O documento discute a relação entre democracia, espaço público e internet. Primeiramente, apresenta o conceito de esfera pública de acordo com Habermas e como os blogs da Web 2.0 podem constituir espaços públicos que fortalecem a participação política. Em seguida, fornece um breve histórico do surgimento da internet e da Web 2.0, definindo blogs como ferramentas típicas desta geração. Por fim, analisa se os blogs podem constituir espaços públicos de discussão contribuindo para a esfera pública,
BARICHELLO, E.M.M.R.; CARVALHO, L.M. O Twitter como medium-ambiência mcluhaniano: o processo de apropriação dos interagentes na mídia social digital. In: VIZER, Eduardo (org). Lo que Mc Luhan no previó. Buenos Aires: Ed. La Crujía, 2012. ISBN 978-987-601-177-8
Trabalho Acadêmico envolvendo um tema de grande importância, visto que a conjuntura atual exige um profissional de comunicação que tenha capacidade de colaborar no planejamento de ações em sintonia com os interesses sociais.
BARICHELLO, E.M.M.R.; CARVALHO, L.M. O Twitter como medium-ambiência mcluhaniano: o processo de apropriação dos interagentes na mídia social digital. In: VIZER, Eduardo (org). Lo que Mc Luhan no previó. Buenos Aires: Ed. La Crujía, 2012. ISBN 978-987-601-177-8
Trabalho Acadêmico envolvendo um tema de grande importância, visto que a conjuntura atual exige um profissional de comunicação que tenha capacidade de colaborar no planejamento de ações em sintonia com os interesses sociais.
Trabalho de conclusão de curso (jornalismo) sobre os movimentos organizados através das redes sociais, visando uma maior participação na gestão pública.
Trabalho apresentado ao NT “Sociabilidade, novas tecnologias, política e ativismo”, do II Simpósio em Tecnologias Digitais e Sociabilidade (SimSocial), realizado em Salvador/BA, em 11 de outubro de 2012.
Princípios e conceitos para a comunicação pública em mídias sociaisMurilo Pinto
Apresentação do caso do STJ no Facebook e outras mídias sociais com foco nos princípios e conceitos que embasam a atuação.
Preparada para palestra no curso Planejamento estratégico de comunicação digital para o setor público do Nino Carvalho.
Se há 20 anos era possível falar em monopólio da informação por parte do profissional que trabalha com a notícia, hoje essa nem é mais uma questão, especialmente quando se fala em jornalismo online. A internet possibilitou a descentralização e diversificação da produção jornalística e tornou possível a participação colaborativa do leitor, seja no processo de apuração e produção da informação, seja na circulação e recirculação desse conteúdo. Neste contexto, e na perspectiva do gatewatching, as redes sociais, especialmente o Facebook e o Twitter, consolidaram-se como ferramentas complementares ao jornalismo online, capazes de interferir nas práticas e no "fazer jornalístico" e alterar, inclusive, o modo como a notícia é produzida.
Deliberação no Jornalismo Online: um estudo dos comentários do Folha.comSamuel Barros
O artigo busca fazer uma avaliação do índice de deliberatividade dos comentários de leitores no site da Folha de S. Paulo. São analisadas 130 postagens vinculadas a duas notícias: a prisão do governador de Brasília, José Roberto Arruda, e o acordo sobre energia nuclear entre Brasil e Irã. Além dos comentários, analisaram-se o site do jornal, a ferramenta discursiva e o posicionamento político dos leitores. Conclui-se que houve um relevante índice de deliberação na discussão analisada, mas que os participantes buscaram mais a vitória na discussão que o entendimento mútuo. Ao final, são ponderados alguns potenciais de incremento democrático na oferta de ferramentas discursivas por sites jornalísticos.
A discussão pública e as redes sociais online: o comentário de notícias no Fa...Samuel Barros
O presente artigo faz uma análise das arenas de discussão estabelecidas em páginas de jornais brasileiros no Facebook. A abordagem proposta reconhece a circulação de material político no Facebook como importante na esfera pública contemporânea para a discussão sobre temas de relevância pública. A amostra é composta por 1.164 comentários coletados nas páginas oficiais da Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo. O objetivo é avaliar a qualidade deliberativa dessas arenas, levando em consideração os critérios reciprocidade, provimento de razões, grau da justificativa e respeito, além de discutir elementos estruturais do Facebook, a apropriação social e a discussão pública. No geral, as esferas de conversação da rede criadas em torno das notícias estudadas funcionam como ampliadores da diversidade dos argumentos, demonstrando que, em temas sobre os quais há forte consenso, há uma tendência de ocorrer menores índices de deliberação, além de não haver reciprocidade em quase metade dos comentários e mais de 50% das mensagens não apresentarem qualquer justificativa.
Discurso e redes sociais: o caso “Voz da comunidadeFlávia Lopes
Na atualidade, a informação tem ganhado novos suportes e modificado a forma como as pessoas produzem e buscam por conteúdo noticioso. As redes sociais introduziram, no atual cenário, novas vozes, que passaram a participar do debate público a partir dos movimentos iniciados nos territórios do ambiente sociotécnico. Por meio
dessas ferramentas, sujeitos evidenciam sua função de autoria, sem intermediários, e acabam sendo “convocados” a participar das discussões. Possibilitadas pelo avanço das tecnologias da sociedade em rede, as mídias sociais
transformaram-se em um novo espaço público de discussão. Nesse contexto, torna-se oportuno investigar a reconfiguração da relação de interlocução entre imprensa e sociedade, com a chega-da desses novos interlocutores.
Para isso, será abordada a repercussão do trabalho de um grupo de jovens durante a ocupação invasão da polícia no
Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, pelo perfil @vozdacomunidade no Twitter.
Em parceria com a Professora Helena Abascal, publicamos os relatórios das pesquisas realizados por alunos da fau-Mackenzie, bolsistas PIBIC e PIVIC. O Projeto ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA difunde trabalhos e os modos de produção científica no Mackenzie, visando fortalecer a cultura da pesquisa acadêmica. Assim é justo parabenizar os professores e colegas envolvidos e permitir que mais alunos vejam o que já se produziu e as muitas portas que ainda estão adiante no mundo da ciência, para os alunos da Arquitetura - mostrando que ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA.
Trabalho de conclusão de curso (jornalismo) sobre os movimentos organizados através das redes sociais, visando uma maior participação na gestão pública.
Trabalho apresentado ao NT “Sociabilidade, novas tecnologias, política e ativismo”, do II Simpósio em Tecnologias Digitais e Sociabilidade (SimSocial), realizado em Salvador/BA, em 11 de outubro de 2012.
Princípios e conceitos para a comunicação pública em mídias sociaisMurilo Pinto
Apresentação do caso do STJ no Facebook e outras mídias sociais com foco nos princípios e conceitos que embasam a atuação.
Preparada para palestra no curso Planejamento estratégico de comunicação digital para o setor público do Nino Carvalho.
Se há 20 anos era possível falar em monopólio da informação por parte do profissional que trabalha com a notícia, hoje essa nem é mais uma questão, especialmente quando se fala em jornalismo online. A internet possibilitou a descentralização e diversificação da produção jornalística e tornou possível a participação colaborativa do leitor, seja no processo de apuração e produção da informação, seja na circulação e recirculação desse conteúdo. Neste contexto, e na perspectiva do gatewatching, as redes sociais, especialmente o Facebook e o Twitter, consolidaram-se como ferramentas complementares ao jornalismo online, capazes de interferir nas práticas e no "fazer jornalístico" e alterar, inclusive, o modo como a notícia é produzida.
