na escola. A coleção discute como lidar com a diferenciação e a discriminação entre crianças de diferentes idades e raças na escola de forma a promover o respeito e a autoestima. O quinto volume trata especificamente de como os professores podem lidar com o preconceito quando crianças se recusam a brincar com outras por causa da cor da pele.
1. Donos de terras e escravos no Paraná: padrões e hierarquias nas
primeiras décadas do século XIX
Horacio Gutiérrez*
Resumo:
Nas primeiras décadas do século XIX a repartição da terra no Paraná registrou um alto
índice de concentração, com os fazendeiros de gado detendo as maiores propriedades.
Neste artigo examina-se o uso da mão-de-obra escrava da parte dos donos da terra,
assim como o acesso à terra por parte dos proprietários de escravos. Discutem-se
hierarquias sociais presentes na sociedade local e a importância da terra e dos escravos
na constituição dessas hierarquias. As fontes primárias empregadas na análise foram
cadastros de terras e recenseamentos de população.
Palavras-chave: estrutura fundiária, escravidão, Paraná colonial.
No modelo agrário exportador do Brasil colonial o escravo foi a força de
trabalho principal. A mão-de-obra familiar, assalariada, agregada e outras formas de
emprego de mão-de-obra foram residuais quando se tratou de produção de artigos para
exportação. Nas economias de subsistência destinadas aos mercados internos, ou ao
consumo próprio, a organização do trabalho mostrou matizes mais variados,
conjugando-se à policultura, à apropriação de menores extensões de terras e a modos de
acesso a ela mais informais. O escravo, no entanto, definiu também aqui o ponto de
inflexão a partir do qual era impossível crescer produtivamente sem contar com o seu
concurso, nem aceder a terras devolutas através da solicitação de sesmarias,
possibilitando-se assim a ampliação das áreas destinadas à lavoura ou à criação.
Foi esta também a percepção dos recenseadores que elaboraram no Paraná o
Inventário dos Bens Rústicos (um cadastro de terras), em 1818, ao requerer dos
declarantes a informação sobre o número de escravos que trabalhavam as terras. Não
listaram o número de trabalhadores autônomos, assalariados nem agregados, que
certamente os havia, mas apenas os cativos, numa demonstração do papel de divisor de
águas que a posse desta mão-de-obra representava, mesmo em uma economia pouco
escravizada como a do Paraná. O cadastro foi feito ao final da era colonial, em plena
fase de expansão da pecuária e numa região com vínculos comerciais acanhados com o
HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006
2. DONOS DE TERRAS E ESCRAVOS NO PARANÁ
exterior. Mas a pecuária estruturava circuitos mercantis internos importantes, unia
mercados espacialmente afastados que iam do Rio Grande do Sul até São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas Gerais, e dinamizava indiretamente outros setores vinculados ao
comércio, ao artesanato e à agricultura de alimentos.
A produção mercantil voltada para mercados regionais foi a responsável no
Paraná pela demanda de terras em abundância e de extensão comprida, desde as
primeiras décadas do século XVIII. Junto com ela, como causa e efeito ao mesmo
tempo, num processo progressivo de acumulação, veio a procura do escravo.
Inicialmente, no século XVII, foi o escravo indígena quem preencheu as necessidades da
lavoura e da mineração, e ele mesmo foi capturado como mercadoria para venda em
outras regiões. Mas nas primeiras décadas do século XVIII, com a consolidação da
pecuária como atividade comercial e a diminuição do índio nas áreas mais próximas, os
escravos de origem africana substituíram paulatinamente o indígena.
Não há estimativas confiáveis sobre o número de indígenas escravizados, nem
sobre os negros importados até a primeira metade do século XVIII. Romário Martins,
com evidente exagero, estima que por volta de 1630, quando os bandeirantes paulistas
assaltaram e destruíram as reduções do Guairá, no extremo oeste paranaense, 15.000
indígenas teriam sido mortos nas incursões e 60.000 vendidos e escravizados em São
Paulo e nos engenhos de açúcar nordestinos (Martins s/d, p. 70). Outros autores
estimaram números menores, em torno de 30.000 índios escravizados no período 1590-
1630, como resultado das ofensivas às reduções jesuítas (Balhana, Machado &
Westphalen, 1969, pp. 53-55). Já o afluxo ao Paraná dos primeiros escravos de origem
africana deveu coincidir com a fundação em 1648 de Paranaguá, no litoral, o primeiro
núcleo populacional português instalado na região, em decorrência da descoberta de
ouro nas redondezas. Não tardou muito e o metal precioso foi também descoberto serra
acima, nos campos de Curitiba. Os novos colonos, vindos principalmente de núcleos
setentrionais da capitania de São Paulo, trouxeram possivelmente os primeiros escravos
negros para trabalhar na extração e lavagem do metal. Em 1720 ambos os arraiais
perfaziam “560 casais e 3400 pessoas de confissão”, incluindo no cômputo as
respectivas freguesias, conforme registra o ouvidor Pardinho em carta endereçada ao
rei.1 Índios e escravos negros não foram contabilizados.
101 HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006
3. HORACIO GUTIÉRREZ
Dados permanentes sobre os escravos apareceram na segunda metade do século
XVIII, com a elaboração sistemática de recenseamentos, as chamadas listas nominativas
de habitantes. Em 1798, no primeiro quadro global reunindo informações de Antonina,
Guaratuba, Paranaguá, Castro, Curitiba, Lapa e São José dos Pinhais, isto é, de todas as
localidades então existentes, foram relacionados 4.273 cativos dentro de uma população
de 20.999 pessoas. O peso relativo de 20,3% com que os escravos figuraram nesse ano
se manteria com poucas variações nas décadas seguintes: 18,6% em 1810 e 17,1% em
1830. Neste último ano a população total do Paraná já havia subido a 36.701 habitantes
e o contingente de escravos crescera para 6.260 pessoas. As vilas mais escravistas eram
as mais vinculadas ao mercado em virtude da pecuária: em Castro os escravos
representavam 21,8% da população em 1810, e vinte anos depois registrava 26,9%; o
porcentual de Ponta Grossa (freguesia subordinada a Castro) era em 1830 de 19,1% e o
de Palmeira de 31% (Costa & Gutiérrez, 1985). A proporção de escravos era baixa,
embora similar à existente em outras áreas de economias internas, como era o caso da
maior parte das vilas paulistas nessa época e de Minas Gerais durante todo o século
XIX. Participação mais significativa, entre 30 e 40%, verificara-se em zonas com
economias de exportação como o Recôncavo baiano ou, em São Paulo, no quadrilátero
do açúcar (Luna & Costa, 1983, p. 213; Paiva & Klein, 1992, p. 134; Schwartz, 1988, p.
