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Andréia Gripp
Mestre emTeologia
Não é suficiente usar a mídia para
difundir a mensagem cristã e o
magistério da Igreja, mas é
necessário integrar a mensagem
nessa “nova cultura”, criada pelas
modernas comunicações.
Carta Encíclica Redemptoris missio, nº 37c
7 de dezembro de 1990
 Igreja
 Cultura
 Comunicação
 Missão
 Leigos
 Corresponsabilidade
Neste tempo histórico
Uma Igreja no mundo
Uma Igreja Povo de Deus
Uma Igreja Sacramento da
Salvação
Uma Igreja Corpo de Cristo
 “As alegrias e as esperanças, as tristezas e
as angústias dos homens de hoje,
sobretudo dos pobres e de todos os que
sofrem, são também as alegrias e as
esperanças, as tristezas e as angústias dos
discípulos de Cristo... Não se encontra nada
de verdadeiramente humano que não lhe
ressoe no coração... Portanto, a
comunidade cristã se sente
verdadeiramente solidária com o gênero
humano e com sua história” (Gaudium et spes, 1)
 A Igreja só tem sentido em função do Reino
de Deus.
 A finalidade última da Igreja é tornar Deus
conhecido, trabalhar para a difusão do
amor de Deus no mundo, pela comunhão
dos seres humanos com Deus, para que
vivam em comunhão entre si.
 É portanto promover uma sociedade
solidária marcada pela paz e justiça.
(MIRANDA, Mario de França. Igreja e sociedade. São Paulo: Paulinas, 2009.)
 Para a fé cristã, o Reino de Deus diz respeito
também à sociedade.
 Buscar influir na sociedade é uma
característica também essencial da Igreja.
 Para tanto, a linguagem da Igreja precisa ser
entendida pelos membros da sociedade.
 ÉmissãodaIgrejatraduzirpara linguagem
contemporâneaaRevelaçãoeconectaros
indivíduosàgrandetradiçãocristã.
 Manuel Castells vai definir a sociedade do século
XXI como a “sociedade em redes” e, especialmente
na comunicação, são redes digitais.
 As redes são, segundo o autor, uma forma de
organização social mais flexível e adaptável.
 “As redes de comunicação digital são a coluna
vertebral da sociedade em rede da atualidade, tal
como as redes de potência (ou redes energéticas)
eram as infra-estruturas sobre as quais a sociedade
industrial foi construída.
 A comunicação em rede transcende fronteiras, a
sociedade em rede é global, é baseada em redes
globais.
 A sua lógica chega a países de todo o planeta e
difunde-se através do poder integrado nas redes
globais de capital, bens, serviços, comunicação,
informação, ciência e tecnologia.
 Para Castells, aquilo a que chamamos
globalização é outra maneira de nos referirmos à
sociedade em rede.
 As redes são seletivas de acordo com os seus
programas específicos.
 Conseguem, simultaneamente, comunicar e não
comunicar.
 Por isso, a sociedade em rede difunde-se por todo
o mundo, mas não inclui todas as pessoas.
 Atualmente ela exclui a maior parte da
humanidade, embora toda a humanidade seja
afetada pela sua lógica, e pelas relações de poder
que interagem nas redes globais da organização
social.
 Segundo Castells, as pessoas, os atores sociais, as empresas,
os políticos, não têm que fazer nada atualmente para atingir
ou desenvolver a sociedade em rede.
 NÓS ESTAMOS na sociedade em rede - (...) a sociedade em
rede é a sociedade de indivíduos em rede. (...)
 Assim, a questão não é como chegar à sociedade em rede. A
questão é reconhecer os contornos do nosso novo terreno
histórico, ou seja, o mundo em que vivemos.
 Pensar numa evangelização da sociedade em rede não diz
respeito ao que deveremos fazer "no futuro", mas ao que
temos que fazer hoje. Não tem como dar marcha à ré
 A mídia passa a implicar em uma nova
qualificação da vida, em um novo bios, o bios
midiático, e em um novo ethos, o ethos
midiatizado. O ethos é uma consciência
atuante e objetiva, na qual se manifesta a
compreensão, a interpretação simbólica e a
regulação da existência humana, dinamizada
em um ambiente cognitivo.
 A mídia se constitui numa qualificação
particular da vida, um novo modo de
presença da vida, um novo modo de
presença do sujeito no mundo.