Deliberação no Jornalismo Online: um estudo dos comentários do Folha.comSamuel Barros
O artigo busca fazer uma avaliação do índice de deliberatividade dos comentários de leitores no site da Folha de S. Paulo. São analisadas 130 postagens vinculadas a duas notícias: a prisão do governador de Brasília, José Roberto Arruda, e o acordo sobre energia nuclear entre Brasil e Irã. Além dos comentários, analisaram-se o site do jornal, a ferramenta discursiva e o posicionamento político dos leitores. Conclui-se que houve um relevante índice de deliberação na discussão analisada, mas que os participantes buscaram mais a vitória na discussão que o entendimento mútuo. Ao final, são ponderados alguns potenciais de incremento democrático na oferta de ferramentas discursivas por sites jornalísticos.
A discussão pública e as redes sociais online: o comentário de notícias no Fa...Samuel Barros
O presente artigo faz uma análise das arenas de discussão estabelecidas em páginas de jornais brasileiros no Facebook. A abordagem proposta reconhece a circulação de material político no Facebook como importante na esfera pública contemporânea para a discussão sobre temas de relevância pública. A amostra é composta por 1.164 comentários coletados nas páginas oficiais da Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo. O objetivo é avaliar a qualidade deliberativa dessas arenas, levando em consideração os critérios reciprocidade, provimento de razões, grau da justificativa e respeito, além de discutir elementos estruturais do Facebook, a apropriação social e a discussão pública. No geral, as esferas de conversação da rede criadas em torno das notícias estudadas funcionam como ampliadores da diversidade dos argumentos, demonstrando que, em temas sobre os quais há forte consenso, há uma tendência de ocorrer menores índices de deliberação, além de não haver reciprocidade em quase metade dos comentários e mais de 50% das mensagens não apresentarem qualquer justificativa.
Discurso e redes sociais: o caso “Voz da comunidadeFlávia Lopes
Na atualidade, a informação tem ganhado novos suportes e modificado a forma como as pessoas produzem e buscam por conteúdo noticioso. As redes sociais introduziram, no atual cenário, novas vozes, que passaram a participar do debate público a partir dos movimentos iniciados nos territórios do ambiente sociotécnico. Por meio
dessas ferramentas, sujeitos evidenciam sua função de autoria, sem intermediários, e acabam sendo “convocados” a participar das discussões. Possibilitadas pelo avanço das tecnologias da sociedade em rede, as mídias sociais
transformaram-se em um novo espaço público de discussão. Nesse contexto, torna-se oportuno investigar a reconfiguração da relação de interlocução entre imprensa e sociedade, com a chega-da desses novos interlocutores.
Para isso, será abordada a repercussão do trabalho de um grupo de jovens durante a ocupação invasão da polícia no
Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, pelo perfil @vozdacomunidade no Twitter.
Em parceria com a Professora Helena Abascal, publicamos os relatórios das pesquisas realizados por alunos da fau-Mackenzie, bolsistas PIBIC e PIVIC. O Projeto ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA difunde trabalhos e os modos de produção científica no Mackenzie, visando fortalecer a cultura da pesquisa acadêmica. Assim é justo parabenizar os professores e colegas envolvidos e permitir que mais alunos vejam o que já se produziu e as muitas portas que ainda estão adiante no mundo da ciência, para os alunos da Arquitetura - mostrando que ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA.
O artigo relaciona a consolidação da Internet e das suas potencialidades com a
emergência de um novo tipo de interação dos públicos com as mídias. A partir da Web
2.0, entendida como marco de uma maior participação dos cidadãos no espaço público
em que tem se configurado a Internet, diversos meios de comunicação tradicionais
abriram-se à utilização de ferramentas que possibilitam produções colaborativas
Projeto Delibera e a mediação do debate online: promovendo ações colaborativ...João Paulo Mehl
A proposta deste trabalho é apresentar o projeto Delibera em suas dimensões conceituais e práticas. Trata-se de uma plataforma para discussão e tomada de decisões coletivas através da internet, levando em conta noções de inteligência coletiva, Web 2.0 e deliberação pública. Algo que pode ser útil para uma gama de ações, oferecendo para cidadãos, sociedade civil e empreendedores uma ferramenta online que possa mediar debates; tomar decisões coletivas de forma ágil e cooperativa; construir documentos colaborativamente; sistematizar processo de discussão e formulação; produzir conhecimento e sociabilizá-lo e definir resoluções por meio de votação. Para tanto, o paper traz em suas primeiras seções uma síntese do debate conceitual sobre deliberação, participação e internet.
O QUE OS MASS MEDIA E A INTERNET SOCIAL PODEM FAZER PELA DELIBERAÇÃO PÚBLICA?Samuel Barros
O presente artigo discute a configuração dos fluxos da deliberação pública no atual ambiente comunicacional, o qual é constituido majoritariamente pelos mass media e pela web social. Neste sentido, este trabalho concluiu que, para o estudo dos efeitos da internet para os mass media, é preciso evitar uma chave interpretativa prévia de ruptura ou de continuidade; é preciso considerar separadamente a morfologia e os usos das diferentes
plataformas e ambientes online; a web social e os mass media podem desempenhar papeis complementares, nomeadamente na discussão e visibilidade dos temas e questões que ocupam a agenda política.
Relações públicas digitais
O pensamento nacional sobre o processo de relações públicas interfaceado pelas tecnologias digitais
Marcello Chamusca e Márcia Carvalhal
Edições VNI
ISBN: 978-85-60936-03-8
O estudo presente neste artigo trata do tema da comunicação pública enquanto ferramenta de disponibilização de informação para a pessoa com deficiência em ambientes online governamentais e o papel do profissional de relações públicas exercido nesta temática. Por meio da análise de conteúdo realizada nos portais eletrônicos da região Norte do país, no ano de 2014, e com suas respectivas assessorias de comunicação a fim de compreender a qualidade da informação presente nesses locais e, em que medida, o profissional se vê apto a desenvolver a função de comunicólogo sob a ótica das relações públicas
Twitter e comunicação política: limites e possibilidadesRodrigo Carreiro
Para a Comunicação, o interesse da relação entre os campos da comunicação e da política é proporcional às novidades técnicas possibilitadas pela sua evolução e pela Internet. Num cenário de ampliação de fronteiras, essas possibilidades fazem promessas e desafios à democracia e à política. Prova disso são os media sociais, aqui exemplificados pelo Twitter; que, criado em 2006, já é objeto de pesquisa recorrente. Com base nisso, aqui se propõe investigar o que o Twitter pode fazer pela comunicação política através de uma revisão de literatura e sistematização dos usos e possibilidades descritos pelos trabalhos brasileiros. Dessa investigação se adianta a existência de quase 40 estudos; sendo a maioria relatos a respeito da utilização do Twitter nas eleições. Destaca-se também o enriquecimento do seu uso ocasionado pela evolução da ferramenta e seu domínio pelos atores políticos.
INTERNET E REVOLUÇÃO NO EGITO: O USO DE SITES DE REDES SOCIAIS DURANTE A CONV...Samuel Barros
Partindo de pressupostos da literatura de participação política e de sites de redes sociais, este artigo investiga os usos da Internet, com destaque para o Facebook, na convulsão social que derrubou o governo ditatorial de Muhammad Hosni Mubarak no Egito, em fevereiro de 2011. Trata-se de um estudo explanatório cujo objetivo principal é
identificar os usos feitos dos sites de redes sociais pelos cidadãos envolvidos com os protestos.