357).
Neste texto nos propomos a examinar o uso de escravos pelos proprietários de
terras e a posse de terras por parte dos proprietários de escravos, bem como discutir as
diferenciações presentes entre os donos de terras com escravos e os sem escravos.
Recorremos para essa análise a informações de cadastros fundiários e recenseamentos
de população. A comparação de fontes permitirá desembocar também na visualização de
hierarquias sociais, sua complexidade e o papel do escravo na constituição dessas
hierarquias.
Escravos nas propriedades
No Paraná, nem todos os proprietários de terras possuíam escravos. Na verdade,
chama a atenção o extraordinário número de proprietários sem escravos. Reunindo todos
os donos de terras do litoral e do planalto, mais de três quartos declararam em 1818 não
HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006 102
4. DONOS DE TERRAS E ESCRAVOS NO PARANÁ
recorrer ao trabalho escravo para as lides agrícolas ou pastoris. A participação dos
escravos variava de acordo com as localidades e, mais claramente, com a atividade
econômica principal existente nessas localidades. Em Castro e Palmeira, núcleos
essencialmente pecuaristas, situava-se o maior percentual de proprietários com escravos
residentes, 52,4% e 39% respectivamente. Em Antonina e Paranaguá, no litoral, as
propriedades com escravos alcançavam 30,5% e 20,3% respectivamente, sendo que o
valor acima da média da primeira vila devia-se possivelmente à presença de engenhos
de arroz e numerosas engenhocas de cana e aguardente na localidade (ver tabela 1).
O número de escravos que registra o inventário de bens rústicos é, no entanto,
bem menor que o esperado, a julgar pela população escrava que fora recenseada nas
listas nominativas de habitantes, que englobou a totalidade dos domicílios. Segundo as
listas nominativas de 1817, que contaram a população total, o número de escravos no
Paraná era de 5.174 indivíduos, e não 2.345, como consta no inventário de terras.2 Da
mesma forma, o confronto entre o número de domicílios com escravos e o número de
proprietários de terras com escravos mostrou também uma acentuada disparidade, com
larga vantagem para os primeiros.
Tabela 1 - Proprietários de terras com escravos no Paraná, 1818
Localidades Nº total Propriedades % com N. total
propriedades com escravos escravos
escravos
Litoral
Antonina 262 80 30,5 380
Guaratuba 91 11 12,1 43
Paranaguá 428 87 20,3 483
Planalto
Castro 231 121 52,4 758
Curitiba 522 58 11,1 202
Lapa 183 54 29,5 213
Palmeira 146 57 39,0 232
São José 205 15 7,3 34
Paraná 2068 483 23,4 2345
Foi excluída uma propriedade da Lapa que não indicou se tinha ou não escravos.
Fonte: Arquivo do Estado de São Paulo, Inventário dos Bens Rústicos, 1818.
103 HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006
5. HORACIO GUTIÉRREZ
Essas discrepâncias são intrigantes e não decorrem de erro estatístico.
Interessante é analisá-la, e o faremos a seguir, porque elas permitem iluminar a inserção
dos cativos na estrutura social vigente, e também podem desvendar padrões de posse de
terras e escravos, com implicações valiosas. As discrepâncias poderiam ser interpretadas
de duas maneiras: 1) O inventário de estabelecimentos rurais contabilizou apenas
escravos em idade produtiva, que efetivamente trabalhavam a terra, excluindo as
crianças; e 2) Muitos donos de escravos não eram proprietários de terras. Ambas as
possibilidades podem ser examinadas de maneira aproximada.
No primeiro caso é possível confrontar o inventário com as listas nominativas de
habitantes, retirando as crianças da população escrava que constou nas últimas. Até que
idade uma pessoa era considerada criança? Ou, quando uma pessoa começava a ser
considerada economicamente produtiva? Não é fácil saber, pois se bem a idade é
indicada nas fontes, não consta a ocupação que os escravos exerciam, de modo que não
é possível deduzir a idade com a qual os cativos começavam a ser requisitados na
lavoura, na pecuária e nos serviços.3 Adotando o critério arbitrário de considerar adultos
(economicamente) os escravos com 10 ou mais anos, o número de escravos produtivos
(sem crianças) nas listas nominativas seria de 3.766 no conjunto das vilas do Paraná,
número este mais próximo dos 2.345 que constam no inventário de terras (ver tabela 2).
Parte da diferença poderia ser atribuída ainda a escravos idosos – de propriedade dos
donos de terras – que já não exerciam ocupações. Ou seja, é possível pensar que os
escravos dos proprietários de terras relacionados no inventário sejam apenas os
produtivos e que os não produtivos não foram arrolados. Ainda assim a explicação seria
insuficiente para dar conta da diferença remanescente.
HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006 104
6. DONOS DE TERRAS E ESCRAVOS NO PARANÁ
Tabela 2 - Número de escravos dos proprietários de terras
e no conjunto dos domicílios do Paraná, 1817-18
N. total de N. total de N. de escravos
escravos dos escravos nos adultos nos
Localidades
proprietários de domicílios em domicílios em
terras em 1818 1817 1817
Litoral
Antonina 380 837 579
Guaratuba 43 110 81
Paranaguá 483 1099 860
Planalto
Castro 758 1138 817
Curitiba 202 841 622
Lapa 213 418 292
Palmeira 232 489 335
São José 34 242 180
Paraná 2345 5174 3766
Foram considerados adultos os escravos com 10 ou mais anos.
Fonte: Arquivo do Estado de São Paulo, Inventário dos Bens Rústicos, 1818, e Listas
Nominativas de Habitantes, 1817.
A outra opção é pensar que o inventário de terras listou os escravos
integralmente, ou seja, incluindo adultos e crianças, sem omissões, ou com omissões
mínimas, e a diferença atribuir-se então, total ou principalmente, à segunda alternativa
antes mencionada.
