O documento discute a necessidade da Igreja adotar uma abordagem pastoral focada na cultura midiática digital, ao invés de apenas nos meios de comunicação. A internet criou um novo ambiente que desafia a Igreja a se integrar e anunciar o Evangelho nesse contexto. Também destaca como a cultura digital influencia as formas de relacionamento e pode dificultar a compreensão dos valores defendidos pela Igreja.
A ação pastoral da igreja diante da cultura midiática digital
1. Anais do Congresso da SOTER
28º Congresso Internacional da SOTER
Tempos do espírito: inspiração e discernimento
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A ação pastoral da igreja diante da cultura
midiática digital: da pastoral dos meios para
uma pastoral da comunicação
Andréia Gripp1
RESUMO
Estudiosos de comunicação e de tecnologia afirmam que a internet não é meramente
um instrumento, um meio, mas sim um ambiente, com uma forma de se viver própria,
que expande sua configuração para outros ambientes e constrói um novo jeito de ser,
de pertença, de relacionamento. Diante dessa realidade, a Igreja é desafiada a pensar
como poderá ser Sacramento da Salvação no “mundo digital”. O texto que agora
apresento é um fragmento da pesquisa que desenvolvo no Mestrado em Teologia na
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Visa despertar a atenção para uma
importante questão: a necessidade de uma mudança de perspectiva pastoral, focada
não mais nos meios, mas na cultura midiática, para que não se corra o risco de falar
uma linguagem que ninguém entende e “responder a perguntas que ninguém mais
se faz”. O Espírito Santo nos impulsiona a avançarmos para águas mais profundas
neste tempo histórico. A conversão pastoral exige docilidade ao Espírito, mudança
de forma, de linguagem, de atitude. O tema do 29° Congresso Internacional da
Soter - “Tempos do Espírito” - é extremamente propício para essa reflexão. Nessa
perspectiva, através de pesquisa bibliográfica, apresentamos as questões que
consideramos relevantes para o entendimento do tema.
Palavras-chave: Igreja. Comunicação. Cultura. Mídia. Internet.
INTRODUÇÃO
Oadventodainterneteodesenvolvimentodeumaculturadigitaltêmdesafiado
a Igreja em sua ação pastoral a “avançar em águas mais profundas” e assim integrar-
se nessa nova ambiência (SODRÉ, 2012, p. 11)2
. A palavra “integrar” é a chave de
leitura para este artigo. A questão foi levantada pelo Papa João Paulo II, que em sua
carta apostólica Rápido Desenvolvimento (2005, n. 2) afirmou:
Com efeito, a Igreja não está chamada unicamente a usar os mass media
para difundir o Evangelho mas, hoje como nunca, está chamada também
1 Mestranda em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (RJ) e Bacharel em Comunica-
ção Social (Jornalismo) pela Universidade Gama Filho. Instituição financiadora CNPQ.E-mail: andreiagrippteo@
gmail.com .
2 SODRÉ, Muniz. Antropológica do Espelho. Rio de Janeiro: Vozes, 2012, pp. 21-27. Em sua obra, Sodré explica
que tomou de Aristóteles a noção de bios para qualificar a nova ambiência criada pelas mídias digitais. Ele ex-
plica que Aristóteles, em Ética a Nicômaco, distingue três âmbitos nos quais se desenrolam as ações humanas: o
bios theoretikos – a vida contemplativa; o bios politikos – vida política; e o bios apolaustikos – a vida prazerosa. A
esses Sodré acrescenta mais um gênero de existência: o bios midiático, virtual.
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a integrar a mensagem salvífica na “nova cultura” que os poderosos
instrumentos da comunicação criam e amplificam. Ela sente que o uso
das técnicas e das tecnologias da comunicação contemporânea é parte
integrante da sua missão no terceiro milênio.