Participação política local através da internet e os ganhos democráticos para...Rodrigo Carreiro
Desde a exploração comercial da internet, a literatura em democracia digital têm se concentrado em entender como o novo meio pode ser democrático ou, ainda, como a internet pode ser usada para potencializar valores democráticos. Após o período inicial caracterizado pela polarização entre otimistas e pessimistas, as pesquisas apontam para novas direções, como o horizonte do redesenho institucional do Estado e o papel da sociedade civil diante dos desafios acionados pelas ferramentas digitais de comunicação. Essa dissertação está concentrada nesse último ponto, isto é, analisa a atuação da sociedade civil no desenvolvimento de projetos de participação política, mais precisamente com foco no âmbito local. Para tanto, discute inicialmente a participação dentro de teorias da democracia, mais notadamente a de raiz liberal, teóricos clássicos e as alternativas, a democracia participativa e a democracia deliberativa. Ainda no campo da sustentação teórica, têm-se discussões sobre sociedade civil e novos desafios perante as redes digitais, sobre os estudos sustentados na participação online para, então, adentrar o debate do espaço local e da participação online. Nesse quesito, o trabalho estabelece parâmetros iniciais, que se resumem à ideia de que essa participação pode ser entendida no âmbito das relações sociais cotidianas, trocas informativas e outros processos de comunicação menos formais, em que cidadãos articulam idéias e discutem problemas relacionados ao campo local, de modo que a internet ocupa espaço destacado. Desenvolve-se uma tipologia de sites e ferramentas que promovem participação online local para, então, dar sustentação à análise de caso, que investiga os ganhos democráticos em quatro categorias: informação, ação educativa, comunidade e monitoramento do poder. Esses aspectos são estudados a partir da análise das respostas de questionário aplicado aos usuários do site Cidade Democrática (n=123), dedicado à discussão e participação para assuntos locais, e de análise estrutural da ferramenta. Como resultados, conclui-se que o ambiente social em que os cidadãos estão inseridos influencia diretamente na participação, pois cenários em que sociedade civil organizada, cidadãos e políticos se envolvem, tendem a ser mais participativos. Além disso, sentir-se parte da comunidade só será um ganho democrático efetivo se o cidadão perceber que a sua participação terá efeito prático e se compreender que a coletividade também goza dos mesmos benefícios individuais. Para efeitos educativos mais tangíveis, a participação online precisa ampliar não só a quantidade de inputs, mas, sobretudo o alcance para atingir mais pessoas interessadas Por fim, a informação política local atinge tanto o plano individual – contribuindo para que o cidadão tenha satisfação em curto prazo, além de aparelhá-lo para futuras participações – quanto o plano coletivo, pois há a formação geral de informação compartilhada e importante em longo prazo.
The role of social networks on regulation in the telecommunication industry t...ACORN-REDECOM
In a previous work we studied the equilibrium behavior in a telecommunication market
where two interconnected rms compete, using linear pricing schemes, in the presence
of social networks among customers. We showed that social networks matter because
equilibrium prices and welfare critically depend on how people are socially related. In
this paper we extend the basic model to the nonlinear case, in particular, we consider
the cases when rms can discriminate depending on the destiny of a call or, alternatively,
when they can use two part tari¤s. The standard regulated environment, in which the
authority de nes interconnection access charges as being equal to marginal costs and nal
prices are left to the market, is considered as a benchmark. The role of social networks is
shown to be crucial in this new context too, despite the fact it has been usually ignored
in the literature. Di¤erent regulatory interventions are evaluated in those environments.
Restricted mobility or restricted competition fixed mobile convergence and un...ACORN-REDECOM
The article explores the Brazilian regulation on fixed and mobile phone services and its impacts on efforts to address the
deficit of ICT networks and services in low-income and low-density areas. We compare the three most significant cases in
Brazil of fixed phone services deployment using GSM technology on a secondary basis and wireless local-loop technology
associated with CDMA, investigating the effect of recent regulatory changes that facilitate access to spectrum by fixed phone
enterprises. The analysis is based on the „microtelco‟ model proposed by Galperin and Bar (2006) and demonstrates that a
favorable regulatory environment is an essential asset to foster new business models that are able to overcome persistent
difficulties in universalizing fixed phone service both in attractive markets as well as in low-income and low-density areas.
De la tiza al ratón. escenarios de enseñanza en la formación de periodistas d...ACORN-REDECOM
Esta ponencia, parte del proyecto de investigación iniciado en septiembre de 2008, titulado El ciberperiodismo desde las
facultades de comunicación social y periodismo en Colombia. Aquí se expondrán los resultados preliminares obtenidos en
este trabajo, en lo referente a los escenarios de enseñanza que tienen ante sí quienes están formándose actualmente en el
campo de las comunicaciones en las Universidades de Colombia, en un contexto cada vez más mediado por los avances TIC,
y del contacto y aprendizaje que reciben éstos en torno a los nuevos perfiles profesionales que hoy se abren paso en la
sociedad contemporánea, a través de la formación y aprensiones recibidas por parte de los docentes e investigadores,
responsables de su enseñanza.
Comparing the impact of decline in leased line prices in india and indonesia ...ACORN-REDECOM
Telecommunications provide access and backbone services which affect efficiency and growth across a wide range of
industries. The quality and price of such key services shape overall economic performance, as they affect the capacity of
businesses to compete in foreign and domestic markets. Reflecting the rapid pace of innovation in information and
communications technologies (ICT), competitive market forces are becoming increasingly important in the provision of
telecommunication and networking services, definitely moving the sector away from the ‗‗natural monopoly‘‘ market model
(World Bank, 2002). International evidence suggests that market openness in telecommunications services and the quality of
the regulatory regime are drivers of ICT sector development (OECD, 2000). This study attempts to assess the impact of
decline of leased line prices in Indonesia. It tries to capture this impact through qualitative as well as quantitative impacts.
Since the decline in prices occurred recently,1 the period post the decline is not large enough to do a meaningful time series
analysis. However, qualitative assessment is made and the impact is compared with India, where decline in leased line prices
led to substantial benefits to user industries. Of particular significance is the trigger to the price decline in Indonesia. The
process was set in motion by a presentation of research results by LIRNEasia in Jakarta in October 2005 and culminated with
the incumbent operator PT Telkom and others reporting a 69-83 per cent reduction in leased line prices in April 20082.
Annex I provides a chronology of the sequence and section 4 in the paper draws interesting comparisons with a similar
process in India.
Universal service a new definition james alleman, paul rappoport, aniruddha...ACORN-REDECOM
The concept of “universal service obligation” (USO) has been around for decades; however, its definition continues to
change. The notion that the last mile of fixed line access should be subsidized has spread around the world, despite well
reasoned arguments and empirical evidence that the policy is and was a failure. It created artificial competition. Now the
concept is becoming bifurcated. Should wireless and/or broadband services be included in the definition of universal
services?
This paper is in two parts: What should constitute USO definitions and how, if at all, it should be implemented. Many
consumers are “cutting-the-cord” and moving directly to alternative services. In this ubiquitous communications
environment the whole set of possible communications methods should be considered when defining “universal
connectivity.” Second, no one service or technology should be relied on to support subsidies.
The second part of the paper addresses the policy question: How should this connectivity be achieved?
Una alternativa hacia las ngn en las américas redes de banda ancha inalámbric...ACORN-REDECOM
En América Latina, al igual que en otras regiones emergentes, desde hace décadas existe una marcada brecha digital
ocasionada, en parte, por la falta de conectividad (una de las componentes del llamado “acceso”). Los factores que han
limitado la conectividad en estos países son diversos, pero la asequilidad y la disponibilidad siguen siendo de gran peso. En la
región, las redes inalámbricas han logrado reducir la brecha del acceso a los servicios básicos, en particular de la telefonía,
logrando mejores niveles de cobertura y penetración del servicio que las históricas redes de telefonía fija. Este éxito lleva a
pensar en el papel que podrían desempeñar las tecnologías inalámbricas en la extensión de servicios de comunicación más
avanzados, basados en el acceso a Internet (IP), la movilidad y la banda ancha, en las distintas zonas de América Latina.
Específicamente, la disponibilidad y la extensión de las Redes de Nueva Generación (NGN) en la región, aquellas capaces de
llevar dichos servicios simultáneamente, dependerá en gran medida de su asequibilidad. Por ello, cualquier intento, programa
o estrategia destinada al despliegue de redes de banda ancha o NGN en las Américas debe partir de la noción de los costes
que esto conlleva.