 “Defino mídia não como transmissor de
informação mas mídia como ambiência,
como uma forma de vida.
 É real, tudo que se passa ali é real, mas não
da mesma ordem da realidade das coisas”
 Da Pastoral dos meios, para a pastoral da
comunicação em redes digitais.
 "É um outro BIOS, outra ambiência. Então,
como entendemos a mídia como ambiência,
como um mundo em que cerca esse mundo,
nós mudamos inteiramente o foco da análise.
Todas as concepções antigas, por exemplo, do
jornalismo, da mídia como transmissão da
informação, para educar, para instruir, não tem
mais sentido.“ (Muniz Sodré)
ANTES DEPOIS - Hoje
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Centro
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ENTRE DESCONHECIDOS
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ENTRE DESCONHECIDOS
Fonte: Carlos Nepomuceno, palestra ministrada em 17/09/15
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e o mais vivenciado pela humanidade
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Receptor
Emissor
Receptor
Emissor
Emissor
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Fonte: Carlos Nepomuceno, palestra
ministrada em 17/09/15
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Fonte: Carlos Nepomuceno, palestra ministrada em 17/09/15
Publicar conteúdos e conquistar
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As homes perdem relevância
Multiplicam-se as origens de
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Cada cidadão passa a ser não só um
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mesmo.
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 Desterritorialização - quebra de limites
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 Destemporalização - quebra de limites
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Tal mudança obriga
a formação de um
novo perfil de
cidadão (fiel), com
mais capacidade de
discernimento e
decisão.
Tal mudança obriga a formação de um
novo perfil de cidadão (fiel), com mais
capacidade de discernimento e decisão.
O novo cidadão, tanto pode colocar um
conteúdo próprio, como pode alterar o
conteúdo dos demais, bem como ser um
editor, classificando-o, a partir de seus
critérios
 Da Pastoral dos meios para a pastoral da
comunicação digital.
Nº 3 - “A Igreja católica, fundada por Nosso
Senhor Jesus Cristo para levar a salvação a
todos os homens, e por isso mesmo obrigada
a evangelizar, considera seu dever pregar a
mensagem de salvação, servindo-se dos
meios de comunicação social, e ensina aos
homens a usar retamente estes meios. (...)
 (...) À Igreja, pois, compete o direito nativo de
usar e de possuir toda a espécie destes
meios, enquanto são necessários ou úteis à
educação cristã e a toda a sua obra de
salvação das almas; compete, porém, aos
sagrados pastores o dever de instruir e de
dirigir os fiéis de modo que estes, servindo-
se dos ditos meios, alcancem a sua própria
salvação e perfeição, assim como a de todo o
gênero humano.
 Não é suficiente usar a mídia para difundir a
mensagem cristã e o magistério da Igreja, mas é
necessário integrar a mensagem nessa “nova
cultura”, criada pelas modernas comunicações.
Carta Encíclica Redemptoris missio, nº 37c (1990)
 Esta área da comunicação é importantíssima. Como
não estar presentes e utilizar as redes informáticas,
cujos monitores estarão de agora em diante em cada
casa, para incluir ali os valores da mensagem
evangélica?
Para uma Pastoral da Cultura, nº 9 (1999)
“O fenômeno atual das
comunicações sociais leva a
Igreja a uma espécie de revisão
pastoral e cultural de tal forma
que esteja em condição de
enfrentar adequadamente a
passagem histórica que estamos
vivendo”
Rápido Desenvolvimento, nº 8
 Conversão Pastoral - mudança de paradigma
pastoral
 Superação da visão e leitura simplesmente
instrumental dos meios de comunicação,
especialmente da Internet.
 Compreensão de que a tecnologia de
informação está mudando todos os aspectos
da vida cotidiana.
 "Nunca responder a perguntas que ninguém
pergunta" (EvangeliiGaudium, 155).
 A Igreja precisa se envolver com as perguntas e as
dúvidas dos homens de hoje. Conhecer as
perguntas insistentes do coração sobre o sentido
da vida
 Precisa de entrar em diálogo com os homens e
mulheres de hoje, para entender suas
expectativas, dúvidas, esperanças.
 Antigamente as pessoas precisavam se submeter, por
exemplo, à lógica de programação de umaTV ou
Rádio e esperar o horário definido para ver o programa
que gostavam.
