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Projeto de Combate a Dengue: educabilidades possíveis a partir do enfoque
doença.
Nome(s) do(s) bolsista(s): Adriana Henriques Elpes, Daniane Melo, Erika Araújo, Gislene
Martins, Letícia Alves, Lucia Maria de Souza Fagundes.
Nome(s) do(s) Supervisor(s): Alyssandra Oliveira Braga.
Nome(s) do(s) Coordenador(res): Cláudia Avellar Freitas, Paulo Henrique Dias Menezes,
claux2601@hotmail.com; paulo.menezes@ufjf.edu.br
Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo relatar a intervenção pedagógica realizada sob a
perspectiva da educação em ciências para os anos iniciais do ensino fundamental, tendo como
conceito construir conhecimentos a priori em uma escola pública da rede municipal, na cidade de
Juiz de Fora, acerca de assuntos relativamente ativos na comunidade a qual a escola está
inserida. Através do Programa Institucional da Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), realizado
pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o acesso à sala de aula foi possível, permitindo
assim a atuação e prosseguimento do projeto denominado “Combate a Dengue”, visto que esta
doença se alastrou de maneira significativa na cidade de Juiz de Fora e a prevenção era o fator
determinante para reduzir o número de casos encontrados. Neste contexto, o trabalho sobre a
dengue possibilitou diversas veredas enriquecedoras para atrair a atenção dos alunos e através
da vasta temática sobre doenças, o projeto rompeu os muros escolares na busca pelo verdadeiro
papel da escola na sociedade: a reflexão dos cidadãos sobre como construirmos um mundo que
queremos viver.
Palavras-chave: Ensino de ciências; Combate a dengue; Reflexão.
Introdução
Nos últimos anos, o Brasil tem apresentado um aumento rigoroso de casos e óbitos
causados pela dengue. Segundo dados estatísticos da Organização Pan-Americana da
Saúde (Pan American Health Organization – PAHO), no ano de 2012, o Brasil apresentou
70.489 casos e em 2013, apresentou 204.650 notificações.
Considerando a proliferação do Aedes Aegypti, que alcança a fase adulta entre sete a dez
dias e observando também que sua reprodução depende de ambientes facilmente
propícios, é notório pontuar que esta doença está cada vez mais constante em nosso país
e, visto que a ferramenta principal para a erradicação da doença é a prevenção, iniciou-se
a estrutura de um projeto que tivesse como objetivo fim, primeiramente, apresentar como
prevenir a sociedade desta doença.
A partir das observações dos números de casos cada vez mais recorrentes na cidade de
Juiz de Fora e da localização da escola em um bairro com números alarmantes de
dengue, começou-se a processar efetivamente a viabilidade do projeto na escola.
A bolsa PIBID, programa desenvolvido pela UFJF, procura alinhar conhecimentos teóricos
e práticos, como também entrelaçar diversas licenciaturas a fim de que todo o processo
seja, de algum modo, um aprendizado pedagógico. Como fundamento para o projeto era
necessário à união das disciplinas de ciências e pedagogia, como forma de amplamente
ensinar a todos, não apenas aos alunos, a ciência envolvida no problema proposto.
Assim, o estudo de ciências nas escolas tornou-se um instrumento valioso para
desenvolver o processo de construção do conhecimento do aluno, destacando o papel
escolar no contexto social, buscando o entendimento dos alunos a priori, para em um
segundo momento, leva-los às famílias.
Sendo assim, o professor é um facilitador do processo de ensino, que no estudo das
ciências nas escolas pode também tornar-se um grande aliado no aumento da qualidade
de vida de seus atores, visto que as ciências envolvem temas de bem-estar social,
prevenção e combate, alimentação, reciclagem e tantos outros assuntos inerentes ao
estudo na sala de aula.
Dentro da escola, os saberes de ciências buscam favorecer o aluno em sua trajetória,
objetivando suas realizações e visando à conscientização de problemas relacionados ao
ser humano e ao meio ambiente circundante, estando assim bem próximo de sua
realidade, o que é de extrema importância para o interesse e efetivo entendimento do
estudo.
Desafiar e conquistar o interesse dos alunos para a grande variedade do ensino das
ciências e envolve-los com o tema com liberdade de expressão, acreditando que a troca
de saberes faça-os sujeitos autônomos de suas produções, tornando-os cidadãos críticos
sobre o mundo, valorizando-os em seu cotidiano escolar e sua vida social, devem ser
sempre as metas que norteiam qualquer projeto pedagógico. Assim, torna-se possível
realizar mudanças em seus ambientes sociais e culturais, acarretando uma gama
inestimável de valores e princípios que serão levados por toda a vida.
A cultura escolar é diversificada e se apresenta de várias formas. Quando falamos de
alunos, estamos lidando com conhecimentos prévios do sujeito aluno e, portanto, dizer
que o aluno é um sujeito vazio de saber é errôneo, uma vez que suas formas de
conhecimento podem ser adquiridas de várias maneiras através de seus grupos sociais,
os quais envolvem região, família e religião.
Os saberes de ciências naturais na escola tendem a se entrelaçar, aproximando o aluno
do ambiente em que o rodeia e dessa forma, conscientizá-lo para o seu crescimento
pessoal e sua autoestima, de modo a leva-lo ao conhecimento de si próprio como sujeito
digno de saberes.
A educação em ciências naturais é considerada um processo significativo para o sujeito,
pois através da interação aluno/docente, a didática apresentada não pode se ater apenas
a teoria, uma vez que a ciência no ensino fundamental se constrói através das práticas do
cotidiano do aluno, os quais adquirem conhecimentos sobre suas experiências
vivenciadas, fazendo-os refletir com consciência e tornando-os seres construtivos em
busca de seus anseios. Neste aspecto, é possível destacar que o ser humano que se
pretende construir é um ser social, como pontua a teoria de Vygotsky:
"Quando nos referimos ao valor das interações em sala de aula, é
importante pensarmos que este referencial não compactua com a ideia de
classes socialmente homogêneas, onde uma determinada classe social
organiza o sistema educacional de forma a reproduzir seu domínio social e
sua visão de mundo. Também não aceitamos a ideia de sala de aula
arrumada, onde todos devem ouvir uma só pessoa transmitindo
informações que são acumuladas nos cadernos dos alunos de forma a
reproduzir em determinado saber eleito como importante e fundamental
para a vida de todos." (VYGOTSKY.1896-1934).
