O documento discute intervenções em redes urbanas e territórios informacionais, abordando tópicos como a tensão entre territorialização e agenciamento na produção de mudança cultural através da reprogramação de redes de comunicação, e exemplos de obras que tensionam situações através de estratégias como consciência planetária, crítica à sociedade de controle e design de contra-informação.
22. Linhas de Força
Consciência Planetária
Sociedade de Controle
Políticas do Corpo Virtualizado
Design de Contra-informação
Tecnofagias (Perspectivas latinas)
47. Antenas para decodificar y “roubar” o sinal de
emissora estatal de rádio “para Centros de
Gastronomía y Comercio de Ciudad de la
Habana”. Os criadores ocultavam as antenas
em carrinhos. Por isso, se viam tantos
televisores y radios em Havana atados a um fio
e a carrinhos diversos. Havana, 2005
62. Screen shot from “esc for escape”, a cross media documentary about error messages.
Giselle Beiguelman, 2004. http://www.desvirtual.com/escape/english/clips.htm
Notas do Editor
mudanças são operacionalizadas por movimentos sociais, ao propor e desencadear descontinuidades com as relações de poder embutidas em instituições de vários tipos
Essas tensões são constitutivas das possibilidades de mudança cultural, mudanças essas operacionalizadas por movimentos sociais, ao propor e desencadear descontinuidades com as relações de poder embutidas em instituições de vários tipos. Movimentos sociais não são, entretanto, meros conjuntos de indivíduos. São grupos que atuam no espaço público; e, como mostrou Castells, esse espaço público, hoje, na sociedade em rede, é o das redes de comunicação.
Todos os anos são descartados 20 milhões de toneladas de eletrônicos. Isso de acordo com as estatísticas mais otimistas. As mais pessimistas estimam que são 50 milhões de toneladas, o suficiente para encher 125 mil Boeings 747
Os números impressionantes instigaram as séries de Chris Jordan Intolerable Beauty: Portraits of American Mass Consumption (2003 -2005)
Canclini falava de tevê a cabo, mas podemos atualizar a discussão. O direito de acesso à internet ilustra bem essa relação, uma vez que inclui a necessidade não só de acesso à infraestrutura, mas também a uma gama de produtos comerciais e equipamentos de conexão. Esses equipamentos, vale lembrar aqui, são cada vez mais os dispositivos móveis, sugerindo que o indivíduo socialmente excluído, hoje, é o imóvel.
Essa é uma questão extremamente relevante em economias emergentes como Brasil, China e Índia, que migraram para a cultura de rede, pulando o momento da comunicação em grande escala via linhas fixas. Nesses países, as indústrias de móveis desempenha um papel importante não só no campo das comunicações, mas também na rápida dinâmica da obsolescência programada que anima esse mercado.
Celulares, não custa lembrar, são muito mais que meros telefones sem fio com grande alcance. Estamos falando de equipamentos que se definem pela integração entre redes de acesso à internet em alta velocidade, transmissão e recepção de vídeos, participação em redes sociais, entre outras coisas, e tudo isso combinado com serviços e recursos locativos. São tanto um dos mais poderosos dispositivos de rastreamento e invasão da privacidade já inventados como potencializadores de outras formas de criatividade e ação política também jamais pensadas.
homenagem às vítimas das batalhas pela posse das minas de coltan (ou tantalita), um dos grandes pivôs da longa guerra civil que matou, de 1998 até hoje, mais de 6 milhões de pessoas na República do Congo.
Afirma-se que Almon B. Strowger, que era agente funerário, desenvolveu sua ideia porque desconfiava que as telefonistas desviavam suas ligações para um concorrente. Verdade ou não, seu sistema foi o paradigma das redes de comunicação contemporâneas. Ao recuperá-lo como elemento de mediação do Tantalum Memorial, Harwood Wright e Yokoji dão presença a essa rede de conversas, ao mesmo tempo que fazem pensar na materialidade do que as redes têm de mais brutal.
My point of departure is that the imminence of loss, of the gap and the impossibility of restoration and retrieval are the "default", and not exceptional, element of the digital storage and saving ecosystem.
Media artists who deal with contexts of social disarrangement and instability are mainly attracted by that. They seemto me more inclined to approach technology and the future in a more critical, more ironic and less desperate way. A referential artist in that discussion is Ernesto Oroza, a Cuban artist, with a design background, based in the US. He is the author of some meaningful concepts to my discussion, as "architectures of necessity" and "technological disobedience". Both are different dimensions of a vast "ruinological" process, and here I would like to call your attention to the technological disobedience devices.
In order to understand his devices, we must remember that in 1991 Cuba’s economy began to implode, after the Perestroika announcement. "The Special Period in Time of Peace" was the Cuban government’s euphemism for what was a culmination of 30 years worth of isolation.
This isolation began in the 1960s, with the North American Boycott. Oroza studied the innovations created during this period and began to collect those machines, and would later contextualize them as "art" in a movement he dubbed "Technological Disobedience".
Every time I see them, I remember Brazilian artist Helio Oiticica's statement at the opening of A Nova Objetividade Brasileira (1967) -- one of the most important avant-garde exhibitions held in the 1960s --, carried out during the military dictatorship: "Of adversity we live!" (Da adversidade, vivemos!). (COUTO, 2012)
This video was made from 991 pictures, originally captured from 38 pinhole matchbox cameras in just one action (four hours of duration). It shows, in 3.5 minutes, the transmutation/movement of Ver-O-Peso Market in 360 degrees. It starts in the frenetic movement in the first hours of the morning, and keeps capturing pictures until the end of day in the market.
Maybe this imminent disappearance justifies the apocalyptic tone that is suggested in the most basic commands for handling digital editing programs, which invite us to "save" files all the time, and not simply store them. Networks have no time. A system of permanent urgency prevails on them. The most recent publication is supposedly more relevant than the previous one. Now is what counts. And this "now" has an increasing intensity. Try to find that very important comment posted by your friend 30 days ago on Facebook, that photo you "liked" in some remote day of 2012, or that remarkable event in which you shared a video back in 2008. Don’t even try it. You won’t find them.