 Hoje em dia, com a Internet, isso mudou. Ela tem a
disposição os conteúdos e é livre para “pegá-los” a
qualquer momento.
 É como se vários conteúdos orbitassem ao redor da
pessoa. Essa é a lógica dos nativos digitais, pois no
centro está a pessoa e não o conteúdo, e ela não
precisa mais se adequar à uma programação.
 A eficácia da evangelização está em não
comunicar informação, mas inserir conteúdos
nas redes sociais que comuniquem a si
mesmo
 O padre, o pastor, não pode ser apenas uma pessoa
que toma conta do rebanho, mas deve transformar-se
num missionário que vai ao encontro das pessoas.
 Pe.Antonio Spadaro vai dizer que aqui devemos ter
como exemplo o Bom Samaritano:
 “O Bom Samaritano não é um pregador, um teólogo,
um jornalista, mas é alguém próximo, que toca o
outro. Quando temos nosso perfil no Facebook, somos
muito preocupados em colocar coisas e não
escutamos o que os outros têm a dizer. Evangelizar,
como Jesus nos ensina com o Bom Samaritano, é
inserir-se na vida dos outros”.
 As pessoas hoje estão interessadas em histórias e não
em ideias.
 Se queremos de fato entrar na vida das pessoas temos
que contar histórias.
 As histórias convertem, não as ideias: se quero levar as
pessoas a terem uma experiência com o amor de
Deus, por exemplo, não basta colocar uma imagem
com a frase: Deus é amor.
 Em tempos de mídias digitais não é mais possível
comunicar apenas frases, palavras que não nada
significam, mas contar a experiência vivida com a
mensagem comunicada.
 A vida espiritual do homem contemporâneo
é certamente tocada pela dinâmica da
Internet, que é interativa e imersiva.
 Os homens imersos na cultura digital,
acostumados com a interatividade,
interiorizam a experiência espiritual se forem
capazes de tecer um relacionamento
interativo e não puramente passivo,
receptivo.
Procurem, de comum acordo, todos os filhos da Igreja que
os meios de comunicação social se utilizem, sem demora e
com o máximo empenho nas mais variadas formas de
apostolado, tal como o exigem as realidades e as
circunstâncias do nosso tempo.
Apressem-se, pois, os sagrados pastores a cumprir neste
campo a sua missão, intimamente ligada ao seu dever
ordinário de pregar.
(...)
Por seu lado, os leigos que fazem uso dos ditos
meios, procurem dar testemunho de Cristo,
realizando, em primeiro lugar, as suas próprias
tarefas com perícia e espírito apostólico, e
oferecendo, além disso, no que esteja ao seu
alcance, mediante as possibilidades da
técnica, da economia, da cultura e da arte, o
seu apoio direto à ação pastoral da Igreja.
“Portanto, todos os homens de
boa vontade são convidados a um
trabalho conjunto, para que os
meios de comunicação social
contribuam para a procura da
verdade e para o verdadeiro
progresso humano.”
COMMUNIO ET PROGRESSIO, 13
 Como filhos da Igreja, os leigos e leigas
receberam no seu Batismo o múnus
profético, sacerdotal e régio. Por isso, como
discípulos missionários, são chamados a
visibilizar a dinâmica do Reino de Deus, na
sociedade e na Igreja.
 Na dinâmica eclesial, o ConcílioVaticano II
cunhou a expressão Povo de Deus para definir
a Igreja, afirmando que o sujeito da
evangelização é todo o povo de Deus
 Ao definir a imagem da Igreja como Povo de
Deus, o ConcílioVaticano II já preparava a
base necessária para a nova evangelização na
cultura de rede.
 A dimensão do discipulado do laicato se
insere na dimensão eclesial e secular. E é
nessas duas dimensões que ele deve ser visto
como sujeito, dotado de autonomia e
responsabilidade.
 O leigo, antes destinatário da ação
evangelizadora, objeto da evangelização,
passa a ser sujeito da evangelização, não
mais exclusivamente sob a tutela do clero,
mas com autonomia de ação, de forma que,
como afirma o Documento de Santo
Domingo, venham verdadeiramente a ser
protagonistas da Nova Evangelização.