Desenvolvimento
Estudos teórico-metodológicos
A etapa dos estudos teórico-metodológicos foi constituída através da leitura de artigos
científicos, dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Ciências Naturais, autores
renomados como Paulo Freire, Jean Piaget e Lev Vygotsky e discussões de textos no
campo da educação, que originou uma compreensão mais ampla que perpassavam o
tema e a discussão sobre a importância da problematização, com conteúdo emancipatório
na abordagem crítica em educação de ciências. Segundo o PCN de 1997:
“Mostrar a Ciência como um conhecimento que colabora para a
compreensão do mundo e suas transformações, para reconhecer o homem
como parte do universo e como indivíduo, é a meta que se propõe para o
ensino da área na escola fundamental. A apropriação de seus conceitos e
procedimentos pode contribuir para o questionamento do que se vê e
ouve, para a ampliação das explicações acerca dos fenômenos da
natureza, para a compreensão e valoração dos modos de intervir na
natureza e de utilizar seus recursos, para a compreensão dos recursos
tecnológicos que realizam essas mediações, para a reflexão sobre
questões éticas implícitas nas relações entre Ciência, Sociedade e
Tecnologia.” (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1997, p.21).
Através desta perspectiva, o Projeto de “Combate à Dengue” foi construído a partir da
problematização apresentada pelos alunos da escola com a finalidade de atender uma
demanda também da comunidade que se encontrava com alto índice da doença e
proliferação do mosquito Aedes Aegypti. Iniciou-se na sala de aula um questionamento
sobre a doença e suas particularidades, pontuando a falta de entendimento dos alunos a
respeito da dengue.
Deste modo, como primeiro esclarecimento, foram feitas algumas pesquisas acerca do
assunto supracitado de modo a inicia-los ao tema, explicando-os onde e quando surgiu o
mosquito da Dengue, como ele se manifestou e quais as causas para um ambiente de
proliferação. O trabalho foi iniciado, utilizando sempre uma linguagem de acordo com
suas respectivas idades e imagens para elaboração de ideias.
Faz-se necessário destacar que a criança se envolve com uma atividade quando é
despertado em seu consciente um significado substancial que atenda as suas
expectativas e a sua compreensão. Desta forma, para este projeto transcorrer
harmoniosamente, o diálogo facilitador em sala de aula seria o princípio de vários
questionamentos, a fim de que todos alcançassem o entendimento exigido:
“Estamos sempre nos comunicando, pelo menos não verbalmente, e as
palavras são quase sempre a parte menos importante. Um suspiro, sorriso
ou olhar são formas de comunicação. Até nossos pensamentos são formas
de nos comunicarmos conosco, e eles se revelam aos outros pelos nossos
olhos, tons de voz, atitudes e movimentos corporais.” (STEVE &
FAULKNER, 1995, p. 22).
O projeto também tencionava proporcionar aos alunos da escola a possibilidade de
participação em um projeto acadêmico de ensino para seu desenvolvimento de cidadãos
atuantes e conscientes nas questões apresentadas, por meio da problematização dessa
temática, assim como Paulo Freire nos direciona:
“(...) a educação sozinha não emancipa ninguém, mas sem ela não há
emancipação. A emancipação deve ter por meta sujeitos
autodeterminados, livres objetivamente de qualquer tipo de
constrangimentos ou mazelas que aprisionam os indivíduos [...] é preciso
saber refletir sobre essa realidade, perceber-se como sujeitos históricos
que podem se posicionar, emitir opiniões, fazer escolhas, construir rumos
para suas vidas”.(FREIRE, 2010 apud GOHN, 2010, pp.58-59).
Considerando a importância de se trabalhar com diferentes áreas de formação docente, a
pedagogia e a biologia se entrelaçaram para trocar informações, tornando assim as
discussões mais complexas e produtivas, principalmente na criação de estratégias para a
elaboração do tema na escola.
“A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer
coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram.
Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta
da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar,
verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.” (PIAGET, Jean. 1896 –
1980).
O projeto de intervenção foi originado em reuniões do grupo PIBID - UFJF para a
construção do estudo do tema e sua efetivação e viabilidade dentro do âmbito escolar e
acadêmico.
A partir das metas apresentadas nas reuniões, desenvolveram-se os seguintes objetivos
para os bolsistas:
 Entrelaçar a teoria e prática para o desenvolvimento de estudos em campo;
 Adquirir experiências na profissão de docente;
 Aproximar alunos acadêmicos da escola e seu cotidiano escolar, tornando-os
capazes de planejar suas práticas pedagógicas;
 Planejar e desenvolver projetos pedagógicos dentro dos fundamentos teóricos e
metodológicos em acordo com as necessidades pertinentes do contexto escolar.
Uma das prioridades do projeto foi o relacionamento entre o cotidiano dos alunos e sua
face científica, de modo a tornar o ensino útil. A atenção dos alunos diante das disciplinas
escolares tornou-se um desafio, como afirma Gasparin:
“(...) que se valorizem a diversidade e a divergência; que se interroguem as
certezas e as incertezas, despojando os conteúdos da sua forma
naturalizada, pronta imutável. Se cada conteúdo deve ser analisado,
compreendido e apreendido dentro de uma totalidade dinâmica, faz-se
necessário instituir uma nova forma de trabalho pedagógico que dê conta
deste novo desafio para a escola. O ponto de partida do novo método não
será a escola, nem a sala de aula, mas a realidade mais ampla. A leitura
crítica dessa realidade torna possível apontar um novo pensar e agir
pedagógico.” (GASPARIN, 2009, p. 3).
Inserção na Escola
A escola está localizada em um bairro que oferece estrutura de saneamento básico,
contribuindo com a saúde e o bem estar de todos da comunidade. A instituição escolar
participante do projeto Combate a Dengue também atua em outros projetos como autora
e colaboradora. Como exemplo de projetos autônomos, existem em andamento A Maleta
Viajante, O Senhor Alfabeto e A Farmácia Caseira.
A Maleta Viajante é um projeto de interação da escola com os alunos e seus familiares,
focado na alfabetização. Este projeto é compartilhado por todas as séries desde o 1º até o
5º ano, mas cada série tem o conteúdo indicado para os alunos.