Esta consciência missionária da Igreja, frente ao advento das novas tecnologias,
tem levado teólogos e comunicadores católicos a se debruçar sobre o tema e a
apontar possíveis caminhos para que a Boa Nova seja anunciada e o Reino de Deus,
instaurado, no “Continente digital” (BENTO XVI, 2009).
Com a consolidação da tecnologia digital, o ambiente criado por ela não pode
ser visto apenas como “um mundo paralelo”, virtual, entendendo virtual como algo
não real. Pierre Lévy defende com propriedade que o virtual é real, um real digital,
não físico, mas sempre real. “Em termos rigorosamente filosóficos o virtual não se
opõe ao real, mas ao atual: virtualidade e atualidade são apenas duas maneiras de
ser diferentes” (LÉVY, 2007, p.15). 3
O ambiente digital atualmente faz parte do dia-a-dia de um grande número
de pessoas. Isto não pode ser ignorado pela Igreja. É preciso compreender o que
isso significa de mudança no processo de evolução do homem em sua relação com
o mundo, porque certamente implica numa mudança em relação à sua percepção
da vida e da experiência religiosa. E esta mudança provoca o surgimento de novos
padrões de comportamentos, nova forma de se comunicar, novas sensibilidades
e novas insensibilidades. E só será possível achar caminhos para integrar a
mensagem do Evangelho a essa realidade virtual/digital se compreendermos a sua
complexidade.
Pela limitação de espaço desse artigo, não será possível aprofundarmos
na exposição dessas questões. Analisaremos algumas características do homem
contemporâneo que desafiam a Igreja a dar uma resposta pastoral eficaz, mas que
ainda apresenta algumas lacunas.
1. O “HOMEM DIGITAL”: POSSIBILIDADES E DESAFIOS PASTORAIS
O que aqui classifico como “homem digital” é a pessoa humana que vive hoje
imersa na cultura digital e utiliza essa tecnologia em suas atividades do dia-a-dia.
Este indivíduo possui potencialidades e necessidades diferenciadas daqueles que
viveram antes da revolução tecnológica provocada pela informática e a internet.
A cultura digital trouxe novas possibilidades de relacionamentos entre as
pessoas. Como ponto positivo eliminou as distâncias entre amigos e familiares que
moram em diferentes partes do mundo. Há uma real interação entre os indivíduos,
3 Para Levy, a “virtualização pode ser definida como um movimento inverso ao da atualização. Consiste numa
passagem do atual ao virtual, em uma ‘elevação à potência’ da entidade considerada.
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que envolve sentimentos e cria comprometimento.
Saindodoambientefamiliar,podemosvertambémqueépositivaapossibilidade
da criação de comunidades virtuais em torno de interesses comuns (profissão,
estudos, pesquisa, informação, turismo, etc.). Santaella (2003, p. 30) afirma:
Na medida em que as redes se concretizam pela existência de laços
firmados a partir de interesses comuns, é possível verificar a formação de
todo tipo de agrupamento para troca de informações, ideias e materiais,
gerando não apenas uma interação entre os participantes no sentido de
compartilhar conhecimentos, mas também engajamento em questões
políticas, sociais e culturais.4
1.1 INTERNETIZAÇÃO
Como dito anteriormente, a cultura midiática digital, criada pelas novas
tecnologias comunicacionais, tem transformado tudo o que conhecemos, vivemos
e fazemos. Uma cultura que evolui a passos largos e tem mudado as linguagens de
nosso tempo e que não se limita ao desketop. Seus efeitos repercutem por todas as
áreas da sociedade humana: economia, cultura, comunicação, política, etc..
Esta é uma realidade já consolidada. Podemos afirmar com certeza que já
estamos na sociedade dos indivíduos em rede digital5
, que tende a se desenvolver e
ampliar a cada dia. Diante disso, Castells (2001) vai defender que a questão que deve
ocupar os atores sociais hoje está resumida no saber reconhecer os contornos do
nosso novo terreno histórico, ou seja, o mundo em que vivemos, para se incluir nele
e interagir com seus “habitantes”. Pois vivemos um processo de “Internetização”, ou
seja, um tempo em que tudo (marca, produto, serviço, instituição ou pessoa) “deve”
estar na internet para existir. Isso já pode ser considerado uma norma social. No
mundo da cultura midiática digital vive-se o princípio da “visibilidade”: tudo “deve”
ser visto, fotografado, registrado, compartilhado, comentado.