Analisar essa segunda alternativa – a existência de donos de escravos sem terras
– chama a atenção porque, se verdadeira, levantaria indagações de muita importância. O
exame de segmentos sociais habituais como proprietários de terras, donos de escravos,
famílias sem terras e sem escravos e, na base, os cativos e indígenas, desenha uma
pirâmide social, mas apenas refletiria os extremos. Aceitar a existência de escravistas
sem terras significa que a sociedade possuía uma estratificação mais complexa, com
segmentos, no Paraná, até agora desconhecidos. Quem teriam sido esses escravistas sem
terras? Foram numericamente significativos? Em quais setores econômicos teriam sido
mais freqüentes? O confronto do recenseamento (listas nominativas) de 1817 com o
inventário de terras de 1818 permite captar alguns pormenores.
105 HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006
7. HORACIO GUTIÉRREZ
Segundo as listas nominativas que arrolaram as características demográficas e
sociais de todos os domicílios, incluídos os donos de escravos, havia em 1817 no Paraná
5.148 domicílios. Já no inventário de bens rústicos de 1818 constaram 2.068
proprietários de terras. Supondo que cada proprietário de terras conformava também um
domicílio, havia então 40% de domicílios com terras próprias e, portanto, 60% sem
terras.4
Por outro lado, contando nas listas nominativas apenas os domicílios com
escravos, chegou-se a um total de 1.011 domicílios. O mesmo cômputo feito no
inventário, isto é, de apenas os proprietários de terras com escravos, registrou um total
de 483 proprietários. Seguindo o raciocínio, deduz-se que o número de domicílios
escravistas com terras (483) equivalia a cerca da metade do total (1011)5, ou mais
precisamente 47,8%, e portanto o saldo, a saber, 52,2%, correspondia a donos de
escravos sem terras (ver tabela 3).
Tabela 3 – Número de domicílios e de propriedades rurais no Paraná, 1817-18
(A) (B) (C) (D) % %
Número N. de Número N. de Domicílios Escravistas
Localidades total de domicílios de proprie- com terras com terras
domicílios com proprie- dades rurais (C)/(A) (D)/(B)
escravos dades com
rurais escravos
Litoral
Antonina 731 139 262 80 35,8 57,6
Guaratuba 136 23 91 11 66,9 47,8
Paranaguá 1087 213 428 87 39,4 40,8
Planalto
Castro 747 206 231 121 30,9 58,7
Curitiba 1180 178 522 58 44,2 32,6
Lapa 479 75 183 54 38,2 72,0
Palmeira 328 95 146 57 44,5 60,0
São José 460 82 205 15 44,6 18,3
Paraná 5148 1011 2068 483 40,2 47,8
Os dados dos domicílios são de 1817 e os das propriedades rurais de 1818.
Foi excluída uma propriedade da Lapa que não indicou se tinha ou não escravos.
Fonte: Arquivo do Estado de São Paulo, Listas Nominativas de Habitantes, 1817, e
Inventário dos Bens Rústicos, 1818.
HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006 106
8. DONOS DE TERRAS E ESCRAVOS NO PARANÁ
As considerações anteriores permitem identificar quatro categorias de chefes de
domicílios em relação às variáveis terra e escravos. Colocadas em ordem crescente
segundo o peso quantitativo, as categorias seriam as seguintes:
1) Chefes de domicílios com terras e com escravos. Totalizavam 483 casos ou 9,4% do
total, estando mais bem representados em Castro e Palmeira. Seria a elite da elite no
Paraná;
2) Chefes de domicílios sem terras e com escravos. Reuniam um conjunto de 528 chefes
ou 10,3% do total;
3) Chefes de domicílios com terras e sem escravos. Compreendiam 1.585 chefes ou
30,8% do universo pesquisado;
4) Chefes de domicílios sem terras e sem escravos. Inseriam-se nesta categoria 2.552
domicílios do total de 5.148 no Paraná, ou 49,6% do conjunto (ver tabela 4).
Tabela 4 – Categorias sociais no Paraná em relação as variáveis terra e escravos, 1817-
18
% Chefes % Chefes % Chefes % Chefes Número de
Localidades de de de de Total domicílios
domicílio domicílio domicílio domicílio
com terras e sem terras e com terras e sem terras e
com com sem sem
escravos escravos escravos escravos
Litoral
Antonina 10,9 8,1 24,9 56,1 100,0 (731)
Guaratuba 8,1 8,8 58,8 24,3 100,0 (136)
Paranaguá 8,0 11,6 31,4 49,0 100,0 (1087)
Planalto
Castro 16,2 11,4 14,7 57,7 100,0 (747)
Curitiba 4,9 10,2 39,3 45,6 100,0 (1180)
Lapa 11,3 4,4 26,9 57,4 100,0 (479)
Palmeira 17,4 11,6 27,1 43,9 100,0 (328)
São José 3,3 14,6 41,3 40,8 100,0 (460)
Paraná 9,4 10,3 30,8 49,6 100,0 (5148)
Nº (483) (528) (1585) (2552) (5148
domicílios )
107 HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006
9. HORACIO GUTIÉRREZ
Obs.: Os cálculos foram feitos a partir da tabela 3, da seguinte forma:
- % chefes de domicílio com terras e com escravos: colunas D/A.
- % chefes de domicílio sem terras e com escravos: colunas (B – D)/A.
- % chefes de domicílio com terras e sem escravos: colunas (C – D)/A.
- % chefes de domicílio sem terras e sem escravos: por resíduo, ou (A – B) – (C – D)/A.
Fonte: Tabela 3.
Correspondia essa ordem a uma efetiva pirâmide social, de riqueza, posição
social ou poder? A resposta seguramente é positiva, mas ela não é óbvia e demanda
análises diversas. Para uma hierarquia de riqueza, por exemplo, seriam necessárias
informações adicionais com as quais não contamos. Conhecer o valor dos escravos e das
terras, e o peso de ambas variáveis no conjunto do patrimônio, permitiria uma
aproximação ao tema, que seria possível desenvolver recorrendo, entre outras fontes, a
inventários. Pesquisas com estas fontes realizadas para outras regiões indicam um peso
importante dos escravos no patrimônio, e bem menos da terra.6 Se resultados como
esses forem também válidos para o Paraná da época, os escravistas sem terras teriam
precedido, efetivamente, num ranking de riqueza, os donos de terras sem escravos,
como na lista anterior. Paradoxal mesmo é entender como uma categoria rica (e
eventualmente poderosa), como a dos escravistas, pôde existir sem posse de terra, mas
apenas de cativos, e como teria se relacionado com os donos da terra e os demais
segmentos sociais.