O Senhor Alfabeto é um projeto para o 1º ano do Ensino Fundamental, é uma maleta que
contém vários objetos inclusive o boneco que é o personagem principal para as crianças,
uma vez que o senhor Alfabeto tem uma roupa com as letras do alfabeto coloridas e
então o aluno leva-o para casa. Neste projeto, o aluno tem várias atividades, como colar
figuras em um diário, compartilhar com seus familiares os objetos inseridos na maleta, ler
com a ajuda de um adulto os livros, dentre outras atividades.
A Farmácia Caseira é um projeto da escola em que compartilham os alunos e a
comunidade. Neste projeto, todos os alunos participam e também os ajudantes da escola
realizam a elaboração do projeto, ajudando a plantar, a colher, a fabricar e também fazem
um caderno de receitas caseiras, com as respectivas ervas, em uma embalagem pequena
de plástico, que é grampeada ao lado da receita, como o chá de hortelã, o chã de boldo,
entre outros.
Como é possível observar, a escola é participativa e colaborativa com comunidade, o que
torna uma integração facilitada para a inserção de outros projetos como Combate a
Dengue, que foi acolhido e comtemplado por todos.
Como norte, os objetivos complementares do projeto estavam focados em trabalhar com
o conhecimento prévio dos alunos, professores, funcionários e colaboradores da escola,
visando uma ação em conjunto a fim de demonstrar como o sucesso do projeto estava
dependentemente atrelado ao compromisso de todos os envolvidos visando o bem estar e
a saúde. Assim, também foi interessante ressaltar como o trabalho em conjunto pode ser
facilitador e apresentar aos alunos como a união na busca pelo bem comum pode ser
importante.
Os ambientes da escola envolvida apresentavam uma higiene rígida e todos os locais
estavam sempre cuidados pela administração da escola, como a cozinha, os banheiros, o
pátio e as salas de aula. Dessa forma, a escola sempre pontuou que higiene era
fundamental para um ambiente escolar, o que auxiliou muito para diagnosticar como seria
a forma de reconhecimento do problema da Dengue, já que a rotina dos alunos era rígida
e se tratava de um conjunto de ações que abarcasse o público alvo como seres
conscientes e ativos.
A princípio, o projeto Combate a Dengue teria como foco o público de uma sala de alunos
do 3º ano do ensino fundamental, com idade em torno de 8 a 9 anos, porém, diante do
número de casos ocorridos em todo o bairro, a direção da escola orientou para que o
projeto de combate abrangesse toda a escola, com alunos pertencentes ao 1º até 5º ano,
proporcionando uma integração maior e socialização dos alunos e professores, entre eles
próprios e com o grupo de trabalho, uma vez que era necessário adquirir a confiança de
todos para que o projeto fosse encarado como algo sério e que merecesse a atenção dos
alunos.
Assim, a partir do momento da ascensão do projeto entre as salas, não sendo apenas
uma, o despertar dos alunos para a questão tornou-se maior, deixando de ser um projeto
escolar para se tornar um projeto que o bairro estava necessitando.
Intervenção na Escola
Partindo das pesquisas que foram elaboradas por bolsistas, iniciaram-se as atividades na
escola, com a participação da coordenadora, bolsistas da UFJF e alunos, abordando o
tema “Combate a Dengue” como forma de prevenção e remediação da doença,
desafiando a todos à conscientização e a reflexão da mesma. Para esse projeto, instituiu-
se um conjunto de esquemas, iniciando-se através de um pequeno questionamento com
os alunos:
 O que é a Dengue?
 Onde surgiu?
 Como se propaga?
 Como são os sintomas?
 Como detectamos o foco do mosquito?
 O que podemos fazer para erradicar a doença?
Com essas questões respondidas, era possível apontar quais eram os saberes e as
dificuldades de conceituação dos alunos, prevendo que o tema era extenso, mas as
perguntas respondidas oralmente se tornavam uma conversa informal, linguisticamente
simples e enriquecedora para os alunos, professores e bolsistas, concebendo assim a
todos uma fonte de conhecimento, tanto para os bolsistas sobre as práticas pedagógicas
quanto para os alunos o assunto comum do projeto.
As atividades foram elaboradas com base na pedagogia da liberdade proposta por Paulo
Freire, objetivando o desenvolvimento de uma consciência crítica por parte dos alunos.
Desta forma, o foco era envolver as crianças, a coordenadora e as bolsistas, aproximando
o conhecimento científico da realidade de sua comunidade, promovendo-as como agentes
ativos do processo de ensino-aprendizagem.
O Projeto Combate a Dengue também buscava promover o aluno como gerador de
conhecimento, capaz de contribuir para o desenvolvimento das atividades trabalhadas em
sala de aula e em outros ambientes sociais, de modo a aprimora-las para a própria vida, o
que especificamente com relação ao objetivo do trabalho era de suma importância para o
sucesso do projeto, consistindo em aprender na sala e ensinar em casa.
Planejamento de atividades
A prefeitura de Juiz de Fora havia distribuído alguns folders informativos sobre a
prevenção do mosquito e com esses folhetos foi possível trabalha-los como um material
colaborativo a fim de que os alunos tivessem consciência da dimensão do problema na
cidade, não apenas no bairro proposto, como segue abaixo.
As intervenções realizadas nas salas de aula foram organizadas com atividades diversas,
que associavam conceitos, métodos, teorias, problematizações e práticas. Seguindo uma
sequência, elaborou-se um levantamento dos materiais necessários e participantes da
escola para dar início às atividades a serem introduzidas.
Levantamento dos Materias.
Número de
Participantes:
Aproximadamente 280
Publico Alvo: Alunos do Ensino Fundamental e Comunidade.
Local: Sala, pátio, em torno da escola.
Materiais Didáticos: Computador, Cartolinas, Canetas, Lápis de cor,
cola, tesoura, folha A-4.