 No Documento de
Estudos da CNBB 107 A,
a Igreja no Brasil
aprofunda a questão
afirmando que o leigo é
sujeito não apenas nas
estruturas seculares.,
mas também é sujeito
dentro da Igreja
enquanto instituição.
 Afirma o documento da CNBB: “liberdade e
autonomia fazem parte da noção de sujeito.
A autonomia é a capacidade de
autodeterminação, primeira forma de
liberdade” (cf. n. 78). Portanto, não se pode
afirmar que o leigo é corresponsável da
missão evangelizadora da Igreja no mundo,
se a ele não é reconhecida e valorizada a
efetiva atuação institucional no ser e do agir
da Igreja.
 Por autonomia do laicato o Documento 107A
entende a capacidade de se autodeterminar, e não
uma forma de independência que rompa a
comunhão do corpo eclesial, ou se configure num
individualismo estéril ou autosuficiência.
 Ou seja, a autonomia defendida pelo documento é
a capacidade de tomar decisões com competência
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recebidos no Batismo.
 Ter autonomia é ter a consciência da própria
maturidade; é exercer o mandato missionário, sem
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Igreja e comunicação digital na sociedade em rede

  • 2. Não é suficiente usar a mídia para difundir a mensagem cristã e o magistério da Igreja, mas é necessário integrar a mensagem nessa “nova cultura”, criada pelas modernas comunicações. Carta Encíclica Redemptoris missio, nº 37c 7 de dezembro de 1990
  • 3.  Igreja  Cultura  Comunicação  Missão  Leigos  Corresponsabilidade
  • 5. Uma Igreja no mundo Uma Igreja Povo de Deus Uma Igreja Sacramento da Salvação Uma Igreja Corpo de Cristo
  • 6.  “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo... Não se encontra nada de verdadeiramente humano que não lhe ressoe no coração... Portanto, a comunidade cristã se sente verdadeiramente solidária com o gênero humano e com sua história” (Gaudium et spes, 1)
  • 7.  A Igreja só tem sentido em função do Reino de Deus.  A finalidade última da Igreja é tornar Deus conhecido, trabalhar para a difusão do amor de Deus no mundo, pela comunhão dos seres humanos com Deus, para que vivam em comunhão entre si.  É portanto promover uma sociedade solidária marcada pela paz e justiça. (MIRANDA, Mario de França. Igreja e sociedade. São Paulo: Paulinas, 2009.)
  • 8.  Para a fé cristã, o Reino de Deus diz respeito também à sociedade.  Buscar influir na sociedade é uma característica também essencial da Igreja.  Para tanto, a linguagem da Igreja precisa ser entendida pelos membros da sociedade.  ÉmissãodaIgrejatraduzirpara linguagem contemporâneaaRevelaçãoeconectaros indivíduosàgrandetradiçãocristã.
  • 9.
  • 10.  Manuel Castells vai definir a sociedade do século XXI como a “sociedade em redes” e, especialmente na comunicação, são redes digitais.  As redes são, segundo o autor, uma forma de organização social mais flexível e adaptável.  “As redes de comunicação digital são a coluna vertebral da sociedade em rede da atualidade, tal como as redes de potência (ou redes energéticas) eram as infra-estruturas sobre as quais a sociedade industrial foi construída.
  • 11.  A comunicação em rede transcende fronteiras, a sociedade em rede é global, é baseada em redes globais.  A sua lógica chega a países de todo o planeta e difunde-se através do poder integrado nas redes globais de capital, bens, serviços, comunicação, informação, ciência e tecnologia.  Para Castells, aquilo a que chamamos globalização é outra maneira de nos referirmos à sociedade em rede.
  • 12.  As redes são seletivas de acordo com os seus programas específicos.  Conseguem, simultaneamente, comunicar e não comunicar.  Por isso, a sociedade em rede difunde-se por todo o mundo, mas não inclui todas as pessoas.  Atualmente ela exclui a maior parte da humanidade, embora toda a humanidade seja afetada pela sua lógica, e pelas relações de poder que interagem nas redes globais da organização social.