Estes escravistas sem terras teriam sido proporcionalmente mais numerosos – em
relação ao conjunto de senhores de escravos – em Curitiba, São José dos Pinhais e
Paranaguá. Tratou-se possivelmente de escravistas de poucos escravos, arrendatários,
agregados, casais jovens que receberam de seus pais cativos como dote e que residiam
em casas cedidas pela família, vinculados aqueles e estes a ocupações agrícolas de
subsistência, à erva-mate, ofícios urbanos ou serviços em geral. Nos núcleos mais
pecuaristas, como Castro, Lapa e Palmeira, os escravistas sem terras revelaram peso
menor dentro da classe formada pelos senhores de escravos.
Outra hipótese explicativa não excludente, embora menos provável, é que os
escravistas sem terras foram escravistas urbanos, de poucos escravos e talvez donos de
glebas urbanas que não constaram do inventário de bens rústicos. O inventário registrara
principalmente imóveis rurais, mas os numerosos pequenos sítios que também foram
consignados levam a pensar que propriedades urbanas ou da periferia urbana tenham
HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006 108
10. DONOS DE TERRAS E ESCRAVOS NO PARANÁ
sido igualmente incluídos.7 Mesmo assim, proprietários urbanos foram em geral donos
também de terras rurais onde seus escravos trabalhavam, de onde obtinham o sustento e
inclusive o dinheiro necessário para adquirir cativos. Sendo assim, boa parte teria sido
contemplada no levantamento realizado pelo inventário.
Enfim, a hipótese da existência de proprietários de terras sem escravos parece-
nos que não deve ser desconsiderada, mesmo em face dos argumentos contrários
anteriormente expostos. O saldo final, levando em conta esses argumentos, não anularia
a existência de proprietários com essa característica, mas talvez diminuísse a sua
incidência (não 10,3%, mas uma proporção menor).
O inventário nos permite conhecer também a distribuição dos cativos entre os
proprietários de terras. Mais de três quartos, como vimos, não possuíam escravos. Entre
os com escravos, a maioria (15,3%) detinha entre um e quatro escravos, reunindo 31,3%
do conjunto dos cativos. Os que possuíam entre 5 e 19 escravos representavam 7,3% dos
proprietários de terras e apropriavam-se de 52,1% da população cativa. Finalmente, os
proprietários de terras mais aquinhoados de escravos possuíam entre 20 e 60, detendo
16,6% do total, sendo estes proprietários pouco numerosos, 15 ao todo, ou 0,7% do
conjunto (ver tabela 5).
Tabela 5 - Distribuição dos escravos entre os proprietários de terras no Paraná, 1818
Tamanho N. % N. % Média de
da posse de propriedades escravos escravos
escravos rurais
0 1585 76,6 0 0,0 0
1 92 4,4 92 3,9 1
2 91 4,4 182 7,8 2
3 76 3,7 228 9,7 3
4 58 2,8 232 9,9 4
1a4 317 15,3 734 31,3 2,3
5a9 114 5,5 763 32,5 6,7
10 a 19 37 1,8 459 19,6 12,4
20 a 60 15 0,7 389 16,6 25,9
Total 2068 100,0 2345 100,0 1,1
Foi excluída uma propriedade da Lapa que não indicou se tinha ou não escravos.
Fonte: Arquivo do Estado de São Paulo, Inventário dos Bens Rústicos, 1818.
109 HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006
11. HORACIO GUTIÉRREZ
Propriedades com e sem escravos
A posse de escravos representava uma evidente vantagem nas possibilidades de
produção ante os que não os possuíam. Se bem o trabalho familiar estava muito
disseminado no Paraná em razão do número expressivo de proprietários de terras sem
escravos, a obtenção de mão-de-obra adicional cativa significava abrir efetivamente as
portas de ingresso à economia mercantil com produção dirigida ao mercado. Essa
possibilidade vê-se corroborada quando comparadas as áreas dos estabelecimentos
detidos pelos proprietários de terras que empregavam escravos com os que não os
utilizavam. As diferenças eram marcantes. Enquanto a área média das propriedades com
escravos era de 3.235 hectares, a área das que não tinham cativos chegava à média de
250 ha (ver tabela 6). Novamente as localidades votadas à pecuária absorviam as
propriedades escravistas de maior extensão, com Castro, o principal centro de fazendas
de gado, no topo, onde a área média era de 8.044 ha nos imóveis com escravos e 705 ha
nos sem cativos. A venda de gado vacum e cavalar constituía o item principal das
receitas privadas no Paraná, acima de qualquer outro produto agrícola, e para a
população local era o setor dinâmico da economia ao qual se aspirava ingressar.
Representava a possibilidade mais favorável de acumulação e portanto de compra de
escravos adicionais e crescimento material. O setor era responsável pela ocupação da
maior parte da superfície agrícola do Paraná, e Castro e suas fazendas de criar
concentravam 57% dessa superfície (Gutiérrez, 2004). A apropriação por agentes
privados das terras devolutas em direção ao oeste, nos campos de Guarapuava e Palmas,
processo contínuo durante a primeira metade do século XIX, ocorria precisamente para
a implantação de novas fazendas de criar.
HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006 110
12. DONOS DE TERRAS E ESCRAVOS NO PARANÁ
Tabela 6 - Área média das propriedades rurais com e sem escravos no Paraná, 1818
Localidades Área média das propriedades rurais (ha) Área total
Com escravos Sem escravos Ambas (ha)
Litoral
Antonina 261 (76) 75 (177) 131 (253) 33.097
Guaratuba 425 (11) 62 (80) 106 (91) 9.663
Paranaguá 1.373 (58) 31 (307) 244 (365) 89.017
Planalto
Castro 8.044 (121) 705 (110) 4.550 (231) 1.050.963
Curitiba 992 (58) 265 (464) 346 (522) 180.431
Lapa 1.773 (54) 496 (127) 877 (181) 158.795
Palmeira 3.569 (57) 315 (88) 1.594 (145) 231.194
São José 1.428 (15) 352 (190) 431 (205) 88.265
Paraná 3.235 (450) 250 (1543) 924 (1993) 1.841.425
Entre parênteses, consta o número de propriedades consideradas no cálculo.