As primeiras ideias foram constituídas a partir do pensamento que no ambiente estavam
crianças e que o projeto não poderia ser trabalhado de forma que os alunos ficassem
assustados demasiadamente. Partindo desse pensamento, foi elaborada uma
apresentação em slides na sala de aula para o 3º ano, contando uma pequena história do
mosquito da dengue em uma linguagem simples. Assim, ele foi apresentado para a turma,
usando uma entonação como se o mosquito estivesse falando com eles. O método
utilizado na apresentação era para que se despertasse nos alunos uma compreensão e
interiorização, visando atribuir a eles o papel de defensores/heróis de suas famílias e da
comunidade, procurando promover uma interlocução ativa entre o ensino desenvolvido
em sala de aula e o contexto familiar e social.
Ao longo da semana, foi solicitado aos alunos que eles procurassem na escola algum
foco do mosquito, de modo que se tornassem verdadeiros detetives em busca do
bandido. Sendo a escola muito limpa e devidamente higienizada, nada foi encontrado e foi
possível demonstrar que o inimigo estava do lado de fora da escola e que os alunos
precisavam sair para a busca desse inimigo perigoso.
Porém, como sair dos limites da escola? Primeiramente, foi realizado um pedido aos pais
em forma de bilhete e os alunos levaram para casa um precioso instrumento de
socialização da escola com as famílias, já que alguns pais nunca foram à escola, e assim,
juntamente com a solicitação, os pais e familiares também foram convidados a nos
acompanhar em uma passeata pelo bairro, com dia e horário para a realização,
marcados.
Direcionados pelos bolsistas e pelas professoras, os alunos iniciaram a confecção dos
materias concretos como cartazes, viseiras com ilustração do mosquito Aedes Aegypti, de
modo a transformá-los em mosquitos, muitos apitos e bolas de assoprar com as cores
compatíveis com o projeto, entre outros instrumentos de socialização. Na confecção, toda
escola esteve envolvida e posteriormente, em posse do material, foi realizada uma
passeata nos arredores da escola. Durante a realização do evento, os alunos foram de
porta em porta entregando materiais que explicavam claramente como se precaver do
mosquito da Dengue e também como a prevenção era, de fato, a única solução para o
problema. Para atrair a atenção de todos os moradores próximos, os alunos foram
encarregados a entoar gritos de guerra contra a dengue e assoprar os apitos a fim de que
todos escutassem o chamado importante da escola para com a comunidade.
O projeto Combate a Dengue alcançou assim seu objetivo primeiro: a redução no número
de casos de Dengue na comunidade a qual a escola estava inserida. Através desta
redução foi possível inferir que outros objetivos também foram ascendidos na medida em
que, para se obter sucesso na prevenção, os alunos precisavam colocar seus
responsáveis conscientizados sobre o risco da doença e como simples cuidados
poderiam modificar a realidade de todos.
Também foi possível observar que os alunos tornaram-se conscientes sobre suas ações
nos períodos em que o projeto esteve presente na escola, mudando hábitos e gerando
novas atitudes como o fato de refletir sobre o lixo, a proliferação do mosquito nos mais
diversos ambientes e também a atenção ao outro, a empatia, de modo a fazê-los
perceber que determinadas atitudes podem ser obstáculos não apenas para os próprios
atuantes, mas também para todos os que estão próximos.
Considerações Finais
Trabalhar com os alunos acerca de questões fundamentalmente importantes para a
comunidade e de efetiva utilidade como o Combate a Dengue foi, a princípio, um grande
desafio, visto que era necessário aproximar o lúdico do real a fim de demonstrar como a
atitude dos alunos em seu dia-a-dia poderia ser de grande importância para o projeto.
Contar também com a participação dos familiares e responsáveis na escola gerou a
reflexão sobre como o apoio familiar é importante nos diversos aspectos em que a
pedagogia está inserida, de modo a fazer com que o conhecimento construído seja
realmente interiorizado, devido à importância que a família pontua ao aluno.
Outra questão relevante para a conclusão satisfatória do projeto foi a participação de
todos os empregados da escola, desde os professores até os cozinheiros e porteiros, de
modo a demonstrar a união da escola e como o ambiente harmonioso, em que todos
estão dispostos a trabalhar por um bem maior, o conhecimento, pode obter êxito.
Com relação ao alcance das metas elaboradas no projeto, o resultado satisfatório foi
acompanhado por diversos ambientes de modo que outras instituições escolares
solicitassem a apresentação do slide a fim de demonstrar o objetivo do projeto e tentar
obter o mesmo resultado acerca da redução do número de casos na cidade.
A bolsa PIBID, além de possibilitar a união da teoria com a prática docente, também
permite e induz a reflexão sobre a sociedade, de modo a demonstrar como os futuros
professores devem atuar na busca por um mundo melhor a partir da pedagogia ou das
diversas áreas pertinentes ao estudo escolar. Essa anunciada busca precisa estar sempre
renovada a cada dia, de modo a fazer com que os alunos possam sentir e interiorizar este
sentimento de esperança, a fim de realiza-los em suas vidas.
Referências:
BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. 1º a 4º séries.
Brasília: MEC/ Secretaria de Educação Fundamental.1997.
BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Centro Nacional de
Epidemiologia. Guia de vigilância epidemiológica. 5 ed. Brasília, 2005.
CLARO, Lenita Barreto Lorena; TOMASSINI, Hugo Coelho Barbosa; ROSA, Maria Luiza
Garcia. Prevenção e controle do dengue: uma revisão de estudos sobre conhecimentos,
crenças e práticas da população. Cad. Saúde Pública , Rio de Janeiro, v. 20, n. 6, 2004.
DAVIS, Claudia e Oliveira Z. Psicologia na Educação. São Paulo: Cortez, 1993.
FREIRE, Paulo. A Educação como Prática da liberdade. 23ª. Ed.Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1999.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra, 1996 (coleção Leitura).
GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 3. ed.
Campinas, SP: Autores Associados, 2002.
Ministério da Saúde. Dados da dengue no Brasil, 2013. Disponível em:
<http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=3159&Itemid=1
> Data de acesso: 15 de Junho de 2014.
Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Dengue - Vigilância
Epidemiológica e Atenção ao Doente. 2º edição - Brasilia:DEOPE, 1996.
PIAGET, Jean. A equilibração das Estruturas Cognitivas-Problema Central do
Desenvolvimento. Zahar Editores, Rio de Janeiro, 1976.