Nesta lógica de vida, embora as pessoas não ignorem totalmente a Igreja, na
maior parte do tempo em que estão “conectadas” não pensam na Igreja, nem em
seus dogmas, e em muitos casos, sequer pautam suas posturas pela ética e moral
defendidas por ela. Conceitos como: humildade, escondimento, gratuidade, amor ao
próximo, respeito, fidelidade, hierarquia e obediência ou são totalmente ignorados,
4 SANTAELLA, Lúcia. Da cultura das mídias à cibercultura: o advento do pós-humano. Porto Alegre: Revis-
ta FAMECOS, nº 22, dezembro 2003, pp. 23-32.
5 CASTELLS, Manuel. A Galáxia da Internet. Reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janei-
ro: Zahar, 2001. Manuel Castells define a sociedade do século XXI como a “sociedade em redes” e, especialmente
na comunicação contemporânea, essas redes são digitais, possibilitadas pelas novas e complexas tecnologias. A
internet passou da condição de mero instrumento, de veículo transmissor de informações (meio), para assumir
o status de ambiente, novo continente, no qual indivíduos em diversas partes do mundo se tornam um ponto da
rede mundial.
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ou possuem outro referencial.
1.2 FLUIDEZ DOS RELACIONAMENTOS E DESCOMPROMISSO
As mediações feitas pelas tecnologias digitais estão mudando a forma de
nos relacionarmos em sociedade e a nossa auto-identidade. O indivíduo imerso na
cibercultura não vê o celular como um meio de comunicação apenas, mas como uma
extensão de sua humanidade, essencial à sua vida social e à sua existência.
Há fluidez e flexibilidade na relação que surge entre indivíduos de uma mesma
rede social digital. Isto porque um relacionamento virtual não necessariamente
precisa se concretizar no ambiente físico. Por esse motivo, é fácil uma pessoa
acumular mais de dois mil “amigos” na sua rede, assim como com a mesma facilidade
pode-se desfazer a “amizade” com qualquer uma dessas pessoas. Basta, excluí-la de
seu perfil, ou bloquear o seu acesso. E isso é feito sem o menor constrangimento, ou
necessidade de explicações.
Os relacionamentos numa rede digital não exigem ligações exclusivas, nem
um ritmo específico. Pode-se “desconectar” sempre que se achar necessário ou
conveniente. Muitos vínculos são estabelecidos devido a necessidades de momentos,
que podem mudar num instante seguinte, e aquele “comprometimento” anterior
perder o sentido.
Sendo assim, é necessário a Igreja refletir sobre o que significa amar o próximo,
ter compaixão, num ambiente em que um “amigo” pode ser facilmente excluído?
Além disso, pode ser uma pessoa que você nunca tenha visto pessoalmente, não
saiba da sua realidade, de suas necessidades, pois o seu conhecimento sobre ela se
limita a atualização que faz no “status” da rede social, ou a postagem de fotos e notas.
O questionamento que fica é: como a linguagem pastoral que utilizamos
tradicionalmente na Igreja atingirá os resultados esperados, se o receptor da
mensagem tem outros referenciais?
2. A RESPOSTA DA IGREJA
Oavançotecnológicoprovocamudançasnapráticadaevangelização,damissão,
do ser Igreja no mundo e na história, porque primeiro provocou uma mudança no
homem e na sociedade.
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Comunicação e Igreja sempre foram realidades que se encontraram na história.