Excluídas 76 propriedades rurais com área não delimitada, das quais 33 com escravos,
42 sem escravos e 1 na qual não consta o número de escravos.
Fonte: Arquivo do Estado de São Paulo, Inventário dos Bens Rústicos, 1818.
A distribuição dos escravos entre propriedades de diferentes tamanhos de área
revela, numa visão de conjunto, que havia padrões perfeitamente identificáveis. As
propriedades de menores dimensões quase não empregavam escravos, mas, conforme a
área ia aumentando, maior era o número relativo de propriedades que utilizavam o
serviço de escravos. No grupo das micropropriedades, com 20 ha ou menos, 92,5% não
possuíam escravos. Já entre os latifúndios, com 5000 ha ou mais, apenas 16,7% não
contavam com o auxílio de cativos. Nos estratos intermediários de área o percentual de
propriedades sem escravos ia decrescendo harmonicamente conforme aumentava a
superfície dos imóveis (tabela 7). Também a média de escravos utilizados crescia
paralelamente com a dimensão da propriedade, mas deve-se ressalvar que alguns
latifúndios (provavelmente improdutivos) não contaram com cativos. De qualquer modo
a tendência indica que os proprietários de terras com maiores áreas eram também os que
detinham as maiores posses de escravos. No Paraná os donos de lotes de 100 ha
apresentaram uma média de 1 cativo por imóvel, enquanto os proprietários de terrenos
com 5000 ha ou mais detinham em média 9 escravos.
111 HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006
13. HORACIO GUTIÉRREZ
Tabela 7 - Escravos nas propriedades rurais do Paraná segundo estratos de área, 1818
Estratos Total de N. % N. % Média
de área proprie- proprie- proprie- proprie- proprie- N. de de
(ha) dades dades dades dades dades escravos escravos
sem sem com com por pro-
escravos escravos escravos escravos priedade
< 20 815 754 92,5 61 7,5 177 0,2
20 a 99 455 359 78,9 96 21,1 391 0,9
100 a 999 449 306 68,2 143 31,8 619 1,4
1000 a 4999 226 116 51,3 110 48,7 556 2,5
5000 a 130000 48 8 16,7 40 83,3 438 9,1
Total 1993 1543 77,4 450 22,6 2181 1,1
Excluídas 76 propriedades com área não delimitada, das quais 42 sem escravos, 33 com
escravos e 1 na qual não consta o número de escravos. Nas 33 com escravos residiam
164 cativos também aqui excluídos.
Fonte: Arquivo do Estado de São Paulo, Inventário dos Bens Rústicos, 1818.
Esse aumento foi típico de regiões de grande lavoura e de pecuária, conforme
constatou Canabrava (1976, pp. 22-26) para a capitania de São Paulo. Significa que os
escravos nessas economias viviam principalmente nas grandes propriedades,
diferentemente das zonas com domínio de culturas de subsistência, nas quais o
crescimento no número de escravos estagnava nas propriedades de faixas intermediárias,
residindo a maior parcela dos cativos em imóveis pequenos e médios. No Paraná
também comprovamos este fato ao separarmos os escravos do litoral, votados
principalmente à pequena lavoura, dos do planalto, onde predominava a pecuária. Os
primeiros residiam em sua maior parte em pequenas e médias propriedades; os segundos
viviam em sua maioria em estabelecimentos de porte médio e grande.
A distribuição da terra entre proprietários com e sem escravos era claramente
desigual, com larga vantagem para os primeiros. Dos 1.841.425 ha ocupados do Paraná,
1.455.611 ha – cerca de 79% – estavam em posse dos proprietários com escravos, sendo
que eles representavam 22,6% do total, ao passo que os não proprietários de escravos,
que alcançavam 77,4% do total, apropriavam-se de 385.814 ha, ou seja, 21% das terras
(tabela 8). Examinando a distribuição separadamente para cada tipo de proprietário
percebe-se que entre os com escravos apenas 34,9% tinham imóveis com menos de 100
HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006 112
14. DONOS DE TERRAS E ESCRAVOS NO PARANÁ
ha, contra 65,1% entre os proprietários sem escravos. Nas propriedades acima de 1000
ha os donos com escravos atingiam o porcentual de 33,3% e os sem escravos chegavam
somente a 8%.
Tabela 8 - Distribuição da terra entre as propriedades rurais com e sem escravos no
Paraná, 1818
Estratos de área N. % Área total % Área média
(ha) propriedades (ha) (ha)
1. Propriedades
com escravos
< 20 61 13,6 528 0,1 9
20 a 99 96 21,3 4.968 0,3 52
100 a 999 143 31,8 53.312 3,7 373
1000 a 4999 110 24,4 237.563 16,3 2.160
5000 a 130000 40 8,9 1.159.240 79,6 28.981
Total 450 100,0 1.455.611 100,0 3.235
2. Propriedades
sem escravos
< 20 754 48,9 4.397 1,1 6
20 a 99 359 23,3 18.559 4,8 52
100 a 999 306 19,8 99.901 25,9 327
1000 a 4999 116 7,5 196.407 50,9 1.693
5000 a 130000 8 0,5 66.550 17,3 8.319
Total 1543 100,0 385.814 100,0 250
3. Todas as
propriedades
< 20 815 40,9 4.925 0,3 6
20 a 99 455 22,8 23.527 1,3 52
100 a 999 449 22,5 153.212 8,3 341
1000 a 4999 226 11,3 433.971 23,6 1.920
5000 a 130000 48 2,4 1.225.790 66,6 25.537
Total 1993 100,0 1.841.425 100,0 924
Excluídas 76 propriedades com área não delimitada, das quais 33 com escravos, 42 sem
escravos e 1 na qual não consta o número de escravos.
Fonte: Arquivo do Estado de São Paulo, Inventário dos Bens Rústicos, 1818.