SERUFO J.C; NOBRE V; RAYES A; MARCIAL TM; LAMBERTUCCI JR. Dengue: a new
aproach. Rev Soc Bras Med Trop; 33(5): 465-76, 2000 Sep-Oct.
STEVE, Andréas; FAULKNER, Charles. PNL, a nova tecnologia do sucesso. Tradução
de Talita Macedo Rodrigues. Rio de Janeiro: Campus, 1995.
VYGOTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

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Combate à Dengue: educação em ciências para alunos da rede pública

  • 1. Projeto de Combate a Dengue: educabilidades possíveis a partir do enfoque doença. Nome(s) do(s) bolsista(s): Adriana Henriques Elpes, Daniane Melo, Erika Araújo, Gislene Martins, Letícia Alves, Lucia Maria de Souza Fagundes. Nome(s) do(s) Supervisor(s): Alyssandra Oliveira Braga. Nome(s) do(s) Coordenador(res): Cláudia Avellar Freitas, Paulo Henrique Dias Menezes, claux2601@hotmail.com; paulo.menezes@ufjf.edu.br Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF Resumo O presente trabalho tem como objetivo relatar a intervenção pedagógica realizada sob a perspectiva da educação em ciências para os anos iniciais do ensino fundamental, tendo como conceito construir conhecimentos a priori em uma escola pública da rede municipal, na cidade de Juiz de Fora, acerca de assuntos relativamente ativos na comunidade a qual a escola está inserida. Através do Programa Institucional da Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), realizado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o acesso à sala de aula foi possível, permitindo assim a atuação e prosseguimento do projeto denominado “Combate a Dengue”, visto que esta doença se alastrou de maneira significativa na cidade de Juiz de Fora e a prevenção era o fator determinante para reduzir o número de casos encontrados. Neste contexto, o trabalho sobre a dengue possibilitou diversas veredas enriquecedoras para atrair a atenção dos alunos e através da vasta temática sobre doenças, o projeto rompeu os muros escolares na busca pelo verdadeiro papel da escola na sociedade: a reflexão dos cidadãos sobre como construirmos um mundo que queremos viver. Palavras-chave: Ensino de ciências; Combate a dengue; Reflexão. Introdução Nos últimos anos, o Brasil tem apresentado um aumento rigoroso de casos e óbitos causados pela dengue. Segundo dados estatísticos da Organização Pan-Americana da Saúde (Pan American Health Organization – PAHO), no ano de 2012, o Brasil apresentou 70.489 casos e em 2013, apresentou 204.650 notificações. Considerando a proliferação do Aedes Aegypti, que alcança a fase adulta entre sete a dez dias e observando também que sua reprodução depende de ambientes facilmente propícios, é notório pontuar que esta doença está cada vez mais constante em nosso país e, visto que a ferramenta principal para a erradicação da doença é a prevenção, iniciou-se a estrutura de um projeto que tivesse como objetivo fim, primeiramente, apresentar como prevenir a sociedade desta doença.
  • 2. A partir das observações dos números de casos cada vez mais recorrentes na cidade de Juiz de Fora e da localização da escola em um bairro com números alarmantes de dengue, começou-se a processar efetivamente a viabilidade do projeto na escola. A bolsa PIBID, programa desenvolvido pela UFJF, procura alinhar conhecimentos teóricos e práticos, como também entrelaçar diversas licenciaturas a fim de que todo o processo seja, de algum modo, um aprendizado pedagógico. Como fundamento para o projeto era necessário à união das disciplinas de ciências e pedagogia, como forma de amplamente ensinar a todos, não apenas aos alunos, a ciência envolvida no problema proposto. Assim, o estudo de ciências nas escolas tornou-se um instrumento valioso para desenvolver o processo de construção do conhecimento do aluno, destacando o papel escolar no contexto social, buscando o entendimento dos alunos a priori, para em um segundo momento, leva-los às famílias. Sendo assim, o professor é um facilitador do processo de ensino, que no estudo das ciências nas escolas pode também tornar-se um grande aliado no aumento da qualidade de vida de seus atores, visto que as ciências envolvem temas de bem-estar social, prevenção e combate, alimentação, reciclagem e tantos outros assuntos inerentes ao estudo na sala de aula. Dentro da escola, os saberes de ciências buscam favorecer o aluno em sua trajetória, objetivando suas realizações e visando à conscientização de problemas relacionados ao ser humano e ao meio ambiente circundante, estando assim bem próximo de sua realidade, o que é de extrema importância para o interesse e efetivo entendimento do estudo. Desafiar e conquistar o interesse dos alunos para a grande variedade do ensino das ciências e envolve-los com o tema com liberdade de expressão, acreditando que a troca de saberes faça-os sujeitos autônomos de suas produções, tornando-os cidadãos críticos sobre o mundo, valorizando-os em seu cotidiano escolar e sua vida social, devem ser sempre as metas que norteiam qualquer projeto pedagógico. Assim, torna-se possível realizar mudanças em seus ambientes sociais e culturais, acarretando uma gama inestimável de valores e princípios que serão levados por toda a vida.