  • 13.  Segundo Castells, as pessoas, os atores sociais, as empresas, os políticos, não têm que fazer nada atualmente para atingir ou desenvolver a sociedade em rede.  NÓS ESTAMOS na sociedade em rede - (...) a sociedade em rede é a sociedade de indivíduos em rede. (...)  Assim, a questão não é como chegar à sociedade em rede. A questão é reconhecer os contornos do nosso novo terreno histórico, ou seja, o mundo em que vivemos.  Pensar numa evangelização da sociedade em rede não diz respeito ao que deveremos fazer "no futuro", mas ao que temos que fazer hoje. Não tem como dar marcha à ré
  • 14.  A mídia passa a implicar em uma nova qualificação da vida, em um novo bios, o bios midiático, e em um novo ethos, o ethos midiatizado. O ethos é uma consciência atuante e objetiva, na qual se manifesta a compreensão, a interpretação simbólica e a regulação da existência humana, dinamizada em um ambiente cognitivo.
  • 15.  A mídia se constitui numa qualificação particular da vida, um novo modo de presença da vida, um novo modo de presença do sujeito no mundo.  “Defino mídia não como transmissor de informação mas mídia como ambiência, como uma forma de vida.  É real, tudo que se passa ali é real, mas não da mesma ordem da realidade das coisas”
  • 16.  Da Pastoral dos meios, para a pastoral da comunicação em redes digitais.  "É um outro BIOS, outra ambiência. Então, como entendemos a mídia como ambiência, como um mundo em que cerca esse mundo, nós mudamos inteiramente o foco da análise. Todas as concepções antigas, por exemplo, do jornalismo, da mídia como transmissão da informação, para educar, para instruir, não tem mais sentido.“ (Muniz Sodré)
  • 17. ANTES DEPOIS - Hoje Centro Centro BAIXA TAXA DETROCAS (INFORMACIONAL E BENS) ENTRE DESCONHECIDOS AUMENTO DATAXA DETROCAS (INFORMACIONAL E BENS) ENTRE DESCONHECIDOS Fonte: Carlos Nepomuceno, palestra ministrada em 17/09/15
  • 18. Modelos de comunicação 1. Visão linear da comunicação Comunicador Transmissor Canal Receptor Destinatário O conceito de comunicação linear, vertical e autoritório é o mais antigo, o mais difundido e o mais vivenciado pela humanidade
  • 19. Hoje: Comunicação dialógica, circular Receptor Emissor Receptor Emissor Emissor Receptor A comunicação dialógica é circular, dinâmica, criativa e livre. Provoca igualdade, participação, corresponsabilidade Interação entre: fonte, emissor, mensagem, canal, receptor
  • 20. Novas regras, novos códigos Centro Revolução Cultural Digital - REINTERMEDIAÇÃO: AUMENTO DATAXA DETROCAS (INFORMACIONAL E BENS) ENTRE DESCONHECIDOS DESCONHECIDOS GANHAM AUTO-ESTIMA ADENSAMENTO ARTICULAÇÃO CONFIANÇA O CENTRO PERDE PODER CONTROLE INICIATIVA REPRESENTAÇÃO EMPODEREAMENTO CONFIANÇA Fonte: Carlos Nepomuceno, palestra ministrada em 17/09/15
  • 21.  Internet na sociedade de redes, linca conteúdos e potencializa a interação entre pessoas e grupos com interesses comuns
  • 22. Mais que um veículo transmissor de informações, a internet criou as condições para que aqueles que antes eram somente audiência passiva, consumidores de informação, pudessem se tornar protagonistas – EU.COM
  • 23. Visão comercial comparativa entre antes e depois da Revolução Cultural Digital ANTES DEPOIS PARLAMENTARES PADRES E PASTORES EMPREGADOS/FIÉIS GESTORES DE PLATAFORMAS DE RASTROS MICRO EMPREENDEDORES DENTRO DAS PLATAFORMAS GESTORES DE PLATAFORMAS DE RASTROS GESTORES DE PLATAFORMAS DE RASTROS PRESIDENTE PRIMEIRO MINISTRO GOVERNADORES PREFEITOS Fonte: Carlos Nepomuceno, palestra ministrada em 17/09/15
  • 24. Publicar conteúdos e conquistar audiência já não é mais privilégio dos portais (centros) As homes perdem relevância Multiplicam-se as origens de tráfego (indivíduos)
  • 25. Cada cidadão passa a ser não só um consumidor de conhecimento, mas de alguma forma um produtor e um editor do mesmo. A forma de Validação do Conteúdo passa a ser horizontal e não mais de um centro, de forma massificada.