Os padrões díspares encontrados no que se refere à repartição da terra e escravos
explicam-se pelo uso diferenciado que os proprietários faziam dessa terra e desses
113 HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006
15. HORACIO GUTIÉRREZ
escravos. Os conceitos firmados sobre as economias de criação de gado e de
subsistência são básicos para compreender os padrões, sua articulação entre si e a
dinâmica do crescimento. O escravo aparece como elemento-chave na diferenciação,
sendo seu emprego explicado em função de sua inserção em atividades econômicas
voltadas para o mercado interno. Nas atividades não mercantis, de subsistência ou de
trocas residuais, o escravo aparecia menos e a terra necessária para a produção não era
mais, como regra, a grande propriedade.
A demografia dos escravos também mostra no Paraná peculiaridades
interessantes. Diferentemente das economias de grande lavoura, como as votadas à
exportação de açúcar e café, a população escrava paranaense nesta época registrou
padrões de crescimento endógenos, nos quais a reprodução natural teve uma
importância bem maior que a compra de africanos. Nas primeiras décadas do século
XIX, período para o qual existem informações mais precisas, a população cativa local
cresceu a taxas anuais de 1,2%, com destaque para os escravos em idade produtiva,
principalmente entre os 10 e 40 anos. Na explicação desse crescimento os africanos
mostram-se pouco presentes. Em Castro, numa amostra do funcionamento do mercado
de escravos durante quatro anos seguidos, 70% dos cativos transacionados foram
crioulos (nascidos no Brasil), e 30% africanos. Na população cativa de Castro havia seis
crioulos para cada africano. Em Antonina a proporção era de oito a um. O predomínio
de crioulos era incontestável e outros indicadores demográficos ajudam a completar o
perfil dos padrões vigentes. Entre 1804 e 1830 o porcentual de homens na população
escrava total oscilou entre 49 e 51%, revelando que o equilíbrio entre os sexos foi a
regra. As pirâmides de idades mostram desenhos triangulares parecidos ao de uma
população normal, com base larga nas faixas etárias iniciais. De fato, a crianças com
nove anos ou menos representavam 27% da população total. Finalmente, os índices de
casamento entre os escravos chegaram a valores entre 20 e 25%, muito acima do
constatado para qualquer região de grande lavoura. Esses índices aumentavam com o
tamanho das posses, chegando a 40% nos plantéis com 40 ou mais escravos (Gutiérrez,
1987, pp. 297-314; e 1988, pp. 161-188).
O que os indicadores sugerem é que a formação de famílias e a criação de filhos
foi o fator principal no crescimento da população escrava do Paraná, sendo residual a
importação de africanos. Foi nas grandes propriedades que a formação de famílias
HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006 114
16. DONOS DE TERRAS E ESCRAVOS NO PARANÁ
escravas teve mais possibilidades de se efetivar e foi de fato onde mais se constituíram.
Em comparação com as pequenas propriedades, nas grandes os crioulos foram
numericamente mais significativos, os índices de casamento maiores, e, em
contrapartida, a compra de escravos no mercado revelara-se mais acanhada.
O escravo e o uso da terra
O inventário de terras de 1818 permite avançar também em alguns aspectos
sobre o uso que os grandes e pequenos proprietários davam à terra. Indiretamente
também é possível deduzir de modo genérico as atividades às quais os escravos estavam
sendo destinados. Não se deve, entretanto, separar drasticamente as propriedades em
agrícolas e pecuaristas, os dois usos principais dados à terra, pois todas as propriedades,
quase sem exceção (salvo, talvez, algumas no perímetro urbano), cultivavam roças de
subsistência. De modo que ao se falar de propriedades dedicadas à “lavoura” ou à
“criação”, deve-se levar em conta que se trata da atividade principal exercida, mas não
da única.
A lavoura no Paraná consistia primordialmente de mandioca, milho, feijão e
arroz, mas muitos outros gêneros alimentícios eram também cultivados em escala
menor. A erva-mate era exportada para o exterior, e cobrou relativa importância a partir
de 1840 (Santos, 1995; Pereira, 1996). O calendário agrícola dependia estreitamente da
freqüência das chuvas, mais altas no verão (dezembro a março), e das culturas
consideradas. Via de regra, maio e junho era um período de colheita, e o preparo da terra
e reinício dos plantios tinha lugar em agosto. A mandioca plantava-se entre agosto e
outubro, e colhia-se depois de um ano; o milho plantava-se na mesma época da
mandioca e colhia-se em junho ou às vezes antes; a primeira plantação de feijão ocorria
entre janeiro e março, colhendo-se entre abril e junho; a segunda plantação de feijão ia
de agosto a outubro e a colheita de novembro a janeiro; o plantio do arroz ocorria entre
agosto e outubro e a colheita entre fevereiro e maio. O trigo semeava-se em junho e
colhia-se em dezembro, com a ressalva de algumas partes dos Campos Gerais. As
atividades que os escravos desempenhavam nestas culturas alimentares são difíceis de
se conhecer com exatidão, pois as informações são parcas. Todavia, é possível presumir
115 HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006
17. HORACIO GUTIÉRREZ
que eles participavam em todas as culturas e em todas as etapas da produção (Müller,
1978, pp. 31-32; Saint-Hilaire, 1978, pp. 23-27).
A pecuária tinha também um calendário próprio. Desde o início do comércio
sulino de muares, na década de 1730, arraiais, pousos e fazendas de criar surgiram no
planalto paranaense ao longo das estradas das tropas. O caminho mais transitado unia
Viamão, no extremo sul da colônia, com a feira de Sorocaba na província de São Paulo.
A viagem era longa e cheia de privações, a julgar pelos cronistas coevos. Saindo de
Viamão, as tropas dirigiam-se para o norte pela região das Vacarias, alcançavam Lages e
Curitibanos em território catarinense, atravessavam a seguir o rio Negro e por fim
chegavam a repousar, após 45 ou 50 dias de viagem, nos Campos Gerais paranaenses
(Machado, 1962, p. 133). A distância percorrida devia atingir pelo menos 100 léguas
(660 km). Para chegar a Sorocaba, as tropas ainda deviam andar outra distância similar,
transpondo a Lapa, Palmeira, Ponta Grossa, Castro, Itapeva (Faxina) e Itapetininga.