  • 3. A cultura escolar é diversificada e se apresenta de várias formas. Quando falamos de alunos, estamos lidando com conhecimentos prévios do sujeito aluno e, portanto, dizer que o aluno é um sujeito vazio de saber é errôneo, uma vez que suas formas de conhecimento podem ser adquiridas de várias maneiras através de seus grupos sociais, os quais envolvem região, família e religião. Os saberes de ciências naturais na escola tendem a se entrelaçar, aproximando o aluno do ambiente em que o rodeia e dessa forma, conscientizá-lo para o seu crescimento pessoal e sua autoestima, de modo a leva-lo ao conhecimento de si próprio como sujeito digno de saberes. A educação em ciências naturais é considerada um processo significativo para o sujeito, pois através da interação aluno/docente, a didática apresentada não pode se ater apenas a teoria, uma vez que a ciência no ensino fundamental se constrói através das práticas do cotidiano do aluno, os quais adquirem conhecimentos sobre suas experiências vivenciadas, fazendo-os refletir com consciência e tornando-os seres construtivos em busca de seus anseios. Neste aspecto, é possível destacar que o ser humano que se pretende construir é um ser social, como pontua a teoria de Vygotsky: "Quando nos referimos ao valor das interações em sala de aula, é importante pensarmos que este referencial não compactua com a ideia de classes socialmente homogêneas, onde uma determinada classe social organiza o sistema educacional de forma a reproduzir seu domínio social e sua visão de mundo. Também não aceitamos a ideia de sala de aula arrumada, onde todos devem ouvir uma só pessoa transmitindo informações que são acumuladas nos cadernos dos alunos de forma a reproduzir em determinado saber eleito como importante e fundamental para a vida de todos." (VYGOTSKY.1896-1934). Desenvolvimento Estudos teórico-metodológicos A etapa dos estudos teórico-metodológicos foi constituída através da leitura de artigos científicos, dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Ciências Naturais, autores renomados como Paulo Freire, Jean Piaget e Lev Vygotsky e discussões de textos no campo da educação, que originou uma compreensão mais ampla que perpassavam o
  • 4. tema e a discussão sobre a importância da problematização, com conteúdo emancipatório na abordagem crítica em educação de ciências. Segundo o PCN de 1997: “Mostrar a Ciência como um conhecimento que colabora para a compreensão do mundo e suas transformações, para reconhecer o homem como parte do universo e como indivíduo, é a meta que se propõe para o ensino da área na escola fundamental. A apropriação de seus conceitos e procedimentos pode contribuir para o questionamento do que se vê e ouve, para a ampliação das explicações acerca dos fenômenos da natureza, para a compreensão e valoração dos modos de intervir na natureza e de utilizar seus recursos, para a compreensão dos recursos tecnológicos que realizam essas mediações, para a reflexão sobre questões éticas implícitas nas relações entre Ciência, Sociedade e Tecnologia.” (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1997, p.21). Através desta perspectiva, o Projeto de “Combate à Dengue” foi construído a partir da problematização apresentada pelos alunos da escola com a finalidade de atender uma demanda também da comunidade que se encontrava com alto índice da doença e proliferação do mosquito Aedes Aegypti. Iniciou-se na sala de aula um questionamento sobre a doença e suas particularidades, pontuando a falta de entendimento dos alunos a respeito da dengue. Deste modo, como primeiro esclarecimento, foram feitas algumas pesquisas acerca do assunto supracitado de modo a inicia-los ao tema, explicando-os onde e quando surgiu o mosquito da Dengue, como ele se manifestou e quais as causas para um ambiente de proliferação. O trabalho foi iniciado, utilizando sempre uma linguagem de acordo com suas respectivas idades e imagens para elaboração de ideias. Faz-se necessário destacar que a criança se envolve com uma atividade quando é despertado em seu consciente um significado substancial que atenda as suas expectativas e a sua compreensão. Desta forma, para este projeto transcorrer harmoniosamente, o diálogo facilitador em sala de aula seria o princípio de vários questionamentos, a fim de que todos alcançassem o entendimento exigido: “Estamos sempre nos comunicando, pelo menos não verbalmente, e as palavras são quase sempre a parte menos importante. Um suspiro, sorriso ou olhar são formas de comunicação. Até nossos pensamentos são formas de nos comunicarmos conosco, e eles se revelam aos outros pelos nossos olhos, tons de voz, atitudes e movimentos corporais.” (STEVE & FAULKNER, 1995, p. 22).
  • 5. O projeto também tencionava proporcionar aos alunos da escola a possibilidade de participação em um projeto acadêmico de ensino para seu desenvolvimento de cidadãos atuantes e conscientes nas questões apresentadas, por meio da problematização dessa temática, assim como Paulo Freire nos direciona: “(...) a educação sozinha não emancipa ninguém, mas sem ela não há emancipação. A emancipação deve ter por meta sujeitos autodeterminados, livres objetivamente de qualquer tipo de constrangimentos ou mazelas que aprisionam os indivíduos [...] é preciso saber refletir sobre essa realidade, perceber-se como sujeitos históricos que podem se posicionar, emitir opiniões, fazer escolhas, construir rumos para suas vidas”.(FREIRE, 2010 apud GOHN, 2010, pp.58-59). Considerando a importância de se trabalhar com diferentes áreas de formação docente, a pedagogia e a biologia se entrelaçaram para trocar informações, tornando assim as discussões mais complexas e produtivas, principalmente na criação de estratégias para a elaboração do tema na escola. “A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.” (PIAGET, Jean. 1896 – 1980). O projeto de intervenção foi originado em reuniões do grupo PIBID - UFJF para a construção do estudo do tema e sua efetivação e viabilidade dentro do âmbito escolar e acadêmico. A partir das metas apresentadas nas reuniões, desenvolveram-se os seguintes objetivos para os bolsistas:  Entrelaçar a teoria e prática para o desenvolvimento de estudos em campo;  Adquirir experiências na profissão de docente;  Aproximar alunos acadêmicos da escola e seu cotidiano escolar, tornando-os capazes de planejar suas práticas pedagógicas;  Planejar e desenvolver projetos pedagógicos dentro dos fundamentos teóricos e metodológicos em acordo com as necessidades pertinentes do contexto escolar.