Utilizando a México como país de estudio, los resultados muestran que, empleando distintas NGN inalámbricas tanto en su
versiones más convencionales (WiMAX3500MHz) como en sus modalidades más innovadoras (LTE700MHz y CDMA450), la provisión de los servicios avanzados de telecomunicaciones (telefonía fija, telefonía móvil y acceso de banda ancha)
mediante NGN puede resultar asequible para los usuarios de la región e inclusive para la población de localidades hasta ahora
desprovistas de cobertura.
The new economics of ict the regulatory implications of post neoclassical eco...ACORN-REDECOM
Neoclassical economics has long been a tool and model, for policymakers in the development of legislative and regulatory
rules. It has been applied in the information and communications technology (ICT) sectors with such policies as the long-run
incremental costs rules, appeals to economies of scale and scope or, inappropriately, reliance on two or three firms to emulate
perfect competition‟s results. However, economics has moved well beyond these simple, static concepts. Experimental,
behavioral, developmental, institutional, complexity and network economics are now part of the economists‟ tool kit. Similar
advances have been made in financial theory and practice and the disciplines are becoming linked. The objective of this paper
is to understand the implications of the new economics and financial models for the ICT sectors. What do they mean for
policymakers, investors, and industry leaders? It shows the failures of the current models and sets forth some of the
necessary steps to make improvements.
Tecnologia de informação e comunicação aplicada à educação marta de campos ...ACORN-REDECOM
A generalização da Internet como um potente recurso a serviço da sociedade do conhecimento, está fomentando o
desenvolvimento de novos cursos, como os online, os programas de educação a distância e as aplicações de tecnologias
educacionais nos cursos presenciais. Considerando que o paradigma relativo à metodologia de ensino adotado pelas
Universidades brasileiras datam de algumas décadas e que estas sofrem a competição crescente e agressiva de outras
Instituições de Ensino Superior (IES), um novo paradigma metodológico e tecnológico torna-se imperativo para que as IES
continuem atingindo o nível de qualidade nos seus processos de ensino e aprendizagem. Faz-se necessário preciso estudar e
analisar como estas ferramentas impactam o processo de ensino e aprendizagem, e o quanto e como estas já estão difundidas
nos processos de interação dos alunos dentro e fora do ambiente acadêmico no país
Regulation and innovation in the argentinean telecommunications sector mart...ACORN-REDECOM
The purpose of this paper is thus to determine how governments and in particular regulatory agencies in less developed
nations can impact innovation processes. The notion of innovation in the telecommunications sector is a relatively new
phenomenon for developing nations, in which their main concern- since telecommunications deregulation- has been related to
issues such as connectivity expansion and to a lesser extent the promotion of competition and the prevention of abuses by
incumbent operators. This paper is focused on the Argentinean case because among Latin American nations has achieved
greater development and thus there is the potential that their telecommunications sector has more resources for innovation as
well as the first country in the region to introduce a single license regime which can make facilitate entry and through
competition foster innovation. In this paper we find that even in a country like Argentina there are still important limitations,
the power of large operators, the influence of politicians as well as the economic limitations have made the regulator a
relatively passive agency where it is precisely because of this passivity that innovation is being negatively impacted. In this
paper we present some examples of the type of innovations that companies in Argentina are implementing.
Reforma legislativa de la televisión ante el futuro digital en chile ¿hacia l...ACORN-REDECOM
Este trabajo analiza críticamente la propuesta de reforma a la legislación televisiva que el Gobierno ha enviado al Congreso, a
fin de prepararla para la tecnología digital. La reforma está conformada por dos proyectos de ley: uno se refiere a la Ley
18.838, general de televisión, y el otro a la Ley 19.132, sobre Televisión Nacional de Chile. Sólo el primer proyecto es
analizado aquí. Este proyecto contiene un avance interesante: la incorporación de la categoría de servicios “intermedios” de
telecomunicaciones a la futura radiodifusión televisiva digital. Este es un paso en el sentido de la convergencia que la
tecnología digital impulsa entre los distintos servicios de telecomunicaciones. Si bien este paso se da en la dirección correcta,
hay varias propuestas en el proyecto que implican que dicho paso sea insuficiente. Mantener un regulador específico para la
televisión y la idea de concesiones de radiodifusión televisiva, son ejemplos de propuestas que debilitan el paso en el sentido
de la convergencia.
Promoción de la salud sexual y reproductiva y prevención del vihsida en jóven...ACORN-REDECOM
Se presentan los avances de un proyecto de investigación-acción orientado al desarrollo de una estrategia innovadora para la
prevención del VIH/Sida y la promoción de la Salud y los Derechos Sexuales y Reproductivos (SDSR) en población joven, a
través del aprendizaje y el uso de las TIC. La iniciativa resulta de la adaptación en Argentina del proyecto Punto J liderado
por el IES (Instituto de Educación y Salud) en Perú, el cual propone la creación de portales Web en 7 países de la región, y el
establecimiento de una Red Latinoamericana de Portales Juveniles. En esta ponencia se presentará el diagnóstico que sustenta
la estrategia en la Argentina, las particularidades de la transferencia en nuestro país, el enfoque de trabajo, las lecciones
aprendidas, los resultados obtenidos y las reflexiones acerca de la experiencia de esta novedosa iniciativa.
Políticas y marco normativo orientados al acceso universal y la expansión de ...ACORN-REDECOM
En el presente documento se examina el desempeño del Fondo de Inversión en Telecomunicaciones como principal política
de acceso universal en el Perú así como el marco normativo orientado al acceso universal y la expansión de los servicios de
telecomunicaciones. El análisis se divide en dos etapas determinadas por la administración del fondo y caracterizadas por el
proceso para adjudicar proyectos. A pesar de los buenos resultados en la expansión y de las modificaciones al marco
normativo desde 1998, se encuentra un mejor desempeño del Fitel en su segunda etapa a partir del 2007. Asimismo se
identifican como retos para el fondo el desarrollo de proyectos de banda ancha y la sostenibilidad económica de los
operadores rurales. Finalmente, se examinan los factores que fomentaron la competencia y la expansión de la red de telefonía
móvil en los últimos años.
Only a few roads lead to rome the regulation of entry and broadband performan...ACORN-REDECOM
The relationship between competition and broadband performance is complex. Previously, authors have suggested that
medium regulation of entry would be the most important tool to promote investment and innovation (Aghion et alii 2005;
Katz 2007 and 2008); however, previous empirical data has shown that medium entry regulations do not lead countries to the
same broadband performance across all nations. This paper examines the interactions between regulatory variables with
social, demographic and educational factors. The main goal is to look into the different ways countries can achieve similar
broadband performance and uses Qualitative Comparative Analysis (QCA) to examine 27 European countries from 1997 to
2008.
O paradoxo da internet regulada a desregulação dos serviços de valor adiciona...ACORN-REDECOM
The article examines to which extent the concept of value-added services (VAS) remains adequate in a scenario of
convergence between telecommunications, media and the internet, specifically as far as audiovisual content distribution
services over the internet are concerned, having in view that in Brazil, the characterization of a service as VAS implies
exclusion from the ordinary regulatory jurisdiction. Such characterization and consequent immunity to general regulatory
rules tend to become more controversial as new services emerge that are increasingly similar to traditional
(tele)communication services, subject to State regulation. Underlying the research is the question if and to which degree State
regulation of the internet is legitimate, considering that for many, a high level of freedom and the absence of rules are central
elements for the configuration of the internet as a democratic space.