  • 26. • Fragmentação; • Personalização; • Ambientes interativos; • Pessoas conectadas; • Conexão a qualquer hora, em qualquer lugar, por qualquer dispositivo.
  • 27.  Desterritorialização - quebra de limites físicos de comunicação, informação e, e pertença.  Destemporalização - quebra de limites temporais de comunicação e informação.
  • 28. Tal mudança obriga a formação de um novo perfil de cidadão (fiel), com mais capacidade de discernimento e decisão. Tal mudança obriga a formação de um novo perfil de cidadão (fiel), com mais capacidade de discernimento e decisão.
  • 29. O novo cidadão, tanto pode colocar um conteúdo próprio, como pode alterar o conteúdo dos demais, bem como ser um editor, classificando-o, a partir de seus critérios
  • 30.
  • 31.  Da Pastoral dos meios para a pastoral da comunicação digital. Nº 3 - “A Igreja católica, fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo para levar a salvação a todos os homens, e por isso mesmo obrigada a evangelizar, considera seu dever pregar a mensagem de salvação, servindo-se dos meios de comunicação social, e ensina aos homens a usar retamente estes meios. (...)
  • 32.  (...) À Igreja, pois, compete o direito nativo de usar e de possuir toda a espécie destes meios, enquanto são necessários ou úteis à educação cristã e a toda a sua obra de salvação das almas; compete, porém, aos sagrados pastores o dever de instruir e de dirigir os fiéis de modo que estes, servindo- se dos ditos meios, alcancem a sua própria salvação e perfeição, assim como a de todo o gênero humano.
  • 33.  Não é suficiente usar a mídia para difundir a mensagem cristã e o magistério da Igreja, mas é necessário integrar a mensagem nessa “nova cultura”, criada pelas modernas comunicações. Carta Encíclica Redemptoris missio, nº 37c (1990)  Esta área da comunicação é importantíssima. Como não estar presentes e utilizar as redes informáticas, cujos monitores estarão de agora em diante em cada casa, para incluir ali os valores da mensagem evangélica? Para uma Pastoral da Cultura, nº 9 (1999)
  • 34. “O fenômeno atual das comunicações sociais leva a Igreja a uma espécie de revisão pastoral e cultural de tal forma que esteja em condição de enfrentar adequadamente a passagem histórica que estamos vivendo” Rápido Desenvolvimento, nº 8
  • 35.  Conversão Pastoral - mudança de paradigma pastoral  Superação da visão e leitura simplesmente instrumental dos meios de comunicação, especialmente da Internet.  Compreensão de que a tecnologia de informação está mudando todos os aspectos da vida cotidiana.
  • 36.
  • 37.  "Nunca responder a perguntas que ninguém pergunta" (EvangeliiGaudium, 155).  A Igreja precisa se envolver com as perguntas e as dúvidas dos homens de hoje. Conhecer as perguntas insistentes do coração sobre o sentido da vida  Precisa de entrar em diálogo com os homens e mulheres de hoje, para entender suas expectativas, dúvidas, esperanças.
  • 38.  Antigamente as pessoas precisavam se submeter, por exemplo, à lógica de programação de umaTV ou Rádio e esperar o horário definido para ver o programa que gostavam.  Hoje em dia, com a Internet, isso mudou. Ela tem a disposição os conteúdos e é livre para “pegá-los” a qualquer momento.  É como se vários conteúdos orbitassem ao redor da pessoa. Essa é a lógica dos nativos digitais, pois no centro está a pessoa e não o conteúdo, e ela não precisa mais se adequar à uma programação.
  • 39.  A eficácia da evangelização está em não comunicar informação, mas inserir conteúdos nas redes sociais que comuniquem a si mesmo
  • 40.  O padre, o pastor, não pode ser apenas uma pessoa que toma conta do rebanho, mas deve transformar-se num missionário que vai ao encontro das pessoas.  Pe.Antonio Spadaro vai dizer que aqui devemos ter como exemplo o Bom Samaritano:  “O Bom Samaritano não é um pregador, um teólogo, um jornalista, mas é alguém próximo, que toca o outro. Quando temos nosso perfil no Facebook, somos muito preocupados em colocar coisas e não escutamos o que os outros têm a dizer. Evangelizar, como Jesus nos ensina com o Bom Samaritano, é inserir-se na vida dos outros”.