O evento comunicativo por excelência é Jesus Cristo e a Igreja tem como missão
principal a comunicação do Ressuscitado e do Reino de Deus. “Ide pelo mundo e
evangelizai”, foi a ordem de Jesus aos apóstolos (Mc 16, 15). Esse “ide” implica em
sua essência a comunicação. Por esse motivo, podemos afirmar que a comunicação
está entre as prioridades pastorais da Igreja em sua ação evangelizadora, porque
evangelizar nada mais é do que comunicar ao homem a Boa Notícia de Cristo. No
emaranhado de redes digitais não pode ser diferente: a Igreja deve fazer-se presente
como Corpo de Cristo, com seus membros inseridos em diversos pontos de produção
e transmissão de conteúdo.
Portanto, a ação comunicativa da Igreja já em sua essência ultrapassa a “pastoral
dos meios”6
e não pode estar limitada a utilização de algumas práticas comunica-
tivas, sejam elas permanentes ou eventuais. Comunicar está na sua essência, o que
já insere a Igreja num contexto muito maior do que a instrumentalização dos meios
de comunicação: a insere na cultura da comunicação.
Segundo França Miranda (2009, p.15), “ao experimentar, entender e acolher a
autocomunicação divina, o ser humano necessariamente o estará fazendo a partir de
sua cultura própria” e do seu tempo histórico. Isto significa que diante da revolução
tecnológica contemporânea, a Igreja não pode se contentar em fazer apenas uso
dos veículos (uma “pastoral dos meios”), desconsiderando a existência de cultura
nascida das novas tecnologias.
Nessa nova realidade, que o Papa Bento XVI chamou de “mundo digital” e
“continente digital” (BENTO XVI, 2009), a Igreja precisa ser um sinal eficaz da
presença do Reino de Deus. Isto não é uma opção. É um imperativo. Não é uma
escolha estratégica, é assumir a sua própria razão de ser, pois a Igreja só tem sentido
em função do Reino de Deus e é justamente por isso que deve abrir-se para interagir
nesta nova realidade e buscar caminhos pastorais para que Deus seja conhecido na
rede. É sua missão traduzir para linguagem contemporânea a Revelação e conectar
os indivíduos à grande tradição cristã.
Mas embora possamos encontrar na internet diversas iniciativas da Igreja ou
de seus membros (bispos, padres, consagrados, leigos), o que temos visto em sua
grande maioria são sites, blogs, perfis e páginas construídos e alimentados na lógica
6 Chamamos de “pastoral dos meios” uma ação pastoral que privilegie a aquisição e administração de meios de
comunicação, sem levar em consideração os processos comunicativos e a cultura midiática.
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da “pastoral dos meios” e não efetivamente iniciativas de uma ação de “pastoral da
comunicação”. O que significa isso? Significa que os agentes pastorais ainda não
compreenderam que as mídias (entre elas as digitais) não só dão publicidade a ideias
e conhecimento, mas também criam um novo ser humano, e que, portanto, não é
eficaz simplesmente publicar na internet um material escrito na lógica da imprensa,
ou da cultura do papel (como os jovens gostam de dizer).
Por esse motivo, não basta publicar no ambiente digital, por exemplo, uma
grande quantidade de conteúdo espiritual, doutrinário e moral. Isto não torna a
internet um espaço cristão. “É preciso integrar a mensagem nessa nova cultura”7
,
criar relações, pois a cultura midiática e a rede de comunicação digital não existem
para “panfletar”, mas para envolver.
Para isso é necessário mais do que saber utilizar os comandos das mídias
digitais e adquirir equipamentos e “softwares” modernos. Para ser Sacramento da
Salvação neste tempo histórico, a Igreja precisa primeiramente “habitar” esse espaço
virtual e se comunicar com seus “cidadãos”. Se não integrar a mensagem, é como se
fosse à lua e lá colocasse uma bandeira do Vaticano. Voltasse à terra achando que
já habitasse aquele lugar e tivesse conquistado seu “território”. Na verdade apenas
estará ocupando um espaço, estará presente na lua através da bandeira, mas não
terá a sua cidadania. Não transformará aquele ambiente, nem constituirá um povo.