Após a venda em Sorocaba, os animais comercializados seguiam para os mercados
consumidores. Os bovinos continuavam principalmente para o Rio de Janeiro, via São
Paulo e Taubaté, sendo que os muares e cavalos tinham destinos mais diversificados.
Além dos Campos Gerais, existiam mais dois pontos de invernagem de tropas: Itapeva-
Itapetininga e Taubaté. Assim, as tropas gaúchas, antes de chegar à Corte, tinham
invernado, via de regra, em três ocasiões. Itapeva-Itapetininga e Taubaté cumpriam a
função, ademais, de segurar o gado caso as condições de comercialização não
estivessem conjunturalmente favoráveis em Sorocaba ou no Rio de Janeiro,
respectivamente. A marcha das tropas desde os Campos Gerais até o Rio levava cerca de
2 meses (Petrone, 1976, cap. 5).
As estações do ano exerciam influência quanto a definir os meses de maior
afluência de gado a Sorocaba. Os muares sulinos afluíam em maior número nos meses
de outono, entre março e junho, após engorda nos campos do Paraná durante a estação
chuvosa (primavera-verão), na qual os pastos reverdeciam. Os bovinos das fazendas
paranaenses chegavam em maior número a Sorocaba um pouco antes, entre novembro e
janeiro. Os tropeiros do Paraná que negociavam com gado sulino dirigiam-se para o sul,
em companhia de camaradas e escravos, provavelmente no início da primavera
(setembro); em novembro ou dezembro já se encontravam com suas tropas no Paraná, e
nos meses finais do verão e durante o outono seguiam para Sorocaba, em tempo de
HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006 116
18. DONOS DE TERRAS E ESCRAVOS NO PARANÁ
vender os animais para as colheitas do açúcar e do café em São Paulo (Klein, 1989, p.
347-372).
Conforme o inventário de terras de 1818, o porcentual de propriedades no Paraná
dedicadas principalmente à lavoura alcançava 75,4% e à pecuária 13,7% (tabela 9).
Cifra bem menor dos estabelecimentos, 5,7%, tinham a lavoura e a criação com igual
peso, e 5,1% eram improdutivos, sem culturas nem criação. Se em termos gerais esses
valores podem estar certos, não há perfeita homogeneidade no critério usado no
inventário para classificar as propriedades quanto ao uso da terra. No cálculo anterior
foram excluídos os imóveis de Curitiba e São José dos Pinhais, por exemplo, porque o
inventário atribuiu como uso exclusivo dessas propriedades a lavoura, apesar de em
ambas as localidades haver pecuária e fazendas de gado bastante conhecidas. Nas
demais localidades possivelmente o arrolamento foi satisfatório. Mesmo com essas
insuficiências, deve-se concluir que o número de propriedades votadas à lavoura era
majoritário do que votado à pecuária, sem contrapeso. A única localidade onde
prevalecia a proporção inversa era Castro, vila que reunia os principais fazendeiros e se
erguia como o centro da criação de gado do Paraná nessa época.
Tabela 9 – Número de propriedades rurais segundo o uso da terra no Paraná, 1818
Localidade Lavoura Criação Lavoura e Sem lavoura Total
criação nem criação
Litoral
Antonina 233 1 - 21 255
Guaratuba 79 - - 12 91
Paranaguá 408 - - 19 427
Planalto
Castro 97 134 - - 231
Lapa 78 28 68 9 183
Total 895 163 68 61 1187
% 75,4 13,7 5,7 5,1 100,0
Exclusive as propriedades de Curitiba (522) e São José dos Pinhais (205) por haver
engano do recenseador no registro do uso da terra, e as de Palmeira (146) e mais 9
propriedades nas quais o uso da terra não foi indicado.
Fonte: Arquivo do Estado de São Paulo, Inventário dos Bens Rústicos, 1818.
117 HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006
19. HORACIO GUTIÉRREZ
Contudo, as propriedades dedicadas à lavoura eram as de menores áreas.
Selecionando a título de exemplo as propriedades de Castro e Lapa (ambas permitem
uma comparação com a pecuária), constata-se que enquanto as propriedades agrícolas
representavam 42,5% em ambas as localidades, ocupavam apenas 5,2% da área total.
Em contrapartida, os imóveis pastoris chegavam a 39,1% e ocupavam 85,1% da
superfície total (tabela 10). Esta superfície equivalia a 1.029.944 ha ou 55,9% das terras
ocupadas no Paraná. Ou seja, a superfície era maior que a área apropriada por todas as
propriedades agrícolas de todas as localidades paranaenses somadas. O cálculo da área
média das propriedades com lavoura em comparação com pecuária reforça esses
resultados: enquanto as primeiras revelaram uma superfície de 362 ha, as segundas
possuíam área média de 6.397 ha.
Tabela 10 - Uso da terra nas propriedades rurais de Castro e Lapa segundo estratos de
área, 1818
Estratos Lavoura Criação Lavoura e Sem lavoura Total
de área criação nem criação proprie-
(ha) N. % N. % N.prop % N. % dades
prop. prop. . prop.
< 20 27 15,4 9 5,6 1 1,5 1 12,5 38
20 a 99 53 30,3 13 8,1 9 13,2 1 12,5 76
100 a 999 74 42,3 47 29,2 40 58,8 3 37,5 164
1000 a 4999 21 12,0 61 37,9 15 22,1 3 37,5 100
5000 a 130000 0 0,0 31 19,3 3 4,4 0 0,0 34
Total 175 100, 161 100, 68 100, 8 100, 412
0 0 0 0
% 42,5 39,1 16,5 1,9 100,0
Área total 63.333 1.029.944 107.937 8.545 1.209.758
(ha)
% 5,2 85,1 8,9 0,7 100,0
Área média 362 6.397 1.587 1.068 2.936
(ha)
Exclusive 3 propriedades com área não delimitada.
Fonte: Arquivo do Estado de São Paulo, Inventário dos Bens Rústicos, 1818.
HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006 118
20. DONOS DE TERRAS E ESCRAVOS NO PARANÁ
A presença ou não de escravos em ambos os tipos de propriedades imprimiu
mais uma hierarquia. Nos estabelecimentos dedicados primordialmente à lavoura, a
maioria, 76,6% nas duas localidades consideradas, não possuía escravos, enquanto
apenas 39,8% das dedicadas à pecuária estavam na mesma situação. Novamente aqui as
áreas ocupadas por cada tipo de propriedade conforme o uso da terra foram radicalmente
diferentes. Nos estabelecimentos com pecuária e escravos, a área média foi de 9.925 ha;
nas sem escravos, 1.051 ha. Nas propriedades com lavoura e escravos, a superfície
média foi de 469 ha; nas sem escravos, 329 ha (tabela 11). Estabelece-se também uma
hierarquia decrescente quanto às áreas ocupadas, conforme a existência de escravos nas
propriedades e o uso principal dado à terra: primeiro, os imóveis dedicados à pecuária,
com escravos; segundo, pecuária, sem escravos; terceiro, lavoura, sem escravos; e por
último, lavoura, com escravos. As áreas ocupadas por cada uma dessas categorias
foram, respectivamente, 79,6%, 5,6%, 3,6%, e 1,6% da área total de Castro e da Lapa.
Ainda outra parcela de terra era ocupada pelos estabelecimentos mistos e os
improdutivos. Destacam-se, com primazia absoluta, as propriedades de fazendeiros
escravistas. Eles ocupavam, em Castro e na Lapa, o equivalente a 962.683 ha, que
representaram 52,3% das terras ocupadas do Paraná.
Tabela 11 Uso da terra nas propriedades rurais com e sem escravos em Castro e Lapa,
1818
Uso da Propriedades com escravos Propriedades sem escravos
Terra N. Área Área Total N. Área Área
propr. total (ha) média escravos propr. total (ha) média
(ha) (ha)
Lavoura 41 19.242 469 174 134 44.091 329
Criação 97 962.683 9.925 651 64 67.260 1.051
Lavoura
e criação 37 87.196 2.357 146 31 20.741 669
Sem lavoura
nem criação 0 - - - 8 8.545 1.068
Total 175 1.069.12 6.109 971 237 140.63 593
1 7
Exclusive 3 propriedades com área não delimitada.
Fonte: Arquivo do Estado de São Paulo, Inventário dos Bens Rústicos, 1818.
119 HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006
21. HORACIO GUTIÉRREZ
Considerações finais
O modesto estoque de escravos na composição demográfica do Paraná não pode
ser menosprezado para se entender a estrutura econômica e social da região. O Paraná,
apesar do percentual baixo de cativos, nunca superando um quarto da população total,
foi uma sociedade escravista, e sua correlação com a propriedade da terra e os usos que
a ela foram dados assim o demonstra. A introdução do escravo provocou, no Paraná,
diferenciações contundentes na produção, acumulação, disponibilidade de crédito,
domínio da terra, criação de gado, segmentação social e acesso ao poder. São hipóteses
que se depreendem dos dados apresentados, e que requerem análises adicionais. As
hierarquias mostradas, quanto à distribuição da terra e dos escravos, revelam uma
sociedade altamente estratificada, no centro da qual, recortando as classes e conferindo
dinâmica à economia, estava o escravo. Isto em que pese o Paraná formar uma
sociedade cujo núcleo não fora a economia de exportação, mas a produção direcionada a
mercados internos e de subsistência.
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GUTIÉRREZ, Horacio. Lands Owners and Slaves in Paraná: Patterns and
Hierarchies in the Early Nineteenth Century. História, São Paulo, v. 25, n. 1, p.
100-121, 2006.
Abstract: In the nineteenth century first decades the land distribution in Paraná
registered a high concentration level due to the fact that the cattle farmers owned
the biggest properties. This article examines the use of the enslaved labor by land
owners as well as the access to the land by the slaves owners. It discusses both
social hierarchies in the local society and the land and slaves importance in these
hierarchies constitution. The primary sources used in the analysis were lands
official records and demographic censuses.
Keywords: Agrarian structure, Slavery, Colonial Paraná.
Artigo recebido em 10/2006. Aprovado em 11/2006.
NOTAS:
*
Universidade de São Paulo.
1
Carta ao rei do ouvidor geral de São Paulo Raphael Pires Pardinho, 30 de agosto de 1721, em Moysés
Marcondes (1923).
121 HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006
23. HORACIO GUTIÉRREZ
2
O Inventário dos bens rústicos, que é de 1818, foi comparado com as listas nominativas do ano anterior,
1817, pois a listas de 1818 estão incompletas, faltando o levantamento de uma das localidades, a de
Castro.
3
Em recenseamento de 1831-32, relativo à Comarca de Mariana (MG), constaram crianças (livres e
escravas) sendo requisitadas para trabalhos a partir dos 5 anos; com 10 anos ou mais em torno de 30% das
crianças figuraram com ocupação definida (Gutiérrez & Lewkowicz, 1999).
4
A proporção não é exata, mas aproximada, pois havia alguns chefes de famílias com mais de um
domicílio, assim como proprietários de terras com mais de uma propriedade. As diferenças não se anulam,
mas não são significativas.
5
A porcentagem de donos de escravos com terras seria similar à dos domicílios escravistas com terras,
mas não exatamente igual, pois havia domicílios com mais de um proprietário de escravos, e proprietários
de escravos com mais de um domicílio. A diferença, no entanto, foi desprezível. Em 1804, por exemplo,
ano para o qual o confronto exato foi feito, havia 894 escravistas e 898 domicílios com escravos; em 1824
existiam 1.131 donos de escravos e 1.132 domicílios escravistas.
6
Podemos lembrar o caso da cidade de São Paulo e seu entorno rural: no quinquênio 1845-50, ou seja,
antes da abolição do tráfico, o valor dos escravos da composição total da riqueza dos inventariados atingia
um peso de 32,2%, enquanto a soma de terras e terrenos oscilava em torno de 10% (Mello, 1985, pp. 83 e
155).
7
Conforme o inventário de bens rústicos, 40,9% dos estabelecimentos cadastrados no Paraná tinha menos
de 20 hectares, 26% menos de 4 ha, e 4,8% menos de 1 ha (Gutiérrez, 2001).
HISTÓRIA, SÃO PAULO, v. 25, n. 1, p. 100-122, 2006 122