  • 41.  As pessoas hoje estão interessadas em histórias e não em ideias.  Se queremos de fato entrar na vida das pessoas temos que contar histórias.  As histórias convertem, não as ideias: se quero levar as pessoas a terem uma experiência com o amor de Deus, por exemplo, não basta colocar uma imagem com a frase: Deus é amor.  Em tempos de mídias digitais não é mais possível comunicar apenas frases, palavras que não nada significam, mas contar a experiência vivida com a mensagem comunicada.
  • 42.  A vida espiritual do homem contemporâneo é certamente tocada pela dinâmica da Internet, que é interativa e imersiva.  Os homens imersos na cultura digital, acostumados com a interatividade, interiorizam a experiência espiritual se forem capazes de tecer um relacionamento interativo e não puramente passivo, receptivo.
  • 43.
  • 44. Procurem, de comum acordo, todos os filhos da Igreja que os meios de comunicação social se utilizem, sem demora e com o máximo empenho nas mais variadas formas de apostolado, tal como o exigem as realidades e as circunstâncias do nosso tempo. Apressem-se, pois, os sagrados pastores a cumprir neste campo a sua missão, intimamente ligada ao seu dever ordinário de pregar. (...)
  • 45. Por seu lado, os leigos que fazem uso dos ditos meios, procurem dar testemunho de Cristo, realizando, em primeiro lugar, as suas próprias tarefas com perícia e espírito apostólico, e oferecendo, além disso, no que esteja ao seu alcance, mediante as possibilidades da técnica, da economia, da cultura e da arte, o seu apoio direto à ação pastoral da Igreja.
  • 46. “Portanto, todos os homens de boa vontade são convidados a um trabalho conjunto, para que os meios de comunicação social contribuam para a procura da verdade e para o verdadeiro progresso humano.” COMMUNIO ET PROGRESSIO, 13
  • 47.
  • 48.  Como filhos da Igreja, os leigos e leigas receberam no seu Batismo o múnus profético, sacerdotal e régio. Por isso, como discípulos missionários, são chamados a visibilizar a dinâmica do Reino de Deus, na sociedade e na Igreja.  Na dinâmica eclesial, o ConcílioVaticano II cunhou a expressão Povo de Deus para definir a Igreja, afirmando que o sujeito da evangelização é todo o povo de Deus
  • 49.  Ao definir a imagem da Igreja como Povo de Deus, o ConcílioVaticano II já preparava a base necessária para a nova evangelização na cultura de rede.  A dimensão do discipulado do laicato se insere na dimensão eclesial e secular. E é nessas duas dimensões que ele deve ser visto como sujeito, dotado de autonomia e responsabilidade.
  • 50.  O leigo, antes destinatário da ação evangelizadora, objeto da evangelização, passa a ser sujeito da evangelização, não mais exclusivamente sob a tutela do clero, mas com autonomia de ação, de forma que, como afirma o Documento de Santo Domingo, venham verdadeiramente a ser protagonistas da Nova Evangelização.
  • 51.  No Documento de Estudos da CNBB 107 A, a Igreja no Brasil aprofunda a questão afirmando que o leigo é sujeito não apenas nas estruturas seculares., mas também é sujeito dentro da Igreja enquanto instituição.
  • 52.  Afirma o documento da CNBB: “liberdade e autonomia fazem parte da noção de sujeito. A autonomia é a capacidade de autodeterminação, primeira forma de liberdade” (cf. n. 78). Portanto, não se pode afirmar que o leigo é corresponsável da missão evangelizadora da Igreja no mundo, se a ele não é reconhecida e valorizada a efetiva atuação institucional no ser e do agir da Igreja.
  • 53.  Por autonomia do laicato o Documento 107A entende a capacidade de se autodeterminar, e não uma forma de independência que rompa a comunhão do corpo eclesial, ou se configure num individualismo estéril ou autosuficiência.  Ou seja, a autonomia defendida pelo documento é a capacidade de tomar decisões com competência e responsabilidade, é ter consciência dos dons recebidos no Batismo.  Ter autonomia é ter a consciência da própria maturidade; é exercer o mandato missionário, sem a eterna dependência do clero ou insegurança.