Sua participação ali será ocasional.
Infelizmente essa ainda é a experiência vivida por boa parte dos sites e redes
sociais de (arqui)dioceses, paróquias, pastorais e organismos da Igreja. A lógica que
domina essas ações pastorais é a lógica da propaganda, que é insuficiente e ineficaz
para que a Igreja possa comunicar ao homem de hoje o “Evangelho de sempre”.
A cultura midiática exige envolvimento e relacionamento, muito embora, como
já citado, não sejam da mesma ordem dos relacionamentos tradicionais. É essa a
nova “terra” de missão para a Igreja.
CONCLUSÃO
Vivemos num tempo em que o advento da internet já se consolidou em nossa
cultura e a tem transformado. Por isso, a Igreja contemporânea encontra-se diante
7 JOÃO PAULO II. Carta Encíclica Redemptoris missio, 1990, n. 37c. Disponível em www.vatican.va . Grifo nosso.
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de uma sociedade hipercomplexa, afetada pela cultura midiática digital, que a
desafia a pensar como poderá manter-se fiel à sua missão. O desafio que se coloca
está resumido na palavra “integrar”, que neste contexto evoca atitudes e estratégias
que possam envolver o homem e provocar seu engajamento na comunidade eclesial.
As pessoas de uma comunidade digital não estão ligadas por laços de sangue,
de nacionalidade ou territorialidade. Estão ligadas por redes digitais e não precisam
estar no mesmo lugar físico, favorecendo a criação de comunidades a partir de
interesses e objetivos comuns diversos. A internet, como ambiente virtual, une
indivíduos espalhados pelo mundo. Seu “território” comum é a internet. Nesse
“lugar” se encontram, interagem e se relacionam. É um espaço real, porém, não físico,
que cria uma cultura reticulada, descentralizada, baseada em módulos autônomos
AslinguagensutilizadasatéentãopelaIgrejaemsuaaçãopastoraljánãosurtem
o efeito esperado, nem provocam a conversão do indivíduo e a transformação da
sociedade. Isto porque os referenciais mudaram, assim como mudaram as perguntas,
também. E embora o conteúdo da resposta da Igreja não mude, a sua configuração
externa (a linguagem) precisa se atualizar.
Hoje, o modelo de comunicação linear foi substituído pelo modelo circular. O
primeiro é autoritário, porque o ponto de partida é sempre quem detém o poder da
comunicação, que produz o que o receptor vai receber, não havendo espaço para a
interação ou escolha por parte do destinatário da mensagem. Já o circular provoca
igualdade, participação, corresponsabilidade entre emissor e receptor, até porque o
mesmo indivíduo simultaneamente pode ser emissor e receptor.
Esta mudança de perspectiva pastoral – da pastoral dos meios para a pastoral
da comunicação – num modelo mais dialógico, é um caminho em construção que
precisa ser assumido não só pela hierarquia, pela Igreja institucional, mas sim por
todos os batizados, pela Igreja enquanto povo de Deus.
REFERÊNCIAS
BENTO XVI. Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respei-
to, de diálogo, de amizade. Mensagem para o 43º Dia Mundial das Comunicações
Sociais, 2009. Disponível em www.vatican.va .
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CASTELLS, Manuel. A Galáxia da Internet. Reflexões sobre a internet, os negócios e
a sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
JOÃO PAULO II. Carta Encíclica Redemptoris missio, 1990. Disponível em www.
vatican.va .
LEVY, Pierre. O que é o virtual. Coleção Trans. São Paulo: Editora 34, 8ª
Reimpressão, 2007.
MIRANDA, Mário de França. Igreja e Sociedade. São Paulo: Loyola, 2009, p.15.
SANTAELLA, Lúcia. Da cultura das mídias à cibercultura: o advento do pós-hu-
mano. Porto Alegre: Revista FAMECOS, nº 22, dezembro 2003, pp. 23-32.