O trabalho examina até que ponto o conceito de serviço de valor adicionado (SVA) permanece adequado num cenário de
convergência entre setores de telecomunicação, mídia e internet, notadamente no que se refere a serviços que distribuem
conteúdo audiovisual sobre a plataforma da internet, tendo em vista que, no Brasil, a caracterização de determinado serviço
como SVA implica sua exclusão da jurisdição regulatória comum. Essa caracterização e a consequente imunidade às regras
regulatórias gerais tendem a se tornar mais controversas na medida em que surgem e se fortalecem serviços que guardam
cada vez mais semelhanças com serviços tradicionais de (tele)comunicações, objeto de regulação estatal. Subjacente ao
problema de pesquisa está a questão de saber se e até que ponto é legítima a incidência de regulação estatal sobre a internet,
tendo em vista que, para muitos, um elevado grau de liberdade de expressão e ausência de regras são elementos centrais para
sua configuração como espaço democrático.
La infografía digital género periodístico y recurso pedagógico beatriz elen...ACORN-REDECOM
Nuevos lenguaje, recursos, ambientes, procesos y retos enfrenta la profesión periodística y sus periodistas en las últimas
décadas. Esto no es extraño, pues siempre que aparece una tecnología que afecta el desarrollo de los medios de comunicación
de masas se imponen rápidamente otros modos de acceso a la información y, con ella condiciones que afectan el proceso o
productos que se realizan.
Internet no es la excepción. Y gracias a sus constantes y rápidos avances, en las salas de redacción hay herramientas y formas
de presentación atractivas como por ejemplo la infografía, cada vez más vigente en los cibermedios como protagonista o
complemento de la información.
Esta nueva manera de presentación informativa conquista espacios y lectores, por ello requiere de análisis y estudios que le
permitan madurar y generar credibilidad en las redacciones y en las instituciones educativas donde puede ser aprovechada
como objeto de aprendizaje o herramienta educativa.
Inclusión y cohesión social de las políticas públicas vinculadas con las tics...ACORN-REDECOM
La presente investigación consiste en analizar los límites actuales de la política pública con relación a las TICs en el
desarrollo socio-económico de América Latina. La política pública en ciencia y tecnología y muy especialmente aquella que
está orientada al desarrollo de las TICs se han venido conformando -sobre todo, desde principio de este siglo- en uno de los
ejes centrales de la política de democratización en el marco del desarrollo de las tecnologías y el conocimiento. Ha sido, ésta,
por lo tanto, un instrumento esencial en la vinculación: tecnología-sociedad. En medio de un gran debate se han venido
planteando enormes desafíos y desarrollando diversos programas e instrumentos de política pública con relación a las TICs
que intentan acompañan a las políticas sociales de los gobiernos. De esta forma, se han fortalecido lineamientos de política
pública de las TICs en el desarrollo socio-económico y socio-productivo, no obstante, y al mismo tiempo, vienen
presentándose limitaciones teóricas-conceptuales y metodológicas en la actividad de formulación de la política pública con
relación al alcance de las TICs en la inclusión y cohesión social. A partir de las discusiones que en esta línea pensamiento se
han venido llevando a cabo en toda la América Latina y dentro de los acuerdos de integración y cooperación regional, se
pueden desde ya apreciar la variedad de reflexiones respecto a este tema.
Inclusión digital estudio comparado de políticas públicas de colombia y de br...ACORN-REDECOM
El proceso de globalización y la lucha por la hegemonía mundial y sus impactos sociales, relacionados al dominio de
conocimiento, exigen de las sociedades y sus ciudadanos dominio del aparato técnico de las tecnologías de información y
comunicación (TIC), como uno de los elementos fundamentales en la inclusión de países a la sociedad de información. La
democratización de la información, por medio de las TIC, contribuye para disminuir la desigualdad y abre nuevas
posibilidades para el crecimiento social, pasa a exigir el establecimiento de políticas o directrices que orienten a los
ciudadanos sobre el uso de las redes y de su contenido para obtener conocimiento y desenvolver competencias. Frente a ese
escenario, esta investigación escogió describir dos programas gubernamentales considerados políticas nacionales de inclusión
digital de los gobiernos de Colombia y Brasil, con la intención de comparar sus objetivos, los aspectos de profundidad, las
semejanzas, fuerzas y debilidades de las acciones implementadas, y así establecer, frente a los objetivos e indicadores usados,
un lineamento de evaluación, pues se evidencia que la implementación de programas y planos sucesivos de inclusión digital,
exige análisis sobre las políticas de información implementadas por los Estados de esos países.
Impacto de la telefonía celular en zonas rurales pobres del perú liliana ru...ACORN-REDECOM
Este estudio demuestra que el servicio móvil es bien valorado en zonas rurales pobres del Perú donde hay carencias
significativas de infraestructura de transporte. Por medio de un trabajo de campo desarrollado en tres zonas pobres rurales
cuyos mercados están poco desarrollados y difícilmente integrados a grandes zonas urbanas, se pudo conocer que el uso del
celular en las actividades productivas ha significado incrementos de productividad y crecimiento de los negocios. Asimismo,
la provisión local de los servicios de salud, educación, seguridad ciudadana, servicios municipales y programas sociales es
más eficaz gracias al uso del celular.
Concluimos que la incorporación de la provisión de la telefonía celular en programas de alivio de la pobreza es una buena
estrategia para los países de nuestra región.
Impacto de la telefonía celular en zonas rurales pobres del perú liliana ru...
Democracia, espaço público e internet - Marina Cruz Vieira Villela (2011)
1. Villela Democracia, espaço público e internet
Democracia, espaço público e internet
Marina Cruz Vieira Villela
Universidade de Brasília
villela.marina@gmail.com
BIOGRAFIA
Marina Cruz Vieira Villela atua como Especialista em Regulação na Agência Nacional de Telecomunicações e é graduada
em Direito pela Universidade de Brasília, Especialista em Regulação de Telecomunicações pela Universidade de Brasília e
Mestranda em Ciência Política pela Universidade de Brasília.
RESUMO
O presente trabalho tem como tema geral o estudo da relação entre comunicação e democracia, a partir da noção de esfera
pública proposta por Jürgen Habermas. Buscou-se estabelecer uma relação entre internet e participação política, utilizando
como recorte o papel dos blogs, que são ferramentas da Web 2.0, a fim de analisar, do ponto de vista teórico, em que medida
estas ferramentas podem constituir espaços públicos, fortalecendo a esfera pública de Habermas. Concluiu-se que os blogs
podem ser importantes ferramentas de participação, na medida em que constituem arenas de contato direto entre cidadãos,
que apresentam suas idéias e as submetem a comentários, que por sua vez levam a outros, por meio de hiperlinks, que estão
em constante evolução de seu conteúdo, indicando a constituição, inclusive, de um espaço público perene, aonde o
aprendizado é contínuo.
Palavras-chaves
Democracia, espaço público, esfera pública, internet, web 2.0, blog.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como tema geral o estudo da relação entre comunicação e democracia, a partir da noção de esfera
pública proposta por Jürgen Habermas. A teoria de Habermas se desenvolve em torno do agir comunicativo, isto é, da idéia
de que o mundo da vida, que abrange a totalidade das relações interpessoais legitimamente ordenadas, incluindo as
coletividades, as associações e as organizações especializadas em funções específicas, se desenvolve e se reproduz a partir da
ação comunicativa orientada para a compreensão mútua (HABERMAS, 2003).
Nesse sentido, a esfera pública política habermasiana nada mais é do que uma estrutura de comunicação, um espaço público
lingüístico enraizado no mundo da vida a partir da rede associativa da sociedade civil, que visa a detectar e identificar os
problemas das esferas privadas e tematizá-los de forma suficientemente convincente para pautá-los na agenda parlamentar. A
esfera pública, portanto, não tem poder de decisão, mas pauta o processo político institucionalizado dos temas a serem
decididos.