  • 6. Uma das prioridades do projeto foi o relacionamento entre o cotidiano dos alunos e sua face científica, de modo a tornar o ensino útil. A atenção dos alunos diante das disciplinas escolares tornou-se um desafio, como afirma Gasparin: “(...) que se valorizem a diversidade e a divergência; que se interroguem as certezas e as incertezas, despojando os conteúdos da sua forma naturalizada, pronta imutável. Se cada conteúdo deve ser analisado, compreendido e apreendido dentro de uma totalidade dinâmica, faz-se necessário instituir uma nova forma de trabalho pedagógico que dê conta deste novo desafio para a escola. O ponto de partida do novo método não será a escola, nem a sala de aula, mas a realidade mais ampla. A leitura crítica dessa realidade torna possível apontar um novo pensar e agir pedagógico.” (GASPARIN, 2009, p. 3). Inserção na Escola A escola está localizada em um bairro que oferece estrutura de saneamento básico, contribuindo com a saúde e o bem estar de todos da comunidade. A instituição escolar participante do projeto Combate a Dengue também atua em outros projetos como autora e colaboradora. Como exemplo de projetos autônomos, existem em andamento A Maleta Viajante, O Senhor Alfabeto e A Farmácia Caseira. A Maleta Viajante é um projeto de interação da escola com os alunos e seus familiares, focado na alfabetização. Este projeto é compartilhado por todas as séries desde o 1º até o 5º ano, mas cada série tem o conteúdo indicado para os alunos. O Senhor Alfabeto é um projeto para o 1º ano do Ensino Fundamental, é uma maleta que contém vários objetos inclusive o boneco que é o personagem principal para as crianças, uma vez que o senhor Alfabeto tem uma roupa com as letras do alfabeto coloridas e então o aluno leva-o para casa. Neste projeto, o aluno tem várias atividades, como colar figuras em um diário, compartilhar com seus familiares os objetos inseridos na maleta, ler com a ajuda de um adulto os livros, dentre outras atividades. A Farmácia Caseira é um projeto da escola em que compartilham os alunos e a comunidade. Neste projeto, todos os alunos participam e também os ajudantes da escola realizam a elaboração do projeto, ajudando a plantar, a colher, a fabricar e também fazem um caderno de receitas caseiras, com as respectivas ervas, em uma embalagem pequena
  • 7. de plástico, que é grampeada ao lado da receita, como o chá de hortelã, o chã de boldo, entre outros. Como é possível observar, a escola é participativa e colaborativa com comunidade, o que torna uma integração facilitada para a inserção de outros projetos como Combate a Dengue, que foi acolhido e comtemplado por todos. Como norte, os objetivos complementares do projeto estavam focados em trabalhar com o conhecimento prévio dos alunos, professores, funcionários e colaboradores da escola, visando uma ação em conjunto a fim de demonstrar como o sucesso do projeto estava dependentemente atrelado ao compromisso de todos os envolvidos visando o bem estar e a saúde. Assim, também foi interessante ressaltar como o trabalho em conjunto pode ser facilitador e apresentar aos alunos como a união na busca pelo bem comum pode ser importante. Os ambientes da escola envolvida apresentavam uma higiene rígida e todos os locais estavam sempre cuidados pela administração da escola, como a cozinha, os banheiros, o pátio e as salas de aula. Dessa forma, a escola sempre pontuou que higiene era fundamental para um ambiente escolar, o que auxiliou muito para diagnosticar como seria a forma de reconhecimento do problema da Dengue, já que a rotina dos alunos era rígida e se tratava de um conjunto de ações que abarcasse o público alvo como seres conscientes e ativos. A princípio, o projeto Combate a Dengue teria como foco o público de uma sala de alunos do 3º ano do ensino fundamental, com idade em torno de 8 a 9 anos, porém, diante do número de casos ocorridos em todo o bairro, a direção da escola orientou para que o projeto de combate abrangesse toda a escola, com alunos pertencentes ao 1º até 5º ano, proporcionando uma integração maior e socialização dos alunos e professores, entre eles próprios e com o grupo de trabalho, uma vez que era necessário adquirir a confiança de todos para que o projeto fosse encarado como algo sério e que merecesse a atenção dos alunos. Assim, a partir do momento da ascensão do projeto entre as salas, não sendo apenas uma, o despertar dos alunos para a questão tornou-se maior, deixando de ser um projeto escolar para se tornar um projeto que o bairro estava necessitando. Intervenção na Escola
  • 8. Partindo das pesquisas que foram elaboradas por bolsistas, iniciaram-se as atividades na escola, com a participação da coordenadora, bolsistas da UFJF e alunos, abordando o tema “Combate a Dengue” como forma de prevenção e remediação da doença, desafiando a todos à conscientização e a reflexão da mesma. Para esse projeto, instituiu- se um conjunto de esquemas, iniciando-se através de um pequeno questionamento com os alunos:  O que é a Dengue?  Onde surgiu?  Como se propaga?  Como são os sintomas?  Como detectamos o foco do mosquito?  O que podemos fazer para erradicar a doença? Com essas questões respondidas, era possível apontar quais eram os saberes e as dificuldades de conceituação dos alunos, prevendo que o tema era extenso, mas as perguntas respondidas oralmente se tornavam uma conversa informal, linguisticamente simples e enriquecedora para os alunos, professores e bolsistas, concebendo assim a todos uma fonte de conhecimento, tanto para os bolsistas sobre as práticas pedagógicas quanto para os alunos o assunto comum do projeto. As atividades foram elaboradas com base na pedagogia da liberdade proposta por Paulo Freire, objetivando o desenvolvimento de uma consciência crítica por parte dos alunos. Desta forma, o foco era envolver as crianças, a coordenadora e as bolsistas, aproximando o conhecimento científico da realidade de sua comunidade, promovendo-as como agentes ativos do processo de ensino-aprendizagem. O Projeto Combate a Dengue também buscava promover o aluno como gerador de conhecimento, capaz de contribuir para o desenvolvimento das atividades trabalhadas em sala de aula e em outros ambientes sociais, de modo a aprimora-las para a própria vida, o que especificamente com relação ao objetivo do trabalho era de suma importância para o sucesso do projeto, consistindo em aprender na sala e ensinar em casa.
  • 9. Planejamento de atividades A prefeitura de Juiz de Fora havia distribuído alguns folders informativos sobre a prevenção do mosquito e com esses folhetos foi possível trabalha-los como um material colaborativo a fim de que os alunos tivessem consciência da dimensão do problema na cidade, não apenas no bairro proposto, como segue abaixo. As intervenções realizadas nas salas de aula foram organizadas com atividades diversas, que associavam conceitos, métodos, teorias, problematizações e práticas. Seguindo uma sequência, elaborou-se um levantamento dos materiais necessários e participantes da escola para dar início às atividades a serem introduzidas. Levantamento dos Materias. Número de Participantes: Aproximadamente 280 Publico Alvo: Alunos do Ensino Fundamental e Comunidade. Local: Sala, pátio, em torno da escola. Materiais Didáticos: Computador, Cartolinas, Canetas, Lápis de cor, cola, tesoura, folha A-4.