Durante as eleições no Irã em junho do ano passado me chamou particular atenção matérias jornalísticas ( ZMOGINSKI,
2009) que demonstraram como as ferramentas de internet conseguiram driblar a vigilância do governo iraniano, que proibiu a
cobertura das manifestações populares pela imprensa estrangeira e bloqueou diversos sites e sistemas de mensagens de
celular, e permitir que iranianos organizassem manifestações por novas eleições e transmitissem ao resto do mundo, em
tempo real, as denúncias de fraude e manipulação da mídia. Os meios tradicionais de comunicação naquele país são
controlados pelo governo e se limitavam a pedir calma à população.
A partir desses fatos, passei a analisar mais pormenorizadamente a relação entre comunicação e democracia, considerando a
dificuldade de neutralidade dos meios de comunicação social tradicionais no papel de informar e se as novas mídias digitais
podem promover uma participação política mais ampla.
Anais da V Conferência ACORN-REDECOM, Lima, 19-20 de maio de 2011 151
2. Villela Democracia, espaço público e internet
Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é mostrar de que forma os blogs da Web 2.0, do qual o twitter é uma espécie de
microblogging, podem constituir um espaço público, como compreendido por Habermas, de modo a contribuir para o
fortalecimento da esfera pública.
Para isso, primeiramente vou discorrer sobre o pensamento de Habermas acerca da esfera pública, sua importância, seus
principais limites e características. Em seguida, vou apresentar a questão da internet, iniciando com um breve histórico acerca
de seu surgimento e desenvolvimento, do surgimento da Web 2.0, seu conceito e o blog como um aplicativo típico desta
segunda geração da internet.
Por fim, analisarei se os blogs podem constituir espaços públicos de discussão, tal como proposto por Habermas,
contribuindo para o fortalecimento da esfera pública.
HABERMAS E A ESFERA PÚBLICA
Jürgen Habermas propõe uma teoria do agir comunicativo, em busca de uma razão que fomente processos públicos com
caráter emancipatório (HABERMAS, 1988), o que passa necessariamente pela importância da ação comunicativa em busca
do consenso por meio do melhor argumento. Para isso é necessário que os sujeitos envolvidos no processo de comunicação
sejam autônomos e independentes e tenham igualdade de condições de argumentação.
Nesse contexto, um Estado Democrático, que deve refletir os anseios do povo, precisa ser compreendido como um espaço
público de cidadãos livres e iguais, cujo sentimento de pertença a este Estado esteja ligado ao princípio da voluntariedade
(HABERMAS, 2003, p. 285) e à possibilidade de exercerem seu direito de participação.
Para que isto ocorra, a idéia da inclusão do outro torna-se essencial, devendo todos serem incluídos na sociedade a fim de que
as diferenças sejam respeitadas e resolvidas pela interação e pelo acordo (HABERMAS, 2002, p. 7).
O conceito de esfera pública foi utilizado por Habermas pela primeira vez em 1962 para designar espaços públicos em que a
burguesia, durante o Iluminismo, se reunia para discutir assuntos públicos, que antes eram monopólio apenas da aristrocracia,
de modo a questionar as decisões tomadas unilateralmente pelos governantes. Tal espaço passou a constituir uma forma de
participação da sociedade por meio da argumentação racional, do debate e das críticas (HABERMAS, 1984).
Habermas defende que, nas sociedades complexas, a esfera pública consiste em uma estrutura intermediária entre o sistema
político e os setores privados do mundo da vida e os sistemas funcionais, representando uma rede altamente complexa que se
ramifica em uma multiplicidade de arenas que se sobrepõem.
De acordo com o autor, em sua crítica à teoria dos sistemas, o sistema político constitucionalmente estruturado diferencia-se
internamente em esferas de poder administrativo e comunicativo e permanece aberto ao mundo da vida de onde extrai os
insumos para formação de vontade e opinião. A linguagem comum, não especializada, é o instrumental de uma ação
comunicativa orientada para a compreensão mútua por meio do qual o mundo da vida se reproduz e seus componentes se
interpenetram. Desse modo, os sistemas, e aqui especialmente o sistema político, não podem ser completamente fechados e
auto-referenciados e a ferramenta que integra o sistema político ao mundo da vida e aos demais sistemas é a linguagem
comum.
Para Habermas, um dos grandes problemas da democracia é a necessidade de integração da sociedade, isto é, a capacidade de
enxergar a sociedade como um todo, rastrear, identificar e efetivamente tematizar os problemas latentes de integração social
que requerem uma solução política, na medida em que as periferias geralmente não têm voz. A periferia só pode satisfazer
essas fortes expectativas na medida em que as redes de comunicação pública não-institucionalizadas tornem possíveis
processos de formação de opinião tendencialmente espontâneos. As esferas públicas ressonantes e autônomas desse tipo, por
sua vez, devem se fixar nas associações da sociedade civil e se enraizar nos padrões liberais de cultura política e de
socialização (HABERMAS, 2003).
Nessa perspectiva, a esfera pública política pode ser descrita como uma estrutura de comunicação enraizada no mundo da
vida por meio da rede associativa da sociedade civil que deve detectar e identificar os problemas de modo a amplificá-los e
dramatizá-los de forma suficientemente convincente para pautá-los nos complexos parlamentares e supervisionar seu
tratamento posterior. Ademais, a esfera pública se distingue por meio do espaço público, que é a estrutura de comunicação
gerada na ação comunicativa, em princípio aberta para parceiros potenciais, de modo que possa ser expandida, generalizada e
tornada mais permanente de uma forma abstrata a um público maior de pessoas presentes (HABERMAS, 2003).
A partir do debate no espaço público é formada a opinião pública que, por isso, não significa o mesmo que o somatório de
opiniões individuais. Tal somatório somente poderia ser equiparado a uma opinião pública se precedido de amplo debate, no
qual os pontos de vista distintos fossem colocados ao público e contestados. Além do mais, Habermas defende que a difusão
Anais da V Conferência ACORN-REDECOM, Lima, 19-20 de maio de 2011 152
3. Villela Democracia, espaço público e internet
de conteúdos e pontos de vista não é o mais importante nos processos públicos de comunicação, mas uma prática de
comunicação compartilhada (HABERMAS, 2003).
A INTERNET
A internet surgiu no final da década de 1960, como resultado de um trabalho desenvolvido pela Agência de Projetos de
Pesquisa Avançada – ARPA, do Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América, no âmbito da Guerra Fria. Em 1º
de setembro de 1969 a primeira rede de computadores, denominada ARPANET, entrou em funcionamento inicialmente na
Universidade da Califórnia em Los Angeles, no Stanford Research Institute, na Universidade da Califórnia em Santa Bárbara
e na Universidade de Utah, todos centros de pesquisa que colaboravam com o Departamento de Defesa dos EUA 1.
Posteriormente foi necessária a divisão dessa rede de computadores para designar uma específica para fins militares, ao passo
que novas redes foram sendo criadas para fins civis, todas tendo como suporte a APARNET, que se tornou a rede das redes
na década de 1980.
Em 1990, a National Science Foundation – NSFNET assumiu o posto de espinha dorsal da internet, mas em meados desta
década as pressões comerciais e o crescimento de outras redes levaram à privatização total da internet. Em 1998 foi criado
um órgão regulador com sede nos EUA o ICANN, com a função principal de coordenação e atribuição de endereços de
domínio no mundo.
Com o crescimento da internet, houve uma supervalorização das empresas “ponto.com”, fazendo com que os preços de suas
ações subissem cada vez mais, até o colapso na segunda metade do ano de 2001. No entanto, após a crise, a web continuou
ganhando importância e fazendo surgir novas aplicações e sites em todo mundo (O’RILLEY, 2006).