  • 10. As primeiras ideias foram constituídas a partir do pensamento que no ambiente estavam crianças e que o projeto não poderia ser trabalhado de forma que os alunos ficassem assustados demasiadamente. Partindo desse pensamento, foi elaborada uma apresentação em slides na sala de aula para o 3º ano, contando uma pequena história do mosquito da dengue em uma linguagem simples. Assim, ele foi apresentado para a turma, usando uma entonação como se o mosquito estivesse falando com eles. O método utilizado na apresentação era para que se despertasse nos alunos uma compreensão e interiorização, visando atribuir a eles o papel de defensores/heróis de suas famílias e da comunidade, procurando promover uma interlocução ativa entre o ensino desenvolvido em sala de aula e o contexto familiar e social. Ao longo da semana, foi solicitado aos alunos que eles procurassem na escola algum foco do mosquito, de modo que se tornassem verdadeiros detetives em busca do bandido. Sendo a escola muito limpa e devidamente higienizada, nada foi encontrado e foi possível demonstrar que o inimigo estava do lado de fora da escola e que os alunos precisavam sair para a busca desse inimigo perigoso. Porém, como sair dos limites da escola? Primeiramente, foi realizado um pedido aos pais em forma de bilhete e os alunos levaram para casa um precioso instrumento de socialização da escola com as famílias, já que alguns pais nunca foram à escola, e assim, juntamente com a solicitação, os pais e familiares também foram convidados a nos acompanhar em uma passeata pelo bairro, com dia e horário para a realização, marcados. Direcionados pelos bolsistas e pelas professoras, os alunos iniciaram a confecção dos materias concretos como cartazes, viseiras com ilustração do mosquito Aedes Aegypti, de modo a transformá-los em mosquitos, muitos apitos e bolas de assoprar com as cores compatíveis com o projeto, entre outros instrumentos de socialização. Na confecção, toda escola esteve envolvida e posteriormente, em posse do material, foi realizada uma passeata nos arredores da escola. Durante a realização do evento, os alunos foram de porta em porta entregando materiais que explicavam claramente como se precaver do mosquito da Dengue e também como a prevenção era, de fato, a única solução para o problema. Para atrair a atenção de todos os moradores próximos, os alunos foram encarregados a entoar gritos de guerra contra a dengue e assoprar os apitos a fim de que todos escutassem o chamado importante da escola para com a comunidade.
  • 11. O projeto Combate a Dengue alcançou assim seu objetivo primeiro: a redução no número de casos de Dengue na comunidade a qual a escola estava inserida. Através desta redução foi possível inferir que outros objetivos também foram ascendidos na medida em que, para se obter sucesso na prevenção, os alunos precisavam colocar seus responsáveis conscientizados sobre o risco da doença e como simples cuidados poderiam modificar a realidade de todos. Também foi possível observar que os alunos tornaram-se conscientes sobre suas ações nos períodos em que o projeto esteve presente na escola, mudando hábitos e gerando novas atitudes como o fato de refletir sobre o lixo, a proliferação do mosquito nos mais diversos ambientes e também a atenção ao outro, a empatia, de modo a fazê-los perceber que determinadas atitudes podem ser obstáculos não apenas para os próprios atuantes, mas também para todos os que estão próximos. Considerações Finais Trabalhar com os alunos acerca de questões fundamentalmente importantes para a comunidade e de efetiva utilidade como o Combate a Dengue foi, a princípio, um grande desafio, visto que era necessário aproximar o lúdico do real a fim de demonstrar como a atitude dos alunos em seu dia-a-dia poderia ser de grande importância para o projeto. Contar também com a participação dos familiares e responsáveis na escola gerou a reflexão sobre como o apoio familiar é importante nos diversos aspectos em que a pedagogia está inserida, de modo a fazer com que o conhecimento construído seja realmente interiorizado, devido à importância que a família pontua ao aluno. Outra questão relevante para a conclusão satisfatória do projeto foi a participação de todos os empregados da escola, desde os professores até os cozinheiros e porteiros, de modo a demonstrar a união da escola e como o ambiente harmonioso, em que todos estão dispostos a trabalhar por um bem maior, o conhecimento, pode obter êxito.
  • 12. Com relação ao alcance das metas elaboradas no projeto, o resultado satisfatório foi acompanhado por diversos ambientes de modo que outras instituições escolares solicitassem a apresentação do slide a fim de demonstrar o objetivo do projeto e tentar obter o mesmo resultado acerca da redução do número de casos na cidade. A bolsa PIBID, além de possibilitar a união da teoria com a prática docente, também permite e induz a reflexão sobre a sociedade, de modo a demonstrar como os futuros professores devem atuar na busca por um mundo melhor a partir da pedagogia ou das diversas áreas pertinentes ao estudo escolar. Essa anunciada busca precisa estar sempre renovada a cada dia, de modo a fazer com que os alunos possam sentir e interiorizar este sentimento de esperança, a fim de realiza-los em suas vidas. Referências: BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. 1º a 4º séries. Brasília: MEC/ Secretaria de Educação Fundamental.1997. BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Centro Nacional de Epidemiologia. Guia de vigilância epidemiológica. 5 ed. Brasília, 2005. CLARO, Lenita Barreto Lorena; TOMASSINI, Hugo Coelho Barbosa; ROSA, Maria Luiza Garcia. Prevenção e controle do dengue: uma revisão de estudos sobre conhecimentos, crenças e práticas da população. Cad. Saúde Pública , Rio de Janeiro, v. 20, n. 6, 2004. DAVIS, Claudia e Oliveira Z. Psicologia na Educação. São Paulo: Cortez, 1993. FREIRE, Paulo. A Educação como Prática da liberdade. 23ª. Ed.Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996 (coleção Leitura). GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 3. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2002. Ministério da Saúde. Dados da dengue no Brasil, 2013. Disponível em: <http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=3159&Itemid=1 > Data de acesso: 15 de Junho de 2014. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Dengue - Vigilância Epidemiológica e Atenção ao Doente. 2º edição - Brasilia:DEOPE, 1996.
  • 13. PIAGET, Jean. A equilibração das Estruturas Cognitivas-Problema Central do Desenvolvimento. Zahar Editores, Rio de Janeiro, 1976. SERUFO J.C; NOBRE V; RAYES A; MARCIAL TM; LAMBERTUCCI JR. Dengue: a new aproach. Rev Soc Bras Med Trop; 33(5): 465-76, 2000 Sep-Oct. STEVE, Andréas; FAULKNER, Charles. PNL, a nova tecnologia do sucesso. Tradução de Talita Macedo Rodrigues. Rio de Janeiro: Campus, 1995. VYGOTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1989.