No meio de tudo isso surgiu o termo Web 2.0, adotado pela primeira vez em 2004 pela empresa O’Reilly Media e pela
MediaLive International, que o utilizou para designar uma segunda geração de atividades e de serviços que utilizam a web
como plataforma. Tais serviços permitem aos usuários que controlem seus próprios dados, que participem dos conteúdos
disponibilizados, não sendo apenas receptores de informação, mas também emissores, o que nos remete a idéia de uma
inteligência coletiva.
A Wikipedia, denominada enciclopédia livre, é um exemplo de aplicação na Web 2.0, aonde os usuários contribuem para a
definição dos termos de forma mais ou menos livre, sujeitos a um moderador de conteúdo posterior. Outro fenômeno que
podemos citar é o jornalismo participativo, aonde os leitores, antes apenas receptores, se envolvem na publicação e edição de
conteúdos jornalísticos. Neste sentido, o Digg é um dos sites mais representativos desta tarefa, pois permite que os usuários
cadastrem artigos publicados em outro site, sendo que os mais votados na comunidade ganham destaque na página principal
do site. Com isso, o público passa a ter influência direta na hierarquização da informação.
Um dos principais aplicativos da Web 2.0 são os blogs, que surgiram como páginas pessoais em formato de diário e que
constituem verdadeiras redes vivas, aonde o usuário assinante é notificado toda vez que haja uma mudança, e essas mudanças
não ocorrem somente na página em si, mas nos links relacionados a elas, gerando um crescente dinamismo e pontes entre
diversos blogs e comunidades. De acordo com O’Reilly:
Se uma parte essencial da Web 2.0 é tirar partido da inteligência coletiva, transformando a web em uma
espécie de cérebro global, a blogosfera equivale a um constante bate-papo mental que tem lugar na parte
frontal do cérebro, a voz que todos ouvimos em nossas cabeças. Pode não refletir a estrutura mais
profunda do cérebro – freqüentemente inconsciente – mas equivale ao pensamento consciente. E, como
reflexo do pensamento consciente e da atenção, a blogosfera começou a exercer um poderoso efeito.
Em primeiro lugar, pelo fato das ferramentas de busca usarem estrutura de links para predizer páginas
importantes, os blogueiros – como os mais produtivos e atualizados usuários de links – exercem um
papel desproporcional nos resultados dos mecanismos de busca. Em segundo lugar, o fato da
comunidade de blogs ser tão auto-referida – com blogueiros focalizando a atenção em outros blogueiros
– aumenta sua visibilidade e poder. A “câmara de eco” condenada pelos críticos funciona também como
amplificador.
Se fossem meramente um amplificador, os blogs não despertariam nenhum interesse. Mas, como a
Wikipedia, os blogs capitalizam a inteligência global como uma espécie de filtro. Entra em ação o que
James Suriowecki chama de “a sabedoria das massas” e, do mesmo modo que o PageRank produz
1
A esse respeito cf. CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. A Era da Informação: economia, sociedade e cultura, v. 1.
9 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006.
Anais da V Conferência ACORN-REDECOM, Lima, 19-20 de maio de 2011 153
4. Villela Democracia, espaço público e internet
resultados melhores do que a análise de qualquer documento individual, a atenção coletiva da
blogosfera seleciona o valor.
Enquanto a mídia tradicional pode encarar os blogs como concorrentes, o que realmente incomoda é que
a competição é com a blogosfera como um todo. Não se trata apenas de uma competição entre sites, mas
uma competição entre modelos de negócio. O mundo da Web 2.0 é também o mundo que Dan Gillmor
chama de “nós, a mídia”, um mundo em que “a antiga audiência” – não umas poucas pessoas nos
bastidores – decide o que é importante (O’RILLEY, 2006).
Uma importante rede social para microblogging criada nos Estados Unidos em março de 2006 foi o twitter, que permite aos
usuários enviarem e receberem em tempo real atualizações de outros contatos em textos de até 140 caracteres por meio do
website do serviço, de SMS ou por meio de softwares específicos de gerenciamento.
Uma das facilidades utilizadas pelo twitter são os trending topics, que correspondem a uma lista dos nomes e temas mais
postados no twitter em todo mundo, sendo comentados frequentemente pelos usuários e mobilizando campanhas para colocar
um tema na lista e ter exposição mundial. Ou seja, tal ferramenta permite que os usuários definam a pauta de discussões do
twitter.
DEMOCRACIA, ESFERA PÚBLICA E INTERNET
Não há como se falar Estado Democrático se o povo, do qual deveria emanar o poder, não possui instrumental para participar
das decisões políticas do Estado. Sem a participação, a sociedade está fadada à polarização entre os grupos dominantes, que
são aqueles que decidem, e grupos dominados, que obedecem.
Para que haja participação, é necessário que haja infra-estrutura para participar, o que exige, basicamente, tempo e
possibilidade de comunicação; amplo acesso às informações para embasar as decisões; espaço para o debate das idéias;
possibilidade de influenciar nas decisões e comprometimento.
Aluísio Ferreira da Silva conceitua “o direito à informação como o direito que todo ser humano tem de estar informado, vale
dizer, o direito a ter e dispor de informações”(SILVA, 1997, p. 118).
De acordo com Soriano Ramón, a liberdade de expressão constitui pressuposto prévio da liberdade de informação 2, que seria
simplesmente a forma atual de denominar a liberdade de expressão concretizada nos meios de comunicação social, com um
nível mínimo de organização que garanta a efetividade da relação entre o sujeito emissor e possíveis receptores da
informação:
La misma relación expresada entre libertad de pensamiento y libertad de expresión es la que se da
entre esta libertad y las libertades de prensa y de información.. En este caso es la libertad de expresión
el presupuesto previo de las otras dos libertades. De la libertad de expresión derivaron en sucesion
histórica la libertad de prensa (o de escritos periódicos dirigidos al público en general) y la libertad de
información, que es como hoy dia se denomina a la libertad de expresión concretada en los medios de
comunicación social. La libertad de información presupone a la libertad de expresión, que, en relación
com aquélla, se comporta como un presupuesto o como un genus, del que la libertad de información no
es sino una especie determinada; en efecto, sin el previo reconocimiento jurídico de la libertad de
expresión no es posible defender la libertad de información, que es la misma expresión, dirigida a la
opinión pública; y además la libertad de información es una forma de la libertad de expresión,
representando una mínima organización para la efectividad de la relación entre sujeto emisor y
receptor indiferenciado de la información (RAMÓN, 1990, p. 107-108).
A informação tem um papel essencial na satisfação das necessidades básicas humanas, especialmente no tocante à liberdade
de decisão, conforme sublinha Littlejohn: “quanto mais informação houver numa situação, mais livres estamos para escolher
alternativas nessa situação”(LITTLEJOHN, 1982, p. 154). Por isso a importância de se garantir a todos a possibilidade de
2
Para saber mais a respeito da evolução histórica da liberdade de expressão, de informação e de imprensa, cf. FISCHER,
Desmond. O direito de comunicar: expressão, informação e liberdade. São Paulo : Brasiliense, 1984; LOPES, Vera Maria de
Oliveira Nusdeo. O direito à informação e as concessões de rádio e televisão. São Paulo : Revista dos Tribunais, 1997;
SILVA, Aluísio Ferreira da. Direito à informação, direito à comunicação: direitos fundamentais na Constituição Brasileira.
1997. Tese (doutorado em Direito do Estado) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Anais da V Conferência ACORN-REDECOM, Lima, 19-20 de maio de 2011 154
5. Villela Democracia, espaço público e internet
dispor de informações, assegurando, assim, igualdade de condições cognitivas e uma convivência democrática entre as
pessoas3.
Desde os primórdios, para a simples orientação do homem, a informação fez-se extremamente necessária. E será tanto mais
necessária quanto mais complexas forem as sociedades e situações que o homem tiver que enfrentar para sua sobrevivência 4.
Ocorre que a troca de informações é um fenômeno relacional, inteiramente dependente da relação entre emissor e receptor.
Além de seu caráter interpretativo por parte do receptor, não se pode perder de vista a questão de sua disponibilização, que
não está diretamente acessível a todos, o que faz com que seu conteúdo dependa também daquilo que o emissor deseja
transmitir, dificultando a neutralidade. Disto resulta o caráter extremamente exclusivo, ao mesmo tempo que inclusivo, da
informação, sendo um forte fator de dominação.
Os meios de comunicação de massa tradicionais são dominados por poucos grupos que representam interesses próprios, o que
faz com que as informações disponibilizadas não sejam livres (RAMOS, 2009). Dessa forma, ainda que haja relativa
liberdade de acesso a tais meios na qualidade de receptor, esta liberdade é totalmente mitigada quando olhamos pela ótica do
emissor, o que nos leva a crer que deixamos o tempo da censura noticiada da época da ditadura para entrar no tempo da
censura velada pelas forças de mercado.
Uma comunicação democrática deve ser um processo bidirecional, um diálogo equilibrado que garanta igualdade de
oportunidades entre as duas pontas da cadeia, eliminando as diferenças entre emissor e receptor. Nesse sentido, o direito de
comunicar seria uma evolução da liberdade de informação como esta, por sua vez, foi uma evolução da liberdade de
expressãO. Dessa forma, o direito à comunicação engloba a liberdade de expressão e de informação associada à
interatividade.
Nesse contexto, é cada vez mais importante o papel da internet, cuja produção e disponibilização de conteúdo é relativamente
livre, há grande volume de troca de informações e as noções de tempo e espaço são desconstruídas, disponibilizando um
importe espaço para o debate e a interação, nos indicando ser uma importante ferramenta para a democracia.
A esse respeito, vale destacar o que argumenta Sergio Amadeu da Silveira:
Nas sociedades modernas, o acesso às tecnologias de reprodução de informações em larga escala era
uma condição democrática. Na sociedade da informação, a defesa da inclusão digital é fundamental não
somente por motivos econômicos ou de empregabilidade, mas por razões político-sociais,
principalmente para assegurar o direito inalienável à comunicação. Comunicar na sociedade pós-
moderna é poder interagir nas redes de informação. (...) O direito de acesso passa a viabilizar também o
direito de fiscalizar, cobrar e propor medidas aos poderes públicos. Pode até viabilizar o direito de votar
pela rede. Democracia na sociedade da informação deve incluir a democratização do acesso, que pode
viabilizar a democracia eletrônica (SILVEIRA, 2001, p. 30-31).
A partir da teoria de Habermas, verificamos que a comunicação, processo bidirecional, interativo, é fundamental para a
formação da opinião pública, que não é um somatório de opiniões individuais, mas resultado de um amplo debate de idéias,
por meio do qual as opiniões individuais relevantes são expostas para um auditório, que por sua vez contesta e é novamente
contestado, a partir do debate de idéias, até se atingir um entendimento racional, o que assegura sua validade e legitimidade.
Além disso, para que esse debate seja possível, Habermas pressupõe que os integrantes do auditório tenham acesso mais ou
menos equânime às informações. A estrutura dos blogs, parece favorecer de alguma maneira esse acesso, na medida em que
permite aos usuários estabelecer a hierarquia dos fatos que entendem relevantes, que não fica mais presa à figura tradicional
do editor dos meios de comunicação de massa tradicionais. No twitter, os assuntos mais debatidos são colocados em trending
topics e as notícias, opiniões e informações são expostas em apenas 140 caracteres, geralmente seguidas de links que levam
ao conteúdo integral das notícias, em blogs tradicionais, que por sua vez são alimentados com comentários de leitores e
outros links. Essa estrutura pode indicar um auxílio com relação à questão do tempo para se informar, na medida em que as
3
A essa respeito, cf. ALMINO, João. O segredo e a informação: ética e política no espaço público. São Paulo : Brasiliense,
1986; MOSTAFA, Solange Puntel. As Ciências da informação. In: São Paulo em pespectiva, v. 8, n. 4, out/dez. 1994, pp. 22-
27; SILVA, Aluísio Ferreira da. Direito à informação, direito à comunicação: direitos fundamentais na Constituição
Brasileira. 1997. Tese (doutorado em Direito do Estado) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
4
No tocante à titularidade do direito de informação, René Ariel Dotti entende que “as atividades de investigar, receber e
difundir opiniões e informações não são exclusivas das pessoas naturais. Também as pessoas jurídicas exercem tal direito e o
fazem com freqüência para satisfação de múltiplos interesses” (DOTTI, René Ariel. Proteção da vida privada e liberdade de
informação. São Paulo : Revistas do Tribunais, 1980).
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6. Villela Democracia, espaço público e internet
pessoas lêem os conteúdos do twitter em textos curtos e podem selecionar aqueles que as interessam para um acesso com
maior profundidade, auxiliando também na questão do excesso de informações disponibilizadas na web, que muitas vezes
atrapalha os usuários de selecionarem seus tópicos de interesse.
Essa seleção de tópicos e assuntos, por matérias e relevância que têm no público, também é um aspecto importante da esfera
pública colocado por Habermas, na medida em que, segundo sua teoria, os assuntos mais relevantes, mais problemáticos, são
selecionados e classificados por matéria, com suas contestações apresentadas. A diferença que a internet parece trazer é que
essa seleção é feita de forma mais ou menos espontânea pelos usuários, na medida em que os links mais acessados e os temas
e nomes mais comentados entram nos trending topics.
No entanto, a limitação das postagens no twitter a apenas 140 caracteres, ao mesmo tempo que facilita a disseminação e o
alcance da informação, prejudica o desenvolvimento da argumentação, a fundamentação das idéias, essenciais para a
construção da razão comunicativa. Nesse sentido, percebe-se que é fundamental a complementariedade entre o twitter e os
blogs tradicionais, que, embora tenham um alcance mais limitado em relação ao twitter, permitem um debate mais profundo
das idéias, contribuindo para se atingir um entendimento racional.
Dessa maneira, verificamos que os blogs facilitam o contato direto entre os cidadãos, constituindo uma arena para que “se
encontrem” e debatam com um custo menor de participação, na medida em que as relações de tempo e espaço são mitigadas
pelo conforto da não necessidade do deslocamento. Os riscos da participação são diminuídos também, na medida em que seus
pleitos, se relevantes, não serão discricionariamente ignorados e suas opiniões, mesmo que duramente contestadas, estão
protegidas pelo anonimato. Tais fatos demonstram uma capacidade de ampliar o debate, formando espaços públicos perenes
em que o acesso à informação pelos participantes se dá de forma mais livre também.
CONCLUSÃO
O presente trabalho buscou estabelecer uma relação entre internet e participação política a partir da noção de esfera pública
de Habermas. Para isso, foi adotado como recorte o papel dos blogs, que são ferramentas da Web 2.0.
Após a exposição da teoria de Habermas, do histórico e do conceito da Internet e dos conceitos da Web 2.0, aonde se incluem
os blogs, buscou-se fazer uma análise para verificar em que medida tais blogs podem constituir espaços públicos,
fortalecendo a esfera pública de Habermas.
O que se verificou foi que os blogs aparentam constituir importantes ferramentas de participação, verdadeiros espaços
públicos, na medida em que constituem arenas de contato direto entre cidadãos, que apresentam suas idéias e as submetem a
comentários, que por sua vez levam a outros, por meio de hiperlinks, que estão em constante evolução de seu conteúdo,
indicando a constituição, inclusive, de um espaço público perene, aonde o aprendizado é contínuo. Além disso, os indivíduos
que participam dos blogs geralmente têm igualdade do acesso às informações, premissa utilizada por Habermas.
BIBLIOGRAFIA
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